LIÇÃO Nº 4 – POSSESSÃO DEMONÍACA E A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS
Os demônios podem possuir as pessoas, mas o nome de Jesus é poderoso para libertá-las.
INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo sobre batalha espiritual, abordaremos o tema da possessão demoníaca
– O diabo e seus anjos podem possuir pessoas, mas o nome de Jesus é poderoso para libertá-las.
I – A POSSESSÃO DEMONÍACA
– Na sequência do estudo sobre batalha espiritual, abordaremos o tema da possessão demoníaca.
– Já temos visto que o diabo e seus anjos são seres espirituais que, num determinado instante na eternidade, fizeram a opção de se rebelar contra o Senhor e, portanto, pecaram, pecado que é irreversível, já que, na eternidade, não há o tempo, sedo única a oportunidade que os anjos tiveram de fazer uso de seu livre-arbítrio.
– Assim que pecaram, o diabo e seus anjos foram expulsos dos céus, entendidos estes como a habitação de Deus, tendo ido ocupar os “lugares celestiais”, os “ares”, onde mantêm o seu “centro de operações”, se bem que, como seres espirituais sem habitação, estão sempre a “rodear a terra e passear por ela” (Jó 1:7; 2:2).
Vê-se, pois, que tais seres estão em constante movimento, lembrando que são milhares de milhares, milhões de milhões, já que um terço dos anjos seguiu a Satanás (Ap.12:4), e a quantidade de anjos existente, a mesma desde a sua criação, é de milhares de milhares e milhões de milhões (Dn.7:10; Hb.12:22; Ap.5:11).
– Criado o homem, de imediato, o inimigo de nossas almas se posicionou contra esta criatura, igualmente dotada de livre-arbítrio e feita para ter comunhão com o Senhor, buscando, de todas as formas, um meio para destruir esta amizade entre Deus e o homem.
– Na sua investida contra a humanidade, vemos que o diabo se apresentou como “serpente” no jardim do Éden. Por isso, aliás, ele é chamado de “a antiga serpente” (Ap.12:9; 20:2).
– Muito se discute sobre esta “aparição” de Satanás no Éden. Teria ele tomado a forma de uma “serpente” para, assim, dialogar com Eva, ou, então, teria “possuído” a serpente, fazendo-a falar ou, ainda, por meio de uma telepatia, utilizando-se da serpente e de seu poder sedutor, mantido um diálogo mental com a mulher?
– Trata-se de questões que não encontram uma resposta no texto bíblico, mas, segundo uma das linhas de pensamento, teríamos aí um primeiro caso de “possessão”, “possessão” de um animal, o que não é desarrazoado, visto que, nas Escrituras, encontramos um caso de “possessão” de animais por demônios,
no episódio do endemoninhado gadareno, quando foi permitido àquela legião demoníaca, que possuía aquele homem, que entrasse nos porcos (Mt.9:29-32; Mc.5:9-13; Lc.8:30-33).
– Verifica-se, portanto, que o texto bíblico (não necessariamente o da passagem do Éden mas as Escrituras em geral) admitem a possibilidade de os demônios entrarem num corpo físico e dele se apossarem, dominando totalmente o ser possuído.
– Ainda que seja possível a possessão, é mister, desde logo, diferenciarmos as atuações do diabo e seus anjos em relação aos seres humanos, para que não banalizemos a possessão.
– Por primeiro, é oportuno verificar que, ainda que tenha havido uma possessão da serpente por parte do diabo no jardim do Éden, o que é uma possibilidade permitida pelo texto, tem-se que o diabo não possuiu Eva, e, sim, a serpente, tendo apenas tentado Eva, que foi enganada, mas não possuída (II Co.11:3).
– E por que o diabo não possuiu Eva? Simplesmente, porque Eva estava em comunhão com Deus, não tinha pecado até então, fora criada perfeita (Ec.7:29) e quem é nascido de Deus e se conserva a si mesmo o maligno não lhe toca (I Jo.5:18).
– Deste modo, o diabo e seus anjos, com relação aos servos do Senhor, àqueles que estão nas mãos do Senhor, só têm o poder de tentar, ou seja, de sugerir a prática do pecado, de incitar o homem ao pecado.
Enquanto estamos nesta Terra, estaremos sempre sujeitos à tentação, até porque até Jesus foi tentado em tudo (Hb.4:15).
– A primeira operação do diabo e seus anjos, operação esta que é “livre, leve e solta”, ampla permitida por Deus, que atinge a todos os seres humanos, é a tentação, pois vivemos no mundo, este sistema espiritual surgido com a entrada do pecado na humanidade,
que está no maligno (I Jo.5:19), sem falar que temos, em nós mesmos, uma natureza pecaminosa, a “carne”, que é outro grande inimigo que temos e que se alia sempre ao diabo e seus anjos nesta luta espiritual, pois, além da “batalha espiritual contra as hostes espirituais da maldade” (Ef.6:12), também vivemos uma “luta espiritual interna”, a luta entre a carne e o espírito (Gl.5:17).
– A tentação não é pecado, tanto que Jesus em tudo foi tentado mas nunca pecou, sendo apenas uma sugestão do inimigo para que venhamos a pecar.
Como diz o poeta sacro traduzido/adaptado por Paulo Leivas Macalão, “tentado, não cedas, ceder é pecar, melhor e mais nobre será triunfar” (dois primeiros versos da primeira estrofe do hino 75 da Harpa Cristã). O diabo e seus anjos tentam, mas quem peca somos nós.
– Quando nos voltamos para o Senhor, quando estamos debaixo da Sua mão potente (I Pe.5:6), jamais podemos ser arrebatados pelo inimigo, pois o Senhor Jesus foi claro ao dizê-lo (Jo.10:28,29).
A exemplo do salmista Asafe, podemos até ficar perturbados com a tentação mas, ao entrarmos no santuário do Senhor, somos esclarecidos e não seguimos um caminho de distanciamento da presença de Deus (Sl.73:2,16,17).
– Mas o diabo e os seus anjos não fazem uso apenas da tentação (que, aliás, é tema de lição própria neste trimestre), mas também pode dar ensejo à opressão ou influência demoníaca, que é um estágio mais avançado que a simples tentação, que é algo que ocorre a todos e é permitido por Deus.
– A expressão “opressão demoníaca” é genérica e pode designar diversas situações que não são mais meras tentações, mas ainda não constituem “possessão”.
Pedro, na casa de Cornélio, diz que Jesus veio fazer o bem, curando a todos os oprimidos do diabo (At.10:38), a demonstrar que “oprimidos” é um termo genérico, que abrangia toda a sorte de pessoas que estavam, de algum modo, sob a influência do maligno, vivendo em pecado.
Afinal de contas, o Senhor Jesus veio para desfazer as “obras do diabo” (I Jo.3:8) e, no contexto, estas “obras do diabo” dizem respeito ao pecado.
– Portanto, podemos observar que a “opressão do diabo” ou “opressão demoníaca” nada mais é que uma influência do inimigo sobre as pessoas que as leva a viver em pecado, a ser escravas do pecado, dele não conseguindo se libertar.
– Cristo afirmou que, quando pecamos, tornamo-nos servos do pecado (Jo.8:34).
Quando o diabo tenta o ser humano, como ocorreu com Eva, o ser humano, adquirindo a consciência, por causa da natureza adâmica que possui, invariavelmente peca e, a partir de então,
passa a estar sob o domínio do maligno, passa a ficar sob a influência do diabo e de seus anjos, a ser um joguete nas mãos de Satanás, vivendo sob a sua égide, sob o seu império, vivendo, assim, em “opressão”.
– Lembremos que, se consultarmos o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, veremos que “opressão” é “estado, condição de quem ou daquilo que se encontra oprimido; sensação desagradável de falta de ar, de sufocamento, de abafamento (por problemas físicos, psicológicos ou morais); sujeição imposta pela força ou autoridade; tirania, jugo; constrangimento ou pressão moral; coação; situação moralmente desconfortável; humilhação, embaraço, vexame; diminuição acentuada do vigor, da energia; abatimento, prostração”.
Todos estes significados denotam um domínio exercido sobre alguém, contra a vontade deste, mas domínio contra o qual não se pode livrar.
– É, aliás, este o sentido da palavra grega “katadynasteuo” (καταδυνατύω), que se encontra em At.10:38, a saber, “exercer domínio contra alguém”.
– Tem-se, portanto, que a “opressão demoníaca” é o domínio que o diabo e seus anjos exercem sobre os homens que se encontram na prática do pecado, que são escravizados pelo pecado, e, desta opressão, somente se libertarão por intermédio de Jesus Cristo, pois “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo.8:36).
A fé em Jesus Cristo, o arrependimento dos pecados faz com que alcancemos a liberdade do pecado e, assim, estaremos livres da “opressão demoníaca”.
– Pode um cristão ficar sob opressão demoníaca? Claro que sim! Não estamos imunes de pecar, pois não há homem que não peque (I Rs.8:46; II Cr.6:36).
Se dissermos que não pecamos, estamos já pecando, pois estamos a mentir (I Jo.1:8-10).
OBS: “…A Bíblia diz que o diabo procura devorar os crentes (1 Pedro 5:8), e que Satanás e seus demônios preparam “ciladas” contra os cristãos (Efésios 6:11).
Assim como Satanás se esforçou com Jesus (Lucas 4:2), as forças demoníacas nos tentam para o pecado e se opõem a nossos esforços para obedecer a Deus.
A opressão resulta do cristão permitindo que os demônios sucedam nesses ataques. A opressão demoníaca é o resultado de quando um demônio é temporariamente vitorioso sobre um cristão – tentando-o a pecar e dificultando a sua capacidade de servir a Deus com um forte testemunho.
Se um cristão continua a permitir a opressão demoníaca em sua vida, a opressão pode aumentar a tal ponto que o demônio tem uma influência muito forte sobre os seus pensamentos, comportamento e espiritualidade.
Os cristãos que permitem o pecado contínuo se abrem para uma opressão cada vez maior.
Confissão e arrependimento dos pecados são necessários para restaurar a comunhão com Deus, o qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca.
O apóstolo João nos dá um grande incentivo nesta área: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca” (1 João 5:18 ).…” (O que a Bíblia diz sobre a opressão demoníaca? Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/opressao-demoniaca.html Acesso em 12 nov. 2018).
– Se pecarmos (e haveremos de fazê-lo), e não nos voltarmos imediatamente para o Senhor, pedindolhe perdão (I Jo.1:8-2:2), passando a ter uma vida de pecado, estaremos inevitavelmente sob a opressão demoníaca, porquanto quem comete pecado é escravo do pecado, está sob o império da morte, ou seja, sob Satanás (Hb.2:14).
OBS: “…Para o cristão, o poder para a vitória e liberdade da opressão demoníaca está sempre disponível. João declara: “Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4).
O poder do Espírito Santo que habita (Romanos 8:9) está sempre disponível para superar a opressão demoníaca.
Nenhum demônio, nem mesmo o próprio Satanás, pode impedir o cristão de render-se ao Espírito Santo e, assim, superar toda e qualquer opressão demoníaca. Pedro encoraja os crentes a resistir ao diabo “firmes na fé” (1 Pedro 5:9).
Ser firme e perseverante na fé significa confiar no poder do Espírito Santo para resistir com êxito a influência demoníaca.
A fé é construída através das disciplinas espirituais de alimentação da Palavra de Deus, da oração persistente e na comunhão divina.
Fortalecer a nossa fé por esses meios nos permite colocar o escudo da fé com o qual podemos “apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Efésios 6:16).…) ( O que a Bíblia diz sobre a opressão demoníaca? end. cit.).
– Por isso as Escrituras dizem que quem vive pecando é filho do diabo (I Jo.3:8-10), ou seja, é um súdito do inimigo, está sob seu domínio, está sob sua influência.
– Evidentemente que há diferentes níveis de opressão. Existe desde aquela opressão episódica, causada por uma vacilação da pessoa, que se deixa induzir pelo inimigo, como ocorreu com Pedro no diálogo que Satanás o impeliu a ter com o Senhor Jesus para tentar demovê-l’O de Sua missão (Mt.16:21-23),
até uma situação muito próxima à possessão, em que a pessoa está extremamente envolvida com a prática pecaminosa, verdadeiramente a serviço do inimigo de nossas almas, ainda que não tenha ainda sido possuída, como é o caso de Herodes Agripa I que, além de perseguir tenazmente a Igreja, acabou vítima de sua própria soberba, sendo comido de bichos (At.12:1-3,21-23).
– A terceira operação do diabo e seus anjos é a possessão, situação em que o diabo ou outro ser demoníaco toma posse da pessoa, entra nela, passando a utilizá-la como instrumento seu, retirando, inclusive, a consciência e a própria vontade da pessoa. É uma verdadeira “invasão” no ser da pessoa, uma “intrusão”.
OBS: “…Possessão Diabólica – É a realidade na qual o demônio, ao possuir uma pessoa, começa a ter o domínio absoluto sobre o seu corpo, o domínio dos seus movimentos, de sua fala e ações de modo geral.…” (GESUALDO, Danilo. Qual a diferença entre opressão diabólica e possessão diabólica? Disponível em: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/qual-a-diferenca-entre-opressaodiabolica-e-possessao-diabolica/ Acesso em 12 nov. 2018).
– A possessão é uma realidade, pois está registrada nas Escrituras. Os espíritos malignos são espirituais, não possuem corpo e, portanto, podem se apossar de um corpo material, como os corpos dos homens ou, até mesmo, dos animais.
– Não nos esqueçamos de que o diabo e seus anjos são superiores aos seres humanos e isto é fundamental para entendermos a possessão.
Os seres humanos foram feitos pouco menores do que os anjos (Sl.8:5) e, deste modo, não há condições de o homem enfrentar, com suas próprias forças, o adversário ou suas hostes espirituais.
– Apesar de o diabo e seus anjos serem mais fortes do que nós, não há possessão se a pessoa humana não a permitir.
Não pode o diabo se apossar de qualquer pessoa, pelo simples fato de ser superior aos seres humanos. Faz-se necessário que a pessoa possuída aceite ser dominada pelo inimigo, admita tal posse.
– É bem verdade que, como já dissemos, a situação pecaminosa do homem faz com que ele esteja sob a influência do maligno e, neste domínio exercido por Satanás sobre os pecadores inconversos, temos uma nítida diminuição de resistência por parte do ser humano, pois, como já se disse supra, um dos significados de opressão é “diminuição acentuada do vigor, da energia; abatimento, prostração”.
– A pessoa que está continuamente sob a prática do pecado e vai se aprofundando cada vez mais nisto está propensa, cada vez mais vulnerável a sofrer possessão, pois não terá capacidade de resistência, de dizer não ao inimigo nesta sua proposta de posse, proposta que é sempre feita de forma abusiva e sem qualquer respeito à dignidade da pessoa, registre-se.
– A possessão, por isso mesmo, jamais pode ocorrer em um servo do Senhor, sendo totalmente sem respaldo bíblico as afirmações de que crentes podem ficar “endemoninhados”.
– A Bíblia diz que quem está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo (II Co.5:17) e isto significa que não há mais qualquer domínio de Satanás sobre a vida do salvo, pois o Filho verdadeiramente nos liberta (Jo.8:36).
Ademais, quem está nas mãos de Cristo e, por isso mesmo, nas mãos do Pai, jamais poderá ser arrebatado, retirado do domínio divino e, portanto, não pode, em absoluto, o diabo tomar posse de quem está debaixo das mãos do Senhor (Jo.10:28,29), até porque maior é O que está em nós, do que o que está no mundo (I Jo.4:4).
– Como se não bastasse isso, a Bíblia diz que aquele que é nascido de Deus não vive pecando (I Jo.5:18) e, portanto, se não vive pecando, não chega sequer a ser sofrer opressão demoníaca, e, naturalmente, jamais poderá ser objeto de possessão. Por isso, o texto sagrado diz que o maligno não lhe pode tocar.
– Mas, mesmo diante destes textos bíblicos, que bastam para que não admitamos em hipótese alguma que uma pessoa salva possa ser possuída pelo maligno, pois a Bíblia é a verdade (Jo.17:17), alguém poderá objetar o que se está aqui a dizer, afirmando já ter presenciado “um crente ficar endemoninhado”.
– Com todo respeito a estas pessoas, tal jamais pode ocorrer. A pessoa “crente” que algum viu ficar “endemoninhada”, das duas uma: ou não era salva, ou, então, não se estava diante de uma possessão demoníaca.
– O fato de alguém frequentar uma igreja, ter uma posição na igreja local, portar uma Bíblia ou algo similar, não significa que tal pessoa seja salva.
O Senhor Jesus disse que pelos frutos conheceremos quem são as Suas verdadeiras ovelhas e quem são lobos vestidos de ovelhas e que se encontram no meio do rebanho do Senhor (Mt.7:15-20), situação que se intensifica nos dias em que vivemos, dias próximos ao arrebatamento da Igreja (Mt.24:4,5,11,24).
– Quando uma pessoa supostamente “crente” chega a ficar endemoninhada, é simplesmente porque não se trata de uma pessoa salva, mas tão somente de um “lobo vestido de ovelha”, de alguém que estava no meio do povo de Deus mas que não era do povo,
que vivia na prática do pecado e que, lamentavelmente, chegou a tal nível de envolvimento com o mal que atingiu o estágio da possessão, do completo domínio do maligno em sua vida, a ponto de entrar no seu corpo e dirigi-lo completamente.
– Desta realidade nos fala o Senhor Jesus quando menciona que um espírito imundo, quando sai de um homem e, não encontrando repouso, retorna para a casa donde havia saído e a encontra desocupada, varrida e adornada. Diz o Senhor que, neste caso, leva outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali (Mt.12:43-45).
– Cristo está a falar da triste realidade de muitos que, tendo sido outrora possuídos por espíritos malignos, alcançam a salvação, mas, depois, descuidam da vida espiritual, tornam-se vazios de Deus, afastam-se do Senhor, passando a ter uma vida pecaminosa.
Tornam-se, assim, “casas desocupadas, varridas e adornadas” e a tendência é que voltem a ficar possuídos de demônios, e, no caso, segundo Nosso Senhor, possuído por legião, com espíritos piores do que os que possuía anteriormente, porque desprezou a salvação obtida na pessoa de Jesus Cristo.
– Pode, também, ocorrer de que a pessoa supostamente “endemoninhada” não tenha sido verdadeiramente possuída por demônios, mas tenha tido alguma manifestação diversa, como a epilepsia, uma convulsão ou qualquer outra anomalia, que, com a possessão demoníaca não se confunde.
– A possessão demoníaca é a “entrada” do espírito maligno no corpo da pessoa ou do animal, passando a dirigir-lhe as atitudes, as ações, chegando ao ponto de retirar a consciência e a vontade do possuído nos casos extremos, porquanto, ao contrário do que faz o Espírito Santo, o maligno nunca respeita a dignidade da pessoa, pois seu objetivo é destruidor e homicida.
OBS: A Igreja Romana identifica quatro fatores que permitem a identificação de uma possessão demoníaca, a saber: falar ou conhecer línguas desconhecidas, revelação de coisas distantes ou ocultas, força física além do natural e aversão ao sagrado.
– A possessão pode dar-se mediante uma enfermidade que é lançada no corpo da pessoa. Foi o que ocorreu com a mulher que andava curvada, curada por Jesus numa sinagoga.
O texto bíblico diz que “ela tinha um espírito de enfermidade”, ou seja, um demônio, que causava a enfermidade, estava alojada no corpo da mulher, que era aprisionada por Satanás há dezoito anos, segundo o relato do próprio Cristo (Lc.13:10-16).
– Vemos, pois, que há doenças que são resultado de possessão demoníaca, uma possessão parcial, que não retira a consciência e vontade do agente, mas que faz a pessoa sofrer com uma doença.
Há quem diga, inclusive, que, nas chamadas “curas espirituais” realizadas por médiuns, há tão somente uma “alteração de doença”, ou seja, o maligno retira uma enfermidade posta por ele mesmo no corpo, mudando apenas a enfermidade, para assim iludir os incautos sobre o suposto “poder dos espíritos”.
– A possessão também pode se dar “no coração”, ou seja, o maligno pode dominar o ser interior do homem, a sua alma, passando a ter completo domínio sobre a vontade, o intelecto e a sensibilidade da pessoa.
É a pior forma de possessão, pois não nenhuma aparência exterior que permita identificá-la, fazendo com que se tenha um discernimento espiritual aguçado.
Estes casos são de extrema gravidade, pois há como que uma entrega da alma ao maligno, num caminho que dificilmente poderá ser revertido, pois há como que uma consciente e deliberada entrega do íntimo da pessoa ao adversário.
– Foi este o tipo de possessão de que foi vítima Judas Iscariotes (Lc.22:3; Jo.13:2). Mas Judas não era “crente”, como pode ter sido possuído pelo diabo? Judas já havia perdido a salvação quando foi possuído pelo diabo.
Não sabemos quando começou a se desviar, mas o fato é que vivia há muito em pecado, tanto que continuadamente furtava o que se lançava na bolsa (Jo.12:6), tendo o próprio Cristo o chamado de “diabo” (Jo.6:17).
Assim, nesta sua vida espiritual descendente, acabou por se deixar possuir, e na forma mais intensa de possessão, que é esta “possessão do coração”, o que se deu depois que Jesus entrou triunfantemente em Jerusalém (Lc.22:1-3).
– Também é este o tipo de possessão que ocorrerá com o Anticristo e o Falso Profeta. Eles serão os homens que maior intimidade e comunhão terão com Satanás em toda a história da humanidade.
Eles se deixarão dominar totalmente pelo maligno, a ponto de que todas as suas ações serão feitas “segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira” (II Ts.2:9).
Esta possessão será tão intensa que ambos serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre quando forem derrotados pelo Senhor Jesus (Ap.19:20), recebendo primeiro a própria execução da pena destinada a Satanás.
– Há, também, a possessão consistente no domínio pleno e visível de todas as faculdades mentais do possuído, que passa a agir visivelmente sob o domínio do espírito maligno, com alteração de voz, de força física, com total ausência de consciência e vontade.
É a forma mais conhecida de possessão e a que nos reportamos mentalmente quando falamos a respeito deste tema.
– A possessão pode ser de um único espírito, como, também, de vários espíritos ao mesmo tempo, a chamada “legião”, expressão que faz lembrar uma das unidades do exército romano, que corresponderia ao que hoje chamamos de “batalhão” ou “divisão”.
Uma legião romana tinha três mil soldados no período republicano e, no império, chegou a ter cinco mil e duzentos soldados. De modo que não se pode dizer, com certeza, quantos demônios podem ter uma “legião”, sendo, de bom alvitre, dizer tão somente que se tratava de mais de um.
No caso dos endemoninhados gadarenos, como havia quase dois mil porcos (Mc.5:13), podemos dizer que havia quase dois mil demônios a possuir aqueles endemoninhados.
– A possessão deste tipo retira a consciência e vontade dos possuídos, que simplesmente não sabem o que se passa quando o espírito maligno ou a legião está agindo por intermédio deles. Realmente, os possuídos são meros instrumentos materiais destes espíritos, que somente “usam” o corpo da sua vítima para os seus propósitos.
– No episódio dos endemoninhados gadarenos, é dito que eles ficaram no mais perfeito juízo somente depois da libertação operada pelo Senhor Jesus (Mc.5:15), sendo certo que as coisas que faziam antes não eram decorrência de sua atuação, mas, sim, da legião, pois jamais uma pessoa normal poderia fazer como fazer em pedaços e migalhas grilhões e cadeias, bem como ferir-se com pedras.
– Também no caso do moço lunático, verifica-se a total inconsciência do possuído nas ações do espírito maligno, pois, em sã consciência, ninguém haveria de cair no fogo e na água (Mt.17:15;Mc.9:22), espumar, ranger os dentes e ir secando (Mc.9:18,20), sendo que esta “secura” é bem perceptível em muitos endemoninhados que, com a possessão, vão ficando “pele e osso”.
– Por vezes, nessa inconsciência da vítima, o espírito maligno realiza algumas tarefas por meio da pessoa possuída, como, por exemplo, as adivinhações que eram feitas por aquela moça escrava de Filipos, que dava grande lucro a seus senhores (At.16:16-18), ou a produção de escritos, como vemos em várias “psicografias” efetuadas por médiuns, ou a entrega de mensagens orais, com orientações e determinações, como também se verificam em sessões espíritas, seja qual for o segmento espírita.
– Há, ainda, uma quarta operação que pode ser feita pelo diabo ou seus anjos, que é a manipulação de forças ou seres da natureza e, até mesmo, de pessoas humanas, o que sempre se dá se houver a permissão de Deus.
Foi o que aconteceu no caso de Jó, quando, pela permissão divina, pôde Satanás mandar fogo do céu que queimou os moços e as ovelhas (Jó 1:16), o grande vento que fez cair a casa onde estavam os filhos de Jó (Jó 1:19), sem falar nos sabeus e dos caldeus que roubaram o gado de Jó (Jó 1:15,17), ou ainda, de Elimas, que procurava apartar Sérgio Paulo da fé, chamado pelo apóstolo Paulo de “filho do diabo” (At.13:8-11).
– Observemos, neste ponto, que não foi dado ao diabo nem a seus anjos controle algum sobre a natureza terrena, sendo falso o ensinamento de que o “diabo reina sobre o mundo físico”.
Entretanto, por permissão divina, às vezes o diabo e seus anjos podem manipular algo do mundo físico para atingir os seus propósitos imediatos, objetivos estes que estão inseridos nos propósitos maiores de Deus, que faz uso das hostes espirituais da maldade para conseguir concretizar os Seus maiores e supremos fins.
– Há quem considere que a tempestade ocorrida no mar da Galileia, quando Jesus andou sobre as águas, tenha sido uma “tempestade maligna”, uma manipulação demoníaca pra tentar fazer soçobrar o barco onde estavam os discípulos, mas se trata de algo controverso.
II – A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS
– Em Israel, há notícia de preocupação em libertação de pessoas possessas a partir do reinado de Salomão.
Flávio Josefo afirma que, no reinado daquele monarca, teriam sido desenvolvidos “remédios, dentre os quais alguns tinham mesmo a força de expulsar os demônios, que estes não se atreviam a voltar”, tendo, inclusive, o historiador judeu dito ter testemunhado um exorcismo que teria sido praticado por um judeu chamado Eleazar na presença do imperador romano Vespasiano, de seus filhos e de vários dos seus oficiais e soldados, livrar diversos possessos.
OBS: Segue o trecho mencionado por Flávio Josefo: “…Prendia-se ao nariz do possesso um anel no qual estava fincada uma raiz, de que Salomão se servia para isso; logo que o demônio cheirava, arremessava o doente por terra e o abandonava.
Ele [Eleazar] dizia então as mesmas palavras que Salomão tinha deixado por escrito e, fazendo menção desse príncipe, proibia ao demônio voltar.
Para fazer ver ainda melhor o efeito das conjurações, ele enchia uma tina de água e ordenava ao demônio que a lançasse por terra, para mostrar com esse sinal que tinha abandonado o possesso; e o demônio obedecia.
Julguei bem relatar esta história, a fim de que ninguém possa duvidar da ciência, assaz extraordinária, que Deus tinha concedido a Salomão, como graça particular” (Antiguidades Judaicas, VIII, 324. In: JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.1, p.176).
– Esta remissão ao tempo de Salomão para a prática de exorcismos parece ser mais lenda do que realidade, até porque a expulsão de demônios não é mencionada, em momento algum, no Antigo Testamento, sendo, ao contrário, um sinal da chegada do reino de Deus, como aduz o próprio Senhor Jesus (Mt.12:28; Lc.11:20).
– Verdade é que Jesus fala de expulsão de demônios pelo Espírito de Deus e pelo dedo de Deus, a permitir, portanto, que se pensasse haver, sim, entre os judeus, exorcistas, que recorriam a outros expedientes para a expulsão de demônios, como “remédios” ou outros expedientes, até porque, em At.19:13-17, é dito haver exorcistas judeus na cidade de Éfeso, filhos de Ceva, principal dos sacerdotes.
– O texto bíblico, portanto, permite-nos imaginar que havia, sim, um “exorcismo judaico”, que, se não se remete ao tempo de Salomão, dizia ser de lá oriundo e que procurava expulsar demônios, mas que não o fazia verdadeiramente, pois isto somente passou a ocorrer quando o Senhor Jesus trouxe o reino de Deus.
– Cristo dizia que expulsava os demônios pelo Espírito Santo e pelo “dedo de Deus”, ou seja, tinha a ação do Espírito Santo para poder expulsar os demônios, Sua autoridade advinha do fato de ser uma pessoa cheia do Espírito Santo e sem pecado (Lc.3:21,22;4:1).
– Como homem cheio do Espírito Santo, como, aliás, havia sido profetizado que o Messias o seria (Is.11:1,2), Cristo pôde transferir a Sua autoridade sobre os espíritos malignos para os Seus discípulos, dando-lhes o poder de expulsar demônios (Mt.10:1; Lc.10:1,17).
– Este poder dado por Cristo Jesus é um sinal que segue aos que creem em Seu nome (Mc.16:17), tanto que vemos os apóstolos e os discípulos expulsando demônios (At.5:16; 8:7; 16:16-18; 19:12).
– Desde o início, o texto sagrado diz que a expulsão de demônios se dava “em nome de Jesus”.
Mateus diz que foi Jesus quem deu poder sobre os espíritos malignos para os apóstolos, enquanto que, em Lucas, os discípulos se alegram porque “pelo nome de Jesus os demônios se sujeitavam”.
Em Marcos, ao se falar sobre os sinais que seguem aos que creem, é dito que a expulsão de demônios se daria em o nome de Jesus.
– Em At.16:16-18, que é o primeiro relato em discurso direto a respeito de uma expulsão de demônios, o apóstolo Paulo expulsa o espírito de adivinhação daquela jovem em nome de Jesus Cristo.
– Os próprios filhos de Ceva, exorcistas judeus, ao tentarem copiar Paulo na expulsão de demônios, procuraram expulsá-lo “por Jesus, a quem Paulo prega” (At.19:13), a indicar, portanto, que Paulo, também em Éfeso, expulsava demônios em nome de Jesus.
– Que significa expulsar demônios “em nome de Jesus”? Significa que é Jesus quem dá autoridade sobre os espíritos malignos.
Ele venceu o mundo e o pecado, jamais foi derrotado por Satanás e, portanto, tem autoridade para transferir aos Seus discípulos para que também tenham vitória sobre o diabo e seus anjos.
– Não se trata de uma fórmula “mágica”. Não se expulsa demônio “em nome de Jesus”, como se estivesse dizendo “abracadabra”, e isto se deu, por exemplo, com os filhos de Ceva, que quiseram expulsar demônios “em nome de Jesus que Paulo prega”.
Não se trata de uma “fórmula”, mas da autoridade do nome de Jesus, de termos, efetivamente, a transferência do poder de Cristo para nós, o que somente ocorre quando estamos em comunhão com Ele, formando com Ele uma unidade (Jo.17:22,23), quando temos o Espírito Santo por termos crido n’Ele (Jo.7:38,39).
– Quando estamos em comunhão com o Senhor, debaixo da Sua mão potente, não só o maligno não nos toca, como também podemos expulsar os demônios em nome de Jesus.
– “Autoridade” é o poder autorizado, é o exercício do poder por quem está autorizado a fazê-lo por quem efetivamente tem o poder e o Senhor Jesus recebeu todo o poder nos céus e na terra (Mt.28:18) e este poder Ele transfere àqueles que Lhe obedecem, que O servem fielmente, inclusive sobre as hostes espirituais da maldade.
Se estamos sob o domínio do Senhor, se já fazemos parte do reino de Deus, temos, sim, autoridade para expulsar demônios, para libertar as pessoas dominadas pelo diabo.
– Há situações, porém, em que não basta estarmos em unidade com o Senhor e em santidade.
Quando do episódio do jovem lunático, o Senhor Jesus disse aos Seus discípulos que há castas de demônios que, para serem expulsas, exigem do servo do Senhor jejum e oração (Mt.17:21; Mc.9:29).
Cristo Jesus não explica o porquê disto, mas podemos deduzir que se tratam de demônios que são hierarquicamente superiores nas hostes espirituais da maldade e que, portanto, exigem uma maior aproximação nossa do Senhor.
Não se trata de dizer que o que faz sair o espírito imundo é o jejum e a oração, pois sempre se expulsa demônio em nome de Jesus, mas, sim, que não há como vencer certas forças espirituais da maldade sem um maior preparo, uma maior dedicação ao nosso relacionamento com Deus.
– Jamais nos esqueçamos de que só Jesus pode libertar os homens (Jo.8:36) e que somente podemos nos livrar seja da opressão, seja da possessão demoníaca se crermos no Senhor Jesus.
É Ele somente quem pode nos dar poder para pisar serpentes e escorpiões e toda a força do inimigo e nada nos faça mal algum (Lc.10:19).
– O que devemos, então, fazer quando encontramos uma pessoa possessa? Devemos expulsar o demônio ou legião em nome de Jesus.
Para tanto, precisamos estar em comunhão com o Senhor, em santidade, com o discernimento espiritual aguçado e sensível à voz do Espírito Santo.
– É lamentável vermos pessoas que, em vez de expulsarem os espíritos malignos, começam a dialogar com eles e a fazer um espetáculo.
Tal atitude é abominável aos olhos do Senhor, porquanto demonstra um “estrelismo” por parte da pessoa que assim age, que quer “aparecer” e “mostrar sua espiritualidade”, em vez de demonstrar amor para libertar a pobre pessoa possessa.
– Ademais, que vantagem há em dialogar com espíritos malignos, se eles são mentirosos e não têm qualquer proveito a dar nas informações que eventualmente forneça à plateia, formada, no mais das vezes, em sua maioria, por servos de Deus?
– Jesus só dialogou com os espíritos imundos uma única vez, no episódio dos endemoninhados gadarenos, e apenas para lhes perguntar qual era o seu nome, quando, então, eles afirmaram ser uma “legião”, ou seja, muitos demônios.
Por que Jesus fez esta pergunta? Para que não ficassem as pessoas admiradas com a precipitação de quase três mil porcos no mar da Galileia, pois saberiam que eram vários os demônios expulsos.
– Os demônios gostam de espetacularização, porque são soberbos e é de sua natureza quererem protagonizar a cena, querer demonstrar um “poderio”, uma “força” que não na tem, quando se está diante de alguém que age em nome de Jesus.
Quando cedemos a esta espetacularização, não estamos mais agindo em nome de Jesus, mas, sim, fazendo “propaganda do diabo”, o que, efetivamente, não é o nosso papel.
– Os demônios tentaram tal espetacularização com o próprio Cristo. Em várias ocasiões, vemos tais espíritos identificando a Cristo, querendo estabelecer um diálogo com o Senhor e, com exceção do episódio já mencionado, o Senhor Jesus simplesmente mandava que os espíritos saíssem, sem se importar com o espetáculo ou as peripécias feitas pelos demônios.
– Assim também devemos nos comportar. Nosso foco é a libertação da alma possessa, é o amor a estas almas que nos impele a, em nome de Jesus, expulsar os demônios, não podendo sairmos deste objetivo.
– Também devemos evitar certas práticas que muitos empreendem na expulsão de demônios, como bater na cabeça do endemoninhado com a Bíblia, impor as mãos sobre o endemoninhado, sacudir ou balançar a cabeça ou o corpo do endemoninhado, ou coisas similares, que nada mais é que resquício de práticas supersticiosas de exorcismos ou atitudes similares de religiões.
Nada disso encontramos na Bíblia Sagrada, nada disso fez o Senhor Jesus e é a Ele que devemos imitar (I Co.11:1).
– A possessão demoníaca é uma realidade palpável e biblicamente prevista, algo que, inclusive, tem se intensificado nestes dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja.
Mais do que nunca precisamos estar preparados para executar uma das tarefas que o Senhor cometeu à igreja que é a expulsão de demônios e a libertação de pessoas completamente escravizadas pelo maligno. Estamos prontos?
Ev. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/3432-licao-4-possessao-demoniaca-e-a-autoridade-do-nome-de-jesus-i
Um comentário
Hitalo Silva
Como pode reverter a possessão no coração? Alguém que entende disso pode me ajudar?