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JUVENIS – LIÇÃO Nº 9 – JONAS E MIQUEIAS

O nome deste profeta vem do hebraico “Yonah” e significa pombo. Filho de Amitai e oriundo de Gate-Hefer, uma cidade pertencente à tribo de Zebulom, nas proximidades de Nazaré, em torno de 3 Km (agora conhecida como Mashhad).

Ela também é citada em Js 19.13: “E dali passa pelo oriente, para o nascente, a Gate- Hefer, em Ete-Cazim, chegando a Rimom-Metoar, que vai até Neá;” Jonas foi um profeta do Reino do Norte de Israel.

Fazendo jus ao seu nome, podemos dizer que o “mensageiro de paz” agiu como um “gavião”, pregando na velocidade de três dias, com uma fúria contida, causando temor nos seus ouvintes.

Jonas acusa a nação que, de fato, era pecadora e cruel, sua atitude de quem não dispõe de misericórdia deixa- nos diversas lições relativas ao amor divino e à importância da humilhação. Como se pode observar, os pagãos ninivitas foram alvo da misericórdia de Deus, apesar de Jonas.

Há que se compreender algumas atitudes deste servo do Senhor, pois os assírios oprimiam os israelitas e os matavam. Ellisen (1993, p. 300) afirma que “a tradição judaica diz ser ele o filho da viúva de Sarepta que foi ressuscitado por Elias, mas isso nunca obteve uma sólida confirmação.”

Identificamos em II Rs 14.25: “Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até ao mar da planície; conforme a palavra do Senhor Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.”

Este período aponta para o início do reinado de Jeroboão II, quando o Senhor declara a Sua misericórdia para Israel e, também, concede bênçãos materiais, permitindo que o povo prospere financeiramente, apesar de toda a iniquidade.

Era uma forma específica de demonstrar Amor àquela nação, dando oportunidades para que se arrependessem e conhecessem a verdade.

Jonas foi escrito por volta de 765 a.C. e a profecia comunicada no reinado de Jeroboão II, 793-753. Jonas é conhecido por causa de sua visita a Nínive.

Provavelmente, ela tenha ocorrido no final de seu longo ministério em Israel. O motivo da escrita do livro foi esta visita, por meio da qual ele ministrou ensinos ao povo israelita. No entanto, o ministério do profeta não se constituiu apenas da visita aos assírios.

Os milagres, expostos no livro de Jonas, são um desafio para a fé de muitos e apontam para os cuidados amorosos do Pai Celestial com os seus filhos e todos os povos que se arrependerem de seus pecados.

O livro de Jonas, que tem 4 capítulos, pode ser dividido em três partes:

a) 1ª parte – chamada e desobediência de Jonas – Jn.1

b) 2ª parte – arrependimento de Jonas – Jn.2

c) 3ª parte – pregação de Jonas e seus efeitos – Jn.3-4.

Alguns alegam que a história de Jonas é alegórica, não foi literal ou histórica. Partir do princípio que Jonas foi um mito e que sua narrativa tem o fim de ensinar verdades espirituais, é um equívoco, pois não se trata de uma parábola. Deve ser reconhecida como uma história autêntica pelos vários motivos elencados a seguir:

a. Jonas pertence a um povo, sua origem é mencionada de forma específica. Sabemos de qual cidade ele vem: Gate-Hefer;

b. Sua paternidade é confirmada: “o filho de Amitai” em 2 Rs 14:25 e Jonas 1:1.

c. A historicidade literal de Jonas e sua experiência é confirmada pela tradição judaica.

d. Jonas é apontado como um personagem histórico até pelo próprio Cristo, porque um dos milagres que ele vivencia, também farão parte da biografia do Mestre, o que dá autenticidade ao milagre (Mt 12:40-42; 16:4; Lc 11:29-32). Cristo também associa a historicidade de Jonas com a historicidade de Salomão.

e. O livro destaca a providência do Senhor ao enviar um grande peixe para poupar a vida de Jonas no vasto mar. Que tenha sido ou não uma baleia, a Bíblia não depende destas confirmações para apontar a grandeza do cuidado divino. 

f. Deixar de aceitar a veracidade das Escrituras quando nos relata tais fatos miraculosos é questionar a sobrenaturalidade bíblica nos seus diversos relatos.

Jonas teve um momento ímpar no seu ministério: foi comissionado para pregar para os assírios, dizendo que Deus destruiria Nínive, a sua grande capital. Levar a mensagem divina ao povo inimigo era uma atividade perigosa e, por isto, o profeta quis escapar.

Receava como seria a recepção da mensagem, de palavras de juízo iminente…Por isto tentou fugir, mas após tanto sofrimento, teve que retornar e cumprir a ordem divina. Jonas surpreendeu-se quando viu os ninivitas se arrependerem e escaparem da destruição.

Assim, temos a mais persuasiva, grandiloquente prova de que nosso Deus ama todos os povos e nações. Todos aqueles que buscarem ao Senhor com coração quebrantado e contrito, receberão perdão. O julgamento e a graça divina são universais.

Por deixar o seu povo e viajar uma longa distância (em torno de 4.000 Km) para levar a Palavra de Deus, Jonas é considerado um profeta missionário.

Surge, então, uma próxima pergunta: “Quem eram os assírios? Onde e como este povo vivia? Como se posicionavam diante de outros povos?

Vejamos o que Ellisen (1993, p.302-303) nos diz a respeito:

1.Geograficamente, Nínive estava localizada a leste do setentrional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Era uma das cidades mais antigas do mundo, estabelecida por Ninrode (Gênesis 10:11).

Calcula-se que sua população era de 600.000 habitantes aproximadamente. Calá, capital do império assírio, e outras cidades ficavam na circunvizinhança. Embora o muro interno da cidade tivesse menos de cinco quilômetros de diâmetro, suas aldeias e subúrbios espalhavam-se numa circunferência de mais de 32 quilômetros.

2.Politicamente, a Assíria estava em declínio nessa época. Essa decadência havia começado com a morte de Adad-nirari III em 782, e se estendeu até a vinda de Tiglate-Pileser III em 745. Depois de Adad-nirari reinaram Salmanasar IV (782-773) e Asurdan III (773-754). A visita de Jonas foi provavelmente durante o reinado deste último.

3.Religiosamente, foi iniciada uma tendência para o monoteísmo na Assíria sob o governo de Adad-nirari, devido à sua monolatria.

Ele recomendava: “Ponha a sua confiança em Nebo; não confie em outro deus.” Todavia, diversos cataclismas ocorreram durante esses anos, que podem ter sido usados para preparar o povo. Em 765 e 759 grandes calamidades caíram sobre a cidade, e em 15 de junho de 763 houve um eclipse solar total.

4.Moralmente, os habitantes de Nínive eram conhecidos como uma “raça sensual e cruel”. Viviam de saques e orgulhavam-se dos montes de cabeças humanas que traziam de violentas pilhagens de outras cidades. Fortificaram-se com um muro interno e outro externo.

O muro externo tinha 96 km de extensão, 30 metros de altura e uma largura suficiente para três carroças conduzidas lado a lado. A intervalos, por todo o muro, havia 50 torres de 60 metros de altura para o serviço de vigilância realizado pelas sentinelas.

A Assíria era uma ameaça para Israel desde o tempo de Onri (cerca de 880 a.C.) e tinha forçado os israelitas a pagarem tributo nos últimos cinquenta anos até Jeroboão II tornar-se rei.

Jeroboão sacudiu esse jugo mais ou menos em 790 e estendeu o reino do norte ao seu maior limite desde Salomão. No tempo de Jonas, Israel sentia-se seguro e estava em ascensão, enquanto a Assíria achava-se em declínio político. (Ellisen, 1993, p.302-303)

No livro de Jonas, a misericórdia divina é oferecida aos pagãos, os quais se arrependem, rendendo-se ao Deus de Israel.

E, mesmo que fossem um povo depravado e belicoso, podiam receber a bênção da misericórdia se demonstrassem verdadeiro arrependimento, um coração quebrantado e contrito, reconhecendo que Deus é poderoso para mudar.

E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.

Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza.

E fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água; Mas os homens e os animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos.

Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?
E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez. (Jn 3.5-10)

A mensagem de Jonas foi concisa. Eram apenas sete palavras. No hebraico, cinco: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.” (Jn 3.4 c), Como homem experimentado, Jonas sabia que Deus permite a destruição no meio dos povos que se afastam dEle e agem de forma depravada. A curta profecia foi uma mensagem para Nínive, Israel e até mesmo para a Igreja hoje:

Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.
Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas. (Mt 12.40,41)

No curto livro de Jonas, temos o relato de diversos milagres que se seguiram a pregação de sua mensagem e autenticaram o sermão, deram-lhe disposição, impulsionaram a divulgação do aviso divino para aquele povo:

– O profeta viu o mar se aquietar depois que foi lançado nele (1:15,17);
– Foi preservado dentro do grande peixe (2:10);
– Viu Nínive se arrepender e render-se ao Senhor (3:5-10);
– Contemplou o rápido crescimento da planta (4:6);
– Descobriu um verme que consumiu a planta rapidamente.

Um dos maiores testemunhos dos milagres do livro de Jonas é o relato da estadia do profeta no ventre do grande peixe.

A qual espécie aquática a Bíblia se refere? Esta é a assertiva de Champlim (2001, p.3.557) a respeito:

A palavra “peixe” pode designar, aqui, qualquer dos grandes animais existentes no mar. Não há razão alguma em supormos que um peixe especial tenha sido criado para a ocasião.

O cachalote tem o equipamento necessário para devorar um homem. Nas pinturas cristãs primitivas, esse peixe é pintado como um dragão do mar, mas por certo isso é incorreto.

A palavra hebraica correspondente dag (grande peixe) não determina que tipo de animal está envolvido, como também não o fez a tradução a tradução grega da Septuaginta ketos. Nos escritos de Homero (como a Odisseia) essa palavra grega é usada para indicar qualquer peixe grande, incluindo golfinhos e tubarões. (Champlim, 2001, p.3.557)

Será possível ser engolido por uma baleia e continuar vivo para contar a história? A ciência responde “Não”, mas a resposta correta é “Sim”.

Os registros oficiais do Almirantado Britânico provêm evidências documentadas sobre a espantosa aventura de James Bartley, um marinheiro britânico que foi engolido por uma baleia e escapou com vida para conta a história!

O Sr. Bartley estava fazendo a sua primeira viagem que terminou por ser a inicial, como marinheiro de um povo baleeiro, cujo nome era Estrela do Oriente, em fevereiro do ano de 1891, estavam a algumas centenas de quilômetros a leste das ilhas Falkland, no Atlântico Sul.

Em certo momento, foi arpoada uma grande baleia, que então mergulhou às profundezas abissais. Quando ela subiu para respirar, ocorreu que seu corpanzil esmigalhou o bote, e muitos homens caíram no mar. Dois homens não puderam ser encontrados e um deles era o Sr. Bartley. Depois de muito serem procurados, foram dados, finalmente por perdidos.

Pouco antes do pôr-do-sol, naquele mesmo dia, a baleia moribunda flutuou até a superfície. A tripulação rapidamente prendeu uma corda na baleia e a arrastou até o navio-mãe. Posto que era tempo de verão, foi necessário despedaçar imediatamente o gigantesco animal.

A baleia foi sendo cortada em pedaços. Pouco depois das onze horas da noite, os exaustos tripulantes removeram o estômago e o enorme fígado da baleia. Esses pedaços foram levados para a coberta e notou-se que havia algum movimento no interior do estômago da baleia.

Fizeram uma grande incisão e apareceu um pé humano. Era James Bartley dobrado em dois, inconsciente, mas ainda vivo. Bartley ainda soltava grunhidos incoerentes ao recuperar um pouco mais a consciência, e durante cerca de duas semanas pendeu entre a vida e a morte. Passou-se um mês inteiro antes que pudesse contar perfeitamente a história do que lhe acontecera.

Lembrava-se de que quando a baleia atingiu o bote, ele foi atirado no ar. Ao cair, foi engolfado pela gigantesca boca da baleia. Passou por fileiras de minúsculos e afiados dentes, e sentiu uma dor lancinante. Percebeu que estava escorregando por um tubo liso, e então desapareceu na escuridão. De nada mais se lembrava, senão depois de ter recuperado a consciência, uma vez libertado do estômago da baleia.

Muitos médicos de vários países vieram examiná-lo. Viveu mais dezoito anos depois dessa experiência. Sua pele ficara com uma desnatural descoloração esbranquiçada, mas não sofreu outros maus efeitos além deste.

Na lápide de seu túmulo foi escrito um breve relato de sua experiência com o acréscimo: “James Bartley, 1879 a 1909, um moderno Jonas”. (Extraído do Stranger Than Science, por Frank Edwards, p.11-13) (Champlim, 2001, p.579)

Não podíamos deixar de mencionar tal fato, porque tal circunstância demonstra a veracidade das Santas Escrituras, que podem ser provadas cientificamente, realisticamente, esclarecendo os céticos que as histórias bíblicas são reais. Não se trata de mito e já foram, por diversas vezes, atestadas pela ciência, pela Arqueologia.

A ciência não comprova os fatos, mas afirma que algumas espécies de baleias podem engolir seres humanos inteiros, como é o caso da baleia comum que pode adaptar sua garganta ao tamanho da presa. A Palavra do Senhor é eterna, cumpriu-se o que está escrito e cumprir-se-á o que está previsto. Aleluia! Louvado seja o Senhor!

O maior reavivamento, registrado nas Escrituras, foi em Nínive, porque uma cidade inteira, em torno de três mil pessoas, arrependeu-se e humilhou-se diante do Senhor, abandonando seus pecados.

Antes dos ninivitas, foram os marinheiros de Társis que receberam o testemunho de Jonas e foram convencidos a se voltar para o Senhor depois de jogar o profeta ao mar, vendo o mar aquietar-se milagrosamente.

Por meio deste livro, aprendemos que o julgamento de Deus depende das ações do homem. Ele se compadece, muda de ideia quando há arrependimento.

Arrependimento é uma palavra-chave deste livro, arrependimento seguido de conversão, mudança de rota, mudança de atitude, mudança de pensamentos e de visão. Isto tudo aconteceu com Jonas também. O profeta relata todas as suas mudanças desde o primeiro capítulo.

Ele teve que ser preparado pelo Senhor para ser o mensageiro do Pai Celestial. Com a transformação interna, o profeta poderia ser redirecionado pelo caminho que o Senhor traçou para Ele: a trajetória da pregação, da obediência, do reavivamento.

O LUGAR DE JONAS NO RITUAL JUDAICO.

Para os judeus ortodoxos, é tradição usar o Livro de Jonas como leitura obrigatória para o Culto Vespertino do Dia da Expiação (A. Cohen, The Twelve Prophets, pág. 137).

Nesse dia de jejum nacional, lamentação e perdão recíprocos dos pecados, eles releem a história dos antigos habitantes de Nínive, que acharam misericórdia por convocarem arrependimento e perdão de pecados em toda a nação.

Apesar de não haver evidência de que os israelitas do tempo de Jonas tenham reagido dessa forma, judeus ortodoxos usam o livro no seu maior dia anual de jejum a fim de lembrar que o Senhor é um Deus de misericórdia para o povo arrependido, independente da sua raça. Jonas tem um lugar especial no respeito e no ritual dos judeus. (Ellisen, 1993, p.306)

MIQUEIAS

Em hebraico, “Mikhah”, é uma forma abreviada de Mi-kã-Yáhu, que significa: “Quem é como o Senhor?” A mensagem deste profeta está relacionada à fé salvadora e o principal resultado dela é a reforma social e a santidade prática oriundas da justiça e soberania divinas.

O grande perdão de Deus se destaca no capítulo final: “Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? (Mq 7.18 a)

“A falta generalizada de fé do povo do Reino do Norte e do Reino do Sul facilita a proximidade do inimigo, haja vista que não há proteção espiritual e, assim, a ira de Deus é experimentada por meio de povos pagãos.

Miqueias exerceu o seu ministério durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, (que reinaram consecutivamente de 740 a 697), sendo ele próprio deste mesmo reino.

Oriundo de Moresete- Gate ou Maressa (Js.15:44), local identificado como uma aldeia situada a 320 km a sudoeste de Jerusalém, pertencente à tribo de Judá. uma cidade localizada nos limites entre Judá e Filístia, longe da política e do comércio da capital.

Supõe-se que ele pertença à família humilde, porque seu pai não é citado. Este ministério é contemporâneo aos de Isaías, Oséias e Amós, se bem que tenha desenvolvido seu ministério no reino do sul, ou seja, durante a época de Isaías.

Embora seja o profeta cujo ministério envolva a pregação cuja mensagem seja dirigida aos Reinos do Norte e de Judá. Vejamos elementos em comum entre estes dois textos:

Mas nos últimos dias acontecerá que o monte da casa do SENHOR será estabelecido no cume dos montes, e se elevará sobre os outeiros, e a ele afluirão os povos.

E irão muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.

E julgará entre muitos povos, e castigará nações poderosas e longínquas, e converterão as suas espadas em pás, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.

Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse. (Mq 4.1- 4)

E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.

E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.

E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear. (Is 2.2-4)

Uma vez que era de origem mais modesta, a pregação de Miqueias também se dirigia ao povo comum e aos seus sofrimentos, aos camponeses das terras agrícolas que padecem com a nobreza latifundiária, à nobreza rica e sem escrúpulos, insensível às necessidades do próximo. A profecia deste servo de Deus foi extremamente adequada para o seu tempo, para as carências do povo.

Ele pregou a mensagem que o povo precisava ouvir. Isaías estava mais conectado com a nobreza, com os políticos locais. Miqueias, por sua vez, passou a maior parte do tempo exercendo o seu ministério no interior, mas Ellisen (1993, p.308) nos traz uma curiosidade:

Acredita-se que ele tenha sido um dos “homens de Ezequias”, citados em Provérbios 25:1, os quais, junto com Isaías, transcreveram e compilaram os provérbios de Salomão, dos capítulos 25 a 29. Todavia, ele não deve ser confundido com um profeta anterior chamado Micaías em 1 Reis 22:8. (Ellisen, 1993, p. 308)

Com um ministério que coincide com a primeira parte da carreira da atuação de Isaías, no período dos reis Acaz e Ezequias, fala da justiça divina como garantia de que o Senhor poderia perdoar seu povo se houvesse arrependimento, haja vista que suas pregações são anteriores à queda de Samaria em 722 a.C. O avivamento promovido no reino de Ezequias teve grande contribuição das pregações de Miqueias, segundo atesta o profeta Jeremias:

Miquéias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, e falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim disse o Senhor dos Exércitos: Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa como os altos de um bosque.

Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes não temeu ao Senhor, e não implorou o favor do Senhor? E o Senhor não se arrependeu do mal que falara contra eles? Nós fazemos um grande mal contra as nossas almas. (Jr 26.18,19)

Os livros de Miqueias e Isaías apresentam mais semelhanças que contrastes. Foram profetas de um tempo no qual Deus tinha uma mensagem específica para o seu povo. É fundamental que estejamos atentos para isto.

É praticamente a mesma mensagem porque é o mesmo Deus quem fala para o mesmo povo. Atualmente, os “profetas” confundem as pessoas com mensagens totalmente diferenciadas, de origem difusa. Não nos enganemos. Nosso Deus fala sem causar confusão.

A profecia de Miquéias no Reino do Sul é pregada com a mesma intensidade de Oséias e de Amós no Reino do Norte. Ele denunciou o pecado nas relações sociais, as injustiças e as violências, os abusos que estavam sendo cometidos.

Ele traz, em sua mensagem, o anúncio de uma época de paz e prosperidade, a ser liderada pelo Senhor em Israel, que surgiria de “Belém Efrata”, um plano estabelecido pelo Senhor desde os dias da Eternidade (Mq.5:2).

O objetivo central era apontar que o Messias viria, Ele teria origem humilde para governar de forma justa e veraz, de acordo com a promessa da aliança feita a Abraão.

O livro de Miquéias, que tem 7 capítulos, pode ser dividido em três partes:

a) 1ª parte – julgamentos divinos contra Israel e Judá – Mq.1-3

b) 2ª parte – visão de um futuro glorioso – Mq.4-5

c) 3ª parte – controvérsia entre Deus e Seu povo e promessa de bênçãos futuras – Mq.6-7.

Contribuições do livro de Miqueias:

– A proclamação do julgamento de Deus antes da declaração da misericórdia perdoadora e concede uma nova oportunidade (1.3-4).

– Denúncia da opressão do fraco, do suborno entre a liderança, do ato de expulsar mulheres dos seus lares e praticar vários tipos de roubo, em nome da religião (2:1-2, 8-11; 3:1-3, 9-11; 6:10-12);

– Jesus resumiu a Lei como “amor” para os insensíveis líderes do seu tempo, Miquéias resumiu-a como justiça, misericórdia e modéstia para um povo completamente carente dessas qualidades, embora estivesse ocupado com religião (3:11)

– Naquela sociedade idólatra, todos eram iníquos e só cuidavam dos seus próprios interesses. Afastaram-se da verdade divina; consequentemente, começaram a colher os efeitos sociais: “os inimigos do homem são os da sua própria casa”

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

1) Sugerimos que o professor conte as histórias destes vídeos (uma mais antiga e outra atual) e verifique as opiniões dos alunos a respeito:

BLASTING News Brasil. O homem que foi engolido por uma baleia e sobreviveu. Disponível em: https://br.blastingnews.com/curiosidades/2017/06/o-homem-que- foi-engolido-por-uma-baleia-e-sobreviveu-001758637.html. Acesso em 24 maio 2024.

CNN Domingo. Homem sobrevive após ser engolido por baleia nos Estados Unidos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gosRpUJ1WlA. Acesso em 24 maio 2024.

2) Converse com a turma, fazendo observações acerca dos assírios. Se você estivesse no lugar de Jonas, o que faria?

REFERÊNCIAS:

ARCHER Jr., Gleason L. Panorama do Antigo Testamento. 4.ed. Ed. Rev. e Ampl. São Paulo: Vida Nova, 2012.

BENTHO, Esdras Costa & PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

CHAMPLIM, Russel Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. 2.ed. São Paulo: Hagnos, 2001, v.5.

ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 1993.

JONAS. CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5.ed. São Paulo: Hagnos, 2001, v.3, p.576-580.

 Profª. Amélia Lemos Oliveira


Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10546-licao-9-jonas-e-miqueias-i

Vídeo: https://youtu.be/PBXYpYF3dQc

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