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LIÇÃO Nº 10 – ISRAEL X JUDÁ? A DIVISÃO DO REINO

O Rei Davi conquistou a fortaleza dos jebuseus e esse triunfo lhe garantiu o reino de Israel, a Monarquia Unida. No início não foi assim: “Da idade de quarenta anos era Is-Bosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; mas os da casa de Judá seguiam a Davi.

E foi o número dos dias que Davi reinou em Hebrom, sobre a casa de Judá, sete anos e seis meses.” (II Sm 2.10,11) A monarquia começou desunida, o Senhor a uniu e entregou Jerusalém nas mãos de Davi que principiou seu reinado sobre todo o Israel a partir dali:

Assim habitou Davi na fortaleza, e a chamou a cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo para dentro.

E Davi ia, cada vez mais, aumentando e crescendo, porque o Senhor Deus dos Exércitos era com ele. E Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros que edificaram a Davi uma casa. E entendeu Davi que o Senhor o confirmara rei sobre Israel, e que exaltara o seu reino por amor do seu povo Israel. (II Sm 5. 9-12)

Foi um reino próspero porque o Senhor deu vitória sobre os inimigos, as fronteiras se ampliaram, o comércio se expandiu, as relações entre os povos vizinhos se intensificaram, desenvolveram e organizaram os rituais no tabernáculo e o louvor como parte da adoração.

A administração ganha ares teocráticos porque o rei Davi sempre deixou explícito para todos que era um homem temente a Deus e queria que as suas ações caracterizassem esta decisão pessoal.

Sendo assim, Davi deixou um excelente exemplo para o filho Salomão que vê a necessidade de ser um homem fiel. Recebeu de Davi este conselho no leito de morte do pai:

Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem. E guarda a ordenança do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés; para que prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer que fores. (I Rs 2.2- 3)

Durante muito tempo, Salomão foi fiel a Deus, seguindo os conselhos recebidos. Entretanto, não era humilde, nem temente ao Senhor como Davi, seu pai.

Para ampliar suas conquistas, envolveu-se comercialmente com outros reis, aceitando trocas desfavoráveis, na forma de esposas, mulheres que não temiam ao Senhor e que fizeram desviar o seu coração da Lei Divina.

Ele próprio, ao final de sua, vida afirmou que “tudo era vaidade e aflição de espírito”. Revelando que a ansiedade e ambição humanas conduzem o homem aos maus caminhos.

Esta trajetória de Salomão e a ganância pela opulência, construção de uma cidade mais pujante que revelasse toda a sua glória, fizeram-no tomar atitudes totalmente impopulares que desagradaram totalmente o povo, que estava habituado a um rei como Davi.

Quando o povo desejava um rei, Samuel tinha avisado que haveria exigências, que teriam que ceder em nível material:

E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros. E os porá por chefes de mil, e chefes sobre cinquenta e para que lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros. ( I Sm 8. 11,12)

O rei estava recrutando os filhos do Reino do Norte para assumirem os trabalhos do Reino, o que veio trazer conflitos por causa da exigência da Monarquia a respeito das prestações de serviço.

Os profetas do Senhor condenaram tais comportamentos dos monarcas, porque o povo sofria com a escassez, enquanto os nobres vivenciavam a bonança, o luxo e os exibiam. Além da prestação de trabalhos, a exigência também era para que se pagasse tributos.

No alto de sua posição de poder, tais homens não imaginavam que o Senhor assiste a tudo e não permite que os pobres sejam oprimidos injustamente, enquanto outros se enriquecem às custas do seu trabalho. Parece discurso de comunista, mas é o discurso da Bíblia. Como poderíamos dizer amamos a Deus ou que amamos ao próximos como a nós mesmos?

Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho.

Que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de cedro, e pintando-a de vermelhão.
Porventura reinarás tu, porque te encerras em cedro? Acaso teu pai não comeu e bebeu, e não praticou o juízo e a justiça?

Por isso lhe sucedeu bem. Julgou a causa do aflito e necessitado; então lhe sucedeu bem; porventura não é isto conhecer-me? Diz o Senhor. Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua avareza, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão, e a violência. (Jr 22.13-17)

Dentre os prestadores de serviço de Salomão, podemos mencionar um sistema de abastecimento organizado e planejado em prol da corte. Salomão dispunha de doze “administradores” ou “encarregados” em doze diferentes regiões do norte.

Era um sistema totalmente organizado de províncias, distritos ou regiões. Os encarregados eram pessoas que tinham influência no local, um viés político para lidar com questões administrativas. Também tinham que SER LEAIS AO REI. Dois administradores eram casados com as filhas do rei (Tafate e Basemate ).

Quais eram as tarefas destes homens? Primeiro, faziam representação política, quando faziam a remessa de produtos naturais para a corte. No entanto, ainda não era um sistema de tributos desenvolvido. Os oficiais eram: Ben-Dequer, Ben-Hesede, Ben-Abinadabe casado com Tafate, Baana, o filho de Geber, Ainadabe, Aimaás casado com Basemate, Baaná, Jeosafá, Simei, Geber (I Rs 4. 7-19)

Salomão também tinha 40 mil estrebarias de cavalos e muitos domínios em terras. Para comandar tudo isto, juntamente com o seu exército, Salomão indicou Jeroboão, filho de Nebate. Mas ocorre Salomão começou a achar que os seus caminhos (de idolatria) eram melhores que os caminhos do Senhor e, por causa disto, o Senhor lhe avisou:

Acerca deste assunto lhe tinha dado ordem que não seguisse a outros deuses; porém não guardou o que o Senhor lhe ordenara. Assim disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo. (II Rs 11.10)

O inominado profeta deixou uma mensagem de advertência, mas não sabemos qual foi, ao certo, a reação do rei. Pelo visto, ele prosseguiu engrandecendo o seu reino com o fim de ficar na memória do povo. Contando com a prestação de serviços de Jeroboão, filho de Nebate, não imaginou que este homem contra ele se levantaria, tornando-se um líder entre os trabalhadores

. Jeroboão comandou os trabalhadores na edificação de Milo, uma das torres que compunham a Cidade de Davi. Albert Barnes afirma que Millo parece ter sido uma fortaleza de algum tipo, a defesa norte da cidade de Davi, e ter sido parte das defesas cananitas originais de Sião, como parece provável também a partir de lá ter havido uma fortaleza chamada casa de Millo em a cidade cananéia de Siquém. ( Juízes 9: 6 anotam e 2 Samuel 9: 1-13: 20.)

Davi construiu ao redor – Provavelmente o significado construiu sua própria casa e outras casas e ruas, tudo, enfim, que causou o enrolamento da cidade de Davi. (Compare 1 Crônicas 11: 8. ) Os prédios ficavam dentro, no sul de Millo, para serem protegidos por eles no norte, como no leste, no oeste. e sul, pelas ravinas precipitadas. (Disponível em: https://versiculoscomentados.com.br/estudos-biblicos/estudo-de-2- samuel-5-9-comentado-e-explicado/. Acesso em 28 fev,2025)

Até Jeroboão, filho de Nebate, efrateu, de Zereda, servo de Salomão (cuja mãe era mulher viúva, por nome Zerua), também levantou a mão contra o rei.

E esta foi a causa porque levantou a mão contra o rei: Salomão tinha edificado a Milo, e cerrou as aberturas da cidade de Davi, seu pai. E o homem Jeroboão era forte e valente; e vendo Salomão a este jovem, que era laborioso, ele o pôs sobre todo o cargo da casa de José. (I Rs 11. 26-28)

Este efraimita, de origem humilde, tinha as peculiaridades que se esperava de um grande líder que já estava despontando. Por causa do desempenho na superintendência das fortificações de Jerusalém, Salomão decidiu dar-lhe responsabilidades quando viu nele um homem forte e valoroso, confiando-lhe o governo das tribos de José. Mas o Senhor vê primeiro e enviou o profeta Aías até Jeroboão para prometer-lhe o Reino de Israel:

Sucedeu, pois, naquele tempo que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o profeta Aías, o silonita, o encontrou no caminho, e ele estava vestido com uma roupa nova, e os dois estavam sós no campo. E Aías pegou na roupa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze pedaços.

E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.

Porque me deixaram, e adoraram Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai. (I Rs 11. 29-33)

Salomão tomou conhecimento da profecia e indignou-se, levantando-se contra Jeroboão, querendo matá-lo: “Assim Salomão procurou matar Jeroboão; porém Jeroboão se levantou, e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei do Egito; e esteve no Egito até que Salomão morreu.” (I Rs 11. 40).

Flávio Josefo (2021, p.400) conta que Jeroboão ficou tão animado com a profecia que espalhou a notícia. Sua natureza era ambiciosa e ardente a tal ponto que saiu para persuadir o povo a se revoltar contra Salomão e fazê-lo rei em seu lugar.

No entanto, é impossível impedir os planos divinos ou desafazer as falas do Senhor. O que o Pai Celestial diz, se cumpre.

Só restava a Jeroboão esperar o momento certo de assumir o seu lugar. E este momento veio. O Rei Salomão reinou sobre todo o Israel durante 40 anos e dormiu com seus pais. O mais feliz, mais rico e mais sábio dos reis, partiu para a eternidade aos 94 anos, segundo Josefo (2021, p.400)

Vejamos que havia uma profecia de divisão da monarquia e, com a morte de Salomão, certamente esta profecia se cumpriria.

Está claro que Jeroboão retornaria para assumir seu trono e a oportunidade a se apresentar era única: “Sucedeu que, Jeroboão, filho de Nebate, achando-se ainda no Egito, para onde fugira de diante do rei Salomão, e Jeroboão habitava no Egito, E mandaram chamá-lo; veio, pois, Jeroboão e toda a congregação de Israel, e falaram a Roboão, “ (I Rs 12. 2,3).

Roboão era um garoto imaturo, acostumado com todo luxo, não sabia lidar com pessoas, nem atender a necessidade do próximo etc. Quem vive no excesso da abastança, dificilmente consegue ver outrem. Desconhecia o sentido do vocábulo alteridade.

Era completamente egoísta e despretensioso. De certa forma, já se esperava que ele não atenderia os conselhos dos sábios, dos homens experientes, com uma larga visão de mundo. Pessoas frívolas costumam buscar suas respostas na frivolidade (um ótimo exemplo para nossos jovens) enquanto as sábias deveriam ser consultadas, porque sempre visam o nosso bem Demonstrou que estava despreparado para a liderança, porque esta forma de se dirigir à população é totalmente imprópria:

“E lhe falou conforme ao conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.” (I Rs 12.14)

O Senhor tinha permitido toda esta situação para que a divisão ocorresse: “O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta revolta vinha do Senhor. [. ] “ ( I Rs 12. 15).

É interessante observar que Jeroboão está adiante do povo em todos os momentos. A revolta contra os impostos foi o álibi. O assassinato do cobrador de impostos Adorão, um efeito da revolta. (I Rs 12.18)

Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, reuniu toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, cento e oitenta mil escolhidos, destros para a guerra, para pelejar contra a casa de Israel, para restituir o reino a Roboão, filho de Salomão. Porém veio a palavra de Deus a Semaías, homem de Deus, dizendo:

Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá, e a Benjamim, e ao restante do povo, dizendo:
Assim diz o Senhor: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo a palavra do Senhor. (I Rs 12.21-24)

E foi assim que Jeroboão assumiu o seu posto e mandou construir um palácio em Siquém e outro em Penuel. Como vemos, nas Escrituras, o temor de perder o poder político, por causa da religiosidade do povo, fez Jeroboão tomar uma atitude que surpreendeu a todos. Ordenou que se construíssem dois altares: um deles em Betel (ao sul) e outro em Dã (ao norte, próximo à nascente do pequeno Jordão) e mandou fazer dois vitelos / bezerros de ouro para colocar nestes altares.

Quando o povo saiu do Egito, foi castigado pelo Senhor no deserto por causa do bezerro de ouro. Arão o construiu com base no touro Ápis, o símbolo da força e da fecundidade, que era cultuado no Egito. Este era o mais venerado e o mais celebre animal sagrado daquela nação.

Além dito, os egípcios o consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal na cidade de Mênfis. Portanto, o leitor mais atento fará a observação: O que Jeroboão aprendeu no Egito? Tenho a impressão de que não é um bom lugar para os servos do Senhor…(sic.)

Reuniu em seguida as dez tribos e falou-lhes : “Meus amigos, creio que não ignorais que Deus está presente em toda parte, e assim não há lugar onde Ele não possa ouvir as orações e escutar os votos daqueles que o invocam. Por isso não acho conveniente que, para adorá-lo, vos deis ao trabalho de ir a Jerusalém, que está tão longe e que nos é inimiga.

Aquele que construiu o Templo era um homem como eu, e então mandei fazer e consagrar dois bezerros de ouro, um dos quais foi colocado na cidade de Betel e outro na de Dã, a fim de que, conforme estiverdes mais próximo de uma ou de outra dessas cidades, possais ir até lá e prestar vossa homenagem a Deus. Não vos faltarão sacerdotes e levitas.

Eu os escolheres dentre vós mesmos, sem que para isso tenhais de recorrer à tribo de Levi e à descendência de Arão. E aqueles que desejarem ser recebidos para exercer essas funções só terão de oferecer a Deus um sacrifício de vitelo e um carneiro da mesma maneira como se diz que Arão fez ao ser nomeado sacerdote. (Flávio Josefo, 2021, p.402)

O Rei Jeroboão demonstrou insegurança e falta de fé em Deus. Temendo que o povo se voltasse para o poder do Reino de Judá, faz uso de pretexto religioso ao reunir o povo para adorar o bezerro de ouro. A derrota de sua administração também viria, porque não fora temente ao Senhor. A firmeza de seu reino dependeria do seu temor ao Senhor:

E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel. (I Rs 11.38)

Conduzir e estimular o povo à adoração ao bezerro, foi o início da derrocada de seu reino, pois posicionando-se como sumo-sacerdote foi assumir uma função que não lhe pertencia:

E eis que, por ordem do Senhor, veio, de Judá a Betel, um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso.

E ele clamou contra o altar por ordem do Senhor, e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso,

e ossos de homens se queimarão sobre ti.
E deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará.

Sucedeu, pois, que, ouvindo o rei a palavra do homem de Deus, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a sua mão de sobre o altar, dizendo: Pegai-o! Mas a sua mão, que estendera contra ele, se secou, e não podia tornar a trazê-la a si.

E o altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de Deus apontara por ordem do Senhor.

6 Então respondeu o rei, e disse ao homem de Deus: Roga à face do Senhor teu Deus, e roga por mim, para que se me restitua a minha mão. Então o homem de Deus suplicou ao Senhor, e a mão do rei se lhe restituiu, e ficou como dantes.

O Reino do Norte já se iniciou longe da presença de Deus, fincando suas raízes no engano, na idolatria e na rebeldia. Um sinal evidente de que a dinastia de Jeroboão não permaneceria no trono, haja vista que o Senhor já havia dito que a condição para a efetivação da dinastia era a fidelidade.

E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel. ( I Rs 11.38)

Nem depois destas coisas deixou Jeroboão o seu mau caminho; antes, de todo o povo, tornou a constituir sacerdotes dos lugares altos; e a qualquer que queria consagrava sacerdote dos lugares altos. (I Rs 14.33)

Jeroboão reinou vinte e dois anos (976-945 a.C.). Após a sua morte, seu filho Nadabe reinou em seu lugar, mas ocupou o trono por apenas dois anos, tendo em vista a promessa do Senhor se Jeroboão pecasse.

E conspirou contra ele Baasa, filho de Aías, da casa de Issacar, e feriu-o Baasa em Gibetom, que era dos filisteus, quando Nadabe e todo o Israel cercavam a Gibetom.

E matou-o, pois, Baasa no ano terceiro de Asa, rei de Judá, e reinou em seu lugar. Sucedeu que, reinando ele, feriu a toda a casa de Jeroboão; nada de Jeroboão deixou que tivesse fôlego, até o destruir, conforme à palavra do Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita. Por causa dos pecados que Jeroboão cometera, e fez pecar a Israel, e por causa da provocação com que irritara ao Senhor Deus de Israel. (I Rs 15. 27-30)

Sendo assim, o Reino do Norte foi caracterizado pela corrupção no sentido espiritual, quando os monarcas se afastaram de Deus e todos eles desprezaram a Lei do Senhor, andando segundo os rudimentos da carne, segundo os desejos do coração, adotando a idolatria, aliando-se aos inimigos de Deus. Foram 209 anos de governo e 19 reis. Nenhum deles foi fiel ao Senhor. Todos se corromperam.

“Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” (Rm 3.10) “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Rm 3.12)

Por causa disto “o Senhor rejeitou a toda a descendência de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da sua presença.” (II Rs 17.20)

O povo foi levado pelos assírios porque deixou-se influenciar pelos pecados de Jeroboão, filho de Nebate. No entanto, o altar do bezerro de ouro lá estava.

O Senhor dissera que enviaria o seu servo Josias para destruí-lo e esta profecia cumpriu-se quando este rei saiu por todo o reino de Israel fazendo uma limpeza, destruindo todos os altares profanos:

E ele clamou contra o altar por ordem do Senhor, e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti. (I Rs 13.2)

E também o altar que estava em Betel, e o alto que fez Jeroboão, filho de Nebate, com que tinha feito Israel pecar, esse altar derrubou juntamente com o alto; queimando o alto, em pó o esmiuçou, e queimou o ídolo do bosque.

E, virando-se Josias, viu as sepulturas que estavam ali no monte; e mandou tirar os ossos das sepulturas, e os queimou sobre aquele altar, e assim o profanou, conforme a palavra do Senhor, que profetizara o homem de Deus, quando anunciou estas palavras. (II Rs 23. 15,16)

E assim findou-se o reino do norte, ressurgindo por meio dos samaritanos que se misturaram com os assírios e ocuparam a região.

Por isto os judaítas não se associavam aos samaritanos. Atalia era a filha do rei Acabe, um rei do norte e casada com um rei de Judá (Jeorão – II Rs 8. 25) teve a pretensão de assumir o trono para destruir a descendência de Judá: “

Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real da casa de Judá.” ( II Cr 22.10) “Porque, sendo Atalia ímpia, seus filhos arruinaram a casa de Deus, e até todas as coisas sagradas da casa do Senhor empregaram em Baalins.” (II Cr 24.10)

O Senhor prometeu a Davi que não lhe faltaria descendente em seu trono. A pretensão de Atalia não deu certo, porque o Senhor manteve a sua promessa e o descendente ficou escondido, longe de seus olhares. Ela assumiu o trono de Judá

Porém Jeosabeate, filha do rei, tomou a Joás, filho de Acazias, furtando- o dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e o pôs com a sua ama na câmara dos leitos; assim Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Joiada (porque era irmã de Acazias), o escondeu de Atalia, de modo que ela não o matou.
E esteve com eles seis anos escondido na casa de Deus; e Atalia reinou sobre a terra. (II Cr 22,11,12)

E toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa de Deus; e Joiada lhes disse: Eis que o filho do rei reinará, como o Senhor falou a respeito dos filhos de Davi. […] Então tiraram para fora ao filho do rei, e lhe puseram a coroa; deram-lhe o testemunho, e o fizeram rei; e Joiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei!

Ouvindo, pois, Atalia a voz do povo que concorria e louvava o rei, veio ao povo, à casa do Senhor. E olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, à entrada, e os príncipes e as trombetas junto ao rei; e todo o povo da terra estava alegre e tocava as trombetas; e também os cantores tocavam instrumentos musicais, e dirigiam o cantar de louvores; então Atalia rasgou os seus vestidos, e clamou: Traição, traição!

Porém o sacerdote Joiada trouxe para fora os centuriões que estavam postos sobre o exército e disse-lhes: Tirai-a para fora das fileiras, e o que a seguir, morrerá à espada; porque dissera o sacerdote: Não a mateis na casa do Senhor. E lançaram mão dela; e ela foi pelo caminho da entrada da porta dos cavalos, à casa do rei, e ali a mataram. (II Cr 23. 3, 11-15)

No ano 722 a.C., o Reino do Norte caiu e em 586 a.C, foi a vez do Reino do Sul, do Reino de Judá. Muitos reis (nem todos) aderiram à idolatria e se distanciaram do Senhor, deixando do adorá-lo, de ouvir os profetas. Foi então que

Ele permitiu que sentissem, na própria pele, as consequências do pecado. Estavam surgindo grandes impérios na época e estes povos cobravam pesados tributos sobre as nações mais pobres.

Provavelmente, Zedequias não se submeteu às exigências de Nabucodonosor e tal ação foi um estímulo ao cativeiro do reino judaíta. Tal ocorrência não se deu em período anterior porque o rei Manassés, filho de Ezequias, pagava tributos altíssimos ao assírios com o fim de salvaguardar a nação de uma situação vexatória e, assim, ele foi garantindo o retardamento do cativeiro do Reino de Judá.

Tinha Zedequias a idade de vinte e um anos, quando começou a reinar; e onze anos reinou em Jerusalém. E fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus; nem se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do Senhor.

Além disto, também se rebelou contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus. Mas endureceu a sua cerviz, e tanto se obstinou no seu coração, que não se converteu ao Senhor Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém.

E o Senhor Deus de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Eles, porém, zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.

Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos entregou na sua mão. E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para Babilônia.

E queimaram a casa de Deus, e derrubaram os muros de Jerusalém, e todos os seus palácios queimaram a fogo, destruindo também todos os seus preciosos vasos.

E os que escaparam da espada levou para Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia. Para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da assolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. ( II Cr 36. 11-21)

Os setenta anos se cumprem e as profecias a respeito dele também. Veremos, na próxima aula, como o Senhor trabalhará a favor do seu povo, para resgatá-lo daquela situação pecaminosa na qual se encontravam.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

Converse com os jovens sobre a importância dos bons conselhos. Pergunte sobre os bons e maus conselhos que já receberam. Explore o tema dos “conselhos” e a importância da origem deles em nossa vida. Medite nesses textos com os alunos:

Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança. (Pv 11.14)

Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros. (Pv 24.6)

Este vídeo apresenta Vestígios das fortalezas e do Templo de Salomão comprovam a precisão bíblica. É muito bom para assistir:
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=U-zKf6Z9Kxg. Acesso em 28fev2025.

REFERÊNCIAS:

BARNES, Albert. Estudo de 2 Samuel 5:9 – Comentado e Explicado. Disponível em: https://versiculoscomentados.com.br/estudos-biblicos/estudo-de-2-samuel-5- 9-comentado-e-explicado/. Acesso em 28 fev,2025)

JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Obra completa. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

KESSLER, Rainer. História social do antigo Israel. 2.ed. São Paulo: Paulinas, 2010.

Profª. Amélia Lemos Oliveira.

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/11283-licao-10-israel-x-juda-a-divisao-do-reino-i

Vídeo: https://youtu.be/oNL1uq1ll7g

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