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LIÇÃO Nº 3 – ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO  

A soberania divina não elimina o livre-arbítrio humano.  

INTRODUÇÃO

– A eleição e a predestinação são bênçãos espirituais dadas pelo Pai aos salvos.  

– A soberania divina não elimina o livre-arbítrio humano.  

I – A ELEIÇÃO

– Em continuidade ao estudo da carta de Paulo aos efésios, deter-nos-emos um pouco mais aprofundadamente sobre a eleição e a predestinação, que o apóstolo apresenta, em seu hino introdutório da epístola, como sendo bênçãos espirituais advindas ao homem da parte de Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo (Ef.1:4,5).  

– A discussão a respeito da eleição e da predestinação é algo que vem desde os primeiros tempos da história da Igreja, sendo uma das questões mais polêmicas da doutrina cristã.

Basicamente, duas são as questões que se consideram as mais delicadas na sã doutrina: o problema do mal e a questão do livre arbítrio.  

– Esta discussão, porém, encontrou uma grande repercussão durante a Reforma Protestante, mais precisamente no conflito surgido entre os seguidores de João Calvino e o teólogo holandês Jacó Armínio,

bem como seus seguidores, que foram chamados de “remonstrantes”, justamente porque fizeram um protesto (“remonstrância”) contra os chamados “cinco pontos do calvinismo”, que era uma elaboração teológica a partir da obra de João Calvino (1509-1564),

que retomava a questão da predestinação incondicional, que havia sido já abordada por teólogos como Orígenes (184-253) e Agostinho (354-430),

sendo que este último exerceu grande influência sobre os dois grandes reformadores, Martinho Lutero (1483-1546) e o já mencionado João Calvino.  

– Esta discussão acabou dando origem a uma reunião que se denominou de “Sínodo de Dort”, ocorrida na cidade holandesa de Dordrecht em 1618 e 1619,

que condenou os ensinos de Jacó Armínio, ensinos estes, porém, que acabaram sendo retomados por alguns grandes nomes da história da Igreja, como, por exemplo, John Wesley (1703-1791), fundador da Igreja Metodista, e

que acabou sendo adotado, em sua essência, pelas denominações surgidas a partir de então, inclusive o movimento pentecostal, dando origem, então, a uma ideia de que tal discussão é entre “calvinistas” e “arminianos”, quando, na verdade, é discussão que vem de muito antes.  

– Em nossos dias, tem-se observado uma verdadeira “invasão calvinista” em meio às igrejas pentecostais, que são, em sua grande maioria, historicamente vinculados ao arminianismo, motivo por que é oportuno, mesmo, neste estudo da carta aos efésios,

verificar qual o sentido bíblico da eleição e da predestinação, que são mencionadas como “bênçãos espirituais de Deus, o Pai” no início da epístola.

– O apóstolo afirma que Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo elegeu-nos em Cristo antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d’Ele em amor (Ef.1:4).  

– De pronto, verificamos que a eleição, ou seja, a escolha foi feita por Deus, o Pai. Ele é quem escolhe e isto já nos faz entender que Deus é um ser dotado de vontade, é um ser moral. Sendo Deus, Sua vontade é soberana, ou seja, é suprema. Ninguém pode impelir Deus a tomar esta ou aquela atitude, Ele é completamente livre.  

– Sendo supremo, Sua vontade não pode ser jamais perscrutada por ninguém. É interessante observar que o apóstolo diz que tal deliberação divina se deu “antes da fundação do mundo”, ou seja,

antes que fosse criado o próprio mundo e, evidentemente, antes mesmo que o ser humano existisse. Trata-se de um tempo que denominamos, pela falta de vocabulário, de “eternidade passada”, até porque tempo ainda não havia quando se deu tal deliberação.  

– Não sabemos se tal deliberação se deu antes ou depois da criação dos anjos, pois o texto fala apenas em “antes da fundação do mundo”, e, por “mundo”, devemos entender o universo físico, cuja criação e posterior a dos anjos, como vemos claramente em Jó 38:4-7.

De qualquer maneira, desta deliberação os anjos não ficaram sabendo até quando Deus revelou ao primeiro casal que tinha o intuito de salvá-los, o que se deu apenas no dia mesmo da queda (Gn.3:15).  

– Como a vontade de Deus não pode ser atingida se Ele próprio não a revelar, nunca passará de mera especulação saber-se porque Deus quis salvar o homem, enquanto que não quis salvar os anjos que pecaram, residindo aqui o “mistério” a respeito da vontade salvadora de Deus. Não sabemos porque, mas o fato é que Deus decidiu salvar o ser humano.  

– Ao escolher salvar o ser humano, Deus resolveu fazê-lo em Cristo Jesus. O apóstolo diz que Deus, o Pai nos elegeu em Cristo.

Não só escolheu nos salvar, como também escolheu como se daria a salvação, qual seria o meio da salvação.

É por isso que o apóstolo Pedro diz, com muita convicção, cheio do Espírito Santo que “…em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12).  

– Nos dias em que vivemos, devemos ter bem entendido isto. Deus escolheu salvar a humanidade em Jesus e, portanto, não há outro meio de salvação.

 Vivemos tempos em que se procura relativizar a salvação, em que, cada vez mais pessoas parecem acreditar na mentira satânica de que “todos os caminhos levam a Deus”, de que “todas as religiões são boas”.

O espírito “ecumênico” e o avanço do chamado “diálogo inter-religioso” tem fascinado muitos mas o apóstolo Paulo nos deixa ver que isto é exatamente o contrário da vontade de Deus. Deus escolheu salvar em Cristo e em nenhum outro.

OBS: Neste ponto, aliás, de se apontar o Documento sobre a Fraternidade Humana, assinada pelo chefe da Igreja Romana, o Papa Francisco, e o Grande Imam de Al-Azhar, Ahmed Al-Tayyib, em Abu Dhabi, em 2019, que, entre outros pontos, afirmou o seguinte:

 “…O primeiro e mais importante objetivo das religiões é o de crer em Deus, honrá-l’O e chamar todos os homens a acreditarem que este universo depende de um Deus que o governa:

é o Criador que nos moldou com a Sua Sabedoria divina e nos concedeu o dom da vida para o guardarmos.…” (Documento sobre a Fraternidade Humana. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/586536-abu-dhabi-declaracao-conjunta-do-papa-francisco-e-ogrande-imam-de-al-azhar Acesso em 31 jan. 2020).

No final do mesmo de 2019, o Papa Francisco desencorajou jovens a buscar a conversão de outras pessoas religiosas, ao afirmar:

 “…Frequentei a escola pública e tivemos companheiros de outras religiões. Fomos educados para viver juntos: “Há um judeu, ah russo… Vem, vem! Eu sou amigo do russo!”.

Dizíamos russo porque a maioria dos judeus era proveniente de Odessa, alguns da Polónia, mas a maioria de Odessa. Depois havia alguns árabes, libaneses, sírios… “Ah, turco! Vem, vem!”.

Este era maometano, aquele era judeu… Mas todos juntos jogámos futebol, éramos amigos. Isso ensinou-me muito, que somos todos iguais, todos filhos de Deus, e isto purifica o nosso olhar, torna-nos humanos.

Na Argentina há um pequeno grupo de católicos muito fechados que não querem os judeus, os muçulmanos; eu, pelo menos, nunca gostei deste grupo, estão apartados, eles têm uma revista cultural mas não têm impacto na sociedade e quando eu ensinava respeitava-os tal como eles eram, este é o segredo.

Deves ser coerente com a tua fé. Não me vinha à mente e não se deve dizer a um menino ou a uma menina: “És judeu, és muçulmano: vem, converte-te!”. Sê coerente com a tua fé e esta coerência fará com que amadureças.

Não estamos na época das cruzadas. Algo terrível e que me fez sofrer muito, foi um trecho da «Chanson de Roland», quando os cristãos, os cruzados derrotaram os muçulmanos, depois faziam uma fila de todos os muçulmanos e na frente estava o padre e um soldado.

O sacerdote diante da pia batismal, vinham todos — lede este trecho — e perguntavam-lhes: “Ou o batismo ou a espada”. Isto aconteceu na história!

Também eles estão a fazer isto com os cristãos noutras partes do mundo, mas o que aconteceu connosco é “vergonhoso” (envergonha) porque é uma história de conversão forçada, de desrespeito à dignidade da pessoa.

Por isso a minha experiência era natural com as pessoas de outras religiões porque o meu pai era contabilista e ele tinha muitos clientes empresários judeus que vinham a casa, era normal e não tive isto como um problema. Mas isto deve ser normal.

Não os deixar de lado porque têm outra fé. E tu, Damiano, que palavra usarias para convencer  alguém a tornar-se cristão…(…) Na frente de um não-crente, a última coisa que devemos fazer é tentar convencê-lo. Nunca.

A última coisa que devo fazer é falar. Devo viver em coerência com a minha fé. E será o meu testemunho a despertar a curiosidade do outro que diz: “Mas por que fazes isto?”. E então sim, posso falar.

Mas atenção, nunca, nunca façais proselitismo com o evangelho. Se alguém disser que é discípulo de Jesus e vier ter contigo com proselitismo, não é um discípulo de Jesus.

Não se faz proselitismo, a Igreja não cresce por proselitismo.” (Diálogo com estudantes do Liceu Albertelli, de Roma, em 20 dez 2019. Disponível em: http://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/december/documents/papa-francesco_20191220_visita-liceo-albertelli.html Acesso em 31 jan. 2020). Bem se vê, portanto, porque esta declaração já está dando origem a um plano de construção de uma “casa da fé abraâmica” em Abu Dahbi que reuná templs das três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo)…  

– Deus nos elegeu. A quem o apóstolo está se referindo? A um grupo onde ele certamente se inclui, porque usa a primeira pessoa do plural. Quem Deus escolheu? Exsurge aí a divergência que tem dado ensejo a tantos debates ao longo da história da Igreja.   

– Deus escolheu alguns indivíduos em detrimento de outros, já pré-determinando quem será salvo ou não, sem qualquer possibilidade de exercício da vontade por parte dos escolhidos ou dos rejeitados,

ou escolheu a humanidade para ser salva, abrindo uma real oportunidade de salvação a todos os seres humanos, por assim ter querido antes da fundação do mundo?  

– O Sínodo de Dort, em seu artigo 7º do primeiro ponto doutrinário, precisamente o da eleição divina, decidiu que: “Eleição [ou escolha] é o propósito imutável de Deus pelo qual ele fez o seguinte: Antes da fundação do mundo, por pura graça,

de acordo com o livre prazer de sua vontade, ele escolheu em Cristo para a salvação um número definido de pessoas em particular de toda a raça humana, que haviam caído por sua própria culpa em relação à sua origem. inocência em pecado e ruína.

Os escolhidos não eram nem melhores nem mais merecedores que os outros, mas estavam com eles na miséria comum.

Ele fez isso em Cristo, a quem também designou desde a eternidade para ser o mediador, a cabeça de todos os escolhidos e o fundamento de sua salvação.

E assim ele decidiu dar os escolhidos a Cristo para serem salvos, e chamá-los e atraí-los efetivamente para a comunhão de Cristo por meio de sua Palavra e Espírito.

 Em outras palavras, ele decidiu conceder-lhes a verdadeira fé em Cristo, justificá-los, santificá-los e, finalmente, Deus fez tudo isso para demonstrar sua misericórdia, para o louvor das riquezas de sua graça gloriosa.” (Cânones de Dort. Disponível em: https://web.archive.org/web/20080708193837/http://www.crcna.org/pages/dort_canons_1stpoint.cfm Acesso em 31 jan. 2020) (traduzido pelo Google de texto em inglês).- Destarte, para esta linha de pensamento, a eleição é a prévia escolha divina para a salvação de uns e perdição de outros.

A eleição seria, pois, incondicional, não dependeria de qualquer condição mas da deliberação soberana de Deus que, como costumam dizer os defensores desta interpretação, Deus “…compadece-se de quem quer e endurece a quem quer” (Rm.9:18).  

– Já os ditos “remonstrantes” entenderam que a eleição assim deveria ser entendida:

“Que Deus, por um eterno e imutável plano em Jesus Cristo, seu Filho, antes que fossem postos os fundamentos do mundo, determinou salvar, de entre a raça humana que tinha caído no pecado – em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo – aqueles que, pela graça do Santo Espírito, crerem neste seu Filho e que, pela mesma graça,

perseverarem na mesma fé e obediência de fé até o fim; e, por outro lado, deixar sob o pecado e a ira os contumazes e descrentes, condenando-os como alheios a Cristo, segundo a palavra do Evangelho de Jo 3.36 e outras passagens da Escritura.…” (Remonstrância. In: WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_Artigos_da_Remonstr%C3%A2ncia Acesso em 31 jan. 2020).

Destarte, a escolha divina não é de indivíduos, mas, sim, das condições pelas quais o indivíduo poderá, ou não, ser salvo.

A eleição seria, portanto, condicional, ou seja, depende do cumprimento de condições por parte do indivíduo, condições já previamente estabelecidas por Deus.  

– A análise das duas posições exige o enfrentamento de dois pontos, a soberania divina e o livre-arbítrio humano e a imparcialidade divina.  

– Para os que defendem a tese da eleição incondicional, este seria o único entendimento possível para se preservar a soberania divina.

Se Deus é soberano, tudo está sob o Seu controle, inadmissível que Ele, ao ter escolhido o homem para salvá-lo, não tenha previamente já determinado quem será salvo e quem não o será, pois nada escapa ao Seu controle.  

– Não resta dúvida de que Deus é soberano, se não o fosse, não seria Deus e a eleição é, sem dúvida, uma expressão desta soberania.

Por Sua única, livre e exclusiva iniciativa, o Senhor resolveu salvar o homem e, como Ele é Deus, sabe, de antemão, quem será salvo e quem não o será. Isto está fora de qualquer questionamento, decorre da própria natureza das coisas.  

– A Declaração de Fé das Assembleias de Deus afirma, aliás, que “…O conhecimento de Deus é perfeito e absoluto sobre todas as coisas no céu e na terra [Sl.139:1-4],

de todos os eventos e de todas as circunstâncias que devem e podem ser, que serão e que seriam por toda a eternidade passada e futura: ‘que anunciou o fim desde o princípio, e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam’ (Is.46:10).

 Trata-se de um conhecimento infinito e imediato em que ‘não há esquadrinhação’ (Is.40:28).…” (II.3, p.33).

 

– Todavia, o fato de Deus saber todas as coisas, inclusive, quem será salvo, ou não, não significa que Ele deva previamente ter de escolher quem será salvo, ou não, até porque também foi de Sua única, livre e exclusiva vontade, criar o homem com livre-arbítrio, ou seja, com a capacidade de escolher servir, ou não, ao seu Criador.

Assim, não podemos falar em eleição sem levar em conta que, se Deus é soberano, foi o próprio Deus quem dotou o homem do livre-arbítrio.  

– Que Deus dotou o homem de livre-arbítrio é inegável, seja porque, ao criar o homem, quis fazer um ser “à Sua imagem, conforme a Sua semelhança” (Gn.1:26), seja porque deu ao homem a determinação para que não comesse da árvore da ciência do bem e do mal porque, no dia em que dela comesse, morreria ((Gn.2:16,17).  

– Portanto, se Deus criou o homem com livre-arbítrio, como haveria de eliminar o exercício da vontade humana quando escolhesse alguns para salvação e outros para perdição?

Se Deus criou o homem para que ele exercesse o livre-arbítrio, exatamente para que pudesse escolher servir, ou não, ao Criador, como seu propósito, antes da fundação do mundo, seria o de impedir que o homem fizesse essa escolha?

Vê-se, pois, que a interpretação da eleição incondicional viola o texto bíblico, que indica ter o homem sido criado com o livre-arbítrio.  

– Ademais, quando Deus faz a determinação ao homem sobre a proibição do consumo do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, observemos que o texto sagrado fala que Deus ordenou ao homem, ou seja, está plenamente resguardada a soberania divina, tanto que,

após ter o homem pecado, Deus não perdeu, em absoluto, o controle da situação, impôs os devidos castigos a todos os envolvidos e, como se isto fosse pouco, ainda revelou o plano da salvação do homem, revelou que iria salvar a humanidade,

algo de que o inimigo não tinha, até então, qualquer ideia. O pecado, antes de mostrar a falta de soberania humana, reafirmou-a e mostrou como o Senhor não foi, em momento algum, apanhado de surpresa.  

– Por isso mesmo, não podem ser também aceitos os pensamentos daqueles que, para resguardar o livrearbítrio humano, acreditando na objeção dos defensores da eleição incondicional, querem relativizar a soberania divina,

como os chamados “teístas abertos” ou “teólogos relacionais”, que defendem uma inadmissível ideia de que Deus, por causa do livre-arbítrio dado ao homem, “limitou” a Sua soberania, a ponto de ter “renunciado” a alguns de Seus atributos, como a onisciência, o que é um verdadeiro absurdo.  

– Deus quis criar o homem com o livre-arbítrio e isto em nada macula a Sua soberania e o fato de saber, de antemão, que seres humanos serão salvos e que seres humanos se perderão não elimina, em absoluto, o fato de que todos os homens podem ser salvos, desde que satisfaçam as condições estabelecidas pelo próprio Deus que quer salvar.  

– Mas dirá alguém que isto se deu com o primeiro casal, que foram criados com o livre-arbítrio, mas que isto não mais ocorre, pois a descendência humana, feita “imagem e semelhança de Adão” (Gn.5:3), não teria mais o livre-arbítrio, mas, para se utilizar de uma expressão consagrada por Martinho Lutero, teria, isto sim, um “servo-arbítrio”, que o levaria a servir ou a Deus, ou ao diabo.  

– Tal argumento, entretanto, não pode ser admitido, pelo simples fato que este, sim, é um raciocínio que macula a soberania divina.

Se Adão e Eva foram criados com o livre-arbítrio e sua descendência, em virtude do pecado do primeiro casal, não mais o tem, isto é sinal de que o pecado é maior do que Deus, pois teria tido a capacidade de destruir algo que Deus havia feito.

Assim, em vez de Deus desfazer as obras do diabo (que é, aliás, o que veio fazer Jesus Cristo em Sua obra salvífica, conforme se lê em I Jo.3:8), teria sido o diabo quem teria desfeito as obras de Deus, ou, pelo menos, uma obra de Deus: o livre-arbítrio humano.  

– Não se despreza o fato de que o pecado, ao entrar no mundo, causou grandes estragos na humanidade e uma delas foi a perda da “expressa imagem e semelhança de Deus”.

Os descendentes do primeiro casal são, sim, gerados ´`a “imagem e semelhança de Adão” (Gn.5:3).

Entretanto, esta imagem e semelhança de Adão não é substituta da imagem e semelhança de Deus, é a imagem e semelhança de Deus maculada pelo pecado, a imagem e semelhança de Deus distorcida. O pecado separou o homem de Deus mas não o eliminou como ser humano.  

– Os homens, ainda que com sua natureza pecaminosa, ainda são formados por Deus, como mostra bem o salmista no Sl. 139:13-16 e, prova disto,

é que o homem pode, sim, ter plena noção da existência de Deus e de Sua soberania, mediante a chamada revelação geral (Rm.1:18-21; 2:14,15) e é isto, aliás, que fará com que cada um compareça perante o Senhor sem qualquer desculpa.  

– Se assim é, vemos que o livre-arbítrio não foi eliminado, continua existindo e o homem, então, pode, sim, exercer a escolha de servir, ou não, a Deus, como os nossos primeiros pais.

É certo que tal possibilidade de escolha é consequência imediata do desejo de Deus de salvar o homem e isto somente se dá pelo fato de que Deus, para tanto, permite ao homem, sem que ele o mereça, que tenha acesso a esta revelação do Seu desejo de salvação,

através do que se costuma denominar de “graça preveniente”, “graça preventiva” ou “graça suficiente”,

que nada mais é que a iluminação sobrenatural que Deus dá ao homem para que ele possa entender que Deus quer ele precisa se salvar e que Deus quer salvá-lo e que a salvação somente vem por meio de Cristo.  

– Daí a importância da evangelização, pois é por meio da pregação do Evangelho que se poderá fazer com que as pessoas possam ter acesso a esta verdade e, assim, poderem fazer a opção entre crer, ou não, em Jesus:

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?

E como crerão n’Aquele de quem não ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?…” (Rm.10:13-15a).  

– Nota-se, pois, que a ideia da eleição condicional está perfeitamente consonante com o que a Bíblia ensina a respeito da manutenção do livre-arbítrio, ainda que prejudicado, após a queda do homem, como também preservada fica a soberania divina.  

– Mas, como já se disse, há, ainda, um outro ponto que deve ser analisado quando se fala na eleição.

É a questão relacionada com a imparcialidade divina. As Escrituras são claríssimas ao afirmar que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, é imparcial, não privilegia nenhum homem em detrimento de outro, trata a todos igualmente (Dt.10:17; II Cr.19:7; Jó 34:19; Is.47:3; At.10:34; Rm.2:11; Ef.6:9; Cl.3:25; I Pe.1:17).  

– Como se isto fosse pouco, a Bíblia Sagrada considera que a acepção de pessoas é pecado (Ml.2:9; Tg.2:1,9), de modo que quem considera que a eleição é a prévia escolha de indivíduos para a salvação ou para a perdição está imputado a Deus um pecado, o que é um rotundo absurdo!  

– Mas não é só! Além de violar expressamente o que as Escrituras dizem que Deus não faz, que é a acepção de pessoas e de imputar a Deus uma prática que a Bíblia ser pecaminosa, a doutrina da eleição incondicional, também, viola a afirmação de que o desejo de Deus é que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4).  

– Como Deus haveria de fazer uma prévia escolha de salvar uns e condenar outros, se Seu desejo é a salvação de todos?

Haveria, pois, uma enorme contradição. Se o desejo de Deus é a salvação de todos, como impedir, de antemão, que alguns venham a se salvar, escolhendo-os previamente para a perdição?   

– O chamado “texto áureo da Bíblia” disse que Deus amou o mundo e, por isso, deu o Seu Filho Unigênito.

Como pode ter amado o mundo e, por mundo, temos de entender aqui toda a humanidade, não é possível outra interpretação, se tivesse escolhido só salvar alguns?

Como diz o título do importante livro de Dave Hunt em que analisa a falsa representação de Deus no calvinismo: “Que amor é este?”.  

– O amor de Deus, que constitui a Sua própria essência (I Jo.4:8,16), é ilimitado, como nos dá conta o apóstolo Paulo na sua belíssima descrição do amor divino em I Co.13, ou na passagem de Rm.8:31-39.

Como, então, entender que a eleição seja uma negação deste amor, quando é precisamente o amor que levou Deus a escolher salvar o homem?  

– Pelo que podemos, pois, verificar, o texto bíblico não dá respaldo à doutrina da eleição incondicional.

Não se trata aqui de se dizer arminiano ou calvinista, mas de verificar que a doutrina defendida pelos seguidores de Jacó Armínio encontram respaldo nas Escrituras, ao passo que os calvinistas violam explícitos textos e contrariam, inclusive, a soberania divina, que dizem tanto defender.  

II – A PREDESTINAÇÃO  

– Em função até do próprio texto da carta aos Efésios, quando o apóstolo fala da eleição e, logo em seguida, da predestinação, como bênçãos espirituais de Deus, o Pai, muitos há que confundem os dois conceitos.

Entretanto, são eles distintos, tanto que Paulo os elenca como bênçãos diferentes, embora atribua ambas ao Pai, que, como sabemos, é a Pessoa Divina que dá início ao processo da salvação, como ao próprio relacionamento entre Deus e os homens.  

– Paulo diz que o Pai nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade, para louvor e glória da Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado (Ef.1:5,6).  

– Predestinar nada mais é que fixar previamente um destino. O Pai, ao escolher salvar o homem, também pré-estabeleceu, antes da fundação do mundo, que este homem seria filho de adoção por Jesus Cristo para Si mesmo.  

– Assim, antes mesmo de criar o universo físico, Deus quis fazer do homem um “filho de adoção”.

 Sabemos que, até então, eram “filhos de Deus” tão somente os anjos (Jó 1:6). Esta filiação, entretanto, era decorrente da própria criação, pois Deus é o “Pai dos espíritos” (Hb.12:9).

 Ao ser humano, porém, estava prédeterminado que, se fosse salvo, se tornaria “filho adotivo de Deus”, ou seja, seria equiparado ao próprio Jesus, que é o Filho de Deus (Mt.26:63; Mc.3:11; Lc.4:41; 22:70; Jo.1:34; 6:69; 11:27; 20:31), tanto que é o próprio Cristo quem diz que ocuparemos o Seu lugar nas mansões celestiais (Ap.3:21).  

– Predestinação, portanto, é o destino previamente fixado para o salvo, que, quis o Pai, fosse o de ocupar a posição de “filho de adoção”, algo que somente pode ser obtido por intermédio da fé em Jesus Cristo.  

– A discussão a respeito da predestinação  também envolve a discussão de quem foi predestinado.

O apóstolo fala que o Pai NOS predestinou. A quem ele se refere, já que, assim como no caso da eleição, ele se inclui entre os predestinados.

– Antes de adentrarmos a esta discussão, notemos que, a exemplo da eleição, o apóstolo diz que somente podemos ser “filhos de adoção” por Jesus Cristo, ou seja, não é possível outro caminho, outro meio para nos tornarmos “filhos de adoção” senão por Jesus.

Foi o que o próprio Senhor ensinou ao dizer aos discípulos que Ele é o Caminho, a verdade e a vida e que ninguém vem ao Pai a não ser por Ele (Jo.14:6) ou o que diz o evangelista João, quando afirma que só os que creem em Jesus têm o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo.1:12).  

– Temos aqui, uma vez mais, completamente negado o ensino antibíblico de que “todos são filhos de Deus”, advindo do ecumenismo ou do diálogo inter-religioso e que, sabemos todos, tem como origem o “espírito do Anticristo”, que está a preparar a religião mundial que muito brevemente dominará a face da Terra sob o comando do Falso Profeta.  

– Os adeptos da eleição incondicional também defendem uma predestinação incondicional, que eles costumam denominar de “perseverança dos santos”.  

– Deus já traçou previamente o destino de cada indivíduo, destinando uns para a salvação e outros, para a perdição, sem a mínima possibilidade de escolha por parte deles, ou dá uma real oportunidade para que cada um escolha o destino que deseja ter na eternidade, embora, naturalmente, Deus, por Sua presciência, sabe qual escolha será feita?  

– O Sínodo de Dort, em diversos artigos do seu quinto ponto principal de doutrina, embora admita que um salvo possa pecar enquanto estiver nesta peregrinação terrena, e até gravemente, não permanece neste estado pecaminoso.

 “…Deus, que é rico em misericórdia, de acordo com seu imutável propósito de eleição, não retira completamente o Espírito Santo, mesmo quando eles caem gravemente.

Ele também não os deixa cair tão longe que percam a graça da adoção e o estado de justificação, ou cometam o pecado que leva à morte (o pecado contra o Espírito Santo), e mergulhem, totalmente abandonados por ele, na eternidade de ruína.

Pois, em primeiro lugar, Deus preserva nesses santos, quando eles caem, sua semente imperecível da qual nasceram de novo, para que não pereça ou seja desalojada.

Em segundo lugar, por Sua Palavra e Espírito, Ele os renova de maneira segura e efetiva ao arrependimento, para que tenham uma tristeza sincera e piedosa pelos pecados que cometeram; buscar e obter, pela fé e com coração contrito, perdão no sangue do Mediador;

experimentar novamente a graça de um Deus reconciliado; pela fé adorar Suas misericórdias; e, a partir de então, mais ansiosamente, exercitar sua própria salvação com medo e tremor.” (artigos 6 e 7) (Os Cânones de Dort: o quinto ponto principal de doutrina. Disponível em: https://web.archive.org/web/20080708194556/http://www.crcna.org/pages/dort_canons_5thpoint.cfm Acesso em 31 jan. 2020) (traduzido pelo Google de texto em inglês, alterado por nós)  

– Deste modo, vemos que, segundo a doutrina da predestinação incondicional ou “perseverança dos santos”,

“…todos os eleitos que foram regenerados por Deus irão perseverar na fé e eventualmente morrerão em estado de graça – e isso independentemente do que façam, ou seja, neste conceito perseverar na fé é apenas retórico…” (VANCE, Laurence (adapt.). TULIP : os cinco pontos do calvinismo. Disponível em: http://www.cacp.org.br/tulip-os-cinco-pontos-do-calvinismo/ Acesso em 31 jan. 2020).  

– Tendo em vista a eleição feita, entende esta linha de pensamento, Deus não pode deixar que o eleito se perca, ainda que ele peque, de modo que haverá uma intervenção divina que fará com que a pessoa se salve de qualquer maneira, pois está é a vontade divina.  

– Tal pensamento, entretanto, não está de acordo com alguns textos bíblicos. As Escrituras dizem que Deus quer que Seus servos sejam santos (Lv.20:7; I Pe.1:16) e a Sua vontade é a nossa santificação (I Ts.4:3,4), ou seja,

a santificação não é uma tarefa única e exclusiva de Deus, que já é santo, mas algo que tem de provir do ser humano, que tem de se manter separado do pecado, depois que, pela graça salvadora, foi dele separado no instante da conversão (Sl.40:2,3; I Co.1:2).

– Quando o povo de Israel pecou no episódio do bezerro de ouro, o Senhor não disse a Moisés que interviria para que o povo, que havia sido escolhido por Ele para ser Sua propriedade peculiar dentre todos os povos, se arrependesse, mas, bem ao contrário,

disse que o destruiria por seus pecados (Ex.32:7-10), pois a reação de Deus ao pecado jamais é a de uma seletiva intervenção para preservação, um “passar de pano” para alguns previamente escolhidos, como defendem os adeptos da predestinação incondicional.  

– O Senhor Jesus, dirigindo-Se aos Seus discípulos, no sermão do monte, disse que havia dois caminhos e que a decisão de entrada num ou noutro não era de Deus, mas dos discípulos.

Ele não disse que os faria entrar pela porta estreita, mas que eles deveriam fazê-lo, se quisessem a vida, embora tivesse afirmado que poucos é que o fariam (Mt.7:13,14).  

– Esta figura do caminho da vida esteve sempre muito presente na igreja primitiva. Os cristãos eram conhecidos como sendo os do Caminho (At.16:7; 18:25; 19:9,23; 22:4; 24:14,22) e a “Didaqué”, talvez o mais antigo livro didático conhecido da igreja, que é do século II, inicia a exposição da doutrina cristã precisamente se utilizando desta figura do caminho ensinada pelo Senhor Jesus no sermão do monte.

OBS: Assim começa a Didaqué: “Há dois caminhos, um de vida e um de morte, mas há uma grande diferença entre os dois caminhos. O caminho de vida, então, é este…”  

– Temos aqui, novamente, a questão atinente ao livre-arbítrio, que tem de ser negado para que se possa admitir a “perseverança dos santos”, o que, acima, já vimos ser algo que contraria a verdade que se extrai da Bíblia Sagrada.  

– A insistência divina em mandar que o homem se santifique, que se encontra em toda a Bíblia Sagrada, fica, igualmente, sem sentido, na medida em que a santidade é preservada por Deus, independentemente de a pessoa ter, ou não, uma vida santa.

Para que insistir em que o homem se mantenha santo, se ele será salvo mesmo se não a tiver, se estiver predestinado para tanto?   

– Jesus disse ter Se santificado a Si mesmo por causa dos Seus discípulos (Jo.17:19). Mas por que este esforço, se os Seus discípulos estão garantidos, sem necessidade alguma de se santificar, uma vez que, como estão predestinados, irremediavelmente, tenham, ou não, pecado, alcançarão a glorificação?  

– O Senhor Jesus não revelou aos homens quando haveria de voltar (Mt.24:36). O prévio conhecimento da data do retorno de Cristo seria um fator decisivo para a dispensa da santificação, porquanto, em se sabendo a data, deveriam os discípulos apenas adquirir o estado de graça às vésperas do evento, quando, então, em plena comunhão com o Senhor, poderiam adentrar à glória eterna. Foi, por isso mesmo, que tal data não se divulgou.   

– Ora, tem-se aqui um caso explícito de que Deus não admite a dispensa da santificação e de que a santificação, se obtida pela graça divina, exige, sim, da parte do homem, um cuidado, cuidado este que não é meramente retórico, que pode, sim, gerar a perda da salvação se não for observada. Aliás, não foi o próprio Senhor quem afirmou que Seus servos não podem ser maus a ponto de achar que o Senhor está a demorar e passe a ter comunhão com os mundanos (Mt.24:45-51)?  

– Os “remonstrantes”, por sua vez, assim entendem a questão da predestinação, como se vê em um dos artigos da chamada “remonstrância”, precisamente os artigos que foram objeto de condenação no já mencionado sínodo de Dort:

“Que aqueles que são enxertados em Cristo por uma verdadeira fé, e que assim foram feitos participantes de seu vivificante Espírito, são abundantemente dotados de poder para lutar contra Satã, o pecado, o mundo e sua própria carne, e de ganhar a vitória;

sempre – bem entendido – com o auxílio da graça do Espírito Santo, com a assistência de Jesus Cristo em todas as suas tentações, através de seu Espírito;

o qual estende para eles suas mãos e (tão somente sob a condição de que eles estejam preparados para a luta, que peçam seu auxílio e não deixar de ajudar-se a si mesmos) os impele e sustenta, de modo que, por nenhum engano ou violência de Satã, sejam transviados ou tirados das mãos de Cristo [Jo 10.28].

Mas quanto à questão se eles não são capazes de, por preguiça e negligência, esquecer o início de sua vida em Cristo e de novamente abraçar o presente mundo,

de modo a se afastarem da santa doutrina que uma vez lhes foi entregue, de perder a sua boa consciência e de negligenciar a graça – isto deve ser assunto de uma pesquisa mais acurada nas Santas Escrituras antes que possamos ensiná-lo com inteira segurança.” (Remonstrância; In: WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_Artigos_da_Remonstr%C3%A2ncia Acesso em 31’ jan. 2020).  

– Note-se que os “remonstrantes” não admitiram ser possível a perda da salvação, ainda estavam titubeantes a respeito disto, mas não há porque se tomar tal posição.

Na verdade, devemos aqui observar que há diversos textos bíblicos que dizem ser possível a perda da salvação, tais como II Pe.2:1, onde se diz que os falsos mestres tinham sido, outrora, resgatados pelo Senhor, ou seja,

 já tinham sido salvos e depois se perderam ou Hb.6:4-6, que fala de pessoas que recaíram, depois de terem sido salvos. Sem falar de textos que nos relatam a questão da apostasia da fé, ou seja, o desvio da fé e só apostata da fé quem a teve um dia (Jr.8:5; Ez.23:21; II Ts.2:3; I Tm.4:1).  

– Por isso, razão tem a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, quando afirma: “Rejeitamos a afirmação segundo a qual ‘uma vez salvo, salvo para sempre’, pois entendemos à luz das Sagradas Escrituras que, depois de experimentar o milagre do novo nascimento,

o crente tem a responsabilidade de zelar pela manutenção da salvação a ele oferecida gratuitamente: ‘Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo’ (Hb.3:12).

Não há dúvidas quanto à possibilidade do salvo perder a salvação, seja temporariamente [Lc.15:32] ou eternamente [Jo.17:12].

Mediante o mau uso do livre arbítrio, o crente pode apostatar da fé, perdendo, então, a sua salvação: ‘Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá?

De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá’ (Ez.18:24).

Finalmente, temos a advertência de Paulo aos coríntios: ‘Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia’ (I Co.10:12).

 Aqui temos mencionada a real possibilidade de uma queda da graça [Ii Pe.2:20-22]. Assim, cremos que, embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos os homens, uma vez adquirida, deve ser zelada e confirmada.” (X.6, p.114).  

– Portanto, quando estamos a falar em predestinação, temos de entender, dentro do que ensina a Bíblia Sagrada, que aqueles que crerem em Jesus Cristo, aceitarem o “caminho da vida”, virão ao Pai, serão “filhos de adoção” por Jesus Cristo, entrarão nas mansões celestiais e se assentarão no trono de Cristo, onde viverão para sempre com o Senhor, sendo a Sua esposa.  

– Já aqueles que não quiserem crer em Cristo, que não escolherem o “caminho da vida”, mas, sim, o “caminho da morte”, estes estão destinados à perdição, ao tormento do lago de fogo e de enxofre, fazendo companhia ao diabo e a seus anjos.  

– É evidente que Deus já sabe qual será a opção de cada ser humano, mas isto não quer dizer que não há o exercício do livre arbítrio por parte de cada indivíduo e que realmente houve uma real oportunidade de salvação para cada um, bem como que esta possibilidade de opção decorre da chamada “graça preveniente”, ou “graça preventiva”, ou “graça suficiente”, que faz com que o homem tenha condições de optar, ou não, pela proposta salvadora na pessoa de Cristo Jesus.  

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

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