JUVENIS – LIÇÃO Nº 12 – ZACARIAS E MALAQUIAS
Durante o governo do Rei Dário, como está registrado em Zc 1.1, o Senhor levantou mais um profeta: “No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido”. A escrita de seu livro se de3u num período de quarenta anos: 520 – 480 a.C.
Para Elissen: Os nomes de seu pai e ilustre avô, que foram sacerdotes, têm também interessantes significados: Ido significa “tempo designado” e Berequias “o Senhor abençoa”[…] Zacarias foi um sacerdote que voltou para Israel com seu pai e seu avô no primeiro retorno da Babilônia com Zorobabel (Neemias 12:4, 16).
É possível que o seu pai tenha falecido antes do retorno e que ele tivesse sido criado pelo avô (C. F. Keil, The Twelve Minor Prophets). Ido foi um dos principais sacerdotes do retorno. (Elissen, 1993, p. 334)
Era necessário que Ageu tivesse companhia, um reforço na tarefa de reanimar o povo que estava a reconstruir o templo. O reavivamento e a disposição eram imperativos para que o povo saísse da indiferença e formalismo religioso.
Sendo assim, tinha que agir, começar a trabalhar em prol de uma causa com o fim de restabelecer o ânimo. Estes profetas companheiros foram imprescindíveis na realização desta obra!
Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa. (Ag 1.9)
Portanto, assim diz o Senhor: Voltei-me para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o Senhor dos Exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém:
Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: As minhas cidades ainda aumentarão e prosperarão; porque o Senhor ainda consolará a Sião e ainda escolherá a Jerusalém. (Zc 1.16,17)
O nome Zacarias, do hebraico “Zachar-Yah”, expressa que Jeová se lembrou.
Nas Escrituras, encontramos, em torno de trinta pessoas com este nome. Embora fosse um nome bastante comum, este profeta reunia as características relacionadas à forma que foi nomeado pelos seus pais.
Seu ministério estava adequado ao seu nome. Deus levantou Zacarias para lembrar ao povo que Ele estava no controle de todas as coisas, que o povo não precisava temer a tarefa de reerguer a cidade, porque podia contar com presença e proteção gloriosa do Senhor. Zacarias é o único Profeta Menor identificado como sacerdote. Dois Profetas Maiores foram também sacerdotes: Jeremias e Ezequiel.
O templo foi terminado em 3 de março de 516 a.C., sexto ano do rei Dario:
E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu, e de Zacarias, filho de Ido. E edificaram e terminaram a obra conforme ao mandado do Deus de Israel, e conforme ao decreto de Ciro e Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia. E acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario (Esdras 6:14-15)
Observamos duas partes distintas quando fazemos a leitura de Zacarias (o livro):
a primeira se refere às oito visões que o profeta teve da parte do Senhor, por meio das quais recebeu mensagens relativas ao atual estado espiritual do povo, confirmando o que Deus já dissera por meio de Ageu, ou seja, conclamava o povo a reconstruir o templo, priorizar ao Senhor e Sua obra. O templo precisava ser reconstruído para que, no futuro, o Messias fosse recebido.
A segunda parte do livro se inicia a partir do capítulo 9 e contém diversas mensagens referentes ao futuro de Israel e do final dos tempos.
Este é um exemplo de como o Senhor, mais uma vez, renovou as promessas dos profetas anteriores ao exílio, pois o nosso Deus não deixa de renovar Suas promessas, Sua Palavra é a mesma, não importa a ocasião. O que Ele havia falado, o que havia prometido, prosseguirá dizendo, pois as promessas de nosso Deus são firmes, como diz o hino sacro.
Quando falamos em profeta messiânico, nossa primeira referência é Isaías; a segunda, é Zacarias. Ele é o segundo a mais falar da vinda do Messias, apesar da extensão de seu livro que é reduzida. A apresentação destas mensagens messiânicas é a revelação do plano de Deus para a humanidade e Zacarias cumpriu a sua missão que foi contribuir para acender e manter viva a esperança do Messias entre o povo judeu.
O livro de Zacarias, que possui 14 capítulos, pode ser dividido em duas partes:
a)1ª parte – as oito visões do profeta para o povo de seu tempo – Zc.1-8
b)2ª parte – as profecias para o futuro de Israel – Zc.9-14
Zacarias suplica para que o povo sirva a Deus com fidelidade e priorize o que é espiritual. Isto fica evidente nas profecias a respeito do Messias e do final dos tempos, porque nestes dias, o Espírito atuará de forma nunca vista. Ele se refere ao homem chamado Renovo que estará com o povo:
E fala-lhe, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR.
Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e ele levará a glória; assentar-se- á no seu trono e dominará, e será sacerdote no seu trono, e conselho de paz haverá entre ambos os ofícios. (Zc 6.12,13)
CONTRIBUIÇÕES SINGULARES DO LIVRO DE ZACARIAS:
1. Livro de Apocalipse do Antigo Testamento – visão apocalíptica dos tempos do fim, as duas vindas do Messias, obra vindoura do Messias e sua obra vindoura para trazer salvação na primeira vinda e livramento nacional de Israel na sua segunda vinda.
2. Livro muito misterioso – a profecia foi escrita esclarecer as verdades referentes ao futuro de Israel. Esclarece verdades para o povo de Deus, sua redenção e futuro nacional.
3. Zacarias em relação a Daniel – Segundo Elissen (1993, p.338-339):
Embora as profecias de Daniel e Zacarias estejam ambas cheias de conteúdo profético, suas ênfases são diferentes:
a. Daniel associou visões proféticas e predições com conteúdo histórico. Zacarias apresentou as visões e predições num contexto exortativo (Daniel 2; Zacarias 2).
b. Daniel enfatizou o futuro profético dos Tempos dos Gentios quando estes se relacionavam com Israel. Zacarias tratou quase exclusivamente do futuro de Israel, apenas observando algumas relações gentias (Daniel 2, 7; Zacarias 12:3).
c. Daniel focalizou os reis gentios e a vinda do Anticristo, mencionando o Messias somente uma vez, quase incidentalmente (Daniel 9:26). Zacarias assinala com frequência a vinda do Messias, mencionando o aparecimento do Anticristo apenas incidentalmente (11:16).
d. Daniel foi um estadista da linhagem real de Judá e desvendou a ascensão dos reinados gentios até o estabelecimento do reino do Messias na terra (Daniel 2:44). Zacarias foi um sacerdote e, de maneira característica, insistiu na reconstrução do templo, na purificação da nação e na restauração da justiça e santidade da terra (1:4, 16; 3:4; 12:10).
4. O Grande Dia da batalha do Senhor – o Senhor sairá para a peleja e se confrontará contra as nações reunidas contra Jerusalém:
Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade. E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. (Zc 14.2,3)
5.O verdadeiro valor do jejum – o Senhor presta alguns esclarecimentos relativos ao jejum; a nação tinha impôs a si própria dias de jejum em memória de diversas calamidades envolvidas na destruição de Jerusalém em 586 a.C. Eram os seguintes:
Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes? (Zc 7.5).
Assim diz o Senhor dos Exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês será para a casa de Judá gozo, alegria, e festividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz. (Zc 8.19)
MALAQUIAS
Como vimos, o ministério dos profetas Ageu e Zacarias foram imprescindíveis para o encorajamento do povo que estava a reconstruir o templo de Jerusalém. Além disso, dois homens valorosos e incansáveis também estavam comprometidos na tarefa da reedificação da cidade e na edificação espiritual do povo: Neemias e Esdras.
Com o passar dos anos, dá-se início ao surgimento do indiferentismo e formalismo religioso, o que veio implicar na própria manifestação divina no meio do povo.
Diante desta situação, o Senhor levanta mais um profeta para falar com o povo: Malaquias, aquele que veio anteceder o “período de silêncio bíblico”, no qual o Senhor não falava publicamente por meio de seus profetas.
A profecia de Malaquias se dá no período que o templo já estava edificado e havia um sistema cerimonial de culto no qual o Senhor era desonrado:
O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?
Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.
Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 1.6-8)
É perceptível, por meio do texto bíblico, que havia descomedimento no culto, o que se refletia no menosprezo ao Senhor, indiferença e formalismo que intimidam, causam obstáculos à comunhão de Deus com Seu povo.
Segundo alguns estudiosos, é possível que Malaquias tenha exercido o seu ministério no período de ausência de Neemias, no período de retorno para a Pérsia:
Mas durante tudo isto não estava eu em Jerusalém, porque no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de babilônia, fui ter com o rei; mas após alguns dias tornei a alcançar licença do rei.
E voltando a Jerusalém, compreendi o mal que Eliasibe fizera para Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da casa de Deus.
O que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. E, ordenando-o eu, purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, com as ofertas de alimentos e o incenso. (Ne 13.6-9)
Conforme a leitura acima, observa-se que Neemias, em seu retorno, encontra a irreverência, o indiferentismo e o pecado na Casa de Deus, a qual estava habitada por pessoas idólatras e inimigas do povo de Deus e da Lei do Senhor. Malaquias é considerado o livro mais novo das Escrituras Hebraicas.
Malaquias, em hebraico “Mala’kh-Yah”, que significa “anjo ou mensageiro de Jeová”, ou ainda, “seu mensageiro”. A tradição judaica sempre confirmou a existência de um profeta chamado Malaquias. Mais uma vez, Deus levantou alguém cujo nome indica a natureza de seu ministério.
Para Elissen (1993, p.342): “Além do autor, ainda há no livro três outros “mensageiros”: o mensageiro sacerdote (2:7), o mensageiro precursor (3:1) e o “Anjo da aliança”, o próprio Senhor (3:1).
O nome sugere uma forte autoridade para essa mensagem profética no final do Antigo Testamento.” Malaquias foi o último mensageiro antes do silêncio de quatrocentos anos, o último escritor do Antigo Testamento. Ministrou 1.000 anos depois do Grande Profeta Moisés, o último profeta veterotestamentário. O livro foi escrito em 430 a.C.
Um dos focos da mensagem de Malaquias é o grande problema espiritual surgido no meio do povo de Deus após o cativeiro da Babilônia. O povo foi curado da idolatria, seu remédio fora o cativeiro (II Cr.36:14-16).
Apesar disto, Israel começou a sofrer de um mal tanto ou mais perigoso: o indiferentismo, ou seja, a insensibilidade para com as coisas de Deus.
Tão mau ou pior do que adorar a outros deuses, é não reconhecer a Deus como Senhor, não dar-lhe o devido louvor e adoração. Começar a achar que as coisas de Deus são comuns e não devem ser tratadas com prioridade e dedicação. Este mal que afligia o povo de Israel, nos dias de Malaquias, também acomete a Igreja do Senhor.
Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém. E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.
Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos entregou na sua mão. (II Cr 36. 14-17)
Na Antiga Aliança, assim como nos últimos dias antes do silêncio de Deus, o povo estava desatento e tratava as coisas do Senhor com desprezo.
Assim, também acontece nos últimos dias de nossa dispensação, antes do terrível silêncio da grande tribulação, no qual muitos estarão insensíveis ao Senhor e à Sua obra.
“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”(Mt.24:12). Por isso, precisamos despertar enquanto é dia, para que não sejamos apanhados, tal como foi a geração de Malaquias, naqueles dias de trevas! :
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. (Jo 9.4)
Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. (Ef 5.14-17).
partes:
O livro do profeta Malaquias, que tem 4 capítulos, pode ser dividido em sete
a) 1ª parte – primeira mensagem- Ml.1:1-5
b) 2ª parte – segunda mensagem – Ml.1:6-2:9
c) 3ª parte – terceira mensagem – Ml.2:10-16
d) 4ª parte – quarta mensagem – Ml.2:17-3:5
e) 5ª parte – quinta mensagem – Ml.3:6-12
f) 6ª parte – sexta mensagem – Ml.3:13-4:3
g) 7ª parte – conclusão – Ml.4:4-6
Em Malaquias, o desagrado divino com diversos aspectos da vida cotidiana do Seu povo estava plenamente explícito e, por meio de seu profeta, Israel é orientado a retornar aos estritos caminhos da Sua vontade.
CENÁRIO RELIGIOSO
1.Apesar de o templo ter sido reconstruído (516), o sistema de culto restaurado de maneira digna por Esdras (457) e o muro da cidade reconstruído (444), o estado espiritual dos judeus estava de novo em um nível muito baixo.
O povo tinha deixado de dar o dízimo, e em consequência as colheitas fracassaram. Os sacerdotes, vendo-se no desamparo, tornaram-se descuidados e indiferentes para com as funções do templo.
A moral mostrava-se frouxa e havia frequentes contatos compromete dores com os pagãos circunvizinhos. […] Reagindo a todas essas frustrações, os judeus tornaram-se orgulhosos, arrogantes e opressores para com as pessoas em geral, e impacientes e céticos para com o Senhor.
Essa atitude de estagnação espiritual ficou demonstrada de diversas maneiras:
a. Indiferença religiosa para com a Lei e as ofertas, enquanto acusavam Deus de ser indiferente ao bem ou ao mal (1:6- 10; 2:17).
b. Indiferença moral para com os votos de casamento. Eles casavam-se com mulheres pagãs após divorciarem-se das mulheres judias (2:11-16).
c. Pecados sociais de perjúrio, fraude e opressão do fraco (3:5).
d. Egoísmo material ao roubar de Deus os seus dízimos (3:8- 10).
O primeiro problema apontado por Malaquias, no entanto, foi a falha do povo de lembrar-se do amor da aliança de Deus para com eles (1:2 e ss.).
Foi essa falha que os levou à falta de visão, à falta de apreciação e à prática dos pecados de queixas e indiferença que se lhe seguiram. A última recomendação do profeta foi “Lembrai-vos da lei de Moisés” com as suas promessas e admoestações (4:4).
Recomendou-lhes também que esperassem pela vinda de Elias que aplicaria aquela lei durante o seu julgamento de restauração (4:5-6). (Elissen, 1993, p.344-345)
O Senhor promete um outro profeta que, como Elias, chamaria o povo ao arrependimento, numa referência ao último profeta, João Batista, tal como o próprio Jesus afirmou depois.
Ele evidenciou que, em breve, viria o “Sol da justiça”(Ml.4:2) para promover o relacionamento definitivo entre Deus e o Seu povo. Até para um povo indiferente e formal, Deus não deixa de manter vivas, na memória, as Suas promessas.
CONTRIBUIÇÕES SINGULARES DE MALAQUIAS:
1. Grandeza de Deus- o profeta enfatiza a grandeza divina três vezes, porque seu propósito é apontar a honra devida ao nome do Senhor que aparece dez vezes (1:6, 11, 14; 2:2; 5; 3:16; 4:2).
O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome? (Ml 1.6)
Mas desde a nascente do sol até o poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o Senhor dos Exércitos. Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, e o seu produto, isto é, a sua comida é desprezível.
E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o que foi roubado, e o coxo e o enfermo; assim trazeis a oferta.
Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o Senhor. Pois seja maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios. (Ml 1.11-14)
2. Muitas citações divinas em Malaquias – várias falas do profeta são introduzidas com “Assim diz o Senhor! uma demonstração de que o Senhor falava por meio do profeta. Também identificou -o como “Senhor dos Exércitos” por vinte e quatro vezes.
Esta é uma designação apropriada para esse livro de julgamento e promessa, diante de um Israel virtualmente sem poder próprio. Epíteto (designação) mais que apropriado para destacar o propósito do livro que é julgamento e promessa.
3. Método de perguntas e respostas – a grande maioria dos profetas não empregou esta metodologia nas suas arguições, mas o profeta Malaquias foi uma exceção.
Fez uso de estilo que chama a atenção dos ouvintes e enfatiza as verdades que deseja transmitir. Ele reproduz e faz perguntas de caráter retórico, assim como Jesus fazia. São indagações que já trazem, consigo, as respostas:
Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó,
[…] O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?
7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.
8Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 1. 2, 6-8)
4. A religião corrompida de Israel – a fé do povo israelita estava se degenerando e os sinais estavam manifestos nos questionamentos (sinais de falta de fé) do amor divino, não davam ao Senhor a devida honra, não temiam a Palavra do Senhor como antes, nem observavam que nosso Deus é Justo e Santo.
Por isto, não aceita ofertas deficientes deste reconhecimento. As oferendas deveriam envolver todo o ser, desde a inteireza do animal oferecido à inteireza do caráter do ofertante.
No entanto, havia muitos que estavam “flertando” com a feitiçaria, cometendo adultério, aderindo à fraude, oprimindo o pobre e quebrando juramentos.
A infidelidade ao Senhor também se manifestava nos casamentos e muitos se divorciavam das esposas judias para se casarem com as mulheres pagãs. Sendo assim, Malaquias prenuncia a vinda de um profeta do tipo de Elias que combaterá o pecado ferozmente.
Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
O Senhor destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao Senhor dos Exércitos. Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. (Ml 2. 11-15)
5.Israel peca roubando a Deus – quando Israel roubava ao Senhor nos dízimos e nas ofertas, estava roubando a si próprio, porque o resultado desta atitude era o fracasso das colheitas.
Tudo o que amealhavam vinha da parte do Senhor. Além disto, o hábito de sonegar os dízimos e ofertas conduz à caute4rização da consciência, haja vista que se tornou um pecado repetido, costumeiro.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 3.10,11)
6.Promessa da volta de Elias – esta é a última promessa do Antigo Testamento, referente ao Grande e Terrível Dia do Senhor, quando Ele enviará o Seu Profeta.
Vejamos o que Elissen (1993, p.347-348) nos diz a respeito quando menciona o trabalho dos profetas Elias e Enoque, associando-o ao ministério de João Batista:
Elias e Enoque foram os dois únicos homens que não passaram pela morte: o Senhor os trasladou para o céu (Gênesis 5:24; 2 Reis 2:11; Hebreus 11:5).
Enoque foi o primeiro a anunciar a vinda do Senhor com grande juízo (Judas 14-15) e Elias será o último (talvez com Moisés, Mateus 17:11; Apocalipse 11:3 e ss.).
Embora João Batista tivesse sido semelhante a Elias na sua obra de preparar Israel para o Messias, não foi realmente Elias (Mateus 11:14; 17:11-12; João 1:21).
João Batista foi o precursor profetizado por Isaías 40:3 e Mateus 3:3, e o mensageiro de Malaquias 3:1. Elias virá para terminar a obra por ele principiada no tempo de Acabe de censurar a idolatria nacional e restaurar as famílias de Israel, antes do grande e terrível Dia do Senhor (4:5-6).
Na tradição hebraica, Elias é “o maior e mais fabuloso caráter já produzido por Israel. É ele quem abre as portas secretas pelas quais os mártires fogem, quem providencia dotes para as infelizes filhas dos pobres.
Há para ele uma cadeira em todas as circuncisões, e um cálice de vinho em todas as mesas de Páscoa. Ele está nas encruzilhadas do paraíso a fim de saudar todas as pessoas virtuosas.
Será o precursor do Messias, anunciando-o no novo mundo onde já não haverá sofrimento para Israel e todos os povos” (Abram Leon Sachar, A History of the Jews, págs. 50 e ss.).
Em 1 Reis 17, Elias parece ter surgido do nada e desaparece de maneira semelhante em 2 Reis 2. Entretanto, sua austera figura ainda subsiste na memória reverente dos judeus enquanto esperam encontrar-se com ele, conforme anunciado por Malaquias. Entretanto, para trazer paz, sua obra será de julgamento em primeiro lugar.
7.Últimas palavras de Malaquias – esses últimos três versículos são considerados um complemento aos livros dos Profetas. Seu conteúdo envolve a Lei e os Profetas em Moisés e em Elias. Trata-se de um texto de
caráter progressivo porque aponta para o Messias e Seu Precursor. Estas últimas palavras estavam indicando novos começos.
Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição. (Ml 4. 4-6)
REFERÊNCIAS:
CHAMPLIM, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. 2.ed. São Paulo: Hagnos, 2001, v.5
ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 1993.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1. Como estão os preparativos para a maratona bíblica dos profetas com a tua turma?
2. Explique, em detalhes, como funciona a entrega do dízimo. É importante enfatizar que não pagamos o dízimo. Não se trata de uma taxa a se pagar na igreja, mas o doamos ao Senhor e deve ser feito sem nenhum constrangimento:
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. (II Co 9.6,7)
3. Não deixe de falar sobre a importância da profecia de Malaquias que teve a finalidade de corrigir os maus comportamentos e da profecia de Zacarias que estimulou os bons comportamentos. Deus fala conosco de acordo com a nossa necessidade.
Profª. Amélia Lemos Oliveira
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10615-licao-12-zacarias-e-malaquias-i
Vídeo: https://youtu.be/8v1UMFm0eTQ