LIÇÃO Nº 13 – UMA VIDA DE FRUTIFICAÇÃO
O crente genuíno é uma pessoa que produz o fruto do Espírito Santo, pois este é o resultado inevitável de quem está em comunhão com Cristo.
INTRODUÇÃO
– A importância do fruto do Espírito Santo na vida cristã foi ilustrada de modo singular pelo Senhor Jesus no seu ensinamento a respeito da videira verdadeira, feito no bojo das Suas últimas instruções, antes de ser preso e morto pelos nossos pecados.
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Ao mostrar que os cristãos são ramos da videira, que é Ele próprio, o Senhor demonstrou que não pode haver um indivíduo que seja salvo que não produza o fruto do Espírito Santo.
– Quando observamos este importante ensino de Jesus, devemos nos examinar e verificar se estamos produzindo o fruto do Espírito Santo. Quem não frutifica, diz o Senhor, sem meias palavras, é cortado e lançado fora.
Não é possível ser crente, ser salvo sem que se produza o fruto do Espírito Santo. Estamos frutificando? Somos verdadeiramente salvos?
I – A VIDEIRA E SEUS RAMOS
– Deus, ao criar todos os seres vivos que existem sobre a face da Terra, determinou que cada um produzisse o correspondente à sua finalidade e posição na ordem estabelecida pelo Senhor.
Assim, a erva verde e a árvore deveriam produzir fruto segundo a sua espécie (Gn.1:11), ou os animais deveriam produzir outros segundo a sua espécie (Gn.1:22.25).
– O homem, que foi o encarregado de Deus para dominar sobre toda esta criação sobre a face da Terra (Gn.1:26), também foi incumbido de produzir fruto segundo a sua espécie (Gn.1:28).
Este fruto não é apenas a procriação, até porque a ordem divina é clara “frutificai e multiplicai-vos”, a indicar, portanto, que frutificar é algo distinto de procriar, algo mais excelente e mais importante até do que a procriação. Com efeito, nem todos os homens procriam, mas todos os homens têm de frutificar.
– A frutificação é a produção segundo a espécie (Gn.1:11). Deus fez o homem como Sua imagem e semelhança (Gn.1:27), de modo que o homem tem de produzir fruto segundo esta espécie, ou seja, deve refletir a imagem e semelhança de Deus nas suas atitudes e ações, pois é esta a sua natureza.
Por isso, o apóstolo Paulo afirma que o salvo (aquele que está em comunhão com Deus, que teve restabelecida a sua posição original, que foi distorcida pelo pecado) “reflete, com cara descoberta, como um espelho, a glória de Deus” (II Co.3:18).
– Entretanto, quando o homem pecou, a imagem e semelhança de Deus ficaram distorcidas no ser humano.
O pecado fez separação entre Deus e o homem, de tal sorte que o homem foi destituído da glória de Deus (Rm.3:23), não podendo, portanto, mais refletir esta glória, pois sabemos que quem reflete a luz não tem a luz em si mesmo, mas depende de os raios luminosos o atingirem para que possa ocorrer a reflexão e, mais, para que haja uma reflexão regular, somente se for um espelho, o que, como vimos na lição do apóstolo Paulo, é algo que só é possível a quem é convertido (II Co.3:16-18).
OBS: “…Um espelho reflete a luz que chega até ele. Trata-se de uma reflexão regular dos raios luminosos. A superfície refletora do espelho é bem polida. Sabemos também que uma parede reflete a luz que chega até ela (é por isso que podemos enxergar a parede).
Porém, claramente notamos que existe uma diferença entre estas duas reflexões.
Em uma delas podemos ver nitidamente uma imagem, que está se formando no espelho, enquanto na outra somente enxergamos a parede.
Reflexão regular: é a reflexão que ocorre numa superfície lisa e polida. Exemplo: espelho.
Reflexão difusa: é a reflexão que ocorre numa superfície irregular. Nesta reflexão os raios espalham-se desordenadamente em todas as direções.…” (Reflexão da luz. http://www.google.com/search?q=cache:4A2hQ5AKlXQJ:www.lasallecaxias.com.br/alunos/fisica/espelhos/eplano.htm+%22reflex%C3%A3o+da+luz%22&hl=pt-BR Acesso em 30 nov.2004).
– Para que o homem, pois, produza o fruto segundo a espécie, segundo a posição e a natureza para o qual foi criado, é necessário que o pecado seja extirpado, seja retirado do homem, que foi, precisamente, o que Jesus veio fazer quando encarnou (Jo.1:29).
Por isso, o primeiro anúncio público de Cristo em Seu ministério, feito por João Batista, tinha por objetivo esclarecer o homem de que esta era a função primordial de Cristo entre nós: tirar o pecado do mundo.
– Diante disto, vemos, claramente, que o fruto do Espírito Santo está vinculado indissociavelmente à salvação, ao perdão dos pecados, à comunhão com Deus.
Quando se fala em produção do fruto do Espírito, está-se a falar de salvação, de uma existência em comunhão com o Senhor.
Por isso, Jesus aliou o fruto do Espírito à verdade ou falsidade em servi-l’O. Pelos frutos sabemos se alguém é um verdadeiro crente ou se é um falsário (Mt.7:15-20).
Ao vincular o fruto à verdade, Jesus, uma vez mais, deixa-nos bem esclarecido que a presença do fruto do Espírito é a prova se temos por pai a Deus ou o diabo (Jo.8:38-45).
– É precisamente este o tema da ilustração da videira verdadeira a que Jesus Se refere no meio de Suas últimas instruções e que se encontra registrada no capítulo 15 do evangelho segundo escreveu João.
Jesus começa a ilustração dizendo ser a videira verdadeira e o Pai, o lavrador.
– O Pai é o lavrador porque é Ele quem assumiu a posição de coordenar e supervisionar o plano da criação e da salvação do homem.
O homem foi criado por todas as três Pessoas divinas, como nos dá conta a forma plural do verbo em Gn.1:26, ou seja, “façamos”.
Todavia, coube ao Pai a tarefa de organizar e dirigir a ação de salvação do homem, tanto que é dito pelas Escrituras que foi quem enviou o Filho (Jo.3:16), como quem determinou qual seria a obra a ser executada pelo Filho (Jo.17:4).
Aqui, uma vez mais, o Senhor Jesus mostra que o Pai foi o lavrador, ou seja, quem plantou a videira verdadeira, quem providenciou o meio de salvação, a vida aos homens, o retorno à comunhão entre Deus e os homens.
– O Filho, por sua vez, é a videira verdadeira, ou seja, é o ser que tem a vida, é quem concede vida ao homem.
Não há como obter vida, que nada mais é que a comunhão com Deus (pois morte é a separação provocada pelo pecado), a não ser por intermédio de Jesus. Ele é o ser vivo, o verdadeiro ser vivo.
Quem está ligado na videira, tem vida, tem a verdadeira comunhão com Deus.
Quando observamos a estrutura de um vegetal superior, como é a videira, vemos, claramente, que a posição de Cristo na vida espiritual do crente é absolutamente central, daí porque ter o Senhor afirmado, com pertinência integral, de que “sem Ele nada podemos fazer” (Jo.15:5 “in fine”). Senão vejamos:
a) Na ilustração, Jesus é a raiz – Quando se diz que Jesus é a videira verdadeira, é dito que Ele é a raiz.
Ora, “…a raiz é o órgão geralmente subterrâneo, especializado em fixação da planta ao solo, absorção de água e substâncias dissolvidas, transporte de água e solutos às partes aéreas, armazenamento (as plantas bienais armazenam na raiz durante o primeiro ano reservas que utilizarão no segundo ano para produzir flores, frutos e sementes)…” (Morfologia de plantas vasculares. A organização do corpo das plantas: raiz. http://www.biologia.edu.ar/botanica/tema1/1-7raiz.htm Acesso em 30 nov. 2004) (tradução nossa).
Jesus é, portanto, o único fundamento da vida espiritual verdadeira (I Co.3:11), a única fonte de alimento espiritual para o homem (Jo.6:35,48), Aquele que sustenta a vida espiritual até o fim (Sl.66:9; 119:116; Ef.5:29).
b) Na ilustração, Jesus é o caule – Quando se diz que Jesus é a videira verdadeira e que nós somos os ramos, também é dito que Jesus é a parte principal do caule.
Ora, “…o caule é órgão que liga o sistema radicular(a raiz, observação nossa) ao sistema foliar(às folhas, observação nossa).(…).
É o órgão do vegetal que se desenvolve na atmosfera, com geotropismo negativo, geralmente clorofilado e que sustenta as gemas, os ramos, as folhas, as flores e os frutos. Em sua extremidade encontra-se a gema apical e em sua base a raiz.…” (Caule. http://www.consulteme.com.br/1b/biologia/caule.htm Acesso em 30 nov. 2004).
Jesus é aquele que liga o homem a Deus, o único mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5), é Ele quem faz a unidade da Igreja (Gl.3:28), é Ele quem sustenta a vida da Igreja (Sl.66:9; 119:116; Ef.5:29).
– Já os crentes são comparados aos ramos, que são parte do caule, mas que, ao contrário da parte principal do caule, não está ligado ao chamado “nó vital”, que é a região que separa a base do caule da raiz.
Aqui a raiz e a base do caule são o próprio Jesus e, por isso, n’Ele está concentrada a vida, não nos ramos, que nada mais são que desenvolvimentos das chamadas gemas ou gomos, “…também chamadas botões, [que] são um esboço de órgão vegetal, susceptível de evoluir de forma e que dá origem ou a um ramo dotado de folhas ou a uma flor.…” (Caule. http://www.consulteme.com.br/1b/biologia/caule.htm Acesso em 30 nov. 2004).
Vemos, pois, que os crentes são “esboços da videira”, isto é, imagens da planta, que revelarão a natureza da raiz e do caule, que indicarão a que espécie nós pertencemos.
– Dentro deste quadro pintado por Jesus, temos a consciência de que, como ramos, temos de nos desenvolver, temos de crescer, temos de frutificar.
O desenvolvimento, o crescimento, a frutificação é do ramo, ainda que abastecido pelo caule e pela raiz.
Assim, embora tenhamos de obter de Cristo o alimento espiritual (que é a Palavra de Deus, o próprio Jesus – Jo.6:33,51; I Co.10:17; Ap.19:13), é nossa tarefa fazer com que este alimento produza o fruto correspondente, pois as folhas, as flores e os frutos, como nos ensinam os botânicos, nada mais são que desenvolvimento dos ramos.
– Jesus, portanto, afirma que quem está em comunhão com Ele, quem está ligado na videira, não tem como não dar fruto.
“Quem está em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto” (Jo.15:5 “in medio”). Notemos que o Senhor não diz que quem está n’Ele pode dar muito fruto, mas é categórico ao dizer que dá muito fruto.
É uma consequência inevitável da vida de comunhão com Jesus a presença de uma conduta que seja de acordo com a Palavra de Deus.
Quando não temos pecado a impedir nossa comunhão com Deus, passamos a refletir a glória de Deus e, portanto, é evidente a imagem de Deus em nós, ou seja, nossas ações passam a mostrar que temos a mesma natureza divina, que somos parecidos com Cristo.
Foi, por isso, que os crentes em Antioquia foram chamados de “cristãos”, que significa, semelhantes a Cristo, parecidos com Cristo.
Será que fazemos aquilo que Jesus fez enquanto esteve entre nós? Como pergunta o poeta Gioia Júnior, num de seus mais conhecidos poemas, “o que faria Jesus se estivesse em nosso lugar?”
Será que praticaria os mesmos gestos, as mesmas atitudes que temos praticado ?
Segundo o Senhor, é impossível que alguém seja crente e suas atitudes não sejam as mesmas da videira verdadeira. Temos de dar o mesmo fruto que Jesus deu, se é que somos da mesma espécie, se é que somos ramos, varas que estão em Jesus.
– A videira verdadeira, por outro lado, não é estática, não é parada, mas se trata de uma planta e, como tal, tem vida, motivo por que sempre está crescendo.
Quando Jesus Se comparou a um ser vivo, quis deixar claro que Seu corpo não estaciona, não fica parado, mas cresce a cada instante que passa.
Quando vemos a Igreja no livro de Atos dos Apóstolos, percebemos esta realidade.
A Igreja sempre vai crescendo e são varas as passagens que anunciam o crescimento da Igreja, que não é um crescimento quantitativo tão somente, mas, sobretudo, um crescimento qualitativo.
Se a Bíblia faz questão de dizer que milhares de almas eram acrescentadas (At.2:41; 4:4; 5:14; 8:6; 11:21), também não deixa de mostrar que aqueles que se juntavam à Igreja eram ramos da videira verdadeira, eram pessoas que se convertiam, que mudavam suas atitudes e seu modo de vida (At.2:41-47; 4:4,32-34; 8:12; 11:21).
– Jesus, nesta ilustração, portanto, mostra-nos que devemos sempre crescer na vida espiritual, que não é possível estacionarmos na caminhada de comunhão com Deus.
Quem não cresce é porque não está ligado à videira verdadeira. Os ramos são desenvolvimento dos gomos e, portanto, têm de estar sempre crescendo.
Jesus afirmou que quem está ligado n’Ele, esse dá muito fruto, ou seja, demonstra ter vida através da frutificação.
Caso não haja vida, ou seja, caso haja um estacionamento (que não é estacionamento, mas retrocesso, pois a dimensão espiritual é dinâmica, é dotada de movimento), o Senhor é bem claro, a pessoa que não está frutificando é pessoa que não está em Jesus e, portanto, “será lançado fora, como a vara, e secará, e os colhem, e lançam no fogo, e ardem.”(Jo.15:16).
– Uma característica interessante da videira é que quanto mais o ramo se aproximar da posição vertical, maior será o seu vigor.
Assim, quanto mais nos aproximarmos do Senhor, quando mais tivermos como foco de nossa vida espiritual Jesus, o autor e consumador da nossa fé, que está sentado à destra de Deus, quanto mais pensarmos nas coisas que são de cima, mais frutificaremos, mais cresceremos espiritualmente.
– Entretanto, quem estiver frutificando também não está numa posição de imobilização.
O Senhor Jesus disse que todo aquele que dá fruto é limpo, para que dê mais fruto (Jo.15:2), ou seja, o salvo também passa por um processo da parte do Senhor.
Não o processo de exclusão, de morte, como o que não dá fruto, mas o processo da santificação, da purificação, o processo da “poda”, que tem por objetivo aumentar a sua capacidade de frutificação.
OBS: “…A poda adequada é essencial para que uma árvore desenvolva uma estrutura forte e uma forma desejável.
As árvores que recebem as medidas de poda apropriadas quando são jovens precisarão de pouca poda corretiva em sua idade adulta.…” (La página hispana de la Sociedad Internacional de Arboricultura. La poda de árboles jóvenes (Pruning young trees). http://www.google.com/search?q=cache:4o37AqCW7iAJ:www.isahispana.com/pubs/pruning.htm+poda&hl=pt-BR Acesso em 30 nov. 2004) (tradução nossa)
– Por isso, não podemos concordar com aqueles que veem a vida cristã como uma vida de sucessos, êxitos e prosperidade, mormente do lado material, sem dificuldades, problemas ou desafios a enfrentar.
O verdadeiro salvo é aquele que, quando cresce espiritualmente, sofre um processo de “poda”, ou seja, acaba “sendo cortado”, acaba “sofrendo dor”, com o intuito de se tornar mais limpo e em condições de dar mais fruto no reino de Deus.
O processo da poda é doloroso, mas tem em vista um propósito sublime: o crescimento espiritual.
A poda tanto pode ser “seca”, que é aquela que retira galhos frágeis para que a seiva circule apenas nos galhos frondosos, ou seja, podemos ser alvo da retirada de certas atividades, de certas áreas de nossas vidas, que eram indicações de fraqueza espiritual, para que aprendamos a depender mais e mais do Senhor, como também podemos sofrer a chamada “poda verde”,
que é aquela que ocorrem em pleno período vegetativo da videira, ou seja, quando estamos em pleno instante de crescimento e de vigor espiritual,, cujo objetivo é “…eliminar a brotação mal situada ou inútil, com o propósito de obter uma maior ventilação e insolação no vinhedo…” (Sindicato Rural de Jundiaí e Embrapa vinho e uva. Videiras. http://www.google.com/search?q=cache:S8L5lzaCxpcJ:www.cotrisoja.com.br/artigos/2004-11/art-2004-11-003.html+%22poda+verde%22&hl=pt-BR Acesso em 30 nov. 2004), ou seja, permitir que o nosso crescimento espiritual possa, também, contribuir para o crescimento da comunidade a que pertencemos.
– A ilustração feita pelo Senhor é de uma propriedade absoluta, singular, a demonstrar como Deus conhece, perfeitamente, a natureza que criou e como toda e qualquer aplicação escriturística de coisas naturais às espirituais é perfeita.
Ensinam os vinicultores que “…a videira, em seu meio natural, pode atingir grande desenvolvimento. Nessas condições, a produtividade não é constante e os cachos são pequenos e de baixa qualidade.
Ao limitar o número e o comprimento dos sarmentos, a poda seca proporciona um balanço racional entre o vigor e a produção, regularizando a quantidade de uva produzida e sua qualidade.
A poda verde constitui-se num importante complemento da poda seca para melhorar as condições do dossel vegetativo do vinhedo.…” (Embrapa Vinho e Uva. Uvas americanas e híbridas para processamento em clima temperado. http://www.google.com/search?q=cache:KEiX5DjrJREJ:sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvaAmericanaHibridaClimaTemperado/poda.htm+%22poda+verde%22&hl=pt-BR Acesso em 30 nov. 2004).
Vemos, portanto, que o objetivo de Cristo ao limpar os ramos é o de proporcionar um crescimento equilibrado, um crescimento que cumpra os propósitos estabelecidos por Deus para a Igreja aqui na Terra.
– Assim, quando somos provados pelo Senhor, embora isto possa nos trazer alguma dor imediata (pois a poda é um corte), devemos ter consciência de que isto é uma demonstração de que estamos vivos, de que somos parte da videira verdadeira, pois, como diz Jesus, somente quem está em Cristo é que é limpo e esta limpeza se fará pela Palavra do Senhor (Jo.15:2,3).
Portanto, não façamos como os amigos de Jó que, ao verem o velho patriarca sendo provado, de imediato o acusaram de pecado, pois nem sempre a provação é resultado de uma atitude de separação do Senhor, mas, muitas vezes, é exatamente a indicação do contrário.
II – AS CONDIÇÕES PARA A FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL
– Após termos visto a riqueza da ilustração da videira verdadeira quanto ao papel de cada um na vida espiritual, é preciso que avaliemos as condições em que se dá a frutificação.
Todos temos de frutificar, como bem vimos, algo que é necessário desde a criação do homem e que foi distorcido por causa do pecado. Mas, como é possível esta frutificação?
O que é necessário para que alguém frutifique?
– A primeira condição é a de “estar em Jesus” e de “Jesus estar no crente” (Jo.15:4 “in initio”).
Estar em Jesus e Jesus estar no crente significa “comunhão”, ou seja, que tudo o que for nosso é de Cristo e vice-versa. Quando alguém aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, o Senhor vem habitar no crente (Jo.14:23).
Não mais vivemos, mas Cristo passa a viver em nós (Gl.2:20), de modo que a vontade do Senhor passa a ser a nossa vontade e é por isso que tudo que pedirmos em nome do Senhor será feito (Jo.15:7).
Estabelecer comunhão com Cristo é não permitir que qualquer área de nossa vida fique sujeita ao nosso ego, aos nossos desejos, mas que tudo seja entregue a Cristo, é viver uma vida sem qualquer reserva ao Senhor.
– Quando temos comunhão com o Senhor, andamos segundo o espírito, ou seja, seguimos a orientação do nosso espírito que, por sua vez, é dirigido e orientado pelo Espírito Santo.
Há uma perfeita ligação entre o Espírito Santo e o nosso espírito e, por isso, dominamos a natureza pecaminosa que ainda existe em nós (e que somente será aniquilada por ocasião da nossa glorificação, no arrebatamento da Igreja).
Sem esta comunhão, não é possível que produzamos o fruto do Espírito Santo, pois somente se, voluntariamente, nos submetemos à vontade de Deus é que poderemos realizar ações e condutas que estejam de acordo com a Palavra do Senhor, que evidenciem que somos participantes da natureza divina.
– Ser crente é produzir o fruto do Espírito Santo. Produzir o fruto do Espírito Santo é seguir a vontade de Deus nas nossas vidas.
Quão diferente é esta realidade bíblica do que andam dizendo por aí. Ser crente não é ter poderes sobrenaturais, não é fazer sinais, maravilhas ou prodígios, não é impor a sua vontade e os seus caprichos a Deus.
Ser crente é se submeter voluntariamente ao Senhor e fazer a Sua vontade, transformar a nossa vontade em vontade do Senhor.
Ser crente não é ser um “pequeno deus”, um “super-homem”, mas um ramo da videira verdadeira, um prolongamento do Senhor, uma “longa manus” (ou seja, uma mão longa) de Deus sobre a face da Terra.
OBS: “…A preocupação com os dons. O mesmo Espírito Santo que nos guia na santidade e produz fruto em nós também distribui os dons espirituais aos crentes.
Parecemos muito mais interessados nos dons do Espírito do que no fruto, a despeito do ensino claro na Bíblia de que alguém pode possuir dons e ser imaturo no progresso espiritual. A carta de Paulo aos Coríntios deixa isso muito claro.…” (SPROUL, R.C. O fruto do Espírito. Disponível em: http://www.ocalvinismo.com/2011/11/o-fruto-do-espirito-r-c-sproul.html Acesso em 22 nov. 2016).
– O que fazer para ter comunhão com Deus? O próprio Jesus responde a esta indagação, dizendo que o primeiro passo para sermos limpos, ou seja, pertencermos à videira como ramos frutíferos, é “sermos limpos pela palavra que Jesus tem falado” (Jo.15:3).
Ponto fundamental para que tenhamos comunhão com Deus é conhecermos e praticarmos a Palavra de Deus.
Daí porque ser tão importante e essencial que o crente leia e medite na Bíblia Sagrada, participe de reuniões onde se ensine e se pregue a Palavra de Deus.
– Não há elemento que proporcione mais a santificação do crente, a sua contínua aproximação de Deus, que nos permita ficar cada vez mais ligado na videira verdadeira do que a Palavra do Senhor.
São as Escrituras que testificam de Jesus (Jo.5:39), é a Palavra do Senhor que nos concede vida (Sl.119:116,117). Somente quando escondemos a Palavra de Deus em nossos corações não pecamos contra o Senhor (Sl.119:11).
Se queremos pertencer à videira verdadeira, precisamos saber o que é a verdade, produzir verdade, e a Palavra do Senhor é a verdade que santifica (Jo.17:17).
– A perda de espaço que a Palavra de Deus tem tido na vida de muitas pessoas é a razão de elas não estarem mais frutificando, é o motivo pelo qual muitos têm sido cortados e lançados fora da videira verdadeira.
Não há como estarmos em Jesus se não formos limpos pela Palavra (Jo.15:3), se não meditarmos na lei do Senhor de dia e de noite (Sl.1:2). É indispensável que sejamos limpos pela Palavra para que produzamos o
fruto do Espírito.
É preciso que as palavras de Jesus estejam em nós para que tenhamos vida e vida com abundância, pois as palavras do Senhor são espírito e vida (Jo.6:63).
– O apóstolo Paulo, no seu discurso ao rei Agripa, fez questão de ressaltar que nunca ia além do que havia sido revelado pelas Escrituras, “…não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer…” (At.26:22b).
A vida do apóstolo Paulo é uma vida de contínua alusão às Escrituras, de identificação com a Bíblia Sagrada.
– A segunda condição para que produzamos fruto do Espírito Santo é o cumprimento da Palavra do Senhor pelo crente.
Não basta sermos ouvintes da Palavra e que, através dela, tomemos decisão de servir mais e mais ao Senhor, mas devemos ser praticantes desta Palavra, devemos cumpri-la. Jesus disse que o salvo é aquele que guarda os Seus mandamentos (Jo.15:10 “in initio”), aquele que faz o que Ele manda (Jo.15:14).
Fazer o que Jesus manda nem sempre é fácil. Aliás, quase sempre é motivo para que sejamos confrontados com todos aqueles que nos cercam e que não servem a Cristo, é “ser do contra”, é “remar contra a maré” (Ef.2:1-3).
Entretanto, este é um preço que temos de pagar, pois, quando aceitamos a Cristo, renunciamos a nós mesmos e tomamos a nossa cruz, ou seja, assumimos a responsabilidade de fazer a vontade de Deus, que é o que consta na Sua Palavra (Mt.16:24; Mc.8:34; Lc.9:23; 14:33).
– Fazer o que Jesus manda é o que sempre devemos fazer. Fazer o que Jesus manda é produzir o fruto do Espírito Santo. Fazer o que Jesus manda é negar a si mesmo.
Fazer o que Jesus manda é, muitas vezes, desafiar a lógica humana, as estruturas pecaminosas da sociedade e, porque não dizer, do próprio poder estabelecido nesta geração perversa.
Fazer o que Jesus manda é se revoltar contra o mundo e todo o sistema maligno em que ele está imerso.
Mas, quando fazemos o que Jesus manda, glorificamos o Pai, porque provamos que somos discípulos de Cristo e produzimos o fruto do Espírito Santo e, como disse Jesus, “nisto é glorificado meu Pai” (Jo.15:8a).
E, se glorificamos a Deus, por Ele seremos glorificados, pois “não negará bem algum aos que andam na retidão” (Sl.84:11b) e “…se morrermos com Ele, também com Ele viveremos; se sofrermos, também com Ele reinaremos…” (II Tm.2:11b,12a) ou, ainda, “…se alguém Me servir, Meu Pai o honrará.” (Jo.12:26b).
– A terceira condição para que se produzir o fruto do Espírito é a perseverança. É preciso “permanecer no amor de Deus”.
O apóstolo Paulo recomenda que sejamos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (I Co.15:58).
O segredo da salvação está em que devemos ser fiéis a Deus e estar em comunhão com Ele hoje, até o dia de hoje, como Paulo afirma em seu já mencionado discurso ao rei Agripa, quando diz que “…ainda até ao dia de hoje permaneço… “(At.26:22 “in medio”).
– O tempo do crente se chama hoje (Hb.3:13), ou seja, “este dia” ( a palavra hoje vem do latim “hodie”, que, por sua vez, é a. corruptela da expressão “hoc die”, i.e., “neste dia”), que nada mais é que todos os dias.
Precisamos permanecer em Cristo até o dia do arrebatamento da Igreja ou, se Jesus tardar mais do que nossas existências físicas, até o final de nossa vida sobre a face da Terra.
A vitória está em perseverar até o fim (Mt.24:13). Não nos iludamos com o “tempo de casa”, pois ser crente não é igual a ter tempo de serviço, pois, se formos fiéis durante toda a nossa vida e, no último instante, pecarmos, estaremos irremediavelmente perdidos (Ez.18:24).
Perseveremos e nos mantenhamos firmes na casa do Senhor.
– “Permanecer”, no original grego (“meno” – μένω), é “estar firme”, “estar em pé”, “manter posição”.
Quando aceitamos a Cristo, diz-nos a Bíblia, fomos transportados da potestade das trevas para o reino do Filho do Seu amor (Cl.1:13), fomos tirados dum lago horrível, dum charco de lodo e tivemos nossos pés colocados sobre uma rocha, onde os nossos passos foram firmados (Sl.40:2) e não podemos sair deste lugar no qual fomos postos pela imensa misericórdia do Senhor.
– Devemos permanecer, a despeito de tudo o que nos aconteça, pois para que produzamos o fruto do Espírito, é indispensável, é absolutamente necessário que mantenhamos a nossa posição, que perseveremos.
Este foi o erro dos anjos caídos, que deixaram a sua própria habitação e, por isso, estão reservados para a escuridão (Jd.6).
Não deixemos a nossa habitação, nem saiamos do nosso lugar, para que alcancemos a vitória por intermédio de Cristo Jesus, porque a habitação dos justos é abençoada pelo Senhor (Pv.3:33).
– A quarta condição para a produção do fruto do Espírito é a existência do amor divino no crente.
“O Meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo.15:12).
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
E nisto conhecemos que somos da verdade e, diante d’Ele, asseguraremos nossos corações” (I Jo.3:18,19).
– A presença do amor divino, o amor desinteressado, o amor descrito em I Co.13 na vida de cada crente é a maior prova de que estamos ligados no Senhor.
A multiplicação da iniquidade fará com que muitos crentes sucumbam, diz-nos a Bíblia, e isto ocorrerá porque o “amor de muitos (no original, quase todos) se esfriará.” (Mt.24:12).
A situação espiritual da humanidade tem piorado sensivelmente porque muitos crentes têm perdido o amor de Deus nas suas vidas.
A falta de amor é a maior prova do desvio espiritual e o que mais tem ocorrido no meio dos que cristãos se dizem ser nos nossos dias.
O amor é o elemento principal do fruto do Espírito e se não amarmos como Deus nos ama, fatalmente seremos lançados fora da videira verdadeira:
“aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo.4:8).
III – OS FATORES INDISPENSÁVEIS PARA UMA COLHEITA ABUNDANTE
– Para que tenhamos uma colheita abundante, ou seja, para que a produção de frutos seja farta na videira verdadeira, é preciso que tenhamos a poda seca e a poda verde, que são feitos pelo lavrador, bem como que se tenha uma perfeita comunicação entre os ramos e a raiz e o caule principal.
– Ora, como já vimos supra, a poda seca e a poda verde são realizadas pelo Pai.
Deus nos prova e nos faz passar por tribulações, para que tenhamos condições de frutificar melhor, “…pois que, por muitas tribulações, nos importa entrar no Reino de Deus” (At.14:22b). A tribulação melhora o nosso caráter, o que significa afirmar que faz com que frutifiquemos mais.
– Quando observamos as práticas de poda entre os vinicultores, percebemos que as podas são diferentes umas das outras e levam em conta as condições específicas de cada planta, o tipo de solo em que estão, o clima da região onde se encontram as videiras, os tipos das gemas (que são os “botões’) e os aspectos sanitários envolvidos.
Isto nos mostra, claramente, que cada indivíduo, cada ramo terá um tratamento especial da parte do lavrador.
A minha prova não é idêntica a do irmão, nem podemos reclamar ou achar que estamos sendo mais provados do que A ou B. Como diz a poetisa sacra Frida Vingren: “não desanimes por ser tua cruz maior que a do teu irmão.
A mais pesada levou teu Jesus, te consola então. A tua cruz vai levando, como Jesus perdoando, alegremente andando pr’o lindo céu.” (2ª estrofe do hino 394 da Harpa Cristã).
– Mas, para que tenhamos uma colheita abundante, é preciso que os ramos sejam bem alimentados.
Somente se houver uma perfeita comunicação entre os ramos e o caule principal, que distribui a seiva para todo o vegetal, teremos condições de uma boa e farta produção.
Quanto a este ponto, sabemos que a raiz e caule principal da videira verdadeira, que é o próprio Jesus, é o próprio pão do céu, é o próprio alimento, que basta e é suficiente para nos fortalecer de modo a que venhamos a dar uma boa produção.
No entanto, para que este alimento chegue até o nosso espírito, alma e corpo faz-se necessário que não interrompamos a comunicação, ou seja, que tenhamos comunhão com o Senhor, da forma supramencionada. Jesus fornece alimento aos Seus discípulos, mas somente nos alimentaremos se tivermos comunhão com Ele.
Alimentar-se de Cristo não é participar da Ceia do Senhor, como defendem os católicos romanos, mas, sim, pertencer a Jesus, estar submisso à Sua vontade.
– Mas, dizem-nos os técnicos, “…qualquer que seja o sistema de poda aplicado, o viticultor deverá vigiar para que a futura área foliar e a produção tenham as melhores condições de aeração, calor e luminosidade.(Embrapa Vinho e Uva. Uvas americanas e híbridas para processamento em clima temperado. http://www.google.com/search?q=cache:KEiX5DjrJREJ:sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTM L/Uva/UvaAmericanaHibridaClimaTemperado/poda.htm+%22poda+verde%22&hl=pt-BR Acesso em 30 nov. 2004).
Em vista disto, sabemos que o Pai, que é o lavrador, cuida para que nós, os ramos, tenhamos as melhores condições para recebermos ar, calor e luminosidade, ou seja, para que venhamos a ser atingidos pelo vento do Espírito Santo, pelo fervor do Espírito Santo e pela luz da Sua Palavra. Por isso, para que frutifiquemos, o Senhor tomou as seguintes providências:
a) Mandou-nos o Espírito Santo, que habita em nós e nos orienta e dirige, de modo a que possamos sempre saber qual é a vontade de Deus para as nossas vidas e mantenhamos a nossa comunhão com o Senhor (Jo.16:13-15; Rm.8:9-17). Cada crente, pois, está sempre “arejado”, nas melhores condições de “aeração”.
b) Deixou à disposição dos discípulos o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais (I Co.12:1-4,27-31), através dos quais podemos crescer na graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e aumentar nosso fervor no Espírito Santo, d’Ele nos enchendo (Ef.5:18). Cada crente, pois, está sempre nas melhores condições de calor que poderia haver.
c) Providencia para que a Igreja seja dotada de ministros, de portadores dos dons ministeriais, a fim de que possa crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, mediante a exposição e o ensino da Palavra do Senhor, promovendo o nosso aperfeiçoamento espiritual (Ef.4:11-16). Cada crente, pois, está sempre nas melhores condições de luminosidade que poderia haver.
– Mas, além disto, vemos que “…na videira não se distinguem gemas vegetativas e gemas frutíferas, como em muitas espécies, mas sim somente gemas mistas, que originam brotos com inflorescências e folhas ou somente folhas.
A gema da videira é composta, sendo a principal chamada de primária, que dá origem a um broto frutífero; as outras duas são chamadas de secundárias, que geralmente brotam quando ocorrer algum dano com a gema primária (geada, granizo, vento, dano nas gemas superiores), as quais dão origem a brotos que podem ser férteis ou não.…” .(Embrapa Vinho e Uva.
Uvas americanas e híbridas para processamento em clima temperado. http://www.google.com/search?q=cache:KEiX5DjrJREJ:sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvaAmericanaHibridaClimaTemperado/poda.htm+%22poda+verde%22&hl=pt-BR Acesso em 30 nov. 2004).
Isto nos mostra que os “botões” da videira nunca estão sozinhos, dependem uns dos outros, pois nunca estão solitários.
Temos aqui uma outra demonstração da perfeição da ilustração de Cristo, pois também a Sua Igreja não é feita de ramos isolados uns dos outros, mas que dependem uns dos outros.
– Por isso mesmo, além dos dons ministeriais já aludidos, o Senhor também dá à Igreja os dons de serviço (Rm.12:1-8) e dos dons espirituais (I Co.12:1-1-11), precisamente para fazer com que haja o crescimento de todo o corpo de Cristo, de todos os salvos, na interdependência, que se verifica, no texto sagrado, nas diversas oportunidades em que se nota a necessidade de haver ações de “uns aos outros” e de “uns dos outros”, já que devemos:
- lavar os pés uns aos outros (Jo.13:14);
- amar uns aos outros Jo.13:34,35;15:12,17; Rm.12:10; 13:8; I Ts.4:9; I Pe.1:22; I Jo.3:11,23; 4:7,11,12; II Jo.5);
- preferir em honra uns aos outros (Rm.12:10);
- receber uns aos outros (Rm.15:7);
- admoestar uns aos outros (Rm.15:14; Cl.3:16);
- servir uns aos outros (Gl.5:13);
- suportar uns aos outros em amor (Ef.4:2. Cl.3:13);
- perdoar uns aos outros (Ef.4:32; Cl.3:13);
- sujeitar-nos uns aos outros no temor de Deus (Ef.5:21; I Pe.5:5);
- consolar uns aos outros (I Ts.4:18);
- exortar uns aos outros (I Ts.5:11; Hb.3:13; 10:25);
- considerar-nos uns aos outros (Hb.10:24);
- confessar a culpa uns aos outros (Tg.5:16);
- ser membros uns dos outros (Rm.12:5; Ef4:25);
- levar as cargas uns dos outros (Gl.6:2);
- ter igual cuidado uns dos outros (I Co.12:25).
– Deus criou o homem um ser social e, embora cada indivíduo tenha de se relacionar com Deus por si, pois a responsabilidade de cada um é pessoal, este relacionamento nunca é feito com desprezo do outro, do próximo.
Ao dar a ilustração da videira verdadeira, Jesus fez questão de enfatizar em Seu mandamento que nós deveríamos amar uns aos outros (Jo.15:12).
A vida espiritual não é uma vida isolada, a vida de um solitário, mas a vida de alguém que leva em consideração o outro, uma vida que leva em conta o próximo.
Por isso, o primeiro e grande mandamento, que diz respeito ao relacionamento entre o indivíduo e Deus, é complementado pelo mandamento do amor ao próximo.
É impossível que um ramo da videira verdadeira frutifique se não levar em conta os outros ramos, pois os ramos se originam de botões compostos, botões que não são isolados, mas que são um conjunto.
O corpo de Cristo é formado de mais de um membro necessariamente e a presença de Deus exige a presença de dois ou três reunidos em Seu nome (Mt.18:20).
Não é outra a razão pela qual a marca da verdade na lei de Moisés somente se dava quando houvesse duas ou três testemunhas concordes (Dt.19:15; Mt.18:16).
Desta forma, é um fator indispensável para a frutificação que amemos o próximo como a nós mesmos, que levemos em conta o próximo, ou seja, o outro.
– É por este motivo que Jesus disse que deveríamos viver para servir e não para ser servidos, seguindo-Lhe o exemplo (Mt.20:26-28; Jo.13:14,15). Não é possível que frutifiquemos sem que levemos em conta o próximo, sem que sejamos altruístas e que nos amemos uns aos outros.
– A interdependência existente na videira é fantástica. Senão vejamos (dados obtidos no artigo já mencionado da Embrapa Vinho e Uva):
a) A videira normalmente frutifica em ramos do ano que se desenvolvem de sarmentos do ano anterior – a frutificação do ramo é resultado de todo um sustento e de todo um trabalho feito durante um ano por todo o restante do vegetal.
O ramo surge na videira em um ano, mas somente frutificará no ano seguinte, ou seja, o vegetal todo se alimentou e se desenvolveu em benefício deste botão que somente produzirá fruto no ano seguinte.
Assim deve ser na Igreja, também: devemos tomar trabalhar e servir ao outro, para que ele, a seu tempo, dê o necessário fruto para o Senhor.
b) O ramo que proporcionou um broto frutífero não produz novamente, por isso deve ser substituído por outro que ainda não tenha produzido.
A preocupação deve ser o presente (próxima safra), mas não se pode esquecer o futuro (safras subsequentes).
– O ramo que produziu não mais produz, o que nos fala aqui que nosso tempo é hoje, que não podemos perder a oportunidade de produzir o fruto.
Entretanto, a videira nos ensina que devemos estar prontos para ser substituídos por outrem, ou seja, é necessário que distribuamos o que aprendemos do Senhor aos demais, para que a obra não sofra solução de continuidade.
Devemos pensar no presente, mas também no futuro. Devemos ser desprendidos e lembrarmos que somos apenas um membro do corpo de Cristo, que deve seguir avante.
Quantos, hoje, não pensam assim e, por causa disto, a obra do Senhor está a sofrer terrivelmente.
c) A frutificação é em geral inversa ao vigor, pois a produção de uva reduz a capacidade da videira para a próxima safra ou safras.
As videiras com altas produções apresentam menos vigor e terão menores produtividades no ano seguinte ou nos anos seguintes.
– Evidentemente que esta observação dos técnicos não se aplica à videira verdadeira, pois Jesus jamais perde o vigor, mas é aplicável aos ramos, que estão ligados nesta videira.
A fraqueza de um é a força do outro. O conjunto dos ramos alcança o equilíbrio necessário e atinge a perfeição. Somente no conjunto da Igreja o crente encontra o ambiente e as condições necessárias e suficientes para superar todos os obstáculos.
É na comunidade que o Senhor Se faz presente e aperfeiçoa o Seu povo, seja através dos dons ministeriais, seja através dos dons ministeriais.
Por isso, não tem qualquer respaldo bíblico a ideia do “self-service”, ou seja, de alguém servir a Deus isoladamente, sem pertencer a qualquer comunidade, tão em vogo entre os chamados “desigrejados”.
d) O vigor individual dos ramos de uma videira é inversamente proporcional ao seu número – Na videira, quantos mais vigorosos os ramos, menor será o seu número. Na Igreja, quanto mais “supercrentes”, quantos mais “crentes fortes”, menor será a produção da comunidade, menor será o crescimento. O apóstolo Paulo foi bem claro ao dizer que, quando se sentia fraco, é porque estava forte. Temos de nos negar a nós mesmos e nos aniquilar, para que Cristo apareça em nós e, então, o poder de Deus se manifeste.
O poder do Senhor se aperfeiçoa na fraqueza e, por isso, temos de afugentar de nós o sentimento perverso e fatal da igreja de Laodiceia, “que de nada tinha falta”.
e) Os ramos mais afastados do tronco são, em igualdade de condições, os mais vigorosos.
As gemas mais afastadas da base do ramo têm, em geral, maior fertilidade.
– Na casa do Senhor, nem sempre a posição criada pelos homens, nem sempre o anel do dedo ou o título traduzem uma realidade espiritual.
Na videira, os ramos mais afastados do tronco, ou seja, aqueles que, aparentemente, estão mais longe da cúpula, da hierarquia, do governo, da aparência de espiritualidade, são precisamente aqueles que têm mais graça e que produzem mais na obra do Senhor.
No Tribunal de Cristo, teremos muitas surpresas, pois veremos como crentes anônimos, que, aparentemente, nada tinham produzido, receberão galardões estupendos. Tomemos muito cuidado e vejamos como estamos edificando sobre o fundamento, que é Cristo Jesus.
f) O crescimento regular gera entrenós com comprimento normal – Nas videiras, o comprimento dos entrenós mostra a velocidade de crescimento.
Quando o crescimento é regular, isto é, feito de acordo com a natureza, os entrenós têm comprimento regular e, por conseguinte, boas condições para o desenvolvimento das gemas frutíferas e da maturação dos frutos.
Entretanto, se não houver o crescimento regular, os entrenós ou serão compridos demais, gerando sarmentos imaturos ou serão curtos demais, porque tiveram nutrição deficiente.
O crente deve crescer normalmente, sem ser comprido demais, nem curto demais. Deve ser adequadamente nutrido, ou seja, ensinado na Palavra do Senhor, para que venha a produzir um fruto perfeito. Se não ocorrer um crescimento regular, se for “amadurecido” velozmente ou se “passar do ponto”, fatalmente não frutificará e terá de ser lançado fora.
g) Os sarmentos maduros armazenam maior quantidade de reservas (amido e sacarose) que sarmentos parcialmente maduros.
– A maturidade espiritual não se conta pelo tempo de vida na videira nem pelo tamanho do sarmento, mas, sim, pela existência de reservas, ou seja, o crente maduro não é o crente que tem muitos anos de crente, nem o crente que apresenta muito fervor espiritual, mas, sim,
o crente que, bem alimentado e estruturado na Palavra de Deus e na vida de oração, tem reservas espirituais, tem “maná celestial”, tem “azeite e mel”, tem experiência com Deus.
IV – A DEMONSTRAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA FRUTIFICAÇÃO DO CRENTE PARA CRISTO
– Sabemos todos, de antemão que, quando alguém considera um assunto importante, procura realçá-lo da melhor maneira possível, notadamente quando se está diante de um discurso didático, ou seja, de um discurso próprio de quem ensina.
Uma boa aula, ensina a didática, sempre terá de ressaltar os pontos fundamentais que precisam ser transmitidos aos alunos.
Pois bem, a questão da frutificação reveste-se de relevância para o Senhor Jesus porque, além de ter elaborado a ilustração da videira e de seus ramos, que é riquíssima, como tivemos ocasião de observar nesta lição, ainda trata do tema em uma parábola e num episódio de Seu ministério, a comprovar, pois, quão importante é o assunto para Ele.
– Com efeito, quando observamos as parábolas de Jesus, encontraremos a parábola da figueira estéril (Lc.13:6-9).
Nesta parábola, Jesus fala-nos de um homem que tinha uma figueira estéril na sua vinha e que foi procurar nela fruto, não o achando durante três anos.
Diante disto, quis cortar a figueira, mas o vinhateiro convenceu-o a deixar a figueira por mais um ano, tempo em que seria ela escavada e estercada. No final do ano, caso desse fruto, seria poupada; se não, poderia ser dada ordem para que fosse cortada.
– Vemos, nesta parábola, uma nítida alusão a Israel e a razão da inserção da Igreja no plano da salvação.
Israel não produziu frutos dignos de arrependimento durante a pregação do Evangelho por três anos por parte de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Verifiquemos que a figueira não foi plantada e, logo em seguida ao seu plantio, foi pedido que já desse frutos, mas, já plantada, foi verificado que não produzia frutos há três anos, que é exatamente o tempo do ministério de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Durante este tempo, Deus quis que Israel cresse em Jesus e, portanto, passasse a dar o fruto decorrente desta fé salvadora, mas nada foi encontrado durante este período.
O brado de Cristo para que os judeus se arrependessem e cressem no Evangelho (Mc.1:14,15) não foi atendido e poucos foram os que deram crédito à Sua pregação (Is.53:1).
– Mesmo tendo sido infrutífero, Israel teve ainda uma demonstração de misericórdia por parte do Senhor que, atendendo ao vinhateiro (figura de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo),
adiou por um breve período (um ano), a sentença de corte, providenciando que houvesse o derramamento do Espírito Santo e o início da dispensação da graça (representado pelo escavar e pelo esterco da parábola), a fim de que pudessem crer no Evangelho.
Assim é que o Evangelho foi, primeiramente, pregado aos judeus, para só depois alcançar os gentios, uma vez não tendo havido a frutificação esperada da figueira estéril (cfr. At.13:46), falta de fruto esta que levou à dispersão dos judeus e a destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C.
– Esta parábola, portanto, embora referente à nação de Israel, é de aplicação imediata à Igreja, o Israel de Deus (Gl.6:16), mostrando-nos que a presença do fruto do Espírito é indispensável para que se demonstre haver vida e comunhão com Deus.
Assim como os judeus perderam o templo e a própria terra da promessa por causa da rejeição a Jesus, que é a causa da esterilidade, temos observado que muitas comunidades cristãs, ao longo da história da Igreja, têm sofrido do mesmo mal.
Depois de uma fase de despertamento e fervor espiritual, lamentavelmente se deixam envolver pelas coisas desta vida e deixam, por isso, de frutificar.
Ao deixar de servir a Deus, tornam-se estéreis e, diante disto, o dono da vinha também ameaça de corte esta figueira.
Verdade é que o vinhateiro, que continua a interceder pelos transgressores (Is.53:12), consegue fazer com que a misericórdia do Senhor prevaleça e é dado um novo ano, com escavar e esterco, para que haja a possibilidade de frutificação, mas, infelizmente, o que temos visto é que muitos, a exemplo dos judeus, não reagem a esta iniciativa da graça divina e têm sucumbido, sendo cortados da vinha.
Que Deus nos guarde e que possamos ser sensíveis à ação do Espírito Santo e, enquanto é tempo, busquemos ao Senhor, antes que a noite venha, quando ninguém mais poderá trabalhar, antes que chegue o tempo e sejamos cortados da vinha por esterilidade.
– Mas Jesus não apenas ensinou ou prometeu cortar o infrutífero, mas o fez literalmente, aos olhos de todos os discípulos, como sinal evidente de que não podemos jamais sequer pensar em deixar de dar fruto.
Jesus, num certo dia, saindo de Betânia, teve fome e avistou, de longe, uma figueira, que estava perto do caminho e foi até ela, para ver se havia algum fruto, embora não fosse tempo de figos.
Ao apalpá-la, não encontrou qualquer fruto e, num registro único no Seu ministério, amaldiçoou a figueira, dizendo que nunca mais ela daria qualquer fruto.
No dia seguinte, quando os discípulos ali passaram, perceberam que a figueira havia se secado totalmente desde as raízes, o que deixou os discípulos admirados, ao que Jesus lhes respondeu sobre o valor da fé e de coisas maiores seriam feitas pela Igreja (Mt.21:18-22; Mc.11:12-26).
– O episódio mostra-nos como é agradável ao Senhor que nós frutifiquemos. Jesus teve fome, ou seja, teve uma necessidade fisiológica que seria saciada por um figo daquela figueira e, de longe, viu a figueira.
Vemos, portanto, que, espiritualmente falando, há uma necessidade de o crente satisfazer o Senhor com as suas obras, pois isto satisfaz a Deus (cfr. Is.53:11 “in initio”).
Temos de agradar a Deus, isto é necessário, e somente O poderemos agradar se formos frutíferos, se produzirmos o fruto do Espírito.
– Jesus procurou fruto na figueira, de modo que temos de observar que o nosso Senhor, ao contrário de muitos que hoje estão à frente da obra, não é precipitado nem apressado.
Ele examina as coisas, conhece o que se passa no nosso interior e à nossa volta e sabe o que temos feito e como temos feito.
O Senhor sonda os nossos corações, vê todos os nossos caminhos e, nesta investigação, muito bem sabe se temos folhas apenas ou se produzimos algum fruto.
Lembremo-nos de que o Senhor tudo vê, que tudo é patente aos Seus olhos (Hb.4:13) e que, portanto, jamais poderemos enganá-l’O.
– Ao ver que nenhum fruto havia sido produzido, o Senhor amaldiçoou a figueira, que, no outro dia, estava seca desde as raízes, completamente morta.
Isto nos mostra quão grave é a existência de um suposto crente no meio do povo de Deus que seja infrutífero.
Esta é a única vez que a Bíblia diz que Jesus amaldiçoou uma criatura, a revelar quanto o Senhor abomina o crente infrutífero, que crente não é, mas tão somente um morto espiritual, que apresenta aparência de salvo, mas que está apenas perto do caminho, mas não no caminho.
O Senhor não tolerou que esta situação perdurasse e, de imediato, assim como fez com Ananias e Safira, tratou de mostrar a real situação, a realidade de morte que pairava sobre aquela figueira.
– Devemos ter muito cuidado, pois Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:6) e continua a atuar da mesma maneira.
Após fazer o Seu exame, liquida as aparências enganosas e revela quanto abomina a hipocrisia, a aparência de salvação que não resiste a um exame cuidadoso sobre a presença do fruto do Espírito. Estamos produzindo fruto?
Se não estivermos, arrependamo-nos, convertamo-nos a Jesus, pois, caso isto não ocorra, o juízo não tarda a chegar.
– Devemos ressaltar que o evangelista Marcos, numa situação paradoxal, afirma que não era tempo de figos este em que a figueira se secou, o que causa espécie, pois, se não era tempo de figos, por que, então, a figueira teria de tê-los? Jesus não teria sido injusto com a figueira?
Entretanto, quando vemos os relatos históricos, observamos que as figueiras nascidas na região da Galileia davam frutos durante dez meses no ano, de modo que o protótipo da figueira era, precisamente, o de que dava frutos durante quase todo o ano, independentemente de ser, ou não, tempo de figos.
Isto nos mostra que o crente, a exemplo destas figueiras da região onde Jesus primeiramente pregou e fez diversos sinais, deve frutificar durante quase todo o ano, ininterruptamente, seja, ou não, tempo, isto é, haja, ou não, circunstâncias humanas favoráveis para a frutificação.
– Note-se que, no episódio da figueira estéril, já havia passado o tempo da produção dos frutos. Como salienta o Conciso Dicionário Bíblico de S.L Watson e D. Ana, “…Em fevereiro, aparecem os figos, antes das folhas, que somente um mês ou seis semanas mais tarde cobrem a figueira. O fruto deve estar maduro quando as folhas estão bem desenvolvidas (Mt.21:19)…” (Figueira. In: Conciso Dicionário Bíblico, p.70).
O texto sagrado diz que este tempo já havia passado e, apesar de tudo, não havia figos naquela figueira (Mc.11:13). Temos um tempo para frutificar e se o desperdiçarmos, não teremos senão que sofrer o juízo divino. Tomemos cuidado, amados irmãos!
OBS: Como diz o “pai da Igreja” Beda (672-735): “…Com fome, então, ou desejando a salvação da humanidade, ele viu as folhas de figueira, ou o povo judeu com as palavras da lei e dos profetas, e procurou o fruto das boas obras, tais como ensino, correção , milagres, e não os encontrando, o condenou.
Também nós, se não quisermos ser condenados no julgamento por Cristo, devemos evitar ser árvores estéreis, para oferecer ao pobre Jesus, o fruto da caridade que Ele precisa”. (Cátena áurea. Mc.11:11-14. Disponível em: http://hjg.com.ar/catena/c348.html Acesso em 22 nov. 2016) (tradução nossa de texto em espanhol).
– Nem todos produziremos a mesma quantidade de frutos. Na parábola do semeador, o Senhor Jesus diz que um produziu trinta, outro sessenta e, por fim, outro cem (Mt.13:23).
Esta diferença de produção redundará em diferença de galardão quando do Tribunal de Cristo, mas é de se ressaltar que a diferença está na quantidade, não na qualidade.
Todos terão produzido o fruto do Espírito, uns mais abundantemente que outros, mas não há espaço para quem nada produziu, pois fomos nomeados pelo Senhor Jesus para produzir fruto e fruto permanente (Jo.15:16).
– “…Estas virtudes caracterizam a vida cristã. Se somos cheios do Espírito, vamos exibir o fruto do Espírito. Isso, porém, obviamente envolve tempo.
Não são ajustes superficiais do caráter que ocorrem da noite para o dia. Tais mudanças envolvem uma reformulação das disposições mais íntimas do coração, o que representa um processo de longa vida de santificação pelo Espírito.…” (SPROUL, R.C. O fruto do Espírito. Disponível em: http://www.ocalvinismo.com/2011/11/o-fruto-do-espirito-r-c-sproul.html Acesso em 22 nov. 2016).
– Que Deus nos abençoe para que sintamos a necessidade de cuidarmos para frutificar e, assim, prosseguirmos nossa jornada para o céu, porquanto somente os que se santificam verão a Deus (Hb.12:14) e não há condição de produzirmos o fruto do Espírito se não vivermos em santificação. Quem é santo, que se santifique ainda (Ap.22:11). Amém!
OBS: “…Esta sim é a verdadeira obra do Espírito, pois o Senhor está interessado num povo santo e de boas obras, que busque a santificação, tenha caráter e santidade para que assim possa fazer a diferença diante da pós-modernidade.
Diante de tantas indagações feitas pelo homem moderno à igreja deve oferecer respostas e estas têm que serem apresentadas com diferença de vida e agir, pois se buscarmos apenas os dons e não o fruto poderá causar espanto apenas pelas coisas miraculosas que podem ser feitas, mas não pela diferença social e humana que devemos causar na sociedade,
impactando o homem moderno com atitudes que apresentem respostas para as principais indagações dos homens nesta era pós-moderna, onde as vãs filosofias dominam e a palavra poder e glória têm tomado conta do pensamento globalizado.…” (BARROS, Michel. Fruto do Espírito: um desafio diário. 09 jun. 2008. Disponível em: http://michelbarros.blogspot.com.br/2008/06/fruto-do-esprito-um-desafio-dirio.html Acesso em 22 nov. 2016).
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/52-licao-13-uma-vida-de-frutificacao