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LIÇÃO Nº 5 – A VERDADE QUE LIBERTA

INTRODUÇÃO

-Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, estudaremos o discurso de Jesus proferido em Jo.8:12- 59.

-Jesus é a verdade que liberta.

I – O DISCURSO DE JESUS SOBRE A SUA MISSÃO

-Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, veremos o discurso proferido pelo Senhor aos judeus quando o Senhor estava em Jerusalém, no terceiro ano de Seu ministério, por ocasião da Festa dos Tabernáculos.

-A Festa dos Tabernáculos ocorria entre os dias quinze e vinte e dois do sétimo mês, uma das festas de presença obrigatória dos varões (Dt.16:16), sendo a festa da colheita, em que o povo agradecia a Deus pelo término da colheita e habitavam em cabanas durante a festividade, a fim de relembrar que tudo é do Senhor e que devemos ser gratos a Deus pela sobrevivência, como também que, por quarenta anos, os israelitas ficaram habitando em tendas no deserto, a caminho de Canaã (Nm.23:43).

-Continuando a mostrar que Jesus já estava no chamado “ano da oposição”, com o crescimento do número de Seus adversários, João mostra que a própria ida de Jesus a Jerusalém já foi cercada de polêmica na Sua própria casa, pois Seus irmãos, que não criam n’Ele, contestaram-n’O, tanto que o Senhor Jesus preferiu ir à festa sem a companhia de Sua família (Jo.7:1-10).

-No templo, depois do episódio da mulher adúltera, em que o Senhor Jesus lembrou a todos os escribas e fariseus que eles eram pecadores, no lugar do tesouro, no templo, onde estava a ensinar (Jo.8:20), Jesus Se identificou como sendo a luz do mundo (Jo.8:12).

-Ao dizer que era a luz do mundo, disse que quem O seguisse não andaria em trevas, mas teria a luz da vida. Uma vez mais, o Senhor Jesus dizia que havia vindo trazer a vida, a comunhão com Deus.

-Ao dizer isto, fariseus objetaram tal afirmação, dizendo que o testemunho de Jesus não era verdadeiro, porque Ele testificava de Si próprio. João mostra-nos como aumentava a oposição contra o Mestre, a ponto de já haver quem tinha a coragem de publicamente O contrariar, até porque já havia até um movimento para matá-l’O (Jo.7:1,25) ou prendê-l’O (Jo.7:44).

-Esta objeção feita pelos fariseus corroborava o que o evangelista dissera no introito de seu livro, quando disse que Jesus era a luz dos homens, mas que a luz resplandeceu nas trevas e as trevas não a compreenderam (Jo.1:4,5).

-Baseavam-se os fariseus na lei mosaica, que dizia que um testemunho só pode ser considerado verdadeiro se houver duas ou três testemunhas (Dt.17:6; 19:15), princípio, aliás, que foi reafirmada pelo próprio Jesus (Mt.18:16).

-Entretanto, apesar de, aparentemente, os fariseus estarem com a razão, o Senhor mostrou que não era o caso. Embora estivesse Cristo a testificar de Si mesmo, disse Ele que sabia donde tinha vindo e para onde iria, o que, entretanto, era de desconhecimento dos Seus opositores (Jo.8:14).

-Jesus traz-nos uma preciosa lição. Somente pode realizar um julgamento aquele que tem pleno conhecimento dos fatos, que tem o que se costuma denominar de “domínio do fato”, algo que somente Deus tem condição de fazer, pois é onisciente, sabe todas as coisas.

-Por primeiro, os fariseus estavam equivocados, porque o testemunho de Jesus não era isolado, como pensavam, mas, sim, o testemunho de duas Pessoas Divinas, o Pai e o Filho (Jo.8:16).

-Por segundo, os fariseus não tinham os dados necessários para fazer um julgamento, pois não sabiam de onde Jesus havia vindo nem para onde iria e, deste modo, não poderiam fazer qualquer juízo sobre o testemunho de Cristo (Jo.8:14).

-Com efeito, os fariseus, embora dissessem que sabiam de onde era Jesus (Jo.7:26), não o sabiam, pois diziam que Jesus era da Galileia, de Nazaré, bem como que era filho de José (Jo.7:41-43), o que, evidentemente, não era o caso, já que nascera em Belém (Mt.2:1) e era o Filho de Deus, gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:35).

-Embora Jesus, como Deus, pudesse fazer julgamento, pois tinha amplo domínio dos fatos, não o fazia (Jo.8:15), porque não tinha vindo para julgar o mundo, mas para salvá-lo (Jo.12:47).

-Como estamos aqui a prosseguir a obra iniciada pelo Senhor Jesus, não cabe à Igreja fazer julgamento dos homens, mas, tão somente, levar aos homens a salvação na pessoa de Jesus Cristo, concitando os homens a se arrepender dos seus pecados, abandoná-los para receberem o perdão dos pecados (At.2:37).

-Havia sido esta, aliás, a lição dada por Jesus pouco antes quando do episódio da mulher adúltera (Jo.8:1-11), quando, podendo condenar aquela mulher, pois não tinha pecado, não o fez, poupando a sua vida e a aconselhando que se arrependesse e abandonasse a vida pecaminosa (Jo.8:10,11).

-O julgamento feito pelos homens é o julgamento segundo a carne (Jo.8:15), ou seja, um julgamento viciado, não só pela falta de dados, ante a própria condição de imperfeição do ser humano, mas também pelo fato de que os homens têm a natureza pecaminosa (Gn.5:3; Sl.51:5; Rm.7:14), são escravos do pecado (Jo.8:34) e, portanto, seu julgamento, evidentemente, tende a ser falho e errôneo.

-O julgamento precipitado tem se intensificado em nossos dias, em que tudo se dá em tempo real, ante o desenvolvimento tecnológico, o que faz com que as notícias sejam disseminadas de imediato, sem a devida precaução, bem como que as pessoas cheguem a conclusões sem que tenham o mínimo de reflexão e investigação, o que é uma conduta imprópria para um justo, sendo o comportamento peculiar ao ímpio (Sl.10:4).

-Diante da resposta de Jesus, os fariseus, então, indagaram de Cristo onde estava o Seu Pai, tendo, então, o Senhor lhes respondido que, como eles não conheciam a Ele, Jesus, não podiam, também, conhecer o Pai (Jo.8:19).
-Jesus prosseguiu o Seu discurso, dizendo que iria Se retirar e para onde Ele iria, os fariseus não poderiam ir, confirmando, assim, o desconhecimento deles a respeito da origem e do destino do Senhor, a invalidar o julgamento que estavam a proferir.

-Jesus, ao revés, mostrava claramente que não somente sabia para onde iria, como também sabia que aqueles fariseus, por sua incredulidade, morreriam em seus pecados e, portanto, jamais poderiam ir para onde Jesus iria, onde Lhe farão companhia tão somente os que crerem n’Ele (Jo.14:1-3).

-Não nos esqueçamos de que se estava a celebrar a Festa dos Tabernáculos, precisamente a festividade que lembra o caráter passageiro da vida sobre a face da Terra, pois é isto que representa a tenda, a cabana que é utilizada pelo judeu durante esses dias como sua morada.

-O escritor aos hebreus reforça isto, ao dizer que os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó viviam em tendas, porque não se apegavam a terra de Canaã, que lhes havia sido prometida pelo próprio Deus, mas buscavam a pátria celestial, a cidade preparada por Deus para eles (Hb.11:9-16).

-Jesus insiste nesta ideia, pois diz que Ele é de cima, enquanto eles, fariseus, eram deste mundo, o que não era o caso do Senhor (Jo.8:23) e se não cressem n’Ele, morreriam em seus pecados, não indo para o céu, o que reforça o que já dissemos ter sido registrado pelo escritor aos hebreus (Jo.8:23,24).

-Jesus identifica-Se como Deus, pois diz: “Se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo.8:24 “in fine”).

-Não é possível a salvação se não se reconhecer que Jesus é Deus. Temos, aqui, no Evangelho segundo João, a segunda vez em que Jesus toma para Si o nome de Deus, “Eu sou” (Ex.3:14). Quem não reconhece que Jesus é Deus, morre em seus pecados.

-Ante tal afirmação, os interlocutores fariseus perguntaram a Jesus quem Ele era e Jesus apenas lhes respondeu que era quem já desde o princípio lhes havia dito (Jo.8:25).

-Ao fazerem esta pergunta, os fariseus confirmavam a veracidade do que Jesus havia dito, no sentido de que eles não poderiam julgar Cristo, pois não sabiam de onde vinha nem para onde ia. Aliás, nem sequer sabiam quem era Jesus.

-Será que não temos tido esta mesma conduta dos fariseus que conversavam com Jesus? Estamos querendo julgar a Jesus, murmurando quanto ao que está acontecendo conosco ou fazendo juízos precipitados sobre o próximo por causa dos acontecimentos, sem saber sequer o que Jesus está a fazer, sem saber quem é Jesus? Pensemos nisto!

-Jesus disse ter condição de dizer e julgar os homens, mas que havia sido enviado ao mundo não para julgamento, mas para levar a mensagem da salvação e, em razão disto, seria levantado, quando se confirmaria que estava sendo obediente ao Pai e que estava a falar o que o Pai Lhe havia ensinado, Pai que não O deixava só, porque Cristo sempre agradava o Pai (Jo.8:28,29).

-Aqui Jesus também revela a Sua humanidade. Além de Se chamar “Filho do homem”, diz que “será levantado”, ou seja, haveria de morrer crucificado, derramando o Seu sangue pela humanidade.

-Jesus deixa claro que Sua obra salvífica dependeria de Seu sacrifício na cruz do Calvário. Repete àqueles interlocutores o que já havia dito a Nicodemos, que era necessário que fosse levantado, ou seja, que desse a Sua vida para que pudesse levar os que n’Ele cressem para onde Ele iria, ou seja, para o céu.

-Jesus ainda diz que, quando fosse levantado, os homens saberiam quem Ele era e o que tudo fazia como o Pai Lhe havia ensinado, nada fazia por Si mesmo (Jo.8:28).

Paulo confirmaria isto ao dizer que Jesus, o Filho, “…que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm.1:3,4).
-Ao assim falar, muitos que tinham ouvido este discurso, creram em Jesus (Jo.8:30).

II – O DISCURSO DE JESUS SOBRE A VERDADE

-Jesus, então, inicia um novo discurso, agora dirigido aos judeus que haviam crido n’Ele, ou seja, a estes novos discípulos que haviam deixado de julgá-l’O, entendido que Jesus era enviado do Pai, que resolveram não morrer em seus pecados e ir para cima, para outro mundo, para onde Jesus disse que iria.

-É importante aqui vermos o contexto do texto sagrado, com o que nos livraremos de vários falsos ensinos que tentam perturbar a nossa fé na atualidade.

-Os judeus que creram em Jesus creram que Jesus era a luz do mundo e que deveriam seguir a Jesus para ter a luz da vida, não mais andando em trevas (Jo.8:12).

-Os judeus que creram em Jesus renunciaram a fazer julgamentos a respeito seja de Jesus, seja do próximo, entendendo estar em trevas e dependendo de Jesus para estar na luz, acreditando que o testemunho de Jesus era verdadeiro e que Jesus é Deus, pois admitem a Sua onisciência e a Sua igualdade ao Pai.

-Os judeus que creram em Jesus admitiram que eram pecadores e se arrependeram de seus pecados, sabendo que só Jesus podia perdoá-los, o que é mais um reconhecimento da deidade de Cristo.

-Os judeus que creram em Jesus admitiram que não se deve ocupar das coisas desta vida, não se deve apegar a este mundo, mas seguir a Jesus para poder ir para cima, deixar de ser deste mundo para pertencer ao outro mundo, ao mundo da eternidade, de quem é Jesus, que, portanto, é mais uma vez reconhecido como Deus por ser eterno.

-Este outro discurso mostra-nos, mais uma vez, que há uma distinção entre a multidão e os discípulos de Jesus. São grupos diferentes e, portanto, Jesus dá tratamento diferenciado a cada um deles.

-Assim que os judeus que o ouviram falar com os fariseus creram n’Ele, Jesus Se dirige a estes “novos crentes” e inicia um sermão para eles, que podemos bem dizer que se tratava de um sermão
dirigido aos “novos convertidos”, um “sermão de discipulado”.

-Cremos em Jesus porque cremos na pregação do Evangelho (Ef.1:13), Palavra que ativa a nossa fé (Rm.10:17). O Senhor Jesus diz aos novos convertidos que eles deveriam permanecer na Sua Palavra e, só desta maneira, verdadeiramente seriam Seus discípulos (Jo.8:31).

-Cristo mostra a Seus discípulos que a vida espiritual é uma continuidade, é um processo, não se trata de algo pontual ou isolado. Uma vez tendo crido em Jesus, é necessário permanecer na Sua Palavra.

-Aqueles novos crentes haviam crido que Jesus era Deus, que era o Salvador, que necessitavam se arrepender dos seus pecados e abandoná-los, mas isto era apenas o início, o começo de uma jornada, que somente seria exitosa se estes discípulos permanecessem na Sua Palavra.

-Permanecer na Palavra de Jesus é continuar crendo n’Ele, é aprender com Ele, é ouvi-l’O, estar a Seus pés. Somente assim alguém verdadeiramente poderá ser chamado de discípulo de Cristo.

-Esta afirmação de Cristo mostra que não se tem uma predestinação incondicional. Quem creu em Jesus precisa permanecer na Sua Palavra, é preciso haver perseverança até o fim para ser salvo (Mt.24:13).

-O texto mostra claramente que aqueles judeus haviam crido em Jesus, portanto tinham alcançado a salvação, mas o próprio Jesus diz que esta salvação dependia da permanência na Palavra, ou seja, a salvação é um processo, não um ato isolado.

-Ser discípulo de Jesus é permanecer na Sua Palavra, sendo, pois, indispensável que se aprenda com Cristo ao longo da vida, desde o arrependimento dos pecados, e este aprendizado se dá pela Palavra.

-Na Sua oração sacerdotal, o Senhor Jesus diz que esta permanência na Palavra é a santificação na verdade (Jo.17:17).

-A Palavra de Deus, que é a Bíblia Sagrada, pois são as Escrituras que testificam de Jesus (Jo.5:39), promove a santificação dita progressiva, ou seja, contínua, que é feita diariamente, mediante a meditação nas Escrituras (Sl.1:1,2; Ap.22:11).

-O escritor aos hebreus bem diz que a santificação deve ser seguida (Hb.12:14), ou seja, é um ato que se deve fazer continuadamente, sem qualquer cessação, até o dia em que nos encontremos com o Senhor naquele lugar para o qual Ele foi e para onde nos quer levar (Jo.14:1-3), a cidade celestial (Fp.3:20,21).

-Esta permanência na Palavra é um envolvimento com os ensinos do Senhor, com a sã doutrina, envolvimento este que nos fazer íntimos com ela, de modo que passamos a ter “o conhecimento da verdade”, pois a Palavra é a verdade (Jo.17:17).

-O “conhecimento da verdade” é este envolvimento cada vez maior com a Palavra, é moldar a nossa conduta à de Jesus, fazer-nos cada vez mais conformes à Sua imagem, para que Jesus seja primogênito entre muitos irmãos (Rm.8:29).

-Este “conhecimento da verdade” é o conhecimento do Senhor, porque o Senhor é a verdade (Jr.10:10) e o conhecimento do Senhor deve ser contínuo, tem de sempre prosseguir (Os.6:3), já que tem de partir do gotejar (Dt.32:2) para ser uma chuva abundante que rega a terra (Os.6:3).

-Este “conhecimento da verdade” é o conhecimento de Cristo, pois Jesus é a verdade (Jo.14:6) e este conhecimento nos levará a um estado de comunhão e de unidade tanto com o Pai quanto com o Filho (Jo.17:20- 22), estado este que nos fará com que não mais vivamos, mas Cristo viva em nós e que a vida que aqui vivamos seja uma vida na fé do Filho de Deus (Gl.2:20).

-Na parábola do semeador (Mt.13:1-23; Mc.4:1-20; Lc.8:4-15), Jesus nos mostra a necessidade de haver esta permanência na Palavra, Palavra que é a semente mencionada na parábola (Mt.13:19; Mc.4:14; Lc.8:11).
-Quando não há a permanência na Palavra, temos fracasso espiritual. Foi o que aconteceu com a semente que caiu nos pedregais, que, apesar de ter germinado (ou seja, a Palavra fez com que a pessoa cresse em Jesus), morreu, porque não tinha raiz, o que nada mais é que a perda da salvação por não ter se suportado a angústia e a perseguição por causa da palavra (Mt.13:21; Mc.4:17; Lc.8:13).

-Também é o que acontece com a semente que caiu nos espinhais que, apesar de ter germinado (ou seja, a Palavra fez com a que pessoa cresse em Jesus) e tenha até crescido (ou seja, superaram-se as dificuldades trazidas pela perseguição e angústia por causa da palavra), acabou sendo sufocada pelos cuidados deste mundo e pela sedução das riquezas, não gerando frutos (Mt.13:22; Mc.4:19; Lc.8:14).

-Este envolvimento e atração com o mundo e as coisas desta vida somente se dá quando cessa o envolvimento com a Palavra de Deus, tanto que o Senhor Jesus fala em sufocamento da Palavra, ou seja, em perda de espaço, em anulação, em aniquilamento, ou seja, abandono.

-Não é por outro motivo que o apóstolo Paulo diz que, uma vez sendo resgatados pelo Senhor, devemos nos apresentar santos, irrepreensíveis e inculpáveis, o que se dá se permanecermos fundados e firmes na fé, não nos movendo da esperança do evangelho que ouvimos (Cl.1:20-23).

-Este movimento nada mais é que o afastamento de Deus, o distanciamento que nos fará retornar às trevas espirituais (Mt.25:8), que nos levará ao desvio da fé (I Tm.6:10), ao esfriamento espiritual (Mt.24:12) e, no limite, à apostasia da fé (I Tm.4:1). Que Deus nos guarde, amados irmãos!

-Somente quando há permanência na Palavra, representada na parábola como sendo a boa terra (Mt.13:23; Mc.4:20; Lc.8:15), temos o sucesso espiritual, a frutificação, ou seja, a produção do fruto do Espírito (Gl.5:22), do fruto de justiça (Fp.1:11), a demonstração das qualidades dos discípulos de Cristo (Mt.5:3-12), as boas obras que o próprio Deus preparou para que andássemos nelas (Ef.2:10).

-Estas palavras proferidas pelo Senhor a novos convertidos devem nos estimular a tomarmos mais cuidado com o discipulado em nossas igrejas locais, a fim de que possamos fazer com que não haja a imensa maioria de deserções nas fileiras dos soldados de Cristo, como temos observado ocorrer com cada vez maior intensidade.

-Torna-se indispensável que, uma vez havendo decisões por Cristo, tendo as pessoas recebido a Palavra em seus corações, sejam eles devidamente ensinados para que venham a ser tornar verdadeiros discípulos do Senhor, exatamente como fizeram Barnabé e Saulo na primeira igreja local gentílica, a igreja de Antioquia (At.11:26).

-Jesus prossegue dizendo que somente o conhecimento da verdade é que promove a libertação: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo.8:32).

-Não há como nos mantermos livres do poder de Satanás se não conhecermos a verdade. A salvação é o resgate, o livramento do poder do maligno (At.26:18; Cl.1:13), mas, uma vez libertos, temos de nos manter livres e esta liberdade depende do conhecimento da verdade.

-Por que o conhecimento da verdade nos livra do maligno? Porque o diabo é o pai da mentira (Jo.8:44) e engana todo o mundo (Ap.12:9) e a única maneira de enfrentarmos a mentira e a desmascararmos é por meio da verdade, que é a Palavra de Deus.

-Isto é ainda mais necessário nos dias em que vivemos, pois o princípio das dores, ou seja, o tempo imediatamente anterior ao arrebatamento da Igreja, à vinda de Jesus para buscar a Sua Igreja, é um tempo de engano (Mt.24:4,11,24), de modo que, diante de tamanha ação do engodo, tenhamos, mais do que nunca, de conhecermos verdade.

-Eis um dado que nos preocupa nos dias em que vivemos. No instante em que se torna ainda mais necessário conhecer a verdade, o povo de Deus tem negligenciado o estudo e a meditação das Escrituras, as reuniões de ensino e as Escolas Bíblicas Dominicais têm diminuído suas frequências, sendo, até mesmo, eliminadas da programação de muitas igrejas locais, quando nem sequer instituídas em denominações que estão a surgir nos últimos tempos.

-Diante deste quadro funesto, vemos que a fome se ne à vontade de comer e o inimigo tem feito a festa, levando milhares e milhares de pessoas ao fracasso espiritual. Acordemos, amados irmãos, antes que seja tarde demais!

-Neste exato instante, os demais judeus, que ali estavam ouvindo Jesus se dirigir aos novos crentes, interferem na conversa, querendo tumultuar o ensino do Senhor, transtornar a mente daqueles que haviam se convertido.

-Os judeus, provavelmente os fariseus com quem Jesus tinha dialogado pouco antes, quiseram, mais uma vez, objetar o Senhor, dizendo que eram descendência de Abraão e que, portanto, nunca tinham servido pessoa alguma, de modo que não tinham de que se libertar, pois eram livres (Jo.8:33).

-Esta afirmação era uma grande hipocrisia, uma mentira sem tamanho proferida por aqueles homens. Por primeiro, era evidente que os filhos de Israel se encontravam, desde o cativeiro da Babilônia, sob domínio estrangeiro, sendo servos em sua própria terra, como já havia admitido ainda nos dias de Neemias, quando fizeram confissão coletiva de seus pecados (Ne.9:34-37). As próprias autoridades reconheciam a soberania romana sobre Israel nos dias de Jesus (Lc.23:2; Jo.19:12,15).

-Por segundo, o discurso de que eram “descendência de Abraão” e que, por isso, eram eles o povo de Deus e, desta maneira, livres em relação aos demais, não se sustentava por duas razões.

-A primeira razão era a circunstância de que os judeus se consideravam livres porque haviam recebido a lei, tanto que celebravam a Festa das Semanas ou Pentecostes, entre outras coisas, para agradecer a Deus pela liberdade que tinham por causa da lei.

-“…Os Sábios Rabínicos, desejos de imprimir uma significação religiosa mais elevada a esse feriado ligado à colheita [Pentecostes, observação nossa], concluíram que a saída dos israelitas do cativeiro no Egito representara, na realidade, apenas um prelúdio para sua libertação e não a libertação em si, pois os antigos escravos não podiam ser considerados realmente livres, diziam os Rabis num espantoso paradoxo, até que se tivessem resolvido a adotar voluntariamente o ‘jugo da Torah’, que os conduziria à plena libertação.

Foi a aceitação jubilosa por Israel desses verdadeiros ‘grilhões da liberdade’ em Shavuot [o nome hebraico da Festa das Semanas ou Pentecostes, observação nossa], diziam eles, que transformou aquele dia santo em data comemorativa da libertação de Israel da escravidão da mente e do espírito…” (AUSUBEL, Nathan. SHAVUOT. In: A JUDAICA. Conhecimento Judaico II (v.6), p.777) (itálicos originais).

-Ora, esta razão não poderia ser invocada, pois os filhos de Israel jamais cumpriram a lei, tendo, quarenta dias após terem começado a receber a lei no monte Sinai, quebrado exatamente os dois primeiros mandamentos (“Não terás outros deuses diante de Mim” e “Não farás imagem de escultura”) no episódio do bezerro de ouro, tanto que o próprio Deus diz:

“Quarenta anos estive desgostado com esta geração e disse: é um povo que era de coração e não tem conhecimento dos Meus caminhos. Por isso, jurei na Mina ira que não entrarão no Meu repouso” (Sl.95:10,11).

-Deste modo, se eram livres porque haviam recebido a lei, não eram verdadeiramente livres, visto que haviam quebrado a lei e ficado sob a ira divina e que deveriam aguardar o Messias para que pudessem ter uma nova oportunidade de reconciliação com Deus (Dt.18:15-19)

-A segunda razão era a circunstância de que a alegação de que eram livres e salvos porque eram filhos de Abraão já havia sido desmentida por João Batista, cuja pregação era, precisamente, a de que deveriam os judeus se arrepender dos seus pecados para poderem receber o Messias e, deste modo, alcançarem a salvação (Mt.3:7-12).

-Em resposta a esta presunção dos judeus em se acharem livres por serem filhos de Abraão, o Senhor Jesus diz que todo o que pratica o pecado se torna escravo do pecado e que somente o Filho pode verdadeiramente libertar o homem (Jo.8:34-36).

-A escravidão é consequência da prática do pecado. O homem, tendo a natureza pecaminosa, inevitavelmente peca ao atingir a consciência e, ao praticar o pecado, torna-se escravo do pecado, passando a ter por pai o diabo, fazendo o que o diabo quer que ele faça, ou seja, que pratique pecado (Jo.8:44).

-Jesus veio trazer a verdadeira libertação, que é a libertação do pecado, é esta a Sua obra e tal afirmação de Cristo põe por terra todo o discurso surgido ao longo dos séculos de um Evangelho voltado para as coisas terrenas, um Evangelho que tenha por objetivo a promoção de um reino de Deus aqui na Terra, como prometeram o evangelismo social de Walter Rauschenbusch (1861-1918), a teologia da libertação de Gustavo Gutiérrez Merino (1928-2024), Leonardo Boff (1938- ), Jon Sobrino (1938- ) e Juan Luís Segundo (1925- 1996) ou a teologia da missão integral de Samuel Escobar (1934- ).

-O homem precisa se libertar do pecado e, uma vez liberto do pecado, verdadeiramente será livre e, como resultado desta liberdade, a ele virá o reino de Deus e, por consequência, a sociedade diminuirá a sua imperfeição e injustiça, já que passará a ser guiada segundo a vontade de Deus.

-Não resta dúvida de que Jesus restaurará a terra, inclusive sob o aspecto sócio-político, mas é Ele quem o fará, não os homens, e isto se dará tão somente quando do estabelecimento do reino milenial de Cristo, quando, aí, sim, virão paz e justiça sobre a Terra. Como nos mostram os filhos de Corá, no Salmo 85, primeiramente vem a salvação para que, posteriormente, venham a justiça e a paz (Sl.85:9-11).

-A vida eterna somente vem através do Filho, porque o Filho fica para sempre, enquanto o servo não fica para sempre, ou seja, aquele que vive na prática do pecado, que é filho do diabo, não terá a vida eterna. Como diz o salmista, os ímpios são como a moinha que o vento espalha, não subsistirão no juízo nem os pecadores na congregação dos justos, o caminho dos ímpios perecerá (Sl.1:4,5, 6”in fine”).

-O justo, ao revés, aquele que tem prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e noite, será como a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, que dá o seu fruto na estação própria e cujas folhas não caem, mas tudo quanto fizer prosperará (Sl.1:2,3).

-Jesus mostra aos judeus incrédulos que haviam se imiscuído na conversa do Senhor com os novos crentes que, apesar de eles serem descendência de Abraão, queriam matar a Jesus, e o faziam porque a Palavra do Senhor não entrava neles, eles não aceitavam a pregação do Evangelho e, nesta recusa, escolhiam ser filhos do diabo e não filhos de Deus (Jo.8:37,38).

-Como diria João em sua primeira epístola, quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio (I Jo.3:8). Quem crê em Jesus é separado do pecado, isto é, é santificado (I Co.1:2) e deve permanecer separado do pecado até o dia da glorificação (I Jo.3:2,3).

-Os fariseus, então, quiseram objetar Jesus, dizendo que eram filhos de Abraão, já que, até então, não havia o Senhor identificado quem era o pai deles (Jo.8:37).

-O Senhor mostrou que eles não eram filhos de Abraão, porquanto eles não realizavam as obras de Abraão, ou seja, não haviam crido em Jesus, pois Abraão é o pai da fé., Cristo Jesus repetia aqui o que já fora dito por João Batista, ou seja, de que a descendência verdadeira de Abraão não era étnico-biológica, mas, sim, espiritual, porque todas as famílias da Terra seriam benditas na semente do patriarca (Gn.12:3).

-O verdadeiro filho de Abraão ama a Jesus, não Lhe tem ódio, como ocorriam com aqueles fariseus, que queriam matar Jesus e homicida é aquele que não tem o amor de Deus em seu coração, não tem a vida eterna (I Jo.3:14,15).

-Hoje são muitos os que se afirmam religiosos, inclusive “filhos de Abraão”, mas que odeiam Jesus, querem “matá-l’O”, procurando, de todas as formas, desacreditá-l’O, tirá-l’O das mentes dos homens, desprezá-l’O ou menosprezá-l’O. Tais pessoas nada mais são que filhos do diabo, que inimigos da cruz de Cristo.

-Continuando em suas equivocadas pretensões, os fariseus disseram que eram filhos de Deus, que não haviam nascido em prostituição (Jo.8:41) e, nesta expressão, veem alguns estudiosos das Escrituras, uma maledicência em relação ao próprio Jesus, por causa de sua concepção e nascimento virginal.

-Cristo, mais uma vez, mostra que, se eles fossem filhos de Deus, O amariam, porque Ele havia saído e vindo de Deus, tinha sido enviado por Deus.

Entretanto, aquela gente não O compreendia nem podia ouvir a Sua Palavra, porque não eram de Deus ( I Jo.3:10), mas, sim, (e aí revela quem era o pai deles), do diabo e, neste ponto, bem entendemos porque João Batista havia chamado seus ouvintes de “raça de víboras”, ou seja, da estirpe da serpente, filhos do diabo.

-Vemos aqui como Jesus estava a cumprir a missão salvífica. Ele era “a semente da mulher” e tinha vindo enfrentar “a semente da serpente”. Quem n’Ele cresse, quem ouvisse a Sua Palavra, seria feito filho de Deus (Jo.1:12), passaria a ser da “semente da mulher”, da “semente de Abraão”, alcançando a bênção dada pela “posteridade de Abraão” (Gl.3:16,29).

-Quem não cresse em Jesus, permaneceria sendo da “semente da serpente”, “filho do diabo”, sofrendo a ira divina por sua incredulidade (Jo.3:36), morrendo nos seus pecados por não ter crido que Jesus é o Deus Salvador (Jo.8:24).

-Os filhos do diabo são enganados por seu pai, que é o pai da mentira e homicida desde o princípio e, por isso mesmo, além de não poderem crer na verdade, que é a Palavra (Jo.17:17) e o próprio Jesus (Jo.14:6), ainda morrem em seus pecados, já que estão debaixo do império da morte (Hb.2:14).

-Jesus afirma não ter pecado (Jo.8:46), mostrando que, ao contrário do diabo, que peca desde o princípio, Ele não tinha qualquer pecado, sendo, pois, um exemplo, um fato objetivo que era suficiente para que as pessoas cressem n’Ele, na verdade por Ele dita.

-Entretanto, aqueles incrédulos não eram de Deus e, por isso, não escutavam as palavras de Jesus (Jo.8:47). Não eram Deus porque não haviam crido, não porque não podiam crer, o que, uma vez mais, desmente a doutrina da predestinação incondicional.

-Neste momento, os fariseus demonstram todo o seu ódio contra Jesus ao dizer que Ele era samaritano e tinha demônio (Jo.8:48). Passavam a ofender a Jesus, vez que não podiam replicar aos fatos trazidos por Ele.

-Jesus diz que não tinha demônio e que honrava ao Seu Pai, aludindo, uma vez mais, à ausência de pecado em Sua vida, enquanto os fariseus o estavam desonrando, insultando-O (Jo.8:49).

-Jesus disse, então, que não buscava a Sua glória, enquanto outros o faziam, numa evidente crítica ao farisaísmo, que era conhecido por sua ostentação religiosa e pela autoglorificação (Mt.6:1,5,16; 23:3-7).

-Jesus torna a dizer, então, que quem guardasse a Sua Palavra nunca veria a morte (Jo.8:51), reafirmando que Ele daria a vida eterna a Seus discípulos, como que retomando o diálogo com os que haviam crido n’Ele, “atravessado” por aqueles incrédulos.

-Os fariseus, acuados, ao ouvirem esta palavra, disseram ter obtido a prova de que Jesus tinha demônio, pois Abraão e os profetas haviam morrido e, obviamente, haviam guardado a Palavra de Cristo e, segundo o próprio Senhor, deveriam ainda estar vivos, se o que Jesus dizia era a verdade (Jo.8:52,53).

-Os fariseus perguntaram a Jesus se Ele Se considerava maior que Abraão e que os profetas e, a esta indagação, Jesus voltou a dizer que não Se glorificava, mas o Pai O glorificava, dizendo claramente que o Pai era Deus (Jo.8:54).

-Jesus ainda diz àqueles interlocutores que eles não conheciam a Deus, mas Ele, sim e que guardava a palavra do Pai, bem como que Abraão havia exultado em ver o dia de Jesus, tendo visto e Se alegrado (Jo.8:56).

-Jesus faz provavelmente alusão ao episódio do sacrifício de Isaque, ocasião em que o Senhor mostrou ao patriarca que alguém haveria de morrer pela humanidade, alguém que seria de sua descendência, e que, nesta morte vicária, todas as famílias da terra seriam benditas.

-Com efeito, um carneiro foi imolado em lugar de Isaque e, diante da fidelidade de Abraão, a promessa de bênção a toda a humanidade, por meio da posteridade, que era Cristo, foi reafirmada, o que trouxe alegria ao patriarca (Gn.22:10-18).

-O sacrifício de Isaque, para os judeus, é “…o supremo exemplo de autossacrifício em obediência à vontade de Deus e o símbolo do martírio judeu ao longo dos tempos…” (AKEDAH. In: JEWISH VIRTUAL LIBRARY. Disponível em: https://www.jewishvirtuallibrary.org/akedah Acesso em 13 fev. 2025) (tradução nossa de texto em inglês).

-Cristo, ao revelar esta antevisão da salvação dada a Abraão, uma vez mais mostra a necessidade de Seu sacrifício para que se obtivesse a libertação do pecado, bem como a indispensável relação entre o amor a Deus e a abnegação, a obediência incondicional ao Senhor.

-Não há como sermos filhos de Deus se não crermos em Jesus e não nos negarmos a nós mesmos, passando a fazer exclusivamente a vontade do Senhor, pois somente tem a vida eterna quem faz a vontade divina (I Jo.2:17)

-Não era o caso daqueles incrédulos, que não escutavam as palavras de Cristo, que O odiavam e queriam a Sua morte.

-Diante da revelação de Jesus, os fariseus trouxeram nova objeção, dizendo que Jesus não tinha ainda cinquenta anos e como dizia ter visto Abraão, ao que Jesus respondeu dizendo o terceiro “Eu sou” do Evangelho segundo João: “Antes que Abraão existisse, Eu sou” (Jo.8:58).

-Os incrédulos não mais suportavam a segunda assunção de deidade de Jesus naquele discurso e resolveram pegar em pedras para O matar, porque Jesus havia dito que era Deus. Jesus, então, deles Se ocultou, passando pelo meio deles, e Se retirando do templo (Jo.8:59).

-Este gesto dos judeus de tentarem apedrejar Jesus em pleno templo estava baseado numa interpretação que se dava, dizendo que, embora o Sinédrio estivesse impedido de aplicar a pena de morte (Jo.18:31), o próprio povo poderia fazê-lo naqueles casos em que a lei dizia que havia necessidade de tirar o mal do meio de Israel e um destes casos era o pecado de blasfêmia (Dt.13:1-5).

-Ao fazer isto, este grupo de incrédulos tão somente confirmou o que Jesus tinha dito, ou seja, que eles, por não aceitarem a Sua Palavra, queriam matá-lo e, ao fazê-lo, demonstravam ser filhos do diabo e estarem a viver única e exclusivamente para satisfazer os desejos de seu pai, que era homicida desde o princípio, não só querendo matar Jesus, mas, o que era mais triste e grave, resolvendo morrer em seus próprios pecados, mantendo a morte de que haviam sido vitimados pela prática do pecado, rejeitando a vida oferecida por Jesus.

-Isto fizeram dentro do templo, em nome de uma religiosidade, achando-se “filhos de Abraão”, “filhos de Deus”. Como o pecado os cegara? E nós, cremos em Jesus ou estamos a agir como os fariseus? Fomos libertos pela Verdade? Pensemos nisto!

 Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/11420-licao-5-a-verdade-que-liberta-i

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