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JUVENIS – LIÇÃO Nº 2 – A VIDA EM SOCIEDADE E AS IDEOLOGIAS

Deus criou a grande maioria dos seres com características gregárias, ou seja, foram formados com o fim de viver em sociedade, de compartilhar saberes, de trocar e comunicar afetos, realizar atividades similares etc.

Este atributo de sociabilidade já parte do nosso Deus que é uma trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. No momento da criação, o Senhor já dissera: “Então o Senhor Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18).

Estava estabelecida a sociabilidade humana como princípio para nossas vivências, pois precisamos de alguém para nos auxiliar e corresponder às nossas necessidades, assim como precisamos condizer com as necessidades de outrem.

A Trindade trabalha unida: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gn 1.26) Seu propósito era o mesmo na criação, embora estivesse trabalhando em conjunto, o que explica a sociabilidade do Ser Divino.

A dimensão social do viver humano é estudada por uma ciência chamada Sociologia que, na sua origem, surgiu como uma superação da Teologia.

Ela apresenta diversos pensamentos válidos. A partir do séc. XIX, a crítica bíblica tem se apropriado de reflexões sociológicas para fundamentar seus estudos.

Com o desenvolvimento da Sociologia, muitos teólogos vêm procurando desenvolver conceitos que os levem a compreender a Bíblia e as relações sociais que nela se desenvolveram.

De “Socio” (companheiro, ajudador, auxiliar) + “logia” (estudo), temos o estudo das relações sociais do homem que vive em sociedade. Não apenas o homem, as abelhas, formigas e cupins, também se organizam em coletividade.

Filósofos, do período Iluminista, como John Locke, Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau (sec XVIII) afirmaram que o homem é um ser gregário e vive em grupos.

Aristóteles, nascido em “384 a.C.”, afirmou que ““O homem é, por natureza, um animal político.” Isto quer dizer que ele foi criado para viver em sociedade, que é próprio da natureza humana, o ato de agregar-se e estabelecer regras de convivência.

Daí a necessidade da criação da família, das comunidades menores, das cidades e, por fim, do Estado, cujos poderes vemos apontados por Montesquieu e contratos sociais apontados Rousseau, para que a sociedade se organize e atenda ao bem comum.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/iluminismo/. Acesso em 04out.2024

Os filósofos, apresentados, nos revelam o que o ser humano precisa para viver em sociedade. A partir destas pressuposições, verificaram que, por causa da sociabilidade, o homem age de modo diferente quando está só. Ou seja, a convivência social torna-se um interferente nas suas ações.

Observando fatos das Escrituras, é possível fundamentar tais circunstâncias que explicitam a necessidade de interação e convivência com outros. Em Gn 11.6-9, no episódio da Torre de Babel, observamos que Deus destruiu a comunidade, mas a sociabilidade (um princípio) prevaleceu, porque os homens de lá saíram em grupos:

E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.

Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.

Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra. (Gn 11. 6-9)

Para formar uma nação especial, um povo zeloso e de boas obras, primeiramente Deus chamou Abraão (um indivíduo): “

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.” (Gn 12.1,2)

Abraão alcançou a plenitude, a autorrealização ao viver em sociedade, quando organizou uma comunidade que, junto a Ele, aderiu ao chamado do Senhor:

Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la.

E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pôs tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram. E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda.

E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele. (Gn 18.6-10)

Jesus revela o surgimento de uma nova comunidade, na qual todos trabalharão em harmonia, visando o bem do próximo, sem atentar para o que é seu, mas para o que é dos outros:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” (Mt 16.18).

O apóstolo Paulo fala da igreja como uma sociedade, como um grupo formado a partir de um só propósito, de um só fundamento e afeição, de um só direcionamento do Santo Espírito de Deus:

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.

E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus;

Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito. (Ef 2.14 -22)

Esta é a Igreja Eleita pelo Senhor, que atuou na Terra segundo os Seus propósitos, convivendo como o verdadeiro povo de Deus, cujo destino é céu, cuja finalidade é a salvação, dando testemunho de Cristo, demonstrando que é um grupo social distinto.

A sociedade não é uma utopia, é a uma realidade. É por isto que o Senhor elegeu o Seu povo, o seu grupo social que possui leis e regras contidas nas Escrituras, as quais são próprias na nova dimensão social de vida na qual os salvos vivem.

E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. (Ap 21. 2,3)

A organização da sociedade é dependente das relações entre os homens. Assim como há leis que regem a natureza, há leis que regularizam, disciplinam a sociedade, que estruturam os fenômenos sociais e orientam os comportamentos.

Émile Durkheim (1858 – 1917), um sociólogo francês, foi o primeiro a criar a Cadeira de Sociologia e, em sua pesquisa, destacou o papel da Consciência Coletiva e da sociedade como um Ser à parte do homem que regula sua vida, trazendo regras.

Também destacou o papel das gerações mais velhas que introjetava valores nas gerações mais novas.

Tudo isto nos faz recordar as famílias israelitas que depositavam, no patriarca, esta função de socializar os filhos e encaminhá-los nos princípios da Lei do Senhor:

“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” (Dt 6.6,7)

Com o tempo, esta liderança centrada no patriarca familiar (responsável pelos valores da família e pela educação religiosa) também vai se orientar para o líder espiritual levantado por Deus, como Moisés por exemplo:

“Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito. Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.10,11)

Depois, o povo foi se multiplicando e, após a morte de Moisés, Josué levantou um líder para cada tribo. Vemos, portanto, que a organização social, do povo israelita se modificou e o povo se estabeleceu em territórios separados, tal como Calebe, líder dos judaítas:

Então Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra que pisou o teu pé será tua, e de teus filhos, em herança perpetuamente; pois perseveraste em seguir ao Senhor meu Deus.

E agora eis que o Senhor me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos; E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é agora a minha força, tanto para a guerra como para sair e entrar.

Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que estavam ali os anaquins, e grandes e fortes cidades.

Porventura o Senhor será comigo, para os expulsar, como o Senhor disse. Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné, a Hebrom em herança. Portanto Hebrom ficou sendo herança de Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, até ao dia de hoje, porquanto perseverara em seguir ao Senhor Deus de Israel. (Js 14. 9-14)

O povo ainda não estava satisfeito, não queria um líder na tribo. Vieram muitas dificuldades, guerras com outros povos vizinhos. Era preciso uma liderança mais intrépida e disposta a conduzir o povo nas diversas batalhas.

Então surgiram os juízes: “Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu? […]

E o Senhor lhe disse: Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem.” (Jz 6.8-10)

A insatisfação do povo israelita era sem medidas e, por causa disto, o nível de progressão da organização daquela sociedade só foi aumentando.

É preciso considerar que todos os líderes tinham o dever de estar comprometidos com Deus e Sua Lei, senão haveria prejuízo de atuação na liderança, trazendo infortúnios para todos.

Sendo assim, observamos que a prosperidade do povo dependia do temor a Deus, o qual provinha primeirameiramente do líder. Quando o rei era fiel, todo o povo era beneficiário das bênçãos divinas. Se ele errasse, o mal viria sobre o povo:

Então respondeu um dos moços, e disse: Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra, e prudente em palavras, e de gentil presença; o Senhor é com ele. (I Sm 16.18) Obs. Davi ainda não rei, mas já era dotado da unção divina.

E pesou o coração de Davi, depois de haver numerado o povo; e disse Davi ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém agora ó Senhor, peço-te que perdoes a iniquidade do teu servo; porque tenho procedido mui loucamente.

Levantando-se, pois, Davi pela manhã, veio a palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo:

Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça. Foi, pois, Gade a Davi, e fez-lho saber; e disse-lhe:

Queres que sete anos de fome te venham à tua terra; ou que por três meses fujas de teus inimigos, e eles te persigam; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.

Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do (I Sm 24.10-15)O aspecto religioso revela, de forma concreta, o estado de uma sociedade.

Os princípios bíblicos devem nortear a nossa conduta e orientar as nossas decisões. Um dos fundadores da Sociologia, o alemão Max Weber (1864-1920), escreveu o livro do século XX, eleita a como a melhor obra do século, uma obra-prima nominada “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. A que se refere o sociólogo?

À conduta dos cristãos que viviam na América do Norte, aos puritanos que seguiam as Escrituras e colonizaram a América (EUA) sob o fundamento da Palavra de Deus.

Qual foi o segredo da prosperidade dos Estados Unidos? O segredo estava na ética (na conduta) protestante.

Uma nação que sabia fazer bom uso do dinheiro, empregando-o para o bem, visando o progresso de seus filhos.

A criação de universidades e de bancos para investimentos financeiros também contribuíram para este progresso.

Sendo assim, podemos observar como como o estudo sociológico contribui para compreender e explicar a organização das sociedades. É deste modo que o padrão bíblico subsidia o progresso de uma nação.

Em sua obra Inimaginável (2018), Johnston, fala exatamente sobre a visão de mundo (cosmovisão) sobre a qual uma sociedade é construída.

Explicita o papel do Cristianismo nas Américas e a sua contribuição para a prosperidade e para a promoção da paz, da liberdade, da moralidade até um certo período da História.

Lamentamos que não seja mais assim, porque a secularização se difundiu a tal ponto que muitos americanos começaram a rejeitar as Escrituras.

Acredito que o “fator Jesus” é muito mais do que um bastião contra distorções perigosas do teísmo, tais como vemos na violência e extremismo islâmicos.

O cristianismo e uma vida vivida de acordo com a Bíblia servem-nos de proteção contra inúmeras coisas negativas. O próprio padrão de vida de que desfrutamos no Ocidente provavelmente acabaria se o cristianismo desaparecesse.

Sem cristãos, éticas cristãs e uma visão do mundo cristã, quanto tempo mais durariam a autonomia, a liberdade e a moralidade?

Até mesmo o conceito de verdade e absoluto está desaparecendo na atual sociedade que se apresenta altamente subjetiva, pós-moderna e pós-cristã.

O cristianismo, tal como se expressa no Antigo e Novo Testamentos, faz-se necessário para o florescimento da liberdade. Contudo, foi somente após o surgimento da Bíblia que as ideias de liberdade universal – isto é, liberdade como um direito para todas as pessoas – foram estabelecidas.

Naturalmente, é provável que muitos afirmariam que o cristianismo – embora nem de longe tão tóxico como o islã radical – retarda o progresso e que os muitos desenvolvimentos positivos testemunhados na história desde o surgimento da igreja cristã simplesmente continuariam e, de fato, provavelmente acelerariam.

Declarações, como essa, entretanto, não refletem os fatos da história, pois a Europa pagã, primitiva e violenta, transformou-se nos primeiros séculos da Era Cristã e deu um salto à frente das culturas orientais em termos de educação, tecnologia, ciência e direitos humanos.

Essas crenças também não reconhecem o que aconteceu na Alemanha e na Rússia, por exemplo, quando líderes anticristãos agressivos ganharam o poder e puseram-se a trabalhar para demonstrar a cultura cristã. Realmente, não precisamos imaginar o terror que preenche o vácuo cultural quando o cristianismo cai em colapso. (JOHNSTON, 2018, p.23-24)

A situação destes países é reflexo da ideologia. O que vem a ser a ideologia? No trecho acima, observamos que a ideologia cristã orientou a formação da nação americana e da Europa na Idade Média. No entanto, o descuido e a desvalorização dos princípios cristãos trouxeram prejuízos para estes povos:

“Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança.” (Sl 33.12) A felicidade, o progresso de um povo, a pacificação, a liberdade, a concessão de direitos etc. resultam do cumprimento às Leis Divinas.

As ideologias não-cristãs têm origens diferenciadas. Marilena Chauí (2000, p.29) refere-se às origens da ideologia, conceituando-a sem referir-se ao Cristianismo como seu referencial:

Assim, cada fase do espírito humano leva-o a criar um conjunto de ideias para explicar a totalidade dos fenômenos naturais e humanos – essas explicações constituem a ideologia de cada fase.

Nessa medida, ideologia é sinônimo de teoria, esta sendo entendida como a organização sistemática de todos os conhecimentos científicos, desde a formação das ideias mais gerais, na matemática, até as menos gerais, na sociologia, e as mais particulares, na moral.

Como vemos, a ideologia é produzida pelos sábios que recolhem as opiniões correntes, organizam e sistematizam tais opiniões e, sobretudo, na última etapa do progresso, corrigem-nas, eliminando todo elemento religioso ou metafísico que porventura nelas exista.

Sendo o conhecimento da formação das ideias, tanto do ponto de vista psicológico quanto do ponto de vista social, sendo o conhecimento científico das leis necessárias do real e sendo o corretivo das ideias comuns de uma sociedade, a ideologia, enquanto teoria, passa a ter um papel de comando sobre a prática dos homens, que devem se submeter aos critérios e mandamentos do teórico ou do cientista antes de agir. (CHAUÍ, 2003, p.29)

É impossível falar de ideologia sem mencionar esta obra de Chauí (que, de certa forma, tornou-se um clássico).

A autora aponta que a ideologia “passa a ter um papel de comando sobre a prática dos homens, que devem se submeter aos critérios e mandamentos dos teóricos ou do cientista antes de agir”.

Esse trecho nos revela a essência da função da ideologia numa sociedade, porque ela é o pensamento oculto que rege os comportamentos das pessoas.

Numa sociedade cristã puritana, as pessoas viviam de acordo com as Escrituras e suas condutas, sua moralidade, os seus discursos, as suas produções seguiam esta linha.

Se atravessarmos os séculos e formos para Paris (2024), no período das Olimpíadas, estaremos numa sociedade europeia, ateísta, onde o nome do Senhor foi banido, as Escrituras são totalmente desvalorizadas, não há moralidade e a promiscuidade é generalizada.

E, como diz a personagem de Fiódor Dostoiévski para confirmar: “se Deus não existe, tudo é permitido”.

Vemos, portanto, que, nas produções, na conduta, na moralidade, nos discursos, não há nenhum apreço pelas Escrituras, nem pelo Criador do Universo, porque o homem está vivendo segundo a natureza pecaminosa, na vil carnal concupiscência.

Como os nossos jovens precisam reagir diante das ideologias do nosso tempo? A nossa revista assinala o exemplo de Daniel e seus amigos que, numa sociedade idólatra, entregue ao paganismo e imoralidade, escolheram servir ao Senhor e buscar a face do Altíssimo, escolheram conduzir-se exemplarmente de acordo com a Lei Divina e não se contaminar com o manjar do rei, escolheram reservar-se para não se envolver com a promiscuidade etc.

Vejamos que se trata de uma questão de escolha, do poder de decisão, de uma deliberação da vontade, atributo de nossa alma, do homem interior. É preciso ser intrépido e buscar continuamente a face do Senhor para vencer o mundo e as suas ofertas.

Eis o segredo de Daniel: “E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia.” (Dn 1. 8) Propôs no seu homem interior, na sua alma, é uma decisão interna.

Não se trata do órgão em si, é uma figura de linguagem. Recusou-se a aderir a todos os tipos de prazeres.

O resultado disto:

“Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos.” (Dn 1.17)

As Escrituras sempre demonstram os resultados positivos para todos aqueles que se recusam a aderir positivamente às ideologias contrárias às Escrituras de seu tempo.

Consideremos, portanto, que sempre houve ideologias que contrariam a Palavra de Deus em todas as culturas, desde o período da Torre de Babel e, em nossos dias, se agravam mais ainda. O crescimento e organização de sociedades que rejeitam

ao Criador e as Escrituras aumenta cada vez mais. Por isto, devemos estar preparados para rejeitar tudo aquilo que tem origem nas trevas, sem aplaudir, sem nos alimentar de suas ideias, de suas informações, de suas filosofias etc (como aqueles jovens), muito menos “dar likes” para situações embevecidas de valores anti-cristãos.

Não é conveniente que jovens cristãos façam parte de comunidades virtuais que tenham concepções que contrariem a Bíblia. É preciso associar-se apenas com quem partilha uma fé verdadeira prevista na Palavra de Deus.

Aqueles jovens estavam dispostos a sofrer o dano e, mesmo assim, não mudaram os propósitos que tinham assumido em suas vidas: honrar o Senhor em Seu viver:

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.

Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.

Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá. (Sl 1. 1-6)

O jovem que tem o seu prazer na Lei do Senhor e dela se alimenta, está bem enraizado, produz frutos, sua conduta é ilibada, dá um bom testemunho, o seu caminho, ou seja, a sua conduta é oriunda de princípios que subsistem aos séculos, princípios firmes e imutáveis.

Porque “Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.” (Sl 1.4), eles não têm perenidade em suas ações, atuam de modo negligente, sem comprometer-se com nenhuma regra que venha reger suas ações, por isto o salmista os compara como a moinha que o vento espalha sem o devido destino (“Deixa a vida me levar, vida leva eu”).

Esta é a ideologia de homens que não querem submeter-se ao Senhor e à Sua Palavra. Espalhados pelo vento, tratam a vida como um vapor de fumaça, sem saber o que acontecerá amanhã, vivendo ao sabor das circunstâncias: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.” (Tg 4.14)

Isto é um perigo! Pois o irmão do Senhor nos orienta a dizer: “Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.” (Tg 4.15) Empregar a vida sem considerar a soberania divina é um perigo.

Nossos jovens precisam estar cientes de que todos os atos têm consequências e, até mesmo, uma postagem mal-feita pode causar problemas. Sendo assim, é nossa função, enquanto Igreja, orientá-los a respeito.

SUGESTÃO DE ATIVIDADES:

– Falem sobre a escola secular, os meios de comunicação, as propagandas e a presença de ideologias que têm surgido neles. Melhor seria que você levasse exemplos como livros, vídeos, letras de músicas etc.

– Vejam como eles estão lidando com estas ofertas no cotidiano.

REFERÊNCIAS:

1. CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. 2.ed. rev. e ampl. São Paulo: Brasiliense, 2003, Col. Primeiros Passos, v.13.
JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: o que o nosso mundo seria sem o Cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10909-licao-2-a-vida-em-sociedade-e-as-ideologias-i

Vídeo:  https://youtu.be/V9rvPToGBcc

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