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LIÇÃO Nº 2 – O EVANGELHO DA GRAÇA

lição 02

Somos salvos pela graça de Deus, que foi trazida por Cristo Jesus.   

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INTRODUÇÃO

– Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, mais precisamente o seu primeiro capítulo.

– Timóteo deveria afastar o perigo dos crentes judaizantes lembrando a igreja de Éfeso que a nossa salvação é pela graça de Deus.

I – A MISSÃO CONFIADA POR PAULO A TIMÓTEO  

– Iniciando o estudo das cartas pastorais, estudaremos a Primeira Epístola de Paulo a Timóteo, mais precisamente o seu primeiro capítulo.

– Paulo, na saudação inicial a seu filho na fé de Timóteo, identifica-se como apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa. Logo de início, Paulo lembra que seu apostolado era resultado de um desígnio divino.

Sua autoridade que lhe permitia escrever esta carta era fruto exclusivo de um mandado divino e a razão de termos esperança em Cristo Jesus, pois foi Ele, e somente Ele, quem pôde fazer o que havia feito na vida de Paulo.

– Como afirma William Hendriksen: “…Talvez com o fim de facilitar para Timóteo a execução das instruções que Paulo está para ministrar-lhe, e também com o fim de acrescentar peso às palavras de incentivo contidas nesta carta, o escrito acresceu a seu nome as palavras um apóstolo de Cristo Jesus.

Timóteo necessita saber que esta carta não é apenas um substituto de um bate-papo amigavelmente confidencial, ainda quando ,sua tonalidade é naturalmente muito cordial, porquanto é um amigo que realmente está escrevendo a um amigo. A carta, contudo, se ergue acima do nível puramente humano. O escritor, por certo, é um amigo, mas também um apóstolo de Cristo Jesus.…” (1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito. Trad. de Válter Graciano Martins, p.62).

– Em seguida, dirige-se a Timóteo como “meu verdadeiro filho na fé”, a demonstrar todo o seu carinho e afeto que dispensava a este seu cooperador, que, já em tenra idade, passara a acompanhar o apóstolo, no início da sua segunda viagem missionária, quando  se juntou, por vontade de Paulo, na equipe do apóstolo (At.16:1-3).

– Saúda a Timóteo com a graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai e da de Cristo Jesus, nosso Senhor, incluindo, como vimos na lição anterior, a misericórdia, um elemento essencial para o exercício do ministério pastoral. Como afirma Tomás de Aquino: “…porque os prelados precisam de muitos dons e virtudes” (AQUINO, Tomás de. Comentário à Primeira Epístola de Paulo a Timóteo. Trad. castelhana do texto latino por J.I.M. México: Editorial Tradición, 1977. Cit. I Tm.1:1,2, n.2, Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 6 maio 2015) (tradução nossa de texto em espanhol).

OBS: “…A bênção é: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai. Alguns têm observado que, embora em todas as epístolas às igrejas a bênção apostólica graça e paz, nessas duas epístolas a Timóteo e na epístola a Tito encontramos: graça, misericórdia e paz: como se os ministros tivessem mais necessidade da misericórdia de Deus do que outros homens.

Os ministros necessitam de mais graça do que outros, para realizar seu dever com fidelidade; e precisam de mais misericórdia do que outros, para perdoar o que está errado neles.

E se, Timóteo, um ministro tão notável, necessitava da misericórdia de Deus, e precisava crescer e prosseguir nela, quanto mais nós, ministros, precisamos dela nesses tempos  em que temos tão pouco do seu espírito excelente!…” (HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento – Atos a Apocalipse edição completa. Trad. de Degmar Ribas Júnior, p. 683).

– Paulo inicia sua carta propriamente dita lembrando a Timóteo que o havia mandado para Éfeso quando partiu para a Macedônia com uma missão, qual seja, advertir a alguns daquela igreja que não ensinassem outra doutrina nem se dessem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé (I Tm.1:3,4).

– Por este início, observamos que Paulo, muito provavelmente depois de ter sido solto de sua primeira prisão em Roma, partiu para Filipos, como era o seu desejo e promessa (Fp.1:23-26), tendo, porém, mandado que Timóteo partisse para Éfeso, pois tinha notícias de que os judaizantes estavam a perturbar aquela igreja local.

– Ainda na primeira prisão em Roma, Paulo havia escrito uma carta aos efésios, onde ensinou aquela igreja local que era a Igreja e como deveríamos nos comportar enquanto pertencentes a este novo povo de Deus, formado tanto por judeus e gentios, numa comunhão com o Senhor Jesus que é simbolizada pelo casamento, formando um corpo com o Senhor, que é a cabeça deste corpo, que vivia em contínuo aperfeiçoamento dos santos.

– Paulo, que sabia que nunca haveria de ver o rosto dos crentes em Éfeso (Cf. At.20:25), tendo sabido deste grave problema doutrinário, mandou que Timóteo fosse para a igreja em Éfeso e ali assumisse a direção daquela igreja, a fim de impedir que houvesse este desvio doutrinário, que seria fatal para a vida espiritual daquela igreja local.

– A igreja em Éfeso já estava a sentir o mal causado pelos “lobos cruéis que não perdoariam o rebanho” (At.20:29), sendo que estes primeiros “lobos” eram precisamente aqueles que estavam a ensinar “outra doutrina”, dando-se a “fábulas e a genealogias intermináveis que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé”.

– Que “outra doutrina” seria esta? É todo e qualquer ensinamento que não se encontrava na doutrina cristã, na “sã doutrina”. Era todo e qualquer ensino que não se encontra no Evangelho de Jesus Cristo, que é simples (II Co.11:3) e não pode ser acrescentado ou diminuído (Ap.22:18,19).

_ “…Certas pessoas vivem sempre ansiosas para dar as boas-vindas a tudo o que é novo ou diferente. Como os atenienses de outrora que ‘ de nenhuma outra coisa cuidavam senão em dizer ou ouvir algo novo’ (At.17:21). Deleitavam-se em medir sua força contra tudo aquilo que consideravam antigo ou fora de moda.

Às vezes, ainda encontramos essa tendência nas universidades e seminários, onde alguma mentes imaturas, que apenas iniciaram um estudo sistemático do antigo e já estabelecido, proclamam estridentemente o novo, acerca  do que nada sabem.… (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.73).

– Nos dias em que vivemos, não tem sido diferente. Há muitas “fábulas”, verdadeiras “histórias da carochinha” que andam sendo pregadas por muitos em nossas igrejas locais, que estão a ensinar “outra doutrina” e não o Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

– As “fábulas” são histórias inventadas, verdadeiras ficções, que não encontram qualquer respaldo nas Escrituras e que têm sido, a exemplo do que acontecia em Éfeso, ensinadas para o povo que, incauto, por não ter conhecimento da Bíblia Sagrada, acabam crendo nestas invencionices que tanto mal trazem à igreja.

– Paulo, sabendo que jamais iria a Éfeso, preocupado com o mal que poderiam causar tais ensinamentos, mandou Timóteo para lá, a fim de que ele impedisse a proliferação destes falsos ensinos, que, como prova de que não tinham origem divina, causavam mais questões do que edificação de Deus.

– Uma das maiores demonstrações de que a “outra doutrina” é uma armadilha de Satanás para a igreja é o fato de que estes ensinos causam dissensões, divisões, pelejas, porfias e inimizades, que são obras da carne  (Gl.5:19,20), característica de quem não tem o Espírito (Jd.19), ou seja, agentes diabólicos que procuram fragmentar o corpo de Cristo, que têm como objetivo causar a morte espiritual de muitos.

– “…Essas pessoas ensinam um evangelho diferente. Isto não precisa significar necessariamente que ensinam contra o evangelho! Anunciam algo diferente do evangelho, e o anunciam de modo diferente. As fábulas e as genealogias não são o evangelho.

A forma como essas doutrinas ensinam a lei é diferente do que o evangelho requer. Nenhuma das duas é forma de proclamação condizente com o evangelho. Essas doutrinas levam a errar o alvo, conduzem para longe. Não edificam, não promovem, mas destroem. Isso pode, durante muito tempo, passar despercebido tanto aos iniciantes como aos ouvintes e adeptos.

O efeito destrutivo é secreto e sorrateiro, expandindo-se lentamente como uma infecção cancerosa. Por isso é preciso enfrentá-las abertamente e com a autoridade do Senhor.…” (BÜRKI, Hans. Cartas a Timóteo – 1 Timóteo. Trad. de Werner Fuchs, p.24) (destaques originais).

– Timóteo, como pastor em Éfeso, tinha de advertir alguns para que não ensinassem “outra doutrina”. Sua missão era impedir que este falso ensino fosse ministrado na igreja. É essencial ao ministério pastoral a advertência aos crentes contra os falsos ensinamentos, contra as heresias, é fundamental e indispensável ao pastor que previna os crentes para que não sejam contaminados com este veneno doutrinário que é lançado pela antiga serpente no meio do povo de Deus.

– Infelizmente, muitos pastores têm se omitido neste ponto, deixando que falsos ensinos e doutrinas sejam ensinados em nossos púlpitos, permitindo que “hinos” com heresias e ensinamentos fantasiosos sejam cantados, gerando um conhecimento distorcido nas mentes dos crentes, máxime nos dias em que vivemos quando a frequência a Escolas Bíblicas Dominicais e a cultos de ensino tem diminuído.

– É muito grave o momento por que passa a igreja neste ponto, ante a omissão dos pastores. Saudades temos daquela época em que os dirigentes não titubeavam em cassar a palavra dos pregadores que estivessem a ensinar ou a pregar “outra doutrina”, zelando pela saúde espiritual do rebanho do Senhor. Torna-se absolutamente necessário que voltemos a estes tempos, pois foi por esta causa que o apóstolo Paulo mandou Timóteo para Éfeso.

– Não se pode ter a mínima tolerância com a “outra doutrina” em nossas igrejas locais, porquanto “…não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Co.5:6b). Se permitirmos que falsos ensinos se insiram, inclusive através de cânticos que “estão na mídia”, no meio de nossas igrejas locais, estaremos contaminando todo o rebanho de Deus, permitindo que ele morra por “envenenamento espiritual”.

– É importante observar que a expressão “fábulas ou genealogias intermináveis” é, segundo os principais intérpretes das Escrituras, uma expressão uma. “…A expressão ‘mitos e genealogias’ é uma. Não deve ser dividida como se Paulo estivesse pensando nos mitos, de um lado, e nas genealogias, do outro. Indubitavelmente, o apóstolo está pensando nos suplementos da lei (ver v.7), meros mitos ou fábulas (II Tm.4:4), casos de velhas caducas (I Tm.4:7), que eram definidamente de caráter judaico (Tt.1:4). Medido pela regra da verdade, o que esses seguidores do erro ensinavam merecia o nome de mitos.

Quanto ao conteúdo material, esses mitos tinham de que ver com relatos genealógicos que, em grande medida, eram fictícios. Prontamente sentimos que aqui nos introduzimos na esfera do saber tipicamente judaico.

É um fato notório que desde os tempos mais antigos os rabinos ‘contavam suas histórias’ — e quão intermináveis eram! — com base no que consideravam algum ‘sinal’ fornecido pelo Antigo Testamento. Tomavam um nome de uma lista genealógica (por exemplo, de Gênesis,  I Crônicas, Esdras ou Neemias) e a partir daí formavam uma bela história.

Esses adornos intermináveis que agregavam ao relato sagrado eram parte do ‘menu’ regular da sinagoga, e posteriormente foram postos na forma escrita na porção do Talmude que se conhece como Haggadah.…” (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.74).

– Nos dias hodiernos, não são poucos os que procuram introduzir judaísmo no cristianismo, caracterizando, assim, o mesmo erro que Timóteo fora combater em Éfeso.

Também não são poucos os que estão a introduzir paganismo no cristianismo. Quando se fala nisto, logo se vem à mente o Romanismo ou a Igreja  Ortodoxa, que, através de alguns “pais da Igreja”, acabaram abarcando muito do paganismo, introduzindo-o na doutrina cristã, gerando os desvios doutrinários que hoje observamos, mas, infelizmente, isto também está presente entre os que se dizem evangélicos, a começar, inclusive, da introdução das técnicas neurolinguísticas que tanto mal têm feito às pregações em nossos dias. Tenhamos cuidado, irmãos, com a “outra doutrina”!

– É interessante, ainda, observar que aqueles que são chamados ao ensino da Palavra de Deus nas igrejas locais, inclusive e especialmente os professores das Escolas Bíblicas Dominicais, devem ter todo o cuidado não só para não ensinarem “outra doutrina”, mas, principalmente, para que não produzam questões que não contribuem para a edificação de Deus.

Devemos nos lembrar que os mestres são constituídos na Igreja para promover o aperfeiçoamento dos santos, para que haja a edificação do corpo de Cristo em amor (Ef.4:1116).

– Diante deste propósito do ministério de mestre, não é conveniente que os mestres produzam questões na igreja local, gerando dissensões, pelejas, iras e inimizades, que, logicamente, estão na contramão de seu papel.

É evidente que não pode o mestre permitir que sejam ensinadas heresias, não podendo se calar diante de aberrações doutrinárias, mas é fundamental, também, que, nas coisas secundárias, que não dizem respeito a questões essenciais, conduza-se de forma a respeitar as divergências. Como já ensinava Agostinho: “nas coisas essenciais, unidade; nas coisas secundárias, liberdade e em todas as coisas, caridade”.

– Timóteo deveria evitar que se ensinasse “outra doutrina” na igreja de Éfeso, devendo advertir aqueles que assim estavam procedendo. Observemos que não eram “muitos” os que assim estavam a fazer, pois o texto bíblico fala de “alguns”. Entretanto, se nada fosse feito, estes “alguns” levedariam “toda a massa”, contaminando a toda a igreja, daí a necessidade de se “cortar o mal pela raiz”.

– A missão de Timóteo não era excluir estas pessoas, mas, sim, adverti-las, mostrar-lhes que o que estavam a ensinar “outra doutrina” e que deveriam cessar esta atitude, arrependendo-se e voltando a ensinar o Evangelho de Jesus Cristo. O papel do pastor não é “matar” imediatamente os que estão no erro, mas levá-los ao arrependimento, procurar a restauração espiritual daqueles que se encaminham pela senda do pecado, pelo engano. Que lição temos, logo no limiar desta epístola, a respeito do ministério pastoral!

II – A SALVAÇÃO É PELA FÉ, A SALVAÇÃO É PELA GRAÇA   

– Ao determinar que Timóteo evitasse o ensino de “outra doutrina”, Paulo mostra que a edificação de Deus consiste na fé. Não podemos crescer espiritualmente, não podemos edificar o corpo de Cristo senão por meio da fé.

– É pela fé que temos entrada na graça de Deus (Rm.5:1,2). A graça de Deus, que traz salvação a todos os homens (Tt.2:11), veio por intermédio de Cristo Jesus (Jo.1:17). A fé é indispensável para que alcancemos a nossa salvação. Pela graça somos salvos, por meio da fé, fé e graça que não vem de nós, mas, sim, por intermédio da Palavra de Deus que é pregada pela Igreja (Rm.10:17; Ef.2:8).

– A fé é a aceitação da mensagem do Evangelho, o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16). Quando damos crédito à pregação da Palavra de Deus, reconhecendo que somos pecadores e que somente Jesus pode nos salvar e nos levar à comunhão com Deus, resolvendo nos arrepender da vida pecaminosa e pedimos perdão a Deus por meio de Cristo Jesus, alcançamos a salvação e iniciamos uma nova vida, entramos em comunhão com o Senhor.

– A salvação vem pela fé, a salvação vem pela graça de Deus e, por isso, não se pode permitir a introdução de qualquer outra condição para que se alcance a salvação e era isto que os perturbadores doutrinários estavam querendo convencer os crentes de Éfeso, o que deveria ser impedido por Timóteo.

– Paulo lembra Timóteo que “o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência e de uma fé não fingida, de que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas, querendo ser doutores da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (I Tm.1:5-7).

OBS: “…O fim do mandamento é a caridade, ou o amor (Rm 13.8). O âmbito e o desígnio principal da lei divina devem nos comprometer com o amor de Deus e uns aos outros; e qualquer coisa que tende a enfraquecer nosso amor a Deus ou aos irmãos tende a derrotar a finalidade do mandamento.

E certamente o evangelho, que nos exorta a amar nossos inimigos, de fazer bem àqueles que nos odeiam (Mt 5.44), não intenta deixar de lado ou substituir um mandamento cujo fim é o amor.…’ (HENRY, Matthew. op.cit., p.684).

– A verdadeira salvação somente se dá por meio da fé. Quando cremos em Jesus e nos arrependemos de nossos pecados, alcançamos o perdão e a justificação pela fé, de modo que o Senhor Jesus tira o nosso pecado, não mais se lembrando deles (Jr.31:34; Hb.8:12; 10:17), estabelecendo uma aliança muito superior à lei, porquanto purifica nossos corações, retirando deles todos os pecados, que neles habitam (Mt.15:19,20), inserindo neles a Sua lei (II Co.3:3; Jr.31:33).

– Com a fé em Jesus Cristo, conseguimos cumprir a lei e a lei em todo o seu real sentido, já que o “fim do mandamento é a caridade de um coração puro e de uma boa consciência e de uma fé não fingida”.

O objetivo da lei é cumprido quando recebemos o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo quando cremos em Jesus (Rm.5:5), amor este que nos permite cumprir a lei em sua plenitude e não, como faziam os fariseus, baseados em tradições humanas, “fardos pesados e difíceis de suportar” (Cf. Mt.23:4), doutrinas que são “mandamentos de homens” (Mc.7:7) e que são totalmente inócuas para a salvação.

– Como já ensinara Tiago, o irmão do Senhor, a “lei real” é o amor (Tg.2:8), amor a que se resume toda a lei e os profetas (Mt.22:37-40). Não é por outro motivo que o Senhor Jesus deu um novo mandamento, que é o de nos amarmos uns aos outros assim como Ele amou (Jo.15:12), porquanto, como Jesus cumpriu toda a lei (Mt.5:17), em Seu exemplo e permitindo que não mais vivamos mas Ele viva em nós (Gl.2:20), temos condição de cumprir a lei, algo que não é possível pelo próprio esforço humano.

– O objetivo da lei é que alcançássemos “o amor de um coração puro”. A lei, por si só, não pode purificar o nosso coração, algo que somente é feito pelo sangue de Cristo, que nos lava completamente e nos permite estar aptos para entrar na cidade celeste pelas portas (Ap.22:14), fruto da nossa fé n’Ele.

Ninguém que pretende usar a lei como critério de salvação jamais terá o seu coração puro, pois a lei, embora seja santa, e o mandamento bom, justo e perfeito (Rm.7:12), tem o condão de apenas apontar o pecado, mas jamais de retirá-lo de nosso interior.

– Além do “amor de um coração puro”, a salvação pela fé proporciona a cada um de nós “uma boa consciência”. Graças à salvação na pessoa de Cristo Jesus, podemos nos relacionar com Deus, voltamos a ter comunhão com o Senhor e, por isso mesmo, passamos a ter uma “boa consciência”.

Ora, a consciência, esta “voz de Deus” que é introduzida no ser humano, é uma das faculdades do espírito, esta parte do homem que faz a ligação entre o homem e Deus, consciência que passa a atuar, que é vivificada quando somos salvos na pessoa de Jesus (Rm.2:15).

– Paulo sempre testificava que tinha uma boa consciência desde o momento em que havia se convertido (At.23:1; 24:6; II Co.1:12).Quem serve verdadeiramente a Jesus não tem “problema de consciência”, porquanto o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm.8:16), pois seguimos sempre esta “voz de Deus” que habita em nós, somos guiados pelo Espírito Santo (Rm.8:14).

– Como ensina William Hendriksen: “…É no crente que a consciência alcança sua meta mais elevada. Para o homem regenerado, a vontade de Deus expressa em Sua Palavra se torna ‘o Senhor da consciência, seu Guia e Diretor’ (I Pe.2:19). A ‘boa consciência’, da qual o apóstolo fala aqui em I Timóteo 1.5, é mais do que meramente uma ‘consciência nítida’.

É antes a consciência que: a. é guiada pela revelação especial de Deus como sua norma; b. pronuncia juízos que são aceitos e emite ordens que são obedecidas; c. produz ‘a tristeza segundo Deus produz arrependimento que leva à salvação’ (II Co.7:10), salvação essa por meio da qual ‘o  amor de Deus derramado em nosso coração, pelo Espírito Santo que ele nos concedeu’ (Rm.5.5). E o amor de Deus evoca uma resposta de amor.…” (op.cit., p.79).

– A salvação pela fé ainda produz no crente “uma fé não fingida”, ou seja, uma fé verdadeira, que não é fruto de uma aparência enganosa de religiosidade, algo tão presente entre os fariseus, de onde, aliás, haviam surgido os crentes judaizantes (Cf. At.15:5).

– Os que perturbavam a doutrina em Éfeso eram judaizantes que procuravam construir toda a sua espiritualidade na aparência, no exterior, pouco se importando como estavam em seu interior.

Eram pessoas que queriam se apresentar como “doutores da lei”, embora não soubessem o que estavam a dizer, visto que não tinham qualquer experiência real e verdadeira com o Senhor, prendendo-se a tradições e a mandamentos de homens, mas não tendo, em seus corações, pureza ou uma boa consciência.

– Em nossos dias, não é diferente. Existem muitos “modernos fariseus” que querem impor ao povo de Deus mandamentos de homens ou dar às tradições maior valor que o próprio Evangelho, que a própria Palavra de Deus, que traz a fé em Jesus Cristo que nos permite ter os corações puros e uma boa consciência.

– Não podemos negar que qualquer grupo social humano constrói uma tradição, ou seja, costumes que são passados de geração para geração. Dizer que não há tradições nos diversos segmentos da Igreja, nas diversas igrejas locais, denominações, ministérios e movimentos seria uma hipocrisia.

A tradição é inevitável e deve, sim, ser observada, já que são elementos que permitem um pertencimento ao grupo e, deste modo, contribuem para o próprio exercício do amor fraternal.

– Jesus nunca condenou as tradições, tanto que, por exemplo, seguia o costume de ir à sinagoga aos sábados (Lc.4:16). O que o Senhor nunca permitiu foi que a tradição invalidasse a Palavra de Deus (Mt.15:3), algo que perdura até hoje, já que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8).

– Estes supostos “doutores da lei” que estavam a surgir na igreja de Éfeso e que deveriam ser combatidos por Timóteo, haviam se desviado do “amor de um coração puro, da boa consciência e da fé não fingida” para tentar impor aos crentes mandamentos e tradições que não condiziam com a simplicidade do Evangelho, que colocavam em xeque a máxima de que o justo viverá da fé (Rm.1:17).

– Não faltam hoje estes “doutores da lei”, que querem condicionar a bênção de Deus e a salvação a “mandamentos” e “tradições” que não têm qualquer respaldo bíblico, que, em verdade, são ensinamentos que fazem “tabula rasa” da justificação pela fé em Cristo Jesus. Paulo é bem claro ao dizer que, justificados pela fé em Cristo, temos paz com Deus (Rm.5:1), de modo que nada mais é necessário para a nossa salvação.

– Quantos não estão condicionando as bênçãos de Deus a “campanhas de oração”, a “sacrifícios” ou, mesmo, a contribuições financeiras, como que repetindo o grave erro de Simão de que se pode alcançar o dom de Deus por dinheiro (Cf. At.8:20)? Quantos que não estão condicionando a salvação em Cristo Jesus a observância de regimentos internos de denominações e a outros documentos oriundos de mentes humanas? Tomemos cuidado, amados irmãos!   

– Estes pseudodoutores eram, na verdade, ignorantes espirituais, embora ostentassem um suposto conhecimento profundo das tradições judaicas e das interpretações rabínicas. Não tinham qualquer valor diante de Deus e devemos observar que, em nosso meio, também há aqueles que, embora se digam grandes mestres nas Escrituras, nada sabem, porquanto não são espirituais e a sã doutrina somente nos é revelada pelo Espírito Santo, não pela sabedoria humana.

Era esta, aliás, uma característica do ministério de Paulo que, apesar de grande e profundo conhecedor seja da filosofia grega, seja da lei judaica, somente ensinava com base na demonstração de Espírito e de poder (I Co.2:4) e, quem age como Paulo, não apresenta senão a Cristo, e Este crucificado (I Co.2:2).

– A são doutrina é cristocêntrica, ou seja, tem a Cristo e a mensagem da cruz no centro. Tudo quanto for desenvolvido ao largo de Jesus e da cruz deve ser rejeitado pelos verdadeiros e genuínos servos do Senhor, pois não passará de fábula e genealogia interminável, em total desvio do foco da sã doutrina.

– Paulo não ataca a lei, pois a lei é boa, se alguém usa dela legitimamente (I Tm.1:8). A lei provém de Deus e, portanto, como já dissemos supra, é santa e o mandamento, justo, perfeito e bom (Rm.7:12). Entretanto, a lei somente aponta o pecado e nos dá consciência da nossa condenação, da nossa perdição, não podendo justificar a pessoa alguma (Gl.3:11).

– Como diz Matthew Henry: “…Os judeus usavam-na como um mecanismo para dividir a igreja, um disfarce para a oposição maligna que faziam ao evangelho de Cristo; eles a armaram para a justificação, e, assim, a usaram de maneira ilegítima.…” (op.cit., p.685).

– A lei apenas anuncia a ira de Deus a tantos quantos nelas quiserem viver, pois mostra, com absoluta clareza, que o homem é pecador e condição alguma tem de se salvar por si mesmo. A lei tão somente nos dá consciência de que estamos perdidos, como deixou o apóstolo Paulo claro no capítulo 7 de sua carta aos romanos.

– Enquanto a lei é feita tão somente para apontar o pecado, e Paulo o diz a Timóteo fazendo, inclusive, uma relação dos principais pecados (I Tm.1:9,10), a graça de Deus permite que, pelo Evangelho, possamos não só alcançar a salvação mas ainda desfrutar de grandes bênçãos, como a própria chamada ao ministério.

– Paulo dá o seu próprio exemplo para mostrar que a graça de Deus é infinita e não pode ser limitada. Ele, que antes era um blasfemo, perseguidor e opressor, foi tido por fiel e posto no ministério (I Tm.1:12,13). Jesus concedeu misericórdia ao apóstolo sabendo que tudo quanto de mau ele havia feito contra a Igreja e, portanto, contra o próprio Jesus, fizera por ser incrédulo, por ser um ignorante espiritual.

– Notamos aqui, aliás, porque Timóteo deveria, primeiro, advertir aqueles que estavam ensinando “outra doutrina”, antes de tomar uma postura mais rígida.

A graça de Deus é tanta que, assim como ocorrera com o apóstolo Paulo, aqueles falsos mestres, que se diziam “doutores da lei”, poderiam alcançar a misericórdia de Deus e, desta maneira, também receberem até uma genuína chamada ao ministério. Jamais podemos subestimar a graça de Deus e lembrar que o Senhor é capaz de salvar e de, inclusive, levar ao ministério o mais vil pecador.

– Com preocupação, vemos, em nossos dias, alguns pensamentos que procuram limitar a ação da graça de Deus. Há quem já considere que certos tipos de pecadores são “irrecuperáveis”, não têm mais qualquer oportunidade de salvação. Não podemos, porém, imaginar tais coisas, pois se trata de uma indevida limitação do poder de Deus, que é o Evangelho.

Jesus tem todo o poder e pode salvar qualquer pessoa. Jamais podemos achar que a ação divina seja tolhida num ou noutro caso de pecado.

– Paulo era blasfemo, perseguidor e opressor, mas o Senhor teve misericórdia dele e o salvou, pondo-o no ministério e, como se isto fosse pouco, elevando-o à própria condição de apóstolo, ainda que não tivesse participado do colégio dos doze que haviam passado o ministério terreno de Cristo ao Seu lado.

Para isto, Paulo teve de ter um encontro pessoal com o Senhor no caminho de Damasco, como também experiências diretas com o Senhor.

– Demonstrando toda a sua humildade e toda a sua gratidão, Paulo dá-se como exemplo a Timóteo para que, a um só tempo, aquele jovem obreiro tomasse duas atitudes: a primeira, eliminando os falsos ensinos que estavam a perturbar a igreja de Éfeso, já que o que convertera Paulo não fora a lei, de quem era ele exímio conhecedor, o que não o impediu de ser um ignorante espiritual, mas, sim, a graça de Deus; a segunda, não tomando uma atitude drástica imediata contra estes falsos mestres que, a exemplo de Paulo, poderiam também se converter e ser vasos preciosos nas mãos do Senhor.

OBS: “…Prova, por experiência em carne própria, como foi no tempo da lei e que logrou no tempo da graça; a saber o que lhe foi dado na lei e o que lhe foi dado no Evangelho e dá a razão: palavra fiel. Põe também a dignidade que conseguiu no Evangelho…” (AQUINO, Tomás de.  op.cit. Cit. de I Tm.1:1,2, n.2. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 6 maio 2015) (tradução nossa de texto em espanhol).

– A graça de Jesus Cristo havia transformado Paulo de um blasfemo, perseguidor e opressor em um ministro do Senhor, porque o apóstolo havia alcançado misericórdia. É esta graça que faz superbundar com a fé e amor que há em Jesus Cristo. A mensagem que deveria ser ensinada por Timóteo é que Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.

– O Evangelho é a boa nova da salvação na pessoa de Jesus Cristo. Jesus veio para salvar e esta é a mensagem que deve ser anunciada pela Igreja. Não é à toa que o movimento pentecostal teve tão grande crescimento em todo o mundo, inclusive no Brasil, pois se ateve à simplicidade do Evangelho de Cristo: “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará”.

– Lamentavelmente, hoje em dia, são poucos os que dedicam a esta mensagem, que é a mensagem que Timóteo deveria fazer com que fosse pregada e ensinada na igreja de Éfeso: “Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores dos quais eu sou o principal”.

– Ao contrário dos supostos “doutores da lei”, que exibiam um ar de superioridade por serem mais religiosos, que ostentavam uma suposta santidade que os outros não tinham, o verdadeiro e genuíno pregador do Evangelho deve lembrar a seus ouvintes que ele também é um pecador, mas que já alcançou a misericórdia divina, a graça de Deus que lhe trouxe a salvação, salvação que está à disposição de todos também crerem na Palavra de Deus.

– Se Paulo, tendo sido um blasfemo, perseguidor e opressor, alcançara a misericórdia divina e se tornara um ministro de Jesus Cristo, isto era a prova de que todos poderiam receber a mesma longanimidade da parte de Deus, ou seja, uma demonstração inequívoca de que é possível a salvação na pessoa de Jesus, bastando a fé n’Ele para alcançá-la, de modo que não se pode permitir, como estava a ocorrer na igreja de Éfeso, que se aliasse a esta fé qualquer outra condição para a salvação.

– Este Evangelho, que transforma o homem, é chamado por Paulo de “evangelho da glória de Deus”, pois, como afirma Hans Bürki, “…O evangelho tem por conteúdo a glória de Deus, como ela brilha e se manifesta em Jesus Cristo. O evangelho não provém de humanos, mas da esfera divina da glória dele, de seu fulgor sobrenatural de luz.

A lei revela a ira de Deus como sua justiça vingativa; o evangelho revela a glória de Deus como sua justiça reconciliadora, visto que ele concede ao pecador participação em Cristo e, consequentemente, na própria beatitude de Deus. O Deus bendito é o Deus que repousa e age na riqueza de sua própria perfeição com alegria sobrenatural.…” (op.cit, p.26).

– Não é, por outro motivo, aliás, que o apóstolo, ao se dar como exemplo para que todos cressem na possibilidade da salvação na pessoa de Jesus Cristo, glorifica a Deus por ter sido salvo pelo “Rei dos séculos, imortal, invisível” (I Tm.1:17).

– Por isso mesmo, o apóstolo lembra Timóteo que deveria ele mesmo conservar a fé e a boa consciência, a exemplo de Paulo, pois só assim conseguiria ele escapar ao naufrágio na fé (I Tm.1:19), em mais uma passagem, aliás, que mostra que não é verdadeiro o pensamento de que “uma vez salvo, salvo para sempre”.

– Timóteo deveria lembrar das profecias que houve acerca dele e militar segundo estas revelações, devendo, assim, cuidar-se para que, além de ensinar a sã doutrina, o Evangelho, vivesse de acordo com este mesmo Evangelho, sendo fiel à Palavra de Deus e militando de acordo com esta mesma Palavra.

OBS: “…É como se Paulo estivesse dizendo: ‘Meu filho Timóteo, quero que se lembre dessas declarações proféticas’, para que, com o apoio delas, você empreenda o bom [o nobre, ou excelente] combate.…” (HENDRIKSEN, William. op.cit., p.111).

– Somente conservando a fé e a boa consciência, Timóteo evitaria naufragar na fé, o que já ocorrera com Himeneu e Alexandre, que o apóstolo entregara a Satanás para que aprendessem a não blasfemar.

– Pouco se sabe a respeito destas duas pessoas mencionadas por Paulo. “…Alexandre é provavelmente o Alexandre de II Tm. 4:14, que se opôs ao ensino apostólico (veja o comentário detalhado de Zahn em Introduction to the New Testament, II, 108-110).

Himeneu foi mencionado em II Tm. 2:17 e a heresia especificada.…” (Comentário Bíblico Moody, p.12). Matthew Henry entende que eram pessoas “…tinham feito uma profissão da fé cristã, mas tinham renunciado a essa profissão, e Paulo os tinha entregue a Satanás, declarando-os pertencentes ao reino dele, e, como alguns pensam, tinha, por meio de um poder extraordinário, entregando-os para serem atemorizados e atormentados por Satanás, para que aprendessem a não blasfemar, a não contestar ou injuriar a doutrina de Cristo e os bons caminhos do Senhor. Observe:

O intento principal da censura mais veemente na Igreja Primitiva era impedir mais pecados e corrigir o pecador. Nesse caso, era para a destruição da carne, para que o espírito pudesse ser salvo no Dia do Senhor Jesus (1 Co 5.5). Observe:

(1) Aqueles que amam o serviço e a obra de Satanás são entregues merecidamente a Satanás: os quais entreguei a Satanás.

(2) Deus pode, se quiser, operar por meio de contradições: Himeneu e Alexandre são entregues a Satanás, para que aprendam a não blasfemar, quando acharíamos, na verdade, que eles aprenderiam de Satanás a blasfemar ainda mais.

(3) Aqueles que descartaram a boa consciência, e naufragaram na fé não persistirão em nada, incluindo a blasfêmia.

(4) Portanto, vamos conservar a fé e a boa consciência, se queremos manter-nos afastados da blasfêmia; porque, se deixarmos de manter distância disso, não sabemos onde vamos parar.…” (op.cit., p. 687).   

– Como se pode verificar, mesmo no caso de Himeneu e Alexandre, o interesse não era a destruição dos pecadores, mas, sim, a sua correção. Como ensina Hans Bürki: “…Os  quais entreguei a Satanás (QI 20). Certamente uma locução costumeira, para caracterizar um processo disciplinar na igreja, que era comum tanto na sinagoga como na igreja de Jesus.

Por terem rejeitado a boa consciência, são submetidos à disciplina, à maldição e às sanções da lei (v. 9-10). As experiências da igreja confirmaram a necessidade das ordens estritas, obtidas do próprio Senhor. O juízo da purificação precisa começar pela casa de Deus.

Se a igreja não se julgar a si mesma, será julgada pelo mundo. No entanto, toda a disciplina – que pode incluir enfermidade, debilitação física e espiritual, no caso extremo morte precoce – tem em vista um efeito de cura. A pessoa disciplinada deve ser salva da perdição definitiva e ser reconduzida para a vida saudável.

Os que foram corrigidos devem ser levados pela disciplina a não mais blasfemar. Blasfemos e adoradores não podem viver e atuar simultaneamente na igreja, uma coisa exclui a outra. Mas também para blasfemos há esperança, como Paulo atesta com sua própria vida.…” (op.cit., p.30) (destaques originais).

– Timóteo deveria disciplinar todos quantos não ensinavam a sã doutrina, mas deveria usar com eles de misericórdia, até porque a sã doutrina é o Evangelho de Jesus Cristo, que veio para salvar os pecadores, tendo salvado o próprio Paulo, ele próprio, antes da conversão, um blasfemo, perseguidor e opressor, que, pela graça, tornou-se um apóstolo de Jesus Cristo.

– É o evangelho da graça que permite não só a defesa da sã doutrina, como também a própria correção daqueles que se haviam desviado da fé. Que este Evangelho da Graça perdure sempre em nossas igrejas locais.

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco 

Site:http://portalebd.org.br/files/3T2015_L2_caramuru-1.pdf

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