JUVENIS – LIÇÃO Nº 1 – A ORGANIZAÇÃO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
Caros professores, é com imenso prazer que iniciamos mais um trimestre no qual partilharemos saberes relacionados à Palavra do Senhor.
E, a partir destas lições, falaremos sobre o Antigo Testamento.
Faremos algumas considerações sobre a importância das Escrituras:
Deus fala em linguagem humana para que o homem possa entendê-lO. A Bíblia faz alusão a tudo o que é terreno e humano. Para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do nosso modo de pensar […] Para revelar-se ao homem, adaptou a Bíblia ao modo de perceber as coisas.
Estudar é mais do que ler: é aplicar à mente a um assunto, de modo sistemático, constante e compenetrado, por meio do raciocínio, da percepção e da memória. (Antônio Gilberto) É ficar atento às 32.000 promessas na Bíblia inteira.
O homem deve ler a Bíblia para ser sábio. Crer na Bíblia para ser salvo.
Praticar a Bíblia para ser santo. (Antônio Gilberto)
De que forma deve o homem fazer a leitura das Escrituras?
- Ler a Bíblia diariamente e em atitude de devoção (Lc 39);
- Ler com a melhor atitude mental e espiritual (Lc 25);
- Ler com oração, devagar e meditando (Sl 12,18; 73.16,17);
- Ler a Bíblia inteira (Rm 33,34).
Como livro antigo, tinha a forma de rolos: “Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei, desde os dias de Josias até ao dia de hoje.” (Jr 36.2)
Nomes mais comuns: Escrituras (Mt 21.42); Sagradas Escrituras (Rm 1.2); Livro do Senhor (Is 34.16); Palavra de Deus (Mc 7.17; Hb 4.12); Os oráculos de Deus (Rm 3.2).
ALGUNS FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA:
Divisão em capítulos feita no ano de 1250 pelo Cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras.
A divisão em versículos do AT, feita em 1445, foi realizada pelo Rabi Nathan. Do NT, em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris.
Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos em 1555.
O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos.
A Bíblia inteira apresenta 1.189 capítulos e 31.273 versículos.
Maior capítulo – Salmo 119; Menor capítulo – Salmo 117. Maior versículo – Ester 8.9. Menor versículo- Jo 11.35; Lc 20.30.
Os livros de Cantares e Ester não contém a Palavra Deus. Mas o nosso Deus opera em todo o livro por meio do Seu amor e proteção.
Há 8.000 menções a Deus sob vários nomes e 177 menções ao Diabo.
A Vinda do Senhor é referida direta ou indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. II Rs 19 = Is 37.
O AT encerra citando a palavra maldição.
O NT cita a expressão “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo” em seu final.
Há uma unidade relevante implícita à coletânea inteira dos trinta e nove livros do AT, revelando uma interconexão orgânica que se impõe no decurso dos muitos séculos que sua composição levou.
Caracterizados pela unidade marcante de propósito e de programa, segundo a Mente do Autor Divino.
Ainda dão respostas inteiramente diferentes à pergunta: Que preciso fazer para ser salvo? O homem com suas próprias buscas não consegue achar Deus.
A Bíblia é a Revelação escrita de Deus. Por meio dela, encontramos as respostas para as inúmeras perguntas que afligem nossa alma. Tais questões são insolúveis para toda a sabedoria e ciência humanas.
A própria Bíblia reivindica para si que é a verdadeira Revelação escrita de Deus, a fonte de onde deriva o conhecimento da verdade religiosa fidedigna.
Único livro que se apresenta como a revelação escrita do único Deus Verdadeiro, visando a salvação do homem, e que demonstra sua autoridade divina por meio de muitas provas infalíveis […] a Bíblia de fato traz para nós hoje a mensagem de Deus, e é tão relevante para nós hoje como o era para os hebreus na Antiguidade. (Archer Jr., 2012, p.9)
Em primeira instância, a mensagem se dirigia a pessoas que enfrentavam as questões e circunstâncias específicas da sua própria época.
Propósito: chegou até nós como um conjunto de diretrizes, diretamente da mão do Manufaturador, que inventou e produziu a humanidade. Ou seja, é o nosso Manual de Instruções do Criador.
Somos criados para ter um relacionamento amoroso com Deus a fim de viver para sua glória ou, no caso contrário, o substituímos por nosso ego como o valor mais alto da vida.
Nenhum pensador pode, com honestidade, dizer que é intelectualmente respeitável se rejeitar a inspiração divina da Bíblia Sagrada.
- As línguas nas quais o Antigo Testamento originalmente foi escrito, a saber, o hebraicoe o hebraico, ao lado das línguas semíticas cognatas (como árabe, assírio, fenício, ugarítico e siríaco), nos ajudam a entender o significado das palavras empregadas no texto bíblico.
- Ahistória do povo hebreu e dos países vizinhos com os quais tiveram
- Areligião e a cultura dessas nações não hebraicas, conforme se nos revelam os antigos autores pagãos e as descobertas da arqueologia moderna.
- A autoria dos vários livros da Bíblia uma vez que a questão sobre quem escreveuo livro tem muito a ver com seu significado e
- Adata, ou o tempo aproximado em que cada livro foi composto traz uma pista quanto às questões que confrontavam o povo de Deus.
- Asituação histórica e os problemas contemporâneos com os quais tratavam os autores divinamente inspirados, como porta-vozes de Deus.
- O texto original de cada livro, conforme existia antes que lapsos de pena ou outros erros de copistas pudessem ter sido introduzidos na forma do texto que foi preservada até nossos dias.
- A integridade do texto, isto é, se cada livro foi integralmente elaborado pelo mesmo autor, ou se os escritos de outros autores combinavam com o livro original.
- A história da transmissão do texto, isto é, a maneira pela qual cada livro foi copiadoe passado adiante nas várias famílias de manuscritos e também traduzido para as várias línguas antigas dos povos aos quais chegaram o judaísmo e o cristianismo no decurso dos séculos.
Apóstolos inspirados consideravam que o autor divino das Escrituras hebraicas era o que mais importava: a intenção do autor humano era meramente algo subordinado.
Poderia ser que o autor de uma profecia do AT não entendesse o sentido pleno do que escrevia, embora suas palavras exprimissem literalmente o propósito do autor divino que o inspirou.
Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. (Sl 16.10 ARC)
Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção. ( Atos 2:27 ARC)
Os escritores do NT viam as Escrituras Hebraicas inteiras como um testemunho a Cristo Jesus, o homem perfeito que cumpriu toda a Lei; o sacrifício e o Sumo Sacerdote das ordenanças rituais; o Profeta, Sacerdote e Rei anunciado de antemão pelos profetas.
Travessia no Mar Vermelho prenunciava o batismo cristão. | I Co 10.1,2 |
Conquista de Canaã por Josué prefigurava o descanso espiritual no qual os cristãos entram pela fé. | Hebreus 3-4 |
Chamada de Israel para sair do Egito prenunciava a experiência do menino Jesus. | Mt 2.15 |
É impossível rejeitar a historicidade dos fatos do Antigo Testamento comprovados no Novo Testamento:
FATO | TEXTO | TEXTO |
Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe | Jonas 1.17 | Mateus 12.40 |
Eva foi formada a partir de Adão | Gn 2.22 | I Coríntios 11.8,9 |
Noé entrou na arca até que o dilúvio veio e levou a todos. | Gn 7.7-10 | Mt 24.38,39 |
Desde o princípio, o Criador uniu o homem e a mulher. | Gn 2.24 | Mt 19.4,5 |
Jesus esclarece que Deus se revelara ao Moisés histórico. | Ex 3.6 | Mc 12.26 |
O Antigo Testamento apresentava a preparação da qual o Novo Testamento foi o cumprimento; era a semente e a planta e a planta da qual o NT era o fruto glorioso. Precisamente porque Jesus de Nazaré cumpriu tudo aquilo que o AT predisse, sua vida e seus atos possuíam uma finalidade absoluta, muito além de ser ele um mero sábio religioso como muitos outros.
Se Deus existe e se Ele se preocupa com a nossa salvação, esta é a única maneira que poderia transmitir esse conhecimento para nós. Tem de ser por intermédio de algum registro escrito confiável, exatamente aquilo que a Bíblia afirma ser.
Não há comparação entre a Bíblia e outros livros (Alcorão, Vedas, Livro de Mormón) quando se trata da grandeza e da clareza dos pensamentos que transmitem e do poder que exibem de penetrar na alma humana, bem como o seu poder de transformar vidas.
O homem precisa saber mais sobre Deus e sobre a alma e sobre os valores espirituais se quiser emitir um juízo válido quanto às verdades da Bíblia.
O homem depende totalmente da revelação divina para receber o conhecimento divino.
A BÍBLIA COMO PALAVRA DE DEUS:
A própria Bíblia reivindica a Si a inspiração de Deus, pois a expressão “Assim diz o Senhor” ocorre mais de 2.600 vezes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos Escritores (II Cr 20.14; 24.20; Ez 11.5).
Deus mesmo dá testemunho de Sua Palavra (Sl 78.1; Is 51.15,16; Zc 7.9,12).
Assim falou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um para com seu irmão. […] Sim, fizeram os seus corações como pedra de diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito por intermédio dos primeiros profetas; daí veio a grande ira do Senhor dos Exércitos. (Zc 7.9,12)
Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca. (Sl 78.1)
Os escritores, por sua vez, evidenciam ter inspiração divina (II Rs 17.13; Ne 9.30; Mt 2.15; At 1.16; 3.21; I Co 2.13; 14.37; Hb 1.1; II Pe 3.2).
Porém estendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos, e testificaste contra eles pelo teu Espírito, pelo ministério dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos; por isso os entregaste nas mãos dos povos das terras. (Ne 9.30)
Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador.(II Pe 3.2)
Todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas, os escritores não funcionaram como máquinas inconscientes, houve inspiração vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob a influência poderosa do Espírito Santo.
A inspiração plenária (para enfatizar o fato que a Escritura é plenamente inspirada, ou seja, a inspiração dada aos escritores da Bíblia) cessou quando foi escrito o último livro do Novo Testamento. A Bíblia apresenta apenas um sistema de doutrinas, mensagem de amor e de salvação.
Do Gênesis ao Apocalipse, há um só revelação, um só pensamento, um só propósito. Não há contradição doutrinária, histórica ou científica nas Escrituras.
Um espírito farisaico, ceticista e orgulhoso sempre encontrará falhas na Bíblia, geralmente porque já se dirige a ela com ideias preconcebidas e falsas.
“Num caso desses, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então sou eu mesmo que não consigo entender.” (Agostinho de Hipona)
O testemunho do Espírito Santo, no interior do crente, no tocante às Escrituras, é superior a todos os argumentos humanos!
Este livro te guardará do pecado ou o pecado te guardará deste livro! (Antônio Gilberto)
O Antigo Testamento é diferente de qualquer outra obra literária antes da Era Cristã sobre as quais temos notícia. Não possuímos tantos manuscritos diferentes de produções pagãs oriundas de épocas separadas no tempo como é o caso do AT.
A forte confirmação desse tipo de erro do copista é encontrada em vários relatos pagãos reservados para nós para comparação. Comparar Esdras 2 e Neemias 7.
A inspiração é afirmada pelas próprias Escrituras: Mateus 5.18 (as palavras serão cumpridas e realizadas); João 10.35 ( a Escritura não pode ser anulada);
II Timóteo 3.16 ( divinamente inspirada); Hebreus 1.1,2 (Deus fala por meio dos profetas);
I Pedro 1.10,11 (o Espírito Santo estava nos autores do AT);
II Pedro 1.21 (a profecia foi produzida pela vontade divina).
A verdade divina chega ao homem por intermédio de um encontro íntimo de “eu – tu”; é como uma corrente elétrica com seu pólo positivo e seu pólo negativo como condição para sua existência. Uma vez que o texto bíblico foi escrito por autores humanos e reconhecendo-se que todos os homens são pecaminosos e sujeitos ao erro, deve haver, alegam, erro no texto bíblico.
Mas o Deus vivo tem a capacidade de falar, mesmo por meio deste texto (que possa ter alguma falha na cópia), a ponto de atrair os crentes para um relacionamento vital com Ele, em um encontro salvador.
A Revelação não está restrita às doutrinas reveladas ou às proposições teológicas; ao contrário, consiste em um encontro direto entre Deus e o homem.
A verdadeira fé está acima das “supostas e atribuídas falhas” nas cópias dos textos bíblicos, porque está firmada na verdade transcendental da qual a Bíblia dá testemunho – uma verdade disponível no crente sempre que o mesmo tem uma experiência com Deus.
Nenhuma só sentença pode ser citada como se tivesse a autoridade de um Pronunciamento distinto do Deus santo. É preciso crer na autoridade da Bíblia escrita.
MATERIAIS DE ESCRITA DA BÍBLIA
PAPIRO– era uma folha para escrever ou pintar, feita de tiras entrecortadas da casca do papiro, planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente. Do papiro, deriva-se a palavra papel.
Quando já não podia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de junco […] (Ex 2.3 a) Poderá o papiro crescer senão no pântano? Sem água cresce o junco? (Jó 8.11)
Que manda emissários pelo mar em barcos de papiro sobre as águas. (Is 18.2 a)
Esse manuscrito é um pequeno pedaço de papiro que os estudiosos datam do ano 125, ao menos 30 anos depois da morte de João, o autor do Evangelho. Esse fragmento tem texto nos dois lados; na parte anterior traz o texto em grego de João 18,31-33 e na posterior os versículos 37-38 do mesmo capítulo.
“Fragmento de São João” encontra-se na Biblioteca John Rylands, em Manchester, na Inglaterra.
Disponível em: https://www.abiblia.org/ver.php?id=9965. Acesso em 28 ago. 2023.
PERGAMINHO – consiste em peles principalmente de carneiro ou ovelha, submetidas a banho de cal e depois raspadas e polidas com pedra pomes. Após a raspagem são lavadas e novamente raspadas e postas a secar em molduras de madeira para evitar pregas ou rugas. Recebem uma demão de um pigmento branco (alvaiade).
Mencionado na Bíblia em II Tm 4.13: “Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos.”
É mais durável. Seu nome é oriundo de Pérgamo, capital de um reino que ocupou grande parte da Ásia Menor, sob Eumenes II (197-159 d.C.), que planejou formar uma biblioteca maior que a de Alexandria. Por inveja, o rei do Egito proibiu a exportação de Papiro e, assim, surgiu o pergaminho, preparado a partir de peles.
Originalmente, a Bíblia foi escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo: Biblos – um rolo de papiro de tamanho de tamanho pequeno era chamado “biblion” e vários destes eram chamado uma Bíblia. Preparado de modo especial, chamava-se velo. Tornou-se comum a partir do séc. IV a.C.
O Pergaminho de Isaías, usado no estudo dos pesquisadores holandeses. Crédito: Ardon Bar Hama/The Israel Museum/Wikimedia Commons
Disponível em: https://revistaplaneta.com.br/decifrado-codigo-dos-manuscritos-do-mar- morto/. Acesso em 28 ago.2023
Originalmente, cada livro bíblico era um rolo. A invenção do papel no séc. II, pelos chineses, possibilitou isto. Depois, a invenção da imprensa de Gutemberg em 1450 d.C. permitiu a difusão do texto bíblico que, até então, era manuscrito de forma bem laboriosa.
Embora haja diversas invenções, ao longo dos séculos, o Senhor velou por Sua Palavra, permitindo que chegasse até nós.
Johannes Gutenberg foi um inventor alemão que criou a prensa e fez com que os livros fossem produzidos em massa. A prensa de Gutenberg deu início a um grande negócio comercial que se expandiu internacionalmente nos séculos seguintes.
A Bíblia de Gutenberg é considerada uma obra-prima por causa de sua tipografia gótica delicadamente impressa em cada página, descreve a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
E, na época de sua criação, era um resultado bonito o suficiente para rivalizar com a caligrafia dos monges.
A relação dos livros considerados inspirados por Deus e que compõem o Antigo Testamento não são fruto de uma deliberação de uma reunião de lideranças religiosas;
A relação dos livros que o povo já reconhecia como sendo oriundos de registros divinamente inspirados, reconhecimento popular decorrente da própria operação do Espírito Santo na vida destas pessoas: “No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.” (Dn 9.2);
A lista mais antiga dos livros bíblicos foi elaborada por Melito, bispo de Sardes (170 d.C.), época na qual temos uma das primeiras menções ao cânon do Antigo Testamento.
No entanto, foi decidida apenas no Concílio de Trento, entre 1545 a 1563, quando se reafirmaram os dogmas da Igreja Protestante e fizeram a inclusão dos livros apócrifos.
A Bíblia está dividida em Antigo e Novo Testamentos. Ao todo são 66 livros. 39 no AT e 27 no NT. Escritos num período aproximado de 16 séculos por cerca de 40 autores.
Escritores pertencentes às mais variadas profissões e atividades, épocas, países, condições e regiões diferentes.
Testamento se origina do grego diatheke e significa:
Aliança ou concerto. No AT, o vocábulo era berith.
Testamento – documento que contém a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens após a morte. Cristo, o testador, confirmou a nova aliança, garantindo-nos toda a herança.
Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês. (Lc 22.20). Antigo Concerto: pacto selado com sangue de animais.
Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança.
No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem o fez. (Hb 9.15-17).
Lei (Pentateuco)- livros que tratam da origem de todas as coisas e da nação israelita. História – de Israel nos seus vários períodos.
a )Teocracia – juízes.
b)Monarquia – reino de Saul, Davi e Jônatas.
c)Divisão do Reino e cativeiro. Reinos de Judá e Israel. Cativeiro Babilônico.
d)Pós-cativeiro sob a liderança de Zorobabel em conjunto com os profetas.
Poesia – conteúdo devocional e sentimental, homem interior: Jó a Cantares.
Profecia – profetas maiores e menores referem-se ao tamanho dos livros e não à notoriedade do profeta.
Maiores – Isaías a Daniel (5 livros) Menores – Oseias a Malaquias (12 livros)
A nossa versão do Antigo Testamento veio da Septuaginta que, por meio da Vulgata, não considera a ordem cronológica dos livros.
Na Bíblia Hebraica (só o AT) a divisão dos livros é diferente.
O Novo Testamento foi classificado em quatro grupos:
Biografia – os quatro evangelhos que descrevem a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu ministério terreno e sua doutrina.
História – o livro de Atos dos Apóstolos que conta a história da Igreja primitiva e a propagação do Evangelho.
Epístolas – são vinte e uma epístolas, de Romanos a Judas, contém a doutrina da Igreja.
A) nove são dirigidas a igrejas (Romanos a Tessalonicenses);
b) quatro são dirigidas a indivíduos (Timóteo a Filemon);
c) uma aos cristãos hebreus; sete são dirigidas a todos (Tiago a Judas).
Profecia – o Apocalipse, a volta pessoal do Senhor Jesus em grande glória.
Se atentarmos para as profecias, símbolos e tipos do Antigo Testamento, também veremos o quanto Cristo ocupa o lugar central das Escrituras, cuja manifestação está no NT.
1.Preparação: todo o Antigo Testamento
2.Manifestação: os evangelhos (vida)
3.Explanação: as epístolas (doutrina)
4.Consumação: Apocalipse (cumprimento de tudo)
COMPLEMENTANDO:
PENTATEUCO: do grego, significa “cinco estojos” ou “cinco receptáculos”, indicando que se tratava de escritos que, tradicionalmente, eram copiados em cinco rolos.
Eram lidos pelos judeus nas sinagogas, após o retorno do cativeiro da Babilônia.
Até os nossos dias, os judeus leem a “Torah” completa durante um ano inteiro, tanto que o Pentateuco foi dividido em 54 porções, as chamadas “parachas”, para que esta leitura seja realizada no período exato de um ano.
Contém a Lei de Moisés“- que traz a ideia de que estamos a tratar de normas de conduta, de regras de convivência, que diz respeito à “lei”, normas de conduta, de regras morais e cerimoniais, que o povo de Israel deveria observar em seu relacionamento com Deus.
Também traz as narrativas históricas, referentes às origens do mundo e do povo de Israel, a vida dos patriarcas, a história da libertação de Israel e de sua peregrinação no
deserto, bem como passagens de louvor e adoração a Deus e até mesmo importantes e relevantes profecias.
LIVROS HISTÓRICOS: são narrativas da história de Israel desde a morte de Moisés até a salvação do povo judeu no reinado de Assuero, quando quase foram totalmente destruídos. Trata-se do mais pormenorizado e completo relato histórico de um povo da Antiguidade, que nos prova quanto Deus vela pelo Seu povo e para o cumprimento de Suas promessas.
Pertencem ao chamado “gênero épico ou narrativo” , ou seja, são livros cujo propósito é narrar, contar histórias do povo de Israel, da conquista de Canaã até a morte de Salomão. Desta forma, os livros não precisam ter sido escritos necessariamente por personagens das histórias, já que, na narração, pode, muito bem, a pessoa que está escrevendo ter acesso a fontes informativas que lhes chegaram à mão, seja través de escritos, seja através de relatos orais.
LIVROS POÉTICOS: trazem ensinamentos e os sentimentos dos seres humanos em relação a Deus e ao próximo. São assim chamados pois são “poesias”, ou seja, escritos que têm como ponto-de-vista o mundo interior do autor.
Ora, na mente do escritor, basicamente temos dois tipos de faculdades: a sensibilidade e o entendimento.
Elas traduzem tanto ensinamentos (resultado do entendimento, da reflexão), como sentimentos (resultado da sensibilidade, das emoções e sensações).
Não é de se admirar, portanto, que, no grupo dos livros poéticos, tenhamos tanto livros de ensinamentos (os chamados “livros de sabedoria” ou “livros sapienciais” ) como livros de louvores e cânticos.
LIVROS PROFÉTICOS: dentre os profetas, houve aqueles que escreveram as suas mensagens, os chamados profetas escritos.
Dentre os profetas escritos, há aqueles cujos livros são bem volumosos, os chamados profetas maiores. Deus escolheu Israel para ser a Sua propriedade peculiar entre as nações da Terra (Ex.19:5,6).
Assim, para que o povo não se corrompesse (Pv.29:18), sempre levantou, no meio de Israel, profetas, que eram Seus porta-vozes: “Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Pv 29.18), como havia sido prometido ainda no deserto através de Moisés (Dt.18:20,21), ele próprio um profeta de Deus (Dt.34:10).
Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. (Dt 18.18-20)
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
- Sugirofazê-los recordar a infância e cantar, com a turma, a canção “ A Bíblia” do Diante do Trono Infantil e testá-los para verificar a ordem dos livros numa segunda atividade. Disponível em: https://www.letras.mus.br/ana-paula- valadao/1188524/. Acesso em 28 dez. 2024.
- Também sugerimos que se faça uma competição entre duas turmas (A e B, duas cores diferentes). O componente de uma turma fala o nome do livro e o participante da turma oponente responde se é um livro histórico, pentateuco, poético, biográfico, profético etc.
REFERÊNCIAS:
ARCHER JR., Gleason L. Panorama do Antigo Testamento. ed. rev. e ampl. 4.ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
BENTHO, Esdras Costa & PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
- GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos séculos: a história e a formação do livro dos livros. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
Profª. Amélia Lemos Oliveira
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/11130-licao-1-a-organizacao-dos-livros-do-antigo-testamento-iii
Vídeo: https://youtu.be/BpZEr_YsuGk