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LIÇÃO Nº 5 – LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO   

O salvo tem uma vida nova em Cristo, liberto do pecado.  

INTRODUÇÃO

–  Em continuidade ao estudo da carta aos efésios, estudaremos a passagem de Ef.2:1-10, onde o apóstolo analisa a nova vida em Cristo Jesus.  

– O salvo, sendo liberto do pecado, tem uma vida nova, completamente oposta a que tinha antes.  

I – A MORTE ESPIRITUAL DO SER HUMANO  

– Como sabemos, depois de ter elencado as bênçãos espirituais decorrentes da salvação, separando-as conforme cada Pessoa Divina, o apóstolo Paulo começa a dizer aos destinatários da carta que não cessava de dar graças a Deus por eles,

desejando que o Pai da glória lhes desse em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, para que eles soubessem a esperança da sua vocação e quais as fraquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobre-excelente grandeza do Seu poder sobre nós,

poder este manifestado em Cristo, quando de Sua ressurreição e ascensão, quando, então, foi constituído como cabeça da Igreja (Ef.1:16-23).  

– Agora, o apóstolo nos lembra que o Senhor Jesus nos vivificou, estando nós mortos em ofensas e pecados (Ef.2:1).

Quem nos vivifica, quem nos dá vida é o Senhor Jesus e, antes da obra salvífica de Cristo, estamos nós mortos em nossos delitos e pecados.  

– Como afirma Tomás de Aquino (1225-1274) :

“…No capítulo anterior, o apóstolo fez uma revisão dos benefícios feitos em geral à linhagem humana por meio de Cristo; aqui, novamente, ele se lembra deles para compará-los com seu estado de vida passado, que pode ser considerado como o estado de culpa e o estado de gentilidade e, em ambos os casos, ele se envolve no mesmo agrupamento,

porque primeiro leva em consideração seu estado de culpa e, então, o benefício da graça, da justificação; e o estado de culpa, tanto dos gentios quanto dos judeus, e do benefício primeiro, a sua generalidade, logo a sua necessidade.…” (Efésios – Capítulo 2 – Lição 1 – Ef.2:1-3. Cit. Ef.2:1-10, n. 9. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 14 fev. 2020) (tradução de texto em espanhol pelo Google com alterações nossas).  

– Paulo diz que fomos vivificados, porque estávamos mortos em nossas ofensas e pecados. Esta afirmação costuma ser utilizada pelos defensores da predestinação incondicional para afirmar que, por causa dessa “morte” espiritual,

não teríamos condição alguma de alcançar salvação se não fosse pela graça divina, ou seja, somente quem estaria predestinado à salvação poderia receber vida e, deste modo, alcançar a salvação.  

– Há diferença entre “ofensas” e “pecados”? Tomás de Aquino entende que “ofensas” dizem respeito aos pecados por omissão, enquanto que “pecados” se referem aos pecados por comissão.

O pastor Elienai Cabral tem outro entendimento. Diz o consultor teológico da CPAD: “…’Ofensas” fala de ultraje, agravo, afronta que o homem praticou quando desobedeceu a Deus.

Melhor tradução é como está na Versão Atualizada, ‘delitos’, porque transmite a ideia de algo punível e criminoso.

A palavra ‘pecados” logo a seguir na expressão indica um quadro funesto do estado permanente do homem pecador.

Não se trata apenas de pecados individuais praticados, mas do pecado entranhado na nossa natureza humana (Rm.3:23; 5:12)…” (Efésios – a igreja nas regiões celestiais. Lições bíblicas, 4º trimestre de 1999 – aluno – p.18).  

– Não é isso, entretanto, que o apóstolo Paulo está a nos dizer. Não resta dúvida de que, ao pecarmos, morremos espiritualmente.

Quem o afirma é o próprio Deus que, já no Éden, disse ao homem que se ele Lhe desobedecesse, certamente morreria (Gn.2:16,17).  

– Esta morte nada mais é que a separação de Deus. Morte, nas Escrituras, significa separação e foi exatamente isto que ocorreu no dia da queda.

O texto sagrado diz-nos que o primeiro casal, ao notar a chegada de Deus ao jardim do Éden, escondeu-se d’Ele, pois não havia mais comunhão entre Deus e o primeiro casal por causa do pecado que havia sido cometido (Gn.3:8).  

– Apesar de estarem já mortos espiritualmente, o primeiro casal foi chamado por Deus, que não só trocou um diálogo com eles, como ainda lhes deu a conhecer a promessa da redenção, como também os juízos que sofreriam por causa da prática do pecado (Gn.3:9-19).  

– A morte espiritual, portanto, não representou, em absoluto, uma impossibilidade de comunicação entre Deus e os homens, ainda que tal comunicação tenha sido para aplicação de castigo.

Mas, e isto é importantíssimo, o Senhor revelou ao homem em pecado que haveria uma salvação pela semente da mulher, promessa que foi muito bem compreendida pelo primeiro casal, tanto que Eva se alegou sobremodo quando teve o seu filho Caim, achando ser este aquele que fora prometido no dia da queda (Gn.4:1).  

– Desta maneira, dizer que, por causa da morte espiritual, não é possível ao homem, se não houver uma intervenção divina, ouvir a voz de Deus e ter conhecimento do plano de salvação, é pensamento sem respaldo bíblico e que é desmentido cabalmente nos eventos subsequentes à queda.  

– Quando alcançamos a consciência, inevitavelmente escolhemos o mal em vez do bem, em virtude de nossa natureza pecaminosa. Só o Senhor Jesus, gerado por obra e graça do Espírito Santo, escolheu o bem ao chegar à chamada “idade da razão” (Is.7:15,16).

Isto, porém, não significa que, uma vez pecando e sendo separados de Deus, pois o pecado gera a morte (Tg.1:15; Rm.6:23), estaremos sem condição alguma de ouvir a voz de Deus ou de poder receber a mensagem da salvação.  

– O apologista cristão Dave Hunt (1926-2013) bem afirmou que “ser morto em seus delitos e pecados” jamais pode significar “incapaz de sequer o primeiro movimento em direção a Deus” e, com muita proficiência, diz:

“…Onde a Bíblia diz ‘incapaz de sequer o primeiro movimento em direção a Deus’? A Bíblia não diz! Somos informados com a mesma clareza de que os cristãos estão ‘mortos para o pecado” (Romanos 6:2, 7, 11 etc.).

Isso significa que eles são, portanto, ‘incapazes do primeiro movimento em direção ao pecado’? Certamente não. …” (Que amor é este?:  a falsa representação de Deus no calvinismo. Trad. de Cloves Rocha dos Santos e Walson Sales da Silva, p.215).

– O pastor Luiz Henrique de Almeida Silva, pioneiro das vídeo-aulas da EBD na internet, bem analisou a questão ao mostrar que há um interesse de Deus em que o homem seja salvo e, portanto, que tenha acesso à mensagem da salvação.

Disse ele em uma mensagem encaminhada por WhatsApp em 10 de fevereiro de 2019:

“O erro de algumas religiões por aí é não crer na atuação de convencimento do ESPÍRITO SANTO.

Outro erro é crer no outro extremo da depravação total pensar que só existem pessoas más e que não sabem a diferença entre o bem e o mal, contrariando o que DEUS disse após o homem comer do fruto da árvore do Conhecimento do bem e do mal.

A pessoa realmente pode ser boa, como Cornélio e Lídia, e desejar conhecer a salvação, depois disto realmente entra o convencimento do ESPÍRITO SANTO e a pessoa ouvindo a pregação do EVANGELHO se converte. (Ef.1:13; Gn.3:22; At.10:1; 16:14).

O homem é perfeitamente capaz de escolher e sabe que tem que fazer uma escolha. Deus só entra em ação após está escolha.

A fé vem pelo ouvir – Só ouve a palavra quem quer ouvir. DEUS não obriga ninguém a ouvir.

Então, só vai ouvir quem está já interessado em DEUS. Primeiro o homem se interessa por DEUS por livre e espontânea vontade,

depois o ESPÍRITO SANTO entra em ação no seu convencimento do pecado, da justiça e do juízo;

e depois DEUS vai providenciar uma oportunidade para que esta pessoa ouça o e evangelho.

Ainda que está pessoa esteja no meio da Amazônia, DEUS enviará um missionário lá para pregar o evangelho para que ele possa ser salvo.”  

– Na situação de morte espiritual, o homem acaba sendo dominado pelo pecado, é seu escravo, como o Senhor bem disse para Caim (Gn.4:7) e o Senhor Jesus também afirmou em um debate com os judeus (Jo.8:34).

A situação do homem no pecado é terrível, não tem como ele se libertar, por si só, desta situação (Rm.7:7-24).  

– Por isso, o apóstolo afirma que, antes de sermos salvos, andamos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que opera nos filhos da desobediência (Ef.2:2).  

– O mundo nada mais é que o sistema comandado por Satanás, sistema este que se encontra no maligno (I Jo.5:19) e, por conseguinte, em total oposição à Palavra de Deus.

Tudo o que existe no mundo é contrário a Deus, daí porque João ter dito que quem ama o mundo, o amor do Pai não está nele (I Jo.2:15).

OBS: “…Vejamos o que é o mundo. O mundo aqui não é sinônimo da natureza criada por Deus.

O mundo é o sistema que pressiona cada pessoa para se conformar aos s seus valores (Rm 12.2).

O apóstolo João é enfático ao dizer que quem ama o mundo não pode amar a Deus (I Jo 2.15-17).

Tiago declara com a mesma ênfase que quem é amigo do mundo é inimigo de Deus (Tg 4.4).

Sempre que os homens são desumanizados — pela opressão política, econômica, moral e social, vemos a ação do mundo. Trata-se de uma escravidão cultural.

As pessoas são escravas desse sistema do mesmo modo que os súditos eram arrastados pelos generais romanos por grossas correntes amarradas no pescoço depois de uma conquista…” (LOPES, Hernandes Dias. Efésios – Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, p.50).  

– Por isso mesmo, o Senhor Jesus chama o diabo de “príncipe deste mundo” (Jo.12:31; 14:30 e 16:11) e Paulo, de “deus deste século” (II Co.4:4).

É ele quem tem o “império da morte” (Hb.2:14). Não se trata, como alguns equivocadamente interpretam, de domínio sobre o mundo físico, sobre o planeta. Não, não e não!

O diabo tem domínio sobre o sistema que se criou com a sua rebelião e que foi estendido com a entrada do pecado na humanidade.

Todavia, este mundo tem seus dias contados, é passageiro e passará, assim como a sua concupiscência (I Jo.2:17).

OBS: O pai da Igreja, João Crisóstomo (347-407), comentando esta passagem da carta aos efésios, afirma: “…Por que então chamar o diabo de príncipe deste século?

Porque quase toda a natureza humana se entregou a ele, e todos o servem livre e voluntariamente.

Cristo, que promete inúmeros bens, não recebe atenção. O diabo não promete nada disso,  empurra-nos para o inferno e todos cedem a ele.

Seu império é sobre este século, ele tem mais súditos que Deus e muito mais dóceis, exceto um pequeno número, pelo efeito de nosso relaxamento…” (Sobre Efésios – Homilia 4 – Ef.2:1-10. Cit. Ef.2:1-10, n.400. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 14 fev. 2020) (tradução de texto em francês pelo Google com alterações nossas).  

– Quem não é salvo, anda segundo o curso deste mundo, ou seja, está sempre se afastando cada vez mais de Deus, indo na “correnteza do pecado, da desobediência, da incredulidade e da soberba”.

É o que Paulo denomina em Rm.8:1, de “andar segundo a carne”, ou seja, viver segundo a natureza pecaminosa que existe em cada ser humano.

OBS: “…’Curso’, aqui, é seguimento do caminho mau.(…). Seguir ‘o curso deste mundo’ é conduzir-se conforme o pensamento mundano que predomina nos que vivem no pecado. Ainda hoje o que induz muita gente no pecado é o pensamento da época (Cl.3:7,8)…” (CABRAL, Elienai. op.cit., p.18).  

– O ser humano, adquirindo a consciência, inevitavelmente peca e passa a viver pecando (I Rs.8:46; II Cr.6:36), porque sua natureza é pecaminosa, é nascido ele de uma semente corruptível, já que formado em iniquidade e concebido em pecado (Sl.51:5).  

– Tomás de Aquino aqui identifica duas causas para a prática do pecado: o mundo e o diabo. O homem sem salvação ou anda segundo o curso deste mundo, ou seja, ama o mundo e faz o que agrada ao mundo, mundo que, como dissemos, está no maligno ou, então, deixa-se dirigir diretamente pelo diabo e pelos demônios, andando “segundo o príncipe das potestades do ar”.

O grande teólogo da Idade Média, a propósito, ao comentar esta passagem, faz questão de mostrar que o diabo e seus anjos estão nos ares na atualidade, como, aliás, o apóstolo repetirá em Ef.6:12.

– O ser humano, por causa de sua natureza pecaminosa, que podemos denominar de natureza adâmica, pois todos somos imagem e semelhança de Adão (Gn.5:3), torna-se um filho da desobediência, pois é um filho do diabo, já que vive a pecar,

a transgredir os mandamentos e preceitos estabelecidos por Deus (I Jo.3:8-10). Não foi por outro motivo que o Senhor disse que somos maus, embora possamos fazer coisas boas (Mt.7:11).  

– Não podemos, pois, ter qualquer ilusão quanto à índole e ao íntimo de cada ser humano e o apóstolo quer deixar isto patente, pois seu objetivo era mostrar a todos os seus leitores e ouvintes que a salvação não decorria de qualquer bondade ou virtude que tivessem os salvos.

O apóstolo queria evitar, a todo custo, que, entre os cristãos, surgisse o mesmo sentimento de superioridade que havia grassado entre os judeus e levado ao farisaísmo, farisaísmo, aliás, que Paulo conhecia muito bem, visto que, antes de sua conversão, fora um ferrenho e fanático fariseu (At.26:5).  

– Nos dias difíceis em que vivemos, não são poucos os que se deixam levar por filosofias e doutrinas que buscam encontrar no homem uma bondade inata, uma pureza de propósitos, o que têm gerado um sem número de problemas e dificuldades não só no que toca à evangelização e ao desenvolvimento de uma vida conforme as Escrituras Sagradas, mas na própria vida secular.

A crença na bondade natural do homem, que se encontra na raiz de pensamentos como os do filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778),

tiveram grande influência na elaboração de projetos e planos educacionais e de tratamento do crime, gerando um dos principais fatores que têm contribuído grandemente para a anarquia, indisciplina e impunidade que hoje reinam entre os homens.  

– O homem sem salvação está debaixo do domínio da carne, de suas paixões e o resultado disto é que jamais pode agradar a Deus (Rm.8:7,8) e a consequência disto, afirma o apóstolo dos gentios, outra não é senão transformar o homem em “filho da ira”, ou seja,

alguém que está sujeito a sofrer a ira divina, ou seja, tornar-se um candidato à morte eterna, à condenação eterna, a ter o mesmo destino já traçado para o diabo e seus anjos, a saber:

o lançamento no lago de fogo e enxofre, o tormento eterno, o fogo eterno (Mt.25:41,46; Ap.20:10,15).  

– Como diz o pai da igreja, João Crisóstomo, o homem sem salvação não tem “pensamento espiritual algum”:

“…Nós irritamos a Deus, ele [o apóstolo, observação nossa] diz, nós O irritamos; em outras palavras, estávamos com ira e nada mais.

Pois, como o filho de um homem é um homem por natureza, nós também somos; nós éramos filhos da ira como os outros.

Ou seja: ninguém era livre, todos nos comportamos de maneira a merecer ira.”(end.cit., n.401) (texto em francês traduzido pelo Google com alterações nossas).  

– A ira divina nada mais é que a justa retribuição pelo pecado, pela desobediência, pela transgressão (Rm.1:18).

Deus é soberano, ordenou ao homem que Lhe obedecesse (Gn.2:16), mas deu ao homem a liberdade de escolher servi-l’O ou não (Gn.2:17; Dt.30:19; Js.24:15; Ap.22:17).

Como um ser moral, entretanto, o homem terá de prestar contas da escolha que fez, pois a liberdade de escolha tem como contra face a responsabilidade (Hb.4:13; Gl.6:7).  

– É evidente, porém, que, ante a natureza pecaminosa do homem, Deus intervenha para que o homem possa ter acesso à mensagem da salvação, como também venha a entende-la, de modo a ter condições de interessar-se em ser salvo e, assim, ser convencido pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:7-11), alcançando a salvação.

Esta boa vontade divina é o que se costuma denominar de “graça preventiva”, “graça preveniente” ou “graça suficiente”, que é o favor imerecido que Deus concede a todos os homens de terem acesso à mensagem da salvação, ao Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16).  

II – A GRAÇA DIVINA E A SALVAÇÃO

– Após descrever o lamentável estado em que se encontra o homem no pecado, Paulo  mostra como se dá a salvação. Inicia o pensamento com a conjunção adversativa “mas”, que indica oposição, que indica um quadro contrário ao que até então estava sendo apresentado.

Este “mas” revela-nos que não mesmo qualquer compatibilidade entre uma vida com Cristo, uma vida em comunhão com Deus e a vida de pecado, algo que, infelizmente, muitos estão a se deixar enganar em nossos dias trabalhosos.  

– O apóstolo dos gentios diz que, ante tal quadro de perdição, Deus nos vivificou. A origem da salvação está em Deus e é o resultado da sua imensa misericórdia.

Paulo diz que Deus é riquíssimo em misericórdia, a nos mostrar a intensidade imensa de misericórdia que o Senhor possui.  

– A misericórdia é a qualidade de fazer o bem, de sentir a necessidade do outro, de descer ao seu nível e, então, tendo este mesmo sentimento, pondo-se no lugar do necessitado, resolver fazer o bem, resolver retirar o outro do estado de miséria em que se encontra.

 A palavra latina “misericórdia” é um composto de duas outras palavras: “miseri”, ou seja, o miserável, o pobre em extremo, e “córdia”, que significa coração.

Ter misericórdia significa, pois, ter um coração que sente, compreende o estado de miséria do outro.  

– Deus teve misericórdia da humanidade e, por isso, contemplando o estado miserável do ser humano após a sua queda, resolveu vivificar o homem que criou, trazê-lo novamente à comunhão com Ele, demonstrando assim o Seu muito amor com que nos amou (Ef.1:4).  

– Este amor que não se pode medir, que João disse ter sido um amor “de tal maneira” (Jo.3:16), revelou-se pela encarnação de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que veio morrer em nosso lugar, para nos conceder o perdão dos pecados e restaurar a comunhão com Deus.

 

– A salvação é, portanto, fruto de um imenso amor e, naturalmente, um amor tão intenso assim não poderia ser dirigido a apenas “alguns eleitos”, como defendem os calvinistas. João deixa bem claro que se tratava de amor ao mundo, ou seja, a todos, até porque Deus que todos se salvem (I Tm.2:4).

OBS: Tomás de Aquino explica esta “riqueza de misericórdia”:

“…Assim, ele [o apóstolo, observação nossa] diz: “que Ele é rico em misericórdia”, porque, sendo a causa do amor do homem, a bondade do ente querido, o homem que ama a justiça então ama, porque é justo que esse amor seja.

Mas quando a causa da bondade no ente querido é o amor, esse amor tem como fonte sua misericórdia.

Agora, o amor com o qual Deus nos ama causa bondade em nós, e é por isso que a misericórdia é colocada aqui como a raiz do amor divino.

A propósito, Isaías: “As benignidades do SENHOR mencionarei e os muitos louvores do SENHOR, consoante tudo o que o SENHOR nos concedeu, e a grande bondade para com a casa de Israel, que usou com eles segundo as Suas misericórdias e segundo a multidão das Suas benignidades.” (Is. 63:7).

E Deus diz que é rico em misericórdia porque Ele a possui, não como homem, mas de modo infinito e inesgotável…” (Efésios – Lição 2 – Ef.2:4-7. Cit. Ef.2:1-10, n.11. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 15 fev. 2020) (tradução pelo Google de texto em espanhol).  

– A salvação tem origem em Deus e é, por isso, que Deus é o primeiro a manifestar este amor (I Jo.4:19), quando nós ainda estávamos mortos em nossas ofensas (Ef.1:5), o que Paulo já dissera aos romanos, quando afirmou que Deus prova o Seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores (Rm.5:8).  

– Esta iniciativa divina, necessária diante da natureza pecaminosa do homem, explica claramente porque não se pode adotar a interpretação dada por Pelágio (350-423), que dizia ter o homem, por seus próprios dons naturais, poderia, ou não, escolher a Deus, escolher servi-l’O, negando, assim, a natureza pecaminosa. Não é possível que o homem, com as suas forças, chegue à presença de Deus, consiga salvar-se.  

– Quem nos vivifica é Deus e tal vivificação se dá com Cristo (Ef.2:5), o único mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5), o único nome pelo qual devamos ser salvos (At.4:12).  

– Paulo, então, faz uma importantíssima declaração, qual seja: pela graça sois salvos (Ef.2:5), declaração esta que foi um dos pontos principais da Reforma Protestante, este grande avivamento que ocorreu no Ocidente entre os séculos XVI e XVIII.

– Nossa salvação é fruto da misericórdia e da graça de Deus. A graça é o favor imerecido, a boa vontade gratuita de Deus em relação ao homem.

Vendo nosso estado de miséria, o Senhor quis nos fazer bem, quis nos dar algo que não merecíamos, que era a restauração da comunhão com Ele.  

– Se a misericórdia impede que alcancemos aquilo que merecíamos, pois, em virtude da misericórdia, o Senhor afasta de nós a devida punição (Tg.2:13), a graça nos traz algo que não merecíamos, o Senhor nos concede algo que jamais poderíamos obter.

Como diz João Crisóstomo: “…Porque não é o amor que merecemos, mas a ira e o último castigo.…” (Sobre Efésios – Homilia 4 – Ef.2:1-10. Cit. Ef.2:1-10, n.400. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 15 fev. 2020) (tradução pelo Google de texto em francês com alterações nossas).  

– Esta graça revela a boa vontade de Deus para com os homens, como cantaram os coros angelicais em Belém no dia do nascimento de Jesus (Lc.2:14).

Por isso, o Senhor quis que todos os homens pudessem ter a capacidade de escolher, ou não, servir a Deus, apesar de seu estado pecaminoso, de modo que é a graça de Deus que, mesmo sendo o homem mau e dotado de natureza pecaminosa, sem forças para vencer o pecado ou de não pecar, pode, sim, livremente, ter acesso ao Evangelho e resolver nele crer.

Tudo isto se dá por causa da graça de Deus, que aqui é denominada de “graça preventiva”, “graça preveniente” ou “graça suficiente”.  

– Deus, que pela Sua bondade, dá chuva e sol a todos os homens (Mt.5:45), não haveria, também, de dar uma real oportunidade de salvação aos homens que se encontram num estado de miséria espiritual da qual Deus Se compadeceu e com imensa intensidade?  

– Esta vivificação dá-se pela ressurreição espiritual, pois, nós, que estávamos mortos nos delitos e pecados, passamos agora a ter vida e vivemos para Cristo.

Esta realidade espiritual é descrita por Paulo no capítulo 6 de Romanos, onde o apóstolo bem mostra que o rito do batismo nas águas é uma representação daquilo que ocorreu espiritualmente com aquele que crê em Jesus e obtém a sua salvação (Rm.6:3-11).  

– Quando somos vivificados em Cristo, nascemos de novo (Jo.3:3), ressuscitamos com Cristo (Rm.6:4,8) e, por isso, passamos a viver para Deus (Rm.6:10).  

– É interessante observar que Paulo fala de “ressurreição espiritual”. Ora, só há ressurreição se, antes, tiver havido vida e morte, o que nos mostra, claramente, que o homem, antes de chegar à idade da razão, tem vida espiritual.

Todos nós seguimos os passos de nosso pai Adão: na inocência, temos vida espiritual; com a aquisição da consciência, pecamos inevitavelmente e morremos espiritualmente. Como afirma o pastor José Rigonatto, presidente das Assembleias de Deus – Ministério Sopro Divino, espiritualmente, o salvo tem 2 nascimentos e 1 morte, enquanto que o perdido tem 1 nascimento e 2 mortes (Ap.20:14; 21:8).

– Agora, com o cumprimento da promessa da redenção dada a nossos pais, podemos ressuscitar ao crermos em Cristo, nascendo de novo, não de uma semente corruptível, como ocorre quando somos gerados, mas, agora, pela Palavra de Deus, a semente incorruptível que nos leva a fé salvadora (Rm.10:17; I Pe.1:23).  

– Esta ressurreição com Cristo é também tratada por Paulo na epístola aos colossenses, cuja redação é contemporânea à epístola aos efésios, a refletir, portanto, o sentimento e o raciocínio do apóstolo a respeito deste tema quando se encontrava preso em Roma, ou seja,

permite-nos compreender melhor a inspiração que teve do Espírito Santo para deixar à igreja como ensinamento ao longo da peregrinação terrena do povo de Deus.  

– Paulo, em Cl.2:20, diz que estamos mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo e, por isso mesmo, não podiam os colossenses se deixar levar pelos judaizantes, que queriam fazê-los seguir a lei de Moisés.

– O apóstolo diz que, quem ressuscita com Cristo, busca as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl.3:1).

Nossa ressurreição com Cristo faz com que passemos a ter comunhão com o Senhor e, assim, passamos a ser um com Ele (Jo.17:21) e nossos objetivos, nosso alvo passa a ser esta vida em Cristo, agradar a Deus e aguardar a nossa ida para a dimensão celestial, da qual já passamos a participar, ainda que ainda neste mundo.  

– Quando ressuscitamos com Cristo, passamos a pertencer à família de Deus (Ef.2:19), pois recebemos o espírito de adoção de filhos (Rm.8:15) e, em virtude disto, abandonamos o pecado e o mundo, passando a viver para Deus, a buscar nos aproximarmos cada vez mais do Senhor, “buscando as coisas de cima”.  

– Eis aí um fator que demonstrará se alguém é filho de Deus ou não. Qual é o seu interesse? Qual é o seu foco? Qual é o seu propósito? Se forem “as coisas de cima”, estará ele mostrando ser efetivamente alguém que ressuscitou com Cristo, que obteve a salvação.

 – Aquele que ressuscita com Cristo, diz o apóstolo, pensa nas coisas de cima e não nas que são da terra, porque a sua vida está escondida com Cristo em Deus e já está morto para o mundo (Cl.3:2,3).

É alguém que prioriza as coisas celestiais, espirituais, que tem por finalidade agradar sempre ao Senhor, atendendo, assim, ao que o Senhor Jesus diz no sermão do monte, que devemos buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, tendo as coisas desta vida apenas como acréscimos, como acessórios (Mt.6:31-34).  

– Os que ainda não morreram para o mundo e, portanto, não ressuscitaram com Cristo, têm seu horizonte apenas nesta vida, não conseguem “enxergar um palmo além da realidade terrena”, sendo, se se disserem cristãos, os mais miseráveis de todos os homens, vez que veem a Cristo Jesus apenas como solução para as coisas desta vida (I Co.15:19).  

– Evidentemente que não se está aqui a dizer que o filho de Deus é completamente alheio às coisas terrenas e que não se deve ocupar de sobreviver neste mundo enquanto aqui peregrinar.

O Senhor Jesus diz que devemos buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça e, em momento algum, diz que não devemos nos preocupar com o sustento, com a satisfação das necessidades essenciais.

O que não podemos é tornar isto o foco, a razão de ser de nossa existência, como fazem os que não creem em Deus.  

– É nosso dever procurar satisfazer, de forma digna, honesta, mediante o trabalho de nossas mãos, as nossas necessidades básicas, bem como as de nossos familiares, que de nós dependem economicamente, até porque desfrutar do fruto do nosso trabalho é uma bênção divina (Ec.2:24; 3:13; 5:19).

Ao cumprir este dever, aliás, estaremos glorificando ao Senhor e contribuindo grandemente para que cumpramos nosso papel como difusores do Evangelho entre os homens.  

– No entanto, não podemos jamais tornar o bem-estar material, a busca das coisas desta vida como meta, objetivo e foco de nossas vidas, sob pena de estarmos em dissintonia com o Senhor e de nos apartarmos d’Ele.

Ressuscitamos com Cristo e agora vivemos para Ele, não mais para o mundo e para a sua concupiscência.  

– Eis porque é totalmente anticristã a mensagem seja da teologia da prosperidade, que faz com que as pessoas busquem a Cristo com a única finalidade de enriquecimento material;

seja a teologia da confissão positiva, que faz com que as pessoas busquem a Cristo com a única finalidade de bem-estar material, notadamente a imunidade a doenças e enfermidades e a satisfação de caprichos humanos.

Aqui vemos a índole satânica de tais discursos: querem nos impedir de desfrutarmos da comunhão com Cristo, de com Ele ressuscitarmos e, desde já, gozarmos da vida eterna.  

– Mas, além da ressurreição com Cristo, o apóstolo diz que passamos a nos assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef.2:6).

Esta afirmação corrobora o que Paulo já dissera no introito da epístola, ao dizer que o Senhor já nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3).

– Quando cremos em Jesus, já passamos a gozar da posição de filhos de Deus e, como tal, já temos pleno acesso ao trono da graça, porque o Senhor nos abriu um novo e vivo caminho pela Sua carne (Hb.10:19).

A morte de Cristo derrubou a parede de separação que havia entre Deus e os homens (Ef.2:14), que era o pecado (Is.59:2), simbolizado pelo véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo no tabernáculo (Ex.26:33) e, posteriormente, no templo de Jerusalém (II Cr.3:14),

véu este que foi rasgado de alto a baixo precisamente quando o Senhor expirou na cruz do Calvário, consumando a obra que o Pai lhe havia dado a fazer (Mt.27:51; Mc.15:38; Lc.23:45).

 

– Esta nova posição já nos faz ter acesso aos céus desde já, mesmo quando estamos ainda nesta peregrinação terrena, e não é por outro motivo que o texto áureo da Bíblia diz que, quando cremos em Cristo, já temos a vida eterna (Jo.3:16).

Observemos que não se terá a vida eterna, mas já se tem desde o momento da salvação, porque vida, nas Escrituras, é comunhão e, quando cremos em Jesus, já passamos a ter comunhão com o Senhor e, por isso mesmo, já fazemos parte dos céus, desta posição de pleno acesso aos “lugares celestiais em Cristo”.  

– É interessante notar que o Senhor Jesus, assim que ressurreto, ao aparecer para as mulheres, disse que não podia ser detido porque Ele ainda não tinha subido para Seu Pai (Jo.20:17).

Alguns interpretam que, após tal aparição, e antes da aparição aos discípulos na tarde daquele dia, o Senhor teria subido ao Pai, o que não seria ainda a ascensão, mas uma demonstração de que, ressurreto, tinha agora o Senhor livre acesso tanto à terra quanto aos céus.  

– Não querendo discutir sobre este tema, que foge ao escopo da lição, isto apenas pode ser utilizado como uma figura da posição do cristão enquanto está nesta Terra, ou seja,

alguém que pode livremos chegar-se ao trono da graça, à presença do Senhor (Hb.4:16; 10:19-23), tendo ardente desejo de fazê-lo, precisamente por já se encontrar “nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.

Como viu Estêvão, pouco antes de morrer, os céus estão abertos para os filhos de Deus (At.7:56).  

– Mas, além de sermos ressuscitados com Cristo, também temos a esperança de que, assim como o Senhor, também ascenderemos aos céus, obtida a glorificação, no dia do arrebatamento da Igreja, pois, se é certo que com Ele aqui padecemos, também com Ele seremos glorificados (Rm.8:17).

Aos colossenses, Paulo é mais explícito a este respeito, dizendo que haveremos de nos manifestar com Ele em glória (Cl.3:4). É esta, aliás, a esperança dos filhos de Deus (I Jo.3:1-3).  

– Temos aqui, aliás, mais um fator identificador da espiritualidade de alguém, se se trata de um filho de Deus, ou não.

O filho de Deus não tem outra esperança senão a de alcançar a glorificação e para sempre viver com o Senhor.

É alguém que deseja ardentemente o céu, deseja ir para lá, mantém-se em santidade porque sabe que não entra pecado nas mansões celestiais.

Trata-se de alguém que está em permanente vigilância e que tem na vinda de Cristo um assunto e tema que sempre está na sua mente.  

– Já aquele que não ressuscitou com Cristo não tem este desejo. Pelo contrário, procura esquivar-se deste assunto, buscar razões e justificativas para não abordar a volta de Jesus, inclusive procurando menosprezar este assunto, quando não eliminá-lo completamente de seus interesses e pensamentos.

Pedro bem falou a respeito destas pessoas que, nos últimos dias da dispensação da graça, procurariam desacreditar desta mensagem, precisamente porque são escarnecedores segundo as suas próprias concupiscências (II Pe.3:3,4).  

– Lamentavelmente, vemos o intenso grau de apostasia espiritual em que vivemos na atualidade pelo desaparecimento, em grande parte dos púlpitos, seja da mensagem da volta de Cristo, seja da mensagem da santificação, pois, como diz João, a santificação é decorrência direta da esperança da vinda do Senhor. Como está a nossa vida espiritual à luz disto? Pensemos nisto!  

– Fomos ressuscitados com Cristo e Ele nos fez assentar nos lugares celestiais para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da Sua graça, pela Sua benignidade para conosco em Cristo Jesus (Ef.2:7). 

Como afirma o pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes: “…O último propósito de Deus em nossa salvação é que por toda a eternidade a igreja possa glorificar Sua graça (1.6,12,14). A meta principal de Deus na nossa salvação é Sua própria glória.

Concordo com John Stott quando diz que não podemos empertigar-nos no céu como pavões. O céu está cheio das façanhas de Cristo e dos louvores de Deus. Realmente, haverá uma demonstração no céu.

Não uma demonstração de nós mesmos, mas, sim, uma demonstração da incomparável riqueza da graça, da misericórdia e da bondade de Deus por meio de Jesus Cristo…” (Efésios – a igreja, a noiva gloriosa de Cristo, p.54). Este pensamento é corroborado com o que João descreve em Ap.4 e 5.  

– Este ambiente celestial de contínua glorificação a Deus por parte dos salvos é consequência direta do fato de termos sido salvos pela graça por meio da fé, algo que é um dom de Deus e não resultado de algum merecimento humano (Ef.2:8).  

– A salvação vem pela fé e não pelas obras, para que ninguém se glorie (Ef.2:9), mas apenas glorifiquemos ao Nosso Senhor e Salvador, o Cordeiro que foi morto, que é digno de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças (Ap.5:12).  

– Já adiantando o que dissertará na parte prática da epístola, Paulo não menospreza as boas obras, que foram criadas para que nós andássemos nelas (Ef.2:10), mas que são resultado, consequência da salvação, e não a sua causa.

Como afirma o pastor Elienai Cabral: “…está escrito que fomos feitos de novo ‘para as boas obras’.

Aqui temos o propósito de Deus para o crente como nova criatura em Cristo. Visto que Deus as preparou ‘para que andássemos nelas’ (v.10), essas boas obras têm a ver com o andar diário do crente conforme 1:4; ‘somos santos e irrepreensíveis diante d’Ele’…” (op.cit., p.20).  

– Notemos, pois, que, embora devamos buscar as coisas de cima, embora almejemos morar nas mansões celestiais, é indissociável da vida cristã a prática de boas obras enquanto estivermos nesta vida, pois Deus as criou precisamente para que as praticássemos aqui, pois não quer o Senhor tão somente que almejemos glorifica-l’O para sempre nos céus, mas que, aqui na Terra, através destas boas obras, não só glorifiquemos, mas levemos os homens a glorificar a Deus (Mt.5:16). Temos feito isto?  

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

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