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JUVENIS – LIÇÃO Nº 6 – 144 MIL? QUEM SÃO?

HAVERÁ SALVAÇÃO NA GRANDE TRIBULAÇÃO? Esta é a pergunta

que muitas pessoas fazem, pois é pressuposto que, a partir do arrebatamento da Igreja, não há mais possibilidade de redenção para o homem.

No entanto, é preciso considerar que a nação israelita ainda não elegeu a Cristo como o Messias e inúmeros israelitas entregarão as suas vidas ao Salvador Jesus neste período.

A partir do instante que o homem toma esta decisão, passa a pertencer ao Senhor, recebendo dEle o selo, a marca de propriedade exclusiva: “E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Ap 7.4).

Estes judeus, segundo Silva (2005, p.90) serão salvos no início da Grande Tribulação e selados pelo Senhor, porque nela passaram. Trata- se do remanescente judeu, que foi preservado do martírio. É a representação da Igreja? Não.

A Bíblia não utiliza o vocábulo “Israel para a Igreja, salva a exceção em Gl 6.16: “E, se sois de Cristo,  então sois descendência de Abraão, e  herdeiros conforme a promessa.” Portanto, não há possibilidade de afirmarmos que os 144.000 sejam a Igreja. A Bíblia faz referência aos israelitas.

A salvação destes judeus ocorrerá no início da Grande Tribulação e, por este motivo, serão selados com o fim de passarem por ela. Este remanescente judaico será  poupado martírio e dos castigos divinos que virão sobre a Terra.

O selo era utilizado desde os tempos dos patriarcas. De acordo com Conegero ( s.d.), “um homem proeminente carregava como insígnia um  pequeno selo feito de pedra ou metal em forma cilíndrica preso num cordão em torno de seu pescoço.

Esse selo era usado para legitimar um documento, pois sua impressão numa mistura de barro ou argila”. Sendo assim, os selos tinham a  finalidade de indicar a posse do documento ou material que o contivesse. Nos portos, na época de Paulo, os proprietários costumavam selar suas mercadorias logo que chegavam, para reservá-las, deixando-as disponíveis para seus escravos virem buscar. Portanto, os selos indicam propriedade, legitimam a posse.

Como se vê, os selados com a marca de Cristo são judeus assinalados com um selo de proteção e que formam um grupo selecionado de homens que seguem o Cordeiro, os quais são as primícias do Senhor e cantam um novo cântico na sua presença.

Os judeus salvos na Grande Tribulação cantarão este cântico que milhares de pessoas não poderão cantar, mas apenas aqueles que são nascidos de novo e lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro. Vejamos quem serão os selados:

E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.

Da tribo de Judá, havia doze mil selados; da tribo de Rúben, doze mil selados; da tribo de Gade, doze mil selados;

Da tribo de Aser, doze mil selados; da tribo de Naftali, doze mil selados; da tribo de Manassés, doze mil selados;

Da tribo de Simeão, doze mil selados; da tribo de Levi, doze mil selados; da tribo de Issacar, doze mil selados;

Da tribo de Zebulom, doze mil selados; da tribo de José, doze mil selados; da tribo de Benjamim, doze mil selados. (Ap 7.4-8)

O estudioso do Apocalipse, Silva (2005, p.91-92), enfatiza que a organização dos nomes tem a devida importância no que se refere ao papel social dos filhos de Jacó. Serão explicitados os nomes, seus significados e os motivos pelos quais ocuparam a merecida posição:

  • Judá- confissão, louvor aDeus; é o quarto filho de Jacó, por Lia (Gn 29.35). Mencionado, em primeiro lugar, porque é da sua tribo que veio o Messias 
  • Rúben quer dizer “eis um filho”; o primogênito de Jacó, filho deLia (Gn 32). Por causa do seu pecado, perdeu o direito à primogenitura, à proeminência sobre os irmãos. “A instabilidade de Rubem encontrou cura no Filho maior de Israel, Jesus Cristo.

Deus não se repele aos instáveis,antes, oferece-lhes o remédio da transformação segundo a imagem de Cristo (Rm 8.29), mediante o poder espiritual (2 Co 3.18; Gl 5.22-23)” (Silva, 2005, p.91)

  • Gade Seu nome significa tropa (Gn 11) , uma companhia, uma

fortuna. Foi o sétimo filho de Jacó, de sua serva, Zilpa. Este nome aponta, de modo espiritual, para o rebanho dos santos, dos eleitos de Deus.

  • Aser nome que significa bendito (Gn 11). Refere-se às bênçãos

espirituais do Messias sobre todos os discípulos, principalmente sobre os mártires e testemunhas do período da Grande Tribulação.

  • Naftali lutando ou lutando contra; é o sexto filho de Jacó, nascido

de Bila, a serva de Raquel (Gn 29.26). Tipifica os santos que estarão numa luta contra o mal e o bem na Grande Tribulação.

Por que  ocorrerá tudo isto? Por causa das intensas perseguições religiosas promovidas pelo Anticristo.

  • Manassés nome que aponta para o “esquecimento”. O filho

primogênito de José que nasceu no Egito e teve mãe egípcia, Asenate, filha de Potífera, sacerdote de On (Gn 41.5). 

Está substituindo a tribo de Dã na lista dos selados. Contemplando o retrospecto histórico de José, analisando o nome de Manassés e verificando o que está ocorrendo com os assinalados, é preciso enfatizar a necessidade de esquecermos o passado, prosseguirmos buscando novas vitórias em Cristo que é nosso precioso Salvador e sempre estabelece novos alvos para seus filhos. 

Os mártires da Grande Tribulação também devem buscar a vitória em tempos tão tumultuosos: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de  mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”(Fl 3.13-14).

  • Simeão nome que  significa  “ouvindo”  e  “obedecendo”;  as testemunhas, os crentes selados precisam ouvir para obedecer: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” (Jo 10.16) Os seguidores de Cristo devem prosseguir ouvindo e obedecendo a voz do Mestre, apesar da perseguição e martírio do Anticristo.
  • Levi o terceiro filho de Jacó, nascido de Leia, cujo nome significa “reunido” (Gn 29.34). Mostra como o amor de Cristo nos reúne, promove o bem-estar de tal forma que nada poderá nos separar do Seu amor (Rm 8.39). O povo de Deus precisa viver na dimensão deste amor, pois precisa ter condições de enfrentar a violência perpetrada pelo Anticristo com o fim de promover o caos no seio da comunidade dos santos.O amor, a graça de Deus, está com os seus filhos em todo o tempo, até mesmo na Grande Tribulação. A tribo de Levi era a tribo sacerdotal, assinalada com o “precioso sangue do Cordeiro”, com o qual todos nós também fomos constituídos “reis e sacerdotes para Deus” (Ap 1.6 e 14.4).
  • Issacar o nono filho de Jacó, nascido de Lia (Gn 17,18), cujo

nome significa salário ou recompensa. Este nome recorda os benefícios e galardões que o Senhor concede aos seus servos, especialmente aos servos que sofrem durante o período complicado da Grande Tribulação.

  • Zebulom o décimo filho de Jacó, por meio de Lia (Gn 20). O desejo de Lia de permanecer ao lado de Jacó, morando consigo, a estimula para nomear o filho com o nome significando “habitação”, haja vista que o fato de lhe conceder seis filhos, a tornaria digna do favor do patriarca. As testemunhas, seladas, marcadas por Cristo, tornaram-se templos de Deus, habitação do Espírito Santo: “No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” (Ef 2.21,22). No período da Grande Tribulação, os seus servos podem se abrigar nEle, porque Ele os guardará de todos os perigos, de tal forma que nenhum mal lhes sobrevirá.
  • José o  décimo-primeiro  filho  de  Jacó,  nascido  de  Raquel  e

primeiro filho dela (Gn 30.24 e 35.24). O herdeiro favorecido e mais querido do pai Israel, recebeu diversos mimos do pai e mãe (pois era seu filho único). Daí a razão de ter recebido um nome cujo sentido é “adição”, “o Senhor acrescenta”. Foi vendido por seus irmãos como escravo e até preso. Deus estava com José e este é o segredo da vitória na adversidade.

Como Governador do Egito, teve o nome mudado para Zafenate-Panea, o Salvador do Mundo, homem que santificou a sua vida, fugindo da  contaminação mundana. Esta deve ser a postura dos assinalados na Grande Tribulação.

  • Benjamim-o filho mais novo de Jacó, cuja mãe faleceu logo que lhe deu à luz. O “filho da mão direita” (Gn 35.18) de Jacó foi o predileto, aquele que mais recebeu cuidados do pai após a ausência de José. Mas o curioso é que após o parto e a sensação de que estava partindo, Raquel o nomeou como “filho da sua dor” (Gn 35.18). Tal posicionamento remete ao Filho especial de Deus, Filho da Mão Direita que foi um Homem de Dores (Is 53.3). As testemunhas da Grande Tribulação apreendem diversas lições necessárias para prosseguirem durante a Grande Tribulação. Apesar das tristezas e dores, dos infortúnios, dos prejuízos, tais escolhidos triunfarão em Cristo e, semelhantemente ao Mestre, superarão em todos os sofrimentos.

Neste grupo seleto, não são mencionadas as tribos de Dã e de Efraim, que foi substituída pelo nome de José, seu pai. Os efraimitas não foram citados e  a profecia de Oseias aponta para a idolatria crescente no meio deste povo. Provavelmente seja esta a motivação para a sua exclusão da relação de selados:

Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o. (Os 4.17)

Todos eles estão quentes como um forno, e consomem os seus  juízes; todos os seus reis caem, ninguém entre eles há que me invoque. Efraim se mistura com os povos; Efraim é um bolo que não foi virado. (Os 7.7,8)

Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a  fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal-Peor, e se consagraram a essa vergonha, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram.

Quanto a Efraim, a sua glória como ave voará, não haverá nascimento, não haverá gestação nem concepção. […] Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; não darão fruto; sim, ainda que gerem, matarei os frutos desejáveis do seu ventre. (Os 9.10,11,16)

Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu. (Os 13.1)

Agora, em relação aos danitas, há várias hipóteses para a exclusão. Uma delas é a de que Irineu, um dos Pais da Igreja, já dizia que, desta tribo, viria o Anticristo. Outra especulação está relacionada com a profecia de Jacó para  seu filho: “Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor! “(Gn 49.17,18).

Esta posição de Dã como uma serpente traiçoeira, de certa forma, confirma o pensamento de Irineu.

Os danitas aderiram ao caminho da idolatria e, como uma serpente, envolveram a população local, pervertendo o coração de muitos, conforme o registro de Juízes 18.14- 31. A persistência desta tribo no caminho do paganismo aponta para uma coletividade que se uniu em torno de ídolos, desprezando o Deus de Israel e a proteção que Ele concede ao Seu povo:

E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra.

Assim, pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló. (Gn 18. 30,31)

São fatos que conduzem os estudiosos a conjecturarem que o Anticristo virá da tribo de Dã, tendo em vista esta figura da serpente e a promoção da idolatria e imoralidade. No entanto, é impossível comprovar afirmativamente tais motivações da parte do nosso Deus. De forma contrária aos danitas, os selados eram um grupo exclusivo de Deus, que não se contaminou, viveu em santidade, de modo íntegro e consagrado, sem entregar-se à lascívia.

Foi um grupo que, enquanto esteve na Terra, se disponibilizou a fazer todo o tipo de sacrifício e serviram ao Senhor sem hipocrisia. Os efraimitas e danitas, por sua vez, passarão pela Grande Tribulação sem o selo de proteção do Senhor.

No entanto, quando o Milênio na terra se iniciar, tais tribos já terão crido no Senhor e serão posicionadas em evidência, como está em Ez 48. 2, 6: “E junto ao termo de Dã, desde o lado oriental até o ocidental, Aser terá uma porção. […] E junto ao termo de Efraim, desde o lado oriental até o lado ocidental, Rúben, uma porção.”

As dez tribos do Reino do Norte foram expulsas de sua terra no ano 722 a.C, pelo rei da Síria, Salmaneser III, e não mais retornaram; como  se cumprirá então o v.4 desse capítulo, que diz que estes cento e quarenta e quatro mil estão compostos em doze mil de cada tribo? Dos vv.5 a 9, estão as doze tribos.

Em primeira mão, nos lembremos de que as dificuldades são  humanas, e não divinas. Nada é difícil para Deus (Gn 18.14). Deus sabe perfeitamente onde estão todas estas tribos. Deus não as perde de vista (Sl 139.7).

As dez tribos que se separaram no reinado de Roboão filho de  Salomão, seguiram a Jeroboão filho de Nebate, e estabeleceram a cidade de Samaria como a sua capital. Ficando conhecida como Reino do Norte. Duas tribos ficaram fiéis à casa de Davi: Judá e Benjamim (I Rs 12.10- 25).

O Rei Jeroboão, assim que estabeleceu seu reinado, se apostatou completamente do verdadeiro Deus, fazendo dois bezerros de ouro, imitando as divindades egípcias, um de Betel, outro em Dã: porque disse ele: Para que o povo não vá adorar a Deus em Jerusalém e assim retornem ao reino da casa de Davi (I Rs 12.26-33).

[…] Com esta preocupação ele cometeu dois grandes pecados. Primeiro: não confiou que Deus honraria o que lhe tinha prometido e segundo: idolatria. (I Rs 11.28-40). Com a apostasia de Jeroboão, muitos dos israelitas tementes a Deus, voltaram para o reinado da casa de Davi (II Cr 11.13-17)

Das dez tribos que seguiram a Jeroboão, um remanescente fiel  retornou ao Reino do Sul, é evidente que esse remanescente se multiplicou, ficando em Judá um grande número de judeus de todas as tribos. (Oliveira, 2016, p.65-66)

Eram quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, que veem outro anjo subir do lado do sol nascente, portando o selo do Deus vivo; este  anjo solicitou aos companheiros para não danificarem a natureza enquanto ele estivesse selando os escolhidos do Senhor.

Esta forma de indicar os quatro cantos da Terra é muito antiga, o profeta Isaías já o fazia: “E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra.” (Is 11.12)

Todos estes inscritos, testemunharão de Cristo na face da Terra: “E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre os gentios.” (Is 66.19). Eles serão testemunhas, por isto sofrerão tantas aflições…

REFERÊNCIAS:

CONEGERO, Daniel. Quem Foi Tamar na Bíblia, Nora de Judá? Disponível em: https://estiloadoracao.com/quem-foi-tamar-na-biblia-nora-de-juda/. Acesso em 02ago2024.

GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

OLIVEIRA, José Serafim. A revelação do Apocalipse. 5.ed. São Paulo: Sete Editora, 2016, Série Bíblica.

SILVA, Severino Pedro. Apocalipse: versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. E-book. Disponível em: https://silo.tips/download/severino- pedro-da-silva. Acesso em 13 jul 2024.

 

Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10746-licao-6-144-mil-quem-sao-i

Vídeo: https://youtu.be/Uqu3arJp4Ow

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