Sem categoria

JUVENIS – LIÇÃO Nº 7 – A MONARQUIA EM ISRAEL

Caros professores, vamos percorrer um período histórico ímpar da jornada israelita nesta lição. Trata-se da transição para o período monárquico e do governo teocrático, época na qual foram concedidos os reis para o povo de Israel.

No ciclo anterior da história israelita, ficou evidente que havia a necessidade de liderança política para o comando da nação.

Deus já havia prometido que levantaria reis da descendência abraâmica (Gn 17.6) e diversos povos, ao redor, já estavam organizados politicamente, tendo suas lideranças, ou seja, os outros povos tinham seus reis e comunidades bem-organizadas nos aspectos geográficos, políticos, sociais, comerciais, éticos, religiosos etc. Tais nações eram vistas como paradigmas para Israel.

No entanto, ainda não havia a devida organização entre o povo de Deus, um território delimitado, fronteiras estabelecidas, surgindo daí a carência de alguém que guiasse a nação com mais vigor, tal como Moisés e Josué o fizeram no seu tempo.

Era preciso alguém que desse prosseguimento à história e conduzisse o povo a um patamar superior. Se o povo prosseguisse apenas como nômades e ocupantes da terra, não evoluiria como nação.

Precisava se estabelecer para sempre em sua terra e designar defesas para seu território, mas “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos. (Jz 17.6); “Para isto, necessitava de direcionamento e entrega dos propósitos pessoais pelo bem da coletividade:” Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.”

Por causa disto, muitos aderiram à idolatria e a imoralidade dos povos vizinhos, mesmo havendo tabernáculo em Siló, em boa parte de Israel muitos se desviaram das Leis dos Senhor e deixaram de honrá-lo. Mas o Senhor prosseguiu falando com o Seu povo, pois era a Sua vontade que o Seu nome fosse exaltado por meio da nação israelita: “Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo:

Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus.” (I Sm 7.3)

Temos o exemplo bem concreto dos filhos de Eli que desonraram a casa do Senhor e o nome de Seu pai, trazendo prejuízos à sua geração sacerdotal, que não mais ocupou o Altar.

A Cobiça dos filhos de Eli (o qual foi um sacerdote fiel, que não disciplinou os seus filhos, viu Israel em ruínas e o seu sacerdócio também) que deu um péssimo exemplo da falta de liderança na sua casa. Por isto, o Senhor disciplinou a família de Eli e a todo o Israel permitindo que os filisteus, adoradores de Dagom, o deus-peixe, viessem e trouxessem prejuízo para o povo de Deus.

Vemos, portanto, a importância da liderança na Casa do Senhor, no seio da família e na nação propriamente dita. O povo precisava de alguém que assumisse, com responsabilidade, o seu papel, assumisse a autoridade que o Senhor lhe deu.

Quem está no comando é a cabeça, aquele que coordena, que verifica o que está acontecendo e corrige o que é necessário.

Quando a cabeça deixa de exercer o seu papel, o corpo fica enfermo, é contaminado pelos inimigos externos e sofre a invasão de vírus e bactérias. Isto ocorreu em Israel, quando Eli deixou de ser o pai que corrige os filhos e, automaticamente, não tem autoridade moral, para corrigir o povo.

E era Eli da idade de noventa e oito anos; e estavam os seus olhos tão escurecidos, que já não podia ver. E disse aquele homem a Eli: Eu sou o que venho da batalha; porque eu fugi hoje da batalha.

E disse ele: Que coisa sucedeu, filho meu? Então respondeu o que trazia as notícias, e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, e houve também grande matança entre o povo; e, além disso, também teus dois filhos, Hofni e Finéias, morreram, e a arca de Deus foi tomada.

E sucedeu que, fazendo ele menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, ao lado da porta, e quebrou-se-lhe o pescoço e morreu; porquanto o homem era velho e pesado; e tinha ele julgado Israel quarenta anos. (I Sm 4. 15-18)

O povo perdeu o sacerdote, a cabeça, que estava tentando exercer um comando há quarenta anos. “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus […]” (I Pe 4.17)

E foi assim que começou para que aprendamos a lição. O Senhor não deixaria o Seu povo desamparado, sem uma diretriz.

Levantou Samuel, que era de descendência sacerdotal, resultado das orações de sua mãe, um menino preparado por Eli no próprio tabernáculo que ficou observando tudo o que se passava ao seu redor e decidiu agir de modo diferente.

É interessante observarmos a conduta de Samuel que optou por ser diferenciado de Hofni e Fineias: “ E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra” (I Sm 3.19)

As pessoas viam, em Samuel, um referencial. Queremos encontrar, em nossos líderes, um modelo digno de ser imitado.

Não foi Paulo que disse para sermos seus imitadores, porque ele imitador de Cristo? (I Co 11.1) Quando a Bíblia diz que as palavras de Samuel não caíram por terra, está nos informando a sua retidão, sinceridade, comprometimento com as promessas feitas ao povo etc. Ele foi um verdadeiro líder religioso.

Procurou conduzir o povo à presença do Senhor. Trabalhou muito neste sentido, ensinando, julgando, direcionando o povo para andar na presença de Deus:

E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. E ia de ano em ano, e rodeava a Betel, e a Gilgal, e a Mizpá, e julgava a Israel em todos aqueles lugares. Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor. (I Sm 7. 15-17)

E foi desta forma que o povo teve a sua vitória sobre os filisteus: aprendeu que o melhor caminho era servir ao Senhor. Buscar a face do Altíssimo e abandonar a idolatria era o segredo para a prosperidade da nação.

No entanto, o povo sentia a necessidade de um rei, tal como as outras nações dispunham de um monarca. Desde o tempo dos juízes, já havia este sentimento:

Então os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu, como teu filho e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o Senhor sobre vós dominará. (Jz 8:22,23)

O que é a Teocracia Indireta? é a monarquia teocrática por necessidades históricas, políticas e religiosas. A monarquia foi instituída como resposta à anarquia causada pela pressão imposta às tribos israelitas pelos filisteus. As tribos tinham que se organizar para enfrentar a ameaça filistina.

Samuel tentou convencer os israelitas do contrário. Mas, ao constituir um rei os anciãos procuravam romper o amálgama entre religião e política. Esta fase de transição para a monarquia também é chamada de teopolítica.

Quando constituíssem um rei, os anciãos romperiam a mistura entre religião e política. Desse modo iriam separar a história política da história religiosa de Israel. Este era o propósito. Porém, está claro nas Escrituras que o verdadeiro rei de Israel é o Senhor:

Ó Deus, dá ao rei os teus juízos, e a tua justiça ao filho do rei.

Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo. Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça.

Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor.

Temer-te-ão enquanto durarem o sol e a lua, de geração em geração.

Ele descerá como chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que umedecem a terra.

Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a lua.

Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.

Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante ele, e os seus inimigos lamberão o pó.

Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Seba oferecerão dons.

E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão. (Sl 72.1-11)

O conhecimento de que o nosso Deus é Rei acima de todos, aponta para o pensamento de que, segundo Bento&Plácido (2019, p.212), o domínio e exercício do poder divino sobre todas as coisas, convencia Israel a aceitar voluntariamente as condições que o Senhor estabeleceu no Concerto, no Pacto que iria tornar este povo Reino Sacerdotal e Nação Santa, haja vista que era este o desejo do Altíssimo; no entanto o povo foi incapaz de obedecer.

Quando Ele faz uma promessa, permanece firme em seus propósitos de cumpri-la.

A Teocracia direta tem como princípio o domínio e soberania divinas. O Senhor é Rei e Soberano absoluto sobre tudo, exerce o comando sobre Israel, o reino do Senhor e o Seu domínio subsistem eternamente. É o Senhor quem domina sobre o Reino dos homens e o dá a quem quer. Segundo Bentho & Plácido (2019, p.211),

“Deus organiza, controla e dirige o povo eleito através de leis e líderes carismáticos. Assim, o povo de Israel é a totalidade dos eleitos na presença de Jeová para prestar- lhe culto, adoração e reverência, constituindo-se reino de sacerdotes e nação santa (Ex 19.6).

Os reis são levantados ou abatidos de acordo com a fidelidade deles à Lei, o que explica que o Senhor mantém o controle de todas as coisas. A monarquia foi uma permissão de Deus. A promessa de um reino já fora resultado da aliança feita com Abraão:

“E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;” (Gn 17:6) “ E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” (Dn 2.21)

Em I Samuel, dá-se início ao Período Teocrático Monárquico, neste livro vemos a atuação divina levantando e abatendo reis de acordo com a maldade e a pureza de coração deles.

Tais monarcas são chamados de reis teocráticos. O povo de Israel solicita um rei com o fim de assemelhar-se às outras nações. Vemos, portanto, que um novo período está para se iniciar na História de Israel.

Vimos que é Deus quem estabelece os reis, não é verdade? Quando o povo quis eleger a Gideão, este não aceitou, porque não tinha sido levantado por Deus, era eleito pelo povo e não pelo Altíssimo. Agora começou da forma diferente: solicitaram ao homem de Deus, porque sabiam que Samuel teria momentos de oração e direção divina, antes de tomar qualquer atitude.

Foi exatamente assim que aconteceu. Os anciãos de Israel procuraram o profeta. Eram homens idôneos e sentiam a necessidade de uma liderança que fosse íntegra como Samuel, porque os filhos do profeta não seguiram o exemplo do pai e não tinham condições de sucedê-lo:

Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. (I Sm 8.4,5)

Não foi um movimento de rebelião. Foi um pedido razoável de uma nação que estava se estabelecendo em seu território e consertando o seu altar.

Pelo visto, havia chegado o tempo da promessa, feita a Abraão em Gn 17.6, se cumprir. E Deus disse a Samuel que ele não estava sendo rejeitado (pelo fato do povo querer um rei), mas o povo já havia rejeitado ao próprio Deus mais de uma vez, por rejeitar o Senhor como seu verdadeiro rei.

Mesmo assim, a nação devia estar consciente da responsabilidade que assumiria quando este rei (desejado) assumisse o posto:

Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara- lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles.[…]

Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei.E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.

Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as repetiu aos ouvidos do Senhor. Então o Senhor disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um à sua cidade.(I Rs 8.9,19-22)

A Bíblia não declara quanto tempo se passou, mas nos revela que Saul foi escolhido por Deus para assumir o trono de Israel, embora alguns digam que ele foi eleito pelo povo, vemos que não é isto que o texto bíblico nos revela.

Vejamos, primeiramente, que o povo solicitou um rei no cap. 8. No cap. 9, o texto se inicia falando Quis, um homem poderoso da tribo de Benjamim que “ tinha um filho, cujo nome era Saul, moço, e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo.” (I Sm 9.2).

O texto começa exaltando a beleza de Saul. Este moço que vai consultar o profeta para buscar as jumentas de seu pai. Antes que Saul aparecesse, Samuel recebeu do Senhor a revelação de que Saul seria o futuro rei de Israel. Esta é a prova de que Saul foi eleito por Deus. Saul será apresentado ao povo após esta experiência da unção. Porém, ele já é o Rei. Não dependeu da eleição do povo. Deus o elegeu.

Subiram, pois, à cidade; e, vindo eles no meio da cidade, eis que Samuel lhes saiu ao encontro, para subir ao alto. Porque o Senhor revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo:

Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo; porque
o seu clamor chegou a mim. E quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo. […]

E, descendo eles para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e passou); porém tu espera agora, e te farei ouvir a palavra de Deus. (I Sm 9. 14-17, 27)

Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança? Apartando-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas, e anda aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho? […]

Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.

E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo. (I Sm 10.1,2; 5-7)

De forma simples: Saul começou bem, recebeu autoridade divina, uma missão e foi cheio do Espírito Santo. Heater Jr.(2022, p.158) destaca que o bom começo de Saul era um bom prenúncio, trazia muitas esperanças e, além de tudo, humilde.

Mas esta humildade era resultado de sua falta de autoconfiança, pois considerava sua origem campestre e família insignificante. Alguns veem estas qualidades como ideais para o exercício da liderança. No início, agiu como os juízes de Israel, tendo em vista o enfrentamento dos inimigos e a vitória nas batalhas, vencendo em Jabes-Gileade.

No entanto, no segundo ano de governo, já vemos Saul traspassando a Lei do Senhor e cometendo transgressões, atentando contra a autoridade do sacerdote do Senhor, deixando de esperar o sacerdote para receber a bênção divina.

Depois o Senhor ordenou-lhe que destruísse completamente os amalequitas, mas ele não o fez. Os amalequitas faziam parte da descendência de Esaú: “E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque […]

O príncipe Coré, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque; estes são os príncipes de Elifaz na terra de Edom; estes são os filhos de Ada.” (Gn 36:12,16) Os amalequitas eram os maiores inimigos Israel que ainda batalhavam para destruí-los.

Deus concedeu-lhe a oportunidade para isto, mas Saul permitiu-se conduzir pelo olhar cobiçoso, típico de Acã e não cumpriu a ordenança do Senhor.

A preservação da descendência de Agague resultou na existência de Hamã, o agagita, que quase destruiu todo o povo de Deus, salvo se não houvesse a interferência de Ester. Os erros de Saul tiveram graves consequências e a sua recusa em se arrepender, a preferência pela consulta a uma feiticeira, resultou em morte. Deus o escolheu, mas ele preferiu o caminho do pecado.

Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito; Como te saiu ao encontro no caminho, e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam atrás de ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. Será, pois, que, quando o Senhor teu Deus te tiver dado repouso de todos os teus inimigos em redor, na terra que o Senhor teu Deus te dá por herança, para possuí-la, então apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esqueças. (Dt 25.17-19)

Deus escolhe Davi e, após tantos percalços, ele começa a reinar em Hebrom de Judá. Reinou durante sete anos e depois conquistou s fortaleza dos jebuseus.

A coragem e disposição de Davi no enfrentamento dos inimigos moldaram-no líder que se tornou.
A captura da fortaleza dos jebuseus foi o primeiro grande evento na vida de Davi. Isso também significação teológica. Esta fortaleza cananeia ficava na fronteira entre Judá e Benjamim (Js 15.8; 18.16).

Essa posição inigualável e ocupação por estrangeiros tornaram-na a cidade ideal para o governo de Davi. A cidade era bastante defensável e tinha boa provisão de água. Daqui em diante esta cidade seria chamada Cidade de Davi e Sião. A significação espiritual é comprovada na frequência do uso nos Salmos e nos Profetas. Sião tornou-se o lugar da habitação de Deus (Sl 2.6).

Zacarias indicou que “o Senhor ainda consolará a Sião e ainda consolará a Jerusalém.” (Zc 1.17) Em outros tempos, Sião designava o povo de Deus (Is 52.1), e às vezes, Sião foi personificada como o povo de Deus (Jr 6.23).

Hirão, rei de Tiro, enviou materiais para Davi construir um palácio, então “entendeu Davi que o Senhor o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.” (II Sm 5.12) (Heater Jr.,2022, p.163).

01

Crédito imagem: Nathaniel Ritmeyer
Reconstrução de desenho da Torre da Piscina, conforme mostraram escavações da cidade de Davi.
https://narrativabiblica.blogspot.com/2014/04/arqueologos-descobrem-fortaleza.html. Acesso 08fev.2024

02

A descoberta arqueológica da fortaleza mencionada em 2 Samuel, na cidade de Davi. Crédito imagem: Eli Mandelbaum – Autoridade de Antiguidades de Israel.

Enorme fortaleza 3.800 anos de idade, que protegia a fonte de Giom foi descoberta na cidade de David
https://narrativabiblica.blogspot.com/2014/04/arqueologos-descobrem-fortaleza.html.

É por isto que Jerusalém é a antiga Jebus, a Salém de Melquisedeque, o lugar de paz, de união das tribos em torno de um só rei que vai lutar para estender as fronteiras de Israel e fazer a nação prosperar.

É por isto que Davi representa tanto para a nação israelita, deixando diversos legados. Como homem temente a Deus, fiel à Lei e cheio do Espírito Santo, Davi procurou esclarecer a todo o povo que o se o Senhor não estiver no comando da nação, o rei terá percalços em seu governo: “Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme.” (Pv 29.2)

Este rei procurou dar, ao Senhor, a primazia em seu governo. Deu à arca um lugar especial, preparou materiais para a construção do templo e se dispôs a fazê-lo, organizou coros e grupos para louvarem ao Senhor com seus instrumentos.

Quando contemplamos isto, vemos uma espécie de Teocracia Indireta: Deus governando o povo por meio de seu Rei. Por tudo e muito mais, Israel foi grandemente abençoado.
Apesar de Davi não ser perfeito e ter cometido erros, nosso Senhor é chamado Filho de Davi e símbolo de Israel em sua bandeira é a Estrela de Davi.

Em suma, o propósito destes livros (I e II Samuel) era registrar a fundação da monarquia hebraica e seus vários destinos, começando pela carreira de Saul, o rei infiel que desprezou a aliança e tornou-se um tirano; dando seguimento à carreira de

Davi, o verdadeiro rei teocrata que fundou a dinastia da qual o rei Messiânico surgiria.
O terceiro ofício usado por Deus para mediar o seu Reino entre os povos foi a monarquia ou a realeza. A mudança na liderança de juízes para reis foi dramática e traumática. O governo por juízes permitia às tribos manterem maior independência.

Os juízes surgiam espontaneamente e, com raras exceções, não perpetuavam o governo aos filhos que tiveram. Os reis reinavam sobre todo o Israel e eram sucedidos por filhos que fossem dignos ou não. Mesmo assim, o Senhor trataria com o Rei no que tange ao merecimento e o mediria de acordo com o concerto dravídico e o ideal davídico.

Subsequentemente, o Rei ideal tornar-se-ia o principal tema nos profetas, um Rei que julgasse o povo de forma honesta e com justiça. Nesse grande futuro escatológico, este Rei ideal será chamado Davi, visto que ele cumprirá mais do que o ideal dravídico. (Ez 34.23,24) (Heater Jr., 2022, p.158)

Nada impede a bênção de Deus sobre o Seu povo; mesmo que haja escolhas errôneas. Assim Israel propõe-se a aceitar voluntariamente a se comprometer com a aliança feita anteriormente com Abraão e firmar-se como o Reino Sacerdotal desejado por Deus. O Pacto Abraâmico também se estendeu até o Sinai quando, primeiramente, os israelitas se comprometeram a obedecer irrestritamente à Lei. O Senhor foi fiel em manter eternamente o trono de Davi.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1.Segue a relação de vídeos para você, professor, aprimorar seus saberes e até apresentar aos seus alunos. Pense como poderá fazê-lo.

a) História da Humanidade. A Origem e o Significado da Estrela de Davi. Disponível em: https://www.youtube.com/shorts/66rs64Zf-dg. Acesso em 08 fev.2025.

b) FÉ. A origem da estrela de Davi. Disponível em: https://youtu.be/dzgTl80_ae0. Acesso em 08 fev.2025.
c)ISRAEL COM ALINE. Palácio de Davi em Jerusalém. Disponível em: https://youtu.be/olDdZdZ9TUU. Acesso em 08 fev.2025.

d) COMO DAVI CONQUISTOU JERUSALEM? Disponível em:
https://youtu.be/SKyCLfFyoZ8. Acesso em 08 fev.2025.

2.Você pode utilizar fotos ou slides para mostrar os espaços apresentados nos vídeos professor.

REFERÊNCIAS:

BENTHO, Esdras Costa; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. Trad. Emma Anders de Sousa Lima. São Paulo: Vida, 1993.

HEATER, Jr. Homer. Uma Teologia de Samuel e Reis. In: ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Trad. Luiz Aron Macedo. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.133-175.

Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/11231-licao-7-a-monarquia-em-israel-iii

Vídeo: https://youtu.be/v8-m6FwsdFc

 

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Iesus Kyrios

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading