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Lição 12: As dores do abandono

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– O Senhor jamais abandona os Seus.


INTRODUÇÃO


– Concluindo o quinto e penúltimo bloco deste trimestre, que trata dos “dramas de relacionamentos”, estudaremos hoje o abandono.

– O servo de Deus sabe que, se for abandonado por todos, jamais será abandonado por seu Senhor.


I – O ABANDONO


– Estamos a concluir o quinto e penúltimo bloco deste trimestre, concluindo, também, a série de casos de aflições da vida que temos sobre a face da Terra. Neste último caso de aflição a ser estudado, dentro, ainda, do que denominamos de “dramas de relacionamento”, vamos estudar “as dores do abandono”.


– O homem foi feito para viver em sociedade (Gn.2:18). Deus afirmou que não era bom que ele estivesse só e, diante desta constatação divina, não temos que ter outra conclusão senão a de que o sentimento da solidão faz muito mal ao homem. Assim, quando o homem se sente só, está a experimentar uma sensação que é má.


– “Abandono” é “ato ou efeito de deixar, de largar, de sair sem a intenção de voltar; partida, afastamento; falta de amparo ou de assistência; desarrimo”. A palavra é de origem francesa, da expressão provençal “à ban donner”, cujo significado era “deixar ir para o exílio”, “dar um sinal, proclamar, pronunciar uma condenação ao exílio; banir”.


– No Antigo Testamento, na maior parte das vezes, a palavra “abandonar” é tradução, na Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), da palavra hebraica “‘azab” (עזב) cujo significado é o de “deixar só, desamparar”. Em Jer.12:7,  além de “ ‘azab”, que é traduzida como “desamparar” na ARC, temos a palavra “natash” (נטש), que tem também o significado de “deixar, abandonar”. Em Jr.51:5, a palavra traduzida por “abandonar” é “ ‘alman” (אלמן), cujo sentido é “deixar como viúva, desamparar como a uma viúva”.


– Em o NovoTestamento, a palavra “abandonar” é, na ARC, tradução da palavra grega “paradidomi” (παραδίδωμι) cujo significado é o de “deixar aos cuidados de outrem”, “entregar às mãos de alguém”.


– Notamos, portanto, que a ideia de abandono está vinculada a um afastamento de relacionamento, a uma cessação de uma convivência, à negação de ajuda e de amparo, a um isolamento. Sempre que dizemos que há “abandono”, há um ato voluntário de afastamento de alguém em relação ao próximo, há uma atitude de rompimento de relacionamento.


– Tendo sido o homem feito para viver em grupo, é natural que o isolamento, a cessação de um relacionamento motivado pela vontade de alguém cause sérios danos à estrutura emocional e afetiva do ser humano. O abandono envolve um aspecto extremamente duro para o ser humano que, criado para viver em grupo, é, de uma hora para outra, isolado de seus pares, premido da companhia daqueles que estavam ao seu lado.


– Se o isolamento já é um mal em si, que dirá quando subsequente a um relacionamento que anteriormente existia. Trata-se de um golpe que vem acrescentar um mal a algo que já é mal em si. Além do mais, sabemos todos, que a questão do abandono está sempre relacionada a outras circunstâncias que, por si só, já eram males. O abandono apresenta-se assim como uma “pá de cal” que vem como que levar a uma sensação de impotência e de fracasso algo que já estava indo mal na vida de alguém.


– A sensação da solidão e da impossibilidade de se relacionar com alguém gera um desespero natural no ser humano, gregário que é. Notamos isto na reação de Caim quando confrontado com seu crime pelo Senhor. Mesmo o maligno Caim não pôde aguentar a ideia da solidão e do abandono. Quando o Senhor lhe disse que era maldito e que andaria fugitivo e vagabundo na terra, ou seja, em estado de isolamento, Caim afirmou que aquilo era sinal de que sua maldade jamais poderia ser perdoada, o que levou o Senhor a lhe pôr um sinal para que Caim não fosse morto e, deste modo, pudesse reintroduzir-se na vida social (Gn.4:11-15).


– O abandono, a colocação em isolamento daqueles que antes cercavam a pessoa é, como se vê, algo extremamente dolorido e que está além da capacidade humana de suportabilidade. Trata-se de uma dor tão grande que, quando Adão percebeu que estava solitário, imediatamente o Senhor lhe deu um pesado sono para que não sofresse esta dor (Gn.2:21).


– Desde logo, pois, percebemos claramente que não é da vontade do Senhor que alguém sinta a solidão ou sofra as dores do abandono. Se fez cair um sono pesado em Adão, então sem pecado, para que não sofresse a dor da solidão, também tratou de pôr um sinal no pecador e criminoso Caim para também este não ficasse, para sempre, com a dor da solidão, apesar do crime e pecado cometidos. Deus não tem interesse algum em abandonar o homem, em permitir-lhe sentir este mal da solidão, mesmo quando o homem não corresponde ao Seu amor. É o que diz, a propósito, para o povo de Judá que estava completamente apostatado, por intermédio do profeta Jeremias: “Porque Israel e Judá não foram abandonados pelo seu Deus, pelo Senhor dos Exércitos, ainda que a sua terra esteja cheia de culpas perante o Santo de Israel” (Jr.51:5). 
– Esta atitude do Senhor de jamais estar disposto a abandonar o homem, serve como um exemplo a ser seguido pelos Seus servos. Jamais podemos tomar a iniciativa de abandonar o próximo, por pior que ele seja. Temos de ter o mesmo sentimento de Deus, pois passamos a participar de Sua natureza por força da salvação em Cristo Jesus (II Pe.1:4), e, portanto, não podemos tomar a iniciativa de abandonar, de desamparar as pessoas.


– Por isso, o proverbista é bem claro ao afirmar: “Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade; melhor é o vizinho perto do que o irmão longe” (Pv.27:10). Não podemos abandonar as pessoas com quem mantemos relacionamentos, como os amigos, sendo mantendo uma proximidade para que ajudemos nas horas difíceis. O abandono é uma atitude que é reprovada severamente pelo Senhor.


– Mas alguém pode argumentar que há, também, uma determinação nas Escrituras Sagradas para que nos afastemos do pecado, que nos mantenhamos separados do pecado, que não nos misturemos com os ímpios e, portanto, não seria correto o que estamos a afirmar. Até porque, podem dizer estes, há textos expressos da Bíblia Sagrada que nos mostra que Deus abandonou os homens como, por exemplo, em Jr.12:7, At.7:42 e Rm.1:26.


– Em Jr.12:7, como, aliás, já visto, temos a utilização das palavras “ ‘azab” e “natash” para se referir ao desamparo de Deus em relação ao povo de Judá. Mas por que Deus agiu deste modo, o que, inclusive, permitiu o cativeiro da Babilônia? No próprio vaticínio, explica-se: “tornou-se a Minha herança para mim como leão numa floresta; levantou a sua voz contra Mim, por isso Eu a aborreci” (Jr.12:8). Deus agiu com Sua vontade permissiva, permitindo que os inimigos pusessem suas mãos nos judaítas e os levassem da Terra Prometida, porque eles haviam se distanciado do Senhor a tal ponto que O haviam abandonado por completo, eram os “reis da floresta”, eram totalmente soberbos e insubmissos à vontade do Senhor, vontade que fora proclamada, só por Jeremias, por longos quarenta anos!


– Em ambos os textos do Novo Testamento onde se diz que Deus abandonou, seja o povo de Israel, seja a humanidade, temos aqui o uso da palavra grega já aludida supra, cujo significado é o de “entregar”, “deixar”, “permitir”. O que se tem, em ambos os casos, é que Deus, ante a ação insistente do homem em abandoná-l’O, ante o distanciamento crescente e persistente do ser humano em se distanciar do seu Criador, tem, como contrapartida, uma omissão divina, uma cessação da atitude divina de aproximação ao homem, exatamente o que ocorreu com Caim que, mesmo depois de ter recebido o sinal que lhe permitiu a convivência com os demais homens, “saiu de diante da face do Senhor” (Gn.4:16), querendo viver independentemente de Deus.


– A Palavra de Deus ensina-nos que, se nos chegarmos a Deus, Ele Se chegará a nós (Tg.4:8), o que nos traz o corolário que se nós nos afastarmos d’Ele, Ele ficará cada vez mais distante de nós. Se assim é, o “abandono” mencionado de Deus  é o exercício da Sua vontade permissiva em que, diante do insistente e persistente afastamento do homem, Deus deixa de buscá-lo, deixando que ele se enverede pelos seus caminhos de morte, enveredar este que se mantém apesar de todas as advertências e alertas feitos pelo Senhor.


– Por isso, mesmo, em extrema coerência e em harmonia com isto, é que o apóstolo Paulo diz que, após uma e outra admoestação, devemos deixar de nos relacionar com o herege (Tt.3:10), ou seja, aquele que insiste em querer contrariar  a Palavra que já conheceu e o libertara. Tem-se aqui não uma ordem para abandono, mas uma determinação para que cessar a tentativa de aproximação, o que não significa, em absoluto que, procurados por eles, devemos ignorá-los.


– “Abandono” caracteriza-se,  como afirmam os juristas, pela presença de um ato volitivo, ou seja, por um querer de alguém. Ninguém abandona algo se não o quiser, daí porque o “abandono” a que estamos nos referindo é apenas um assentimento a uma vontade persistente e insistente de quem não quer se aproximar de Deus e que deseja que outros também d’Ele se afastem. Por isso, não se tem aqui propriamente um abandono, mas uma justa reação a um endurecimento de cerviz, a um endurecimento de coração, uma “grande indignação”, como relata o salmista no Sl.119:53.


– A atitude que temos de ter para com o próximo, pois, é o do companheirismo, o de estar pronto a ajudá-lo, a estar ao seu lado, demonstrando o mesmo amor que Deus tem para conosco, se é que temos o amor de Deus derramado em nossos corações (Rm.5:5). Jamais, como servos do Senhor, podemos tomar a iniciativa de abandonar quem quer que seja que tenha relacionamentos conosco.


– A Bíblia manda-nos separar do pecado, não dos pecadores. Jesus era constantemente acusado pelos fariseus de ser “companheiro de pecadores e publicanos”, tendo o Senhor dito a eles que esta era a Sua missão: chamar os pecadores ao arrependimento (Mt.9:11-13; Mc.2:15-17; Lc.5:29-32). Jesus sempre esteve na companhia dos pecadores, sem que tivesse cometido qualquer pecado. Devemos, pois, seguir-Lhe o exemplo, não abandonando os pecadores, mas, sim, o pecado e o embaraço (Hb.12:1).


II – O ABANDONO FAMILIAR


– Dentro destes princípios que vemos nas Sagradas Escrituras concernentes ao abandono, bem verificamos que não pode o genuíno e autêntico servo do Senhor abandonar o seu próximo, a menos como reação de um endurecimento de cerviz de que apostatou da fé e quer fazer de nosso relacionamento um expediente para também nos desviar da fé.


– Esta atitude aumenta de intensidade quando estamos a falar da família. Como todos sabemos e já tivemos ocasião de estudar em bloco deste trimestre, a família é a obra-prima de Deus, uma instituição criada pelo Senhor precisamente para que não tivéssemos a solidão, precisamente para que pudéssemos cumprir o propósito divino em nossas vidas.


– Em sendo assim, é evidente, a esta altura de nosso raciocínio, que  é fora de questão que abandonemos nossos familiares. Não podemos, em absoluto, deixar de cuidar e zelar pelos relacionamentos decorrentes dos laços familiares estabelecidos ao longo da nossa existência.


– O único “abandono” permitido em termos familiares é aquele decorrente da formação de nova família, ou seja, quando deixamos nosso pai e mãe para nos unirmos ao nosso cônjuge, por ocasião do casamento (Gn.2:24). Mesmo assim, este “abandono” mencionado nas Escrituras há de ser entendido dentro do contexto da independência da nova família, jamais como uma autorização para deixarmos ao desamparo os nossos pais, máxime quando se está diante de situações aflitivas como a velhice, a carência e a enfermidade.


– Os nossos pais não têm qualquer autorização bíblica para se imiscuir em nosso relacionamento conjugal, nem tampouco em nosso relacionamento com nossos filhos, pois aqui vale o princípio da independência da família, mas, de modo algum, há uma autorização bíblica para que, uma vez casados, os filhos não tenham mais que cuidar de seus pais.


– Na tradição judaica, criou-se uma regra segundo a qual os filhos estavam dispensados de ajudar seus pais com algum bem  que tivesse sido, antes do pedido de ajuda dos pais, sido prometido para ser “oferta ao Senhor”. Assim, se alguém prometesse dar algo para Deus e seus pais viessem e pedissem uma ajuda, estaria ele dispensado de ajudar os pais, já que aquilo com que poderia ajudar os pais já havia sido prometido ao Senhor.


– Tal regra da tradição judaica, entretanto, foi duramente censurada pelo Senhor Jesus, que a considerou como sendo uma invalidação da lei de Moisés, que mandava honrar pai e mãe (Mt.15:3-6), mostrando,  desta maneira, que é dever dos filhos, mesmo casados, ajudar os seus pais nas suas necessidades, não podendo, assim, haver um abandono, mesmo diante do casamento.


– Nos dias hodiernos, não são poucos os filhos que, demonstrando estarmos a viver os “tempos trabalhosos” preconizados pelo apóstolo Paulo (II Tm.3:1), demonstram toda a sua ingratidão para com os seus pais, negando-lhes o auxílio e a devida honra quando eles se veem necessitados na sua velhice. Foi preciso, mesmo, que o constituinte brasileiro incluísse um dispositivo em nossa Carta Magna para garantir este direito que tem os pais de serem assistidos por seus filhos na velhice, carência e enfermidade (artigo 229 da Constituição da República).


– Quantos não são os filhos que simplesmente abandonam os pais, não lhes dando qualquer auxílio, desprezando-os por completo. Outros, ainda, entendendo-se “auxiliadores” e “humanos”, lançam seus pais em asilos, ali os deixando, achando que, com isso, “cumprem sua obrigação”.


– A honra devida a pais e mães obriga não apenas a que supramos as suas necessidades materiais, em caso de insuficiência ou carência, mas, e principalmente, que sejamos companheiros e solidários nos instantes difíceis, decorrentes da própria idade avançada daqueles que, um dia, desdobraram-se para que fôssemos o que hoje somos na sociedade.


– O abandono não se verifica apenas no que toca ao suprimento de bens materiais, mas envolve o lado afetivo-emocional. Torna-se absolutamente necessário que sejamos companheiros e amigos dos nossos familiares. A família foi criada para que não permitir o sentimento da solidão entre os homens, e não se terá este desiderato se tão somente se der recursos econômico-financeiros. Quantos há que por pagarem pensões alimentícias aos seus familiares (e isto por causa de condenações judiciais, pois jamais o fariam voluntariamente…), acham que estão a cumprir a obrigação de não abandonar o familiar, quando, na verdade, não tomam qualquer atitude para que se tenha companhia, afeto e carinho ao familiar.


– Neste ponto, aliás,  é imperioso reconhecer que, em muitos lares, na atualidade, há uma situação de completo abandono familiar, embora todos estejam a residir sob mesmo teto. Isto porque nem sequer há comunicação ou diálogo entre cônjuges ou entre pais e filhos. A vida agitada dos dias de hoje bem como os inúmeros meios de distração existentes fazem com que as pessoas da família se tornem verdadeiros estranhos, não havendo qualquer compartilhamento de vidas, não havendo qualquer comunhão entre os familiares.


– Assim, cônjuges sentem-se solitários, sem a necessária e indispensável companhia daquele que deveria ser “uma só carne”, sendo “viúvos de cônjuge vivo”, bem como os filhos se sentem desamparados, sem o necessário acompanhamento e compartilhamento com os pais, sendo “órfãos de pais vivos”. O resultado é que a família acaba sendo destruída, pois, ante tal sentimento de solidão, que o homem não pode suportar, o inimigo de nossas almas acaba por encontrar “companheiros” que estejam dispostos a cumprir o papel que cônjuge e pais não estão tendo, gerando inúmeros casos de infidelidade conjugal e de “adoções” dos filhos por estranhos de má índole.


– Quantas dores vêm, então, aos familiares por causa deste abandono! Quantos lares destruídos por causa da infidelidade conjugal, pela entrada das drogas e do envolvimento de familiares com a criminalidade, tudo porque houve, antes, o abandono, o voluntário desleixo para com os relacionamentos com os familiares. Não abandonemos nossos entes queridos, vamos ao encontro deles, impedindo que a falta de diálogo e de comunicação nos leve a tantas mazelas entre os nossos familiares!


– A situação de abandono é tão séria que nem mesmo na hipótese de confronto entre a nossa fé e a manutenção da vida em família as Escrituras permitem que tomemos a iniciativa do abandono. O apóstolo Paulo é incisivo, ao ensinar os crentes de Corinto a respeito da questão de como ficaria o casamento daquele que, convertendose a Cristo, ficava isolado em seu lar, de que jamais poderia o crente tomar a iniciativa de abandonar o seu cônjuge (I Co.7:11-17).


– Ora, se nem a dureza de coração do cônjuge descrente permite que tomemos a iniciativa de abandoná-lo, como podemos admitir que um servo de Deus abandone o seu cônjuge por estar ele doente? É verdade que a lei brasileira permite a separação ou o divórcio por causa de uma enfermidade mental grave do cônjuge (art.1572, § 2º do Código Civil), mas tal permissivo legal nada representa para quem serve ao Senhor, pois se trata de um ato de desumanidade, incompatível com o caráter cristão.


– É evidente que, diante de um quadro de enfermidade grave, quando o familiar não tem condições de ser devidamente assistido pelos seus familiares, em sua residência, não se censure a tomada de providências no sentido de acolhimento do familiar em estabelecimento onde tal tratamento digno seja possível, mas este gesto não dispensa os familiares de serem companheiros, presentes e de trazerem ao enfermo a companhia e o afeto que só eles podem dar.


– Neste diapasão, aliás, encontra-se  a problemática atinente ao quimiodependente. Nos dias em que vivemos, é cada vez mais frequente o envolvimento de pessoas com as drogas, cujo poder de dependência é cada vez mais intenso, como se verifica, por exemplo, nos casos do “crack” e do “óxi”. Nestas hipóteses, a internação do quimiodependente para desintoxicação é quase que obrigatória e não representará, por si só, um abandono, mas é imperioso que isto não se dê, pois a presença dos familiares, seja nas visitas, seja no acompanhamento do tratamento, é imprescindível para a própria recuperação do toxicômano.


– Também é esta a atitude que se deve ter com os que se envolverem com a criminalidade e forem encarcerados. A Bíblia diz que devemos nos lembrar dos que estão presos como se estivéssemos presos com eles (Hb.13:3). A solidão no cárcere é terrível, como nos dá o apóstolo Paulo em suas cartas da prisão (Fp.2:27; II Tm.1:15; 4:10,11,16). Assim não podemos abandonar os nossos familiares, mesmo quando estão presos.


– Não há como haver recuperação de um preso, como se promover a sua ressocialização se não se começar pela própria família do preso, sem o que o criminoso será irremediavelmente “adotado” por uma organização criminosa e atrelará sua vida ao crime de forma definitiva. A propósito, o sistema APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), o método que, de longe, se mostrou o mais útil neste objetivo tem como um de seus pilares não só a recuperação do preso, mas, também, o de sua família.


III – O ABANDONO EM OUTRAS


– Se é na família, célula mater da sociedade, que se encontra a questão do abandono com maior intensidade, não se esgota, porém, esta questão neste nível. Situações outras há em que se verifica o abandono e que nós, como servos do Senhor, não podemos consentir nem praticar.


– Como estamos a falar de crentes, tem-se que a igreja local é outro ambiente onde o abandono não pode se verificar. Uma das características básicas da igreja local, quando atenta ao modelo bíblico, é a comunhão, o compartilhamento das vidas, como vemos na igreja em Jerusalém (At.2:42-47).


– É absolutamente indispensável que, nas igrejas locais, haja este ambiente de amor fraternal, de compartilhamento de vidas entre os crentes, de sorte que os membros não se sintam sozinhos, solitários.


Lamentavelmente, o que se mais se vê, atualmente, são “igrejas-multidões”, ou seja, igrejas onde as pessoas se reúnem como se estivessem num local de entretenimento, num estádio de futebol, um mero ajuntamento circunstancial, onde as pessoas mal se conhecem e que se dispersam sem qualquer relacionamento entre si terminada a reunião.


– Este sistema não é o estabelecido pelo Senhor Jesus para a Sua Igreja, que é o Seu corpo, em que todos têm de depender uns dos outros para que haja a edificação em amor (I Co.12:12-27; Ef.4:1-16).


– Devemos, pois, aproximarmo-nos uns dos outros, a fim de que desfrutemos da mesma comunhão da igreja primitiva, inclusive dispostos a repartir as tristezas e alegrias com os nossos irmãos. Neste relacionamento, temos de nos comportar como “família de Deus” (Ef.2:19), de sorte que tudo o que dissemos com relação ao abandono familiar, cabe aqui no que toca aos nossos relacionamentos com os irmãos na fé, que, por isso mesmo, são chamados pelo apóstolo Paulo de “domésticos da fé” (Gl.6:10), ou seja, pessoas que desfrutam de nossa intimidade, que pertencem “à nossa casa”.


– Importante dever surge para os pastores, aqueles que são encarregados de apascentar o rebanho do Senhor (I Pe.5:2), sobre o qual devem eles prestar contas diante de Deus (Hb.13:17).  Por isso, a Bíblia chama de “pastor inútil” aquele que abandona o rebanho, sobre o qual a espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito (Zc.11:17). Há particular juízo divino contra aqueles que, negligenciando seu dever de pastores, deixam de cuidar do rebanho do Senhor para se apascentar a si próprios (Ez.34). Que Deus nos guarde!


– Nesta convivência com os irmãos, ou com outras pessoas que participam de outros grupos sociais de que fazemos parte (empresa, repartição, vizinhança, associações etc.), temos de exercer o amor divino, ou seja, o amor desinteressado (I Co.13:5), que não vise apenas tirar vantagem.


– Muitas das situações de abandono se verificam por causa do caráter interesseiro dos relacionamentos(Fp.2:21). Assim, quando a pessoa entra em alguma dificuldade, os “amigos” desaparecem, deixam-no só, porque não podem tirar mais vantagem alguma daquele com quem se relacionavam, antes, pelo contrário, podem sofrer alguma desvantagem.


– Esta dura e triste experiência foi vivida por muitos homens de Deus. Jó ficou sozinho, sem ter a companhia sequer de sua mulher ou de seus domésticos em virtude da situação aflitiva em que se encontrava (Jó 2:9; 19:15) e, quando chegaram seus amigos, chegaram para acusá-lo injustamente em vez de consolá-lo, o que muito lhe doeu (Jó 16:2; 19:2,3).


– Neste ponto, aliás, é importante mostrar como devemos nos comportar ao nos aproximarmos dos amigos que passam por dificuldades para que não lhes sejamos um mal ainda maior. Jó, um homem de quem Deus dá testemunho, informa que, se estivesse no lugar de seus amigos, teria se aproximado para os fortalecer, os consolar, a fim de que pudesse abrandar a dor daquele que sofre (Jó 16:5,6).


– Se não temos o que falar de alívio e de consolo a quem sofre, basta que nos mostremos próximo daquele, a fim de que não se sinta sozinho, mas não pioremos o que já está ruim, intercedendo pelo aflito. Pior do que o abandono é a proximidade com intuito acusatório e maledicente!


– No entanto, e isto é muito importante, a restauração de Jó, que se iniciou com a cura de sua enfermidade, prosseguiu com a vinda de seus familiares e amigos que vieram consolá-lo (Jó 42:10). Antes de ter restituído o seu patrimônio, Jó teve a restituição de suas amizades, de seus relacionamentos. Fazia parte da bênção de Deus para Jó a companhia de seus amigos e familiares. Temos sido esta bênção para os que estão a padecer necessidades? Se somos filhos de Abraão, temos de ser, como Abraão, uma bênção (Gn.12:2) e isto pode se dar pelo simples fato de não abandonarmos aqueles que padecem enquanto estão sofrendo as suas aflições. Façamos isso!


– Diferente não foi a situação vivida por Davi que, de uma hora para outra, perdeu casa, família, posição social, emprego, tendo de sair com a roupa do corpo pela janela de sua própria residência (I Sm.19:11,12,18) e, depois de perambular por alguns lugares, acabou totalmente solitário na caverna de Adulão, sem ter quem o ajudasse (Sl.142:4). Mulher, familiares, soldados, todos o abandonaram naquele momento.


– As coisas começaram a mudar, porém, quando Davi recebeu a visita de seus familiares (I Sm.22:1), o que lhe deu o ânimo necessário para que, de pessoa abandonada e solitária, passasse a ser o consolador de todo homem que se achava em aperto, endividado e de espírito desgostoso, fazendo-se chefe deles (I Sm.22:2). Que grande papel exerceram os familiares de Davi para recobrar aquele jovem numa situação tão aflitiva em que se achava. Temos feito assim com nossos familiares em situações difíceis e com os “domésticos da fé”?


– Deus tanto Se agradou do gesto dos familiares de Davi que fez com que, já recuperado de sua situação de solidão, Davi conseguisse que eles estivessem em lugar seguro enquanto se dariam os embates terríveis entre Davi e Saul nos anos seguintes (I Sm.22:3,4).


– Como costuma dizer o vulgo, “nossa vida é uma gangorra ou uma roda gigante”, um dia estamos “por cima”; outro dia, “por baixo”. Assim, um dia ajudamos alguém em dificuldade, não o abandonando; outro dia, é esteque não foi abandonado que não nos abandonará.

– Paulo, como já dissemos aqui, também sentiu a dor do abandono por parte de alguns de seus companheiros, tendo de enfrentar, solitário, todo o processo que culminaria com a sua condenação à morte nos dias de Nero.


– No entanto, ao redigir sua última carta, o apóstolo Paulo dá-nos um relato que mostra como devemos proceder. Fala-nos de  Onesíforo, que, com muita insistência, saiu de Éfeso e foi até Roma e procurou o apóstolo nas prisões da cidade, até que o encontrou, única e exclusivamente com o propósito de “recreá-lo”, ou seja, “renová-lo”, “revivê-lo”, pois é este o sentido do verbo “anapsycho” (άναψύχώ) do texto original (II Tm.1:16-18).


– Pelo que se verifica de Onesíforo, não era um homem de prestígio  político que pudesse livrar Paulo da prisão, nem tampouco alguém que tivesse conhecimento jurídico para fazer a defesa do apóstolo. Onesíforo, também, pelo que se depreende, não trouxe também qualquer importância para o sustento material de Paulo, mas tinha o propósito de ser um instrumento de refrigério para o apóstolo e este ficou tão agradecido que, publicamente, revelou o bem que Onesíforo lhe havia feito.


– Como servos de Deus, tendo o Espírito Santo em nós, podemos, em qualquer ocasião, servir ao próximo como Onesíforo serviu ao apóstolo Paulo. Mesmo sem poder resolver o problema econômico-financeiro de quem está a padecer, mesmo sem poder resolver a questão da enfermidade ou qualquer outro problema que o próximo está a passar, podemos, sim, ser o seu “recreio”, o instrumento para o seu “renovo”. Será que temos feito isto? Que Deus permita que o façamos!


– E o que falar do Senhor Jesus? Deixado completamente só no momento angustiante de Sua paixão e morte. Todos os discípulos O abandonaram (Jo.16:32), quando verificaram que não iria Ele instalar o reino messiânico, que Ele havia sido preso pelos soldados enviados pelo Sinédrio.

– No entanto, João estava ali ao pé da cruz, juntamente com Maria, a mãe de Jesus, como também Maria de Cleofas e Maria Madalena (Jo.19:25). O Senhor sentiu ali que pelos menos estas quatro pessoas não O abandonaram por completo, estavam ali apenas contemplando algo que não poderiam impedir.


– A simples presença numa circunstância tão adversa foi o suficiente para que Cristo não só não deixasse Sua mãe desamparada (Jo.19:26,27), como também passasse a identificar João como “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo.21:20). Que recompensa tiveram ambos por não terem deixado o Senhor Jesus, por terem sido Sua companhia!


– Mas isto não ficaria apenas circunscrito a estas duas personagens. As outras duas teriam o privilégio de serem as primeiras testemunhas da ressurreição (Mc.16:1; Jo.20:1).

– Não nos esqueçamos que, assim como estes não abandonaram o Senhor Jesus e foram galardoados por isso, igualmente recompensa terão aqueles que não deixarem os pequeninos do Senhor (Mt.25:31-46). Pensemos nisto!


– Mas, por vezes, o abandono é resultado do mau comportamento de alguém, exercício da “lei da ceifa”(Gl.6:7,8). É o que vemos no caso do rei Zedequias, o último rei de Judá. Cercado de amigos interesseiros, de dura cerviz apesar de tudo quanto se lhe falou da parte do Senhor por parte do profeta Jeremias, a que, inclusive, abandonou mais de uma vez, Zedequias acabou abandonado por todos quando da invasão de Jerusalém (Jr.52:8), sem que tivesse qualquer ajuda.


– Foi o que se passou também com Edom que, por ter guardado inimizade perpétua e abandonado Israel nos momentos de aflição por que passou esta nação, também foi abandonado por Deus à sua própria sorte, desaparecendo como nação sobre a face da Terra (Ez.35:3-5).


– Esta circunstância exige-nos uma reflexão, pois, por vezes, acabamos por julgar precipitadamente os que abandonam alguém, sem ter ciência do que está a se passar. Certa feita, uma irmã nos relatou sua indignação com a situação de abandono que verificava por parte dos filhos de um idoso enfermo e que compartilhava o quarto onde estava um familiar desta pessoa. Após alguns dias de convivência, veio a saber que aquele idoso, quando no vigor da saúde, havia sido extremamente cruel para com seus filhos. Estava, pois, tão somente a colher o que plantara ao longo dos anos…


IV – A REAÇÃO DO ABANDONADO


– Já falamos do princípio bíblico que não nos permite abandonar o próximo, mas é necessário que falemos a respeito do abandonado, de como ele deve reagir diante desta aflição que permeia os relacionamentos humanos, que, como já dissemos, é muitas vezes guiado pelo interesse próprio, pois esta é a característica do amor humano.


– O próprio Jesus experimentou o abandono, conforme já dito, e, por isso mesmo, não podemos pensar que estamos imunes a esta circunstância (Jo.15:18-20). Já demos exemplos de homens de Deus que se viram abandonados sem culpa e sem qualquer prática de pecado (Jó, Davi e Paulo).


– Podemos, portanto, ser abandonados, sem causa justa, por aqueles que nos cercam, sejam nossos familiares, sejam nossos irmãos em Cristo, sejam nossos amigos. Não estamos imunes a isto e, se isto vier a acontecer, temos de saber como reagir.


– Ao observarmos a reação destes homens de Deus já mencionados (Jó, Davi e Paulo) e do próprio Senhor Jesus, temos a conduta a ser tomada por aquele que for abandonado.


– Por primeiro, devemos nos lembrar, sempre, que todos podem nos abandonar, desde o nosso cônjuge, o nosso amigo íntimo, os nossos irmãos em Cristo, até os menos próximos de nós,  mas Deus jamais nos abandona! O Senhor Jesus, mesmo sabendo que seria deixado só pelos Seus discípulos, estava consolado pelo fato de que o Pai jamais Lhe deixaria (Jo.16:32).

– Jesus tinha a convicção de que o Pai jamais Lhe deixaria porque fazia o que Lhe era agradável (Jo.8:29). Portanto, nós, servos do Senhor, podemos ter esta mesma certeza: mesmo que sejamos desamparados e abandonados por todos, se estivermos a fazer o que Deus Se agrada, não estaremos sós, mas desfrutaremos da Sua companhia!


– Esta mesma certeza que tinha o Senhor Jesus, também vemos nos exemplos que demos de homens de Deus abandonados. Jó tinha plena convicção de que desfrutava da companhia do Senhor, mesmo naquela situação aflitiva e estando a ser injustamente atacado por Seus “amigos”. Dizia com convicção: “ porque eu sei que o Meu Redentor vive e que, por fim, se levantará sobre a terra e, depois de consumida minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-l’O-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão, e, por isso, os meus rins se consomem dentro de mim” (Jó 19:25-27).


– Davi, no momento em que estava solitário na caverna de Adulão, sem quem o pudesse ajudar, exclama: “A Ti, ó Senhor, clamei, eu disse: Tu és o meu refúgio e a minha porção entre os viventes. Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos perseguidores, porque são mais fortes do que eu. Tira a minha alma da prisão, para que louve o Teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem” (Sl.142:5-7).

– Vemos, pois, que Davi, embora naquela situação terrível, sabia que o Senhor o podia livrar, que Ele “…não desampara nunca, nem me abandonará, se fiel e obediente eu viver”, como diz o pastor metodista e poeta sacro Justus Henry Nelson (1850-1937) na terceira estrofe do hino 198 da Harpa Cristã.. A vinda de seus familiares, como já dissemos, foi a prova indelével de que, mesmo no interior daquela caverna, Davi foi ouvido pelo Senhor, que logo o fez rodear de justos.


– O apóstolo Paulo, então, quando desamparado por todos quando de sua primeira audiência neste segundo e último julgamento perante César, não desanimou, pois, apesar do abandono verificado, pôde sentir a presença do Senhor que o fortaleceu e o assistiu (II Tm.4:17).


– Aliás, ele mesmo já escrevera aos coríntios afirmando que o nosso Deus é “…o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus” (II Co.1:3,4).


– Assim, em meio às dores do abandono, devemos ter a convicção e a experiência de que jamais somos desamparados ou abandonados pelo nosso Deus, que está pronto a nos consolar. Não é, portanto, surpresa que, diante de circunstâncias tão adversas, homens e mulheres de Deus, ainda hoje, em vez de serem consoladas acabam por consolar aqueles que vão ao seu encontro.


– Nos dizeres do apóstolo Paulo, ainda, somos levados a verificar que, muitas vezes, o abandono tem como objetivo tornar-nos “consoladores”. Por meio da experiência do abandono e da solidão, ao desfrutarmos da presença de Deus, pois o Espírito Santo que está em nós é o Consolador prometido por Cristo e enviado pelo Pai e pelo Filho (Jo.14:16; Lc.24:49), somos capacitados a também, no futuro, podermos consolar outros que passem por situações similares.


– Como Davi poderia transformar aqueles homens angustiados, endividados e excluídos que a ele foram na caverna de Adulão nos “valentes de Davi”, se não tivesse experimentado, ele próprio, o abandono e a solidão?


– Em meio ao abandono, jamais podemos criar mágoa ou rancor contra aqueles que nos abandonaram, mas estar dispostos a perdoá-los e a restabelecer os laços de amizade e companheirismo que eles haviam rompido.


– Jó não levou em conta o que disse sua mulher, nem o comportamento de seus amigos e domésticos. Assim que eles se aproximaram, quando se lhe mudou o cativeiro, alegremente passou a ter novo convívio com eles. Aliás, antes mesmo disso, não deixou Jó de orar pelos seus amigos e foi enquanto orava por eles que o seu cativeiro se mudou (Jó 42:10).


– De igual modo, Davi não levou em conta o tratamento até de indiferença e inveja que teve de seus irmãos no episódio de sua vitória contra Golias, mas, de bom grado, recebeu seus familiares quando foram eles para a caverna de Adulão, tendo, ainda, tido o cuidado de bem protegê-los em Moabe pouco tempo depois.


– O apóstolo Paulo, embora revele a sua tristeza pelo desamparo que teve por parte dos irmãos (II Tm.1:15; 4:10), em momento algum revela mágoa ou rancor contra aqueles que o deixaram. Entrega-os aos cuidados do Senhor, sabendo que a Ele apenas pertence a vingança (Rm.12:19). Teve ainda a hombridade de reconhecer o valor e utilidade de Marcos para o seu ministério (II Tm.4:11), pessoa que lhe havia abandonado na sua primeira viagem missionária (At.13:13) e com quem ele não quis se relacionar posteriormente, o que causou a sua separação de Barnabé (At.15:37-39).


– E, por fim, nosso exemplo maior, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que, mesmo tendo sido abandonado pelos Seus discípulos, amou-os até o fim (Jo.13:1), tendo tido o cuidado de Se apresentar vivo a eles ainda na tarde daquele domingo da ressurreição, para lhes levar a paz (Jo.20:19). Nenhuma mágoa, nenhuma censura, nenhum rancor! Precisamos ser Seus imitadores (I Co.11:1)!


– Muitas vezes somos postos na solidão, no abandono para que percebamos a presença do Senhor, a Sua companhia. Em meio à agitação da vida atual, em meio a tantas ilusões dos relacionamentos em que nos envolvemos, é preciso, por vezes, que o Senhor nos deixe sós para que ouçamos a Sua voz e percebamos a Sua presença. Nos instantes de solidão e de abandono, não nos desesperemos, mas nos aquietemos e saibamos que Ele continua a ser o socorro bem presente na hora da angústia (Sl.46:1), Aquele que disse que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20), Aquele que não muda (Ml.3:6) e que, por isso, é o mesmo Deus que prometeu não deixar nem desamparar Josué (Js.1:5), o povo de Israel (I Rs.6:13), os aflitos e necessitados que buscam águas (Is.41:17), ou seja, o próprio Senhor, a fonte das águas vivas (Jr.17:13). Temos tido tal confiança?


Caramuru Afonso Francisco

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