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JUVENIS – LIÇÃO Nº 1 – COMO IDENTIFICAR E DESTRUIR SOFISMAS

Bem-vindos a mais um semestre no qual estaremos nos rendendo aos pés do Senhor e à Sua Palavra. Diante de tantas ofertas que nos são feitas no cotidiano, é urgente que orientemos nossos jovens a ficarem atentos para as ofertas, que lhes são feitas e apresentadas com argumentos falaciosos.

Primeiro, busquemos os significados do vocábulo “sofisma” no dicionário de Filosofia: “(do in.sophism; fr.sophisme; al.Sophisma; it.sofisma).

1. O mesmo que falácia.

2. Raciocínio caviloso ou que leva a conclusões paradoxais ou desagradáveis.

Nesse sentido, esse termo tem uso muito vasto, e até os paradoxos e os argumentos duplos podem ser chamados de sofismas.” (Abbagnano, 2000, p.917)

O Dr. de Filosofia, Regis Jolivet (1995, p.66), define sofisma como um “raciocínio errado que se apresenta com as aparências da verdade.

Se o sofisma é cometido de boa fé e sem intenção de enganar, chamá- lo-emos de paralogismo. Mas esta distinção, segundo a boa ou má fé, compete ao moralista. Para o lógico, sofisma e paralogismo são uma única e mesma coisa.”

Sendo assim, há muitos sofismas em voga, ou seja, mentiras trasvestidas de verdade com o fim de enganar a muitos, de conduzir os homens à perdição, confundindo-os.

Todos nós que temos as Escrituras como nossa regra de fé e prática, nos valemos do que está escrito, do registro da mensagem divina e não com base em falatórios profanos.

Precisamos agir como os crentes bereanos: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (At 17.11)

Os jovens devem ser orientados e estimulados a examinar as Escrituras. Os seus líderes precisam dar o exemplo neste aspecto, na consulta às Escrituras, na apresentação de novos fatos baseados na Lei do Senhor, promovendo atividades que tenham a Bíblia como eixo orientador das práticas cotidianas na igreja.

O propósito de Satanás sempre foi desfazer-se da Palavra Divina, utilizando- se dela mesma como sofisma para enganar as pessoas.

Vemos isto no Jardim do Éden quando procurou enganar Eva dizendo que ela não morreria por comer o fruto, mas seria como Deus:

“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gn3.5) e Eva antecipa também com um raciocínio enganoso: “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus:

Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.” (Gn3.3). Daí a necessidade do conhecimento das Escrituras para que não sejamos presas fáceis do Tentador.

Quando foi incitar a Jesus para o pecado, no deserto da Judeia, Satanás se valeu do mesmo expediente com o fim de impedir que o Filho de Deus exercesse o seu ministério.

No entanto, foi impedido de conseguir o seu intento, porque o Senhor estava preparado e tinha pleno conhecimento das Escrituras, dando-nos o exemplo, mostrando-nos como devemos vencer nestas circunstâncias. Por três vezes, o Senhor Jesus lhe disse o que “estava escrito…”

Na Igreja Primitiva, houve diversos problemas com a presença dos judaizantes, crentes que haviam se convertido ao Cristianismo, mas não queriam abandonar os ritos do Judaísmo.

Alegavam que deviam prosseguir guardando o sábado, fazendo as dietas judaicas prescritas e outros costumes para que fossem salvos. Desta forma, esses crentes, afirmavam, de certo modo, que nós seríamos salvos pelas obras, negando a necessidade da fé em Jesus Cristo e em seu sacrifício.

Neste caso, havia um perigo iminente, pois os cristãos estavam deixando de crer em Jesus para se aplicar às obras com o fim de ser salvos. Por isto Paulo repreende Pedro, pois ele tenta agradar os judaizantes infiltrados entre os gálatas. Ledo engano!

E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.

Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?

Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.

Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde. (Gl 2. 14-21)

A circuncisão e a participação das festas judaicas não indicam que uma pessoa tem compromisso com o Senhor, que está justificada dos seus pecados, porque o segredo de tudo isto está na fé em Cristo. A justificação de Abraão é anterior ao período da Lei. Portanto, é impossível associar a justificação às obras da Lei.

Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós […]

E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus. (Rm 4. 16, 20)

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados (Cl 2.16)

O argumento de que devemos ser praticantes das obras da Lei para sermos salvos é falacioso, é um sofisma que perdura até os nossos dias.

Muitos prosseguem com este ensino, querendo reduzir os efeitos do sacrifício da cruz de Cristo e, assim, atribuir a salvação ao trabalho humano. Que o Senhor nos guarde e apliquemos nossa fé apenas nEle.

Um outro sofisma que atingiu a Igreja foi o gnosticismo, por meio do qual muitas heresias invadiram a Igreja e tiveram que ser combatidas por Paulo e João.

O vocábulo gnosticismo é de origem grega “gnosis” e significa conhecimento. Sobre eles, João disse: “E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo.” (I Jo 4.3), pois apresentavam pensamentos

enganosos a respeito da ressurreição de Cristo, do corpo glorificado que Ele tinha ao ressuscitar. Arrogavam-se de serem possuidores de um profundo conhecimento espiritual e, além disto, reduzir o Cristianismo a um sistema filosófico, ao que Paulo faz suas objeções:

Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. (I Co 2.6-8)

O conhecimento proposto pelos gnósticos estava baseado na espiritualidade e na mitologia, contrariando a simplicidade da fé cristã. Como se consideravam profundos pensadores, tentavam explicar o problema do mal e os mistérios da criação.

Para eles havia três tipos de pessoas:

Os instruídos, ou espirituais, que eram eles mesmos;

Os cristãos comuns, em quem se equilibram matéria e espírito;

E, finalmente, os pagãos, ou materiais, nos quais o espírito é subjugado pela matéria.

Aplicada ao cristianismo, essa heresia ensinava que Jesus, ao ser batizado, recebeu um eon, ou seja, uma entidade superior, que fez dele um enviado de Deus, capaz de levar os homens à verdadeira “gnose“, o evangelho da redenção.

Segundo eles, o mundo foi criado pelo último “eon“, que arrebatou uma centelha da plenitude divina, com a qual deu vida à matéria. (https://bibliotecadopregador.com.br/quem-foram-os-gnosticos-o-que- significa-gnosticismo/. Acesso em 29set2024)

Pensemos em quantas espécies de gnósticos nós temos, em nossos dias, ao encontrarmos os ditos crentes que apresentam uma falsa espiritualidade e expressam um falso conhecimento das Escrituras!

Fazem rituais semelhantes a sessões espíritas, tentando conduzir os crentes a um lugar mais próximo do Senhor, usando técnicas de neurolinguística. Vigiemos irmãos!!!

A apologética da Igreja Cristã teve que ser empregada com muita veemência, porque a apologia se refere ao emprego de argumentos convincentes com o fim de converter alguém à fé cristã, de mostrar ao homem a beleza do Evangelho. É o que vemos quando Filipe evangeliza o mordomo-mor da rainha de Candace, da Etiópia:

E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?

E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. (At 8.29-31)

Além de fazer entender, o apologeta ensina. Empregar corretamente a argumentação na defesa desta fé, é o seu propósito para apontar, aos outros, as motivações das suas crenças: “ Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (I Pe 3.15)

Esta fé que professamos é de caráter racional, sabemos porque cremos, temos plena convicção, segurança e não tememos o mal, porque a nossa fé nos mantém firmes, tal como uma âncora de embarcação: “Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem.” (I Ts 5.20,21)

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Ef 2.8,9)

O Espírito Santo de Deus produz esta fé em nosso coração, pela palavra que a nós foi transmitida: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10.17) e, assim, nos tornamos exímios defensores desta Palavra.

Quando mais ouvimos, mais cremos; quanto mais cremos, mais defendemos, mais divulgamos, mais procuramos convencer a outros da Verdade que salva.

Que não deixemos de consultar as Escrituras:
Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. (Sl 119. 9-11)

SUGESTÃO DE ATIVIDADES:

Converse com a turma para verificar se houve situações nas quais alguém propôs/sugeriu que guardassem o sábado e o que fizeram.

Já foram convidados para igrejas “extremamente espirituais” nas quais as pessoas entram numa espécie de transe? Onde houve revelações?

Qual é a verdadeira revelação para a qual devemos prestar atenção?

Já criticaram a tua fé? Como você respondeu para esta pessoa?

REFERÊNCIAS:

1.BIBLIOTECA do pregador. Quem foram os gnósticos? O que significa gnosticismo? Disponível em: https://bibliotecadopregador.com.br/quem- foram-os-gnosticos-o-que-significa-gnosticismo/. Acesso em 29set.2024.

2.RESPOSTAS Bíblicas. Apologética cristã: entenda o significado e o que diz a Bíblia. Disponível em: https://www.respostas.com.br/apologetica/. Acesso em 29set.2024.

3.SOFISMA. In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.917.

Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10895-licao-1-como-identificar-e-destruir-sofismas-i

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