Juvenis – Lição 2- O Reino de Deus está Entre Nós
INTRODUÇÃO
Quando a Bíblia diz que Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, isso significa que Ele está assentado no trono celestial e governa todas as coisas. Jesus Cristo é o Senhor da História; o governante supremo do universo.
Tudo o que existe veio a existir por Ele, e continua a existir por meio d’Ele (Colossenses 1:17). Portanto, Jesus Cristo está no controle de tudo. 1
1 – A MENSAGEM DE JESUS
João Batista foi o precursor de Jesus. Ele era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel (também de descendência sacerdotal e parenta de Maria, mãe de Jesus).
A mensagem de João tinha uma ênfase dupla:
(1) o aparecimento iminente do reino messiânico e
(2) a necessidade urgente de arrependimento como preparação para este evento (Mt 3.2).
No legítimo estilo profético seu conceito sobre a natureza do reino não era aquele da mentalidade popular, e, portanto, era uma preparação apropriada para Cristo. As multidões esperavam que o “dia do Senhor” fosse felicidade para todo o Israel, baseando sua esperança nas considerações raciais.
João proclamou que o reino seria um governo de justiça, herdado somente por aqueles que exibissem a justiça pela sua maneira de viver.
Desta forma, sua mensagem de arrependimento era dirigida especialmente aos judeus, porque Deus estava para purificar Israel bem como o restante do mundo (Mt 3.7-12). 2
João Batista viveu no deserto da Judéia, até que começasse sua pregação por toda a região ao redor do Rio Jordão, batizando a todos e promovendo a conversão dos pecados. Para isso, usava palavras duras, como vemos em Lucas, 3:7-8.
“Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.”
Em seu ministério, destaca-se também o próprio batismo de Jesus, no qual ele é revelado como o próprio Filho de Deus, conforme Mateus, 3:16-17.
“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” 3
Por pregar a verdade, sua mensagem não era aceita por muitos, sejam eles da classe religiosa ou política. Após repreender o rei Herodes por sua conduta pecadora, ao se casar com a esposa de seu irmão, João foi preso.
Cafarnaum foi uma cidade que ficou marcada pelos feitos de Jesus. Nesta cidade Cristo começou a exercer o seu ministério, ensinando e realizando milagres.
Cafarnaum pertencia a região da Galileia. Era uma cidade desenvolvida comercialmente, chegando a ter um posto alfandegário onde se recolhiam os impostos (Mateus 9:9).
A cidade tinha uma forte presença romana. Galileus e romanos tinham uma relação pacífica, ao ponto de o centurião ter construído a sinagoga da cidade (Lucas 7:4-5).
De origem aramaica, o nome Cafarnaum significa “vila de Naum”. Apesar do significado, não há nenhuma referência bíblica ou arqueológica que relacione a cidade ao profeta Naum. Além disso, Cafarnaum não foi citada em nenhum momento no Antigo Testamento.
A cidade foi um ponto estratégico para o seu ministério, pois dali era possível transitar – a pé ou de barco – por toda a Galileia e arredores.
Apesar de toda a estrutura da cidade, Jesus se fixou em Cafarnaum para que fosse cumprido o que havia sido profetizado pelo profeta Isaías (Isaías 9:1; Mateus 4:13-16). 4
Foi durante esse período que Jesus começou o seu ministério. Por volta dos 30 anos de idade, Cristo deu início a sua vida pública (Lucas 3:23). Depois de ter sido rejeitado em Nazaré (Lucas 4:29-31), Jesus passou a se fixar em Cafarnaum (Mateus 4:13).
A mensagem que Jesus começou a pregar era tal como a de João, dizia respeito ao reino, e o arrependimento aparece como porta de admissão a esse reino.
Cremos que Jesus espiritualizou a mensagem de João. Certamente João Batista esperava que Jesus estabelecesse um reino político.
Não há certeza de que essa era a intenção do próprio Jesus. Se era, sua mensagem foi tão sublimemente espiritual que o aspecto político de seu reino teve de ser relegado a segundo plano.
Foi precisamente isso que os líderes religiosos e as multidões não apreciaram em Jesus; e foi exatamente isso que, eventualmente, o derrubou, pois o povo judeu, finalmente, deixou de ver nele a sua esperança de livramento do poder romano.
O reino de Jesus é Deus a vos controlar, e não um Messias assentado em um trono, em Jerusalém.
Os dois conceitos não são necessariamente contraditórios, mas é indubitável que Jesus ensinava que não haveria Messias, entronizado em Jerusalém, enquanto Deus não reinasse nos corações de seus súditos. O rabino Aha (320 D.C.) ensinava que se Israel se arrependesse, o Messias viria imediatamente. 5
Na verdade, Jesus veio para salvar somente o povo de Israel, mas toda a humanidade, por isso o convite era feito a todos (Mt. 11:28-30), a Sua graça é manifestada a todos (Tt.2:11).
2 – AS CARACTERÍSTICAS DO REINO DE DEUS
Jesus explicou que o Reino de Deus não era resultado de campanhas militares ou políticas bem-sucedidas (Luc. 12:32).
O Reino é a súmula de todos os dons de Deus, o que é ilustrado em Mat. 13:44-46. Por ser de imenso valor, exige o sacrifício de tudo o mais, para ser concretizado no coração, e, subsequentemente, na sociedade.
Não pode haver reino sem santificação, ou da alma ou da sociedade. Portanto, Mat. 6:10 equipara o reino com a prática da vontade de Deus na terra, tal como ela é feita nos céus.
Em certo sentido, os homens podem agora entrar no reino (Mat. 5:20; 16:18,19). As bem-aventuranças descrevem seu caráter, seus cidadãos e suas bênçãos (Mt. 5:3-11).
O Reino, segundo certo ângulo, torna-se os discípulos, ou seja, a “igreja” (Mt. 13:47,52; 16:18,19).
O Reino de Deus não é como um terrestre, com limites geográficos. Mas bem consiste na obra do Espírito de Deus nas pessoas e suas relações.
Hoje em dia devemos resistir a ver as instituições ou programas como evidências do progresso do Reino de Deus. Em seu lugar, devemos atender ao que Deus faz e pode fazer no coração das pessoas. 6
A parábola do semeador em Marcos 4:30-32, temos como ponto principal que o reino de Deus teve um começo aparentemente insignificante. Foi introduzido pelo desprezado e rejeitado Jesus e seus 12 discípulos inexpressivos, mas ele acabará por se espalhar por todo o mundo.
A semente de mostarda não é a menor semente conhecida hoje, mas era a menor semente utilizada por fazendeiros e jardineiros lá e naquela época, e em condições favoráveis a planta pode chegar a cerca de dez metros de altura. uma árvore … seus ramos.
Provavelmente uma alusão Da 04:21 , sugerindo que o reino dos céus será expandido para o domínio do mundo e que as pessoas de todas as nações encontrarão descanso nele (cf. Da 2:35 , 44-45 ; 07:27 ; Ap 11: 15 ). 7
Jesus é o arauto supremo do reino, conforme este versículo o demonstra, e não pode haver reino sem que ele viva no coração, sem que o indivíduo fosse sendo transformado em sua imagem (II Cor. 3:18).
Há muitos e diversos conceitos vinculados ao termo, mas uma coisa domina a tudo: esse é o reino de Deus, onde Deus governa, quer na alma do indivíduo, na comunidade, na nação ou no mundo inteiro.
3 – A IGREJA É UM AGENTE DO REINO DE DEUS
Em primeiro lugar, para a entrada a esse Reino, é necessário arrependimento, esta era a mensagem pregada por João Batista, aquele que veio preparar o caminho para o Messias e a do próprio Jesus Cristo (Mt. 3:1,2: 4:17).
Sem arrependimento não há remissão de pecados. Ao dizer isso, tenho de guardar-me de mal-entendido.
Peço-lhe enfaticamente que não me entenda erroneamente: lágrimas de arrependimento não removem pecados. Dizer que elas o fazem é teologia errada.
Remover pecados é uma competência e uma obra exclusiva do sangue de Cristo.
A contrição não produz qualquer expiação de pecado. Dizer que ela o faz é teologia pervertida.
Nossa melhor contrição tem defeitos suficientes para nos lançar no inferno. “Somos reputados justos diante de Deus somente por causa de nosso Senhor Jesus Cristo, pela fé, e não por nossas obras ou merecimentos”,1 não por nosso arrependimento, santidade, caridade aos pobres ou qualquer coisa desse tipo.
Tudo isso é verdade. Contudo, não é menos verdade que a pessoa justificada sempre se arrepende e que um pecador perdoado sempre será uma pessoa que lamenta e abomina seus pecados.
Em Cristo, Deus está disposto a receber homens rebeldes e dar-lhes paz, se vierem a Ele, em nome de Cristo, não importando quão ímpios tenham sido. Contudo, Deus exige, com justiça, que o rebelde deponha suas armas.
O Senhor Jesus Cristo está disposto a ter compaixão, perdoar, dar alívio, purificar, lavar, santificar e preparar para o céu. Todavia, Ele deseja ver o homem odiando os pecados para os quais deseja obter perdão.
Se quiserem, alguns homens podem chamar isso de “legalidade”. Se lhes agrada, que o chamem de “servidão”. Eu fico ao lado das Escrituras.
O testemunho da Palavra de Deus é claro, inconfundível. Pessoas justificadas sempre são pessoas penitentes. Sem arrependimento, não há perdão de pecados. 8
Em segundo lugar é importante confessar o senhorio de Cristo. Quem aceita a Jesus o aceita primeiro como Senhor e depois como Salvador (Rm. 10:9).
Muitas pessoas querem Jesus apenas como Salvador, só que tanto os evangelhos como as epístolas o apresentam como Senhor.
No Novo Testamento aparece mais de 300 vezes Jesus como Senhor e apenas três vezes como Salvador.
Filipenses 2:10,11 diz que o Senhor Jesus Cristo recebeu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Todos os seres: homens, mulheres, crentes, pecadores, ateus, mortos, demônios, anjos, terão que confessar o senhorio de Cristo!
Vários são os nomes que podemos aplicar a Jesus Cristo. Isaías no capítulo 9:6 diz que Ele é Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e Principe da paz, mas há um acima de todos os outros que Deus lhe deu, Senhor! YHWH: Senhor no Antigo Testamento!
Hoje estamos acostumados a usar senhor como forma de tratamento e dizemos: senhor fulano, senhor cicrano…
Mas senhor no contexto bíblico poucos eram, somente os que tinha terras, escravos, propriedades, autoridade.
A palavra grega Kyrios com a letra maiúscula era usada somente para César, autoridade máxima do Império Romano. Cada escravo tinha o seu kyrios, mas César era o Kyrios dos kyrios. Ninguém era dono de nada; casas vidas, tudo era de Roma, do Kyrios. No Reino de Roma, quem mandava era César.
Mas Paulo vê surgir outro Reino, o de Cristo. A palavra grega Kyrios, significa: chefe, dono, amo, soberano, máxima autoridade.
Quando alguém confessa Jesus como Senhor (Rm. 10:9), está dizendo: Tu és o meu Kyrios, meu chefe, meu dono, meu amo, meu soberano, minha máxima autoridade, aquele que manda na minha vida. Escravo é antônimo de Senhor. É aí que nos encaixamos.
A partir do momento que confessamos os nossos pecados e reconhecemos o senhorio de Cristo, experimentamos o novo nascimento e a entrada a essa graça deste Reino na qual estamos firmes (Rm. 5:2).
Através do novo nascimento, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, pois fomos justificados pela fé (Rm. 5:1), com o recebimento do Espírito Santo e passamos a ser suas testemunhas até os confins da terra (At. 1:8), cumprindo a ordem de Jesus de pregar a sua Palavra (Mc. 16:15-18).
À medida que as pessoas iam se convertendo a igreja do Senhor Jesus ia crescendo.
em (At. 1:15) eram 120 membros;
(At. 2:41) 3.000 foram acrescentados;
(At. 4:4) 5.000 homens (fora mulheres e crianças);
(At. 5:14) aumentava em grande número;
(At. 6:1), crescia o número dos discípulos;
(At. 6:7) os discípulos se multiplicavam grandemente;
(At. 6:70) muitos sacerdotes se convertiam;
(At. 8.5-25) grande avivamento em Samaria;
(At. 9:31) Crescia em número;
(At. 9:32-42) Os de Lida e Saron se convertiam;
(At. 11:21-26) Um movimento espiritual e de salvação na cidade de Antioquia;
(At. 12:24) Mas a palavra do Senhor crescia e se multiplicava.
(At. 14:21) Muitos creram;
(At. 16:5) Aumentava em número a cada dia;
(At. 17:4) Grande número se convertia;
(At. 17:12) Creram muitos;
(At. 18:8-11) “…tenho muito povo nesta cidade…”.
(At. 19:10) “…todos os que habitavam na Ásia…”.
(At. 21:20) “…quantos milhões de judeus hão crido…?
(At. 28:30-31)”…recebia a todos os que a ele vinham…”
É a Igreja do Senhor Jesus que testifica desse Reino maravilhoso através da pregação do santo evangelho. 9
4 – BUSCANDO O REINO DE DEUS.
A Bíblia nos informa acerca de uma busca pelo reino de Deus. Existem alguns pontos interessantes neste texto:
Buscai…
Aqui vemos que Jesus nos comissiona a uma tarefa: Devemos buscar. Esta tarefa deve ser realizada por todos que fazem parte do Reino.
Esta missão deve ser realizada com a ciência de que Deus conhece nossas necessidades (Mt 6:32: “[…], vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas”) e as suprirá se nós buscarmos seu reino.
Em primeiro lugar…
A busca pelo reino não exclui a busca por outras coisas. O que Jesus faz aqui é estabelecer uma prioridade. Devemos, em primeiro lugar, buscar o reino de Deus e sua justiça.
Com esta frase também sabemos que a busca pelo reino não exclui nossa atividade profissional, e, na realidade, a busca pelo reino pode ser exercida até mesmo nas nossas atividades profissionais.
Não somos participantes de um reino físico (pelo menos não no momento) que se excluí de ambientes seculares.
Através das nossas vidas o Reino de Deus pode se manifestar em todos os lugares que estivermos (foi isso que Jesus fez no seu ministério).
Esse acerto de prioridades nos dá a benção de Deus sobre as necessidades listadas no sermão de Jesus acerca da ansiedade.
Só que não podemos nos esquecer que onde estivermos devemos viver uma vida de acordo com os valores do Reino de Deus, ensinado nas Sagradas Escrituras. Uma vida irrepreensível e sincera, como verdadeiros filhos de Deus, inculpáveis no meio de uma geração corrupta e pervertida, sempre resplandecendo como astro ou luzeiro no mundo (Fl. 2:14).
CONCLUSÃO
Tanto João Batista como Jesus pregaram que o reino de Deus estava próximo. Os fariseus esperavam que, se Jesus fosse o Messias, ele introduziria o seu governo com uma súbita declaração de poder e uma conquista visível do país.
Ele tinha um programa diferente em mente, e sua resposta cobriu os dois pontos principais daquele programa.
Não vem o reino de Deus com visível aparência. Seu advento inicial não seria um golpe político ou o resultado de algum movimento visível.
O reino de Deus está dentro de vós. Um reino não é simplesmente um território, nem um sistema de maquinismo governamental. Sua existência básica está na unidade e lealdade do povo.
Jesus declarou que o reino de Deus já estava presente e apenas necessitava ser reconhecido. Ele trouxera o reino com ele e estava vivendo no meio deles.10
De seu conservo,
Adauto Mattos.
REFERÊNCIAS
1- https://estiloadoracao.com/rei-dos-reis-e-senhor-dos-senhores/
2 -Enciclopédia histórico-teológica da Igreja Cristã
3 – https://blog.doxabox.com.br/joao-batista/
4 – https://www.respostas.com.br/cafarnaum/
5 – Champlin
6 – Comentários da Bíblia Diário Vivir
7 – NBENVI
8 – https://ministeriofiel.com.br/artigos/a-necessidade-de-arrependimento/
9 – https://adautomatos.com.br/home/?p=17969
10 – Comentario Biblico Moody
Vídeo: https://wp.me/p8RLH5-4SZ