JUVENIS – LIÇÃO Nº 5 – O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
No último comentário, falamos sobre a atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento e isto explica as motivações pelas quais a terceira pessoa da Trindade atuava em prol da salvação humana, para que o homem fosse restaurado à comunhão com o Criador, reafirmando o compromisso com Ele.
Desta forma, as profecias foram concedidas em momento específicos e, esporadicamente, vinham contribuindo para a restauração espiritual do povo israelita. Havia muito mais a fazer e a plena renovação daquele povo se daria com a vinda do Consolador.
A promessa do Espírito Santo feita pelo profeta Joel nos diz que tal bênção alcançaria toda a carne e, no Novo Testamento, o apóstolo Pedro confirma esta profecia; além disto, prossegue afirmando (At 2.16-18) que todos os chamados pelo Senhor receberão os benefícios desta dádiva celestial:
E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. (Jl 2.28,29)
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. (At 2.39)
A presença gloriosa do Consolador também foi uma promessa de Cristo Jesus, porque os discípulos lamentavam-se que ficariam sem o Seu Mestre.
Como seriam suas vidas sem a doce companhia do Filho de Deus? Simão Pedro já havia confirmado que o Senhor era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16) e o seu reconhecimento é a declaração de que o Senhor era o Ungido, o Filho de Deus cheio do Espírito Santo, que fora comissionado para o exercício da pregação, da cura e libertação dos oprimidos. Separar-se deste referencial significava perder o direcionamento:
“Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” (Jo 6.68) Cristo era o único alvo, propósito de suas vidas. Perceberam que não havia mais possibilidades de buscar outros caminhos, pois o caminho já fora encontrado.
Quando Cristo lhes revela que os discípulos seriam perseguidos por causa da pregação do Evangelho, que seriam expulsos das sinagogas e que até poderiam perder a vida por causa da pregação, está orientando os seus pares a apegar-se a uma força maior com o fim de suportar as provações que virão.
No entanto, ao mesmo tempo que menciona a perseguição, também fala de sua partida. Duas péssimas notícias numa mesma conversação. E agora? O que seria dos discípulos? Enfrentariam perseguições sem o apoio de seu Mestre? É claro que não!
Eis o melhor momento para se falar do Consolador, aquele que concede poder para o serviço, convence o homem do pecado, auxilia o crente na pregação e ainda intercede por nós em gemidos inexpremíveis.
Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim.
Mas tenho-vos dito isto, a fim de que, quando chegar àquela hora, vos lembreis de que já vo-lo tinha dito. E eu não vos disse isto desde o princípio, porque estava convosco.
E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais? Antes, porque isto vos tenho dito, o vosso coração se encheu de tristeza. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em mim; Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. (Jo 16.2-13)
Cristo edificou a Sua Igreja que já começou o ministério como vencedora, pois venceu diversos entraves com a finalidade de prosseguir proclamando o verdadeiro evangelho.
Esta foi a missão que o Senhor concedeu à Igreja, antes de partir, apareceu para mais de quinhentos irmãos (toda a igreja da época) e instituiu a Grande Comissão de pregação desta Palavra: “Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.” (I Co 15.6).
Para receber o poder necessário para o exercício da evangelização, deveriam ficar em Jerusalém até que do Alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49).
E foi assim que tudo aconteceu: os discípulos obedeceram à recomendação do Senhor e se reuniram durante dez dias no cenáculo.
Consta, segundo alguns estudiosos, que o cenáculo era a casa da mãe de João Marcos, uma casa ampla que tinha um terraço na parte superior, o que favorecia as reuniões dos irmãos. Ainda afirmam que foi, neste mesmo local, que o Senhor realizou a Santa Ceia com os discípulos e que o moço mencionado neste versículo é João Marcos (o autor do evangelho):
E enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos encontrará; segui-o. E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. E, saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a páscoa. (Mt 14.13-16)
A pregação do Evangelho já se iniciou quando os discípulos e os cento vinte irmãos proclamavam em alto e bom som, para todos os judeus, de diversas nações, ali na Festa de Pentecostes, as maravilhas de Deus.
Eles magnificavam ao Senhor e, enquanto O engrandeciam, o Espírito Santo atuava nos corações dos ouvintes que, convencidos do pecado, renderam-se aos pés de Cristo, totalizando três mil almas.
E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou- se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? […] todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros:
Que quer isto dizer? […] De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. (At 2.5-7; 11,12; 41,42)
Há que se observar que estes crentes perseveraram, firmaram-se em seu propósito de prosseguir servindo ao Senhor, em unidade. O Espírito Santo atua na Igreja para manter a unidade em fé, esperança e amor.
Este era o combustível que os mantinha na tenacidade de prosseguir na evangelização, permitindo que o Espírito Santo agisse e, por meio deles, muitos enfermos foram curados, endemonhiados libertos, vidas transformadas etc. Pois o mesmo Espírito que ungiu a Jesus de Nazaré para a operação de maravilhas (tal como fora profetizado por Isaías) estava operando por meio dos discípulos:
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor. (Lc 4.17-19)
O Senhor Jesus já havia esclarecido os discípulos em relação a isto dizendo: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (Jo 14.12)
A obra de Deus deveria prosseguir e a Igreja Primitiva, no poder do Espírito Santo, realizou grandes proezas em o nome do Senhor. As obras seriam feitas “em Seu nome”, ou seja, sob a Sua autoridade.
Receberam, parte dEle, o que era mais que necessário para ser reconhecidos em suas atuações: autoridade. Ciente disto, o apóstolo Pedro disse ao paralítico que não tinha prata, nem ouro, mas algo que valia muito mais que tudo aquilo, a autoridade que recebera do Senhor: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.” (At 3.6). Recebemos autoridade quando agimos em nome de alguém. Temos esta autoridade da parte do Senhor?
O poder de Deus, na vida dos apóstolos, foi o principal motivo do crescimento na Igreja. Eles não temiam a perseguição dos saduceus e principais dos sacerdotes, pregavam o Cristo ressurreto e ensinavam ao povo:
E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos. E lançaram mão deles, e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois já era tarde. (At 4.1-3)
A prisão para os discípulos até poderia vir, mas a autoridade que tinham quando pregavam, deixava explícito para todos que testificavam da VERDADE.
E, assim, a Igreja só crescia: “ Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At 2.47) “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.” (At 4.4)
Esta operação divina tinha tal força que os milagres tornaram-se “rotineiros” no seio da Igreja. Aonde os apóstolos estivessem, somente havia demonstrações da virtude do Espírito Santo na vida destes homens, a ponto de trazerem pessoas de outras cidades circunvizinhas pra receberem cura e libertação:
E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima.
E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais. De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados. (Atos 5:12-16)
Os discípulos começaram a sofrer com a perseguição: “ E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos[…]
E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.” (At 8:1,3 ) Este foi o combustível para que os crentes, acostumados a pregar, continuassem proclamando o evangelho por onde passassem. E foi assim que floresceram as igrejas na Judeia, Galileia e Samaria.
O anjo do Senhor orientou o diácono Felipe acerca do caminho que ele deveria passar: “E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta.” (At 8:26)
Era assim que acontecia com os homens dirigidos pelo Senhor, pois o nosso Deus decide aonde quer atuar. O encontro com o eunuco da rainha de Candace até parecia o trabalho que muitos pregadores não gostariam de fazer, pois os mesmos preferem as multidões.
Mal sabia Felipe que aquele homem lia as Escrituras (pergaminhos) e estava sedento por salvação. O Espírito Santo completou a obra e, segundo consta, nas histórias, este homem tornou-se um grande ganhador de almas.
A rainha da Etiópia e seu mordomo, tiveram que viajar cerca de 200 quilômetros para chegar até Jerusalém, a presença de judeus etíopes na cidade era comum, pois haviam adquirido certa influência, a Etiópia havia se tornado o primeiro centro de culto monoteísta do continente africano e tão fantástico foi o encontro do eunuco com o Evangelista Felipe, que escritores antigos como Jerônimo, contam ter sido o mordomo-mor de Candace um dedicado discípulo de Jesus, tendo apregoado o Evangelho na Arábia Felia e nas proximidades do Mar Vermelho chamada Caprobano (alguns chamam celião), onde supõe-se ter sofrido martírio pelo testemunho. (Rejane, 2015)
Recordo-me de um fato que ouvi, hoje mesmo: um pregador que estava afeito a ganhar muitas almas para Cristo, registrava em seu caderno tudo aquilo que o Senhor fazia após as suas pregações.
Anotava quantas almas foram salvas, enfermos curados, oprimidos libertos. Mas, numa certa noite, ocorreu o inusitado: apenas um jovem entregara a sua vida para Cristo. Contrariado, mesmo assim, o pregador anotou o seu nome: BILLY GRAHAM. Preciso dizer mais alguma coisa?
O Senhor prosseguia falando com Seus filhos e dando o direcionamento de Sua obra. Enviou o Seu anjo ao centurião romano Cornélio para que fosse chamar Pedro. E, para o apóstolo, deixou claro, numa visão, o que Ele queria que realizasse.
Quando o Senhor está adiante, não há o que temer. Após a pregação, todos aqueles gentios receberam o batismo no Espírito Santo e foram batizados nas águas: “O Senhor vosso Deus que vai adiante de vós, ele pelejará por vós, conforme a tudo o que fez convosco.” (Dt 1.30)
Vemos o Espírito Santo atuando poderosamente no ministério de Paulo e direcionando os Seus servos para os locais aonde o Evangelho deveria ser pregado:
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. (At 13.2)
E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu. (At 16.6,7)
Ele está no comando da Igreja e Seu propósito é operar maravilhas na vida das pessoas. É Ele quem vai ao encontro do mais perdido pecador carente de Deus, Ele conhece as maiores necessidades humanas, sabe quais são os propósitos divinos para as vidas e, por isto, concede autoridade e orienta Seus filhos para quem encontrem tais pessoas. Por isto, o Espírito Santo moveu Paulo para assumir outra direção. Havia muitas almas depois da Macedônia que precisavam de salvação, especialmente algumas mulheres:
E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram.
E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.
E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu. (At 16.13-18)
Analisando todo o Novo Testamento e, até mesmo, as Sagradas Escrituras, em sua completude, dela extraímos a mensagem central: a salvação em Cristo Jesus.
Todas as ações do Espírito Santo tinham o propósito de glorificar o Filho, exaltar a Segunda Pessoa da Trindade e convencer o homem do pecado: “ Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (Jo 16.14) O Filho veio libertar o homem do pecado. O Espírito Santo e as Escrituras dEle testificam.
Vimos que o Senhor Jesus realizou o Seu trabalho que era “curar os quebrantados de coração, pregar liberdade aos cativos, restauração da vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.” (Lc 4:18,19).
Assim, foi preparando o caminho para a vinda do Espírito Santo, proclamar o Reino de Deus e retornar aos céus para, de lá, enviar o Consolador. Com a pregação do Evangelho, a salvação se tornaria real e, para completar tudo o que começou a fazer, enviou o Espírito Santo. Langston (2019, p.306 -308) destaca alguns resultados imediatos da vinda do Espírito Santo:
1.Dons. Os discípulos falaram em línguas estranhas como sinal evidente do recebimento do Consolador.
2.Poder do Alto. O segundo resultado foi a operação de poder extraordinária oriunda dos céus.
3.União dos crentes. Como os homens tornavam-se cada vez mais espirituais, também ia desaparecendo o apego aos bens materiais:
Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. (I Co 12.12,13)
4.Sempre havia um intervalo entre a hora de crer e de receber o Espírito Santo.
5.O Espírito Santo vinha quando os discípulos impunham as mãos.
6.O Espírito concede, ao crente, a certeza de que ele é filho de Deus: Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. (Rm 8.15,16)
7.Quem crê em Jesus, recebe o Espírito Santo: ”Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.38,39)
O teólogo ainda faz algumas considerações extremamente importantes:
Devemos, porém, notar que o homem que é crente pode ter já recebido o Espírito e o Espírito Santo pode já estar habitando nele, sem, contudo, estar cheio do Espírito Santo.
Há grande diferença entre receber o Espírito Santo quando se crê e ficar cheio do Espírito Santo; ou, em outras palavras, deixar-se influenciar pelo Espírito Santo, entregando-se inteiramente à Sua direção.
O Espírito Santo não pode habitar em nós sem ter a direção de nossa vida. O que devemos fazer, então, é nos entregar inteiramente à Sua direção.
O Espírito Santo não é como uma pessoa que nos visita em nossa casa, porque Ele faz parte da família, é o chefe da casa.
É uma pessoa que deve percorrer a casa inteira e tudo deve ser entregue à Sua direção. Ele deve encher a casa com toda a Sua presença, porque se há um crente poderoso, é o crente cheio do Espírito Santo.
Esta é uma grande necessidade de cada crente em Jesus Cristo: encher-se do Espírito Santo. […] Jesus é o Salvador de nossa alma, mas é o Espírito Santo que nos livra de uma vida infrutífera e inútil. (Langston, 2019, p.309-310)
Sendo assim, os crentes precisam não apenas buscar como, também, estar atentos para ouvir a Sua voz, tal como vemos no Apocalipse as sete recomendações: ”
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 2.7, 11,17, 29; 3.6,13, 22) e nos Evangelhos, o Mestre a sugerir sete vezes também: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Mt 11.15; 13.9, 43; Mc 4.9, 23; 7.16; Lc 13.45)
Isto quer dizer que os discípulos estavam atentos para ouvir o Senhor, atenderam às solicitações dEle e os sinais e maravilhas aconteciam.
Tudo isto acontecia porque estes homens e mulheres eram direcionados por Deus, não recusavam o chamado, assumiram a responsabilidade e se revestiram do poder e autoridade dada pelo Consolador.
E quanto a nós, estamos prontos para ouvir a voz do Senhor? Estamos dispostos a atendê-la?
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
– Converse previamente com os seus alunos e solicite a eles que é necessário buscar a presença e o poder do Espírito Santo. Atividades que envolvam estudo da Palavra, jejum e oração sempre são bem-
vindas para todos aqueles que desejam permanecer em “Jerusalém”
até que do Alto recebam o revestimento de poder.
– Mais uma vez, vamos sugerir que você, professor, que apresentou ações de personagens da Bíblia que foram cheios do Espírito Santo, faça aquela brincadeirinha denominada QUEM É? QUEM É? E peça para seus alunos identifiquem o personagem que executou tais ações depois que o Espírito Santo atuou na vida dele.
Faça as perguntas apresentando vários personagens bíblicos que foram cheios do Espírito Santo. Aproveite para comentar como é importante o poder de Deus na vida das pessoas, pois conforme ela recebe o poder divino para o serviço, será orientado durante o mesmo. Lembre-se que os seus alunos precisam aprender a manejar corretamente as Escrituras. Daí a sugestão destes exercícios.
Exemplo:
Quem é? Quem é? Que disse ao coxo “Levanta-te e anda!”?
Profª. Amélia Lemos Oliveira
REFERÊNCIAS:
LANGSTON, A. B. Esboço de Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: Convicção, 2019.
REJANE, Wilma. O mordomo mor e a Rainha Candace na estrada deserta de Gaza. Disponível em: https://www.atendanarocha.com/2013/03/o-encontro-de- felipe-com-o-mordomo-mor.html. Acesso em 21 out.2023.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida, 2006.
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/9913-licao-5-o-espirito-santo-em-o-novo-testamento-i
Vídeo: https://youtu.be/KWEuLbyTGYY