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JUVENIS – LIÇÃO Nº 7 – UM DRAGÃO?

O capítulo 12 de Apocalipse apresenta um dos temas mais curiosos das Sagradas Escrituras, o qual muitas perguntas têm gerado. Sendo assim, procuraremos respondê-las no decorrer do comentário.
Consultando o site do Dicionário de Respostas Bíblicas, com a pergunta:

“Existe dragão na Bíblia? Verificamos que a Bíblia não menciona a verdadeira existência de dragão. Ele é usado como metáfora (comparação abreviada) para o diabo. Não há evidências de que se trata de uma criatura real.

O dragão tem surgido em lendas pelo mundo inteiro no formato de criatura mitológica, como um ser que tem escamas, voa e cospe fogo. As lendas podem retratar uma criatura marinha ou terrestre, sábia ou ruim; tais circunstâncias o associam à magia ou a coisas espirituais.

Cientificamente, não há meios de se comprovar a existência de dragões. Esta lenda encontrou inspiração na mescla de características de grandes animais terrestres ou marinhos, como os dinossauros.

O diabo é representado pelo dragão no Apocalipse. Sua função é usar sua força para lutar contra o povo de Deus para ser derrotado no final:

E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.

E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. (Ap 12.7-9).

Portanto, não há possibilidade de conceber que o diabo seja verdadeiramente um dragão, materialmente falando. Trata-se de um ser espiritual que revela realidades espirituais. O dragão, em si, não simboliza sua força e seu poder. Visto

como um dragão, o diabo torna-se um predador perigoso, que quer nos destruir: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.” (Ap 12:17).

O único ser, apresentado nas Escrituras, com características semelhantes ao dragão é o Leviatã. Descrito em Jó 41 como um bicho que existe (ou existia) na natureza. A descrição do Leviatã em Jó o assemelha ao dragão:

É perigoso: “Põe a tua mão sobre ele, lembra-te da peleja, e nunca mais tal intentarás. Eis que é vã a esperança de apanhá-lo; pois não será o homem derrubado só ao vê-lo?” (Jó 41.8,9)
Tem dentes grandes: “Quem abrirá as portas do seu rosto? Pois ao redor dos seus dentes está o terror.” (Jó 41.14).

Tem escamas duras, como armadura: “As suas fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada como com selo apertado. Uma à outra se chega tão perto, que nem o ar passa por entre elas. Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar.” (Jó 41.15-17).

Cospe fogo: “Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva. Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela. Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira. O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama”. (Jó 41.18- 21).

Apesar de apresentar todas estas características, o Leviatã não voa, não detém poderes mágicos como os dragões das lendas e dos filmes. Por isto é complexo dizer que o Leviatã é um dragão. No entanto, tal como o dragão, o Leviatã representa poder e perigo.

Qual era a certeza de que o texto, de fato, fazia referência a um dragão? Porque o apóstolo João nos afirma duas vezes que ele viu: “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol” […]

“E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho.” (Ap 12. 1 a,3 a) É uma visão específica do servo de Deus que teve momentos de intimidade com o Pai Celestial e, por 43 vezes, afirma que teve visões. O Senhor mostrou-lhes ocorrências futuras que nenhum homem teve

o privilégio de contemplar, destacando-se as Mansões Celestiais neste conjunto de visões.
O discípulo amado também se refere a “um grande sinal no céu” e “outro sinal no céu”, expressões que apontam para ensinos espirituais, maravilhas de cunho celestial, cujo fim é instruir por meio da imagem também.
O texto de Apocalipse 12 apresenta uma mulher como protagonista. Neste livro, outras quatro mulheres simbólicas (como a reunião de pessoas, representando um sistema) se destacam:

Jezabel (Ap 2.20) – não é a rainha, a esposa de Acabe, mas a profetisa da Igreja de Tiatira que ensinou o povo a se prostituir e praticar a idolatria.

A mulher de Ap 12 – simbolicamente é Israel, uma mulher vestida de sol, coroada de estrelas, grávida e pronta para dar à luz o seu filho, o qual será perseguido pelo dragão e recebeu asas para voar.

A mulher vestida de púrpura e de escarlata – Ap 17.4 – é a Babilônia, a grande prostituta, que se envolveu carnalmente com os grandes reis da Terra, sua prostituição acentuou-se a tal ponto que embriagou-se com o sangue daqueles que se envolvem com Cristo. Sentada sobre sete montes, logo será arrasada e lançada no mar do esquecimento.

A mulher do Cordeiro – Ap 21.9 – é a Igreja que reluz porque nela está a glória de Deus, ela resplandece como astros no firmamento, alinhada /preparada para o seu noivo, ela celebrará a sua vitória na festa das Bodas do Cordeiro e o Espírito e a esposa dizem: Vem!

Quase que todos os teólogos, seguem neste capítulo, a mesma linha de pensamentos, a saber: A mulher representa a Nação Israelita. Jr 4.31; (em figura de retórica ver os vv. 1.2,3). A posição em que foi colocada, recebendo proteção, amor e a iluminação divina, faz-nos pensar em um vulto visto no “céu”.

Isto é, nesse caso significa no firmamento. A mulher teria de estar no firmamento, se é que está sobre a lua. Mas a cena é imediatamente transferida para a terra, assim que o filho varão da mulher é dado à luz) (Silva, 2005, p.145)

Esta mulher de Ap 12 está vestida de sol e tem a lua debaixo de seus pés. Os principais astros luminares, dados por Deus, para luzir a Terra. Quem está vestido de Sol, está revestido de Luz, próximo ao nosso Senhor Deus: “Porque o Senhor

Deus é um sol e escudo” (Sl 84.11 a) e “se cobre de luz como de um vestido” (Sl 104.2) Quando criou o planeta Terra, o primeiro feito de nosso Deus foi criar declarar: “Haja luz” (Gn 1.3) porque a luz faz parte da essência do seu Ser.

Quem está em comunhão com Ele, anda na luz, vive na luz ” E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.” (I Jo 1.5)

Sendo assim, apenas poderíamos acrescentar que Cristo também foi chamado pelo profeta de Sol da Justiça:

“Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas;” (Ml 4.2 a).

Esta mulher, que representa Israel, estava sob o olhar e o cuidado de Deus, revestida de Sua luz, de Sua glória. A lua que está abaixo de seus pés, de acordo com Oliveira (2016, p.100), aponta para a Lei Mosaica.

E, como a mulher está revestida de Cristo, é visível que a Lei não tem mais tem prioridade em sua vida, haja vista que Israel reconhecerá a Cristo como o seu Messias. Daí a visão da Lua (a Lei) abaixo dos pés, significando que ela ficou no passado. Foi através de Israel que o mundo conheceu o Grande Salvador e teve acesso a esta graça transformadora.

Silva (2005, p.145) declara que o “simbolismo do sol, lua e estrelas sugere um resumo da história de Israel”: “E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim”. (Gn 37.9).

Deste simbolismo também se depreende que a Lua está subordinada ao Sol porque é dele que recebe a sua luz. A glória israelita se origina do Sol da Justiça. Por isto deve dar o seu testemunho no período de trevas sombrias da Grande Tribulação.

Uma coroa de doze estrelas. Em razão da Igreja não estar em foco na presente época (a da Tribulação), as doze estrelas representam os doze patriarcas que são o princípio da formação da Nação Israelita.

O simbolismo inteiro faz-nos lembrar, de qualquer modo, do sonho de José em Gn 37.9 [ ] assim o sol, a lua e as estrelas lhe prestavam honrarias.

Isso certamente fala da nação de Israel. Não devemos pensar na Igreja nesta secção, pois a mesma se encontra ao lado de Cristo nas “bodas do Cordeiro” (Silva, 2005, p.146)

Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. (Ap 3.10)

E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (Ap 19.9)

Quando contemplamos aquela mulher, vemos que não está sozinha, o Todo- Poderoso está com ela, iluminando-a com Sua glória que ofusca o Dragão e o conscientiza, mais uma vez, de sua derrota.

No entanto, ele não a aceita e reinicia a sua luta contra o Bem que tem durado pelos séculos dos séculos nas regiões celestiais e no planeta Terra.

Ao perseguir a mulher, fica evidente o quanto ele tem acossado a nação israelita, desde os tempos dos patriarcas com o fim de destruir tudo no que basearia o surgimento daquele que esmagaria a cabeça da serpente.

Desta forma, podemos explicar alguns motivos do sofrimento do povo escolhido. Na época do nascimento do Senhor Jesus, observa-se a presença de Satanás atuando para matar o Filho de Deus, por meio do seu agente Herodes:

“Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.” (Mt 2.16)

A vida do menino foi guardada, Ele realizou o Seu ministério, tudo fez para que a glória divina se manifestasse e, brevemente, os reinos deste mundo serão de Cristo.

O conflito dos séculos. (12.2-4). É a luta do Diabo, tudo fazendo para que o Messias não viesse ao mundo. Esse conflito vemo-lo de Gênesis aos Evangelhos. Momentos houve em que parecia que o inimigo tinha ganhado a batalha.

As cinco piores ocasiões na história de Israel foram:

1) na apostasia do bezerro de ouro, quando apenas uma tribo ficou leal a Deus (a de Levi);

2) no caso da corrupção moral de Israel, em Sitim, durante a peregrinação no deserto, por conselho de Balaão;

3) no caso do pecado de Davi, com o qual Deus fizera aliança quanto ao nascimento do futuro Messias;

4) no caso do livro de Ester, quando houve um plano para exterminar todos os judeus;

5) no caso de Belém, quando o rei Herodes decretou a matança dos inocentes, para naquele meio, Jesus ser morto. Em todos esses momentos críticos o inimigo perdeu a batalha.

Por fim, numa noite, os anjos anunciaram o nascimento do Salvador, o qual caminhou resoluto em direção ao Calvário, onde, por fim, bradou agonizante, mas triunfantemente: “Tudo está consumado!” Aleluia! (Gilberto, 2010, p.111)

O dragão vermelho simboliza que Satanás não enfrentou Israel como anjo de luz, mas com derramamento de sangue, destruindo as cidades, o templo, tentando riscar da memória o povo que deu sustentação à vinda daquele que haveria de remir toda a humanidade e sua luta não acabou. (Silva, 2001, p. 109)

A mulher estava com dores de parto, sofria dores para trazer à luz o Messias ao mundo. Todos nós conhecemos as agonias que Israel passou por ser o instrumento divino, o povo que tornou Jesus conhecido para toda humanidade. As perseguições da Igreja Católica aos judeus são motivadas pelo tratamento dos judeus a Cristo:

“Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um menino. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se- ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.” (Is 66.7, 8)

O apóstolo Paulo complementa apontando como todas as nações sofreram até que viesse o Messias, o Salvador do mundo: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” (Rm 8.22) Israel se tornará a futura cabeça das nações.

Ocupará esta posição privilegiada por conduzir o mundo ao conhecimento do Libertador: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Hb 2.14)

Este dragão tinha sete cabeças, o que aponta para a sua plena sabedoria, para um intelecto bem avançado cujo fim é subjugar os homens, exercendo o seu poder sedutor sobre eles para abatê-los por meio do engano e prodígios de mentira:

“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;” (I Pe 5.8);

Ao repreender um homem, veja o que o servo de Deus declarou: “Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?” (At 13.10)

Tudo o que ele puder fazer para desorientar quem estiver no caminho certo, ele o fará, haja vista que a sabedoria humana está abaixo do nível da sagacidade diabólica, da sua plena astúcia.

Seu nome é originado do grego “diabolôs”, que significa “acusador”, referindo-se às suas atitudes hostis e caluniosas a Deus e maldosas aos homens. Era um traidor, um homicida, um falso.

Os sete chifres se referem ao poder que o dragão possui para investir contra a mulher e o seu filho. Ele dispõe de súditos operando no espaço cósmico, os quais atuam sob a influência do seu poder.

Tais súditos são os espíritos do mundo tenebroso que habitam as regiões celestiais. Os sete diademas indicam seu domínio, o dragão tenta dominar o Universo por todos os meios possíveis. Gilberto (Gilberto, 2010, p.111-112).

Em seguida, as Escrituras dizem que o dragão com “sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.” (Ap 12.4).

A cauda representa a parte mais perigosa do dragão e se refere ao seu papel como enganador:

“O ancião é o homem de respeito, é a cabeça; e o profeta que ensina a falsidade é a cauda.” (Is 9.15) O mau caráter deste Ser Maligno o fez agir de um modo tão vil, que exerceu o seu poder e influência sobre os habitantes do céu derribando uma terça deles que caíram dos céus como se fossem meteoritos carbonizados, que caíram por causa do orgulho:

“E disse-me o Senhor: Do norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra.” (Jr 1.14); “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte.” (Is 14.13)

Ele fez uma divisão no exército celestial, levando consigo a terça parte dos anjos (estrelas), batalha localizada na região norte do céu, aonde há um vazio no cosmos: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2)

Esta deve ser a luta dos servos de Deus: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef 6.12)

O nosso Cristo é o filho da mulher vestida de sol que veio para reinar, para reinar eternamente sobre os Céus e a Terra: “Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.

Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.” (Sl 2.7-9)

Sendo assim, o texto de Apocalipse nos afirma que Cristo os esmigalhará com vara de fero. Os desígnios malignos e destruidores de Satanás foram totalmente frustrados porque Cristo cumpriu plenamente o Seu ministério, morreu, ressuscitou e ascendeu para permanecer à direita do Pai, com o fim de colocar os inimigos abaixo dos Seus pés:

“E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.56).

Neste trecho do v.5, não se faz referência à morte e à ressurreição do Filho, mas à Sua regência e vitória, que culminará na implantação do Governo Milenial quando regerá todas as nações, após o final da Grande Tribulação, período no qual exercerá o poder como o Monarca absoluto que é.

Ele irá guiar as nações com vara de ferro, o que não quer dizer que será inflexível, mas regerá com firmeza, atuando de forma a transmitir segurança, porque seu método de trabalho não possui inconsistências, é inquebrantável.

E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. (Ap 12.6)

Esta mulher foi para um lugar preparado por Deus durante que aponta o período da Grande Tribulação, de 1.260 dias.

No ano 70 d.C. Deus preparou a cidade de Pella, uma das cidades de Decápolis, como “refúgio” para os crentes fiéis que creram nas advertências do Senhor. Eles ali ficaram por trás do “deserto” da Judeia e de Moabe, e assim escaparam da grande destruição da cidade e de seus moradores.

1.Cremos que por determinação do conselho e pré-conhecimento de Deus, provê-se um lugar de segurança e manutenção para o remanescente. Sugerem-se que este lugar de “refúgio” seja Petra no monte Seir, na terra de Edom e Moabe.

Sela ou Petra, a cidade da rocha é uma das maravilhas do mundo (localizada ao sudoeste do Mar Morto), como um possível esconderijo.

Podendo acomodar 250.000 pessoas, assim oferecia proteção excelente. Esta região demarcada por Deus e denominada de “o deserto”, é chamada também de:

(a) lugar – Ap 12.6;

(b) “refúgio” – Is 16.4;

(c) quartos- I 26.20 etc.

Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, “deserto” significa um lugar de “isolamento” (Sl 55.5-8) aqui, porém, refere-se “… ao deserto dos povos” (Ez 20.35).

Será Edom e Moabe e as primícias dos filhos do Amom (Dn 11.41). Esses serão os únicos países que escaparão da influência do Anticristo durante a Grande Tribulação.

2.Edom ou Idumeia: geograficamente este país encrava-se na região montanhosa entre o Mar Morto e o Golfo de Ácaba; estende-se para dentro da Arábia Pétrea.

3.Moabe: encrava-se no sudeste do Mar Morto; era separado dos amonitas pelo rio Arnon.

4.Amom – encrava-se na região nordeste do Mar Morto; hoje esses três países ou povos se fundiram em tribos árabes.

5.Esta área reservada por Deus naqueles dias e servirá de “refúgio perante a face do destruidor (Is 16.4).

O Monte Sião será também demarcado (Sl 125.1; Ap 14.1). Todos esses acima citados, se transformarão no “deserto de Deus” preparado para a “mulher perseguida”, o Israel Fiel durante o tempo da “angústia de Jacó (Sl 60.8- 12; Is 16.4; 26.20; 64.19; Jr 32.2; 40.8-9; Ez 20.35; Dn 11.41; 12.1; Os 2.14; Mt 24.36; Ap 12. 13-17) (Silva, 2005, p.150-151)

No trecho acima, o Pr. Severino P. da Silva aponta locais desertos, mencionados nas Escrituras, onde a mulher que representa o remanescente de “Israel” pode ir se refugiar no final dos dias, na Grande Tribulação.

Vejamos que esta é uma visão autoral. Outros autores não especificam locais. Ele também nos relembra o remanescente de 7.000 adoradores do Deus de Israel, do tempo de Elias, que não adoraram a Baal:

“Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal.” (Rm 11.4) Assim foi nas regências de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. O Senhor sempre reservou o seu

remanescente até no período pós cativeiro, levantando Esdras e Neemias; na época do silêncio profético, Simeão e Ana ouviram a voz do Senhor. Durante a Grande Tribulação, aqueles que forem fiéis ao Senhor, tais como os profetas do tempo de Elias, serão salvos:

Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. (Rm 9.27)

E o remanescente de Jacó estará no meio de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda a filhos de homens.

E o restante de Jacó estará entre os gentios, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais do bosque, como um leãozinho entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. (Mq 5.7,8)

Em seguida, João menciona que “houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;” (Ap 12.7)

Miguel é o único Arcanjo citado na Bíblia e o seu nome significa “Quem é semelhante a Deus?” Oliveira (2016, p.106) destaca que uma tradição judaica informa que Miguel é chefe de sete arcanjos, mas não podemos declarar quantos anjos se renderam aos caprichos de Satanás para compor o seu exército maligno.

No entanto, sabemos que os tais seres do mal estão ocupando as regiões celestiais e contra os quais devemos lutar:

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef 6.12).

A missão específica de Miguel, como vemos, é guardar e proteger e nação de Israel. Para isto, ele exerce diversas atividades, perceptíveis na sua postura:

Miguel é obediente a Deus, reverencia o nome do Senhor, é piedoso, guerreiro e poderoso, um anjo que exerce o comando porque de Deus recebeu a devida autoridade.

Este arcanjo guerreou com seus anjos contra o dragão e seus anjos. Esta peleja é no céu. Será uma terrível guerra entre anjos e demônios.

Em primeiro sentido lembra a batalha nas regiões celestiais, quando da queda de Lúcifer, que tentou exercer o governo dos céus (Is 14). Esta guerra não ficou totalmente resolvida.

Haverá uma outra grande batalha, e Satanás será totalmente derrotado, e não ocupará mais o espaço cósmico, sua ação será limitada por algum tempo somente na Terra. E daqui será levado cativo para o abismo, onde ficará por mil anos.

Grande será a angústia que haverá na Grande Tribulação, quando Satanás estará juntamente com os demônios e com os homens aqui na Terra.

É de se imaginar a aflição, a libertinagem, a imundícia, depravação, os assédios satânicos sobre os homens daqueles dias. (Silva, 2001, p.111)

Os anjos foram enviados por Deus para contribuir com a salvação dos seus filhos: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14)

Tendo a autoridade divina para atuar, sempre são vitoriosos na batalha contra o mal, contra o Opositor de nosso Deus que perdeu para sempre o seu lugar nos céus porque a Antiga Serpente, o Dragão, é truculento, violento, cruel e dotado de extrema brutalidade.

Precipitado das regiões celestiais, o Dragão procurará enganar a todo mundo fazendo uso da sedução por meio de palavras, por meio da mídia, da tecnologia com o fim de encantar e angariar multidões para atentarem às suas propostas.

Já faz um bom tempo que ele procura desfazer todas as mensagens que recebemos da parte de Deus com o fim de divulgar suas heresias.

O acusador e caluniador atua para lançar os homens de um lado a outro, confundindo suas mentes, tornando-os inimigos de Deus.

É assim que ocorre quando se parte para o “fuxico”, para fomentar a confusão e as intrigas, tentar as pessoas para abandonarem a Deus, provocando a incredulidade. O vocábulo “adversário” é mais que apropriado para ele.

Ciente de que terá pouco tempo para prosseguir nos seus ardis, ele tudo fará para iludir, trapacear, falsificar (apresentar o falso como verdadeiro), imitar, mistificar, Vigiemos pois. Além disto, ele atua como acusador.

Gilberto menciona que ele acusa Deus diante dos homens, os homens diante de Deus, e os homens perante uns os outros.

Às vezes ele nos acusa através da nossa consciência, da nossa mente, da nossa memória. Pela fé no sangue expiador do Cordeiro de Deus e firmados nas promessas da Palavra, podemos resistir a ele e vencê-lo (v. 11; Tg 4.7; 1 Pe 5.8,9). (Gilberto, 2010, p.114)

Sabendo que tem pouco tempo e que fora lançado para a Terra, o Diabo se voltará plenamente irado contra a mulher, porque já não conseguira destruir o ministério de Cristo, nem a Sua vida.

Ou seja, o menino que ela deu à luz que ele quis devorá-lo e não conseguiu. Mas Israel apostatou da fé e rejeitou a Cristo, o que veio privá-la, demovê-la de sua antiga glória e da aprovação divina.

“E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.” (Ap 12.14)

As duas asas de grande águia apontam para a proteção divina e as formas cuidadosas do Senhor garantir estes cuidados: “Achou-o numa terra deserta, e num ermo solitário cheio de uivos; cercou-o,

instruiu-o, e guardou-o como a menina do seu olho. Como a águia desperta a sua ninhada, move-se sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas.

Assim só o Senhor o guiou; e não havia com ele deus estranho. (Dt 32.10-12) As asas são os meios sobrenaturais divinos de demonstrar o Seu amor.

No v,15, João observa algo curioso: “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar.” (Ap 12.15)

O Pr. Severino P. Silva (2005, p.157) menciona a simbologia profética das Escrituras, na qual um rei comandante dos exércitos é comparado a uma corrente de águas: “Os príncipes de Judá são como os que mudam os limites; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.” (Os 5.10).

O inimigo perseguirá a mulher como uma corrente de água, um poderoso exército perseguindo Israel, mas não conseguirá efetuar sua proeza porque a mulher terá o livramento divino:

“Então temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua glória desde a nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira.” (Is 59.19)

Além da proteção divina, a mulher também teve ajuda da Terra: “E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.” (Ap 12.16) Deus faz uso de meios da natureza, bem como de meios divinos.

Quando o inimigo vem com toda a força de uma corrente de águas, tal como uma enchente, o Senhor arvora contra ele a sua bandeira, impedindo-o de agir contra os fiéis.

A terra protegeu Moisés dos rebeldes que se levantaram contra ele: “E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. (Nm 16.31) Em suma, a terra está submissa ao Senhor e Ele se servirá de elementos da natureza sempre que necessário para proteger Seu povo.

A ira de Satanás se manifestará contra os judeus de todo o mundo causando-lhes cruel perseguição. Virão então os tempos de angústia para Jacó (Jr 30.7) O Anticristo será o instrumento usado por Satanás para desencadear contra Israel esta terrível perseguição. (Oliveira, 2016, p.105)

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

Peça para os alunos fazerem observações sobre os tipos de dragões que conhecem. Em seguida, fazer comparações com a imagem do dragão apresentado nas Escrituras.

Revise trechos da narrativa, solicitando aos alunos que expliquem os significados simbólicos nelas contidos.

REFERÊNCIAS:

DRAGÃO na Bíblia (versículos e significado). Disponível em: https://www.respostas.com.br/dragao-existe/. Acesso em 08 ago. 2024.

GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

OLIVEIRA, José Serafim. A revelação do Apocalipse. 5.ed. São Paulo: Sete Editora, 2016, Série Bíblica.
SILVA, Osmar José da. Reflexões Filosóficas de Eternidade a Eternidade:Apocalipse. São Paulo: Imprensa da Fé, 2001, v.7.

SILVA, Severino Pedro. Apocalipse: versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. E-book. Disponível em: https://silo.tips/download/severino-pedro-da-silva. Acesso em 13 jul 2024.

 

 Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10762-licao-7-um-dragao-i

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