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Lição 13 – A Leitura da Bíblia e a Educação Cristã

INTRODUÇÃO

– Terminando o estudo da Bibliologia, analisaremos a importância da leitura bíblica para a educação cristã.

– O livro texto da educação cristã é a Bíblia Sagrada.

I – A NECESSIDADE DA LEITURA DA BÍBLIA SAGRADA

– Terminando o estudo da Bibliologia, ou seja, da doutrina da Bíblia, iremos verificar a importância da leitura da Bíblia para a vida espiritual do cristão, para a sua própria “educação”.

– Quando cremos em Jesus, nascemos de novo (Jo.3:3) e este nascimento se dá por conta da geração que é feita pela Palavra de Deus (I Pe.1:23), pois a fé, que nos dá entrada nesta graça (Rm.5:1,2), vem pelo ouvir e ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17), como o Senhor Jesus bem nos explica na parábola do semeador (Mt.13:1-23; Mc.4:1-20; Lc.8:4-15).

– Nesta parábola, aliás, o Senhor nos mostra que não só o nascimento, mas o próprio crescimento espiritual depende do cultivo da Palavra de Deus na vida daquele que creu ao ouvir a palavra da verdade (Cf. Ef.1:13) e que, sem a Palavra de Deus, não há como produzirmos o fruto do Espírito (Gl.5:22; Fp.1:11), que é a prova de que realmente fomos salvos por Cristo (Cf. Mt.7:20; Jo.15:16). É a Palavra que nos mantém a sobrevivência espiritual (Mt.4:4; Lc.4:4).

– A leitura da Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus, deve ser uma constante na vida espiritual diária do cristão. A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus e a principal fonte de revelação da vontade de Deus para com o homem.

Se queremos ter uma vida de comunhão com Deus, faz-se mister que saibamos qual é a vontade de Deus para com o homem e está vontade está estampada na Palavra de Deus. Com efeito, Deus é a verdade (Jr.10:10) e a Sua Palavra é a verdade (Jo.17:17), prova de que a Palavra é a principal e completa revelação do Senhor à humanidade (Hb.1:1; Ap.19:13).

– Ponto fundamental para conhecermos o caráter e a vontade de Deus, portanto, é conhecer a Sua Palavra e, por este motivo, Jesus sempre demonstrou que Seu ministério nada mais era senão o cumprimento das Escrituras (Mt.5:17,18; Jo.5:39; Lc.24:44-47), bem como que ensinar a Palavra era, ao lado da pregação do Evangelho, o principal e exclusivo trabalho dos apóstolos na igreja primitiva (At.6:2,4).

– O salmista alerta que a felicidade do homem está em ter prazer na lei do Senhor de dia e de noite (Sl.1:1,2) e, desde o tempo de Moisés, é dito que o segredo da própria vida espiritual é o fato de termos conhecimento e praticarmos, dia-a-dia, a Palavra do Senhor (Dt.6:1-9).

– Lamentavelmente, ao contrário de todas estas passagens das Escrituras que determinam a meditação contínua e incessante na Palavra do Senhor, poucos são aqueles que, dizendo-se crentes em Cristo, dedicam-se ao estudo e à leitura da Bíblia Sagrada.

Certo pastor afirmou que, para não causar mais vergonha e decepção entre alunos de cursos teológicos, deixou de fazer uma pergunta com a qual iniciava seu curso no início do ano em todas as escolas de teologia em que já lecionou.

Perguntava o pastor se alguém ali, que por se interessar em estudar a Palavra de Deus mais profundamente, havia se matriculado num curso de teologia, havia lido a Bíblia inteiramente ao menos uma vez e, para sua decepção, ano após ano, este número nunca superava parcelas ínfimas da classe.

Assim, se entre pessoas que, teoricamente, dão valor ao estudo da Palavra de Deus, eram tão poucos os que leram a Bíblia toda pelo menos uma vez na vida, que dirá no restante do meio do povo de Deus?

– Aliás, para nossa tristeza, soubemos que uma pesquisa na Universidade de São Paulo em que se está observando que o Brasil é o único país onde o analfabetismo funcional está aumentando entre os evangélicos.

Analfabetismo funcional é aquele estado em que as pessoas, embora saibam ler e escrever, são incapazes de entender e compreender o que leem.

Tradicionalmente, os evangélicos, em todo o mundo, são as pessoas que menor índice de analfabetismo funcional têm, porque, desde cedo, são convidados a ler e meditar na Bíblia Sagrada e, portanto, desafiados a entender e compreender o que está escrito.

No entanto, de dez anos para cá, este índice tem aumentado no Brasil e a referida pesquisa está chegando à conclusão que isto se deve ao pouco uso que os evangélicos brasileiros estão fazendo da Bíblia Sagrada, que não está mais sendo lida pelos crentes.

Que triste realidade a ser denunciada por pessoas que nem mesmo crentes são! Despertemos, pois a falta da leitura bíblica é a principal arma que o inimigo usa para a destruição do povo de Deus (Os.4:6).

– Aliás, não se sabe de onde (cremos nós que do meio das hostes espirituais da maldade…), surgiu a crença de que o estudo da Palavra de Deus é um obstáculo à atuação do Espírito Santo ou de demonstração do poder de Deus, motivo pelo qual, principalmente no meio dos crentes pentecostais,

desenvolveu-se a ideia de que “a letra mata” e de que o crente não deve estudar a Palavra de Deus, porque “o Espírito Santo dará a palavra necessária no momento certo”, ensinamentos que não têm qualquer respaldo bíblico e que devem ser afastados.

A Bíblia afirma-nos que o Espírito Santo nos fará lembrar da Palavra do Senhor (Jo.14:26). Como se poderá lembrar o que não se aprendeu, o que não se leu?

Outrossim, mesmo uma pessoa indouta como era Pedro, em sua última mensagem à igreja, como uma recomendação que nunca deveria ser esquecida pelos crentes de todos os tempos, é bem claro ao afirmar que devemos crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (I Pe.3:18), mostrando, assim, a necessidade de meditarmos e refletirmos na Palavra do Senhor, como, aliás, fazia o próprio Pedro em relação às cartas de Paulo (I Pe.3:15).

– Se não meditarmos na Palavra do Senhor, se não buscarmos conhecer a Deus em Sua Palavra, corremos o sério risco de virmos a ser destruídos espiritualmente, assim como ocorreu com o povo do reino do norte (Os.4:6).

Aliás, o próprio Jesus nos ensinou, na prática, que a principal e única arma com que podemos vencer as tentações é a Palavra de Deus (Mt.4:1-11).

Inobstante, muitos são os que, descuidadamente, têm usado suas bíblias apenas como adereço quando vão aos cultos (pois nem mesmo as leem durante os mesmos), desperdiçando uma oportunidade rica e preciosa que o Senhor lhes tem dado para melhor conhecerem a Deus e desfrutarem de uma intimidade, de uma verdadeira comunhão com o Mestre.

O resultado é que, cedo, são sufocados pelo adversário de nossas almas, quando não levados por ventos de doutrinas, exatamente porque não se encontram alicerçados na rocha, que é Cristo, a Palavra de Deus (Jo.1:1; Ap.19:13).

– A primeira demonstração que temos da necessidade de se ler a Palavra de Deus é que Deus a mandou escrever.

Ora, Deus tudo faz com propósito (Ec.3:1) e, portanto, Deus não mandaria Seus servos escreverem a Palavra se isto não fosse necessário. Ora, algo que é escrito somente tem valor quando é lido, pois, se não for lido, será como se não existisse.

Deste modo, o simples fato de termos a Bíblia Sagrada, de temos uma escritura revelada por Deus é o suficiente para que entendamos que a leitura da Palavra de Deus é imprescindível para o nosso relacionamento com o Senhor.

– Esta verdade é-nos demonstrada várias vezes nas Escrituras. Quando o Senhor escolheu Israel para ser o Seu povo, propôs-lhes um pacto.

Quando este pacto foi aceito, no monte Sinai, imediatamente Deus o reduziu a escrito (Ex.24:4,7,8) e vemos que, em seguida ao concerto, o Senhor determinou a Moisés que subisse o monte e ali lhe deu as tábuas com os mandamentos, tábuas estas escritas pelo próprio Deus (Ex.25:12).

– Costumamos enfatizar, até por causa do ensino que nos dá o escritor da epístola aos hebreus (Hb.9:19-23), que o pacto estabelecido no monte Sinai foi confirmado com o sangue que foi aspergido, indicando-nos, por figura, o sacrifício de Cristo que nos reconciliaria com Deus,

mas nos esquecemos de observar que, também, para que tivesse havido o pacto, Moisés escreveu as palavras de Deus em um livro, tendo, então, também edificado um altar ao pé do monte e, como se isto fosse pouco, o próprio Deus mandou que Moisés subisse ao monte para ali receber as tábuas da lei escritas pela mão divina.

– Assim, vemos, claramente, que, ao lado do sangue, que se constitui numa necessidade para nos aproximarmos de Deus (a remoção dos pecados é indispensável para que possamos nos chegar ao Senhor), também se faz preciso que a Palavra de Deus esteja escrita, para que a possamos ler. A leitura da Palavra apresenta-se, pois, tão importante quanto a purificação do sangue.

– Esta mesma realidade espiritual encontramos na primeira epístola de João. Ali, também, o apóstolo nos diz que, se andarmos na luz, como Deus na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado (I Jo.1:7).

Como é sabido, o texto grego traduzido por “purifica” está em uma forma peculiar da língua grega que indica continuidade, dizendo que o sangue não só purifica, como continua purificando. Mas, observemos, a ação do sangue está relacionada com a posição que o crente ocupa, ou seja, “andar na luz”.

Ora, “andar na luz” nada mais é que observar a Palavra de Deus. Para andarmos na luz, é preciso que estejamos a cumprir o que está registrado nas Escrituras, ou seja, que estejamos a ler o que está escrito.

Sem a leitura da Palavra, não temos como saber onde está a luz e não poderemos nela andar e, assim, a ação do sangue não se fará. “Andar na luz”, estar continuamente lendo a Palavra é condição indispensável para mantermos uma comunhão com Deus e com os irmãos.

– Só é possível obediência à Palavra do Senhor, se houver, previamente, a sua leitura. Deus havia Se manifestado ao povo de Israel de um modo terrível e assombroso (Ex.20:18,19), mas o pacto somente foi selado depois que o povo ouviu a leitura do livro por Moisés (Ex.24:7).

A própria fé salvadora, que vem pelo ouvir, é decorrente de uma leitura e isto nos mostra quão importante é a leitura da Palavra do Senhor.

– Este ponto, aliás, serve para afastarmos um ensinamento sem qualquer respaldo bíblico que se disseminou através dos anos nas igrejas, principalmente nas denominações chamadas pentecostais.

Segundo este ensinamento, a atuação de Deus na igreja se dá pelo Espírito Santo de modo direto, sem “a letra da lei”, porque “…a letra mata e o Espírito vivifica” (II Co.3:6).

Assim, não deve o crente autêntico e verdadeiro “estudar” ou “ler” a Palavra, mas “se pôr na inteira disposição do Espírito”, que revelará o que deve ser dito na hora certa, porque “…não vos dê cuidado como ou o que haveis de falar, porque, naquela mesma hora, vos será ministrado o que haveis de dizer.…” (Mt.10:19).

– Em primeiro lugar, devemos observar que, como já dissemos supra, se a Palavra escrita fosse desnecessária, Deus, que nunca faz coisas sem qualquer propósito, não teria inspirado pessoas a escrever a Bíblia nem tampouco, como estudamos na lição a respeito da doutrina da Bíblia, não teria zelado, durante séculos e milênios, em preservar por Sua Palavra.

– Em segundo lugar, a Palavra de Deus não é “morte”, não é “letra que mata”, mas, muito ao contrário, é vida (Jo.5:24; 8:51; At.7:38).

Além de ser vida, a Palavra é viva (Hb.4:12), de modo que, quando a lemos, estamos a ler uma letra que não mata, mas que tem vida em si mesma, que, por isso, é nova a cada manhã, como, aliás, nos mostra uma das figuras da Palavra de Deus, que é o maná, que deveria ser colhido a cada manhã pelo povo no deserto (Ex.16:21).

– Assim, a vivificação do Espírito se dá, precisamente, pela leitura da Palavra. Não podemos crer numa vivificação contínua do Espírito senão por intermédio da Palavra de Deus.

É o Espírito Santo que atua quando lemos a Palavra do Senhor, porque, ao ler a Bíblia, o Espírito nos ensina, nos instrui, nos faz lembrar o que Jesus ensinou.

Não podemos nos esquecer que o Espírito não fala de Si mesmo, mas glorifica ao Filho (Jo.16:13-15). Deste modo, bem ao contrário do que se diz neste falso ensino, a leitura da Palavra de Deus não é a “letra que mata”, mas, sim, o “Espírito que vivifica”.

– Em terceiro lugar, quando se fala em “letra” em II Co.3:6, não se está a falar das Escrituras, nem do ato de ler, mas, sim, “letra” ali significa “lei”.

O apóstolo está a fazer um paralelo entre as “tábuas de pedra” e as “tábuas de carne do coração” (II Co.3:3), ou seja, mostrando que, agora, a Palavra de Deus não está nas tábuas de pedra, guardadas na arca do concerto, inacessíveis ao homem, mas, sim, dentro de nossos corações, diante do novo testamento no sangue de Jesus.

Não se faz mais preciso que se busque a intermediação da lei, mas, agora, pela mediação de Jesus, podemos nos aproximar do Pai, mas, e isto é importantíssimo para o nosso tema, mediante o que for gravado pelo Espírito em nosso coração.

Mas o que o Espírito gravará em nosso coração? A Palavra de Deus! É ela que devemos esconder para que não pequemos contra o Senhor (Sl.119:11). E como podemos fazê-lo sem que leiamos a Palavra para que permitamos a ação vivificadora do Espírito?

– Em quarto lugar, quando se fala na vivificação do Espírito Santo, estamos a falar na santificação progressiva que o Espírito Santo providencia em nossas vidas, aperfeiçoando-nos até que cheguemos à estatura de Cristo, à estatura de varão perfeito (Ef.4:12,13).

Ora, Jesus nos mostrou que a principal forma de nos santificarmos é na Palavra de Deus (Jô.17:17). Como, então, poderemos alcançar a vivificação do Espírito senão por intermédio da leitura da Palavra do Senhor?

– Em quinto lugar, a passagem sempre mencionada pelos “inimigos da letra” é de um alcance muito diverso daquele pretendido por estes “anti-intelectualistas”.

Em Mt.10, o evangelista está a nos falar a respeito da missão específica que o Senhor deu aos Seus discípulos, a fim de alcançar todas as aldeias judias, dentro da necessidade que tinha de pregar o evangelho a todas as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.10:6).

São, portanto, instruções que não dizem respeito à pregação do evangelho após a rejeição do Messias por parte de Israel.

– Mas, admitamos que, embora o texto se refira a este momento do ministério terreno de Jesus, estejam ali princípios que devem ser seguidos pela Igreja na dispensação da graça. Mesmo que assim interpretemos o texto, também não conseguiremos enxergar ali uma proibição da leitura metódica das Escrituras.

A partir do versículo 17, Jesus fala-nos da realidade de que a pregação do Evangelho terá a oposição dos homens e, muitas vezes, das autoridades constituídas.

Quando ocorrer de o crente ser preso por causa do Evangelho, não deve ele se preocupar (é este o ensino de Jesus) com o que terá de falar perante as autoridades, pois, naquele instante, o Espírito Santo Se encarregará de entregar a mensagem a ser ministrada.

– Vemos, portanto, que o ensino de Jesus não é de que não devamos ler a Bíblia, mas que não devemos nos preocupar com o teor da mensagem a ser proferida neste instante de angústia e de necessidade de confissão pública do Evangelho perante as autoridades constituídas, pois o Espírito Santo nos dirá o que deve ser ministrado.

Agora, ainda nesta circunstância, lembremos de duas coisas: primeiro, trata-se de uma situação concreta onde não é possível a prévia leitura da Bíblia;

segundo, evidentemente que o que o Espírito fará é nos dar uma mensagem apropriada, segundo a Sua vontade, para aquele momento em que se fará a defesa, mas levando em conta a “bagagem” que temos das Escrituras, ou seja, considerando aquilo que já tivermos lido no passado.

– Podemos até estender o sentido do texto para toda e qualquer ministração da Palavra, como fazem os “anti-intelectualistas” (numa interpretação que é, porém, no mínimo, arriscada), mas, nem assim, teremos os resultados pretendidos pelos “inimigos da letra”.

Ainda que entendamos que devamos sempre, segundo este texto, não cuidar com o que havemos de falar ou dizer, pois o Espírito, “na hora H”, Se incumbirá de nos dizer o que deve ser dito, mesmo assim, como acabamos de ver, isto se dará mediante a lembrança daquilo que tivermos lido, pois o papel do Espírito é nos lembrar tudo quanto foi falado pelo Senhor, o Verbo Divino (Jo.14:26).

Desta maneira, ao contrário do que se pretende, nem assim se estará dispensado de se ter lido, antes, a Palavra de Deus.

– Em sexto lugar, temos que a possibilidade de lermos a Palavra de Deus é uma comprovação de que estamos na dispensação da graça, na plena atuação do Espírito Santo. Isaías, em uma de suas profecias, traz-nos a figura do livro selado como sendo a de um sono espiritual, a de uma separação entre Deus e o Seu povo.

Estar distante de Deus é como estar diante de um livro selado que não pode ser lido (Is.29:10-14). Por isso, o fato de podermos abrir as Escrituras, lê-las e entendê-las, como vemos no episódio do mordomo-mor da rainha Candace é uma prova de que estamos, sim, no ministério do Espírito, no ministério da vida e não no ministério da morte.

– Em sétimo lugar, vemos que, em todas as vezes que o povo de Deus foi avivado, ou seja, recuperou a sua vida espiritual, a leitura da Palavra de Deus teve papel predominante e fundamental.

Apenas à guisa de ilustração, podemos observar o avivamento ocorrido nos dias de Esdras e Neemias, avivamento este que foi caracterizado pela leitura diária, durante todos os dias da festa dos tabernáculos, da Palavra do Senhor (Ne.8:18), isto para não falar da própria determinação da lei de Moisés no sentido de que houvesse a contínua leitura da lei para que o povo pudesse manter a comunhão com Deus (Dt.17:19; 31:11).

II – O VALOR DA LEITURA DEVOCIONAL DIÁRIA DA BÍBLIA SAGRADA

– Vista a necessidade da leitura da Palavra de Deus, devemos, agora, observar que há, fundamentalmente, três tipos possíveis de leitura das Escrituras: a leitura devocional, a leitura exegética e a leitura didática. Vejamos, pois, cada uma destas leituras e seu relacionamento com a vida do cristão.

– A leitura devocional é, consoante definição do Setor de Educação Cristã da CPAD em revista das Lições Bíblicas do 4º trimestre de 2006,

“…aquela que o leitor realiza a fim de se aperfeiçoar espiritual, moral e pessoalmente”. Com efeito, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa considera que devoção é “…apego sincero e fervoroso a Deus, sob uma forma litúrgica ou por práticas regulares privadas…”.

– Temos, portanto, que a leitura devocional é uma leitura da Bíblia que é feita em virtude do apego sincero e fervoroso a Deus, uma leitura feita com o objetivo de conhecer mais ao Senhor, de se tornar íntimo d’Ele, de estar mais perto de Deus, de conhecer-Lhe a vontade mais e mais.

É a leitura recomendada pelo Senhor Jesus, pois, só por meio da leitura devocional, poderemos obter a santificação na verdade (Jo.17:17).

– Um dos aspectos que deve ser uma constante na vida devocional diária do cristão é a leitura da Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus.

Como vimos em lições anteriores, a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus e a principal fonte de revelação da vontade de Deus para com o homem. Se queremos ter uma vida de comunhão com Deus, faz-se mister que saibamos qual é a vontade de Deus para com o homem e está vontade está estampada na Palavra de Deus.

Com efeito, Deus é a verdade (Jr.10:10) e a Sua Palavra é a verdade (Jo.17:17), prova de que a Palavra é a principal e completa revelação do Senhor à humanidade (Hb.1:1; Ap.19:13).

– Ponto fundamental para conhecermos o caráter e a vontade de Deus, portanto, é conhecer a Sua Palavra e, por este motivo, Jesus sempre demonstrou que Seu ministério nada mais era senão o cumprimento das Escrituras (Mt.5:17,18; Jo.5:39; Lc.24:44-47), bem como que ensinar a Palavra era, ao lado da pregação do Evangelho, o principal e exclusivo trabalho dos apóstolos na igreja primitiva (At.6:2,4).

– O salmista alerta que a felicidade do homem está em ter prazer na lei do Senhor de dia e de noite (Sl.1:1,2) e, desde o tempo de Moisés, é dito que o segredo da própria vida espiritual é o fato de termos conhecimento e praticarmos, dia-a-dia, a Palavra do Senhor (Dt.6:1-9).

– Lamentavelmente, ao contrário de todas estas passagens das Escrituras que determinam a meditação contínua e incessante na Palavra do Senhor, poucos são aqueles que, dizendo-se crentes em Cristo, dedicam-se ao estudo e à leitura da Bíblia Sagrada.

Certo pastor afirmou que, para não causar mais vergonha e decepção entre alunos de cursos teológicos, deixou de fazer uma pergunta com a qual iniciava seu curso no início do ano em todas as escolas de teologia em que já lecionou.

Perguntava o pastor se alguém ali, que por se interessar em estudar a Palavra de Deus mais profundamente, havia se matriculado num curso de teologia, havia lido a Bíblia inteiramente ao menos uma vez e, para sua decepção, ano após ano, este número nunca superava parcelas ínfimas da classe.

Assim, se entre pessoas que, teoricamente, dão valor ao estudo da Palavra de Deus, eram tão poucos os que leram a Bíblia toda pelo menos uma vez na vida, que dirá no restante do meio do povo de Deus?

– Se não meditarmos na Palavra do Senhor, se não buscarmos conhecer a Deus em Sua Palavra, corremos o sério risco de virmos a ser destruídos espiritualmente, assim como ocorreu com o povo do reino do norte (Os.4:6).

Aliás, o próprio Jesus nos ensinou, na prática, que a principal e única arma com que podemos vencer as tentações é a Palavra de Deus (Mt.4:1-11).

Inobstante, muitos são os que, descuidadamente, têm usado suas bíblias apenas como adereço quando vão aos cultos (pois nem mesmo as leem durante os mesmos), desperdiçando uma oportunidade rica e preciosa que o Senhor lhes tem dado para melhor conhecerem a Deus e desfrutarem de uma intimidade, de uma verdadeira comunhão com o Mestre.

O resultado é que, cedo, são sufocados pelo adversário de nossas almas, quando não levados por ventos de doutrinas, exatamente porque não se encontram alicerçados na rocha, que é Cristo, a Palavra de Deus (Jo.1:1; Ap.19:13).

– Cada crente deve procurar ler a Bíblia inteira regularmente, numa frequência que corresponda a suas possibilidades, sendo um bom costume o de procurar ler a Bíblia inteira durante um ano, conquanto não seja esta uma regra ou um mandamento.

Ler a Bíblia, também, não é uma leitura comum ou superficial, mas deve ser, como manda a Bíblia, uma meditação, ou seja, uma leitura feita não apenas com a mente, mas também com o coração. Ao lermos a Bíblia, devemos estar concentrados em sua mensagem, com nossa atenção voltada para o texto e para mais coisa alguma.

Em segundo lugar, devemos ter pleno conhecimento do significado de todas as palavras do texto, recorrendo, se necessário, a dicionários (e aqui falamos, em primeiro lugar, dos dicionários da língua, mesmo, não tanto dos dicionários bíblicos, que devem ser pesquisados num segundo momento, para aprofundamento do significado).

Em seguida, é importante que possamos verificar, no texto, relações com outras passagens bíblicas (e para isto, é inestimável o valor das referências bíblicas).

Por fim, numa contextualização, devemos observar no que o texto está falando conosco e com os nossos dias, agindo, neste instante, como pessoas que estão diante do espelho, que é a Palavra de Deus. Como estamos vivendo?

Como tem sido a nossa vida diante do que expõe a Palavra do Senhor? Num exercício desta natureza, por exemplo, temos notado que, muitas vezes, ao lermos alguns episódios do ministério de Jesus Cristo, fomos levados a, sinceramente, admitir, que ainda agíamos mais como os fariseus e religiosos do que como nosso Mestre.

– Esta leitura deve se dar de dia e de noite (Sl.1:2), como também prosseguir até o dia da vinda do Senhor. Serve-nos aqui de exemplo o que os judeus dizem a respeito do “estudo da Torah”:

“…No que concerne aos estudos gerais, que os indivíduos empreendem normalmente, há, em geral, um limite de tempo estabelecido para a sua finalização. Isto não acontecia, porém, com o estudioso judeu da Torá.

Encontra-se frequentemente algo aproximado ao seguinte catecismo nas obras devocionais dos rabinos: ‘Por quanto tempo tem o homem obrigação de estudar a Torá? Até o dia em que morre. Por quê? Porque assim que o homem deixa de estudar, ele esquece’…” (AUSUBEL, Nathan. Estudo da Torah. In: A JUDAICA, v.5, p.277).

III – O VALOR DA LEITURA EXEGÉTICA DA BÍBLIA SAGRADA

– A leitura exegética da Bíblia Sagrada foi definida pelo Setor de Educação Cristã da CPAD naquela revista de jovens e adultos do 4º trimestre de 2006 como sendo

“…a leitura técnica de um texto, aquela que o leitor realiza a fim de entender a estrutura do texto, seus objetivos, sua mensagem”.

Com efeito, “exegese”, no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é definido como

“…comentário ou dissertação que tem por objetivo esclarecer ou interpretar minuciosamente um texto ou uma palavra…”, tendo sua origem no verbo grego “ekségéomai, cujo significado é

“…conduzir, guiar; dirigir, governar; conduzir passo a passo ou até o fim, expor em detalhe, explicar, interpretar’, de hégéomai ‘marchar na frente, conduzir, guiar’…”.

– A leitura exegética da Bíblia Sagrada, portanto, é aquela leitura que procura extrair o significado do texto através de uma análise profunda do texto, que, afinal de contas, não tem palavras ociosas nem acidentais, eis que se trata da revelação de Deus aos homens.

Neste ponto, aliás, é importante asseverar que a exegese propriamente dita só pode ser feita por meio da análise das línguas originais das Escrituras (Antigo Testamento – hebraico, com alguns poucos trechos em aramaico e Novo Testamento – grego).

– A leitura exegética é importante porque nos faz ter acesso ao verdadeiro significado do texto bíblico, sendo, pois, indispensável na tarefa da tradução da Bíblia para outras línguas, traduções estas que devem ser, periodicamente, revistas e atualizadas, uma vez que as línguas não são fenômenos estáticos, mas são produtos da criatividade humana que, como tudo o que homem faz, mudam constantemente e variam conforme o espaço e o tempo.

– Por isso, é de grande importância, como já deixamos claro supra, que se tenha o maior número possível de versões da Bíblia Sagrada, principalmente nos nossos dias, em que a proliferação excessiva de versões e traduções trouxe uma falta de uniformidade nas igrejas locais, o que é extremamente perigoso.

Somente através de um confronto de versões, quando não se sabe as línguas originais (que é o caso da quase totalidade dos crentes), teremos condição de evitar e identificar distorções doutrinárias e adulterações dos textos bíblicos.

– A leitura exegética da Bíblia não é oposta à leitura devocional nem tampouco a exclui. Trata-se de uma leitura mais profunda do texto bíblico, no sentido de buscar o seu correto significado, e é um complemento importante para que tenhamos a nossa santificação.

Diremos, mesmo, que a leitura exegética é um componente da leitura devocional, um instrumento a mais que se põe ao cristão para que possa desfrutar de maior enlevo espiritual.

– Mas, além da leitura propriamente exegética, tem-se que, também, compreender o significado cultural das passagens bíblicas, isto é, é preciso que tenhamos, também, conhecimento da história, da geografia, dos costumes, da realidade social que cerca o texto. Sem este conhecimento, não poderemos compreender bem o texto.

Por isso, não se pode ler a Bíblia sem se dar conta destes fatores que, embora não estejam explicitamente no texto, encontram-se nas entrelinhas. Sua ignorância nos fará ter o sentido equivocado do texto, produzindo, assim, toda a sorte de distorção.

Por exemplo, quando a Bíblia fala em “lâmpada”, devemos, evidentemente, saber que este nome não designa a lâmpada elétrica de nossos dias, mas um objeto bem diferente, ante a realidade da época em que a Bíblia foi escrita.

Por isso, quando o salmista diz que a Palavra de Deus é “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho”, sabemos que o salmista pensa na Palavra de Deus como algo que está sempre à nossa mão, que sabemos manusear e que é indispensável para que não vivamos em trevas, pois, naquele tempo,

quem não tinha a sua lâmpada (que deveria ser continuamente abastecida, o que nos dá, também, a ideia da contínua leitura da Bíblia, sentido que se perde se não atentarmos para a realidade cultural da época do salmista), estaria sempre nas trevas, na maior escuridão, sem saber ter como caminhar.

– Não basta ler, mas, como indagou Filipe ao eunuco, é preciso entender o que se lê. Ler sem entender não traz proveito algum. Equivale a não ler.

A leitura não é feita para que não a compreendamos, mas, sim, para que aprendamos a Palavra do Senhor.

É para isto, aliás, que se fazia a leitura periódica da lei em Israel (Dt.17:19). Esta é uma das grandes tarefas dos mestres (ou doutores) na igreja do Senhor: fazer com que o povo compreenda o significado das Escrituras. Este é um dos grandes serviços da Escola Bíblica Dominical.

– A leitura exegética, portanto, como podemos vislumbrar, é uma tarefa que se segue ao contacto com as Escrituras.

É um dos itens do “prossigamos em conhecer ao Senhor” do convite formulado pelo profeta Oséias. É a submissão de nosso intelecto ao Espírito de Deus, é deixarmos que o Senhor conduza a nossa razão, o nosso entendimento nos meandros da

“…profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, quanto da ciência de Deus, dos Seus insondáveis juízos e dos Seus inescrutáveis caminhos” (Rm.11:33).

– Quando assim procede, o cristão não fica frio ou se desvia da fé, como equivocadamente e sem qualquer respaldo bíblico pensam muitos crentes.

Antes, pelo contrário, é quando o crente mergulha seu entendimento em direção às Escrituras que alcança fervor espiritual e demonstra toda a sua espiritualidade.

Aliás, foi precisamente após mergulhar na profundidade da sabedoria e da ciência de Deus que o apóstolo Paulo atingiu um dos maiores êxtases espirituais registrados nas Escrituras, como se vê no hino de adoração de Rm.11:33-36?

– Além do mais, a leitura exegética torna-se necessária para evitarmos uma das grandes artimanhas do inimigo nos nossos dias, que é da utilização do que denominaremos de “papagaios eclesiásticos”, ou seja, meros repetidores de palavras alheias, meros reprodutores de pensamentos e de ensinos que não foram devidamente conferidos quando foram expostos.

A leitura exegética é, precisamente, uma leitura analítica, que procura conferir o que é pregado e ensinado com o que consta nas Escrituras.

O compromisso com Deus é com Sua Palavra e nada mais. Por isso, devemos ser como os crentes de Bereia que conferiam tudo o que Paulo lhes ensinava nas Escrituras, atitude que os fez ser considerados pela Palavra de Deus como “crentes nobres” (At.17:10,11).

– Os “papagaios eclesiásticos”, preguiçosos que, ao invés de analisarem o texto bíblico e conferirem os ensinamentos ouvidos com as Escrituras, passam a repetir o que se ouviu, são um dos principais responsáveis pela disseminação de heresias e de modismos e, lamentavelmente,

ante o nível de “analfabetismo escriturístico” que há nas igrejas locais, na atualidade, têm sido poderosos instrumentos do adversário no desencaminhar da fé de muitos. Sejamos exegetas, sejamos analíticos e tudo confiramos nas Escrituras daquilo que temos visto e ouvido!

IV – O VALOR DA LEITURA DIDÁTICA DA BÍBLIA SAGRADA

– Por fim, o Setor de Educação Cristã da CPAD, na revista de jovens e adultos do 4º trimestre de 2006, considerou uma terceira espécie de leitura das Escrituras, que denominou de “leitura didática” ou “leitura catequética”, que é aquela “…cujo objetivo primário é conhecer os fundamentos doutrinários da Bíblia.” Esta é a leitura que se faz com o objetivo de aprender as Escrituras, de tomar conhecimento delas.

– Esta leitura também não exclui a leitura devocional e, diríamos até que está sempre presente na leitura devocional, pois não se pode querer aperfeiçoar diante de Deus pela leitura das Escrituras senão com a disposição firme e sincera de aprender.

Era este o desejo do eunuco (At.8:31), desejo este conhecido do Espírito Santo que, por isso, fez com que Filipe chegasse até ele para que o ensinasse. Temos aqui uma grande verdade: Deus só ensina aqueles que estão dispostos a aprender.

– Muitos têm lido e analisado a Bíblia Sagrada, feito teses e mais teses a respeito deste livro santo, mas nada têm compreendido a respeito de suas verdades. Por quê? Por que lhes falta conhecimento das línguas originais?

Não, pois muitos deles são pessoas extremamente versadas em tais línguas (veja-se, por exemplo, o caso do filósofo ateu alemão Nietzsche, que era profundo conhecedor de línguas antigas, entre elas o hebraico e o grego).

Por que lhes falta conhecimento da cultura ou da história? Também não, pois muitos destes são exímios historiadores e analistas sociais. Então, por que não conseguem entender a Bíblia? Simplesmente porque não querem aprender.

Quem não ler a Bíblia com disposição de aprendê-la, jamais terá a oportunidade de conhecê-la. Poderá falar muito sobre a Bíblia, mas as Escrituras continuarão a ser impenetráveis a eles.

– Não nos esqueçamos de que o próprio Jesus constituiu pastores e doutores na igreja, cujas principais tarefas são o ensino da Palavra, exatamente para fornecer o aperfeiçoamento dos santos (Ef.4:11,12), prova de que o estudo e a meditação da Palavra do Senhor são indispensáveis para que possamos nos aperfeiçoar, crescer espiritualmente.

A falta de conhecimento da Palavra tem como principal consequência a inanição espiritual, que gera crentes carnais, o que traz enormes prejuízos para a obra de Deus (cfr. I Co.3 e Hb.5:12-6:3).

– Percebemos que alguém está disposto a aprender com a leitura da Palavra de Deus quando ele se chega ao texto sagrado com humildade, sem preconceitos.

Quando lê a Palavra não para que esta confirme os seus conceitos e pensamentos, mas querendo ver o que Deus tem a dizer sobre este ou aquele assunto.

Este crente desejoso de aprender é, também, aquele que participa dos cultos de ensino, bem assim da Escola Bíblica Dominical.

Mais do que o filósofo pagão Sócrates, que se tornou reconhecido como um dos grandes sábios de todos os tempos precisamente por ter dito que só sabia que nada sabia, o crente sábio mostra toda sua sabedoria ao reconhecer que não há limites para o conhecimento do Senhor e que, por mais que leiamos a Palavra, sempre temos de ter a disposição de aprender, pois esta Palavra é viva e eficaz, tendo sempre algo novo para nós a cada manhã.

– Temos lido a Bíblia Sagrada? É ela a nossa leitura diária? Se a resposta for negativa, aproveite que estamos no último dia do ano e se disponha, no ano que se inicia, a tornar a leitura da Palavra uma atividade diária, constante, ininterrupta.

Sua vida espiritual necessita de alimento e este alimento só vem através da Palavra de Deus, o pão espiritual que é também responsável pela nossa sobrevivência (Mt.4:4).

Lendo três capítulos diariamente, em um ano, o(a) amado(a) irmão(ã) terá lido a Bíblia toda. Uma leitura de três capítulos nunca chega a meia hora, por mais longo que eles sejam.

Será que isto é muito para garantirmos toda uma eternidade com Deus? Leia a Palavra de Deus e, certamente, sua vida espiritual ficará muito mais vigorosa. Faça isto, até que venha o Senhor.

V – A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A LEITURA DA BÍBLIA

– Ora, quando falamos na Bíblia Sagrada, já vimos, claramente, que é ela o livro texto do crescimento e do desenvolvimento espiritual do ser humano. Este crescimento e desenvolvimento nada mais é que a “educação”.

– “Educar” é a “ação de nutrir, cultivar, criar, amamentar”, tendo a mesma raiz –duc-, que significa “transportar, levar, puxar sem descontinuidade”. O homem precisa ser educado a fim de que possa sobreviver.

– A educação é necessária para que o homem se forme e a educação divina forma um caráter que agrada a Deus, pois gera fé que produz boas obras (Ef.2:8-10; Tg.2:14-26).

– A educação divina exige santidade, pois a mistura com o pecado a faz fracassar (Gn.6:1-5,11,12; Jz.2:10-13).

– A única forma de enfrentarmos a mentira é tendo conhecimento da verdade, que é a Palavra de Deus (Jo.17:17), porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade (II Co.13:8).

– Temos de nos esforçar para aprender com Cristo, aprender com a Sua Palavra, de forma profunda, sistemática e permanente, a fim de que a Palavra de Deus habite abundantemente em nós (Cl.3:16), impedindo que sejamos levados por qualquer vento de doutrina (Ef.4:14).

– A maior arma do inimigo na atualidade são os falsos mestres. – Mt.24:4; II Co.11:13-15; II Pe.2:1; I Jo.4:1; Jd.4.

– A educação cristã nada mais é que a atividade que permitirá que todo salvo possa bem manejar esta palavra, tornando-se um obreiro que não tem do que se envergonhar (II Tm.2:15).

– Portanto, não há como falarmos em educação cristã sem que se tenha como livro texto a Bíblia Sagrada e por isso mesmo a principal agência de educação cristã é, precisamente, a Escola BÍBLICA Dominical.

– A primeira providência que tomaram para a deturpação do sistema educacional foi, precisamente, a retirada das Bíblias das escolas, a imposição do chamado “secularismo”, que é a atitude em que se deixa Deus de lado, em que se dá as costas a Deus, em que se ignora a existência de Deus e as Suas orientações no dia-a-dia da vida.

– Por isso, em nossos dias, o sistema educacional é uma fonte de anticristianismo e se torna absolutamente necessário que a Igreja se organize no sentido de ensinar a Palavra de Deus primeiramente aos filhos dos membros das igrejas locais, a partir do lar, passando pela EBD.

– Por segundo, a Igreja deve conseguir espaço nas escolas para que isto se dê, por meio do ensino religioso confessional (até porque o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucional 4439, considerou constitucional o ensino religioso confessional nas escolas, inclusive as públicas, o que, ainda, não é observado em alguns Estados, como o Estado de São Paulo que, de forma inusitada proibiu recentemente em uma lei estadual flagrantemente contrária ao que decidiu o STF tal espécie de ensino nas escolas públicas da rede estadual de ensino, o que deve ser imediatamente derrubado)

– Por terceiro, a Igreja deve organizar um sistema educacional confessional, onde possa utilizar a Bíblia
Sagrada como base dos ensinos, deixando-o à disposição não só da membresia, como também de todos quantos se disponham a transmitir tais valores a seus filhos, uma rede de ensino.

– Por quarto, a Igreja deve, também, incentivar a criação de uma rede de ensino domiciliar, que promova
os valores bíblicos, sem as “amarras” institucionais criadas na rede formal e que prestigiam a divulgação do que é contrário à sã doutrina.

Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/7015-licao-13-a-leitura-da-biblia-e-a-educacao-crista

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