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LIÇÃO Nº 10 – A MORDOMIA DAS FINANÇAS

 

Num mundo dominado pela obsessão do ter e pelo amor ao dinheiro, o cristão apresenta-se como alguém que sabe que tudo pertence a Deus e que somos apenas mordomos, devendo prestar contas ao verdadeiro dono do universo do que nos foi dado para administrar.

INTRODUÇÃO  

– Desde que o homem pecou, houve uma desorganização de valores na sua vida. Em consequência disto, a posse de bens passou a ser um alvo na existência do homem sem Deus e sem esperança.

Isto só tem se aguçado na história da humanidade e, como nunca, vivemos num mundo onde o ter sobrepuja o ser. É contra este estado de coisas que o cristão, que é uma nova criatura, deve estar, não só em palavras, mas, principalmente, em atitudes.  

I – PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DO DINHEIRO  

– Para que possamos entender o que a Bíblia diz a respeito da conduta do ser humano frente aos bens materiais é imperioso verificarmos a própria declaração primeira da revelação de Deus ao homem.

Em Gn.1:1, a Bíblia deixa claro que Deus criou os céus e a terra, o que repete em Gn.1:31-2:3. Assim, tanto no início quanto no término do relato da criação, a Palavra não deixa qualquer dúvida de que Deus é o Senhor do Universo, ou seja, o dono de tudo.  

– Assim, não deve causar espanto a declaração do salmista (Sl.24:1), segundo a qual “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”.

Com efeito, por ter criado o mundo e tudo o que nele há, Deus é o legítimo dono de todas as coisas.  

– Se isto é assim, o homem é apenas um administrador da criação. Com efeito, ao criar o homem e a mulher, Deus concedeu a eles o domínio sobre toda a criação (Gn.1:26,28), domínio este que não representa senhorio, mas uma autoridade, uma autorização para administrar a criação terrena (observemos que no mandato dado ao ser humano por Deus não se incluem as criações celestiais.

É por isso que o salmista afirma que o homem foi feito pouco menor do que os anjos – Sl.8:5).  

– Partindo deste pressuposto, não pode o homem achar-se dono de coisa alguma sobre esta terra e deveria comportar-se desta maneira, ou seja, plenamente consciente de que é apenas um administrador daquilo que Deus lhe deu.

É exatamente esta a consciência do cristão, a de que é apenas um mordomo, um despenseiro de Deus (I Co.4:1,2; Tt.1:7; I Pe.4:10).  

– Assim, se temos a capacidade, dada por Deus, de sujeitarmos à nossa vontade os bens existentes na natureza (e bem, aqui, é tudo o que pode suprir as nossas necessidades e nos trazer alguma utilidade) e

isto é o princípio da propriedade (por isso o jurista alemão Windscheid conceituava propriedade como a sujeição absoluta de algo à vontade de uma pessoa), ao mesmo tempo devemos observar que a propriedade não é um fim em si mesma, mas tem a função de, por meio desta sujeição, tornarmo-nos um instrumento da vontade divina.

– É, por isso, que a propriedade deve ser considerada como um direito natural, um direito inerente à pessoa humana, devendo ser respeitada e garantida, não tendo cabimento nem qualquer respaldo bíblico qualquer iniciativa que tenda a suprimi-la dos indivíduos, mesmo se o fizer em nome de uma suposta igualdade social (como o fizeram os comunistas marxista-leninistas no século XX),

por ser algo contrário à ordem estabelecida por Deus ao gênero humano, mas, ao mesmo tempo, não se pode conceber uma propriedade que não tenha por objetivo a realização da vontade divina na humanidade.

Assim, tão contrário à Bíblia como a supressão da propriedade privada é a sua exacerbação, a busca desenfreada pelo acúmulo de riquezas e de posses em detrimento do próximo e da sociedade.

OBS: “…O capitalismo, como princípio básico, sem os seus abusos, concorda com os ideais do cristianismo.

O conceito de propriedade privada era uma das vigas mestras do judaísmo. Cada família contava com a sua propriedade particular, protegidas pelas leis da herança. O ideal era e continua sendo que cada homem tenha a sua própria vinha e a sua própria figueira ( I Rs.4:25; Mq.4:4).

Porém, é deveras instrutivo ver como a legislação mosaica também defendia os direitos dos pobres.

De acordo com o cristianismo, o conceito de propriedade privada não somente é exposto como normal, mas, igualmente, como meio de proteger o indivíduo de medidas ditatoriais do Estado…

O Novo Testamento, naturalmente, combate os típicos abusos do capitalismo, como a desconsideração pelos direitos do indivíduo e a escravização dos mais pobres pelos ricos, mediante medidas econômicas….

Adam Smith, que tinha um ponto de vista otimista da natureza humana, supunha que, – finalmente, surgiria do mercado livre uma espécie de harmonia automática, visto que o homem seria essencialmente bom em sua natureza, a qual controlaria os seus interesses pessoais.

Mas o cristianismo ensina que isso só começa a ser curado com a conversão espiritual. Esse preceito, pois, volta-se tanto contra os abusos do capitalismo como contra o ateísmo do comunismo, sistema este que supõe que o mundo é governado por princípios econômicos, e não por princípios espirituais.” (CHAMPLIN, Russell Norman. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.1, p.646).

– Assim, ao mesmo tempo em que a Palavra de Deus garante a cada ser humano a possibilidade de sujeitar bens de acordo com a sua vontade e de deles usufruir para a satisfação de suas necessidades,

também estabelece que o objetivo do homem e da mulher não deve ser o acúmulo de riquezas para si ou a sua exaltação por causa dos bens que tenha a seu dispor, mas que tudo isto seja um instrumento para que a glória de Deus se manifeste na administração destes bens que lhe forem confiados por Deus, o único e verdadeiro dono de todas as coisas.  

– Entretanto, o homem sem Deus e, consequentemente, sem uma dimensão da eternidade, tem sua vista obscurecida pelas coisas temporais e passageiras e, portanto, acaba se deixando dominar pela avareza, pelo desejo de acumulação de riquezas,

que é uma insensatez total, como deixou bem claro Jesus na parábola do rico insensato (Lc.12:13-21), “porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc.12:15).  

– Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se perdendo na caminhada para o céu por causa dos bens materiais e por causa do dinheiro.

A Bíblia revela que a ganância pelas coisas, que a avareza tem sido um obstáculo para muitos alcançarem a salvação, como nos casos do mancebo de qualidade (Mt.19:22; Lc.18:23), de Judas Iscariotes (Lc.22:3-6; Jo.12:4-6), de Ananias e Safira (At.5:1-5,8-10),  de Simão (At.8:18-23) e de muitos outros, como afirmou Paulo em sua carta a Timóteo (I Tm.6:9,10).  

– O dinheiro não é um mal em si. A riqueza é uma bênção de Deus, tanto que Deus a concedeu a Salomão (I Rs.3:13), mas, e aqui está um caso típico, não podemos pôr nas riquezas o nosso coração (Mt.6:19-21).

Devemos, sempre, buscar servir a Deus e Lhe agradar. Esta deve ser a intenção do cristão. Se Deus nos conceder a riqueza, que nós a usemos para agradar a Deus. Se nos der a pobreza, que nós a usemos para agradar a Deus.

O importante é que não façamos dos bens materiais o objetivo e a intenção de nossas vidas. Quem passa a viver em função dos bens materiais, quem passa a pôr o seu coração nos tesouros desta vida, passa a ser um avarento, um ganancioso e, como tal, será um idólatra (Cl.3:5) e, assim, estará fora do reino dos céus (Ap.22:15).  

– Neste ponto, devemos, pois, contrariar ensinamentos a respeito da “opção pelos pobres”, que tem sido o mote da teologia católico-romana, principalmente após o Concílio Vaticano II, com especial ressonância na Igreja Romana da América Latina.

Em momento algum, na Bíblia Sagrada, Deus manifesta Sua opção em favor dos pobres, em detrimento aos ricos.

A Bíblia, aliás, expressamente, afirma que Deus fez tanto o pobre quanto o rico (Pv.22:2) e seria injusto caso preferisse um ao outro, se ambos são obra de Suas mãos. 

– Buscam os idealizadores desta “opção pelos pobres” fundamentação na passagem do mancebo de qualidade em que Jesus afirma que dificilmente um rico entrará no reino dos céus (Mt.19:212-26).

Tal afirmação de Jesus é uma constatação, porquanto a existência de riquezas, diante da natureza pecaminosa do homem, faz com que o ser humano seja mais facilmente enganado pela sensação de autossuficiência, que conduz à perdição eterna, mas, em momento algum, revela que Deus tenha feito uma opção pelos pobres em detrimento dos ricos.

Tanto assim é que a Bíblia está repleta de homens que gozavam de confortável situação financeira e que serviam a Deus, como são exemplos, para ficar só no ministério de Jesus, José de Arimateia, Nicodemos e as mulheres que acompanhavam o Mestre e que, diz a Bíblia, serviam-nos com suas fazendas, ou seja, com seus recursos financeiros.  

– A Bíblia nos mostra que a aquisição de bens materiais é uma necessidade para o homem depois da sua queda, pois deverá, do seu trabalho, obter o seu sustento (Gn.3:19).

Deste modo, a obtenção dos meios necessários para a nossa sobrevivência deve vir do trabalho.

É por isso que Paulo, numa afirmação dura, mas que é a verdade nua e crua, disse que “se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (II Ts.3:10), máxima que foi, inclusive, incorporada em várias Constituições de países comunistas no século XX, mas que traduz um princípio bíblico.  

– Portanto, a primeira fonte de aquisição de bens materiais deve ser o trabalho, devendo, pois, o cristão valorizar o trabalho e buscá-lo como forma de sustento seu e de sua família.

É, aliás, este traço da ética cristã que foi objeto de estudo do sociólogo alemão Max Weber, que, em seu livro, “A Ética Protestante e o Capitalismo”, que foi considerado um dos principais livros do século XX (foi considerado a maior obra de ciências humanas daquele século), entendeu que,

graças a este valor dado pelos cristãos ao trabalho, em virtude do que diz a seu respeito a Bíblia Sagrada, que foi possível o surgimento dos países desenvolvidos da Europa Ocidental (Inglaterra, França, Holanda e Alemanha, fundamentalmente) e, posteriormente, a grandeza dos Estados Unidos da América.  

– Assim, o cristão deve, sempre, dignificar o trabalho, valorizá-lo e, através dele, obter o seu sustento, levantando-se contra toda estrutura sócio-econômica que venha a desprestigiar o trabalho. Neste passo, é dever de todo cristão incentivar e estimular o aumento da oferta de emprego, bem como resistir a toda prática que vise a supressão de postos de trabalho sem a devida compensação.

As políticas compensatórias, ademais, não devem ser de cunho meramente assistencialista, mas devem sempre ser tais que incentivem e estimulem a busca de novos empregos, ainda que se tenha de preparar convenientemente o desempregado.  

– Neste ponto, aliás, como a busca pelos bens materiais deve ser com vistas à satisfação de Deus e não a uma incessante corrida pelo prazer, pelo luxo e pela autossuficiência, temos que há uma clara distinção entre a ética cristã e a ética do capitalismo.

O capitalismo é um sistema econômico em que se busca, sempre, o máximo lucro com o menor custo, com o aumento incessante da produção e do consumo. Dentro da lógica do capitalismo, é preciso sempre produzir cada vez mais, com o maior lucro e com a redução crescente dos custos. 

– A ética cristã, entretanto, é bem diversa: não há que se buscar o máximo lucro, mas, bem ao contrário, deve-se buscar o suficiente para se ter uma vida digna, uma vida sossegada, mas sem a “febre do ouro” que tem dominado o mundo de hoje. Diz o sábio Agur que devemos, sempre, buscar a “porção acostumada de cada dia” (Pv.30:8,9).  

– A propósito, o livro de Eclesiastes, escrito por ninguém mais do que Salomão, que foi o homem mais rico de seu tempo por expressa ação divina (I Rs.3:13), mostra claramente que a posse de riquezas em demasia não representa bem algum para a alma humana, pois tudo é vaidade (Ec.1:2; 2:4-11).  

– Não se está aqui afirmando que o cristão não deve procurar uma melhoria de vida, um melhor emprego, capacitar-se para obter melhores posições, ou seja, em absoluto se nega ao servo de Deus a busca de melhores oportunidades, um progresso maior, até porque o filho de Deus não é cauda, mas cabeça (Dt.28:13),

mas se está afirmando, isto sim, que não devemos colocar como alvos únicos e exclusivos de nossas vidas uma prosperidade material, como objetivo as benesses desta vida (Pv.27:24). Nunca nos esqueçamos que, se cremos em Cristo só para esta vida, seremos os mais miseráveis de todos os homens! (I Co.15:19). 

– Quando o homem tenta progredir na vida material tendo consciência de que existe uma dimensão eterna, de que é mero administrador do que Deus lhe confiou, ele jamais se comporta de forma nociva ao seu semelhante,

jamais busca usar de todos os métodos, lícitos ou não, visando à acumulação de riquezas, pois tem pleno conhecimento de que nu saiu do ventre de sua mãe e de que nu terminará a sua existência (Jó 1:21; I Tm.6:7).

Como dizem as Escrituras, aqueles que se envolvem na ilusão das riquezas, trazem para si somente males e problemas, já nesta vida, que dirá quando se encontrar com o reto e supremo Juiz de toda a terra (Pv.28:22; I Tm.6:9; Hb.9:27).  

– Dentro desta perspectiva, o cristão deve, consciente de que o que tem amealhado de bens materiais, é para ser um instrumento de satisfação da vontade divina, administrar o seu patrimônio de forma a obter este agrado de Deus, fazendo-o conforme a Sua Palavra.

Aliás, os sábios judeus, construíram, com base nas Escrituras, a ideia de que, se alguém adquire riquezas, é porque está a contrair uma dívida diante de Deus, qual seja, o dever de distribuir tais riquezas aos pobres.

Eis o que diz a respeito Nathan Ausubel:

“…’Minha é a prata e meu é o ouro, disse o Senhor das Hostes’. E, obviamente, uma vez que Deus havia dado a terra com ‘todas as suas riquezas’ — a prata e o ouro — somente aos ricos e poderosos, os Sábios deduziram daí que Deus tinha uma dívida material para com os pobres que tinham sido deixados de mãos vazias.

Por consequência, fazer com que essa dívida fosse paga aos pobres pelos ricos constituía um ato de ‘justiça’ e, portanto, de ‘virtude’.

Além disso, acreditam que quando Deus havia dado a riqueza aos abastados, não as havia entregue em caráter definitivo, nem como recompensa por suas ações ou por qualquer mérito especial.

Era somente para que a retivessem em custódia para os pobres! Os ricos seriam, assim, meros agentes fiscais de Deus, por assim dizer, em favor dos pobres!

Entender a tzedakah [caridade, observação nossa] aos pobres ‘com todo o coração’ tinha portanto a significação intrínseca de um ato de ‘virtude’.

Daí ter-se desenvolvido o axioma que, se os ricos fossem realmente honestos e tementes a Deus, distribuíram prazerosamente a riqueza que retinham em custódia de Deus, entre os inúmeros credores de Deus — os pobres, os doentes, os desamparados, os necessitados etc.…” (Caridade. In: A JUDAICA, v.5, p.114).

– Em primeiro lugar, como devemos ser imitadores de Cristo (I Co.11:1), devemos ver como Jesus administrava as Suas finanças.

Ao contrário do que muitos pensam, Jesus não era uma pessoa totalmente despreocupada ou alienada em relação aos bens materiais. Não era preso a eles, como o cristão não deve sêlo também, mas jamais mostrou ser pessoa que não tivesse organizadas as suas finanças.   

– Vemos que Jesus tinha uma bolsa, ou seja, um verdadeiro caixa para a assistência social (Jo.12:5,6), bem assim tinha um grupo de mulheres que sustentava o Seu ministério com recursos (Lc.8:3), tendo, inclusive, tido o cuidado de recolher o tributo que lhe foi cobrado (Mt.17:24-27).

Jesus sempre foi uma pessoa responsável para com o que tinha de administrar, tanto que, às vésperas da morte, tratou de deixar amparada a Sua mãe, que era Sua responsabilidade, como filho primogênito e, muito provavelmente, àquela altura, arrimo de família (Jo.19:26,27).  

– Em segundo lugar, devemos, na organização de nossas finanças, partir de um princípio fundamental, qual seja, o de que não podemos, em hipótese alguma, gastar mais do que ganhamos.

Deus nos concede a bênção da abastança, ou seja, o necessário, o suficiente para sermos um instrumento Seu neste mundo.

Assim, como bons administradores, devemos ser fiéis (I Co.4:2) e isto significa sermos cumpridores de nossas obrigações para com Deus, com a família e com a sociedade.

A fidelidade que se exige do servo de Deus também alcança o aspecto financeiro e, num mundo materialista como o que vivemos, esta fidelidade é a que mais fará realçar o nome do Senhor entre os incrédulos.

Nunca nos esqueçamos de que os homens devem nos considerar ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (I Co.4:1) e ver as nossas obras e, ao vê-las, glorificar ao nome do nosso Pai (Mt.5:16) e, repetimos, isto passa necessariamente pelo aspecto financeiro de nossas vidas.

– A fidelidade começa em reconhecermos a soberania de Deus em nossas vidas. Como já temos dito, o verdadeiro cristão reconhece que é apenas um mordomo dos bens divinos que lhe foram confiados e, deste modo, tem noção e consciência de que Deus é o dono de tudo que temos e de tudo que somos.

Este reconhecimento se dá, na prática da vida financeira, mediante a entrega do dízimo. O dízimo é o primeiro gesto de administração de bens de um cristão fiel. É um ato pelo qual se reconhece que Deus é o Senhor e que já foi estudado em lição anterior.   

A segunda atitude de um cristão fiel nas finanças, após a entrega do dízimo ao Senhor, é a separação do necessário para o sustento e educação de seus filhos.

Com efeito, os filhos são herança do Senhor (Sl.127:3) e os pais têm uma grande responsabilidade em relação a eles, que não vieram ao mundo senão por sua causa.

– Devemos ter o mesmo cuidado que o servo exemplar que era Jó tinha com relação a seus filhos (Jó 1:4,5).

Isto inclui, aqueles servos de Deus que, por um motivo ou outro, têm de pagar pensões alimentícias a filhos com quem não convivem. Trata-se de despesa prioritária e que, depois do dízimo, deve ser imediatamente cumprida pelo cristão fiel.  

– A terceira atitude de um cristão fiel nas finanças é o pagamento de suas obrigações. O cristão fiel é santo e diferente do mundo.

Os ímpios se caracterizam, diz a Bíblia, por serem infiéis nos contratos (Rm.1:31), por não pagarem o que tomam emprestado (Sl.37:21).

Por isso, deve o cristão ser muito cauteloso ao contrair obrigações, fugindo do consumismo que tem dominado as consciências dos homens sem Deus.   

– Graças a uma eficaz publicidade e a pregação da busca de bens materiais a qualquer custo, as pessoas ingressam numa corrida pelo consumo sem medir as consequências.

O resultado é o endividamento sem medida, a inserção das pessoas nos diversos órgãos de restrição ao crédito (SPC, SERASA etc.), o que faz com que as pessoas sejam aviltadas em sua dignidade e, não poucas vezes, levadas a situações angustiantes.   

– Lamentavelmente, muitos cristãos têm se deixado levar por esta “febre consumista” e já não são poucos os crentes que têm seus “nomes sujos” na praça e que são tratados como “caloteiros”,

envergonhando o Evangelho e dando motivo para que o nome do Senhor seja blasfemado, o que é evidente pecado, já que se transgride o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão (Ex.20:7; Lv.19:11; Dt.5:11). Tudo como consequência de uma má administração dos bens.   

– Devemos ter todo o cuidado na montagem do orçamento doméstico, para assumir apenas obrigações que possamos cumprir.

Devemos fugir das compras a prazo, salvo nos casos de extrema necessidade como habitação, porquanto os juros (notadamente no Brasil, que é o paraíso dos juros altos) evoluem de forma muito maior que os salários e o endividamento se tornará, certamente, impagável. Neste particular, o papel da mulher no lar é fundamental (Pv.31:11).

OBS: “…A atitude consumista não leva em conta toda a verdade sobre o homem: nem a verdade histórica nem a verdade interior e metafísica. Antes, é uma fuga dessa verdade. Deus criou o homem para a felicidade. Sim !

Mas a felicidade do homem não é a mesma coisa que o prazer ! O homem de orientação ‘consumística’ perde, nesse gozo do prazer, a dimensão plena de sua humanidade, perde a consciência do sentido mais profundo da vida.

Essa orientação do progresso mata, portanto, no homem, aquilo que é mais profunda e mais essencialmente humano…” (JOÃO PAULO II. Meditações, p.125).  

– Se o cristão for empresário, dentre as suas obrigações, a primeira a ser cumprida é o pagamento do salário de seus empregados, obrigação que não pode atrasar sequer um dia, pois isto fará com que Deus requererá esta atitude do empregador (Tg.5:1-5).

OBS: ” Tiago critica agora os proprietários que se enriquecem à custa dos trabalhadores.

Visando unicamente ao lucro, esses latifundiários cometem graves injustiças sociais: retenção do salário devido aos operários (cf. Dt.24,14);

acumulação de riquezas que não revertem para o bem comum, mas servem unicamente para uma vida regalada e luxuosa; opressão jurídica e condenações conseguidas graças ao suborno contra os pobres inocentes que não têm meios de defesa.

Fruto do roubo e da injustiça, o tesouro amontoado pelos ricos será testemunho que os condenará na hora do julgamento.” (BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral, Tg.5:1,6, p.1565-6)

– Ensina Salomão, o homem mais sábio que já existiu (I Rs.3:12), que o homem não deve ser fiador de pessoa alguma.

Trata-se de uma obrigação que o cristão não deve assumir e muito menos a igreja local exigir de seus membros (Pv.6:1-5, 11:15). Hoje já muitas outras formas de se garantir dívidas, de modo que não se trata de questão de vida ou de morte a constituição de fiança por parte de alguém.

OBS: ” Este versículo (Pv.6:1, observação nossa) é uma advertência para que ninguém seja ‘fiador’ de um amigo (cf. 11.15; 17.18; 22.26). Ser fiador significa aceitar a responsabilidade pela dívida doutra pessoa, se esta deixa de pagá-la.

Esse ato torna a situação financeira do cossignatário dependente dos atos do amigo e fica sujeita a fatos que escapam ao seu controle.

Pode levar à pobreza (cf.22.26,27) e à perda de amizades vitalícias. Isso não significa, porém, que devemos recusar-nos a ajudar alguém que esteja realmente sofrendo, sem meios para atender às necessidades básicas da vida (Ex.22.14; Lv.25.35; Mt.5.42).

Quanto aos pobres, não devemos emprestar e sim dar-lhes (cf. Mt.14.21; Mc.10.21..)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. com. Pv.6.1, p.935-6).

– Hoje em dia, a propósito, há uma atitude que muitos tomam e que é bem pior que a fiança e que, por isso mesmo, está inserida nesta vedação bíblica muito bem recomendada pelo sábio rei.

É a do “empréstimo de nome”, ou seja, a pessoa que aceita usar o seu nome para que outrem, que está com restrições de crédito, faça compras a prazo.

Ora, queridos irmãos, tal atitude é uma insensatez sem tamanho, pois a pessoa beneficiária já demonstrou não ser boa pagadora, estar com o “nome sujo” e, deste modo, é quase que intuitivo que, se não cumpre com suas obrigações, não irá, evidentemente, pagar a obrigação que, aliás, não será contraída em seu nome.

Fujamos desta atitude que é, antes de mais nada, uma ação que contraria o que dizem as Escrituras e que, portanto, não pode ser tomada por quem se diz servo do Senhor.  

– O cristão, também, deve pagar os tributos, pois devemos dar ao governo que lhe é devido (Mt.22:1721; Rm.13:7).

Sabemos que o sistema tributário do Brasil é um dos mais injustos, senão o mais injusto, do mundo, mas isto não nos autoriza a sonegarmos tributos, porquanto, como filhos de Deus, estamos sujeitos à ordenação humana e devemos cumprir com as obrigações tributárias (Mt.17:24-27; I Pe.2:13).

Nada impede, entretanto, o cristão de participar de movimentos ordeiros e legais que visem a uma maior justiça tributária. Aliás, o cristão sincero e verdadeiro deve sempre lutar pelo que é justo (Fp.4:8).  

– A quarta atitude de um cristão fiel nas finanças é o suprimento das necessidades de seu lar. Necessidade é o que é preciso.

É o suprimento do que, realmente, faz-se preciso para uma vida digna, como alimentação, habitação, despesas com tributos, preços públicos, transportes, saúde, educação e previdência social. Devemos, repetimos, fugir daquilo que não é necessário, do supérfluo e do dispensável.

– Na aquisição de bens, o cristão deve ser econômico, pesquisar e pechinchar preços, tendo, aqui, mais uma vez, papel fundamental a mulher no lar (Pv.31:13,14,18).

Neste ponto, vemos que o cristão deve ser previdente e sempre ter uma poupança para os dias de adversidade (Pv.31:21).  

– As Escrituras bem demonstram o que é necessário e que não no é. O Senhor Jesus disse que as necessidades envolvem o comer, o beber e o vestir (Mt.6:31,32), ensino que é reafirmado pelo apóstolo Paulo (I Tm.6:8).

À evidência que ao lado destas necessidades, surgem outras igualmente essenciais, mas que, direta ou indiretamente, estão relacionadas a estes três elementos. Tudo o que fugir muito disto é supérfluo, desnecessário e, portanto, não deve ser tomado como foco em nossa administração financeira.

Cabe aqui a advertência divina formulada pela boca do profeta Isaías: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão?

E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” (Is.55:2).

– Muitos, porém, diante desta verdade bíblica, procuram aí estribar uma atitude de mesquinharia, uma verdadeira conduta avarenta, que, entretanto, não é, de forma alguma, aprovada pelas Escrituras.

Veja que, na própria advertência mencionada, o profeta instrui as pessoas a desfrutar do produto do seu trabalho, a legitimamente usufruir daquilo que amealharam.   

– Por mais de uma vez, a propósito, Salomão, no livro de Eclesiastes, estimula esta prática, chegando mesmo a dizer que o desfrute do resultado do trabalho é, essencialmente, a bênção de Deus na dimensão terrena da vida (Ec.2:24; 3:12,22; 5:18).

– Assim, privar-se de desfrutar daquilo que adquiriu, não para luxo ou ostentação, mas para viver consoante as condições que o Senhor lhe deu, tendo o mínimo de conforto para si e para a sua família, é atitude altamente reprovável diante de Deus, pois é impedir que se tenham os benefícios dados pelo próprio Senhor, uma verdadeira ingratidão para com o nosso Criador e Provedor.

Que Deus nos guarde de tal conduta, pois aí estaremos nos enveredando pelo caminho da avareza, pelo caminho da idolatria, pelo apego às coisas materiais e, por conseguinte, deixando de servir ao Senhor (Mt.6:24).  

– A quinta atitude de um cristão fiel nas finanças é a voluntariedade e a disposição em ajudar os necessitados, compartilhando com eles o seu pão.

O cristão deve ser generoso, usando parte de sua economia para sustentar o necessitado. Neste particular, interessante o pensamento de um pastor que nos fez ver que o maior pecado de um cristão que se comporte como um consumista e que gaste com bens supérfluos está em desperdiçar recursos que, como não lhe está fazendo falta no suprimento das necessidades essenciais, poderia ser direcionada para a ajuda aos mais necessitados.   

– Como dissemos, Jesus tinha uma caixa de assistência durante o Seu ministério e cada cristão deve contribuir para a ajuda aos domésticos da fé e aos demais seres humanos. É de uma administração cautelosa que surgirão os recursos que poderão mitigar as dificuldades dos mais necessitados.

Neste contexto, também, estão as ofertas alçadas que se devem dar nas igrejas, bem assim as contribuições específicas para determinadas obras na casa do Senhor e para a obra missionária.

Seria muito bom que, na administração de seus bens, o cristão pudesse dedicar sempre uma parcela fixa de seu rendimento para esta parte. Lembremonos de que vivemos no país de maior desigualdade social do mundo e que, como cristãos, devemos demonstrar o amor de Deus que há em nossos corações.  

III – A MORDOMIA DA PROSPERIDADE  

– Quando falamos em prosperidade, falamos de uma mensagem que se tem repetido, às escâncaras, nos púlpitos das igrejas evangélicas de nossos dias.

O evangelho da prosperidade é proclamado de norte a sul, de leste a oeste, passando pelo centro, como sendo a maior prova do amor de Deus para os nossos corações.

– Não resta dúvida de que a Bíblia Sagrada contém promessas de prosperidade material para o homem, mas esta prosperidade é secundária diante da prosperidade espiritual, que é a efetivamente prometida pelo Senhor.

Jesus disse que veio trazer vida para o homem e vida eterna (Jo.10:10; Jo.17:1-3) e foi bem claro ao afirmar que o Seu reino não pertence a este mundo (Jo.18:36), o que envolve, naturalmente, as questões econômico-financeiras e as riquezas, que o próprio Senhor disse pertencerem tão somente a esta dimensão (Mt.6:19; Jo.6:27).  

– Entretanto, o que estes propagadores do evangelho da prosperidade esquecem-se de dizer aos seus ouvintes é que, em vindo a prosperidade material solicitada, o “novo rico” não será um senhor de riquezas, não será sequer o proprietário de todos os bens que o Senhor lhe conceder. 

– A mensagem do evangelho da prosperidade faz questão de alardear que Deus tem obrigação de nos dar bens e uma vida regalada, pois ” é o dono de toda prata e de todo o ouro” e que nós somos ” filhos do rei”, o que, em parte, é uma realidade e uma verdade constante das Escrituras, mas não dizem que,

quando ganharmos toda esta prosperidade, o Senhor continua sendo Senhor, continua sendo o ” dono de todo o ouro e de toda a prata”, assim como, também, continua sendo o ” Rei dos reis” e ” Senhor dos senhores”, ou seja,

ao contrário do que querem fazer crer os evangelistas da prosperidade, ser rico, ser próspero materialmente não é um privilégio ou um direito do cristão, mas, muito mais do que isto, é uma obrigação a mais que o servo do Senhor assume diante do seu Deus.

Quem tem riquezas, passa a ser mordomo destas mesmas riquezas diante do Senhor e, como tal, assume muitas outras obrigações que, se pobre fosse, não teria diante de Deus.

OBS: A partir desta ideia é que se desenvolveu a ideia da ” função social da propriedade”, concebida a partir da doutrina social católica e que encontrou sua expressão jurídica nos ensinos do jurista francês Léon Duguit e que se encontra, hoje, em todas as constituições e legislações dos países, inclusive na Constituição da República Federativa do Brasil.

Em nosso país, a propriedade só é considerada direito se atender à sua função social, ou seja, se cumprir com os objetivos maiores a respeito da circulação de bens e de riquezas em nossa sociedade.  

– Como se pode verificar, portanto, e supra já vimos ser este o pensamento dos sábios judeus, a prosperidade material traz ao homem uma nova obrigação, qual seja, a de repartir com o próximo esta sua prosperidade, de maneira a que haja uma melhor distribuição de renda e sejam amenizadas as necessidades do outro.

A prosperidade que tem sido pregada por aí é para que alguém viva de forma regalada e despreocupada, desfrutando de um “paraíso terrestre”, algo que apenas revela o grau de egoísmo e de amor do dinheiro destes pretensos “filhos de Deus conscientes de seus direitos”.  Na verdade, como ensinou o grande reformador João Calvino,

 “…não há um caminho mais direto (à gratidão)  do que o de tirarmos nossos olhos da vida presente e meditar na imortalidade do céu.

Disto se deriva(…) que devemos aprender a suportar a pobreza quieta e pacientemente, e desfrutar a abundância com moderação.

Aquele que nos ordena a que usemos este mundo como se não o usássemos, não somente nos proíbe toda falta de moderação em comer e beber, nos prazeres indecorosos e excessivos, na ambição, no orgulho e na fastuosidade em nosso lar, como também em cada cuidado e afeto que faça diminuir nosso nível espiritual ou que ameace destruir nossa devoção.…” (A verdadeira vida cristã, p.73).  

– Nada é mais contrário ao cumprimento da mordomia da prosperidade do que o cristão abençoado pelo Senhor passar a ostentar sua riqueza e a viver regaladamente, esquecido dos mais necessitados e da moderação que deve acompanhar, como qualidade, o verdadeiro e sincero servo do Senhor.

Assim, a prosperidade, antes de ser um privilégio para o cristão, é antes uma nova obrigação, pois a posse de riquezas torna o seu detentor como responsável direto para a melhoria das condições de vida dos menos afortunados.

Na história do rico e Lázaro, vemos como o Senhor prestou muita atenção à forma como o rico tratou o pobre mendigo Lázaro durante a sua existência! (Lc.16:19-21,25).  

– Se quisermos ser prósperos materialmente, podemos pedi-lo a Deus que, segundo a Sua vontade (pois não tem qualquer obrigação de enriquecer materialmente quem quer que seja), poderá nos conceder esta bênção, mas, lembremo-nos de que, uma vez tornados ricos, assumiremos a mordomia da prosperidade e deveremos responder diante de Deus pelo uso que fizermos das riquezas que angariarmos.   

– Neste ponto, aliás, de lembrarmos aqui as felizes lições a respeito do uso do dinheiro deixadas por John Wesley, o fundador da Igreja Metodista e um dos promotores de um dos grandes avivamentos da história da Igreja e que foi uma das raízes do movimento pentecostal.  

– “…Wesley pregava muito sobre o uso correto do dinheiro, e de como somos apenas despenseiros de Deus.

O propósito de Deus em nos abençoar financeiramente é para podermos compartilhar com aqueles que não têm.

Gastar em coisas supérfluas ou além do básico necessário é, por isso, roubar de Deus.(…) Ele não só pregou, mas viveu este princípio na prática.

Numa época em que uma pessoa podia viver tranquilamente com £30,00 (trinta libras) por ano, Wesley começou ganhando mais ou menos isto no início de sua carreira de professor da universidade.

Um dia, porém, notou uma empregada doméstica que não tinha agasalho suficiente no inverno, e que não tinha nada para lhe dar, pois já gastara todo seu dinheiro para si mesmo. Sentiu-se fortemente repreendido por Deus como mau despenseiro dos seus recursos.

Daí em diante, reduziu ao máximo suas despesas para poder ter mais para distribuir. Com o tempo, sua renda anual passou de £30,00 por ano a £90,00, depois a £120,00 e anos mais tarde chegou a £1400,00.

Entretanto, nunca deixou de viver com os mesmos £30,00, e de dar embora todo o restante. Segundo seu próprio testemunho, nunca teve mais que £100,00 no bolso ou nas suas reservas.

Ensinou que quando a renda do cristão aumentasse, devia aumentar seu nível de ofertas, não seu nível de vida.…” (O exemplo de Wesley acerca do uso do dinheiro. Revista Impacto via Portal Creio. Disponível em: http://www.metodista.org.br/o-exemplo-de-johnwesley-a-cerca-do-uso-do-dinheiro Acesso em 15 maio 2019).  

– “…Wesley baseava sua prática em cinco pontos fundamentais:  

  1. Deus é a fonte de todos os recursos do cristão. Ninguém realmente ganha dinheiro por sua própria esperteza ou diligência.

Pois Deus é fonte de toda energia e inteligência.

  1. Os cristãos terão de prestar contas a Deus pela forma como usaram o dinheiro. Em qualquer momento, podemos ter de prestar contas a Deus. Por isto, nunca devemos desperdiçar o dinheiro agora, pensando em compensar futuramente.
  2. Os cristãos são mordomos do dinheiro do Senhor. Somos apenas agentes dele para distribuí-lo de acordo com sua direção. Portanto, não temos condições de fazer algo contrário à sua vontade.
  3. Deus concede dinheiro aos cristãos para que o repassem àqueles que têm necessidade. Usar este dinheiro para nós mesmos é roubar de Deus.
  4. O cristão não tem mais direito de comprar algo supérfluo para si mesmo do que tem de jogar o dinheiro fora.…” (end.cit.).

– “…Com isto em mente, Wesley dava quatro conselhos quanto às prioridades de Deus para o uso da renda individual do cristão:

  1. Suprir todo o necessário para si mesmo e a família (1 Tm 5.8).
  2. “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.8).
  3. “Procurai as coisas honestas, perante todos os homens” (Rm 12.17), e “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma” (Rm 13.8).

Depois de cuidar das necessidades básicas, a próxima prioridade é pagar os credores, ou providenciar para que todos os negócios sejam feitos de forma honesta, sem incorrer em dívidas.

  1. “Façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10). Depois de prover para família, credores, e negócios, Deus espera que todo o restante lhe seja devolvido através de doar aos necessitados.…” (end.cit.)

– “…Para ajudar a discernir em situações não muito claras se está tomando a direção certa diante de Deus, Wesley sugeria que o cristão fizesse a si mesmo as seguintes perguntas em relação a algum bem que quisesse adquirir:

  1. Em gastar este dinheiro, estou agindo como se eu fosse dono dele, ou como despenseiro de Deus?
  2. Que Escritura me orienta a gastar dinheiro desta forma?
  3. Posso oferecer esta aquisição como oferta ao Senhor?
  4. Deus haverá de me elogiar na ressurreição dos justos por este dispêndio?…” (end. cit).

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

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