Juvenis – Lição 8- Posso perdoar e amar
UMA HISTÓRIA A RESPEITO DE PERDÃO.
1.1. Uma parábola sobre perdão.
O perdão não deve ser delimitado! Ou seja, SEMPRE devemos estar dispostos a oferecê-lo. Esse é o significado as palavras de Jesus quando respondeu a Pedro: “Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete”.
Diante da ofensa de nosso próximo, deixemos de lado o rigor demasiado. Foi esse o procedimento daquele servo que, tendo recebido perdão TOTAL, negou-se a perdoar seu conservo que lhe era devedor. Muito favorecido com o perdão de sua dívida, demonstrou mesquinhez e desamor para com seu semelhante.
Jamais deveríamos esquecer a bênção do perdão. Esta é mais uma importante lição dessa parábola. Escreveu o salmista: “… e não te esqueças de nenhum só de seus benefícios” (Sl 103. 2). Assim, relembrar sempre as bênçãos recebidas pode nos ajudar a oferecer perdão àquele que é nosso devedor (Mt 6.12).
E há mais uma lição: haverá acerto de contas! Certamente esse é um dos mais tremendos aspectos pertinentes à pratica do perdão.
É o lado COMPROMISSIVO da realidade do perdão que experimentamos na salvação em Cristo. Uma vez perdoados, haverá “cobrança” divina em relação ao compromisso de sermos perdoadores.
Do lado humano, temos um bom exemplo disso com Estêvão. Mártir de seus algozes, nas veredas do divino Mestre, exclamou: “Perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”.
Aprendamos com Jesus sobre o perigo de não perdoar; e, sobretudo, sejamos magnânimos, cheios da bondade divina, perdoando sem limitações – sempre que assim for necessário – para o bem de outros, e para o nosso próprio bem!
1.2 O aumento da maldade.
É muito fácil perceber que o amor do mundo está se esfriando e as pessoas estão cada dia mais sem empatia e compaixão. Não são todas as pessoas, mas infelizmente o mundo está cada dia mais sim pessoas que pensam no próximo.
Isso é bíblico, pois é registrado em Mateus 24:12 que devido ao aumento da maldade desse mundo o amor de muitas pessoas se esfriará.
Nos escritos registrados no Novo Testamento podemos testemunhar que Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem alertado a humanidade sobre a falta de amor de muitas pessoas.
Podemos aprender com a leitura da Palavra de Deus que Jesus Cristo conectou o aumento da maldade desse mundo com o amor frio de várias outras pessoas.
Embora toda maldade e legalidade desse mundo tenha sido vista externamente por muitas pessoas, os fiéis a Cristo entendem a falta de amor de outras pessoas, mas não se rendem ao pecado e às promessas desse mundo caído.
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, (Mateus 5:43-44).
Podemos observar com o crescimento da maldade desse mundo que a atitude Geraldo muitas pessoas em relação à lei está extremamente ligada ao calor e a confiança de uma cultura.
É interessante observar também que quando a passagem da Bíblia deixa sobre o amor das pessoas ele está falando sobre o amor por Deus ou pelos outros ou até mesmo provavelmente por ambas as partes.
Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. (1 João 4:7-8).
Muitas pessoas não se amam, mas buscam ser amadas por outras. São várias as pessoas que não se amam mas também não amam outras pessoas.
NÃO PODERÍAMOS PAGAR.
2.1. Qual era a nossa condição?
O pecado não somente separa; ele escraviza. Além de nos afastar de Deus, ele também nos mantém cativos.
Consideraremos agora a “integralidade” do pecado. Mais do que uma atitude ou hábito visível, o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso interior. Na verdade, os pecados que cometemos são manifestações exteriores e visíveis de uma enfermidade interior e invisível, são os sintomas de uma doença moral.
Jesus empregou a metáfora da árvore e seus frutos para explicá-lo. Ele disse que o tipo de fruto produzido pela árvore (uma figueira ou videira) e sua condição (boa ou má) dependem da natureza e da saúde da árvore. Da mesma forma, “a boca fala do que está cheio o coração”.
Essa declaração de Jesus contradiz muitos reformadores e revolucionários sociais modernos.
Certamente a maneira como fomos educados, o ambiente em que fomos criados, o sistema político e econômico sob o qual vivemos exercem uma influência (boa ou má) sobre nós. Além do mais, deveríamos lutar por justiça, liberdade e pelo bem-estar de todos os homens.
Entretanto, Jesus não atribuiu a nenhuma dessas coisas os males da sociedade humana, e sim à própria natureza, ou “coração”, do homem. Vejamos o que ele diz:
Porque de dentro, do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem. (Marcos 7.21-23)
O Antigo Testamento já ensinava essa verdade. Como coloca Jeremias: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”
A Bíblia está repleta de referências a essa infecção da natureza humana que chamamos de “pecado original”.
Trata-se de uma tendência ou predisposição egoísta, que herdamos de nossos pais, e que está profundamente arraigada em nossa personalidade humana e se manifesta milhares de vezes, de maneira repulsiva. Paulo chamou-a de “carne”, e nos deixou uma lista de suas “obras”, ou consequências.
Ora, as obras da carne são conhecidas, e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas. (Gálatas 5:19-21).
Como o pecado é uma corrupção interna da natureza humana, ele nos mantém escravizados. Não são alguns atos ou hábitos que nos escravizam, mas sim a infecção maligna de onde eles procedem. Muitas vezes, no Novo Testamento, somos descritos como “escravos”.
Podemos nos ofender com isso, mas é a pura verdade. Jesus provocou a indignação de certos fariseus quando disse a eles: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Eles retrucaram: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?”
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado”.
Por várias vezes, em suas epístolas, Paulo descreve a servidão humilhante imposta a nós pelo pecado: Porque, outrora escravos do pecado.
2.2. A dúvida de Pedro quanto ao perdão
“Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo.
Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente”, Mateus 26:74-75.
Perdão é algo difícil. A palavra em si presume que houve um trauma ou ruptura, que pode ter sido uma expressão mal colocada, uma ação maligna ou interpretada assim, ou uma maledicência, traição, ou ainda algo de que se necessite perdão.
É interessante notarmos que na língua inglesa, por exemplo, a expressão para “perdoe-me” (“forgive me”) tem mesma raiz do verbo “esquecer” (“forgot”).
Está se pedindo, literalmente, que se passe uma borracha no ato; não como uma amnésia, mas que se extinga o próprio motivo do mal, que causara a ruptura. E, como sabemos, reconstruir é sempre difícil.
O texto bíblico acima é parte de uma das histórias mais surpreendentes da Bíblia. Jesus alegara a Pedro que este o trairia, antes que o galo cantasse.
Por ocasião do julgamento de Jesus, à noite, tudo muito rápido e tumultuado, muitas incertezas, e sendo ele mandado de uma autoridade para outra em Jerusalém, todos muito confusos, creio ter sido relativamente fácil para um homem como Pedro, impulsivo, sanguíneo, ansioso, esquecer-se das palavras que o Mestre lhe dissera.
Acusado por várias pessoas como um dos seguidores de Jesus, o relato bíblico nos revela que Pedro sequer pensou antes de afirmar, categoricamente: “Não conheço este homem”! E perceba, prezado(a) leitor(a), que “praguejando e jurando”, conforme a Bíblia.
Há muitas injúrias que causam marcas profundas. A maledicência, a traição, a inveja são exemplos de ações e sentimentos que podem destruir relacionamentos, irremediavelmente. Sei de casos de pessoas que, sentindo-se atingidas por conversas esdrúxulas, romperam laços definitivamente.
O abandono é uma das formas mais covardes de traição. Sentirmo-nos abandonados por amigos, e próximos, pode ser a causa de sentimentos de amargura, cujas raízes se revelam profundas demais e, muitas vezes, pensamos que tal agravo só deve ser tratado pelo mais frio e absoluto desprezo. Quase como se o congelamento da distância tivesse de ser tão profundo e irreversível quanto a injúria sofrida.
Todavia, voltando-nos novamente para o texto sagrado, percebemos na narrativa evangélica qual a dimensão do perdão divino: Simão Pedro, apóstolo, fora um dos mais chegados discípulos de Jesus.
Esteve presente em momentos ímpares do ministério de Cristo, que o próprio Mateus, autor deste Evangelho, não estivera. Pedro esteve com Jesus na sua transfiguração, quando apareceram Moisés e Elias com Jesus, no monte (Mt. 17:1-2).
Um momento tão ímpar no ministério de Cristo, que este pedira a Pedro, a Tiago e a João, os que presenciaram o evento sobrenatural, que não dissessem nada, muito provavelmente para que não houvesse disputas entre os discípulos.
Aquele, portanto, é um exemplo, dentre outros, no qual podemos colocar o apóstolo Pedro como um dos participaram.
E apesar disto tudo, de tudo o que foi visto e vivenciado pelo discípulo, na hora em que Jesus mais precisou de seus amigos, além de ninguém estar com o Mestre, o ansioso Pedro não somente não esteve, como jurou e praguejou, afirmando categoricamente que jamais vira aquele homem.
Antes de crucificar Pedro em sua mente, lembre-se de que todos nós não estamos longe daquela capacidade, não. Acerca de estarmos todos indistintamente perdidos em nossos pecados, diz-nos a Bíblia: “Que se conclui?
Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus”, Romanos 3:9-11.
Todos somos potencialmente traidores e inimigos de Deus, e isto se atualiza em cada ato pecaminoso que cometemos, em cada ação com palavras ou pensamentos, que aumente nossa separação com Deus. E se dependesse de nós, estaríamos todos infinitamente condenados.
Mas, o infinito contém coisas extraordinárias. Na infinidade do ser de Deus, seus próprios atributos revelam a singularidade do bem e do amor – porque “Deus é amor” (1 Jo. 4:8,16).
A infinidade divina, que não nos serve apenas para vislumbre, mas principalmente como exemplo, ensina-nos que somente um amor infinito pode atingir o abismo da inclinação pecaminosa do Homem, que o faz rejeitar Deus, desobedecê-lo e até traí-lo, tal qual o apóstolo Pedro.
Nem todo o choro de amargura do mundo inteiro seria suficiente para trazer Pedro à justificação que ele necessitava; pois sua atitude pode, inclusive, ser vista como a consciência mesma da covardia: por que Pedro não se confessou como discípulo de Jesus, depois que o galo cantara?
Não se lembrava ele das palavras do Mestre? Por que, ainda que corroído pela dor, não tentou dirimir um pouco aquela escandalosa atitude? Parece-me que infinitas também são as misérias humanas.
Deus seja louvado pela infinidade do seu amor! É nele que reside a capacidade de perdoar.
Não apenas a injúria de um ato impensado, mas, inclusive, a maior sordidez que o ser humano desenvolva, pois quanto mais enfermo estiver o Homem, mais zeloso vem aquele que é suficiente para salvar, em quaisquer aspectos, este mesmo Homem. É através do seu amor que experimentamos o perdão dos nossos pecados.
O doce, suave, sublime perdão para nossas almas cansadas e sobrecarregadas. Foi este amor que orientou o anjo, que apareceu às mulheres que procuravam por Jesus ao terceiro dia de sua morte, a dizer àquelas discípulas o seguinte: “Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse”, Marcos 16:7.
AMAR COMO ELE NOS AMOU.
3.1. Um amor real
Em seus últimos momentos, Jesus dirigiu aos seus discípulos um novo mandamento: que estes amassem o próximo, assim como Ele os amou!
“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. (João 13.34-35)
Um pouco antes, Jesus havia reforçado o princípio de que os dois principais mandamentos eram: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo, sendo a segunda parte deste principio muito semelhante ao “novo mandamento” que Ele mencionava.
Por que Ele dizia algo semelhante, porém afirmando ser um novo mandamento?
Na verdade, essa pequena mudança que Jesus realiza na estrutura do mandamento, altera drasticamente o propósito do princípio.
Anteriormente, cada pessoa era parâmetro para o mandamento. Certamente, amar os outros como a si mesmo já é um exercício que traz consigo dificuldades, mas sempre é limitado por aquilo que estamos dispostos a fazer para o nosso próprio bem.
Mas Jesus nos orienta a ir além, quando estabelece que devemos amar o próximo como Ele nos amou.
Jesus torna-se o modelo de amor a ser seguido e como o amor dele pode ser definido?
Jesus amou os seus até o fim!
“Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (João 13.1)
Podemos compreender esse “amar até o fim” por duas óticas diferentes: amou até o fim extensivamente, por toda a sua vida de 33 anos ou por todo o seu ministério de 3 anos e isso é uma verdade; como existe também uma perspectiva intensiva: Jesus amou até o fim, entregando toda a sua vida por conta deste amor, assumindo as últimas consequências para promover aos Seus um novo caminho, um amor chamado de ágape, “sacrificial”.
Quando olhamos pela ótica do novo mandamento de Jesus, o nosso amor pelo próximo é elevado a uma nova perspectiva, onde a demanda do outro ganha mais importância que a minha.
Eo Senhor fala que seremos reconhecidos como seus discípulos ao amarmos desse modo, pois um amor como esse não pode ser confundido!
Que Deus nos dê misericórdia para alcançar esta estatura de amor que Ele deseja para nós.
3.2. Vivendo em amor
A contraposição entre o amor e a luz, o ódio e as trevas é uma constante na 1ª Carta de João. Em 1João 3,11-24, João apresenta o ódio a partir da figura de Caim (Gn 4,1-16).
Ele é a figura daquele que odeia o irmão. O motivo do ódio de Caim por Abel é interpretado no texto pelo motivo das ações dos dois: Caim agia mal e Abel bem.
O mundo está para nós como Caim para Abel: não gosta de nós, odeia-nos. Para o mundo o amor pregado por Jesus é sem sentido. A chave da passagem da morte para a vida é o amor fraterno. O ódio ao irmão tem consequências terríveis. Por isso João chama quem odeia o irmão de homicida.
O exemplo do amor fraterno é Jesus. Sabemos o que é o amor a partir da contemplação do amor de Jesus.
Por amor à humanidade, Ele se entrega à morte de Cruz para desmascarar o império do mal. Jesus passou sua vida fazendo somente o bem.
Como entender que aquele que só fez o bem é condenado à pior pena de morte da época. É preciso lembrar que quando Jesus morre, o véu do santuário se rasga de algo a baixo.
A morte de Jesus desmascara a injustiça do poder religioso e do poder do império que, para manter seus privilégios exploravam o povo e matavam os inocentes. Jesus é o inocente que morre na cruz. Ele foi assassinado por defender o projeto de Deus que é vida para todos.
Esse gesto de Jesus é fonte de inspiração para o agir cristão. Ainda hoje, muitos poderosos, cegos pela ganância, condenam os inocentes à morte prematura. São condenados pelo desemprego, pela falta de assistência à saúde, pela ameaça ao justo direito de aposentar, pela força da violência policial e pela facilitação do uso de armas. Jesus nos aponta um outro caminho.
O caminho da vida que vence o mal, a violência e a morte. Jesus nos mostra um amor em ação. Um amor-atitude, diferente do amor-sentimento que fica apenas em palavras bonitas. Não há como ver o irmão em necessidade e lhe fechar as entranhas, endurecer o coração
O amor doação nos leva a ter as mãos abertas para recebermos algo de Deus e doarmos alguma coisa de nós aos outros. A indiferença nos deixa de mãos fechadas: nos fechamos a Deus e deixamos de ser solidários com os irmãos.
A fé e o amor são descritos no v. 23 como um mandamento duplo, como dois aspectos da mesma mensagem. Quem observa os preceitos de Cristo “permanece em Cristo e Cristo nele” (Jo 14,23; 15,7-10). Permanecer no amor é ser um cristão 24 horas. Ou seja, não basta fazer uma caridade aqui, uma boa ação ali…
O importante é que nossa vida toda: em casa, na escola, na rua, no trabalho, no lazer, seja guiada pelo jeito de ser de Jesus. Isso é ser cristão, ser um outro Cristo.
Recriar em nós as atitudes de Jesus é o caminho para permanecer no seu amor. Viver o amor de Cristo e testemunhar que também nós viemos ao mundo para que todos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10).
Na 1ª João 4,7-12, temos o início da terceira parte da carta. João reflete sobre as origens, as fontes do amor e da fé. Estes dois elementos estão intimamente ligados.
Esta unidade se enraíza na atividade histórica de Jesus Cristo, guiada pela ação do Espírito Santo. É o testemunho eficaz do Espírito Santo que põe a Igreja em contato vital com a verdade: o ato de amor de Jesus na cruz, nos revela quem é o Pai.
João convida seus leitores a amarem-se uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem não ama o seu irmão não conhece a Deus, pois Deus é amor.
Nessas frases, conhecer significa “experimentar”, vivenciar com profundidade. Conhecer a Deus é experimentar o que Deus é, significa e deseja. Para melhor compreendermos a expressão de João “Deus é amor”, nós podemos traduzir por “Deus é amar”.
Ou seja o que está de acordo com Deus é amar, no sentido do amor fraterno, de que fala a carta desde o início. Indo mais longe podemos dizer que a essência de Deus, tudo o que Ele faz, é amar. Foi por amor que Jesus se entregou e foi fiel ao Pai até a morte.
João nos mostra que o amor de Deus – o amar – manifestou-se de forma especial no fato de Ele nos ter enviado o que lhe era mais precioso: o seu Filho unigênito!
Daí nós podemos afirmar o tamanho da graça de Deus. Antes de que nós pudéssemos amá-lo, Ele nos amou por primeiro. Ele enviou, Ele doou seu Filho ao mundo para nos ensinar a amar, para nos revelar o grande projeto do amor de Deus por seus filhos. E, por amor, destruiu o peso dos nosso pecados
A morte de Filho de Deus na cruz denuncia a recusa dos filhos de Deus ao projeto de amor do Pai. “Ele veio para sua casa, mas os seus não o receberam” (Jo 1,11).
João costuma insistir que ninguém nunca viu a Deus (cf Jo1,18; 6,46). Na carta em um tom mais prático, esta mesma experiência de Deus é situada na amar com o amor que vem de deus e que Jesus nos manifestou. Então seu amor é, em nós, levado à plenitude. Somente com os olhos do amor do Filho é que poderemos ver e conhecer a Deus.
Esse jeito de amar de Deus e de Jesus, implica uma permanência. Permanecer é uma palavra muito rica no mundo bíblico.
Significa durar, habitar, morar. Como a habitação de Deus na nuvem que descia sobre o Tabernáculo no deserto; na Arca da Aliança, no Templo.
Depois com Ezequiel veio a revelação que Deus não ficava somente no Templo, mas acompanhava o seu povo no exílio na Babilônia (Ez 1,15-21). Para João, Deus armou sua tenda no meio de nós (Jo 1,14). E assim como o sonho de todo judeu era habitar no Santuário, na presença de Deus (Sl 15,1; 27,4; 84,11), somos chamados a permanecer na sua palavra, para sermos livres e morar para sempre como filhos na casa do pai (Jo 8,35).
O permanecer em Deus e Deus em nós sugere que moramos em Deus e ele em nós, de modo permanente. Esta não é uma experiência mágica ou milagrosa, mas uma experiência que brota da fidelidade ao amor de Deus revelado em Jesus e em sua Palavra.
Este estar em Deus dá a garantia ao cristão de estar tranquilo no dia do Juízo Final. Como acontece com os cristãos de hoje, os cristãos do tempo da 1Jo tinham um certo temor de como seria esse juízo/julgamento.
João busca tranquilizá-los afirmando que onde há o amor não deve haver o temor. Novamente o critério para o cristão saber se ele está no caminho certo é o amor aos irmãos.
Conclusão:
A parábola do credor incompassivo, que estudamos nesta lição, é uma advertência a todos os seguidores de Cristo. Pela misericórdia do Pai, recebemos o perdão de uma divida impagável: os nossos pecados. Temos o dever de perdoar da mesma forma que um dia fomos perdoados, deixando de lado todo 0 rancor e ressentimento.
Pois esses sentimentos fazem a nossa alma adoecer e nos impedem de ser imitadores de Jesus Cristo e de vivermos para a glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Fonte: https://descomplicandoateologiaebd.com/ebd-licao-8-juvenis-posso-perdoar-e-amar/