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LIÇÃO Nº 13 – ESTER: A PORTADORA DAS BOAS-NOVAS

INTRODUÇÃO

-Na conclusão do estudo do livro de Ester, estudaremos os capítulos 8 a 10.

-Ester não só livrou seu povo mas comunicou o livramento.

I – O NOVO PEDIDO DE ESTER

-Hamã havia sido enforcado e o rei havia autorizado Mardoqueu a exterminar a sua descendência, o que representou o cumprimento da promessa divina de destruição completa de Amaleque de debaixo dos céus.

-Entretanto, isto não resolvia a questão, porque o decreto de Assuero que mandava destruir todos os judeus no dia treze de Adar continuava em vigor e o rei, inclusive, não poderia revogá-lo, pois as ordens dos reis dos medos e persas eram irrevogáveis (Et.8:8; Dn.6:8,12).

-A morte de Hamã se dera no dia 19 de Zive, o segundo mês, e já se estava no dia 23 de Sivã, o terceiro mês, ou seja, 33 dias haviam se passado (lembrando que Ester demorou 33 dias para se apresentar ao rei depois que soube do decreto da destruição e que Zive tem 29 dias).

-Ester, então, a ver a inércia a respeito por parte de Assuero, arrisca novamente a sua vida e vai até o monarca sem ser chamada e, mais uma vez, ao ver a rainha, Xerxes I estende o seu cetro, permitindo, assim, que a rainha lhe viesse falar (Et.8:3,4).

-Nesta segunda oportunidade em que Ester se submete ao “teste do cetro”, vemos um comportamento diferente do primeiro. Naquela vez, a rainha tão somente convidou o rei e Hamã para um banquete em seus aposentos, dizendo que lá faria o seu pedido.

-Naquela ocasião, era necessário, como já visto em lição anterior, manter o sigilo da sua nacionalidade e parentela, preservar a sua própria imagem bem como também a do rei e, até mesmo, de Hamã, impedindo, assim, que alguma atitude impensada ou precipitada viesse a prejudicar ainda mais os judeus.

-Agora as circunstâncias eram outras. Hamã havia sido morto, bem como sua descendência, Ester já tinha revelado sua nacionalidade e parentela, de modo que não havia mais necessidade de sigilo ou preservação de imagem.

-Eis a razão por que, nesta segunda vez, Ester se lançou aos pés do rei, chorando e suplicando para que ele revogasse o decreto real. Notemos que a rainha, assim que chegou à sala do trono, já entrou, lançou-se aos pés do rei, aos prantos e pedindo a revogação do decreto.

-Ester demonstrava ter tido sua fé aumentada com a ação da Divina Providência que havia levado à morte de Hamã e a sentença de morte de sua família. A rainha havia experimentado a ação da mão divina e isto, indubitavelmente, fez com que a sua fé crescesse bem assim a sua esperança.

-Disto nos fala o apóstolo Paulo, quando nos mostra que a trajetória cristã contém tribulações, para que, delas, advenha a paciência e a paciência, por sua vez, gera a experiência, experiência esta que dá nascimento à esperança, que não traz confusão (Rm.5:1-5).

-Quando passamos por tribulações, o que é uma constante neste mundo, onde só nos são garantidas as aflições (Jo.16:33), isto não se dá porque o Senhor seja masoquista. Não, não e não!

-Deus permite as tribulações porque é por elas que entraremos no reino de Deus (At.14:22), exatamente porque elas desencadeiam um processo que nos leva à esperança que nos impede de ser confundidos e perseverar servindo ao Senhor até o fim. Aleluia!

-É o que diz conhecido corinho que, como estes corinhos antigos, já não é mais cantado em nossas igrejas locais: “As lutas vêm e passam, não desanimes, não, quem crê em Jesus Cristo já tem a salvação. Há crente que não gosta de passar tribulação mas para entrar no céu é com luta, meu irmão.

As lutas vêm e passam não desanimes, não quem crê em Jesus Cristo já tem a salvação. É reino contra reino, nação contra nação, pai contra filhos, irmãos contra irmãos. As lutas vêm e passam, não desanimes, não, quem crê em Jesus Cristo já tem a salvação.

Somos bem-aventurados quando em lutas nós estamos, é nas tribulações que a Cristo mais oramos. As lutas vêm e passam, não desanimes, não, quem crê em Jesus Cristo já tem a salvação.”

-Diante da experiência tida com a vitória sobre Hamã e seu povo, Ester teve sua fé aumentada, assim como sua esperança, e foi pedir ao rei algo que era impossível: a revogação do decreto.

-Ester, mesmo não sendo mais tão discreta e sigilosa, manteve-se na sua qualidade de mulher submissa. Se entrou na sala do trono sem ser chamada e de sopetão, fê-lo para se lançar aos pés do monarca. Que gesto de humilhação que, certamente, moveu o coração de Assuero.

-Temos nós também nos posto aos pés do nosso Rei Jesus em meio às aflições desta vida? Temos demonstrado esta confiança no poder do Senhor, mesmo diante daquilo que é humanamente impossível? Pensemos nisto!

-Não há aqui como deixarmos de lembrar do hino 434 da Harpa Cristã, traduzido/adaptado pelo pastor Paulo Leivas Macalão (1903-1982), que, em sua segunda estrofe, assim afirma: “A Teus pés, ó Jesus Cristo, acho terna compaixão, para todos meus pesares, meus conflitos, minha dor. Livra-me, ó Jesus Cristo, de cuidados, de aflição, e concede-me constante Teu poder consolador!”

-Ester não apenas se lançou aos pés de Assuero, como o fez em prantos, chorando, demonstrando toda a sua angústia e tristeza com a iminência da morte e da destruição dela e de seu povo.

-O choro é uma demonstração de sensibilidade, uma atitude que mostra que quem chora é pessoa dotada de sentimentos, emoções, o que é próprio de quem vive em comunhão com o Senhor, visto que o amor a Deus e o amor ao próximo geram sentimentos de benignidade, bondade, longanimidade.

Enfim, quem chora revela que leva em conta o outro, que não tem um coração de pedra, mas um coração de carne (Ez.11:29; 36:26).

-Por duas vezes, as Escrituras registram que o próprio Senhor Jesus chorou (Jo.11:35; Lc.19:41), a nos mostrar que, ao chorarmos aos pés do Senhor, estamos a imitar nosso Mestre e Senhor, o que é algo que Ele mesmo diz que devemos fazer (Jo.13:13-15).

-Não é por acaso que, entre as bem-aventuranças dos discípulos do Senhor Jesus, está a bem-aventurança dos que choram, porque serão consolados (Mt.5:4). O choro é uma demonstração de impotência humana, da consciência da sua dependência de Deus e, por conseguinte, a atitude daquele que confia no Senhor, que deposita n’Ele a sua esperança.

-Embora estivesse Ester chorando aos pés de Assuero, sabemos claramente que, antes, já estava a rainha a chorar diante de Deus, a implorar ao Senhor o livramento, a vida para o seu povo. Não era este o assunto de sua oração durante o jejum de três dias antes de se apresentar ao rei pela vez primeira?

-O saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012) costumava dizer que, antigamente, os crentes iam para a igreja munidos de Bíblia, hinário e um lenço, pois, inevitavelmente, iriam chorar, demonstrando toda a sua sensibilidade espiritual.

Em nossos dias, porém, como dizia aquele irmão, há muitos sorrisos, muitas risadas (até as famigeradas “risadas santas”), em uma cabal amostra de que há grande insensibilidade espiritual entre os que cristãos se dizem ser…

-Ester, também, não ficou apenas chorando, mas, em meio ao pranto, pedia a Assuero que revogasse o decreto de destruição do povo judeu. Ela formulava um pedido certo, objetivo e determinado, ainda que, aparentemente, impossível ante o costume da irrevogabilidade dos decretos reais entre os medos e persas.

-Conjecturamos que, até aquele momento, não sabia Assuero o que fazer. Era claro que ele não queria a morte da rainha e o extermínio do povo judeu, que não era seu intento fazer prevalecer a vontade de Hamã, que, inclusive, havia sido enforcado, como toda a sua descendência, mas a regra da irrevogabilidade o imobilizava, como, décadas antes, imobilizara Dario, o medo no episódio em Babilônia que terminou por Daniel ser jogado na cova dos leões.

-Ester demonstrava toda a sua confiança em Deus, pedindo algo que era humanamente impossível. Esta atitude de Ester deve ser a atitude de cada servo do Senhor.

-Como diz o escritor aos hebreus: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, pela Sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é O que prometeu” (Hb.10:19-23).

-Ester teve ousadia, pois, uma vez mais, arriscou a sua vida indo à presença de Assuero sem ser chamada e, desta vez, não ficou, como da outra, diante da porta da sala do trono, mas já foi entrando e se lançando, aos prantos, aos pés do monarca.

-Nós, também, devemos entrar no santuário, que é o “santo dos santos”, o “lugar da presença de Deus”, o “lugar da glória de Deus”. Demonstramos ousadia quando o fazemos, pois sabemos que somos pecadores, que merecíamos a morte eterna, ou seja, a destituição da glória de Deus (Rm.3:23).

-Entretanto, vamos até a presença do Senhor porque sabemos que fomos lavados e remidos no sangue do Cordeiro (Ap.22:14), o sangue que nos purifica de todo o pecado (I Jo.1:7), o sangue que faz que nós, que antes estávamos longe, agora possamos estar perto do Senhor (Ef.2:13).

-Ester chegou ao rei com verdadeiro coração. Ester demonstrava sinceramente ao rei o seu apreço pela sua própria vida e pela vida de seu povo. O Senhor não despreza um coração quebrantado e contrito, porque para ele, quando nos chegamos assim à Sua presença, estamos a fazer um sacrifício para Deus, pois é isto que significa a Ele o espírito quebrantado (Sl.51:17).

-O Senhor fez questão de revelar a cada um de nós que, embora habite num alto e santo lugar, sendo o Alto e o Sublime, não está distante de nós, mas, bem ao contrário, está também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos (Is.57:15).

-Ester, a exemplo de Ana (I Sm.1:9-15), estava a derramar a sua alma na presença de Deus e a fazer a sua súplica ao rei Assuero. Ester bem sabia que a intervenção divina era absolutamente necessária, até porque Assuero estava com “mãos e pés atados” diante da norma da irrevogabilidade do decreto.

-Este gesto de Ester faz-nos lembrar do que disse o salmista: “Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem” (Sl.56:11). Esta deve ser a nossa atitude, como incentiva o escritor aos hebreus: “E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” (Hb.13:6).

-Temos agido desta forma, amados irmãos? Ou temos, antes, confiado em homens, em circunstâncias políticas ou sociais? Qual tem sido a nossa conduta ante as coisas aparentemente impossíveis?

-Façamos como o salmista Davi, ele próprio um homem de guerra e que poderia depositar sua confiança nas armas, mas que, no entanto, nisto não depositava sua confiança: “Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus” (Sl.20:7).

-Recentemente, em nosso país, algumas centenas de pessoas servas de Deus preferiram depositar sua confiança nas Forças Armadas e o resultado é que muitas delas, na atualidade, estão ao sofrer sobremaneira, inclusive prisão, por causa desta mudança de foco. Tomemos cuidado, amados irmãos!

-Ester não só se apresentou com verdadeiro coração, como também em inteira certeza de fé. O fato de já ir entrando na sala do trono, mesmo não tendo sido chamada, como também o de iniciar imediatamente a sua súplica pela revogação do decreto, algo que, como temos insistido em dizer, era humanamente impossível, mostra como Ester sabia que teria êxito, que era esta a vontade de Deus.

-Aqui não há como deixarmos de lembrar do que diz o apóstolo Paulo: “Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fp.1:6).

-Ester, porém, somente fez o que fez porque estava em plena comunhão com Deus e fazendo-Lhe a vontade. Somente podemos chegar aos pés do Senhor se tivermos nosso coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, ou seja, se tivermos obtido o perdão dos nossos pecados, como também nos mantido separados do pecado, mantendo-nos em santidade.

-Deus não ouve àquele que não O teme, como bem disse o ex-cego de nascença para os judeus da sinagoga (Jo.9:31).

-Quando o rei estendeu o cetro a Ester, ela se pôs em pé diante de Assuero e, mais uma vez, reconhecendo a autoridade do monarca, pediu que, se fosse bom aos olhos dele, que se revogasse o decreto de destruição do povo judeu, que se abandonasse o intento do falecido Hamã, tornando ineficazes as cartas que haviam sido enviadas às cento e vinte e sete províncias do Império Persa (Et.8:5).

-Ester baseava esta sua súplica na circunstância de que não tinha como ela se manter indiferente à perspectiva da própria destruição e do seu povo, daí porque fazia tais súplicas ao monarca.

II– O NOVO DECRETO REAL

-Assuero, num primeiro instante, quis mostrar que também não era indiferente. Fez questão de lembrar que havia enforcado Hamã e entregado a casa dele ao poder de Mardoqueu, tornando possível o extermínio da descendência de Amaleque, histórico inimigo dos filhos de Israel (Et.8:7).

-Em seguida, porém, mesmo sem saber bem o que fazer, quis atender à rainha e determinou que se escrevesse cartas aos judeus para que agissem como bem lhes parecesse, devendo isto ser selado com o anel do rei, em redação que seria feita por Mardoqueu, assim como aquelas outras cartas haviam sido redigidas por Hamã (Et.8:8).

-Mardoqueu resolvia a difícil questão da irrevogabilidade. Sem retirar a ordem de destruição, deu outra ordem autorizando que os judeus pudessem se reunir e se defender daqueles que quisessem executar o decreto de destruição.

-Mardoqueu foi extremamente sábio: não podia revogar a ordem anterior, mas autorizou os judeus a que se defendessem e destruíssem aqueles que quisessem cumprir o decreto de Hamã.

-A nova norma não era a revogação expressa do decreto anterior, mas o tornava ineficaz, pois quem quisesse cumpri-lo poderia ser prontamente repelido e até morto pelos judeus.

-Vemos aqui, aliás, algo extremamente importante e que tem sido alvo de polêmicas em todo o mundo, inclusive em nosso país, sobre a necessidade de poderem as pessoas ter condições de se defender das pessoas más.

-Mardoqueu, um homem temente a Deus, permitiu aos judeus que se defendessem e, inclusive, utilizassem da força para manter a sua vida e impedir o cumprimento do decreto de Hamã.

-Trata-se, portanto, de uma medida que não é contrária à vontade de Deus. Bem ao contrário, é um antídoto para que o mal não seja praticado e um dos principais objetivos do Estado, do governo humano, é o castigo da prática do mal (Rm.13:3,4).

-Quem se levanta contra este direito de autodefesa está a contrariar os próprios desígnios divinos com relação ao governo humano, consente com a impunidade, ajuda a disseminar a prática do mal e, assim fazendo, é digno de condenação assim como o que pratica o mal, pois, como diz o apóstolo Paulo, “…conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mais também consentem aos que as fazem” (Rm.1:32).

-Além de permitir aos judeus que se reunissem e se defendessem, inclusive podendo matar todos os seus inimigos que quisessem cumprir o decreto de Hamã, Mardoqueu também, com este decreto, sinalizava a “mudança dos ventos políticos” no Império Persa.

-Assim como o decreto de Hamã já prejudicava os judeus antes mesmo do dia treze de Adar, pois ficara impossível a própria vida social do povo, que passou a ser discriminado e desprezado por todos, inviabilizando todo e qualquer relacionamento em sociedade, já que eram considerados maus vistos pelo próprio rei persa, agora, com este novo decreto, ocorria o inverso, as pessoas passaram a fazer questão de prestigiar, manter relacionamento e ajudar os judeus, já que eram eles especialmente protegidos pelo rei e, mais do que isto, era um judeu o que agora ocupava a segunda posição no Império.

-O decreto de Mardoqueu, portanto, tinha ainda um poderoso instrumento dissuasório, que não só inibia os inimigos dos judeus, que sabiam que, se tentassem executar o povo, seria repelido pelos israelitas, também levava muitos, ainda que por interesse, a se colocarem ao lado dos judeus, sendo, assim, agradáveis ao rei persa e a sua máquina administrativa, a começar dos próprios funcionários do Império, dos sátrapas.

-O decreto de Mardoqueu foi redigido e assinado no dia 23 de Sivã, que era o terceiro mês (Et.8:9).

-Isto nos mostra que, durante três meses, os judeus viveram sob o impacto da iminente destruição, sob a perspectiva macabra de extermínio. Deus estava no controle de todas as coisas, atuava com a Sua Divina Providência, nos mínimos pormenores, mas fez tudo a Seu tempo, não no tempo desejado pelos judeus, que seria a imediatidade.

-Em nossos dias, em que o desenvolvimento tecnológico e a disseminação das informações é feita em tempo real, há uma tendência para que, neste frenesi em que vivemos, também queiramos que o Senhor aja de imediato, “para ontem”, como diz conhecida expressão popular.

-Entretanto, não podemos agir desta maneira. Deus está acima do tempo, o tempo para Ele não existe, é eterno

e, se quisermos agir na imediatidade, corremos sério risco de desagradar ao Senhor e de cometer precipitações. O que é uma precipitação senão uma atitude tomada fora do tempo correto?
-Precisamos saber esperar em Deus, aguardar o Seu tempo, pois, inclusive, é no tempo d’Ele que Seus servos serão exaltados, após terem se humilhado (I Pe.5:6).

-Cuidado com aqueles falsos ensinos que querem nos fazer crer que devemos exigir de Deus que tudo se faça em nosso tempo e não no d’Ele.

Houve mesmo quem quisesse respaldar tal pensamento mencionando Sl.68:4, que, nas edições mais antigas da Versão Almeida Revista e Corrigida, assim está escrito: “Cantai a Deus, cantai louvores ao Seu nome; louvai Aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é JÁ; exultai diante d’Ele”.

-Houve mesmo quem compusesse um hino com o título “O Seu nome é Já”. Mas tomemos cuidado, amados irmãos. Por primeiro, não se pode construir uma doutrina bíblica com base em um versículo isolado. Só por isso, já podíamos repudiar a ideia de que Deus tem de agir imediatamente com base neste texto.

-Por segundo, tem-se que, como podemos bem observar da transcrição do texto, a palavra “JÁ” está em caixa alta, ou seja, com letras maiúsculas, indicando que se trata, na verdade, de uma abreviação do nome de Deus, uma versão poética de “Javé” ou “Jeová”.

Então se está apenas mencionando o nome de Deus, tal qual Ele Se apresentou a Moisés no monte Horebe, não se tratando do advérbio “já”. Então o texto não fala de tempo, nem de momento, como querem fazer crer estes falsos ensinadores.

-Tanto assim é que, para evitar confusão, na 4ª edição da Versão Almeida Revista e Corrigida, passou a constar “o Seu nome é JEOVÁ”.

-Foram longos três meses incompletos. Como a ordem de destruição saiu no dia 13 de Nisã, véspera da Páscoa, e o novo decreto somente foi expedido em 23 de Sivã. Segundo o calendário judaico, como Nisã tem 30 dias, temos 17 dias deste mês; o segundo mês, Zive, tem 29 dias e, por fim, o terceiro mês, Sivã, estava no seu 23º dia quando saiu o decreto, totalizando 69 dias de angústia e espera.

-Segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Frank Klassen, Ester só teria ido, pela vez primeira, à presença do rei praticamente um mês depois da saída do decreto, no dia 18 de Zive, data em que se teve o primeiro banquete. No dia seguinte, 19 de Zive, ocorreu o segundo banquete e o enforcamento de Hamã.

-Ainda segundo estes cronologistas, Assuero não tomara qualquer iniciativa desde então, de modo que Ester teria aguardado 33 dias antes de comparecer diante do rei para suplicar a revogação do decreto.

-Como diz Salomão: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec.3:1). Não queiramos nos apressar, muito menos apressar a Deus, entreguemos nosso caminho a Ele sabendo que Ele tudo fará e no tempo oportuno (Sl.37:5). Como diz conhecido adágio popular: “A pressa é inimiga da perfeição”.

-Atentemos, aliás, que o mês de Sivã é o mês em que se celebra a Festa das Semanas, ou Festa de Pentecostes, que é celebrada em 6 de Sivã e que, para os judeus, tem a finalidade de, a um só tempo, agradecer a Deus pelo início da colheita e pela entrega da Torá no monte Sinai.

-O período entre a Páscoa e a Festa das Semanas, que é de 50 dias, fala do início da trajetória de Israel depois da libertação do Egito, período em que houve o aperto e aflição com a mudança de atitude de Faraó, que quis reescravizar os hebreus, o milagre da passagem do Mar Vermelho, como também aqueles testes de fé que o Senhor deu a Israel e nos quais foram totalmente reprovados.

Entretanto, apesar de tudo isto, os israelitas, conforme o desígnio divino, chegaram ao monte Sinai e ali foram constituídos em reino sacerdotal e povo santo, em propriedade peculiar de Deus dentre os povos (Ex.19).

-Aprendamos isto: na vida espiritual, nada é guiado pelo tempo cronológico, que é uma realidade afeta à dimensão terrena.

-Disse o salmista Davi que um dia faz declaração a outro dia e uma noite mostra sabedoria a outra noite, sem linguagem, sem fala, ouvem-se as Suas vozes e o temor do Senhor é limpo e permanece eternamente (Sl.19:2,3,9). Não dependemos do tempo para confiar em Deus.

-Assim como ocorrera com o decreto de Hamã, esta nova ordem real foi publicada e proclamada no mesmo dia em Susã, tendo, então, apressadamente, sido mandadas as cartas para todas as cento e vinte e sete províncias do Império Persa.

-Mardoqueu recebera uma veste especial da parte do rei, com a qual, aliás, deve ter assinado o decreto com o anel real e o feito proclamar em Susã. Era uma veste real azul celeste e branca, como também uma grande coroa de ouro, com uma capa de linho fino e púrpura.

-Esta nota do texto bíblico é extremamente elucidativa. Na verdade, Assuero tomara aquela efeméride com que Mardoqueu fora honrado e a transformava em algo permanente.

-Mardoqueu não ostentaria uma veste real apenas por um dia, nem tampouco teria uma coroa real por um dia, como fora sugerido por Hamã, ainda que este pensava tratar-se ser o beneficiário e não Mardoqueu.

-Mardoqueu, dali para a frente, até o final de sua vida, vestiria a veste real azul celeste e branca, como também usaria uma coroa real, com uma capa de linho fino e púrpura.

-Esta informação tem um grande significado espiritual. Hamã, apesar de estar em proeminência no Império, não possuía a veste real, nem a coroa real, nem a capa de linho, embora muito as cobiçasse, tanto que, pensando ser o beneficiário da honra que Assuero queria dar, fez questão de incluir estes elementos na exaltação do homem de quem o rei se agradava, pensando tratar-se de si mesmo.

-Os ímpios, por mais poderosos que sejam, por maior glória terrena que atinjam, jamais poderão vestir as vestes da salvação, embora a almejem e cobicem. Eles são espiritualmente nus (Cf. II Co.5:3), estando completamente destituídos da glória de Deus por serem pecadores impenitentes (Rm.3:23).

-Por isso, quando do juízo do trono branco, o chamado “juízo final”, quando ressuscitarem, não estarão em corpos gloriosos, mas, sim, em corpos que exporão a sua vergonha e desprezo (Dn.12:2).

-Já os justos, aqueles que temem a Deus, que creram em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que fazem a vontade do Senhor, estes, sim, recebem as vestes de salvação (Is.61:10), vestes que são brancas, visto que representam as justiças dos santos (Ap.19:8), aqueles que são dignos de desfrutar da companhia do Senhor na eternidade, os que vencerem o mundo (Ap.3:4,5).

-Mardoqueu aqui tipifica o justo, representa aquele que teme a Deus e que é, pelo sangue de Cristo, feito rei e sacerdote (Ap.1:5,6).

-Assuero lhe autorizara a vestir a veste real, bem como usar uma coroa real, fazendo-o, pois, na prática, um rei. Foi exatamente isto que o Senhor Jesus fez com cada um que n’Ele creu e, por isso mesmo, os integrantes da Igreja são um “sacerdócio real” (I Pe.2:9), também estando destinados a reinar com Cristo para sempre, primeiramente mil anos nesta Terra (Ap.20:4) e depois, nos novos céus e nova terra, para sempre e ininterruptamente (II Pe.3:13; Ap.21:3; I Ts.4:17).

-A veste de Mardoqueu eram azul celeste e branca, indicando que o destino dos justos é o céu, a morada de Deus, onde há santidade, pois, nos céus, é incessantemente proclamado que Deus é santo pelos serafins que voam em Seu trono (Is.6:1-3).

-Assim como Mardoqueu, mesmo estando numa posição proeminente, não se prendia às coisas terrenas, basta ver que, após ter sido honrado, retornou ao seu posto à porta do rei como se nada tivesse acontecido, somente aqueles que se desprendem das coisas desta vida, que pensam nas coisas que são de cima (Cl.3:1-3), que buscam primeiro o reino de Deus e a sua justiça (Mt.6:33), que ajuntam tesouros nos céus e não na terra

(Mt.6:19,20) é que permanecerão para sempre na companhia do Senhor. Lembremos disto!

-A capa de linho fino e púrpura que se lhe pôs, e que é um elemento a mais à honra que se lhe havia sido dada por ser agradável ao rei, conforme já visto, representa a justiça dos santos (Ap.19:8) e a concessão da dignidade real aos servos de Cristo Jesus, pois a púrpura é a cor da realeza (Dn.5:7).

-Assim como Mardoqueu ostentou esta dignidade real até o final de sua vida, também os servos de Jesus ostentarão esta condição de reis e sacerdotes e para todo o sempre, já que Cristo vive eternamente (Ap.1:18) e Seu reino não terá fim (Lc.1:33).

-O decreto de Hamã causara confusão entre os moradores de Susã (Et.3:15). Assim são as coisas promovidas pelo diabo, pelo mundo e pela carne, os nossos adversários nesta nossa jornada para os céus. Deus não é de confusão (I Co.14:33).

-Um bom termômetro para identificar se algo provém de Deus, ou não, é observar se se gerou confusão por causa deste acontecimento, evento ou manifestação. Aquilo que vem de Deus nunca é confuso, mas sempre algo claro, cristalino e transparente.

-O decreto de Mardoqueu, ao revés, trouxe alegria e exultação em Susã (Et.8:15). Todos entendiam que a justiça tinha sido feita, que os judeus estavam agora sendo tratados em consonância com sua sempre presente lealdade aos reis da Pérsia, desde quando ficaram sob o domínio deste reino.

-Notemos que estamos a falar não dos judeus, mas, sim, dos demais povos, que, podemos dizer, eram imparciais, não tinham razões para pender para um lado ou para o outro.

-Evidentemente que, entre os judeus, que haviam ficado consternados e, sabiamente, seguiram o exemplo de Mardoqueu, orando e jejuando em clamor a Deus, quando do decreto de Hamã (Et.4:3), agora, com o novo decreto, estavam em festa, havendo luz, alegria, gozo e honra (Et.8:16).

-Mais uma vez vislumbramos no livro de Ester o cumprimento da Palavra de Deus, a demonstração de que o Senhor está no controle de todas as coisas. Como diz Salomão: “Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira” (Pv.29:2).

-Nos dias de Hamã, havia confusão em Susã, o povo estava surpreso, indignado até, mas calado, com medo do opressor primeiro-ministro. Agora, nos dias de Mardoqueu, o povo podia festejar e se alegrar, fazer tudo às claras, porque a justiça imperava.

-Esta alegria estava presente em todo o território do Império Persa, não apenas em Susã, e não só dos judeus mas de todos os homens de bem (Et.8:17).

-Assim como Ester e Mardoqueu propiciaram boas novas para os judeus e demais súditos de todo o Império Persa, a Igreja também leva a todas as nações as boas novas da salvação. O Evangelho leva alegria, gozo, paz a todos os que o ouvem e o aceitam. Nós somos prova viva de que é isto que ocorre com quem crê em Jesus e no Evangelho.

III– A VITÓRIA DOS JUDEUS SOBRE SEUS INIMIGOS

-No mês de Adar, no dia treze, o dia que, anteriormente, fora fixado por sorte, diante de Hamã, para ser o dia do extermínio dos filhos de Israel, ocorreu exatamente o contrário, foi o dia em que os inimigos dos judeus é que foram exterminados (Et.9:1).

-Quando da chegada das cartas que traziam o primeiro decreto, muitos dos inimigos dos judeus se manifestaram e já começaram a tanto discriminar os judeus como a se prepararem para o dia do extermínio.

-Provavelmente, muitos destes inimigos o eram de forma enrustida, pois sabiam da influência que os judeus

tinham no Império Persa, mas, a exemplo de Hamã, nutriam ódio contra o povo de Deus.

-Com a vinda do decreto, retiraram as suas máscaras e passaram a hostilizar abertamente os judeus, pois, como já dissemos, a situação dos judeus se deteriorou assim que se comunicava o decreto, pois o fato de o extermínio estar marcado para onze meses depois da edição não retirava a discriminação e as hostilidades desde já, ainda mais quando se sabia que o decreto era irrevogável.

-Mais uma vez como a Divina Providência opera. Não só o Senhor providenciou para que Amaleque fosse riscada de debaixo do céu, como também fez com que os inimigos dos judeus se manifestassem publicamente, para que pudessem ser identificados um a um e igualmente eliminados.

O Senhor estava a dar um basta aos inimigos dos judeus, já que se alcançara um patamar que punha em risco a própria existência de Seu povo, do povo que era a Sua propriedade peculiar dentre todos os povos.

-Deus continua a agir desta maneira. O próprio apóstolo Paulo afirmou aos coríntios que o Senhor permite que haja heresias para que os sinceros se manifestem (I Co.11:19).

-Perfeitamente identificados aqueles que já tinham feito os preparativos para destruir os judeus e aqueles que, mesmo diante do novo decreto, atreveram-se a dar cabo dos filhos de Israel foram, no dia treze de Adar, eles sim, mortos e destruídos, não estendendo a sua mão aos bens dos seus inimigos, tendo tido o amplo apoio de toda a máquina administrativa do Império, que queria agradar a Mardoqueu, o novo príncipe proeminente (Et.9:2-5).

-Somente neste dia, aliás, é que foram mortos os filhos de Hamã, numa eloquente demonstração de que Mardoqueu aguardou o tempo certo para dar fim à descendência de Amaleque. O homem temente a Deus aguarda o momento oportuno, não se precipita, não sai da presença do Senhor.

-Só em Susã foram mortos quinhentos inimigos dos judeus, tendo tudo sido informado a Assuero que, então, mandou chamar Ester, dando-lhe as informações e perguntando a ela se desejava ela mais alguma coisa.

-Ester, então, pediu ao rei que permitisse a continuação da matança dos inimigos dos judeus no dia seguinte, o dia quatorze do mês de Adar, tendo o rei aquiescido.

E, após terem dado cabo de seus inimigos, os judeus foram festejar a ação divina em prol da preservação da nação judaica, a “conservação” do povo, como diria o histopriador Flávio Josefo, tendo sido um dia de banquetes e de alegria (Et.9:13-18).

-Mardoqueu, então, instituiu uma nova festividade para o povo de Israel. Percebera que o Senhor tinha livrado Seu povo da iminente destruição e que isto não poderia ser esquecido ao longo dos séculos. Este cuidado divino para com Israel deveria ser celebrado.

-Assim, usando de sua autoridade, determinou que, no dia quatorze do mês de Adar, todos os anos, os judeus comemorassem a sua conservação, com alegria e entregando presentes uns aos outros, celebrassem a ação divina em prol da manutenção da existência de Israel entre os povos da Terra.

-A esta festividade, Mardoqueu deu o nome de “Purim”, lembrando que a data escolhida por sorte para destruição dos judeus havia, por Deus, sido transformado em dia da destruição dos inimigos dos judeus.

-Esta festa é comemorada até hoje entre os judeus, sendo um dia de folguedo e de alegria, em que, inclusive, os judeus se reúnem e leem o livro de Ester.

-Depois que Mardoqueu mandou estas cartas determinando a instituição desta festa, foi feita uma segunda carta confirmatória, que teve também a assinatura de Ester, e tudo foi escrito num livro, que entendem ser, precisamente, o livro de Ester (Et.9:32).

-Segundo os judeus, a festa de Purim é o dia mais alegre do ano, em que os judeus devem se alegrar e festejar, comendo e bebendo.

-Os judeus, em sua tradição, acrescentaram à festividade um jejum na véspera de Purim, ou seja, no dia treze de Adar, chamado de “Jejum de Ester”, recordando que Ester jejuou antes de comparecer à presença do rei.

-Por causa deste costume, os judeus costumam fazer um paralelo entre o “dia da expiação” (Yom Kippur) e a festa de Purim.

-No dia da expiação, primeiramente os judeus se alimentam na véspera, pois terão de jejuar na festividade o dia todo, pedindo perdão para os seus pecados, numa festividade que faz realçar o homem interior.

-Já em Purim, primeiro eles jejuam e, no dia da festividade, alimentam-se fartamente, fazendo sobressair o homem exterior.

-Purim é a última festa do calendário judaico, ocorre no último mês, o mês de Adar ou seja, é “a festa do fim do tempo”.

-Tipologicamente, esta festa simboliza o Estado Eterno, quando haverá eterna alegria e felicidade entre Deus e o Seu povo, pois terá cessado o tempo e estaremos na eternidade, com novos céus e nova terra.

-Em Purim, as pessoas devem comer e beber, estar em comunhão, e, no Estado Eterno, estaremos na Nova Jerusalém, “o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Ap.21:3), numa sempiterna e total comunhão.

-No Estado Eterno, temos plenamente o que foi dito pelo poeta sacro e pastor Adriano Nobre de Almeida (1883-1938) na quarta e última estrofe do hino 3 da Harpa Cristã: “…Nesse tempo, céu e terra hão de ser a mesma grei, entoando aleluias ao meu Rei!”.

-Todas as coisas estarão congregadas em Cristo, pois se estará na dispensação da plenitude dos tempos (Ef.1:10).

-Em Purim, as pessoas devem demonstrar alegria e gozo, é considerado o dia mais alegre do ano. No Estado Eterno, haverá eterna alegria, pois “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap.21:4).

-Em Purim, os judeus celebram o livramento da destruição que era querida pelo inimigo Hamã, que foi morto. No Estado Eterno, também o diabo e seus anjos estarão para sempre no lago de fogo e enxofre, não mais podendo realizar qualquer ato não só contra os filhos de Deus, mas a qualquer criatura (Ap.20:10).

-O livro de Ester termina mencionando que Mardoqueu continuou sendo o segundo do rei Assuero e que teve um governo próspero, procurando o bem de seu povo e trabalhando pela prosperidade de toda a sua nação (Et.10:3).

-Sem ser mencionado uma única vez no livro de Ester, o Senhor mostra como está no controle de todas as coisas e de que como livra o Seu povo para cumprir o Seu plano salvífico pela humanidade.

– Que este estudo do livro de Ester tenha nos animado a confiar em Deus e a saber que Deus sempre providenciará para que todos nós perseveremos em servi-l’O e cheguemos até os céus, para desfrutarmos eterno gozo, pois, operando Ele, quem impedirá?

Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/10872-licao-13-ester-a-portadora-das-boas-novas-i

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