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LIÇÃO Nº 3 – O AVIVAMENTO EM O NOVO TESTAMENTO 

INTRODUÇÃO 

– Os avivamentos ocorridos em Israel perduraram na Igreja. 

– Deus continuou avivando Seu povo na nova aliança. 

I – O AVIVAMENTO DE JOÃO BATISTA 

– Na lição passada, analisamos os principais avivamentos ocorridos na história de Israel consoante um quadro da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, publicada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus, deixando, porém, o último ali mencionado, o de João Batista, pois, ainda que ocorrido na dispensação da lei, foi registrado nas páginas do Novo Testamento, razão pela qual deixamos para analisá-lo nesta lição. 

– Notemos, por primeiro, que, nos dias do profeta Malaquias, cerca de 142 anos depois do término do cativeiro da Babilônia, segundo os cronologistas bíblicos Frank Klassen e Edward Reese, havia uma situação espiritual extremamente delicada em Israel. 

– A profecia de Malaquias denunciava uma indiferença do povo com relação ao Senhor, a ponto de não haver o menor temor em se sacrificar animais com defeito, de os sacerdotes não darem qualquer valor ao casamento ou ao próprio serviço sacerdotal, desprezarem a contribuição dos dízimos. 

– Vivia-se, pois, um período de torpor espiritual, mas o profeta Malaquias não foi chamado para levantar um avivamento, mas, bem ao contrário, depois de sua mensagem, ocorreu o “silêncio profético”, não se tendo levantado qualquer profeta durante quatrocentos anos. 

– Será apenas com João Batista que teremos, novamente, uma voz profética ao povo israelita. João era a “voz que clama no deserto” profetizada por Isaías (Jo.3:1-4), que tinha a missão de preparar o caminho do Senhor, de ser aquele que antecederia a chegada do Messias. 

– O próprio Malaquias disse que, antes da chegada do Cristo, viria o “profeta Elias”, que converteria o coração dos pais a seus pais (Ml.4:6), profeta que o próprio Jesus disse que se tratava de João Batista (Mt.17:12; Mc.9:13). 

– João, cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe (Lc.1:41), traz, a exemplo de todos os demais profetas, uma mensagem que conclama o povo ao arrependimento, para que se convertessem para que tivessem condição de receber o Messias que estava para chegar (Mt.3:4-12; Mc.1:4-8; Lc.3:1-18; Jo.1:15-341:4-8; Lc.3:1-18; Jo.1:15-34). 

– João, o maior dos profetas, porque foi quem apresentou o Senhor Jesus ao povo, uma vez mais mostra que o avivamento nasce necessariamente da Palavra de Deus, através da qual vem o quebrantamento, o arrependimento dos pecados e a mudança de mentalidade, de forma a que pudesse receber o Cristo que estava para vir. 

– Ao criar o batismo, João mostra a necessidade de arrependimento para que se receba a Cristo (At.19:4). E o arrependimento no seu sentido mais profundo.

Tratava-se de cada um reconhecer que é pecador e que precisava mudar de atitude, independentemente de ser, ou não, israelita, filho biológico de Abraão. 

– João, como um homem de Deus de um tempo de transição, mostrava que Deus tinha, sim, interesse em salvar o Seu povo mas que, para tanto, até para receber o Salvador, fazia-se necessário mudar a sua vã maneira de viver, passando a obedecer ao Senhor, “in casu”, à Sua lei. 

– João chamou o povo ao arrependimento, ao quebrantamento e, sem isto, não poderiam legítima e validamente receberem o Messias, a quem, inclusive, já anunciava e a quem apresentou ao povo quando o próprio Jesus veio ser batizado, assumindo, assim, desde então, o lugar do pecador (Mt.3:13-15). 

– O avivamento proporcionado por João não se extinguiu com a sua morte, mas perdurou além do seu próprio ministério, pois, além de muitos crerem em Jesus por causa do que João disse (Cf. Jo.10:41,42), mesmo décadas depois ainda havia discípulos de João que, por crerem em sua mensagem, receberam posteriormente a Jesus (Cf. At.18:24-28; 19:1-5). 

II – O AVIVAMENTO NO MINISTÉRIO DE JESUS E NA IGREJA DE JERUSALÉM 

– João apresentou Jesus como sendo o Messias no dia seguinte ao de Seu batismo (Jo.1:29). Observemos que, assim que Jesus foi batizado, Ele já foi cheio do Espírito Santo (Mt.3:22; Mc.1:10; Lc.3:22; 4:1; Jo.1:33,34). 

– Cumpria-se, então, a profecia de Isaías de que o Cristo teria a plenitude do Espírito Santo (Is.11:1,2). Portanto, todo o ministério de Jesus seria avivado, pois Ele é o profeta por excelência, o próprio Deus feito homem que veio fazer conhecido tudo o que vem da parte do Senhor (Jo.15:15). 

– Não nos deteremos na questão do ministério avivado de Nosso Senhor e Salvador porquanto é este o tema da próxima lição. 

– Entretanto, quando Jesus, que é o Emanuel, isto é, o “Deus conosco” (Is.7:14; 8:8; Mt.1:23), teve de deixar este mundo, para estar junto ao Pai intercedendo por nós (Is.53:12; Rm.8:34), deixou de ser o “Consolador”, ou seja, o “Paráclito” ou “Paracleto”, Aquele que estava ao lado de Seus discípulos. 

– Diante disto, enviou para estar em Seu lugar, neste papel de “Consolador”, o Espírito Santo (Jo.14:16). Por isso, o verdadeiro “Vigário de Cristo” não é o Papa, como dizem os católicos romanos, mas, sim, o Espírito Santo, pois o “Consolador” prometido por Jesus e por Ele enviado é da mesma natureza d’Ele, ou seja, é Deus, e não um homem (Cf. At.5:3,4) e que foi mandado “não muito depois dos dias da ascensão do Senhor” (Cf. At.1:4,5). 

OBS: Notemos que a expressão “outro Consolador” em Jo.14:16 usa a palavra grega “allós”, cujo significa é “outro da mesma natureza”. 

– Nestas expressões do Senhor Jesus, vemos como o avivamento teria uma operação diferenciada na dispensação da graça, que é muito propriamente chamada de “dispensação do Espírito”.  

– Enquanto, antes da obra salvífica de Cristo, o avivamento se produzia mediante profetas que eram levantados no meio do povo e que levavam o povo ao arrependimento e à contrição, produzindo-se a conversão e o retorno à obediência, agora, depois que Jesus tirou o pecado do mundo, esta ação seria feita diretamente pelo Espírito Santo junto aos homens. 

– Jesus, ao vir ao mundo, pleno do Espírito Santo como nenhum outro homem, já que não tinha pecado, levara os homens ao arrependimento. Agora, seria a Igreja, que é o Seu corpo místico, que trataria de dar continuidade a este trabalho. 

– Por isso, já no domingo da ressurreição, o Senhor Jesus soprou sobre os discípulos para que o Espírito Santo fosse neles habitar (Cf. Jo.7:38,39; 20:22) e, posteriormente, para que pudessem ser eles Suas testemunhas em toda a Terra, revestiu-lhes de poder no dia de Pentecostes (Cf. At.1:8). 

– Ao pregar o Evangelho, portanto, cada membro em particular do corpo de Cristo, devidamente revestido de poder, sendo, pois, testemunha do Senhor, promove a vivificação das pessoas, trá-las da morte para a vida (Jo.5:24; I Jo.3:14), pois o Evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, tanto do judeu como do gentio (Rm.1:16,17). 

– O avivamento já se inicia no dia de Pentecostes. O Senhor havia mandado mais de quinhentos irmãos ficarem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc.24:49; I Co.15:6), mas havia quase cento e vinte quando ocorreu o derramamento do Espírito Santo (At.1:15). 

– No entanto, quando do derramamento do Espírito Santo, os apóstolos iniciaram uma pregação e se converteram quase três mil pessoas (At.2:41), o que representou o sêxtuplo de crentes até então existentes. 

– Vê-se, pois, que, de uma situação de desânimo espiritual, de retirada da maior parte dos discípulos, tivemos uma atuação direta do Espírito Santo, com o revestimento de poder, que gerou um considerável aumento do número de discípulos. 

– Assim, com a dispensação da graça, o avivamento ocorre mediante a ação do Espírito Santo na vida de cada um dos membros em particular do corpo de Cristo, dos salvos em Jesus, que se mantêm em comunhão com o Senhor, buscando o poder de Deus, como estavam aqueles discípulos que se mantiveram obedecendo a ordem de Jesus Cristo de ficar em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder. 

– Sua perseverança na busca do poder de Deus, na obediência à ordem de Jesus fez com que houvesse o derramamento do Espírito Santo e, então, ante a manifestação do poder, pelas línguas estranhas que foram faladas, o povo teve sua atenção chamada para o cenáculo e, em seguida, a começar por Pedro, os apóstolos pregaram o Evangelho e houve a conversão das almas. 

– A segunda ocorrência de um avivamento, ainda na igreja de Jerusalém, dá-se logo após a cura do coxo da porta Formosa do templo (At.3).

Notemos que Pedro e João iam para a oração, a nos mostrar que a igreja vivia continuamente em oração (Cf. At.2:42,43) e o poder de Deus era uma constante na vida dela. 

– Logo após a cura, houve nova pregação com a conversão, agora, de quase cinco mil pessoas (At.4:4) e a reação do maligno não tardou, porque, ao término deste movimento, foram os apóstolos presos (At.4:4). 

– Agora aqui temos um novo fator no que toca ao avivamento da dispensação da graça. A Igreja, por pertencer a um reino que não é deste mundo (Jo.18:36), não tem o poder temporal e, portanto, temos aqui o elemento da perseguição, que não aparecia, via de regra, nos avivamentos do Antigo Testamento, onde o povo, a começar dos governantes, era levado a servir ao Senhor, a reatar sua comunhão com Ele. 

– Entretanto, depois que ocorreu a soltura dos apóstolos, houve um novo avivamento, pois, novamente em oração, todos se alegraram por poder participar das aflições de Cristo, por poder sofrer pelo Evangelho e o resultado foi novo derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja (At.4:23-31). 

– O avivamento, portanto, mostra também uma nova face, que não se apresentava no Antigo Testamento, uma vez que independia seja do favorecimento do poder temporal, como também da própria vitória, pois da perseguição se criavam forças para que se aumentasse a fé de todos os salvos, de modo que a prisão e açoite sofridos pelos apóstolos levaram os crentes a serem revestidos de poder. 

– Jesus, assim, mostrava claramente o cumprimento de Sua promessa em relação à Igreja, de que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt.16:18). 

– Ainda o livro de Atos dos Apóstolos, vemos como uma igreja avivada é protegida pelo Espírito Santo de quaisquer desvios espirituais e da mentira. No episódio de Ananias e Safira, vemos como o Espírito Santo tratou de revelar a mentira daquele casal, fazendo com que o que seria um fator de distúrbio espiritual e poderia levar a uma corrupção se tornasse em circunstância que promoveu o aumento do temor ao Senhor e, por conseguinte, da santidade (At.5:11). 

– O avivamento permite não só a conversão das almas como também a preservação da santidade dos salvos, de tal modo que o poder de Deus ia se manifestando, mas também os que não se convertiam eram mantidos longe do meio do povo do Senhor (At.5:12,13). 

– Mais uma vez, o avivamento proporcionou a ira do maligno e, uma vez mais, os apóstolos foram presos, desta feita na prisão pública, mas aí o poder de Deus agiu e eles foram sobrenaturalmente soltos, o que foi notório ao Sinédrio que, tendo açoitado os discípulos e os proibido de pregar o Evangelho, soltaram-nos, tendo eles, uma vez mais, se regozijado de terem padecido por causa do nome de Jesus e prosseguido a sua obra evangelizadora (At.5:17-42). 

– Entretanto, insistiam os apóstolos e os salvos em ficar em Jerusalém, não atendendo ao mandado do Senhor de ir para Judeia, Samaria e até os confins da terra (At.1:8). Neste passo, o Evangelho não tinha a propagação querida pelo Senhor e, por isso, permitido foi que se iniciasse uma grande perseguição contra a Igreja, a partir do martírio de Estêvão (At.8:1), cujo ministério será também alvo de uma lição específica. 

– A propagação do Evangelho na Judeia e em Samaria mostra-nos, precisamente, como se dá o avivamento no tempo da Igreja. Os que foram dispersos de Jerusalém, membros em particular do corpo de Cristo (I Co.12:27), templos do Espírito Santo (I Co.6:19), morada de Deus no Espírito (Ef.2:22), aonde chegavam, anunciavam a Palavra (At.8:4) e o resultado disto é que foram abertas muitas igrejas locais, as quais tinham paz e eram edificadas, e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo (At.9:31). 

– Vemos aqui se realizar o desejo expresso por Moisés, quando Josué o alertou de que havia dois anciãos profetizando no arraial, quando o líder disse desejar que todo o povo fosse profeta, que o Senhor desse de Seu Espírito a todos (Nm.11:26-29). É exatamente isto que ocorre hoje na Igreja, pois todos os que creem são selados pelo Espírito Santo (Ef.1:13). 

– O avivamento trazido pelo Espírito Santo começa com a ação sobre os salvos, que anunciam a Palavra. O Espírito Santo, então, convence as pessoas do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8-11) e os salvos, tornando-se templo do Espírito Santo, passam a se reunir e a perseverar na doutrina dos apóstolos, na comunhão, nas orações e no partir do pão, e, sendo revestidos de poder, tornam-se também testemunhas de Cristo e anunciam a palavra e o resultado é a formação de mais e mais igrejas locais e o aumento de discípulos em cada igreja local, numa sequência crescente e ininterrupta da vida espiritual, da intimidade com Deus.  

– O avivamento permite, também, que sejam derrubados os preconceitos culturais, as crenças criadas pelos homens e que não estão em conformidade com o plano de Deus. Assim é que, não só Felipe foi usado por Deus para pregar o Evangelho aos samaritanos, tendo os próprios apóstolos reconhecido que deveriam eles também ser revestidos de poder (At.8:5-25), como também Pedro, não sem resistência, foi levado a pregar o Evangelho ao centurião romano Cornélio e aos seus (At.10). 

– Não demorou muito para que cristãos anônimos pregassem o Evangelho aos gentios em Antioquia (At.11:19,20) e ali se formou a primeira igreja gentílica que, pastoreada por Barnabé, foi a igreja que enviou não só a Barnabé mas também a Paulo, “o apóstolo dos gentios” (Rm.11:13), o que cristalizou a universalidade da mensagem do Evangelho, como o Senhor Jesus já havia determinado. 

– Notemos que não é sem dificuldades ou problemas que se desenvolve a vida da Igreja. Pedro, ao retornar de Cesareia, foi confrontado pela igreja porque havia pregado o Evangelho a gentios (At.11), mas a ação do Espírito Santo, que revestiu de poder simultaneamente a conversão de Cornélio e os seus, neutralizou toda e qualquer objeção a tal ação evangelística. 

– Diferente não foi com relação ao trabalho efetuado por Barnabé e Paulo, que levou ao concílio de Jerusalém, onde, uma vez mais, a ação do Espírito Santo, não só ao longo do ministério de Paulo e de Barnabé, mas também no próprio concílio, fez com que também ficassem sem ação os judaizantes (At.15), que, entretanto, não cessaram de perturbar dali para a frente as várias igrejas gentílicas abertas pelas viagens missionárias de Paulo e de seus filhos na fé. 

– Avivamento não significa ausência de problemas, como se pode observar, mas, antes, a sensibilidade à ação do Espírito Santo para que os problemas e dificuldades sejam resolvidos, superados ou neutralizados, fazendo com que se tornem circunstâncias em que a vida espiritual é ainda mais intensificada. 

– Desta maneira, a oposição dos judaizantes, por exemplo, redundou não só no esclarecimento da questão da lei para toda a Igreja, como também em maior alegria aos crentes gentios e em maior atuação, inclusive, de profetas naquelas igrejas (At.15:31,32). 

– Este duplo ataque sofrido pela Igreja, a perseguição e as heresias, persistiu entre os crentes judeus e é uma tônica que acompanha toda a história da Igreja. 

– Os cristãos da Judeia foram grandemente perseguidos pelos próprios judeus, tendo sido este um importante fator para as dificuldades econômico-financeiras que sempre padeceram (I Ts.2:14-16; Rm.15:25-27).

Entretanto, quando passaram, também, a ser perseguidos pelos romanos, a partir do governo de Nero, a perseguição trouxe abalo espiritual a ponto de ter sido necessário que o Espírito Santo inspirasse a escrita da carta aos hebreus. 

– Vemos, então, como se tem a dinâmica do avivamento em o Novo Testamento. O Espírito Santo vivifica os corações, orienta os crentes e os vai conduzindo para o céu, permitindo a perseguição e a heresia para que haja o crescimento espiritual e, nos momentos mais agudos, atua de forma especial, a fim de impedir a derrocada espiritual do povo de Deus. 

– A carta aos hebreus representou este “fôlego de vida” para os crentes judeus que, assim, não apostataram da fé e puderam perseverar até o momento da diáspora. 

– É oportuno verificar que, no momento da grande perseguição, foram os judaizantes os que abalaram a fé dos cristãos, porquanto, como se verifica na carta aos hebreus, era a sedução do retorno à lei que precisou ser retirada pelo escritor. A heresia manifesta-se precisamente porque se faz necessário descobrir quem são os sinceros no meio da Igreja (I Co.11:19).  

– Por isso, o escritor aos hebreus vai exortar os crentes judeus a deixar os rudimentos da doutrina de Cristo, aprofundando-se na Palavra de Deus (Hb.6:1-3), a prosseguir uma vida cuidadosa de santificação e de serviço (Hb.6:9-12), numa busca incessante ao Senhor, em comunhão com Deus e com os irmãos (Hb.10:19-25), mantendo a confiança em Deus sem recuos (Hb.10:32-39). 

III – O AVIVAMENTO NA IGREJA GENTÍLICA 

– Já temos visto como o se deu o avivamento na igreja de Jerusalém e como aqueles crentes, dispersos, abriram diversas igrejas na Judeia, Samaria e Galileia e, por fim, a primeira igreja gentílica, que foi a de Antioquia, sem se falar da abertura do Evangelho aos gentios, o que se deu em Cesareia, na casa de Cornélio, por meio do apóstolo Pedro. 

– A propósito, cabe aqui observar que Pedro fora escolhido pelo Senhor Jesus para ser aquele que abriria a porta do Evangelho tanto a judeus quanto a gentios (Mt.16:19), já que fora o escolhido pelo Pai para a revelação de que Jesus era o Filho do Deus vivo (Mt.16:16,17). 

– Este é o “primado” de Pedro, que nada tem que ver com a doutrina romanista do Papado. Pedro abriu a porta do Evangelho aos judeus no dia de Pentecostes, como também a porta do Evangelho aos gentios na casa de Cornélio. 

– Entre os gentios, a dinâmica do Evangelho tinha de ser outra. Com efeito, os judeus eram conhecedores da lei e das promessas messiânicas, de modo que a evangelização se resumia a mostrar, nas Escrituras, que Jesus era o Cristo (At.8:20-22), tanto que eram as sinagogas o principal palco da evangelização e o templo, mais precisamente o alpendre de Salomão, o lugar da reunião pública da igreja (At.5:12,42). 

– Já, entre os gentios, não havia este conhecimento a respeito da lei e das promessas messiânicas. Estavam eles envolvidos com a idolatria e com o politeísmo, quando não até mesmo com o materialismo, de modo que a evangelização exigia um discipulado muito mais acurado, uma verdadeira “alfabetização” das Escrituras e do ensino da doutrina. 

– Não foi por outro motivo que Barnabé, ao ser mandado pelos apóstolos para Antioquia, vendo a necessidade de se fazer este acurado discipulado, foi até Tarso para trazer Paulo, a fim de que ambos pudessem realizar este trabalho, que durou um ano (At.11:25,26). 

– Foi ali que os discípulos foram, pela primeira vez, chamados “cristãos”, ou seja, “pequenos Cristos”, “parecidos com Cristo”, precisamente porque passaram a conhecer quem era Cristo Jesus e como deveriam viver como Ele viveu. 

– O avivamento começava, então, como sempre, pela Palavra de Deus, pelo aprendizado das Escrituras, e não é por acaso que Antioquia se tornaria não só a igreja missionária que deu respaldo ao trabalho de Paulo, que consolidou o propósito do Senhor para o Evangelho, tornando a pregação universal, como também uma igreja cheia do poder de Deus, onde havia profetas e doutores, oração e jejum, e onde o Espírito Santo atuava tão livremente que Ele próprio escolhia os missionários (At.13:1-3). 

– O apóstolo Paulo, o grande missionário dos tempos apostólicos, fez questão de dizer aos crentes de Corinto que, ao anunciar a eles o testemunho de Deus, não fora com sublimidade de palavras ou de sabedoria, nada se propondo saber senão a Jesus Cristo e Este, crucificado, estando com eles em fraqueza, e em temor, e em grande tremor, pois sua palavra não consistia em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder (I Co.2:1-4). 

– Temos aqui, portanto, o “roteiro do avivamento” tal como ele se apresentou nas igrejas gentílicas abertas pelo trabalho missionário do apóstolo, que fora enviado por Antioquia, a primeira igreja gentílica.  

– Por primeiro, temos que é necessário se fazer o “anúncio do testemunho de Deus”, ou seja, torna-se necessário que haja “testemunhas de Jesus” e isto, como nos é sabido, somente haverá, de forma plena, se houver o revestimento de poder (At.1:8). 

– O batismo no Espírito Santo é a capacitação necessária para que se tenha a evangelização eficaz. Sem ele, a pregação do Evangelho, conquanto possa ganhar discípulos, como ocorreu em Éfeso quando da evangelização levada a efeito por Apolo, fará com que se tenham discípulos que nem sequer saibam que é o Espírito Santo (At.18:24-26; 19:2). 

– O avivamento, portanto, precisa começar em cada um de nós, precisamos ser testemunhas de Jesus para que se tenha um real avivamento na igreja. 

– Paulo, sendo testemunha de Jesus, foi até os coríntios não com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Notemos que Paulo estava no chamado “mundo grego”, onde a sabedoria era por demais apreciada (I Co.1:22) e o próprio apóstolo fora formado na filosofia grega, pois era oriundo de Tarso, um dos principais centros filosóficos estoicos. 

– Todavia, Paulo não se amoldou ao auditório que procurava atingir, mas sabia que estava ali para levar vida às pessoas e Jesus é vida e ninguém mais (Jo.14:6). Em vez de se reportar à retórica (que era a arte do falar bem ensinada pelos filósofos), quis pregar a Jesus Cristo, e Este crucificado. Em vez da sabedoria humana, resolveu falar a “palavra da cruz” (I Co.1:17,18). 

– A palavra da cruz é poder de Deus para os salvos e, deste modo, quando a proferimos, quando a anunciamos, sabemos que o poder de Deus se manifestará e vidas serão salvas, pessoas passarão da morte para a vida. A mensagem da cruz de Cristo é que nos traz a salvação das almas. 

– O avivamento não pode prescindir da mensagem do Evangelho, da Palavra de Deus. Este tem sido um dos grandes motivos pelos quais muitos se têm esfriado na fé, até mesmo se desviado espiritualmente. 

– Paulo afirma, aos romanos, que era “ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus” (Rm.15:16). Aos anciãos da igreja de Éfeso, o apóstolo afirmou que “o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At.20:24). 

– Em Samaria, Felipe também pregou a Cristo (At.8:4) e foi este, aliás, o tema das pregações do dia de Pentecostes (At.2:22-36) e depois da cura do coxo da porta Formosa do templo (At.3:12-26), onde houve milhares de conversões (At.2:41; 4:4).

Tem-se, portanto, que é inegável que um verdadeiro avivamento somente se dá quando o assunto a ser pregado, o tema a ser ministrado é Jesus e Este, crucificado. 

– O avivamento também se caracteriza pela presença da mansidão e humildade de espírito, que só podem ser aprendidas com Jesus, pois só a mansidão e humildade de espírito trazem descanso para a alma (Mt.11:29). 

– Paulo disse aos coríntios que chegou até eles em fraqueza, em temor e em grande tremor. O apóstolo não se apresentou como um mestre da lei, como o era (At.22:3), nem tampouco como um erudito, como o era (At.17:18,19), nem ainda como um ministro do Evangelho, como também o era (Ef.3:7), ou como apóstolo, como também o era (I Co.1:1).

Bem pelo contrário, apresentou-se como um homem fraco, o menor dos apóstolos (I Co.15:9), alguém alcançado pela graça de Deus (Ef.3:8) e que tinha a obrigação de anunciar ao mundo o mesmo Jesus que o havia salvado (I Co.9:16). 

– Paulo, ao chegar a Corinto, conheceu Áquila e Priscila e foi trabalhar fazendo tendas (At.18:1-3), aproveitando para, nos sábados, disputar com os judeus na sinagoga (At.18:4).

Apresentando-se de forma humilde, sem qualquer ostentação, o apóstolo foi convencendo judeus e gregos e formando mais uma igreja local, que acabou tendo de se reunir na casa de Tito Justo, já que a maior parte dos judeus não mais permitiu que ele ficasse na sinagoga, mesmo tendo o principal da sinagoga crido em Jesus (At.18:5-8).  

– Ao mesmo tempo que se apresentava com mansidão e humildade, o apóstolo, entretanto, mostrou que se tratava de um homem cheio do Espírito Santo, a ponto de ter se apresentado com demonstração do Espírito e do poder. Embora não tenhamos relatos bíblicos de sinais e maravilhas feitos por Paulo em Corinto, é certo que eles ocorreram, pois o apóstolo não iria dizer que demonstrara poder do Espírito e de poder se eles não tivessem acontecido. 

– Tanto assim é que, aos romanos (e Paulo escreveu a carta aos romanos em Corinto), Paulo vai dizer que, ao efetuar a obra do Senhor, havia feito isto pelo poder dos sinais e prodígios na virtude do Espírito de Deus (Rm.15:19). 

– Ademais, o texto bíblico diz-nos que Paulo, ao contrário do que costumava ocorrer, ficou em Corinto por um ano e seis meses, precisamente porque o Senhor, em visão a ele, determinou que ali ficasse porque tinha muito povo naquela cidade (At.18:9-11). 

– Paulo mostra, assim, que, num avivamento, a direção do Espírito Santo é indispensável e que tudo se faz mediante tal orientação. O apóstolo, ao descrever o seu ministério aos romanos, disse que ministrava o evangelho de Deus para que fosse agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito (Rm.15:16). 

– O apóstolo, portanto, mostra-nos que não há como bem executarmos a obra do Senhor se não houver a “santificação da oferta pelo Espírito”, ou seja, temos de estar sob a direção do Espírito Santo para que nosso culto, nosso serviço seja agradável ao Senhor (Cf. Rm.12:1). 

– Foi desta maneira que o Evangelho se propagou pelo Império Romano nos tempos apostólicos. Sob perseguição e com as heresias, a vida espiritual dos salvos ia se desenvolvendo e o povo crescendo na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pe.3:18). 

– Temos um quadro da situação espiritual da Igreja quando o Senhor Jesus manda as sete cartas para as igrejas da Ásia Menor, por intermédio do apóstolo João, quando temos um panorama do que ocorria entre os salvos ao término dos tempos apostólicos. 

– Das sete igrejas, duas não são alvo de qualquer censura ou repreensão do Senhor (Esmirna e Filadélfia), uma não contém qualquer nota positiva (Laodiceia) e quatro possuem censuras e elogios (Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes). 

– Em todas estas cartas, vemos que quem dirige a Igreja, quem a preside é o Senhor Jesus e é o Espírito Santo quem fala o que tem ouvido do Senhor Jesus para a Igreja, a fim de que todos possam chegar até a vitória. 

– Nestas cartas, portanto, vemos o que promove o avivamento e o que o inibe, o que nos faz caminhar até a vitória e o que nossa põe em risco de sucumbirmos, de fracassarmos espiritualmente. 

– O que Jesus aprova, elogia é o que precisa existir em cada um de nós e em cada igreja local para que alcancemos a salvação de nossas almas, que é o fim da nossa fé (I Pe.1:9). 

– Em Éfeso, Cristo elogia o trabalho efetuado, não só pela sua quantidade, mas, também, pela sua qualidade, pois o trabalho era feito com zelo, não permitindo a disseminação da maldade, como também desmascarando os falsos apóstolos (Ap.2:1-7).

Temos, então, aqui que um caminho para o avivamento é o serviço, o empenho na obra de Deus, com cuidado para que não haja distorções doutrinárias nem complacência com a prática do pecado. 

– Entretanto, em Éfeso, havia se perdido o primeiro amor, ou seja, o serviço era feito automaticamente, com zelo, mas como uma rotina, já não se tinha aquele amor por Jesus, aquela compreensão de que se deve sacrificar desinteressadamente, que se deve dar a vida pela causa do Evangelho e da salvação das almas.  

– O amor é a essência da nova criatura gerada por Cristo, que é amor. Quando se perde o amor, perde-se tudo e, mais cedo ou mais tarde, isso se revelará com a morte espiritual. Não é por outro motivo que o Senhor Jesus manda que os efésios se lembrassem onde tinham caído e retomassem este amor. 

– Quando o Senhor Jesus fala da apostasia dos dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja sublinha que ela se deverá pelo esfriamento do amor de quase todos (Mt.24:12).

A perda do amor a Deus, que é resultado da interrupção do derramamento do amor de Deus em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5) é uma das causas da morte espiritual e o avivamento tem de cultivar este amor a Deus em nosso viver. 

– Em Esmirna, uma igreja em que Jesus não fez qualquer censura, a característica primordial era a fidelidade, fidelidade que o Senhor diz que deve ser até a morte (Ap.2:8-11).

Precisamos sempre honrar o compromisso assumido de seguir a Jesus, negando a nós mesmos e tomando a nossa cruz. A abnegação tem a ver com o amor de que falamos há pouco e a tomada da cruz é a fidelidade: assumir o compromisso que firmamos com Jesus e seguir os Seus passos até o final. 

– O avivamento traz a fidelidade, a renovação dos compromissos assumidos. Como tivemos ocasião de ver na lição anterior, em Israel todo avivamento era caracterizado pelo resgate da lei, da aliança firmada entre o Senhor e o Seu povo. De igual modo, na Igreja, precisamos retomar o compromisso assumido com Cristo quando da nossa entrada na fé. 

– Em Pérgamo, o Senhor elogia o fato de que, mesmo estando aquele igreja “onde está o trono de Satanás”, haviam eles retido o Seu nome e não negado a Sua fé (Ap.2:12-17). O avivamento tem de produzir esta disposição de se manter fiel ao Senhor mesmo diante da perseguição. 

– A perseguição, como já dissemos supra, é um fator que o Senhor permite precisamente para proporcionar o nosso crescimento espiritual, a intensificação de nossa comunhão com Deus.

Vindo a perseguição, o crente avivado retém o nome do Senhor e não nega a fé, porque bem sabe que quem confessar a Cristo, Cristo confessará diante do Pai, mas quem O negar, negado também será diante do Pai (Mt.10:32,33). 

– Só tem esta disposição, porém, quem tem a visão celestial, ou seja, quem está a contemplar a eternidade, não está preso nas coisas desta vida, “busca as coisas de cima (Cf. Cl.3:1-3). Pois, quem só pensa nas coisas terrenas, não ousará arriscar perder os bens deste mundo e a própria vida por causa do Evangelho e do Senhor Jesus. 

– Em Pérgamo, entretanto, havia aqueles que se tinham deixado levar pelas coisas terrenas. Uns estavam a seguir a doutrina de Balaão, que é precisamente o ensino de lançar tropeços diante dos salvos, procurar desviá-los para os prazeres carnais, pois foi isto que Balaão fez ao aconselhar os moabitas a seduzirem os jovens israelitas e levá-los à prostituição e idolatria (Nm.31:16) . 

– O avivamento retira todos os tropeços que são postos diante dos filhos de Deus por aqueles que, por ganância, buscam tirar vantagens terrenas através destes maus conselhos que pervertem o povo do Senhor. As “pedras de tropeço” existentes no meio do povo sempre são retiradas quando há um avivamento. 

– Mas, além dos que seguiam a doutrina de Balaão, havia os nicolaítas, que eram aqueles que entendiam que não havia qualquer pecado na prostituição ou na má utilização do corpo, porque Deus só interessaria pelo homem interior (alma e espírito).

Tais pessoas eram influenciadas pelo pensamento religioso e filosófico que entendia que o material era algo intrinsecamente mau e que não tinha qualquer valor para Deus. 

– O avivamento faz com que entendamos que tudo o que fizermos tem de ser para a glória de Deus (I Co.10:31), que inexiste uma “segmentação” da vida em vida secular e vida espiritual, pensamento que tem grassado nos últimos tempos, criando “crentes de domingo à noite”, “crentes templocêntricos”, mas que não são verdadeiros salvos. 

– Em Tiatira, o Senhor renova Seu apreço para com o serviço (Ap.2:18-29). Naquela igreja, as obras eram crescentes, havia um contínuo aumento do serviço.

O avivamento estabelece um ritmo cada vez mais intenso de dedicação na obra do Senhor, mantendo-se e se retroalimentando com isto. 

– Entretanto, havia ali a tolerância com a suposta profetisa Jezabel, que enganava e ensinava os servos do Senhor a se prostituir e a comer dos sacrifícios da idolatria. É um fator deletério para a vida espiritual a mistura com o pecado, a adoção de práticas idolátricas, a comunhão com os que não servem ao Senhor, que não vivem sob o senhorio de Jesus Cristo. 

– A permissividade e a comunhão com o mundanismo são fatores que produzem morte espiritual e o avivamento genuíno sempre afasta a presença destes elementos na vida espiritual de alguém e de uma igreja. 

– O Senhor aconselha os que não seguiam estes falsos ensinos que retivessem a verdadeira fé, não se intrometendo “nas profundezas de Satanás” até que o Senhor viesse. 

– É bem por isso que, em Sardes, o Senhor censurará a falta de vigilância, a falta de cuidado que leva à morte espiritual (Ap.3:1-6).

Somente um restante ainda mantinha as suas vestes incontaminadas e, por isso, ainda não tinham morrido, mas precisavam vigiar para que se mantivessem nesta situação e, deste modo, pudessem viver eternamente com o Senhor. 

– Em Filadélfia, outra igreja que não recebe qualquer censura do Senhor, vemos que a tônica é a guarda da Palavra e a afirmação do nome do Senhor (Ap.3:7-13). A despeito da pouca força e da oposição da “sinagoga de Satanás”, aquela igreja se mantinha fiel a Deus e realizando a Sua obra, e, bem por isso, seria guardada da hora da tentação que viria sobre o mundo. 

– John Bunyan, na sua obra “O Peregrino”, registra que Cristão, a personagem principal, ao receber o perdão de seus pecados, ao passar pela cruz, recebeu um livro que deveria ler ao longo da jornada para a cidade celestial. Temos aqui uma bela ilustração da extrema necessidade de guardarmos a Palavra ao longo da nossa peregrinação terrena. 

– Somente a guarda da Palavra, que envolve a meditação e o cumprimento, podem nos fazer perseverar até o fim e alcançar a salvação das nossas almas, apesar de nossa pouca força e da atuação das forças do maligno. Não é sem motivo que todo avivamento genuíno sempre significa um retorno ao estudo e à prática das Escrituras. 

– Por fim, temos a carta endereçada à igreja de Laodiceia (Ap.3:14-22), onde não há elogio algum, uma igreja que representa nitidamente o estado espiritual de perdição, de apostasia, o que se obtém quando não se tem um avivamento. 

– Em Laodiceia, a característica é a mornidão, ou seja, a mistura do quente com o frio, a falta de identidade, a comunhão com o pecado e com o mundo, a falta de santidade, a falta de separação do pecado. 

– O resultado disto é a desgraça, ou seja, a falta de graça, a cegueira, a pobreza e a nudez espirituais, que fazem com o próprio Senhor Jesus seja posto para fora da vida daquela igreja, tanto que tinha de bater à porta. É a imersão no pecado, a separação de Deus. 

– Entretanto, para estes o Senhor continua a convidar para reatem seu relacionamento com Ele e, para tanto, pede que se permita que Ele novamente entre na casa, que se tenha novamente comunhão, mas, para tanto, torna-se necessário reconhecer que se é pobre, ou seja, negar-se a si mesmo, abandonar a autossuficiência, reconhecendo que é preciso “comprar ouro provado no fogo”, ou seja, pagar o preço, abandonando as coisas terrenas e tornando a buscar as coisas espirituais; reconhecer a nudez espiritual, buscando as vestes de justiça e de salvação, abandonando o pecado e, por fim, pedindo a Deus o “colírio”, para que se volte a ter visão espiritual, não mais se prendendo aos prazeres deste mundo, mas buscando o que é eterno e imperecível. 

– Nestas cartas do livro do Apocalipse, temos como que o encerramento do avivamento nas páginas do Novo Testamento, do ensino de Nosso Senhor e Salvador para que sejamos daqueles que vão vencer e, por terem vencido, receberem o que é prometido nestas mesmas cartas. 

Pr. Caramuru Afonso Francisco 

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