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LIÇÃO Nº 10 – AS PROFECIAS DESPERTAM E TRAZEM ESPERANÇA

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo da “síntese bíblica”, analisaremos os livros proféticos das Escrituras.

– Os livros proféticos mostram o controle de Deus sobre todas as coisas.

I – OS PROFETAS MAIORES

– Deus escolheu Israel para ser a Sua propriedade peculiar entre as nações da Terra (Cf. Ex.19:5,6). Assim, para que o povo não se corrompesse (Cf.Pv.29:18), sempre levantou, no meio de Israel, profetas, que eram Seus porta-vozes, como havia sido prometido ainda no deserto através de Moisés (Dt.18:20,21), ele próprio um profeta de Deus (Dt.34:10).

– A palavra “profeta” é grega e significa “aquele que fala por alguém”. Profeta é, portanto, a pessoa que fala por Deus, podendo, ou não, predizer o futuro. No hebraico, três são as palavras utilizadas para profeta, a saber: “nabi”, “roeh” e “hozeh”, palavras que aparecem reunidas em I Cr.29:29.

“Nabi” é a palavra mais comum nas Escrituras hebraicas e tem o mesmo significado do grego “profeta”, ou seja, “anunciador”, “declarador”. Já “roeh” e “hozeh” significam “aquele que vê”, ou seja, “vidente”, como está traduzido na versão em língua portuguesa, que era, segundo I Sm.9:9 a antiga denominação dos profetas, querendo com isto dizer aquele que tem uma visão sobrenatural, aquele que Deus dá a enxergar algo que os homens não vêem.

Apesar dos esforços dos estudiosos, é difícil estabelecer se havia alguma diferença entre estes termos no início da vida de Israel e, em caso positivo, em que consistiria esta diferença.

– Como já dissemos, Deus levantou profetas durante toda a história de Israel. A Bíblia afirma que o primeiro profeta desta “propriedade peculiar Sua dentre os povos” foi o próprio Abraão, de onde seria formada a nação israelita (Gn.20:7).

Em seguida, as Escrituras mostram que Deus levantou como profeta a Moisés (Ex.4:15,16). A partir de Moisés, Deus sempre levantou profetas no meio do povo, revelando, sempre, qual era a Sua vontade para o povo.

Como o próprio Jesus afirmou o ministério profético somente se encerrou com João Batista (Cf.Mt.11:13), quando, então, veio o próprio Senhor, que não era apenas o porta-voz de Deus, mas o próprio Deus conosco (Mt.1:23).

-Os profetas são chamados de anteriores e de posteriores, conforme tenham, ou não, apresentado obras próprias. Assim, são considerados anteriores os profetas cujos ministérios estão registrados nos livros históricos (Samuel, Natã, Gade, Elias e Eliseu, entre outros), enquanto que são denominados de posteriores os profetas que, surgindo no final da história dos reinos já divididos de Israel e de Judá, deixaram escritas suas mensagens em livros próprios.

Eles formam a segunda parte dos chamados “Neviim”, ou livros proféticos, começando pelo livro de Isaías e terminando com o livro que congrega os chamados “profetas menores” (na nossa Bíblia, os livros de Oseias até Malaquias).

OBS: Devemos tomar cuidado com a expressão “profetas anteriores”, pois ela também é utilizada pelos muçulmanos. Para os islâmicos, os profetas anteriores são todos aqueles que antecederam a Maomé, inclusive o próprio Jesus.

– Os profetas ditos “posteriores” são os que estão ligados à “terceira” e “quarta” “ondas de inspiração, ou seja, livros escritos durante os reinos divididos até o cativeiro da Babilônia (“terceira onda de inspiração”) e após o exílio babilônico (a “quarta onda”).

– Agostinho (354-430), o grande filósofo e teólogo cristão do final da Antiguidade, foi quem criou as expressões “profetas maiores” e “profetas menores” para designar os profetas cujos livros são mais volumosos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel) e os demais livros, que são curtos, tão curtos que haviam sido reunidos na versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) em apenas um livro, que foi chamado de “Dodecapropheton”, ou seja, “Doze Profetas” (Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Ageu, Sofonias, Zacarias e Malaquias).

– O primeiro dos livros dos profetas maiores ou dos profetas posteriores, segundo a nomenclatura hebraica, é o livro de Isaías, cujo nome hebraico é “Yeshaiahu”, nome do autor e que se encontra no início do livro (Is.1:1: Visão de Isaías, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e de Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”), cujo significado é “Jeová é Salvação”, nome muito apropriado para o profeta que mais anunciou, nas Escrituras hebraicas, o Salvador. Seu nome foi mantido na Septuaginta e na Vulgata.

– O livro do profeta Isaías é conhecido como a Bíblia em miniatura, pois está dividido em 66 capítulos, ou seja, exatamente o mesmo número de livros da Bíblia cristã e sua estrutura mostra-nos, claramente, uma divisão temática e de perspectiva nos 39 primeiros capítulos e nos outros 27, como que demonstrando a própria diferença que existe na tônica das Escrituras no Antigo e no Novo Testamentos.

– O livro do profeta Isaías, também, é conhecido como o “Evangelho do Antigo Testamento”, pois não houve outro profeta cuja mensagem fosse tão evidentemente messiânica. Em Isaías, temos mensagens relativas ao Messias desde a Sua concepção (Is.7:14) até o Seu reino milenial (Is.65:25).

– A autoria do livro é de Isaías, filho de Amós. A Bíblia não nos informa quem era Isaías ou que fazia, mas dá a entender que era alguém que frequentava a corte real de Judá, já que considerou como evento para marcar a sua chamada a morte do rei Uzias (Is.6:1), além de ter livre acesso à pessoa dos reis Ezequias e Acaz (Is.7:3 e 38:1).

Sua família era de profetas, pois consta que seu filho chegou a acompanhá-lo na entrega de mensagens (Is.7:3), bem como que sua mulher era profetisa (Is.8:3). A tradição judaica diz que Isaías era sobrinho do rei Uzias.

– No século XII, o exegeta e poeta litúrgico judeu espanhol Abraão ibn Ezra (1093-1167), através de estudos filológicos (ou seja, de estudos que procuram descobrir, através do texto, dados que permitam obter informações sobre a autoria do texto e, mesmo, sobre a cultura e a mentalidade da época da elaboração do texto), criou a teoria de que o livro de Isaías tinha, na verdade, dois autores: o profeta Isaías, filho de Amós e um outro profeta, anônimo, que teria redigido o texto durante o cativeiro da Babilônia.

É a teoria do “segundo Isaías” ou “dêutero-Isaías”, que foi acolhida com entusiasmo pelos chamados “críticos bíblicos”.

Pouco depois, na mesma linha de pensamento da “crítica bíblica”, surgiu a teoria do “terceiro Isaías” ou “trito-Isaías”, segundo a qual haveria um terceiro autor, igualmente anônimo, que teria redigido o final do livro. Segundo estas teorias, somente seriam de Isaías, o filho de Amós, os 39 primeiros capítulos (se bem que alguns críticos não aceitam que certos trechos dos 39 primeiros capítulos sejam do profeta).

– Ibn Ezra alegava que os estilos entre os 39 primeiros capítulos e os 27 restantes eram diferentes e havia muitas alusões ao exílio da Babilônia nesta segunda parte do livro, a indicar que o texto não poderia ter sido escrito por Isaías, que viveu pelo menos um século antes do cativeiro babilônico.

Os críticos chegam, inclusive, a aventar a hipótese de que o “segundo Isaías” bem como o “terceiro Isaías” seriam descendentes ou discípulos da “escola profética” de Isaías e teriam complementado o livro do profeta.

– Em primeiro lugar, devemos observar que, em momento algum, seja nas Escrituras, seja no Novo Testamento, seja entre os rabinos até Ibn Ezra, alguém tenha alguma vez alegado que o livro do profeta Isaías fosse obra de mais de uma pessoa.

Muito pelo contrário, as evidências apontam para a consideração da obra como o escrito de uma só pessoa. Assim, por exemplo, vê-se nos Evangelhos, mormente no episódio em que Jesus lê o livro do profeta Isaías, lendo, por sinal, um trecho da segunda (ou terceira) parte do livro (Cf. Lc.4:17-20).

– Os manuscritos encontrados no Mar Morto, ademais, demonstram claramente que não havia a mínima indicação de que se tratasse de uma obra que não fosse considerada de uma só pessoa.

– Como afirma o próprio livro, em seu primeiro versículo, o ministério profético de Isaías desenvolveu-se no reino do sul, o reino de Judá, no tempo dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, num período não superior a 61 anos, que é a duração dos reinados de Jotão a Ezequias, já que tudo indica que seu ministério se iniciou no final do longo reinado de Uzias (Cf.Is.6:1) e não terminou antes da sucessão de Ezequias por Manassés.

Foi um período de altos e baixos na vida de Judá. Uzias, embora tivesse começado bem o reino e tivesse tido grande prosperidade, ficou leproso por ter querido exercer funções sacerdotais e acabou sendo substituído por seu filho Jotão, que ficou como uma espécie de regente até a morte de seu pai.

Jotão foi um bom rei, mas seu sucessor, Acaz, foi um desastre, chegando, mesmo, a construir um altar idólatra em pleno templo. Ezequias promoveu uma restauração espiritual do povo e teve em Isaías um aliado neste empreendimento.

– A mensagem de Isaías reflete esta vacilação do povo nos seus dias. Existem tanto mensagens duras contra os desmandos e os pecados do povo, inclusive das elites, como também há inúmeras mensagens de promessa de restauração e de que Deus nunca desamparará Seu povo.

É neste instante da vida de Judá que Deus dá pormenores do Messias prometido, promessa que foi, indubitavelmente, o grande móvel que fez com que Ezequias não se conformasse com a notícia de que estaria a morrer, numa época em que ainda não tinha herdeiros (Cf.Is.38).

Deus, então, através de Isaías, começa a anunciar a tragédia que se abateria sobre o reino do sul, assim como havia ocorrido no reino do norte, mas renova as promessas de que conservaria a nação de Israel e que mandaria o Messias.

– Em Isaías, nós temos a mais ampla e pormenorizada revelação de Cristo no Antigo Testamento. Ele é Aquele que será concebido numa virgem, é o Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, o Rebento de Jessé, o Servo do Senhor, o Rei que haveria de reinar com justiça.

OBS: “O Livro de Isaías ante o Novo Testamento – Isaías profetiza a respeito de João Batista como aquele destinado a ser o precursor do Messias (40.3-5; cf. Mt.3.1-3).

Seguem-se muitas de suas profecias messiânicas sobre a vida e ministério de Jesus Cristo:

Sua encarnação e divindade (7.4; ver Mt.1.22,23 e Lc.1.34,35; Is.96.6,7; ver Lc.1.32,33; 2.11);

Sua juventude (7.15,16 e 11.1; ver Lc.3.23,32 e At.13.22,23);

Sua missão (11.2-5; 42.1-4; 60.1-3 e 61.1; ver Lc.4.17-19,21);

Sua obediência (50.5; ver Hb.5.8);

Sua mensagem e unção pelo Espírito (11.2; e 61.1; ver Mt.12.15-21);

Seus milagres (35.5,6; ver Mt.11.2-5);

Seus sofrimentos (50.6; ver Mt.26.67 e 27.26,30; Is.53.4,5,11; ver At.8.28-33);

Sua rejeição (53.1-3; ver Lc.23.18; Jo.1.11 e 7.5);

Sua humilhação (52.14; ver Fp.2.7,8);

Sua morte expiatória (53.4-12; ver Rm.5.6);

Sua ascensão (52.13; ver Fp.2.9-11) e

Sua segunda vinda (26.20,21; ver Jd. v.14; Is.61.2,3; ver 2 Ts. 1.5-12; Is.65.17-25; ver 2 Pe. 3.13).” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.992).

“Cristo Revelado – Depois de Sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de Seus discípulo e ‘explicava-lhes o que dEle se achava em todas as Escrituras'(Lc.24.27).

Para fazer isso, Ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Isaías, porque dezessete capítulos de Isaías contêm referências proféticas a Cristo.

Cristo é citado como o ‘Senhor’, ‘Renovo do Senhor’, ‘Emanuel’, ‘Maravilhoso’, ‘Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’, ‘Raiz de Jessé’, ‘Pedra Angular’, ‘Rei’, ‘Pastor’, ‘Servo do Senhor’, ‘Eleito’, ‘Cordeiro de Deus’, ‘Líder e Comandante’, ‘Redentor’ e ‘Ungido’.

O cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias. Nenhum texto em ambos os Testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo na cruz do que esse capítulo.

Ele é citado diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 9Rm.15.21); 53.1(Jo.12.38; Rm.10.16); 53.4(Mt.8.17); 53.5(Rm.4.25; 1 Pe.2.24); 53.7-8(At.8.32-33); 53.9(1 Pe.2.22); 53.10(1 Co.15.3-4); 53.12 (Lc.22.37). Também existem muitos cumprimento de detalhes no cap.53 em adição às citações diretas. “(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.663).

– O segundo livro profético, na ordem tanto da Bíblia hebraica (profetas posteriores) quanto da nossa, é o livro de Jeremias. Seu nome hebraico é “Yireme-Yahu”, nome do autor do livro e que vem no início do seu texto (Jr.1:1 “Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim”), cujo significado é “Jeová eleva” ou “Jeová lança”, nome que bem corresponde ao próprio ministério deste profeta, que foi lançado no meio do povo num período particularmente difícil por que passava Judá. O nome do livro foi mantido tanto na Septuaginta quanto na Vulgata.

– Jeremias, como diz o texto bíblico, era sacerdote e habitava na área ocupada pela tribo de Benjamim, mas foi escolhido desde o ventre de sua mãe pelo Senhor para trazer uma mensagem altamente impopular para o povo de Judá(Jr.1:5), qual seja, a de que eles seriam levados cativos para a Babilônia. Jeremias profetizou a partir do terceiro ano do reinado de Josias (Jr.1:2) e seu ministério perdurou até alguns anos depois da destruição do templo em Jerusalém.

Parte da tradição judaica diz que ele morreu no Egito, para onde foi levado, contra a sua vontade, pelos judeus rebeldes comandados por Azarias e Joanã (Cf.Jr.43:4-7); já outra parte afirma que Jeremias foi levado para a Babilônia por Nabucodonosor, após este rei ter subjugado o Egito e vivido até idade bem avançada na corte babilônica.

– O período vivido por Jeremias era um período de extrema decadência espiritual. Após o reinado de Josias, que havia restaurado espiritualmente não só o reino do sul como também o território do antigo reino do norte, tendo, inclusive, destruído os bezerros que haviam sido instituídos séculos antes por Jeroboão, o povo entrou em uma época de grande apostasia e aberta idolatria.

Titubeando entre manter aliança com Babilônia ou com o Egito, que disputavam o controle político da região, os sucessores de Josias não tinham firmeza nem voz ativa, sendo manifesta a corrupção e impiedade seja dos nobres, seja dos sacerdotes. Contra tudo isto, Jeremias teve de se levantar e trazer uma mensagem nada simpática: a de que o povo seria levado cativo para a Babilônia.

– O ministério profético de Jeremias é um dos mais sofridos de todas as Escrituras e revelam quanto se deve padecer para cumprir a vontade de Deus. Mais de uma vez Jeremias foi preso como também teve sua morte determinada, mas, apesar de todas estas vicissitudes, manteve-se fiel à chamada do Senhor, tendo o Senhor sempre conservado a vida do Seu leal servo.

– A autoria do livro é de Jeremias, que pode ter se utilizado dos préstimos de seu amigo e exímio escriba, Baruque, filho de Nérias, para que suas mensagens fossem registradas, notadamente quando se encontrava impossibilitado de fazê-lo, como quando estava preso (Cf.Jr.36:1-4 e 45).

Além do livro que leva seu nome, Jeremias também escreveu o livro de Lamentações (vide infra) e a ele é atribuída a autoria dos livros de Crônicas. Há, como vimos no início do trimestre, uma obra apócrifa denominada Epístola de Jeremias, que, nas Bíblias católico-romanas, consiste no capítulo 6 do livro apócrifo de Baruque.

– Podemos afirmar que, se as mensagens de Isaías, como ninguém, falam de Cristo, no caso de Jeremias, a sua vida revela muito do que seria a vida do Messias, pois a consciência de um propósito divino para a sua obra e a fidelidade com que fez tudo o que estava determinado por Deus para se fazer, apesar de todo o sofrimento e oposição, é uma linda antecipação do que seria o ministério terreno de Jesus Cristo.

– Em Jeremias, temos um quadro bem claro a respeito da fidelidade e da rebeldia. Deus vela pela Sua Palavra para a cumprir(Jr.1:12) e, assim, executa o devido juízo ao povo impenitente que se recusa a se arrepender, mas também honra aqueles que O servem com fidelidade.

O mesmo Deus que ama o povo e o conclama ao arrependimento, é o que manda o povo para o cativeiro, mas, em meio a este juízo, guarda e conserva a vida daqueles que Lhe obedecem, como foi o caso do profeta Jeremias, de Baruque e até, mesmo, do eunuco Ebede-Meleque. Em Jeremias, vemos Cristo retratado como sendo o “Renovo justo de Davi” (Jr.23:5).

OBS: “O Livro de Jeremias ante o Novo Testamento – O emprego principal do livro de Jeremias no Novo Testamento diz respeito à sua profecia de um ‘novo concerto’ (31.31-34).

Embora Israel e Judá tivessem transgredido, repetidas vezes, os concertos com Deus, sendo, posteriormente, arruinados como castigo por sua rebeldia, Jeremias profetizou a respeito de um dia em que Deus faria com eles um novo concerto (31.31).

O NT deixa claro que esse novo concerto foi instituído com a morte e ressurreição de Jesus Cristo (Lc.22.20; cf. Mt.26/26-29; Mc.14.22-25), está sendo cumprido agora na Igreja, que é o povo de Deus segundo o novo concerto (Hb.8.8-13), e chegará ao seu clímax na grande salvação de Israel (Rm.11.27).

Outras passagens messiânicas de Jeremias aplicadas a Jesus Cristo no NT são:

(1) o Messias como o bom Pastor e o Justo Renovo de Davi (Jr.23.1-8; ver Mt.21.8,9; Jo.10.1-18; 1 Co.1.30; 2 Co.5.21);

(2) o choro amargo em Ramá (Jr.31.15), cumprido na época em que Herodes procurou matar o menino Jesus (ver Mt.2.17,18) e

(3) o zelo messiânico pela pureza da casa de Deus (Jr.7.11), demonstrado por Jesus quando purificou o templo (ver Mt.21.13; Mc.11.17; Lc.19.4). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1080).

” Cristo Revelado – Através de sua ação e atitude, Jeremias retrata um estilo de vida similar ao de Cristo e, por esta razão, pode ser considerado um tipo de Cristo no AT. Ele demonstrou grande compaixão pelo seu povo e chorou por ele.

Sofreu muito nas mãos do povo, mas o perdoou. Jeremias é uma das personalidades mais parecidas com Cristo no AT.

Diversas passagens de Jeremias são aludidas por Jesus em Seu ensino: ‘é, pois, esta casa, que se chama pelo Meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos ? ‘ (7.11; Mt.21.13); ‘que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis’ (5.21; Mc.8.18); ‘achareis descanso para a vossa alma’ (6.16; Mt.11.29); ‘ovelhas perdidas foram o Meu povo'( 50.6; Mt.10.6).” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.718).

– O livro de Lamentações de Jeremias ou, simplesmente, Lamentações, no cânon judaico, não faz parte dos livros proféticos, mas se encontra entre os “Ketuvim”, ou seja, os outros escritos, já que é, em essência, um livro poético, pois se trata de um lamento, de uma poesia em que Jeremias chora a destruição de Jerusalém pelo exército de Nabucodonosor.

Entre os judeus que insistiam que o número de livros correspondesse ao mesmo número de letras do alfabeto hebraico, este livro era simplesmente adicionado ao livro de Jeremias, formando com ele um único livro.

– O nome hebraico do livro é “Eichah”, que significa “como”, que é a primeira palavra do livro (Lm.1:1: “Como se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa ! Tornou-se viúva; a que foi grande entre as nações e princesa entre as províncias, tornou-se tributária!”).

Na Septuaginta, o livro recebeu o nome de “Threnoi”, ou seja, trenos, nome com que os literatos denominam os poemas de lamentação.

Na Vulgata, o livro foi juntado ao livro do profeta Jeremias, mas há um subtítulo denominado “Lamentationes”, de onde veio o nome em língua portuguesa, ainda que, na versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, conste o título “Trenos ou Lamentações de Jeremias”.

– O livro de Lamentações é um dos “Cinco Rolos” (os “Meguillot”), os livros que são lidos pelos judeus em festividades. Lamentações é lido por ocasião do ” Tishah B’Av” , ou seja, o “Nono dia de Av” (Av é o nono mês do calendário judaico, que corresponde aos nossos meses de julho e agosto), dia de jejum quando se relembra a destruição dos dois templos de Jerusalém(em 586 a.C. por Nabucodonosor e em 70 d.C. por Tito), destruições que se deram na mesma data. Este dia de jejum foi criado durante o cativeiro da Babilônia, tanto que já era observado pelos judeus no período do Segundo Templo (Cf.Zc.7:5).

A tradição indica que o livro de Lamentações foi feito por Jeremias quando este contemplou a destruição do Templo, fato que foi presenciado pelo profeta.

– A autoria do livro é atribuída pela tradição judaica a Jeremias. Esta atribuição encontra respaldo no fato de a Bíblia indicar que Jeremias compunha este tipo de obra (Cf.II Cr.35:25), bem como o fato de, em Lamentações, haver muitas expressões que são encontradas no livro do profeta Jeremias. Ademais, o fato de o livro indicar que foi escrito por uma testemunha ocular da destruição do Templo reforça o argumento em favor da tradição.

– O livro de Lamentações, como já dissemos, é uma poesia, pois fala do sentimento do autor ao contemplar a destruição de Jerusalém e do seu templo, é um lamento comovente de quem presencia o juízo de Deus. Podemos, mesmo, chamá-lo de “o choro das Escrituras”.

O livro de Lamentações é acróstico, ou seja, seus versos iniciam-se com cada letra do alfabeto hebraico em quatro seqüências, cada seqüência consistindo num capítulo do livro.

Os nomes que aparecem no início de cada versículo de cada um destes quatro primeiros capítulos são, precisamente, os nomes das letras hebraicas que dão início a cada verso (Álefe, Bete, Guimel etc.). O quinto capítulo é uma oração de Jeremias (nas publicações mais antigas da Versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, o quinto capítulo vem intitulado como Oração de Jeremias).

– Em Lamentações, Jeremias chora o infortúnio de seu povo. Seu relato é tão comovente e sua poesia tão tocante que, por causa desta obra e de sua vida altamente sofrida, Jeremias é conhecido como “o Profeta das Lágrimas”.

Apesar do clima fúnebre da obra e do tom de fracasso espiritual, o livro de Lamentações não deixa de nos apontar que, apesar do juízo divino, “as misericórdias do Senhor são a causa de não termos sido consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”(Lm.3:22) e, por isso, apesar de todas as lágrimas, devemos fazer como fez o profeta-poeta: depois do choro, clamar ao Senhor, pois, como Jeremias bem sabia, quando clamamos, o Senhor, certamente, responde e nos faz saber coisas grandes e firmes que ainda não sabemos (cf.Jr.33:3).

A despeito de todas as tragédias que podemos ter na vida, para quem tem Deus sempre resta uma esperança !

OBS: “O Livro de Lamentações ante o Novo Testamento – Embora Lamentações não seja citado em nenhum lugar do NT, tem realmente muita relevância para aqueles que crêem em Cristo. Assim como Rm.1.18-3.20, esses cinco capítulos exortam os crentes a refletir sobre a gravidade do pecado e a certeza do juízo divino.

Ao mesmo tempo, fazem lembrar que, por causa da compaixão e misericórdia do Senhor, a salvação está à disposição daqueles que se arrependem dos seus pecados e se voltam a Ele. Além disso, as lágrimas do profeta relembram as lágrimas de Jesus Cristo, que chorou por causa dos pecados de Jerusalém ao prever a destruição da cidade pelas mãos dos romanos (Mt.23.37,38; Lc.13.34,35; 19.41-44). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1161).

” Cristo Revelado – Esse livro mostra quão fracas as pessoas se tornam quando estão sob a Lei e quão incapazes elas são de servir a Deus com suas próprias forças. Isso as leva até Cristo (Rm.8.3).

Até mesmo nestes poemas, porém, lampejos de Cristo bilham. Ele é a nossa esperança (3.21,24.29); é a manifestação da misericórdia e da compaixão de Deus (3.22-23,32); é a nossa redenção e justificação (3.58-59). (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.773).

– O livro de Ezequiel é o terceiro livro dos profetas posteriores na ordem do cânon judaico. Seu nome hebraico é “Yehez’qel”, o nome de seu autor, que significa “fortalecido por Deus”, nome também que é bem adequado para demonstrar o ministério deste servo do Senhor, que foi levantado para trazer a mensagem de Deus em pleno cativeiro, a um povo enfraquecido e desesperançado com a escravidão a que fora submetido.

– Ezequiel, filho de sacerdote, foi um dos judeus que havia sido levado cativo para a Babilônia na segunda deportação determinada por Nabucodonosor (Cf. Ez.1:1 e II Rs.24:12-14), tendo ido habitar às margens do rio Quebar, um rio da Mesopotâmia onde Nabudonosor instalou uma colônia de judeus.

Os estudiosos não definiram, com precisão, a exata localização deste rio, que pode, muito bem, ter sido algum dos muitos canais artificiais que os babilônios construíram ao longo do rio Eufrates. Foi ali, depois de cinco anos de exílio, que o profeta passou a ter visões de Deus e a receber mensagens para transmitir ao povo cativo.

– O ministério profético de Ezequiel desenvolveu-se por mais ou menos 20 a 22 anos, já que sua última mensagem datada data do 27º ano de seu cativeiro (Ez.29:17).

Seu ministério é concomitante, em parte, aos de Jeremias e de Daniel, sendo que, enquanto Jeremias profetizava na Palestina para os que ali haviam sido mantidos pelos babilônios, Ezequiel ministrava para o povo cativo às margens do rio Quebar, ao passo que o então jovem Daniel testificava do Senhor no palácio real.

Vemos assim que Deus, mesmo em meio a um período de tantas mazelas para o povo, não cansava de Se fazer presente e companheiro de Sua nação eleita onde quer que ela estivesse.

– A mensagem de Ezequiel, a exemplo da de Jeremias, não era popular. O povo cativo tinha esperança de retornar brevemente para a Palestina, mas o profeta tinha de lhes dizer que, não só aquela geração não voltaria para a Palestina, como o restante do povo que ali havia ficado iria também ser levado cativo para a Babilônia.

Após o cumprimento desta profecia, com a queda de Jerusalém e a destruição do templo, Deus passa a usar Ezequiel para trazer mensagens a respeito da restauração do povo, restauração que não seria apenas uma restauração sócio-política mas também espiritual, dando-lhe diversas visões a respeito deste “novo Israel”, com muitas profecias que ainda não se cumpriram e que só se cumprirão no reino milenial de Cristo.

– Em razão de seu tom futurista e de ter sido escrito no exílio, o livro de Ezequiel chegou a encontrar alguma resistência para ser incluído no cânon judaico, em especial da escola rabínica de Shammai, mas acabou sendo considerado como livro autoritário no concílio de Jamnia.

A partir de então, não houve mais qualquer dúvida quanto à sua qualidade de livro inspirado, até 1924, quando muitos “críticos bíblicos” começaram a lançar dúvidas sobre a autenticidade e integridade deste livro, críticas, entretanto, que R.N. Champlin classifica como 

“…questões de estilo(…) (que) nos transporta para uma subjetividade que não pode produzir qualquer resultado acima de toda dúvida. …” (Ezequiel(livro). In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.v.2, p.663). As principais objeções que se encontram ao livro de Ezequiel diz respeito aos capítulos 40 a 48, onde o profeta descreve o serviço do novo templo a ser erguido em Jerusalém e que foi considerado como contrário à lei de Moisés pelos rabinos.

Entretanto, como cristãos, devemos entender estas resistências e objeções como próprias de quem não entende que, naquela época, estaremos numa outra dispensação que não a lei.

– A autoria do livro é do próprio Ezequiel, como é falado no início do livro (Ez.1:3). Houve alguns críticos que procuraram questionar tanto a autoria como a integridade do livro, mas que, desta vez, ao contrário do que ocorreu com o livro de Isaías, não tiveram tanta ressonância.

– Em Ezequiel, vemos o cuidado de Deus com o Seu povo apesar de toda a execução do juízo Mesmo no cativeiro, o povo de Judá não foi desamparado pelo Senhor, que levantou um profeta para demonstrar que estava no controle de todas as coisas e que a promessa de restauração espiritual e uma vida plena de comunhão com Deus não estava, de modo algum, descartada.

O propósito de Deus de viver eternamente com o homem não é demovido pela desobediência ou pelo pecado. Em Ezequiel, como não poderia deixar de ser numa mensagem de esperança para um povo cativo, são renovadas as promessas messiânicas e reafirmado que o povo judeu, restaurado espiritualmente, teria como Rei o “Davi, o servo de Deus”, que será o seu pastor (Cf.Ez.37:24).

OBS: “O Livro de Ezequiel ante o Novo Testamento – A mensagem dos capítulos 33-48 concerne, em síntese, a futura obra redentora de Deus conforme revela no NT.

Fala não somente da restauração física de Israel à sua terra, como também da sua restauração final futura, i.e., sua plena realização reservada por Deus, como o Israel espiritual, junto às nações como resultado de missões. Profecias importantes em Ezequiel a respeito do Messias do NT: 17.22-24; 21.26,27; 34.23,24; 36.16-38 e 37.1-28.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1171).

“Cristo Revelado – Em Ezequiel, a Cristologia, e a Pessoa e obra do Espírito Santo são indissoluvelmente ligadas umas com as outras. Embora uma figura messiânica não seja claramente perceptível na visão final de Ezequiel, vários títulos messiânicos e usos no livro indicam que um Messias é parte da sua visão escatológica. O título ‘Filho do Homem’ ocorre umas noventa vezes em Ezequiel.

Enquanto o título é aplicado a ele mesmo, foi apropriado por Jesus como Sua favorita autodesignação. Então, Ezequiel pode ser considerado como um tipo de Cristo. Como tal, Ezequiel foi aceito como uma voz profética da era messiânica quando o Espírito do Senhor ‘caiu’ sobre ele (11.5).

A descida do Espírito Santo sobre Jesus, no Jordão, deu-Lhe poder para anunciar a vinda do Reino messiânico (Lc.4.18-19).

Outro título messiânico é refletido na visão do Senhor Deus como divino Pastor que busca o rebanho que anda espalhado (34.11-16).

A figura de linguagem desperta representações de Jesus como o bom Pastor (Jo.10.11-16). Ezequiel, mais adiante, desenvolve a idéia fundamental de Israel como ‘reino sacerdotal e povo santo’, que foi enraizado no concerto do Sinai (Ex.19.6).

Um santuário restaurado no meio do povo reagrupado cujo cabeça é o Sacerdote-Rei, o Messias davídico (37.22-28), prenuncia o tabernáculo restaurado de Davi, a Igreja (Am.9.11; At.15.16).

Uma profecia messiânica final de Cristo emprega a figura de linguagem de um galho novo de cedro plantado pelo próprio Senhor numa grandiosa montanha, na qual se torna um grandioso cedro, dando frutos e ninhos para passarinhos.

Essa metáfora da natureza, como ‘o tronco de Jessé'(Is.11.1,10; Rm.15.12), serve para representar o futuro Messias. Passarinhos e árvores representam as nações de gentios para mostrar o reinado universal de Cristo.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.783).

– O livro de Daniel, no arranjo de livros proveniente da Septuaginta, é o quinto livro profético, o último dos chamados profetas maiores e situado antes dos profetas menores. No cânon judaico, entretanto, faz parte dos “Ketuvim”, ou seja, dos outros escritos, já que é um livro mais recente, escrito que foi durante o cativeiro babilônico.

– Seu nome hebraico é “Daniyel”, nome de seu autor, cujo significado é “Deus é o meu juiz”, nome, uma vez mais, muito apropriado para descrever o ministério profético de Daniel, cuja vida foi o resultado de um constante julgamento de aprovação por parte do Senhor, a ponto de ser a única pessoa na história da humanidade a ter servido a três impérios mundiais. O nome hebraico foi mantido tanto na Septuaginta quanto na Vulgata.

– Daniel pertencia à elite governante de Judá, ou seja, pertencia à família real, tendo sido levado na primeira leva de cativos para a Babilônia (Cf.II Rs.24:12 e Dn.1:1-3). Daniel foi, então, escolhido para ser instruído na ciência babilônica, mas, juntamente com seus amigos Hananias, Misael e Azarias, resolveu não se contaminar com a idolatria babilônica e Deus honrou sua disposição.

Ao término do curso, Daniel foi considerado o mais sábio e erudito dos alunos e galgou posições na corte babilônica, tendo participado da elite governante de Babilônia e, mesmo após o fim do império babilônio, manteve-se na alta burocracia tanto no império medo quanto no império persa.

Daniel é a única pessoa da história da humanidade que permaneceu na elite governante mesmo após a troca de comando em grandes impérios mundiais, numa demonstração de que era um excelente estadista.

– Desde o início de sua carreira de estadista, Daniel mostrou ser um profeta de Deus, pois o Senhor lhe deu o dom de interpretação de sonhos, sonhos estes que já demonstravam a escolha divina para que Daniel fosse o portador de mensagens relativas ao final dos tempos.

É interessante notar que Deus fez de Daniel um estadista, portanto alguém que trabalhava diariamente com a política para revelar os mistérios a respeito da história da humanidade até a redenção completa em termos políticos.

Esta visão mundial também é mostrada pelo fato de o livro de Daniel ter alguns trechos em aramaico, que era a língua oficial da corte babilônica e medo-persa.

– Daniel é daqueles profetas que, ainda em vida, alcançaram o reconhecimento do povo de Deus como sendo um homem escolhido por Deus. Ezequiel, seu contemporâneo, demonstra bem este reconhecimento ao colocá-lo ao lado de Noé e de Jó como exemplo de justiça (Ez.14:14).

Este fato, aliás, foi utilizado pelos chamados “críticos bíblicos” para tentar desmerecer o livro de Daniel, com teorias absurdas que chegam, mesmo, a negar que tenha existido tal profeta.

Entretanto, o fato de Daniel ser o único livro apocalíptico aceito no cânon hebraico, sem qualquer resistência, é a maior demonstração de que Daniel existiu e que seu testemunho foi tão eloquente que fez com que um livro escrito fora da Palestina, em pleno cativeiro, fosse aceito sem reservas, apesar de sua mensagem enigmática.

– O livro de Daniel, na versão grega da Septuaginta, contém acréscimos apócrifos, que foram incorporados pela Igreja Romana no Concílio de Trento.

Os “críticos bíblicos” também insistem que o livro foi elaborado no período intertestamentário, mas tal teoria não tem qualquer base bíblica, já que um livro desta natureza, nas circunstâncias apontadas, jamais alcançaria a aceitação sem reservas como ocorreu com o livro de Daniel.

Ademais, o próprio Jesus menciona expressamente o livro de Daniel em Seu sermão escatológico (Cf.Mt.24:15) e, em sendo assim, não temos razão alguma para duvidar de sua autenticidade

– No livro de Daniel, ao lado da mensagem de que Deus honra aqueles que decidem servi-lo mesmo diante de situações altamente adversas, como era o caso de Daniel e seus amigos na corte real pagã de Nabucodonosor, temos a mais forte mensagem escatológica do Antigo Testamento, que faz de Daniel o verdadeiro “Apocalipse do Antigo Testamento”.

Em Daniel, vemos, exatamente, o prenúncio do Messias e do próprio período que intermediaria entre a retirada do Messias e a restauração espiritual de Israel (Cf.Dn.9:24-27), período este apenas indicado mas não revelado (Cf.Dn.12:4), pois tal revelação, o grande mistério de Deus, seria feita pelo próprio Jesus (Cf.Ef.3:4-6), a saber, a Igreja.

– Em Daniel, Deus revela-nos o curso da história da humanidade e, assim, temos a plena convicção que, ao contrário do que defendem os homens (notadamente os marxistas), a história não é o resultado cego de forças humanas, mas a realização do plano pré-estabelecido pelo Senhor.

OBS: “O Livro de Daniel ante o Novo Testamento – A influência de Daniel no NT vai muito além das cinco ou seis vezes que o livro é citado diretamente. Muito da história e da profecia de Daniel reaparece nos trechos proféticos dos Evangelhos, das Epístolas e do Apocalipse. a profecia de Daniel a respeito do Messias vindouro contém uma descrição d’Ele como

(1) a ‘grande pedra’ que esmagaria os reinos do mundo (2.34,35,45);

(2) o Filho do homem, a quem o Ancião de dias daria o domínio, a glória e o reino (7.13,14);

(3) ‘o Messias, o Príncipe’ que viria e seria tirado (9.25,26). Alguns intérpretes creem que a visão de Daniel, em 10.5-9, trata-se de uma aparição do Cristo e pré-encarnado (cf. Ap.1.12-16).

Daniel contém numerosos temas proféticos plenamente desenvolvidos no NT; e.g., a grande tribulação e o anticristo, a segunda vinda de nosso Senhor, o triunfo do reino de Deus, a ressurreição dos justos e dos ímpios e o Juízo Final.

As vidas de Daniel e dos seus três amigos evidenciam o ensino neotestamentário da separação pessoal do pecado e do mundo, i.e., viver no mundo incrédulo sem, porém, participar do seu espírito e dos seus modos (1.8; 3.12; 6.18; cf. Jo.7.6,15,16,18; 2 Co.6.14-7.1). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1243).

“Cristo Revelado – a primeira vez que se vê Cristo é na figura do ‘quarto’ (homem) ao lado de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha de fogo (3.25).

Os três permaneceram fiéis ao seu Deus; agora, Deus permanece fiel a eles no fogo do julgamento e livra-os, inclusive, do ‘cheiro de fogo'(3.27).

Outra referência a Cristo encontra-se na visão da noite de Daniel (7.13). Ele descreve ‘que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem’, referindo-se à segunda vinda de Jesus Cristo. Outra visão de Cristo acha-se em 10.5-6, onde a descrição de Jesus é bastante idêntica à de João em Ap.1.13-16.” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.836).

II – OS PROFETAS MENORES

– A expressão “profetas menores” foi cunhada por Agostinho, grande teólogo da Igreja, que viveu entre 354 e 430 d.C., levando em conta o fato de que os escritos destes profetas são diminutos em relação aos dos profetas estudados.

Assim, não têm qualquer relação com a importância destes profetas ou com sua espiritualidade. Os profetas são iguais quanto a seus ministérios, mas estes profetas escreveram menos em relação aos estudados.

– A Bíblia hebraica reúne os escritos destes profetas num só livro, ou seja, seus escritos eram reunidos em um só rolo, chamado de “Livro dos Doze”. Na versão grega da Septuaginta, eles foram chamados de “Dodecapropheton”, ou seja, “Doze Profetas”.

Isto é importante porque o fato de haver citações de alguns destes livros no Novo Testamento é a afirmação de reconhecimento de sua canonicidade integral, pois, para os judeus (inclusive os escritores do Novo Testamento), estes escritos formavam um único livro. Na Vulgata e nas edições subsequentes, os livros foram divididos pelos seus autores, gerando, então, doze livros separados.

– Os profetas menores são: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

– A autoria destes livros é muito discutida. Entendem alguns que foi feita uma compilação dos registros das profecias destes homens de Deus, enquanto outros entendem que os escritos são dos próprios profetas, que foram reunidos posteriormente no chamado “Livro dos Doze”.

Como a característica destes profetas é, precisamente, o de terem registradas as suas mensagens, a hipótese mais provável é a de que tenham sido os próprios profetas os seus autores. Naturalmente que os escribas, posteriormente, resolveram reunir estes registros num só rolo.

– Vejamos brevemente cada um destes livros na ordem em que se encontram nas Escrituras:

– OSEIAS – Em hebraico, “Oshea”, que significa “Jeová é salvação”. Seu ministério é considerado o mais longo de todos os profetas do Antigo Testamento e durou desde o reinado de Jeroboão II no reino do norte até depois da própria destruição do reino do norte, já no tempo de Ezequias no reino de Judá.

– A mensagem do livro de Oseias, como se teve oportunidade de estudar no ano de 2002, é uma mensagem de declaração de amor de Deus ao povo do reino do norte, um convite à restauração em meio a uma corrupção desmedida, que acabaria levando o reino de Israel à destruição, por sua impenitência.

– Em Oseias, Deus revela todo o Seu amor para com o Seu povo e Seu desejo de restaurá-lO. Lamentavelmente, o povo do reino do norte não correspondeu a este amor que se revelou através da mensagem profética de Oseias e acabou sendo destruído.

OBS: “O Livro de Oseias ante o Novo Testamento – Diversos versículos de Oseias são citados no NT:

(1) o Filho de Deus é chamado do Egito (11.1; cf. Mt.2.15);

(2) a vitória de Cristo sobre a morte (13.14; cf. 1 Co.15.55);

(3) Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (6.6; cf. Mt.9.13; 12.7; e

(4) os gentios que não eram o povo de Deus, passam a ser Seu povo (1.6,9-10; 2.23; cf. Rm.9.25,26; 1 Pe.1.10). Além dos trechos específicos, o NT expande o tema do livro – Deus como o marido do Seu povo – e diz que Cristo é o marido de Sua noiva redimida, a Igreja ( ver 1 Co.11.2; Ef. 5.22-32; Ap.19.6-9; 21.1,2,9,10).

Oseias enfatiza a mensagem do NT a respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3,6; cf. Jo.17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oseias demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Rm.6.23:

‘Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1272).

“Cristo Revelado – Os escritores do NT descrevem Oseias como o responsável por ensinar a vida e o ministério de Cristo. Mateus vê, em 11.1, uma profecia que foi cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt.2.15).

O escritor da Epístola aos Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus (14.2; Hb.13.15).

A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um relacionamento com Ele (1.6,9; 1 Pe.2.10). A Paulo, Jesus cumpre a promessa de Oseias de que Alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e traria a vitória da ressurreição (13.14; 1 Co.15.55).

Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o Noivo e a Igreja como a noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra num permanente relacionamento com Israel (2.19-20; Ef.5.25-32). Jesus, também, em pelo menos dois de Seus sermões aos fariseus, tira Seu texto de Oseias.

Quando questionado acerca da Sua permanência no lar dos pecadores e cobradores de impostos, Jesus cita Oseias para mostrar que Deus não deseja apenas palavras vazias ou rituais desumanos, mas um cuidado genuíno e preocupação com as pessoas (6.6; Mt.9.13).

E, quando os fariseus acusam os discípulos de Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o mesmo lembrete de que o coração de Deus coloca o interesse pelas necessidades humanas acima de formalidades religiosas (Mt.12.7).” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.852).

– JOEL – Em hebraico, “Yoel”, que significa “Jeová é Deus”. Joel é um profeta do reino do sul, o reino de Judá. Segundo alguns estudiosos, o ministério de Joel é da época do rei Joás, ou seja, um pouco anterior a Isaías e a Amós. Sua antiguidade é admitida na tradição judaica, tanto que é colocado após os escritos de Oseias no “Livro dos Doze”.

– A mensagem do livro diz respeito ao juízo que viria sobre o povo de Deus, que foi identificado como sendo o cativeiro da Babilônia.

Mas a mensagem de Joel também fala do futuro, menciona o derramamento do Espírito Santo e o “dia do Senhor”, o acerto de contas que Deus fará com a humanidade impiedosa. Joel foi mencionado por Pedro no sermão inaugural da Igreja no dia de Pentecostes, exatamente por causa de sua profecia do derramamento do Espírito Santo. Por isso, Joel é conhecido como “o profeta pentecostal”.

– Em Joel, vemos a revelação de Deus como um ser que quer viver em cada ser humano através do Seu Espírito, mas que, apesar de Seu grande amor, é também um Deus justo, que fará, a seu tempo, o juízo sobre os impenitentes.

OBS: “O livro de Joel ante o Novo Testamento – Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do NT. (

1) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At.2.16-21), depois de o Espírito Santo ter sido enviado do céus sobre os 120 membros fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas, da profecia e do louvor a Deus (At.2.4,6-8,11,17,18).

(2) Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel (2.32a; 3.14; ver At.2.21,37-41), Paulo também cita o mesmo versículo (ver Rm.10.13).

(3) Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreriam no final dos tempos (2.30,31), não somente foram lembrados por Pedro (At.2.19,20), mas também referidos por Jesus (e.g., Mt.24.29) e por João em Patmos (Ap.6.12-14).

(4) Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá (3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Ap.14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 20.7-9).. Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no NT.

Os dons do Espírito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos crentes (cf. 1 Co.12.1-14,40).

Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do Espírito Santo (i.e., a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias, 2.23-27) e os versículos que se seguem (i.e., os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, 2.30-32) indicam que a profecia sobre o derramamento do Espírito Santo (2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1286-7).

“Cristo Revelado – Joel espera um tempo em que o Senhor deve trazer julgamento aos inimigos de Deus e de Israel, em que as nações devem ser chamadas para prestar conta de seus atos. Ele também viu um dia de grande fartura fluindo do Reino justo do Senhor, em Sião.

O instrumento através do qual esses grandes acontecimentos devem vir era o Messias. Jesus é Aquele que irá levar essa era a um fim, derrotando Seus inimigos, recompensando Sua Igreja e estabelecendo Seu definitivo Reino de justiça.

Além disso, é Jesus quem promete a vinda do Espírito em resposta à Sua consumada obra de redenção e retorno ao Pai (Jo. 14.15-18; 16.5-24). Na vinda do Espírito em Pentecostes, nós temos o retorno espiritual de Cristo para habitar em Seu povo e conduzir Seu corpo, a Igreja. Sua volta física e literal é predita aqui no Livro de Joel.” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.863).

– AMÓS – Em hebraico, “Amos”, que significa “fardo, carga pesada”(ou, também, segundo outros, “forte”), nome bem adequado para descrição do ministério deste profeta que, sendo um agropecuarista simples do reino do sul, foi chamado para trazer mensagens duras para o povo do reino do norte, o reino de Israel, enfrentando grande perseguição e oposição, principalmente dos sacerdotes de Betel, que eram os responsáveis pela perpetuação do “pecado de Jeroboão, filho de Nebate”, o principal fator que levou à destruição das dez tribos.

Seu ministério ocorreu durante o reinado de Jeroboão II, rei de Israel, num período de ilusória prosperidade, mas que era, na verdade, um prenúncio da destruição que estava por vir e que é simbolizada pelo terremoto, como se vê em Am.1:1.

– Amós é descrito no próprio livro como sendo um dos pastores de Tecoa, pequena aldeia situada a 16 km ao sul de Jerusalém, território pertencente a tribo de Judá.

– A mensagem do livro de Amós diz respeito ao juízo vindouro que estava para ser lançado sobre o reino do norte, o reino de Israel (as dez tribos), caso eles não se arrependessem de seus pecados.

Amós mostra como o pecado trazia uma situação de violência, corrupção e injustiça social sem medida na sociedade israelita e que, apesar da prosperidade material vivida, Deus chamaria o povo para um acerto de contas, como acabou ocorrendo.

– Em Amós, vemos que Deus observa a vida do homem em todos os seus aspectos e que somente a libertação do pecado pode proporcionar paz, segurança, justiça e verdadeira igualdade social. Em Amós, nota-se a necessidade de Alguém que venha tirar o pecado do mundo para que haja a tão almejada época de justiça e paz na humanidade.

OBS: “Cumprimento de Amós ante o Novo Testamento – A mensagem de Amós é vista mais claramente nos ensinos de Jesus e na epístola de Tiago.

Ambos aplicaram a mensagem do profeta, mostrando que a verdadeira adoração a Deus não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o ‘ouvir’ e o ‘praticar’ a vontade de Deus, e o tratamento justo e reto ao próximo (e.g., Mt.7.15-27; 23; Tg.2). Além disto, tanto Amós quanto Tiago enfatizam o princípio de que ‘a religião verdadeira exige comportamento correto’. Finalmente, Tiago cita Am.9.11,12, no Concílio de Jerusalém (ver At.15.16-18), onde inclui os gentios na Igreja.”(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1297).

“Cristo Revelado – Não há referências diretas a Cristo em Amós. Nenhuma tipologia é tampouco apresentada. Parece haver uma alusão, todavia, a Am.1.9,10 na afirmação de Jesus em Mt.11.21,22.

Amós fala sobre o julgamento que vem sobre Tiro, Jesus diz que, se as poderosas obras que foram feitas em Corazim e Betsaida ‘fossem feitas…em Tiro e Sidom, há muito que se teriam arrependido com pano de saco grosseiro e com cinzas.’

Outro conceito de Amós é retomado por João em Apocalipse. Amós fala sobre os profetas de Deus como servos e diz que Deus nada faz sem revelar Seu plao para Seus servos, os profetas (Am.3.7). João fala acerca do soar da sétima trombeta, quando ‘se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos; (Ap.10.7).”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.871).

– OBADIAS – Em hebraico, “Obadiah”, que significa “servo de Jeová”. É o menor livro do Antigo Testamento, dotado de tão somente um capítulo, sendo uma profecia contra Edom, povo formado pelos descendentes de Esaú, que também era chamado de Edom, que quer dizer “vermelho” (Gn.25:30).

Edom regozijou-se com a derrota de Judá e, por isso, Deus lança um juízo sobre o povo edomita que, realmente, desapareceu enquanto povo, ainda que, nos tempos de Jesus, fosse um edomita que estivesse reinando sobre os judeus (Herodes era edomita).

– Em Obadias, vemos que Deus vela pelo Seu povo e que os inimigos serão, a seu tempo, punidos.

OBS: “O Livro de Obadias ante o Novo Testamento – Embora o NT não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no NT.

Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Rm.9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança que Deus nos dá; todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm.10.9-13; 15.7-12).(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1310)

“Cristo Revelado – O versículo final de Obadias faz referência aos ‘salvadores’ através dos quais Deus exerceria Seu domínio sobre as montanhas de Esaú. Eles funcionariam como ‘juízes’ ou ‘libertadores’ desde seu núcleo no monte Sião ou Jerusalém.

Os juízes hebreus eram ‘salvadores’ para o povo. Eles os libertavam da opressão de estrangeiros, proviam ajuda para as viúvas e órfãos e executavam justiça nas disputas entre os homens.

Esses salvadores prefiguram o Libertador definitivo, o próprio Jesus Cristo, o Messias que vem como o Juiz final, tanto para ser como para trazer a mais gloriosa Palavra de Deus acerca do Reino.

Através de Jesus, Deus, oferece Seu senhorio e Seu domínio para toda a humanidade. Especialmente para os oprimidos e humilhados, Ele leva a mensagem de libertação (ver Lc.4.16-21).

O ‘Dia do Senhor'(v.15) e o Reino de Deus (v.21) proclamados por Obadias antecipam a entrada de Jesus Cristo no mundo. A proclamação do profeta segundo a qual ‘o Reino será do Senhor’ (v.21) é um tema que ocupou grande parte dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Repetidamente Ele falou sobre o ‘Reino de Deus'( ver Lc.6.20; 9.27; 13.18-21) ou ‘o Reino dos céus’ (ver Mt.5.3; 13.1-52). A natureza daquele Reino e a maneira da Sua vinda são diferentes da figura de linguagem de Obadias.

Jesus introduz, num tranqüilo reino de paz, um reino espiritual em que se entra pela fé na pessoa de Cristo. Mas, verdadeiramente, o ‘Dia do Senhor’ e a vinda do Seu Reino são inseparáveis de Jesus Cristo.

A segunda vinda de Jesus irá conformar-se mais estreitamente com a figura de linguagem retratada na profecia de Obadias do que a Sua primeira vinda.…”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE,
p.882).

– JONAS – Em hebraico, é “Yonah”, que significa pombo. Jonas era filho do profeta Amitai e era da cidade de Gate-Hefer, cidade mencionada em Js.19:13 e que pertencia a tribo de Zebulom, localidade próxima à cidade de Nazaré. Portanto, tratava-se de um profeta do reino do Norte, o reino de Israel.

– A mensagem do livro diz respeito a um importante episódio do ministério profético de Jonas, qual seja, o de ter de pregar uma mensagem de destruição a Nínive, a capital da Assíria, o grande império daqueles dias e que representava uma grande ameaça ao povo de Israel.

Tratava-se, portanto, de uma mensagem ao principal inimigo, o que representava grandíssimos riscos para um profeta israelita. Jonas tentou escapar à ordem divina, mas, após muito sofrer, acabou cumprindo a determinação divina. Surpreendentemente, os ninivitas se arrependeram e Deus não os destruiu.

O livro de Jonas é a mais eloquente demonstração no Antigo Testamento de que Deus é um Deus que ama todas as nações. Jonas, por isso, é conhecido como o “profeta missionário”.

– Em Jonas, vemos a revelação do amor de Deus para com todos os homens, mesmo os ninivitas, maiores inimigos do povo de Israel. Temos uma figura do maior missionário de todos os tempos, aquele que veio salvar a humanidade por inteiro, Jesus Cristo.

OBS: “O Livro de Jonas ante o Novo Testamento – Jesus assemelhou-se a Jonas: ‘Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe fará outro sinal, senão o do profeta Jonas, pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites.

Os ninivitas ressurgirão no juízo com desta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas.” (Mt.12.39-41).” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1314).

“Cristo Revelado – As palavras de Deus a Jonas em 4.10-11 fazem paralelismo entre as palavras de Jesus em Jo.3.16. Deus Se preocupa com todas as nações da Terra.

É verdade que Cristo tem um relacionamento especial com os membros do Seu Corpo, a Igreja, o amor de Cristo pelo mundo foi dramaticamente demonstrado quando Ele morreu na cruz pelos pecados de toda a humanidade. João Batista reconheceu a universalidade desse amor, quando exclamou: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo.1.29).

O amor de Deus por todos os seres humanos, como ensinado a Jonas, foi demonstrado principalmente por Jesus Cristo, que declarou que um Dia está por vir, quando ‘ajuntarão os Seus escolhidos, desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus; (Mt.24.31). (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.336).

-MIQUEIAS – Em hebraico, “Mikhah”, que significa, “quem é semelhante a Jeová ?“. Seu ministério ocorreu durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, sendo ele próprio deste mesmo reino, pois era de Moresete ou Maressa (Js.15:44), local que tem sido identificado com uma aldeia situada a 40 km a sudoeste de Jerusalém, pertencente à tribo de Judá. Logo observamos que seu ministério é contemporâneo aos de Isaías, Oseias e Amós, se bem que tenha desenvolvido seu ministério no reino do sul, ou seja, durante a época de Isaías.

– A mensagem do livro de Miqueias envolve a mesma questão do juízo vindouro de Deus sobre o Seu povo, tanto no reino do norte quanto no reino do sul. Miqueias profetiza no sul com a mesma intensidade de Oseias e de Amós no reino do norte, denunciando o pecado nas relações sociais, as injustiças e as arbitrariedades que estavam sendo cometidas.

A mensagem, porém, anuncia, a exemplo de Isaías, a vinda de uma época de paz e prosperidade, a ser liderada pelo Senhor em Israel, que surgiria de “Belém Efrata”, embora fosse desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Mq.5:2).

– Em Miqueias, a promessa do Messias como Alguém que alterará o estado caótico em que se encontrava a nação e lhe trará um futuro glorioso é explícita e cristalina. O Messias nasceria no meio do Seu povo, em Belém de Judá, para redimir o Seu povo.

OBS: “O Livro de Miqueias ante o Novo Testamento – Assim como outros profetas do AT, Miqueias olhou para além do castigo de Deus a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e Seu reino justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miqueias profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2).

Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de Herodes concernente ao lugar onde o Messias nasceu. Miqueias revelou, também, que o reino messiânico seria de paz (5.5; cf. Ef.2.14-18), e que o Messias pastorearia o Seu povo com justiça (5.4; cf. Jo.10.1-16; Hb.13.20).

As referências frequentes de Miqueias sobre a redenção futura, revelam que o propósito e o desejo permanente de Deus para o Seu povo é a salvação, e não a condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g. Jo.3.16).”(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1320-1).

“Cristo Revelado – As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miqueias luzir com esperança e encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5).

As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal de Sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.

A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunido como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade.(2.12-13). E esse alguém é seu ‘rei’ e ‘Senhor’.

O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc.4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos. Mq.5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como ‘a Palavra do Senhor'(1.1; 2.7; 4.2).

A expressão ‘A Palavra’ do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo.1.1; Ap.19.13). A profecia de Mq.5.2 é, explicitamente, messiânica (‘Senhor em Israel’) e especifica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida.

Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém.

Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: ‘Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias de eternidade.’ Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.

A profecia de Mq.5.4,5 afirma a condição de pastor do Messias (‘apascentará o povo’), Sua unção ( ‘na força do Senhor’), Sua divindade (‘na excelência do nome do Senhor’) e Sua humanidade (‘Seu Deus’), Seu domínio universal (‘porque agora será Ele engrandecido até os fins da terra’) e a Sua posição como líder de um reino de paz ( ‘E este será a nossa paz’).

O clímax da profecia (7.18,19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a Ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que ‘subjugará a nossa iniquidade’, lançando-as nas profundezas do mar, para que Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.”( BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.890-1).

-NAUM – Em hebraico, “Nahum”, que significa “consolação”, o que levou alguns críticos a acreditarem que este nome seja um pseudônimo, apenas um nome para indicar que o livro era uma espécie de consolo para o povo de Israel, qual seja, a destruição dos assírios, que haviam destruído o reino do norte. Entretanto, esta teoria não tem qualquer demonstração, sendo mais uma atitude dos críticos para tentar lançar descrédito sobre as Escrituras Sagradas.

– A Bíblia diz-nos que Naum era de Elcose (Na.1:1), cuja localização é desconhecida. Jerônimo, o tradutor da Bíblia para o latim, identificava Elcose com um lugar na Galiléia conhecido como Elcesi, o que, inclusive, desmentiria a afirmação dos fariseus de que nenhum profeta teria surgido da Galiléia (Jo.7:52).

Outros entendem que Elcose seria um local no sul do território de Judá, entre Jerusalém e Gaza e alguns, ainda, acreditam que Elcose se trata de Cafarnaum, palavra que significa “vila de Naum”.

– A mensagem do livro de Naum é um complemento e uma contrapartida do livro de Jonas. Se, em Jonas, o povo de Nínive se arrependeu de seus pecados e foi preservado, no livro de Naum, vê-se que o povo ninivita voltou à vida pecaminosa e que, por sua impenitência, seria destruído.

Como se verifica, o livro de Naum, então, foi escrito após a destruição das dez tribos do norte mas antes da queda da Assíria por parte de Babilônia, quando, então, cumprida foi a profecia deste livro.

Outro dado que ajuda a identificação da data do livro é a notícia da destruição de Nô-Amom, que é a cidade egípcia de Tebas, que havia sido destruída pelos assírios.

– Em Naum, temos o juízo divino sobre a impenitência de Nínive, que aqui representa todo o império assírio. Deus mostra que tem controle sobre a história e que não Se deixa escarnecer.

OBS: “O Livro de Naum ante o Novo Testamento – O NT não faz nenhum uso direto deste livro. A única exceção talvez seja 1.15, versículo este que o próprio Naum colheu de Is. 52.7.

Paulo usou a linguagem figura de ‘pés formosos’ para enfatizar que, assim como o mensageiro no ATE foi acolhido com júbilo pelo povo de Deus, ao trazer-lhe as boas novas de paz e de livramento das mãos da Assíria (1.15) e Babilônia 9Is. 52.7), da mesma forma os pregadores do novo concerto levam as boas novas de libertação do pecado e do poder de Satanás (Rm.10.15). Naum também reforça a mensagem do NT: Deus não permitirá que os pecadores permaneçam impunes (1.3). “(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1330).

“Cristo Revelado – O livro de Naum anuncia o julgamento de Deus sobre o pecado e o mal, personificados na perversidade dos assírios. Nínive foi, na verdade, destruída, mas aquela derrota parcial e temporária do mal aguardou a conquista completa e permanente, que somente viria através de Jesus Cristo.

A profecia de Naum proclama que Deus não pode aprovar o pecado, que o pecado deve ser exterminado da Terra. Na crucificação de Cristo, Deus pregou o último prego dentro do caixão do pecado pelo extermínio do Seu próprio Filho. Ver Mt.27.46; 2 Co.5.21.

O julgamento final de Deus sobre a impiedade e o mal aconteceu na cruz. Esta é certamente uma razão para uma celebração ainda maior do que aquela feita pela queda de Nínive (Na.3.19). Mas a contrapartida, a maior demonstração da bondade de Deus, é também revelada em Jesus Cristo.

Naum proclama que Deus é bom, mas Sua bondade foi trazida ao seu clímax somente em Cristo (Rm.5.6-11). A bondade de Deus foi encarnada em Jesus, uma viva declaração das boas-novas de paz. Agora, a humanidade tem um caminho para voltar para suas tarefas e chamados que Deus tem estabelecido (Na.1.15).

O leão mau (Na.2.11,12) foi derrotado e substituído pelo justo Leão da tribo de Judá (Ap.5.5). A vingança de Deus contra o pecado foi satisfeita através do sacrifício do Seu Filho.” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.899).

– HABACUQUE – Em hebraico, “Habaquq”, que significa “abraço ardente”`, “abraço amoroso” ou “lutador”. Este livro é “sui generis”, pois seu livro é o resultado de uma indagação do profeta a Deus. Assim, não se tem, propriamente, uma mensagem de Deus para o povo, mas uma resposta de Deus ao profeta que é tornada pública.

– Assim como Naum, o livro de Habacuque foi escrito em verso, sendo, portanto, um poema, sendo que o terceiro capítulo é para ser cantado, como se verifica de Hc.3:19 e da anotação de pausa ou de mudança de tonalidade em Hc.3:13, a saber, selá, assim como se verifica nos Salmos.

– Há discussão sobre a data em que o livro foi escrito. Uns entendem que o profeta escreveu pouco antes do cativeiro da Babilônia. Já outros acham que Habacuque escreveu durante o cativeiro da Babilônia, mas antes da queda de Babilônia na mão dos medo-persas.

-A mensagem do livro é, como já falamos, a resposta que Deus dá ao profeta quando inquirido do porquê da derrota dos judeus para a Babilônia. Em resposta a esta pergunta, Deus anuncia que Babilônia será, também, destruída e que a história é reservada para a vitória dos justos, através da fé.

É em Habacuque que está revelado que o justo viverá pela fé, o que seria fundamental para o desenvolvimento doutrinário da Igreja, seja através de Paulo, ao escrever a Epístola aos Romanos, seja, séculos depois, como base para a Reforma Protestante.

– Em Habacuque, vemos, com o máximo esplendor no Antigo Testamento, o valor da fé em Deus para a justiça do homem.

OBS: “O Livro de Habacuque ante o Novo Testamento – A declaração de Habacuque de que o justo viverá por sua fé (2.4) é o texto-chave do AT usado por Paulo em sua teologia da justificação. O apóstolo cita o versículo em Rm.1.17 bem como em Gl.3.11 (cf. também Hb. 10.37,38).” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1335).

“Cristo Revelado – Os termos usados em Hc em 3.13 ligam a idéia da salvação com o ungido do Senhor. As raízes hebraicas dessas palavras refletem os dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa ‘salvação’, e Cristo, que significa ‘o Ungido’.

O contexto aqui é o grande poder de Deus manifestado a favor do Seu povo, através de um Rei davídico, Que lhes traria libertação dos seus inimigos. O Messias veio no tempo determinado (2.3; Gl.4.4), foi dado a Ele o nome de ‘Jesus’ como a profecia pré-natal de Seu ministério (Mt.1.21), e nasceu na ‘cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor'(Lc.2.11).

Enquanto Habacuque espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede o presente de uma verdade que satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como apresenta a solução para sua situação presente: ‘O justo, pela sua fé, viverá’ (2.4).

O apóstolo Paulo vê essa afirmação de Habacuque como a pedra fundamental do evangelho de Cristo (Rm.1.16,17). Cristo é a resposta para as necessidades humanas, incluindo a purificação do pecado, o relacionamento com Deus e a esperança para o futuro.” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.903).

-SOFONIAS – Em hebraico, “Tsephan-Yah”, que significa “Jeová esconde”, “Jeová protege”, ou, ainda, “tesouro”. Sofonias pertencia à família real judaica, pois era filho de Cusi, tataraneto do rei Ezequias. Seu ministério desenvolveu-se nos dias do rei Josias, o último rei fiel de Judá (Sf.1:1).

– A mensagem de Sofonias, que é, assim, contemporâneo a Jeremias, caminha no mesmo sentido do anúncio do “profeta das lágrimas”. É o anúncio do juízo de Deus sobre Judá em virtude de sua impenitência.

-Embora se refira, primordialmente, à destruição de Judá , o livro de Sofonias também tem uma aplicação escatológica, referente ao “Dia do Senhor”.

– Em Sofonias, vemos, mais uma vez, Deus no controle da história e prometendo a instauração, após o julgamento das nações, de uma época de paz e de comunhão com Ele.

OBS: “O Livro de Sofonias ante o Novo Testamento – Jesus pode ter aludido a Sofonias duas vezes (1.2,3, cf. Mt.13.40-42; 1.15, cf. Mt.24.29). Ambas as referências acaba-se associadas à Sua segunda vinda.

Os escritores do NT entendiam a mensagem de Sofonias a respeito do ‘dia do Senhor’ como uma descrição dos eventos escatológicos que terão início na grande tribulação e culminarão quando Jesus voltar para julgar os vivos e os mortos (cf. 1.14 com Ap.6.17; 3.8 com Ap.16.1).

Frequentemente o NT refere-se à segunda vinda de Cristo e ao dia do juízo como ‘o Dia'(e.g., 1 Co.3.13; cf. 1 Tm.1.12,18; 4.8).”(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1341).

“Cristo Revelado – O significado do nome de Sofonias ( ‘O Senhor encobriu’) conduz ao ministério de Jesus Cristo. A verdade da Páscoa no Egito, onde aqueles que foram encobertos pela marca do sangue nas portas foram protegidos do anjo da morte, é repetida na promessa de 2.3, onde aqueles mansos da Terra que preservaram a justiça de Deus serão encobertos no Dia da ira do Senhor. Cl.3.2,3 explica esse aspecto do ministério de Cristo: ‘

Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra, porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.’

O regozijo sobre um restante salvo (3.16,17) está relacionado com a obra de Jesus, o Salvador. Jesus disse: ‘Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecado que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento'(Lc.15.7).

A figura de um alegre Redentor que aguarda receber os Seus é, novamente, descrita em Hb.12.2:’Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz., desprezando a afronta, e assentou à destra do trono de Deus.” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.909).

– AGEU – Este é um profeta pós-exílico, ou seja, profetizou depois do cativeiro da Babilônia, fazendo parte da “quarta onda de inspiração”. Ageu, em hebraico é “Haggai”, que quer dizer “festivo” ou “festividade”, o que talvez estivesse relacionado com a data do nascimento do profeta ter se dado em alguma festa ou solenidade do calendário judaico. Mais uma vez vemos um grande paralelo entre o nome do profeta e o seu ministério, pois Ageu foi levantado para Deus para que o povo voltasse a ter, novamente, as suas festividades, que haviam se interrompido com o cativeiro da Babilônia e que tinham o templo como um indispensável ponto de referência (cfr. Ex.34:18,22,23).

– Ageu foi levantado por Deus num período de grande perigo espiritual para o povo judeu. Após o alegre e esperançoso retorno para a Palestina (cfr. Sl.126:1-3), a nação escolhida de Deus enfrentava uma dura realidade: a destruição efetuada antes do cativeiro havia sido completa, tudo estava por fazer e, como se não bastasse a penúria e a dificuldade naturais de um tal empreendimento, os povos vizinhos apresentaram-se hostis e adversários, conseguindo até uma ordem do rei Artaxerxes I para que cessasse a obra (cfr. Ed.4).

– A mensagem de Ageu era altamente impopular, mas de profundo realismo: enquanto o povo não se dispusesse a enfrentar as dificuldades, inclusive o embargo real da reconstrução do templo, enquanto não cumprisse com o propósito divino de reedificação do templo e da própria nação, não haveria como obter o benefício da sua própria sobrevivência.

O povo aceitou a mensagem de Ageu, que, inclusive, passou a ser ajudado por outro profeta levantado por Deus na mesma época, a saber, Zacarias, e o templo foi reedificado.

– Além de conclamar o povo à reconstrução, Ageu trouxe mensagens concernentes ao futuro próximo e remoto dos judeus.

Afirmou que o segundo templo teria maior glória do que o primeiro, o que se confirmaria porque foi neste segundo templo que foi apresentado e ministrou o Messias, Jesus Cristo; que o povo deveria abandonar o indiferentismo e se aplicar às coisas de Deus e uma promessa de vitória a Zorobabel no seu empreendimento, o que se verificou, porquanto a reconstrução do templo acabou sendo ratificada e autorizada pelo governo persa.

– Em Ageu, vemos o cuidado de Deus em preservar a identidade religiosa e espiritual de Seu povo e a continuação da construção do cenário que serviria para a suprema manifestação do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo, a glória do segundo templo, o Desejado de todas as nações (Ag.2:7).

OBS: “O livro de Ageu ante o Novo Testamento – Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv.6-9, 21-23).

O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb.12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como ‘o anel de selar’, ou selo oficial.

Em ambas as genealogias de Jesus Cristo, no NT (Mt.1.12,13; Lc.3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1347).

“Cristo Revelado – Duas referências a Cristo no Livro de Ageu são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o que Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional.

Após um transtorno entre os povos da Terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo.

A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá. A segunda referência à vinda do Messias é 2.23.

O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro livro do NT: Zorobabel é uma das pessoas listadas nas genealogias de Jesus. Duas coisas fazem Zorobabel significativo e o ligam a Cristo: 1. Zorobabel é um sinal de um homem escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus fez fluir vida, liderança e ministério.

O que Zorobabel fez em partes Jesus fez por completo como o Servo do Senhor. 2. Zorobabel está, também, na linhagem do Messias.

As listas dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho de Selatiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.914).

– ZACARIAS – Pouco depois de Deus ter levantado Ageu, também aprouve ao Senhor levantar outro profeta para reanimar o povo a reconstruir o templo e a não enveredar pelo perigosíssimo caminho do indiferentismo e do formalismo religioso.

Este outro profeta foi Zacarias, cujo ministério se iniciou no oitavo mês do segundo ano do rei Dario(Zc.1:1), ou seja, dois meses depois do início das mensagens de Ageu. R.N. Champlin, por isso, chama os livros destes profetas de “livros companheiros”.

– Zacarias é um nome muito comum entre os judeus (as Escrituras registram, pelo menos, trinta pessoas com este nome) e, em hebraico, “Zachar-Yah” significa “Jeová se lembrou”. Uma vez mais, apesar de se tratar de nome muito comum, aqui temos mais uma perfeita adequação entre o nome e o propósito do ministério do profeta.

Assim como Ageu, Zacarias foi levantado por Deus para que o povo tivesse a certeza de que, apesar das dificuldades presentes e da situação de penúria que se vivia, Deus não havia Se esquecido, mas, bem ao contrário, havia Se lembrado de Seu povo e estava com ele nesta dura tarefa de reerguimento das bases da nação judaica depois do retorno do cativeiro da Babilônia.

– Em Zacarias, além do clamor para que o povo servisse a Deus fielmente e com absoluta prioridade, também encontramos diversas profecias a respeito do Messias e do final dos tempos, inclusive a afirmação de que seriam tempos em que atuaria de forma singular o Espírito do Senhor. Neste livro, temos a promessa do “homem cujo nome é Renovo, que brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor”(Zc.6:12).

OBS: “O Livro de Zacarias ante o Novo Testamento – Há uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta.

Além disso, Zacarias profetizou a respeito expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, levá-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10-13.9; Rm.11.25-27).

Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo. Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas, estão:

(1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9.; 13.7; Mt.21.5; 26.31,56);

(2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc.14.24);

(3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt.9.36);

(4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt.26.15; 27.9,10);

(5) será traspassado e abatido (12.10; 13.7; Mt.24.30; 26.31,56);

(6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt.25.31; Ap.19.15);

(7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm.14.17; Ap.11.15) ; e

(8) estabelecerá Seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap.11.15; 21.24-26, 22.1-5). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1352-3).

“Cristo Revelado – Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de todos os livros do ATE. Os caps. 9-14 são as seções mais citadas dos Profetas nas narrativas dos Evangelhos. No Apocalipse, Zacarias é citado mais do que qualquer profeta, exceto Ezequiel.

Zacarias profetiza que o Messias virá como o

Servo do Senhor, o Renovo (3.8),

como o homem cujo nome é Renovo (6.12);

tanto como Rei como sacerdote (6.13), e

como o verdadeiro Pastor (11.4-11).

Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata (11.12-13), Sua crucifixão (12.10), Seus sofrimentos (13.7) e Sua segunda vinda (14.4).

Duas referências a Cristo são de profundo significado. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é descrita em detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mt.21.5; Mc.11.7-10).

Um dos versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando, na maioria dos manuscritos a primeira pessoa é usada: ‘E olharão para Mim, a Quem traspassaram.’ Jesus Cristo, pessoalmente, profetizou Sua definitiva recepção pela casa de Davi.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.918).

– MALAQUIAS – Depois dos ministérios proféticos de Ageu e de Zacarias, que foram de grande valia para que o povo reedificasse o templo de Jerusalém, o Senhor, como já vimos, levantou dois valorosos homens para a conclusão da tarefa da reconstrução nacional de Israel, Esdras e Neemias.

Após o período destes homens, entretanto, o povo reiniciou uma perigosa onda de indiferentismo e de formalismo religioso, que poderia comprometer (como acabou comprometendo) a própria manifestação de Deus no meio do povo. Diante deste novo estado de indiferentismo, Deus, então, levanta mais um profeta, o último antes do chamado “período de silêncio”, a saber, Malaquias.

– Malaquias profetiza numa época em que o templo já está edificado e quando já existe um regular sistema cerimonial (cfr. Ml.1:6-8), mas havia uma série de abusos e um menosprezo pelo culto a Deus, a refletir um indiferentismo e um formalismo que, mais uma vez, ameaçavam a comunhão de Deus com o Seu povo.

Este estado de coisas faz com que alguns estudiosos entendam que o ministério de Malaquias tenha se dado no período de ausência de Neemias na Palestina, quando o governador retornou para a Pérsia (cfr.Ne.13:6).

Outros, porém, diante da não referência alguma do profeta a Neemias, que, afinal de contas, restaurou as coisas conforme a lei do Senhor, seja ao profeta Malaquias nos livros de Esdras e Neemias (livros que mencionam Ageu e Zacarias), entendem que Malaquias é posterior a estes dois homens valorosos, de forma que seria o livro mais recente das Escrituras hebraicas.

– Malaquias, em hebraico “Mala’kh-Yah”, que significa “anjo ou mensageiro de Jeová” , ou ainda, “seu mensageiro”, que, aliás, foi a tradução dada pela Septuaginta(“angelou autou”), que, assim, não considerou a expressão como a de um nome próprio.

Isto fez alguns estudiosos a acharem que o livro é anônimo, ou seja, não se saberia quem seria o autor do livro, que teria se identificado apenas como “mensageiro de Deus” e muitos até entendem que o livro teria sido escrito por Esdras(assim foi considerado no Targum de Jônatas, ideia que foi acolhida por Jerônimo), no período de ausência de Neemias, sem identificação de autoria.

A tradição judaica, entretanto, sempre afirmou ter existido um profeta com o nome de Malaquias e não seria a única vez em que Deus teria levantado alguém cujo próprio nome indica a natureza de seu ministério diante do Senhor. Malaquias foi o último mensageiro antes do silêncio de quatrocentos anos, o último escritor do Antigo Testamento.

– Como temos visto nesta lição, Malaquias toca o grande problema que surgira no meio do povo de Deus depois do cativeiro da Babilônia.

Curado da idolatria, cujo remédio fora o cativeiro (cfr. II Cr.36:14-16), Israel passa a sofrer de um mal tanto ou mais perigoso: o indiferentismo, ou seja, a insensibilidade para com as coisas de Deus.

Tão mau ou pior do que adorar a outros Deus, é não dar a Deus o devido louvor e adoração, é achar que as coisas de Deus são comuns e não devem ser tratadas com prioridade e dedicação. Este mal que afligia o povo de Israel nos dias de Malaquias é, também, o mal que acomete a Igreja do Senhor.

Assim como nos últimos dias antes do silêncio de Deus na antiga aliança, o povo estava despercebido e tratava as coisas do Senhor com desdém, também, nos últimos dias de nossa dispensação, antes do terrível silêncio da grande tribulação, muitos estarão insensíveis ao Senhor e à Sua obra. “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”(Mt.24:12).

Por isso, acordemos, despertemos enquanto é dia, para que não sejamos apanhados, como foi a geração de Malaquias, pelas trevas da noite ! (Jo.9:4; Ef.5:14-17).

– Em Malaquias, Deus mostra Seu desagrado com diversos aspectos da vida cotidiana de Seu povo e conclama Israel a retornar aos estritos caminhos da Sua vontade.

Também é feita a promessa de um outro profeta, que, como Elias, chamaria o povo ao arrependimento, numa referência ao último profeta, João Batista, como nos explana a respeito o próprio Jesus, bem como de que, em breve, viria o “Sol da justiça”(Ml.4:2) para promover o reatamento definitivo entre Deus e o Seu povo. Assim, mesmo a um povo indiferente e formal, Deus não deixa de manter vivas na memória as Suas promessas.

OBS: “O Livro de Malaquias ante o Novo Testamento – Três trechos específicos de Malaquias são citados no NT.

(1) As frases ‘amei a Jacó’ e ‘aborreci a Esaú’ (1.2,3) são registradas por Paulo em suas considerações sobre a eleição (Rm.9.13(…).

(2) A profecia de Malaquias a respeito do ‘meu anjo, que preparará o caminho diante de mim’ (3.1; cf. Is.40.3) é citada por Jesus como referência a João Batista e Seu ministério (Mt.11.7-15);

(3) Semelhantemente, Jesus entendia que a profecia de Malaquias a respeito do envio do ‘profeta Elias’, antes do ‘dia grande e terrível do Senhor'(4.5), aplicava-se a João Batista (Mt.11.14; 17.10-13; Mc.9.11-13).

Além destas três claras referências a Malaquias no NT, a condenação que o profeta faz do divórcio injusto (2.14-16), antevê o ensino do NT sobre o tema (Mt.5.31,32; 19.3-10; Mc.10.2,12; Rm.7.1-3; 1 Co.7.10-16,39).

A profecia de Malaquias a respeito do aparecimento do Messias (3.1-6; 4.1-3) abrange tanto a primeira quanto a segunda vinda de Cristo.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1369-70).

“Cristo Revelado – No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com respeito ao repentino aparecimento de Cristo – o anjo do (novo) concerto (3.1).

Aquele dia será um tempo de julgamento. ‘Quem subsistirá, quando ele aparecer?’ (3.2). Ninguém, por suas próprias forças, pode, mas, para aqueles que temem ao Senhor, ‘o sol da justiça [; o anjo do concerto’, Jesus (3.1)] nascerá e salvação trará debaixo das suas asas’, isto é, em triunfo vitorioso (4.2). (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.930)

III – APOCALIPSE – O LIVRO PROFÉTICO DO NOVO TESTAMENTO

– Vistos os livros proféticos do Antigo Testamento, vejamos, então, o livro profético do Novo Testamento, que é o livro do Apocalipse.

– O Senhor Jesus disse que “a lei e os profetas duraram até João” (Lc.16:16), isto porque havia, da parte do

Senhor, a utilização dos profetas como mensageiros na progressiva revelação que Deus estava dando ao homem a Seu respeito.

– Mas o Senhor que se revelava aos pais, pelos profetas, revelou-Se a Si mesmo na pessoa do Filho, na pessoa de Jesus Cristo, a expressa imagem de Deus (Hb.1:1-3), de modo que, depois da encarnação de Jesus, não há mais o que se revelar a respeito de Deus.

– Isto, em absoluto, significou o término do ministério profético, mas passou ele a ter uma nova conotação, um novo papel. Não se tratava mais de acrescer revelações a respeito de Deus, mas, sim, de trazer ao povo de Deus a lembrança daquilo que havia sido revelado.

Os profetas do Novo Testamento, portanto, têm a missão não mais de trazer elementos do plano de Deus para a salvação do homem, como faziam todos até João, mas, sim, de trazer a lembrança daquilo que foi revelado e de aplicar o que foi revelado ao que está acontecendo, ao que aconteceu ou que vai acontecer.

– Como sinal da fidelidade divina, o Senhor Jesus mandou o Espírito Santo para realizar esta obra, obra que teve, inclusive, a continuidade da inspiração, com a “quinta onda”, que corresponde ao Novo Testamento, que seria concluída com o apóstolo João, pois o próprio Cristo disse que viria até João para complementar e fechar a inspiração das Escrituras (Jo.21:23).

– Jesus disse que tinha vindo trazer aos homens tudo o que o Pai queria revelar (Jo.15:15) e, além do que Ele ensinou em Seu ministério terreno, e que foi depois registrado pelos evangelistas, bem como aquilo que Ele revelou aos Seus discípulos, que deixaram registrados nas epístolas, trouxe, ainda, a revelação daquilo que iria acontecer durante e após o tempo da Igreja sobre a face da Terra, e foi isto que ficou registrado no livro do Apocalipse, palavra grega que significa precisamente “revelação”.

– O Apocalipse é a “revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer e pelo Seu anjo as enviou e as notificou a João, Seu servo” (Ap.1:1).

– O livro do Apocalipse tem três propósitos nitidamente estabelecidos no seu próprio texto. Em Ap.1:19, o próprio Jesus, glorificado, manda João escrever o livro e indica quais os objetivos do livro, a saber:

a) escrever as coisas “que tens visto” – era a visão do Cristo Glorificado. Como havia prometido ao apóstolo, Jesus veio para mostrar ao Seu discípulo amado o Seu atual estado após a ascensão, mas isto não era apenas para que João soubesse, mas que para escrevesse a todos os salvos, a fim de que tivéssemos renovada a esperança da glória;

b) escrever as coisas “que são” – além do Cristo Glorificado, João tinha visto outras coisas, a saber, as estrelas e os castiçais de ouro, que representavam as igrejas da Ásia Menor e os seus pastores, que ali tipificavam a “totalidade da Igreja”. João tinha de revelar aos salvos como o Senhor via a Sua Igreja e como seria a sua peregrinação perante a face da Terra;

c) escrever as coisas que “depois destas hão de acontecer” – O Senhor também iria revelar ao apóstolo o que aconteceria depois do tempo da Igreja sobre a face da Terra, quais os eventos que encerrariam a história humana nestes céus e terra.

– O estudo do livro do Apocalipse mostra-se, assim, importante, não para que se “descubram” os fatos que estão por vir, muito menos para a satisfação de uma curiosidade.

A revelação de Jesus à Sua Igreja a respeito do futuro visa algo muito mais profundo do que a mera informação. Temos aqui o cumprimento do que o Senhor havia dito em Suas últimas instruções, ou seja, de que a Igreja não era apenas composta de servos, mas de “amigos”, pois tudo quanto ouvira de Seu Pai nos tem feito conhecer (Jo.15:15).

– Ao Se mostrar a João como o Senhor Glorificado, num instante extremamente difícil da vida do apóstolo, solitário, idoso e em meio a uma cruel perseguição, Cristo Jesus quis mostrar que está sempre ao lado daqueles que O amam e O temem e que, apesar das aflições que temos neste mundo (Jo.16:33), algo melhor nos está reservado.

– No livro do Apocalipse, mais do que nos dizer o que vai acontecer, o Senhor Jesus quis comprovar à Igreja de que Ele venceu a morte e o pecado e que, por isso, nós também podemos vencer.

– No livro do Apocalipse, mais do que nos dizer o que vai acontecer, o Senhor Jesus quis comprovar à Igreja que Ele é o Senhor da história e que está no controle de todas as coisas, mesmo aquelas em que parece que o mal vai triunfar.

– No livro do Apocalipse, mais do que nos dizer o que vai acontecer, o Senhor Jesus quis comprovar à Igreja que Ele é fiel e que, portanto, não só não deixará a Igreja passar pelo tempo da ira futura (I Ts.1:10), como também, apesar de rejeitado por Israel, mantém Seu compromisso com aquele povo, impedindo a Sua destruição por parte de Satanás e promovendo a salvação do “remanescente” (Rm.11:26).

– No livro do Apocalipse, mais do que nos dizer o que vai acontecer, o Senhor Jesus quis comprovar à Igreja que vale a pena esperá-l’O e que devemos estar vigilantes e prontos para encontrá-l’O nas nuvens, pois o futuro da humanidade é tenebroso se rejeitarem a salvação em Jesus Cristo.

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/7012-licao-10-as-profecias-despertam-e-trazem-esperanca-i

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