JUVENIS – LIÇÃO Nº 12 – O CUIDADO COM O EGO E SUAS AMBIÇÕES
Nosso estudo, desta semana, será na epístola de 3 João que está baseada em três temas: hospitalidade, orgulho e fidelidade. Falaremos sobre tais proposições no decorrer do comentário.
Em nossos tempos, precisamos cultivar os valores cristãos aprendidos e apreendidos por meio das Escrituras. Devemos agir de forma contrária à cultura de nossa época pós-moderna que está fincada no tripé do individualismo, instrumentalismo, relativismo, narcisismo.
Época na qual os jovens são orientados a atuar de forma egoísta, na qual tudo vale para ser bem-sucedido, sem dar o devido valor a padrões morais.
Período no qual se apregoa que podem fazer o que quiserem, qualquer coisa para se darem bem, pois acreditam que não há sanções para os maus atos, tal como Protágoras afirma:
“O homem é a medida de todas as coisas”, declaração na qual o homem é destacado como senhor de si, não subordinado a um Ser Superior que lhe aplique Leis a seguir.
Desta forma, Dostoiewski destaca: “Se Deus não existe, tudo é permitido.”, o que nos faz refletir acerca da importância da subordinação humana ao Seu Criador.
Quando o homem se distancia de Deus e rejeita os seus mandamentos, está fadado ao egocentrismo. É nesta situação que vemos milhares de jovens:
Individualismo – quando tudo gira em torno de si, quando muitos se tornam escravos das redes sociais e apenas se preocupam em ostentar, mostrar o que não são e não tem. Não apenas nas redes, mas no cotidiano, nas vestes e nas conversas.
Vale qualquer coisa para mentir, para mostrar-se. É possível ser influencer para ensinar a consumir? O individualista faz até isto para aparecer e tornar-se conhecido.
Instrumentalismo – quando se usa alguém para se obter o que se quer; quando apenas se trata bem uma pessoa quando precisa dela e trata mal aquelas das quais não dependem.
Relativismo – o que é anormal e antiético pode ser bom se trouxer benefícios, o momento é o que importa. O conceito de pecado não existe. O que vale é a diversão.
Por isto romantizam algumas situações que são danosas ao ser humano. O relativista procura convencer os ouvintes a aceitar o “errado” como “certo”
Vejamos o que a Bíblia diz: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em sua própria opinião!” (Is 5.20,21)
Narcisismo – semelhante ao individualismo, o narcisista está centrado em si mesmo e nas qualidades que são enfatizadas ao máximo por ele mesmo, mesmo que não sejam verdadeiras. Sua finalidade é levar o grupo a acreditar que é uma pessoa incrível, imprescindível, inesquecível.
Nas conversas em grupo, sempre enfatiza a sua pessoa como o centro dos temas a serem tratados. Ele quer plateia, quer ser tratado como alguém extremamente importante e não admite que se fale bem de alguém.
Retomando o tema da composição da epístola, Correia (2023) informa sobre o período da escrita que “não se sabe ao certo quando e onde foi escrito. João residiu por muito tempo em Éfeso, então, é possível que ele tenha escrito essa epístola de lá, entre 70 e 100 d.C.”.
O propósito do discípulo amado foi elogiar o trabalho de Gaio, um servo de Deus que não atuou segundo os “ismos” acima, porque ele cuidou dos missionários que estavam se dedicando à propagação do Evangelho.
Ele, certamente, era daqueles que faziam muito e falavam pouco, pois o evangelho está alicerçado na prática e não no discurso. De acordo com Barclay (2023)
Segundo a tradição, este Gaio foi mais tarde ordenado bispo de Pérgamo pelo mesmo João. Aqui se nos descreve isso como um homem sempre disposto e sempre preparado a oferecer seu lar. […]Aqui chegamos ao propósito principal da Carta.
Um grupo de missionários itinerantes está no caminho rumo à Igreja a qual pertence Gaio, e João pede a ele que os receba, dê-lhes todo tipo de cuidados e os encaminhe como é digno de sua responsabilidade cristã.
No mundo antigo a hospitalidade constituía um dever sagrado.[…] As pousadas eram notavelmente sujas e infestadas de pulgas […] Se os pagãos reconheciam a obrigação da hospitalidade, era de esperar-se que os cristãos tomassem ainda mais a sério.
Lembremos a recomendação de Pedro: “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração” (1 Pedro 4:9). “Não se esqueçam da hospitalidade”, diz o autor da Carta aos hebreus, e logo acrescenta: “foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos” (Hebreus 13:2, NVI).
Nas epístolas pastorais, uma viúva deve ser honrada “se exercitou hospitalidade” (1Timóteo 5:10). Paulo roga aos romanos que “praticai a hospitalidade” (Romanos 12:13). A hospitalidade devia especialmente caracterizar os líderes da Igreja. Um bispo devia ser uma pessoa disposta a hospedar (1 Timóteo 3:2). Tito é chamado a ser “hospitaleiro” (Tito 1:8).
Quando nos aproximamos da época de Justino Mártir (170 d.C.) encontramos que no Dia do Senhor os acomodados contribuíam conforme a sua vontade, e o presidente da congregação tinha o dever de “socorrer os órfãos e as viúvas, e àqueles que por enfermidade, ou por qualquer outra causa, padeçam necessidade, e aqueles que estão presos, e aos forasteiros que estão temporariamente entre nós” (Justino Mártir, Primeira Apologia, 1:67).
Na Igreja primitiva, o lar cristão era, como deveria sê-lo sempre, o lugar de portas abertas e amorosas boas-vindas. (Barclay, 2023)
Por tais motivos, podemos inferir que este servo de Deus sabia como era difícil a obra missionária, como os missionários precisavam de abrigo, de apoio e de ser acomodados, haja vista que tinham deixado suas comodidades.
O servo do Senhor sabia como eram perseguidos por amor ao Evangelho e, de modo algum, deixaria de garantir-lhes hospedagem, demonstrando o seu amor cristão.
Diferentemente de Gaio, havia Diótrefes, um crente egoísta que promovia dissensões na igreja e impedia que os crentes tivessem comunhão.
Sentia-se senhor da igreja, agindo de forma autoritária e deixando de ser receptivo aos trabalhadores da seara do Senhor.
Tais crentes que, assim atuam, são contenciosos e não mantém a comunhão no corpo de Cristo, achando que a sua denominação, o seu nicho, são os únicos dignos da salvação, achando que a redenção está na igreja e nas obras, esquecendo-se que Cristo morreu para salvar todo o mundo.
Nesta carta, João exorta os crentes a serem cuidadosos com a liderança da igreja, provendo o sustento, procurando suprir suas necessidades, seguindo o exemplo de Gaio.
Ele, também, incentiva um discípulo a permanecer fiel no seu trabalho, mesmo que enfrente resistências de alguém que exerça má influências sobre o grupo.
Por que João reconhecia publicamente os trabalhos de Gaio? Ele sabia que Gaio enfrentava dificuldades financeiras e até problemas de saúde: “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma.” (3 Jo 2). No entanto, este servo de Deus demonstrava firmeza, saúde
espiritual e perseverança no propósito de seu trabalho, que é manifestar amor ao próximo, seguindo o principal mandamento:
Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! E, se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês. (Mt 5.43-48)
Gaio sabia que podia contribuir de diversas formas para a obra do Senhor. Uma destas formas seria por meio da hospitalidade, quando acolhia os missionários e lhes dava o seu apoio em sua casa.
Quando ofertamos para a obra do Senhor, oferecendo nossos recursos financeiros, também estamos apoiando aqueles que se dedicam à obra e fazem um trabalho honesto para a glória de Deus:
Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar. (I Co 16.1,2)
Apesar disso, vocês fizeram bem em participar de minhas tribulações. Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade.
Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês. Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus. (Fp 4.14-18)
As ambições carnais de Diótrefes o conduziam a agir de forma egoísta e pretensiosa, expulsando da igreja os fiéis trabalhadores que eram acolhidos pelos irmãos.
E, além disso, ainda não tinha travas na língua, revelando o que estava em seu coração e desrespeitando a liderança superior da igreja: “Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo com suas palavras maldosas contra nós.” (3 Jo 10 a).
As maledicências deste homem se tornaram difamação contra o apóstolo. Todos sabemos que, na atualidade, a difamação é crime contra a honra de alguém, passível de pena no Código Penal Brasileiro. Que disparate! A atitude de
João estava de acordo com o que Jesus ensinou: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão.” (Mt 18.15)
Eis o que a Bíblia diz sobre quem procede desta maneira: “O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos.” (Pv 16.28). Ao contrário de Gaio, Diótrefes falava demais e fazia pouco, ou fazia o que não podia. Este evangelho, que ele vivia, é falso, não era o verdadeiro evangelho pregado por nosso Cristo.
Enquanto Gaio andava na luz e praticava a verdade, Diótrefes era ambicioso e caminhava em trevas, sem visualizar o verdadeiro propósito da pregação do Evangelho. Por isto, João solicitou a Gaio para que seguisse os bons exemplos: “Amado, não imite o que é mau, mas sim o que é bom.
Aquele que faz o bem é de Deus; aquele que faz o mal não viu a Deus.’ (3 Jo 11) Conselho que precisamos dar aos nossos jovens na atualidade, haja vista que eles precisam de referenciais, exemplos positivos para se mirarem e estabelecerem, para si, normas de conduta.
Vivemos na era dos seguidores das redes sociais e o que acontece, muitas vezes, é o simulacro, uma aparência de verdade, enquanto há pessoas em busca de verdadeiros modelos de conduta para seguir. Quando conhecem a realidade, decepcionam-se.
Na igreja, estão em busca de referenciais e, muitas vezes, decepcionam-se, pois veem que a liderança local é uma referência defeituosa. Assim, os jovens não conseguem confiar em seus líderes. Isto é um problema seríssimo. Porque o verdadeiro líder é aquele que influencia, que é modelo, que pratica o que diz, que cumpre suas promessas etc.
Sendo assim, observamos que a liderança está atrelada à prática, à referência que não se resume apenas ao discurso, mas a tudo o que está em curso.
O verdadeiro líder é altruísta, leva em conta o próximo, ama o seu irmão como a si mesmo e considera as necessidades de outrem.
Assim agia Gaio e precisamos seguir o seu bom exemplo. Com Diótrefes, aprendemos o que não devemos fazer: ele quer ser o líder, não aceita ser liderado (haja vista que teve a ousadia de se levantar contra o apóstolo do Senhor Jesus, o discípulo amado).
Tinha esta postura porque era orgulhoso, vaidoso e egoísta; com uma personalidade forte e dominante, apresentava um conceito extremamente alto de si, enquanto desconsiderava o valor dos outros. Sendo assim, posicionava-se de forma insubordinada, recusando-se a
cumprir ordens ou orientações, dando mais valor aos seus projetos, aos seus intentos, impondo-os ao grupo de forma autoritária. Não aceitava cumprir uma solicitação de ordem superior porque se considerava acima de todos. Para Barclay,
O autêntico líder cristão deve lembrar sempre que a autoridade e a bondade devem andar juntas, que jamais deve abrir espaço às demandas da ambição pessoal, que a liderança e o amor devem ir de mãos dadas.
Diótrefes fez o que fazem muitos outros ministros da Igreja: pôde ter sido muito correto, mas tomou o caminho equivocadamente para chegar a um bom fim, pois nenhuma soma de fortaleza mental pode substituir o amor. (Barclay, 2023)
Em vídeo postado, o psicólogo Davi Garbi fala sobre dez sinais de orgulho numa pessoa. Decidimos relacionar as suas proposições e apresentar as afirmações bíblicas a respeito:
1.Dificuldade de assumir seu erro. O orgulhoso não admite que errou. É o que vemos no caso de Caim quando o Senhor lhe perguntou como estava Abel, logo depois que ele o havia matado.
Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: “Vamos para o campo”. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou. Então o Senhor perguntou a Caim: “Onde está seu irmão Abel?”
Respondeu ele: “Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” Disse o Senhor: “O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando.(Gn 4.8-10)
2.Dificuldade de pedir desculpas. O orgulho impede que ele admita verdadeiramente seu erro e ele arranja desculpas para justificá-lo, mas não solicita as desculpas. É o que vemos no caso de Saul que ofereceu o holocausto no lugar do profeta Samuel e tentou justificar-se:
Perguntou-lhe Samuel: “O que você fez?”
Saul respondeu: “Quando vi que os soldados estavam se dispersando e que não tinhas chegado no prazo estabelecido, e que os filisteus estavam reunidos em Micmás, pensei: Agora, os filisteus me atacarão em Gilgal, e eu não busquei o Senhor.
Por isso senti-me obrigado a oferecer o holocausto”. Disse Samuel: “Você agiu como tolo, desobedecendo ao mandamento que o Senhor, o seu Deus, deu a você; se tivesse obedecido, ele teria estabelecido para sempre o seu reinado sobre Israel. Mas agora o seu reinado não permanecerá; o Senhor procurou um homem segundo o seu coração e o designou líder de seu povo, pois você não obedeceu ao mandamento do Senhor”. (I Sm 13.11- 14)
3.Dificuldade de pedir ajuda. Ele é muito bom no que faz. Acha que não precisa de ninguém. Orgulha-se de suas próprias obras e realizações.
É o caso do fariseu que se apresentava a Deus, mencionando as suas boas obras e de Nabucodonosor que atribuiu a si todo o poderio sobre a Babilônia, bem como as grandes construções resultantes de sua competência para governar.
A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano.
O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.(Lc 18.9-12)
Doze meses depois, quando o rei estava andando no terraço do palácio real da Babilônia, disse: “Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?”
As palavras ainda estavam nos seus lábios quando veio do céu uma voz que disse: “É isto que está decretado quanto a você, rei Nabucodonosor: Sua autoridade real foi tirada. (Dn 4.29-31)
4.Dificuldade em tomar a primeira atitude para pedir perdão. Acontece com os casais que se desentendem.
É sinal de imaturidade, pois vem seguida do receio de admitir o fracasso: ”Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Como é feliz o homem constante no temor do Senhor! Mas quem endurece o coração cairá na desgraça. (Pv 28.13,14)
5.Sempre acha que está certo e nunca fracassa. É a pessoa que não ouve conselhos. No entanto, a Bíblia nos recomenda o contrário: “Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros.” (Pv 15.22)
A salvação está na fartura de conselhos: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros.” (Pv 11.14); O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho. (Pv 13.10)
6.Tem o orgulho ferido. Dificuldade de aceitar críticas, fica ressentido quando alguém apresenta um defeito. É importante receber a crítica e saber onde está errando.
O proverbista nos recomenda: “Quem ouve a repreensão construtiva terá lugar permanente entre os sábios.” (Pv 15.31)
7.Dificuldade de se arrepender dos seus atos. Sabe que está errado e insiste em perseverar no erro até se dar mal. Ferir o orgulho pode nos conduzir a boas coisas.
A Bíblia diz que “Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente.” (Pv 29.1)
Foi o que aconteceu o sacerdote Eli que recebeu a visita do profeta anônimo e a mensagem do menino Samuel, mas preferiu persistir no erro do que se arrepender e repreender os seus filhos que estavam maculando o sacerdócio na Casa do Senhor.
Embora Israel prospere, na sua família ninguém alcançará idade avançada. E todo descendente seu que eu não eliminar de meu altar será poupado apenas para consumir os seus olhos com lágrimas e para entristecer o seu coração, e todos os seus descendentes morrerão no vigor da vida.
“ ‘E o que acontecer a seus dois filhos, Hofni e Fineias, será um sinal para você: os dois morrerão no mesmo dia. Levantarei para mim um sacerdote fiel, que agirá de acordo com o meu coração e o meu pensamento.
Edificarei firmemente a família dele, e ele ministrará sempre perante o meu rei ungido. Então todo o que restar da sua família virá e se prostrará perante ele, para obter uma moeda de prata e um pedaço de pão. E lhe implorará que o ponha em alguma função sacerdotal, para ter o que comer’ ”.(I Sm 2.27-36)
Samuel disse: “Fala, pois o teu servo está ouvindo”.E o Senhor disse a Samuel: “Vou realizar em Israel algo que fará tinir os ouvidos de todos os que ficarem sabendo. Nessa ocasião executarei contra Eli tudo o que falei contra sua família, do começo ao fim.
Pois eu lhe disse que julgaria sua família para sempre, por causa do pecado dos seus filhos, do qual ele tinha consciência; seus filhos se fizeram desprezíveis, e ele não os puniu. Por isso jurei à família de Eli: ‘Jamais se fará propiciação pela culpa da família de Eli mediante sacrifício ou oferta (I Sm 3. 12-14)
8.Coloca a culpa no outro porque não admite seus erros. É falta de responsabilidade e maturidade. Melhor admitir que vai tentar se ajustar e mudar. A mudança é necessária para a evolução pessoal, assumir o erro em si e se tornar uma pessoa melhor. Que exemplo melhor temos nós do que o de Adão e Eva?
Deus perguntou: “Quem disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual o proibi de comer?” Disse o homem: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. O Senhor Deus perguntou então à mulher: “Que foi que você fez?” Respondeu a mulher: “A serpente me enganou, e eu comi”.(Gn 3.11-13)
9.Acha que é uma pessoa melhor, superior às outras. O que possui é melhor que os outros. Está sempre cheio de si. Faz os outros acreditarem na sua superioridade. Sua
altivez não caracteriza o comportamento ideal e incomoda os outros. Por isto, provoca distanciamento. A Bíblia condena esta postura e faz recomendações a respeito:
Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga. (Gl 6.3-5)
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fp 2.3,4)
Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Mt 23.12)
Temer o Senhor é odiar o mal; odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso. (Pv 8.13)
O vaidoso e arrogante chama-se zombador; ele age com extremo orgulho. (Pv 21.24)
10.Não aceita críticas. Devolve as críticas na mesma moeda. É preciso ter autoconhecimento, pois no momento que as pessoas virem criticar, já estaremos prontos para trabalhar as críticas de forma consciente e racional.
É assim que se evolui, se progride, faz-se reflexões sobre nossos atos. Davi recebeu uma crítica de Mical diante de todos e respondeu-lhe à altura. Ambos estavam, de certa forma, com o orgulho ferido, o que foi a causa de ressentimento.
Aconteceu que, entrando a arca do Senhor na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, observava de uma janela. E, ao ver o rei Davi dançando e celebrando perante o Senhor, ela o desprezou em seu coração. […] Voltando Davi para casa para abençoar sua família, Mical, filha de Saul, saiu ao seu encontro e lhe disse:
“Como o rei de Israel se destacou hoje, tirando o manto na frente das escravas de seus servos, como um homem vulgar!” Mas Davi disse a Mical:
“Foi perante o Senhor que eu dancei, perante aquele que me escolheu em lugar de seu pai ou de qualquer outro da família dele, quando me designou soberano sobre o povo do Senhor, sobre Israel; perante o Senhor celebrarei e me rebaixarei ainda mais, e me humilharei aos meus próprios olhos.
Mas serei honrado por essas escravas que você mencionou”. E até o dia de sua morte, Mical, filha de Saul, jamais teve filhos.(2 Sm 6.16,20-23)
Como podemos notar, a Bíblia condena o sentimento de orgulho e as consequências dele oriundas. Tal sentimento, como sabemos, teve origem no coração de Lúcifer, nas mansões celestiais, de onde ele foi lançado para não mais retornar com o fim de fazer morada.
Procurou, por sua vez, inspirar este abalo moral no coração humano quando a serpente disse a Eva: “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”. (Gn 3.5) E o desejo humano de suplantar o Criador, o fez desobedecer, para ter a sensação de superioridade.
Diversos homens de Deus foram tentados desta mesma forma. Alguns sucumbiram. Mas outros servos do Senhor souberam dizer “não” ao orgulho e permanecer na presença divina, que é muito melhor.
Recusaram as benesses do cargo eclesiástico, não se vangloriaram de sua posição, recusaram o excesso de elogios, não se iludiram com isto, porque sabiam que as muitas palavras elogiosas podem inflar o ego e, consequentemente, causar um prejuízo no ministério.
Paulo foi um destes homens que não se iludiu porque as pessoas o elogiavam, mas soube discernir que a forma lisonjeira daquela mulher se referir a ele e a Silas, tinha a intenção maligna de causar-lhes prejuízo espiritual e prejudicar o seu ministério.
Somente aquele que reconhece a majestade divina sobre si, poderá operar maravilhas, porque a autoridade vem do Senhor. O apóstolo sabia muito bem disto e estava ciente do seu chamado com o fim de exaltar Aquele que o havia designado para conquistar os gentios para o Reino de Deus.
Certo dia, indo nós para o lugar de oração, encontramos uma escrava que tinha um espírito pelo qual predizia o futuro.
Ela ganhava muito dinheiro para os seus senhores com adivinhações. Essa moça seguia Paulo e a nós, gritando: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo e anunciam o caminho da salvação”. Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou indignado, voltou-se e disse ao espírito: “Em nome de Jesus Cristo eu ordeno que saia dela!” No mesmo instante o espírito a deixou. (At 16.16-18)
As Escrituras estão repletas de bons exemplos de homens fiéis e uma das formas de vermos a comunhão entre João e Gaio, no trato com a obra do Senhor, sem nenhum traço de egoísmo, se nenhuma consideração de superioridade sobre o outro, é que João o chama de “Amado” por três vezes, nos v. 2, 5 e 11. Nosso bom testemunho fica marcado pelas boas ações e seus resultados ecoam em testemunhos
verdadeiros. Que isto também ocorra conosco nestes dias, que sigamos o exemplo de Gaio e consideremos o valor do ministério de nossos irmãos, acolhendo-os.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
Conversar com os alunos sobre circunstâncias nas quais são tentados a se expor nas redes sociais com o fim de enaltecer a si mesmos e os seus feitos. Qual é a opinião deles sobre isto?
Também há possibilidades de se criar situações-problema nas quais um jovem cristão decide criar uma página no Instagram para se tornar influencer e dar dicas de moda. Isto é correto? Como deveria administrar esta página?
Criar situações-problema nas quais este jovem, senhor de si e da sua vida, é repreendido pela liderança da igreja. Como deveria reagir a tais situações?
Falar de um rapaz “sem nome” que se acha lindo, musculoso e irresistível. Por isto todas as meninas o amam e não resistem ao seu charme. Sabendo disto, ele aproveita as circunstâncias e paquera todas, até desrespeitando-as. Quais os problemas éticos surgidos deste comportamento? Como nos posicionaríamos diante deste fato?
REFERÊNCIAS:
ALLAN, Dennis. 3ªJoão, um contraste entre dois homens. Disponível em:
https://estudosdabiblia.net/jbd175.htm. Acesso em 07 set. 2023.
BARCLAY, William. 3 João. https://files.comunidades.net/pastorpatrick/3Joao_Barclay.pdf. Disponível em: Acesso em 07 set. 2023.
CORREIA, Lázaro. 3 João Estudo: Perseverança. Disponível em: https://estudobiblicoonline.com/3-joao-estudo/. Acesso em 07 set.2023.
DEZ SINAIS DE QUE VOCÊ É ORGULHOSO E NÃO SABE [Santo André.: SP], 2022.1
vídeo (18:32 min.). Publicado pelo canal Psicólogo Davi Garbi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=adklYyteX4c. Acesso em 06 set. 2023.
NASCIMENTO, Diego. Estudo da Terceira Epístola de João. Disponível em: https://www.jesuseabiblia.com/biblia-de-estudo-online/3-joao-estudo/. Acesso em 07 set.2023.
NASCIMENTO, Washington Roberto. Um Breve Estudo Na Terceira Carta do Apóstolo João. Disponível em: https://www.igrejabatistasiaospa.com.br/artigos/um-breve-estudo-na-terceira- carta-do-apostolo-joao. Acesso em 07 set.2023.
Profª. Amélia Lemos Oliveira
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/9722-licao-12-o-cuidado-com-o-ego-e-suas-ambicoes-i
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