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LIÇÃO Nº 10 – PODER DO ALTO CONTRA AS HOSTES DA MALDADE    

  

– A plenitude do Espírito Santo é indispensável para a eficácia na batalha espiritual na evangelização.  

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo sobre a batalha espiritual, abordaremos a questão da plenitude do Espírito Santo.  

– A plenitude do Espírito Santo é indispensável para a eficácia na batalha espiritual.  

I – A BATALHA ESPIRITUAL NA EVANGELIZAÇÃO  

– Prosseguindo o estudo sobre a batalha espiritual, veremos um dos principais lances em que ela se desenvolve, qual seja, a evangelização.  

– O Pacto de Lausanne, em 1974, ao tratar da batalha espiritual, por ser um documento que cuidava sobretudo da evangelização, bem contextualizou esta realidade do mundo espiritual na evangelização.

Assim, afirmou que “…Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e potestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial.

Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração.…” (item 18).  

– O Manifesto de Manila, quinze anos depois do Pacto de Lausanne, repete esta constatação, “in verbis”:

“…Toda evangelização envolve uma batalha espiritual com os principados e potestades do mal, sobre os quais somente as armas espirituais podem prevalecer, especialmente a Palavra e o Espírito de oração.

Portanto, temos um chamado a todos os crentes para que sejam diligentes em suas orações, tanto pela renovação da Igreja como pela evangelização do mundo.…” (item 5).  

– Por fim, o Compromisso da Cidade do Cabo, de 2010, retoma esta mesma ideia, afirmando:

“…Reconhecemos tal luta contra o mal como uma dimensão da guerra espiritual, que só pode ser travada através da vitória da cruz e da ressurreição, no poder do Espírito Santo, e em constante oração.…” (item 7D).  

– A batalha espiritual torna-se muito mais renhida quando a Igreja inicia a sua tarefa de evangelização.

Foi ela constituída pelo Senhor Jesus para evangelizar, é esta a sua razão de ser. Na tarde do domingo da ressurreição, Cristo foi bem claro ao dizer aos discípulos:

…assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo.20:21b).

– Antes de ascender aos céus, o Senhor, conforme nos dão conta os três evangelhos sinóticos e o livro de Atos, fez questão de ressaltar que a razão de ser da Igreja era a pregação do Evangelho a toda criatura, o anúncio da salvação (Mt.28:19,20; Mc.16:15; Lc.24:45-48; At.1:8).  

– A igreja, portanto, foi constituída para pregar o Evangelho, para levar à humanidade “a luz do evangelho de Cristo” (II Co.4:4) e, naturalmente, nesta sua tarefa, a Igreja iria incomodar o mundo, este sistema organizado e dirigido por Satanás, pois o mundo está no maligno, é fruto do sucesso da tentação sobre o primeiro casal, que instaurou a inimizade entre Deus e a humanidade.  

– Jesus viria precisamente para restabelecer a comunhão entre Deus e os homens. Ele é a semente da mulher que poria inimizade entre o diabo e a sua semente (que é o mundo, composto pelos pecadores, chamados, por isso mesmo, de filhos do diabo – I Jo.3:8) e a mulher e a sua semente (que é a humanidade redimida por Cristo, o primogênito entre muitos irmãos – Rm.8:29 , por isso mesmo chamados de filhos de Deus – Rm.8:14, I Jo.3:9).  

– Não é por outro motivo que as Escrituras dizem que Jesus veio “desfazer as obras do diabo” (I Jo.3:8) e o diabo, sabedor disto, assim que pôde identificar o plano de Deus para a salvação, a ele revelado no Éden (foi a ele que o Senhor Se dirigiu ao anunciar o “protoevangelho” – Gn.3:14,15),

iniciou sua oposição (por isso é chamado de Satanás, ou seja, o adversário), buscando, com todas as suas forças, impedir que a semente da mulher viesse a nascer e, assim, concretizar a obra que representaria a perda do “império da morte” que estava nas mãos do diabo (Hb.2:14).  

– A história sagrada é a narrativa do plano de Deus para a salvação da humanidade e, quando a lemos nas Sagradas Escrituras, notamos a insistente, pertinaz e incessante oposição do inimigo no sentido de tentar minar o plano divino, aquilo que a ideóloga do sabatismo, Ellen Gould White, denominou de “grande conflito”.  

– No entanto, ao contrário do que diz esta autora, não se trata de um “conflito” de igual para igual, com dois seres de igual força se digladiando, mas de uma oposição persistente, mas de nível inferior a Deus, já que se trata da oposição de criaturas angelicais que se rebelaram contra o Senhor e que, portanto, não têm a mínima condição de vencer, pois Deus é Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, O Senhor de tudo (Sl.24:1).  

– Assim, nas páginas sagradas, vemos sempre o inimigo tentando, de todas as formas, inviabilizar o plano divino, mas sendo, a cada momento, derrotado, apesar de aparentes vantagens, vantagens estas que jamais puderam desfazer o planejamento da salvação, tanto que, no seu devido tempo, Cristo nasceu de mulher para cumprir a Sua missão (Gl.4:4).  

– Quando o Senhor Jesus Se faz homem, o inimigo começou, então, a tentar impedir que cumprisse Ele a Sua missão.

De pronto, usa Herodes para tentar matar todas as crianças de dois anos para baixo nascidas em Belém e, quando Cristo inicia o Seu ministério, convoca suas hostes para fazer imensa oposição ao trabalho do Mestre, como podemos ver pela intensa atividade demoníaca registrada nos evangelhos.  

– Para iniciar o Seu ministério, Cristo teve de ser cheio do Espírito Santo (Lc.4:1), o que ocorreu quando de Seu batismo por João Batista. Jesus não tinha pecado e, por isso, tecnicamente não deveria ser batizado, como o próprio profeta João reconheceu, ele que era cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe.

– No entanto, Jesus disse a João que deveria ser batizado, pois Ele haveria de assumir o lugar dos pecadores e, assim, “para cumprir toda a justiça” (Mt.3:15), desde o início do ministério deveria tomar a “forma de servo” (Fp.2:7).  

– Assumindo a forma de servo, o Senhor Jesus necessitava ser cheio do Espírito Santo para poder iniciar a pregação do Evangelho, para poder anunciar o reino de Deus.

De igual maneira, nós, para podermos fazer o trabalho de evangelização, precisamos ser, também, cheios do Espírito Santo, ter o “revestimento de poder”, já que, quando cremos em Cristo, já recebemos o Espírito em nosso ser (Jo.7:38,39; 14:16,17).  

– Devidamente cheio do Espírito Santo, o Senhor, então, pôde ser conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt.4:1; Mc.1:12,13; Lc.4:1).

Assim como Israel teve de peregrinar no deserto para só então entrar na Terra Prometida, Cristo e, posteriormente, a Igreja, que é o Seu corpo, tem de frequentar o deserto, que nada mais é que símbolo deste mundo, mundo que não tem vida, para, só, então, poder adentrar as mansões celestiais.  

– Foi por isso que o Senhor, antes de ascender aos céus, mandou que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc.24:49; At.1:4), porque eles precisavam receber virtude, poder de Deus, para poder iniciar o trabalho da evangelização para o qual haviam sido comissionados.  

– Para pregar o Evangelho, faz-se mister que se receba “poder do alto”, que se receba o poder de Deus, até porque o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16).

Como podemos pregar o poder de Deus, apresentar este poder se não o tivermos? Como se pode dar algo que não se tem?  

– Jesus tinha de ter a plenitude do Espírito Santo em Sua vida para poder iniciar a pregação do Evangelho, porque Seu trabalho era desfazer as obras do diabo e, evidentemente, o inimigo e suas hostes se mobilizariam para impedir a evangelização, para tentar preservar os seus domínios, para impedir que as pessoas saíssem das trevas para a luz.  

– Marcos, que trata Jesus como o Servo de Deus, em seu evangelho, logo apresenta, no início do trabalho de pregação do Evangelho, a manifestação demoníaca. Após dizer que Jesus começou a pregar o Evangelho do reino de Deus, mostra que Ele escolheu os primeiros discípulos e já teve de se digladiar com um demônio na sinagoga de Cafarnaum (Mc.1:23-27).

 

– Notemos que, neste episódio, o demônio diz que Jesus veio destruí-los e passou a dizer que Cristo era “o Santo de Deus”.

Jesus mandou que ele se calasse e saísse daquele homem, tendo havido, então, a libertação e o povo se admirado da doutrina do Senhor e da autoridade que tinha sobre os espíritos imundos.  

– Percebemos, neste episódio, o que significa a evangelização: uma investida contra o mundo, contra o sistema organizado dominado por Satanás, uma tentativa de libertação daqueles que estão oprimidos pelas hostes espirituais da maldade, ou seja, a destruição do império da morte.

É evidente que, ante esta ação, o reino das trevas irá reagir com todas as suas forças e, por isso mesmo, precisamos estar “revestidos de poder”, pois somos mais fracos que os exércitos satânicos, já que seres humanos são inferiores aos anjos (Sl.8:5).  

– Por isso, quando o Senhor Jesus resolveu fazer um “estágio” com Seus discípulos, treinando-os para a tarefa que deveriam assumir depois de Sua ascensão, antes de mais nada, deu-lhes poder, transferiu-lhe o poder para que pudessem curar enfermos e expulsar demônios (Mt.10:1; Lc.10:1,17).  

– Não há como enfrentar as hostes espirituais da maldade se não recebermos o poder de Deus. É indispensável que tenhamos este poder, sem o que não se poderá ter êxito na batalha espiritual.

– A plenitude do Espírito Santo é uma condição indispensável para que se possa levar a contento a evangelização, daí porque ter o Pacto de Lausanne afirmado o que afirmou, algo que tem evidente respaldo bíblico.  

– O apóstolo Paulo tinha bem consciência desta realidade, tanto que descreveu o seu trabalho evangelístico em Corinto como sendo a pregação de Cristo, e Este crucificado, com demonstração de Espírito e de poder (I Co.2:2-4).  

– Marcos, ao final de seu evangelho, mostra, com clareza, que os discípulos passaram a seguir as pisadas de Cristo, deram continuidade à Sua obra, partindo por todas e pregando, pregação, entretanto, que era acompanhada da cooperação do Senhor e da confirmação com os sinais que se seguiram (Mc.16:20), ou seja,

estávamos diante do que se convencionou chamar de “Evangelho pleno” ou “Evangelho completo”, aquele em que há salvação de almas, mas, também, manifestação do poder de Deus por meio de sinais, prodígios e maravilhas.  

– O Evangelho pregado por Jesus causou admiração no povo de Israel, os judeus sentiram ser esta uma mensagem diversa daquelas que eles costumavam ouvir dos escribas, porque era uma mensagem que era acompanhada de uma dupla autoridade:

o exemplo de vida do próprio Cristo (Mt.7:28,29; 23:1-3; At.1:1) e o poder que demonstrava ter sobre os demônios e enfermidades (Mc.1:27; Lc.4:36,40,41).  

– Esta realidade do ministério do Senhor Jesus foi sintetizada pelo apóstolo Pedro quando resumiu este período na casa de Cornélio, dizendo que Jesus de Nazaré, ungido pelo Espírito Santo e com virtude, andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo porque Deus era com Ele (At.10:38).  

– A Igreja apenas deu seguimento ao trabalho de Cristo e, por isso mesmo, tinha a necessidade de ter, também, a plenitude do Espírito Santo e, por conseguinte, também demonstrar a autoridade seja pelo exemplo, seja pelo poder sobre demônios e enfermidades.

Pois foi exatamente o que sucedeu, pois tinham excelente testemunho diante dos homens bem como revelavam ter recebido do alto poder sobre demônios e enfermidades (At.2:42-46; 5:12-16).  

– O apóstolo Paulo, ao descrever seu ministério aos crentes de Corinto, também mostrou que se utilizava de armas poderosas em Deus para destruir as fortalezas, os conselhos e toda a altivez que se levantava contra o conhecimento de Cristo (II Co.10:4,5) e

isto envolvia a luta contra demônios, como vemos em Filipos (At.16:18) e em Éfeso (At.19:12-20), sendo que, nesta última cidade, a primeira providência de Paulo foi orar para que a dúzia de crentes que ali existia fossem revestidos de poder para que se pudesse iniciar um eficaz trabalho de evangelização daquela cidade (At.19:1-7).  

– Alguém poderá objetar o que estamos a dizer, pois se poderia alegar que não há como se proceder a um trabalho de evangelização sem o revestimento de poder, sem o batismo com o Espírito Santo, o que seria infirmado pelos milhares de missionários que, não sendo batizados com o Espírito Santo, pregam o Evangelho há séculos na história da Igreja.  

– Não resta dúvida de que há evangelização efetiva e exitosa de pessoas não batizadas com o Espírito Santo.

 Afinal de contas, o Senhor Jesus, quando deu a ordem para pregar o Evangelho, fê-lo a toda a Igreja, que contava, à época, com mais de quinhentos irmãos (I Co.15:6), sendo certo que quase cento e vinte é que, no dia de Pentecostes, foram cheios do Espírito Santo (At.1:15; 2:4).  

– Assim, como a ordem foi dada a todo salvo, estando ele a evangelizar, mesmo não sendo batizado com o Espírito Santo, o Senhor cumprirá a promessa de estar com ele, cooperará com tal servo e haverá salvação de almas e êxito no trabalho de evangelização, inclusive, se necessário for, com expulsão de demônios e cura de enfermidades, pois estes são sinais que seguem aos que creem (Mc.16:17,18).

– Entretanto, o Senhor Jesus mandou que os discípulos ficassem em Jerusalém até que recebessem poder do alto para poderem iniciar o trabalho de evangelização, pois tinham de, antes, receber virtude para poderem ser testemunhas do Senhor em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (At.1:8).

Se Jesus entendeu necessário tal revestimento para um trabalho eficaz, a contento, quem somos nós para questionar isto?  

– Verdade é que, apesar desta determinação, temos esta triste realidade descrita pelo pastor Samuel Nyström (1891-1960), que foi presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), na terceira estrofe do hino 167 da Harpa Cristã:

“ Poder do alto p’ra ser testemunha, foi a promessa que Ele nos deixou, bem poucos crentes ‘stão à sua espera, desconhecendo o que Deus nos legou”. Mas isto não retira o fato de que foi esta a determinação do Senhor e que ela é inquestionável.  

– Como se não bastasse isso, vemos, no exemplo de Éfeso, a grande diferença que temos quando há o revestimento de poder no trabalho de evangelização.

Uma pregação sem este revestimento havia obtido a conversão de doze pessoas, enquanto que, em dois anos, multidões se converteram a Cristo, após a chegada de Paulo e o batismo com o Espírito Santo daquela dúzia de crentes, a ponto de serem completamente desestabilizadas as poderosas estruturas espirituais que existiam naquela cidade em torno da idolatria e da feitiçaria (At.19:9-41).

– A Igreja precisa do poder do alto para, devidamente ungida pelo Espírito Santo e com virtude, fazer bem e curar a todos os oprimidos do diabo, mostrando que Deus é com ela e, só assim, em perfeita comunhão e intimidade com o Senhor, poderá mostrar aos homens que Cristo Jesus foi enviado por Deus e eles crerem nisto (Jo.17:21).

Isto somente ocorrerá se formos enviados como Ele foi enviado (Jo.17:18), ou seja, se, antes de mais nada, formos cheios do Espírito Santo.  

– Para tanto, precisamos buscar o revestimento de poder e fazê-lo como os discípulos, ou seja, por meio da oração com este propósito (At.1:14), pois, assim fazendo, o Senhor nos revestirá de poder do alto e, como diz o Manifesto de Manila, “na Palavra de Deus e no Espírito de oração”, haveremos de ter condições de enfrentar os principados e potestades malignos e, assim, impor derrotas ao “império da morte”, expandir o reino de Deus, pois, quando se expulsam demônios, quando se desestruturam as “fortalezas, conselhos e altivez”, tem-se um sinal notório de que o reino de Deus é chegado até nós (Mt.12:28; Lc.11:20).  

II – A EVANGELIZAÇÃO EFICAZ – O EXEMPLO DE FILIPE EM SAMARIA  

– Nossa lição toma como exemplo desta evangelização eficaz na batalha espiritual a evangelização de Samaria, feita pelo diácono Filipe, que é registrada por Lucas no capítulo 8 de Atos dos Apóstolos.  

– O propósito do Senhor Jesus era de que os Seus discípulos fossem revestidos de poder para serem testemunhas d’Ele em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da Terra (At.1:8).

 

– Entretanto, os discípulos não saíram de Jerusalém, tanto que as pessoas que tinham enfermidades ou problemas com espíritos malignos, tinham de ir até Jerusalém para receberem a cura e libertação (At.5:16).  

– Havia, portanto, um descompasso entre o que era praticado pelos discípulos e o que havia sido determinado pelo Senhor Jesus e, como não houve iniciativa por parte da Igreja, permitiu o Senhor que viesse uma perseguição sobre o Seu povo, para que os crentes forçosamente tivesse de abandonar Jerusalém e, então, cumprir o desígnio divino de divulgação da Palavra nas demais regiões (At.8:1).  

– Filipe era um dos sete diáconos da igreja em Jerusalém (At.6:5) e, como parece que era o caso de todos os diáconos, um “judeu grego”, ou seja, um judeu oriundo da diáspora, que não era nascido em Israel, o que se pode depreender pelo seu nome grego.

– A perseguição desencadeara-se após a morte de Estêvão, ele próprio, também, um judeu grego e, portanto, Filipe se considerou um potencial alvo prioritário dos perseguidores e, assim, resolveu deixar Jerusalém, até porque seu trabalho na igreja perdera sentido, já que todos haviam se dispersado e não havia mais a quem cuidar na assistência social.  

– Não sabemos o que motivou Filipe a ir para Samaria. Samaria era, na época, uma cidade pequena, visto que João Hircano havia destruído a cidade em 113 a.C., não tendo ela mais retornado ao esplendor que gozava desde quando foi construída por Onri, rei de Israel, tornando-se a capital do reino do norte e, posteriormente, a sede administrativa de província seja durante o governo persa, grego ou selêucida.  

– De qualquer maneira, ir para Samaria não foi fácil para Filipe, já que os judeus e samaritanos eram inimigos históricos, que nem sequer se comunicavam (Jo.4:9), já que os samaritanos eram descendentes de gentios que haviam sido transportados pelo rei da Assíria, após a destruição do reino do norte, quando, então, misturando-se a alguns israelitas que foram mandados para lá, geraram um povo híbrido, que aceitava apenas parte da religião judaica, deixando-se influenciar pela cultura grega então predominante (II Rs.17:2441).  

– Assim, entre os gentios, os samaritanos eram os mais detestados pelos judeus, pois haviam tentado impedir a reconstrução do templo de Jerusalém (Ed.4,6), como também os principais inimigos da própria reconstrução de Jerusalém por Neemias (Ne.4,6).  

– Como se isto fosse pouco, instigaram Alexandre, o Grande, para que fosse destruir Jerusalém, o que não ocorreu por causa de um episódio em que o rei da Macedônia, ao ver o sumo sacerdote judeu paramentado vindo ao seu encontro, lembrou de um sonho e desistiu de destruir a cidade, além de terem construído um templo rival ao de Jerusalém, no monte Gerizim, e tido uma particular interpretação da lei mosaica, aceitando apenas o Pentateuco e não os demais livros das Escrituras hebraicas.

 

– Por tudo isso, um judeu decidir ir para Samaria era algo extremamente complicado e que só se explica pelo fato de Filipe ser um homem cheio do Espírito Santo (At.6:3) e estar na completa direção d’Ele.

 

– Filipe, ao chegar a Samaria, não perdeu a oportunidade. Começou a lhes pregar a Cristo. Não ficou preocupado com o fato de ser judeu e, por conseguinte, serem enormes as chances de que seria hostilizado.

Sabia que a ordem do Mestre era para pregar o Evangelho e tinha o pressuposto para fazê-lo: havia recebido poder do alto para ser testemunha de Jesus.

 – Samaria, como se pode verificar pelo seu histórico, era uma cidade que tinha uma condição espiritual deplorável.

Os samaritanos diziam seguir a lei de Moisés, inclusive esperavam o Messias, mas tinham uma crença toda peculiar, seletiva, apenas adotando os livros de Moisés e, complementando a sua crença com nítida influência da cultura helenística, aquela mistura de cultura grega e oriental que havia sido forjada pelas conquistas de Alexandre, o Grande.  

– Prova de que os samaritanos tinham esta mistura de crenças, este verdadeiro “sincretismo religioso” é que, nos dias de Filipe, tinha grande fama na cidade um mago chamado Simão, que exercia a arte mágica, que se dizia “uma grande personagem” e que, assim, conseguira credibilidade no meio do povo, atendendo a todos eles, desde grandes até pequenos, sendo conhecido como “a grande virtude de Deus”.  

– Notamos como um conhecimento parcial das Escrituras, como uma religiosidade que se deixa influenciar por fatores alheios à Palavra de Deus é presa fácil do inimigo das nossas almas, que, de pronto, consegue criar um ambiente propício seja à idolatria, seja ao misticismo e à feitiçaria.  

– Os samaritanos eram descendentes de povos idólatras, que, diante das ocorrências envolvendo os moradores que haviam ocupado a Israel, resolveram também adorar ao Deus de Israel, como se fosse apenas mais um deus.

Além do mais, seu conhecimento de Deus foi dado por sacerdotes do culto dos bezerros de ouro de Dã e Betel, que não eram, assim, em absoluto, exemplos de servos do Senhor, como bem deixa claro a reação que tais sacerdotes tiveram diante da pregação de Amós (Am.7:10-17).  

– Assim, sem terem deixado a idolatria, tendo um ensinamento precário da Palavra de Deus e, ainda por cima, recusando-se a adotar todas as Escrituras hebraicas, os samaritanos tornaram-se alvos fáceis da influência cultural de persas e gregos, o que fez com que não só odiassem os judeus mas resolvessem estabelecer um templo rival ao de Jerusalém, o que era contrariar a própria lei que diziam adotar, que dizia ser único o lugar de adoração (Dt.12:14).  

– Não foi, portanto, difícil a Simão, o mago, conquistar esta posição de proeminência entre os samaritanos e a iludi-los com artes mágicas.

Ao se dizer “uma grande personagem” e ser “a grande virtude de Deus”, pode-se inferir que Simão fosse um seguidor do gnosticismo, que dizia haver os “mestres”, os “espíritos evoluídos”, que estavam prontos a ensinar aos outros o “caminho da ciência”, o “caminho do conhecimento”.  

– Era este ambiente absolutamente hostil ao Evangelho que foi encontrado por Filipe. No entanto, como ele era cheio do Espírito Santo, ao chegar à cidade de Samaria, o diácono fez a única coisa que lhe cabia fazer: pregar a Cristo (At.8:5).  

– Quem desfaz as obras do diabo é Jesus Cristo, foi para isto que Ele veio (I Jo.3:8), Quem liberta o homem do pecado é Jesus Cristo (Jo.8:36) e, portanto, Filipe não foi fazer “um mapeamento espiritual” da cidade de Samaria, para identificar os “espíritos territoriais”, as “fortalezas”, mas, sim, começou a anunciar “a luz do mundo”, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois é Ele quem chama das trevas para a luz (I Pe.2:9).  

– Filipe começou a pregar e, mesmo sendo um judeu, cheio que estava no Espírito Santo, fez com que as multidões unanimemente prestassem atenção ao que dizia. Esta atenção não decorreu apenas das palavras ditas por Filipe, mas, também, pela confirmação desta palavra pela cooperação do Senhor, já que além de ouvir, passaram a ver os sinais que Filipe fazia.  

– Filipe tinha o poder do alto e, em virtude disto, passou a expulsar espíritos imundos e a curar paralíticos e coxos (At.8:7). Era um Evangelho completo, pregado por alguém que era revestido de poder e que não só conhecia as Escrituras, mas também o poder de Deus. Por isso, não tinha como errar (cfr. Mt.22:29).  

– Além de pregar a Cristo, Filipe também pregava acerca do reino de Deus, que nada mais é que o domínio de Deus sobre as nossas vidas. Filipe não só anunciava que Cristo salva, mas também que devemos viver como Ele viveu, que devemos nos renunciar a nós mesmos e à nossa vontade e nos submetermos à vontade do Senhor.  

– Era uma pregação que contrariava todo o histórico religioso de Samaria, que sempre se caracterizara por ter uma religiosidade peculiar, seletiva, que recepcionava o que lhe agradava das mais diversas tradições religiosas com as quais tinha contato.  

– Samaria representa, precisamente, este segmento do mundo, o segmento do “self-service”, tão em voga em nossos dias que se caracterizam pelo individualismo (II Tm.3:1-5), onde se constrói uma religiosidade que procura amalgamar ensinamentos de várias doutrinas, para fazer uma “religião do gosto do cliente”, um “pacote próprio de crenças”.  

– Recentemente, uma pesquisa do norte-americano Centro de Pesquisas Pew chegou à aterradora constatação de que 61% dos cristãos entrevistadas creem em pelo menos uma de quatro ideias religiosas difundidas pelo movimento Nova Era que, todos sabemos, é o principal movimento de incremento do “espírito do anticristo” em nosso tempo (veja: BANCARZ, Steven. 61% dos cristãos acreditam nessas 4 ideias da Nova Era. Trad. de Júlio Severo. 7 nov. 2018. Disponível em: http://juliosevero.blogspot.com/2018/11/61-dos-cristaos acreditam-nessas-4.html Acesso em 16 nov. 2018). Eis a constatação de que como, mesmo entre os que cristãos se dizem ser, este segmento do “self-service” está a prevalecer.

– Há quem, como o saudoso pastor Severino Pedro da Silva, enxergue em Samaria a parcela excluída da sociedade,  aqueles segmentos que são vítimas de preconceitos e barreiras culturais e que, por isso, dificilmente são evangelizados.

Não resta dúvida de que Filipe, para iniciar a sua pregação, teve de vencer estas barreiras de sua própria cultura, mas o poder do alto não só é eficaz para derrotar as hostes espirituais da maldade como também os elementos culturais discrepantes da Palavra de Deus que se encontram introjetados em nossa personalidade.  

– Não nos esqueçamos de que o batismo com o Espírito Santo é o total domínio do Espírito sobre o nosso ser, tanto que seu sinal é o “falar em línguas”, e isto não é por acaso, pois, como lembra o pastor Luiz Henrique de Almeida Silva, pioneiro brasileiro das videoaulas de EBD na internet, é a língua o membro do corpo mais resistente ao domínio divino, já que, no dizer de Tiago, é

“…um pequeno membro, [que] gloriase de muitas coisas (…) é também um fogo, como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e infla op curso da natureza e é inflamada pelo inferno” (Tg.3:5-7).  

– Assim, uma vez batizado com o Espírito Santo, tornamo-nos ainda mais dominados pelo Espírito Santo e, sendo assim, os preconceitos adquiridos durante a nossa socialização podem ser extirpados quando necessário para fazermos a obra de Deus.  

– Filipe começou a pregar e Jesus, a salvar e os samaritanos, crendo, batizavam-se, tanto homens quanto mulheres (At.8:12). A pregação foi tão eloquente e eficaz que o próprio Simão, o mago, também creu em Jesus (At.8:13).   

– Não deve ter sido fácil para Simão, o mago crer. Ele se considerava “uma grande personagem”, “a grande virtude de Deus”, tinha este conceito diante dos samaritanos, mas o fato é que estava diante do verdadeiro poder do alto e acabou crendo.  

– Simão, então, passou a acompanhar Filipe de perto e ficou cada vez mais atônito ao presenciar a manifestação do poder de Deus, algo muito mais intenso e diferente das suas artes mágicas.  

– Não sabemos o que Simão, o mago fazia. O fato é que dava atendimento tanto a grandes quanto a pequenos e, não apenas durante um pequeno período, mas durante muito tempo. Isto nos permite deduzir que tais artes mágicas não eram apenas ilusões, embustes ou enganos, mas efetiva atuação maligna, cujo objetivo era manter as pessoas na ilusão espiritual, na crença na ação de espíritos malignos.  

– Isto não era novidade. Também vemos a atuação de magos no Egito (Ex.7:11,12,22; 8:7) e na Babilônia (Ez.21:21-32), mas, em todas as ocasiões em que há menção de atividades malignas eficazes, ou elas são mostradas como inferiores ao poder de Deus, ou atuam como meros instrumentos da realização da vontade divina.  

– Precisamos ter, pois, consciência de que, ainda hoje, as ações malignas estão aí para iludir as pessoas, inclusive as que tentam se aproximar de Deus mas de forma inadequada, equivocada e inapropriada, como foi o caso dos samaritanos.

Muitos os que estão em busca de Cristo Jesus, acham até que O professam, mas, a exemplo dos samaritanos, envolvem-se num amálgama de crenças e de dogmas, sendo alvos fáceis das “artes mágicas”.  

– Não é por acaso o que vemos entre pessoas que cristãs se dizem ser e estão atrás de médiuns, “curadores espirituais”, chegando mesmo a frequentar “hospitais de cura espiritual”, que estão aumentando em número em nosso país?

– Não é por acaso o que vemos entre pessoas que cristãs se dizem ser e estão atrás de “rosas ungidas”, “cruzes iluminadas”, “vassouras santas”, “toalhas ungidas” e tantos outros amuletos, para receberem bênçãos de Deus, por causa de pessoas que dizem ser “grande virtude de Deus” e “grandes personagens”?  

– Somente podemos enfrentar este tipo de gente com a pregação de Cristo e do reino de Deus, mas temos de estar, a exemplo de Filipe, cheios do Espírito Santo e prontos para expulsar demônios, curar enfermos e fazer sinais e grandes maravilhas.  

– Samaria foi tomada de uma grande alegria (At.8:8) e as notícias chegaram até Jerusalém que, então, destacaram Pedro e João para ir ver o que estava acontecendo. Quando lá chegaram, os apóstolos notaram que faltava uma coisa para aquela multidão de convertidos: o revestimento de poder.  

– O trabalho de Filipe estava sendo muito bem feito, mas o diácono, que agora já se comportava como um evangelista, não notara a necessidade de fazer com que os novos crentes samaritanos também iniciassem a evangelização. Somente Filipe estava à frente daquele movimento, porque só ele era revestido de poder.

A obra tinha de continuar e se expandir e, para isto, necessário se fazia o revestimento de poder.  

– Pedro e João, então, impuseram as mãos sobre os crentes samaritanos e eles, então, receberam o revestimento de poder, tendo, assim, condições de, a exemplo de Filipe, também enfrentarem as hostes espirituais da maldade, passando a ter um papel proativo na evangelização, papel até então exercido somente por Filipe.  

– Simão, o mago, então, ao ver o revestimento de poder, desejou ter também este poder, mas, lamentavelmente, achando-se ainda “uma grande personagem”, “a grande virtude de Deus”, foi até os apóstolos e lhes ofereceu dinheiro para ter este poder, no que foi repelido pelos apóstolos que, neste gesto, viram um fracasso espiritual na vida daquele homem.  

– Ao achar que o dom de Deus se obteria com dinheiro, Simão, o mago, menosprezou as coisas sagradas, praticou verdadeiro sacrilégio e, assim, como disse o próprio Pedro, separou-se da Palavra, pois seu coração não era reto diante de Deus.  

– Teria Simão, o mago realmente se convertido? O texto sagrado disse que ele creu e o apóstolo Pedro apenas diz que o coração de Simão não era reto diante de Deus, sendo certo que, antes disso, foi dito que Simão ficou atônito ao ver os sinais e maravilhas que se faziam. Parece-nos que, ao ver os sinais e maravilhas, tentando-os entender à luz de sua experiência com as artes mágicas, Simão deu lugar ao diabo, que começou a agir no interior daquele homem, fazendo-o crer que a operação de Filipe era idêntica às artes mágicas.  

– Quando, então, encontrou com Pedro e João que fizeram algo maior que Filipe até então fizera, Simão, o mago, então, achou que poderia suplantar Filipe, convencido que já estava de que suas artes mágicas e a operação do Espírito Santo eram a mesma coisa, e, assim, tentou subornar os apóstolos para obter tal poder que Filipe, pensava ele, não teria.  

– O fracasso espiritual de Simão, o mago, então, estava no fato de atribuir ao demônio o que foi feito pelo Espírito Santo, o mesmo erro cometido pelos fariseus ao acusarem Jesus de expulsar demônios por Belzebu, o que configura blasfêmia contra o Espírito Santo, pecado imperdoável (Mt.12:22-32; Lc.11:1423), em mais uma evidência de que se estava diante de quem, tendo conhecido a Cristo, renega-Lhe posteriormente. Era este “o pensamento do coração” que  Pedro disse que tinha de ser perdoado.  

– Nesta repreensão de Pedro vemos, uma vez mais, o poder do alto desmascarando o poder das trevas, mostrando a todos que Deus conhece todas as coisas e não deixa o Seu povo iludido diante de más intenções de coração, máxime quando elas são diretamente forjadas pelas hostes espirituais da maldade.

As Escrituras não registram mais sobre Simão, o mago. Este, confrontado por Pedro, que já prenuncia a difícil restauração espiritual daquele homem, apenas pediu que orassem por ele para que nada do que eles haviam dito viessem sobre ele.  

– A tradição cristã, repetida pela história eclesiástica, porém, dá conta de que Simão, o mago não se arrependeu, mas uma vez mais se arrogou a condição de “grande personagem”, voltando a praticar rituais mágicos, tendo inclusive declarado ser um deus e ido até Roma, onde, inclusive, granjeou seguidores, tendo sido adorado como um deus.

Eusébio de Cesareia, em sua História Eclesiástica, narra este episódio e diz, com todas as letras, ter sido Simão, o mago, sido chamado pelo pai da Igreja, Justino, de “agente do demônio”.

 Temos aqui um exemplo claro daquilo que Nosso Senhor e Salvador alertou a respeito daqueles que, uma vez tendo sido possuídos por demônios, descuidam da vida espiritual e se esvaziam de Deus:

sua casa varrida e adornada é, então, ocupada por sete outros espíritos malignos piores do que o primeiro e seu último estado é pior do que da época da incredulidade (Mt.12:43-45; Lc.11:24-26).

OBS: Eis o relato de Eusébio de Cesareia a respeito de Simão, o mago:

“…Quando a fé do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo difundiu-se entre todos os homens, o inimigo da salvação engendrou um estratagema para conquistar para si a cidade imperial e levou até ali Simão, a quem mencionamos antes.

Com a ajuda de artifícios insidiosos, ele agregou a si muitos dos habitantes de Roma, no intuito de enganá-los. Isso é atestado por Justino, um de nossos notáveis escritores, não muito depois dos tempos dos apóstolos, a respeito de quem tratarei o que é necessário no devido lugar. O leitor pode ver por si na primeira apologia de nossa religião dirigida a Antonino, onde assim escreve: ‘Após a ascensão de nosso Senhor ao céu, certos homens foram subornados por demônios como seus agentes e diziam serem deuses.

Esses foram não somente tolerados, sem perseguição, como até considerados dignos de honra entre nós.

Um deles foi Simão, certo samaritano da vila chamada Gitão. Este, no reinado de Cláudio César, ao realizar vários rituais mágicos pela operação de demônios, foi considerado deus em vossa cidade imperial de Roma e foi por vós honrado como um deus, com uma estátua entre as duas pontes no rio Tibre (numa ilha), tendo a subscrição em latim:

Simoni Deo Sancto, ou seja, A Simão, o Santo Deus; e quase todos os samaritanos, também uns poucos de outras nações, o cultuam, confessando-o como o Deus Supremo.…” (CESAREIA, Eusébio de. História eclesiástica. Trad, de Lucy Iamakami. Rio de Janeiro: CPAD, liv.2, cap. XIII, p.60).  

– O revestimento de poder tornou-se necessário para a igreja em Samaria a fim de que ela continuasse e prosseguisse a evangelização efetuada por Filipe que, logo depois disto, seria retirado dali, em mais uma demonstração bíblica da necessidade de poder do alto para que sejamos vitoriosos contra as hostes espirituais da maldade na batalha espiritual.

E isto efetivamente ocorreu, pois, o texto sagrado diz que “as igrejas em toda a Judeia, Galileia e Samaria tinham paz, e eram edificadas, e se multiplicavam andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At.9:31).  

– O batismo com o Espírito é “poder do alto para ser testemunha”, como bem definiu o pastor Samuel Nyström no já aludido hino da Harpa Cristã. Se há aqueles que negligenciam, como disse este poeta sacro, há outros que têm buscado este dom dos céus.

O próprio Nyström diz: “…Mas, glória a Deus! Há outros que acordaram e cheios de poder pentecostal, vão despertar os crentes ociosos, p’ra acharem este dom celestial” (terceira estrofe do hino 167 da Harpa Cristã).   

– E, graças a estes que, despertados, despertam outros para buscar o revestimento de poder é que:

“…No nome de Jesus nós proclamamos a salvação p’ra todo o pecador, e este nome cura os enfermos, que buscam n’Ele aliviar a dor; e os demônios serão expulsos, porque Jesus poder nos prometeu e já um povo está se preparando  p’ra encontrar Jesus, o Rei do céu” (quarta estrofe do hino 167 da Harpa Cristã). Tem sido esta a realidade de nossa igreja local? Pensemos nisto!  

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/3668-licao-10-poder-do-alto-contra-as-hostes-da-maldade-i

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