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LIÇÃO Nº 5 – O CASAMENTO DE RUTE COM BOAZ: A REMIÇÃO DA FAMÍLIA

INTRODUÇÃO

-Concluindo o estudo sobre o livro de Rute, veremos hoje a narrativa do casamento de Rute com Boaz e as lições trazidas deste episódio.

-Boaz restaurou a família de Rute e Noemi.

I – NOEMI ORIENTA RUTE

-Rute havia demonstrado disposição para o trabalho, humildade, obediência e dedicação, o que lhe angariou a simpatia de Boaz, o dono do campo onde estava a rebuscar as sobras da colheita da cevada.

-Em virtude desta conduta, que chamou a atenção dos empregados de Boaz e depois do próprio Boaz, Rute foi, desde o primeiro dia da colheita, inserida no grupo social dos empregados de Boaz, sendo tratada como se empregada fosse, tendo direito a conviver com aquelas pessoas, inclusive participando das refeições.

-Como se isto fosse pouco, Boaz ainda deu ordem para que, propositadamente, fossem deixadas algumas sementes, para que Rute pudesse apanhar mais, tendo Boaz, também, dito a ela que não fosse rebuscar em outro campo, a não ser no dele.

-Rute tudo comunicou a Noemi que, então, revelou a Rute que Boaz era um dos remidores da família, já mostrando a sua nora que via, nesta circunstância, a ação da Divina Providência.

-Noemi era uma mulher que, com as grandes tribulações sofridas, havia alcançado paciência e a paciência lhe havia trazido a experiência; nesta experiência, foi gerado no coração de Noemi a esperança, uma esperança que não traz confusão (Rm.5:1-5).

-Este é o itinerário de quem tem uma vida de comunhão com o Senhor. Como vivemos num mundo dominado pelo maligno, onde temos aflições (Jo.16:33; I Jo.5:19), é certo que passaremos por dificuldades, pois sempre há, na vida de cada um de nós nesta Terra, o dia da adversidade (Ec.7:14).

-Mas por que o Senhor permite o dia da adversidade para os Seus servos? Salomão, ao falar desta realidade, responde a esta questão dizendo que este dia da adversidade exsurge para que o homem possa considerar, meditar, refletir para que não ache que venha depois dele, ou seja, para que o homem compreenda que depende única e exclusivamente do seu Criador e que este mundo não é o nosso destino, não é o nosso lugar, que nos aguarda uma eternidade (Mq.2:10).

-Mas, além de nos levar à reflexão de nossa condição existencial, as tribulações, inevitáveis nesta vida, têm o propósito divino de promover o nosso crescimento espiritual, a nossa maturidade, e é o que nos mostra o apóstolo Paulo na passagem já aludida da epístola aos romanos.

-As tribulações dão início a um círculo virtuoso, que nos traz paciência, experiência e esperança e a esperança nos impede de sermos confundidos, de sermos enganados pelo maligno, conseguindo a necessária firmeza e força para que cheguemos até os céus.

-Foi exatamente isto que fez o Senhor com Noemi. Embora tivesse sofrido tanto, a ponto de querer ser chamada de “Mara”, isto é, “amarga”, o fato é que a tragédia vivida em Moabe a havia tornado uma mulher experiente, experimentada, alcançando, deste modo, maturidade espiritual, a ponto de ter seus sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal (Hb.5:14).

-Desde o primeiro dia da colheita, Noemi, em razão desta maturidade espiritual, pôde perceber que o Senhor já estava a providenciar a remição da família, a restauração da dignidade familiar. Deus havia dirigido Rute precisamente para o campo de Boaz, não era coincidência, mas a mão do Senhor, e, desta maneira, numa esperança sem confusão, Noemi descansou no Senhor e esperou n’Ele (Sl.37:7).

-O texto sagrado revela-nos tal circunstância, pois Noemi, ao saber de tudo o que acontecera no primeiro dia da colheita, disse a sua nora: “Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a Sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos…” (Rt.2:20a).

-Quando somos espiritualmente maduros, temos uma visão espiritual. Noemi continuava necessitada, se sua nora trouxera grande quantidade de cereais, isto não significava, em absoluto, a restauração da família, mas apenas o sustento para alguns dias ou meses, mas Noemi não viu aquelas gavelas recolhidas por sua nora, mas a própria remição da família, a restauração da memória dos finados marido e filhos e o restabelecimento do núcleo familiar que havia sido destruído.

-Noemi não almejava fartura material, não tinha a mesma visão horizontal de vida que se revelara em seu extinto marido e filhos, mas, sim, via por fé e contemplava algo muito mais sublime: a restauração da família, como que uma reconciliação com Deus.

-O que preocupara Noemi não fora tanto a miséria surgida com a imigração, mas a própria ruptura da família com Deus, a desobediência e as funestas consequências disto, mas os fatos noticiados por Rute confirmavam a esperança que tinha Noemi de que, retornando a Israel, voltando a cumprir a vontade divina, a benignidade do Senhor a alcançaria, realizando a própria restauração da família.

-Temos esta mesma preocupação de Noemi? Estamos traçando como objetivo de nossas vidas a constituição de uma família que tenha comunhão com o Senhor, que Lhe seja submissa e que seja objeto da benignidade divina? Pensemos nisto!

-Mas, até por ser uma pessoa experiente, Noemi também possuía paciência, pois esta é a primeira qualidade gerada pela tribulação (Rm.5:3).

-Assim, revela a Rute que Boaz era um dos parentes chegados e um dos remidores, mostrando a Rute que se devia esperar pela restauração da família (Rt. 2:20b). No entanto, não era caso de Rute, já no segundo dia da colheita, pedir a remição. Tudo tem o seu tempo determinado (Ec.3:1).

-Noemi limitou-se a dizer a Rute que deveria ela manter rebuscando no campo de Boaz, como ele havia determinado, desfrutando das benesses que lhe haviam sido voluntariamente dadas pelo dono do campo, numa verdadeira condição de serva, evitando sair com outras moças e agindo de tal maneira que não fosse encontrada em outro campo (Rt.2:22).

-Noemi, aqui, mostra importantíssimas qualidades que devem nortear o comportamento daquele que está a esperar a benignidade divina.

-A primeira é a obediência. Diante da benignidade apresentada por Boaz, Rute deveria obedecer à sua determinação, não indo a outro campo nem tendo outras companhias senão as servas de Boaz.

-Não há como alcançarmos as bênçãos divinas, mesmo tendo elas sido prometidas a nós, mesmo, pela experiência que nos traz esperança, tendo nós a firmeza de que elas chegarão até nós, ante a fidelidade do Senhor, de abrirmos mão de fazer o que o Senhor nos mandou fazer.

-Muitos, lamentavelmente, atrasam ou até impedem a bênção divina, a realização da promessa do Senhor nas suas vidas, porque são desobedientes, porque não fazem o que Deus mandou. Por acaso, não foi isto que aconteceu com a geração do êxodo que, tendo saído do Egito com mão forte do Senhor, acabou perecendo no deserto sem alcançar a promessa (Hb.3:17-19)?

-Noemi diz a Rute que ela deveria obedecer ao que dissera Boaz, não indo a outro campo e desfrutando da condição singular que se lhe havia sido dada de poder ter o “status” de serva do parente chegado.

-Aqui temos a segunda qualidade a ser demonstrada enquanto se espera a benignidade divina que é o serviço. Rute, diante da benevolência de Boaz, deveria prosseguir com sua disposição ao trabalho, como também com sua dedicação.

-Boaz havia mandado que seus empregados propositadamente deixassem espigas no chão, mas se Rute não se empenhasse em apanhá-las, de nada adiantaria que elas fossem deixadas.

-A disposição divina de aumentar a nossa porção não nos dispensa de aumentar o nosso esforço, o nosso trabalho. Bem, pelo contrário, a ordem de Boaz fez com que Rute tivesse de trabalhar ainda mais, porque tinha mais cereal para colher.

-Deus é um ser trabalhador (Jo.5:17) e quer que sejamos a Ele semelhantes, inclusive sob este aspecto do trabalho, de sorte que não pense alguém que o Senhor operará se formos ociosos.

Até mesmo o maná, a comida vinda do céu para o povo de Israel, exigia dos israelitas que eles acordassem e colhessem o mantimento todos os dias, exceto o sábado, antes que o sol nascesse, para que não ficassem com fome (Ex.16:13-19).

-Noemi aconselha Rute a que persistisse com este denodo, com este esforço, durante toda a colheita, lembrando que, depois da colheita da cevada, vinha a colheita do trigo e Rute de ambas participou (Rt.2:23).

-Terminadas as colheitas, cessara a forma de aquisição de sustento de Noemi e Rute. Evidentemente que elas deviam ter o necessário para se alimentar até as próximas colheitas, mas Noemi sabia que este não era o propósito do Senhor. Elas não haviam vindo para Israel para viverem da caridade pública, havia uma nítida intenção divina de restaurar a família.

-Noemi entendeu “os sinais dos tempos” (Cf. Mt.16:3), atitude que, por não ser seguida pelos religiosos de seu tempo foi objeto de censura por parte do Senhor Jesus. É mister que tenhamos “a mente de Cristo” (Cf. I Co.3:16) para que entendamos os desígnios divinos e isto só é possível para os que têm discernimento espiritual, estão experimentados por causa de comunhão com o Senhor.

-Noemi, então, observou que chegara o momento de se pedir a remição a Boaz. Vai até Rute e diz que queria o bem-estar de Rute, a inserção dela numa família e na sociedade de Belém, e, portanto, deveria ela pedir a remição, aproveitando a ocasião de que haveria uma festa para celebração do final da colheita (Rt.3:2).

-Noemi sabia que aquele seria o momento oportuno para o pedido, uma vez que, finda a colheita, não haveria mais como Rute se aproximar de Boaz, ante os costumes, para fazê-lo. Havia angariado, ao longo da colheita, uma posição similar a das servas de Boaz, mas o fato é que não era ela serva de Boaz e, portanto, não poderia manter esta convivência e proximidade com o dono do campo após aquela ocasião da celebração do término da sega.

-Precisamos estar atentos aos “sinais dos tempos”. O servo do Senhor deve estar atento ao “tempo oportuno”, o que os gregos chamavam de “kairós”, que é chamado por alguns estudiosos da Bíblia como sendo “o tempo de Deus”. Não podemos nos deixar guiar tão somente pelo “tempo humano”, que os gregos denominavam de “cronos”.

-Pela posição que Boaz lhe havia dado, Rute podia participar daquela festa. Entretanto, Noemi foi bem clara ao orientar Rute que não se apresentasse ostensivamente durante a comemoração, mantivesse a sua posição de “convidada”.

Noemi nos ensina com este conselho que quem espera em Deus, quem confia no Senhor foge da indiscrição, da ostentação, é prudente e fica no seu lugar, aguardando que Deus proporcione o cumprimento das promessas.

-Quando entregamos nosso caminho ao Senhor (Sl.37:5), aguardamos a ação divina, sem que deixemos de fazer o que nos compete, mas não buscamos nos notabilizar por nós mesmos, pela nossa vanglória. “Não te dês a conhecer ao homem até que tenha acabado de comer e beber”, aconselhou Noemi a sua nora (Rt.3:3).

-Boaz era o centro da festa, o dono do campo, estava-se a celebrar o término e o sucesso da colheita. Não seria de bom tom que Rute se apresentasse a ele, procurasse a sua atenção e, por conseguinte, de todos os que ali estavam.

Tal atitude, certamente, teria a censura de todos, até porque, como sabemos, Rute era moabita, e as mulheres moabitas eram vistas como sensuais e impuras, pois Israel tinha bem em mente o episódio ocorrido em Peor (Nm.25).

-Vivemos dias em que há uma apologia pela ostentação, indiscrição. Muitos costumam dizer que “quem não aparece não é lembrado”. Ledo engano. Não temos de aparecer, mas sim Cristo deve aparecer em nós e, deste modo, devemos ser mansos e humildes de coração como o é Nosso Senhor.

-Ademais, o próprio Jesus, repetindo ensinos de Salomão (Pv.25:6,7), manda-nos a não ocupar os primeiros lugares, para que não sejamos envergonhados (Lc.14:7-14).

Que nosso sentimento seja o mesmo de João Batista, que queria diminuir-se para que o Senhor Jesus crescesse (Jo.3:30) e é, aliás, este um dos motivos porque Cristo considerou João Batista como o maior de todos os homens (Mt.11:11; Lc.7:28).

-Neste conselho dado a Rute, Noemi volta a mostrar que havia ensinado suas noras a se comportar como verdadeiras servas de Deus, dentro dos padrões estabelecidos pelo Senhor, o que nos leva a lembrar o que disse Alexander Whyte de que Noemi ensinara suas noras a serem mães de Israel mesmo estando em Moabe.

-É este o papel que se espera das mulheres experientes na igreja, no povo de Deus, como ensina Paulo a Tito, que devem ser sérias no seu viver, ensinando as mulheres mais novas a serem prudentes, a amarem seus maridos e filhos, moderadas, castas, boas donas de casa e sujeitas a seus maridos (Tt.2:3-5).

-Este é o porte que deve ter a mulher de Deus e Noemi aconselhou Rute a se portar desta maneira, pois somente quem agrada a Deus pode obter a bênção.
-Rute era obediente, como já temos visto, submissa a sua sogra e fez exatamente como Noemi havia ordenado.

-Foi à festa, porque havia sido convidada para tal, já que assumira uma condição similar a de serva de Boaz, mas ali “não se deu a conhecer”, manteve-se no seu lugar, distante de Boaz, com prudência.

-Aguardou o término da festa, quando Boaz, já alegre do vinho, cansado, deitou-se junto a um monte de cereais, para ali adormecer (Rt.3:6).
-Todos haviam ido embora, mas Rute, ainda obedecendo a Noemi, aproveitou, então, a ocasião e se chegou junto a Boaz, veio de mansinho, descobriu-lhe os pés e se deitou ali (Rt.3:7).

-Não há como deixar de fazer um paralelo desta cena com os acontecimentos que deram origem ao próprio povo de Moabe. As Escrituras contam-nos de que Moabe, o pai da nação, foi fruto de um incesto entre Ló e uma de suas filhas (Gn.19:21-38).

-As filhas de Ló engendraram um plano para que não cessasse a descendência de seu pai, embriagaram, por duas vezes, seu pai e, com ele “alegre do vinho”, mantiveram relações sexuais, engravidando do pai.

Um comportamento reprovável, que mostra como aquelas duas mulheres haviam sido influenciadas pela imoralidade de Sodoma, onde haviam passado sua adolescência e juventude.

-Não é, pois, difícil entender porque os moabitas tinham uma cultura imoral, onde a sensualidade era aguçada, muito do que ocorre em nossos dias, numa sociedade cada vez mais distante dos padrões morais estabelecidos pelo Senhor, inclusive entre alguns que cristãos se dizem ser.

-Rute não era mais uma pessoa guiada pelos costumes e tradições de Moabe. Seu Deus agora era o Deus de Israel (Rt.1:16) e, por isso, sua conduta é bem diversa, sendo moderada e casta, como convém ser às mulheres de Deus.

-Esta moderação e castidade, ensina-nos Paulo, demonstra-se mediante o uso de traje honesto, com pudor e modéstia, sem ostentação nem insinuações, pois a mulher que faz profissão de servir a Deus deve se notabilizar não pela sua beleza ou corpo físicos, que são vaidade e engano (Pv.31:32), mas, sim, pelas suas boas obras (I Tm.2:9,10).

-Lamentavelmente, nos dias em que vivemos, é o contrário que tem sido apregoado aos quatro ventos, dando- se valor ao poder de sedução das mulheres, o que tão somente tem servido para levar às mulheres ao mais alto grau de violação de seus direitos mais básicos.

-Esta mentalidade que faz da mulher um “objeto” é o principal fator fomentador de “grandes negócios” que têm crescido enormemente no mundo, como o tráfico de mulheres, a indústria do sexo (pornografia, turismo sexual), bem como da violência contra a mulher, a começar do próprio ambiente doméstico. E ainda chamam isso de “empoderamento feminino”, como o mundo está mesmo sob o domínio do “pai da mentira” (Jo.8:44).

-Rute, se alguma vez tenha sido assim ou se moldara seu caráter numa cultura que aceitava tais coisas, agora era “nova criatura”, vivia segundo o modelo da lei de Deus e, portanto, tornava-se conhecida por suas boas obras que, inclusive, foi o elemento preponderante no interesse despertado em Boaz por ela (Rt.2:11,12).

-Temos aqui uma outra constatação: a mulher que faz profissão de servir a Deus e passa a se guiar pelas boas obras chama a atenção de homens tementes ao Senhor, enquanto as que preferem ir após Satanás, desviando- se da fé (Cf. I Tm.5:15), somente chamarão a atenção de homens lascivos e que só veem as mulheres como instrumento de satisfação de suas paixões infames, abandonados por Deus a tais condutas (Rm.1:26). Não é surpresa ver o triste quadro em que vivemos em relação à dignidade da mulher.

II – O ENCONTRO DE RUTE E DE BOAZ NA EIRA

-Rute veio de mansinho, não tinha o objetivo de acordar Boaz, mas de lhe pedir a remição no momento em que ele acordasse. Não aproveitou o “estado alegre do vinho”, como fizeram as filhas de Ló, mas ficou a seus pés, esperando o seu despertar.

-Esta cena traz-nos lições espirituais.

A primeira delas é que devemos estar aos pés do Senhor, aguardando o momento em que Ele nos concederá a bênção, cumprirá a Sua promessa.

Verdade é que, ao contrário de Boaz, o Senhor nunca dorme (Sl.121:3,4), mas Ele não age no momento nosso, mas, sim, no tempo d’Ele (Lv.26:4; Dt.11:14; Is.50:4; 60:22; Jr.5:24; Mt.24:45; Lc.1:20; Gl.6:9; I Pe.5:6).

-A segunda lição é a vigilância. Rute esteve sempre atenta ao desenrolar da festa e acompanhando os atos de Boaz, tanto que pôde saber exatamente quando ele adormeceu e onde adormeceu. Precisamos também ser vigilantes, estando atentos a todos os movimentos do nosso Redentor.

-Ao se deitar aos pés de Boas, Rute deve ser também adormecido, mas não deixou de estar vigilante, tanto que, ao despertar de Boaz, logo também despertou. Precisamos viver espiritualmente despertados (Ef.5:14).

-A terceira lição é a da quietude. Rute aproximou-se de mansinho, para não despertar Boaz, como também ali se manteve quieta até o momento em que Boaz despertasse. Em nosso relacionamento com o Senhor, devemos ser sempre vigilantes (Mc.13:37), pois só os vigilantes serão arrebatados pelo Senhor (Mt.24:45).

-É interessante notar que Boaz acordou à meia-noite (Rt.3:8), precisamente a hora em que o noivo veio buscar a noiva na parábola das dez virgens (Mt.25:6). Devemos estar vigilantes na chamada “hora H”, no momento oportuno, no instante em que o Senhor cumprirá a Sua promessa.

-Acordado, Bute nota que havia uma pessoa aos seus pés e pergunta quem era ela. Não nos esqueçamos de que Bute estava na eira, um lugar no campo, junto a um monte de cereais, onde não havia qualquer iluminação.

-Isto mostra, por primeiro, o comportamento correto de Boaz. Estando sob o efeito do vinho, encontrando uma mulher a seus pés, se fosse mal intencionado, sabendo ser o dono do campo, poderia ter simplesmente resolvido abusar da pessoa, mas não era esta a sua índole, não era este o seu proceder, tratava-se de uma pessoa temente a Deus.

-Lamentavelmente, muitos que se dizem homens de Deus não têm este comportamento, e revelam isto quando participam de más conversações, de comentários que são dignos da roda dos escarnecedores.

Muitos, infelizmente, estão sob o impacto de toda a licenciosidade vigente, inclusive sendo viciados em pornografia. Não nos esqueçamos de que a boca fala do que o coração está cheio (Mt.15:17-20) e que os olhos são a candeia do corpo (Mt.6:22,23). Que Deus nos guarde, amados irmãos!

-Boaz pede que Rute se identifique e ela o faz, dizendo que era Rute sua serva e pedia que estendesse a sua aba sobre ela, remindo a sua família. Rute se apresenta como serva de Boaz, pois havia sido guindado a esta posição pelo próprio Boaz.

Rute mantém a sua humildade, não se fia em sua beleza ou em suas qualidades, mas na benevolência daquele que pretendia ser seu remidor.

-Para conseguirmos a redenção, precisamos nos submeter ao senhorio de Cristo, temos de reconhecer a nossa real situação e crer que Ele pode nos resgatar. Por isso, aliás, o texto sagrado diz que, embora Jesus tenha morrido por todos os homens (I Jo.2:2), só “muitos” alcançam a salvação (Mt.20:28; Mc.10:45).

-Rute disse ser serva de Boaz e estar dependente da sua remição. Pede que ele a receba como mulher. Rute queria pertencer à família de Boaz e lhe ser submissa. Também devemos querer pertencer à “família de Deus” (Ef.2:19) e sermos Seus servos, fazendo o que o Senhor manda (Lc.6:46).

-O fato de Rute estar aos pés de Boaz e de se denominar sua serva mostra que ela estava a tratar a Boaz como senhor, o que era fundamental para que pudesse ser sua mulher, pois é este o tratamento que as mulheres israelitas tinham para com seus maridos, seguindo o exemplo de Sara (I Pe.3:6).

-Assim como a mulher deve ser sujeita a seu marido, nós precisamos ser sujeitos ao Senhor Jesus, fazendo o que Ele manda e, consequentemente, não vivendo na prática do pecado. Jesus Cristo é o Senhor e sempre devemos ser submissos a Ele.

-Nos dias em que vivemos, onde o princípio da autoridade é questionado e contrariado a todo instante, não podemos abandonar esta verdade bíblica. Somos servos e Deus é o Senhor e, portanto, temos de obedecer- Lhe, não temos vontade própria.

-Lamentavelmente, não sou poucos os que hoje se comportam como se o Senhor fosse um servo, pronto a saciar os desejos dos homens, a fazer-lhes a vontade. Existem mesmo aqueles que se arvoram no direito de dizer que “Deus é obrigado a fazer tal coisa”. Fujamos deste comportamento que somente trará a nossa morte espiritual.

-O sogro de Rute, Elimeleque, tinha um nome cujo significado era “Deus é o meu rei”, mas não fez o que o Senhor mandava, antes, ao imigrar para Moabe, contrariou deliberadamente mandamentos divinos. Tomemos cuidado para também não sermos apenas “crentes nominais”, que ficam falando “Senhor, Senhor”, que têm aparência de piedade, mas que, por estarem a praticar a iniquidade, terão o castigo eterno (Mt.7:22,23; I Tm.3:1-9).

-Diante de tal abordagem, Boaz mais uma vez bendisse a Rute, enaltecendo a sua fidelidade, em não ir buscar ajuda nem remição a ninguém a não ser a ele, Boaz, revelando, assim, não só a sua gratidão para com a benevolência recebida, como também a sua lealdade e obediência.

-Nesta resposta de Boaz também temos lições espirituais. A primeira é que o Senhor sempre nos abençoa, Ele é a fonte de toda a boa dádiva (Tg.1:17), de forma que jamais podemos achar que as coisas feitas ou permitidas por Deus são para o nosso mal, mas sempre cooperam para o nosso bem (Rm.8:28).

-Todo o infortúnio sofrido por Rute não foi capaz de impedir-lhe de crer em Deus e adotar ao Senhor como seu Deus. Nós também não podemos nos abalar diante das dificuldades da vida, sabendo que, se nos mantivermos fiéis ao Senhor, venha o que vier, nada nos poderá separar do amor de Deus que há em Cristo Jesus (Rm.8:35-39).

-Por isso o apóstolo Paulo (ele mesmo alguém que muito padeceu por causa do nome de Jesus), pôde afirmar que somo abençoados com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3). O segredo é estar em Cristo!

-A segunda lição é a de que o Senhor reconhece o nosso esforço e Se alegra em nos ver fazendo a Sua vontade. Boaz disse a Rute que seu pedido de remição era uma beneficência ainda maior do que tudo que fizera até então por sua sogra Noemi.

A confiança depositada em Boaz, o desprezo por todo e qualquer outro homem, jovem ou velho, rico ou pobre, era algo mais precioso do que todo o trabalho e amor demonstrados por Noemi.

-Nosso amor a Deus deve ser superior a tudo o mais. Não é à toa que este é o primeiro e grande mandamento da lei (Mt.22:37,38). Para sermos dignos do Senhor, temos de ter este amor se sobrepondo sobre tudo e todos (Mt.10:37-39).

-Em seguida, Boaz dá uma nova ordem para Rute. Disse para que ela não temesse, pois faria o que Rute havia dito, ou seja, iria remir a família, dizendo ademais que faria isto porque toda a cidade sabia que ela era uma mulher virtuosa.

-Por primeiro, notemos que o comportamento decente, prudente e casto de Rute confirmou a sua virtude e era esta qualidade que era levada em conta por Boaz. Rute devia ser fisicamente bela, mas o que chamou a atenção de Boaz foi a sua virtude.

-Tem-se aqui uma importantíssima lição: demos verificar as virtudes das pessoas, não a sua aparência física, posição social ou qualquer outro elemento. Somente podemos ter comunhão com quem é virtuoso, com quem teme ao Senhor. O apóstolo Paulo assim ensinou aos coríntios (I Co.5:9-11), não é possível a comunhão entre luz e trevas (II Co.6:14).

-Desfrutaremos da benignidade divina se formos virtuosos, se andarmos de acordo com a vontade do Senhor. Por isso, o apóstolo João diz que aquele que faz a vontade do Senhor permanece para sempre (I Jo.2:17 “in fine”)., ou seja, é aquele que tem a vida eterna, aquele que habitará para sempre com o Senhor (Ap.21:3).

-Como costuma dizer o pastor José Serafim de Oliveira, nosso companheiro no Estudo dos Professores de EBD e no Portal Escola Dominical, o segredo para sermos arrebatados é agradar ao Senhor, como aconteceu com Enoque (Hb.11:5).

-Mas, como mulher virtuosa que era, devia Rute continuar confiando em seu remidor. Boaz disse a Rute para que não temesse e continuasse a esperar. O verdadeiro servo de Deus não titubeia, confia no Senhor, porque anda por fé e não por vista (II Co.5:7).

-Rute, até ali, tinha confiado em Deus, orientada por Noemi de que era a Divina Providência que a havia levado até o campo de Boaz, e, nesta confiança, fez o pedido de remição na eira. Boaz disse que deveria continuar confiando, não temendo mas aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

-Assim, devemos proceder. Estando aos pés do Senhor e suplicando-Lhe, devemos nos manter confiantes, descansando e esperando no Senhor (Sl.37:7).

-Vivemos dias em que a pressa é a tônica, onde tudo é imediato, inclusive em virtude do desenvolvimento tecnológico.  Mas não podemos agir assim espiritualmente.

O tempo não é o nosso, é o de Deus, e devemos descansar e esperar em Deus. Abraão teve de esperar 25 anos para ver cumprida a promessa de ter um filho.

-Boaz, então, revela a Rute que havia, ainda, um obstáculo, pois era ele o segundo parente mais chegado, havia uma outra pessoa que tinha preferência para a remição da família. Boaz diz que respeitaria a lei: se este outro parente a redimisse, deveria aceitar ela a redenção, caso contrário ele o faria.

-Notamos aqui, também, a dignidade e o temor a Deus de Boaz. Ele havia se afeiçoado a Rute, sabia de sua virtude, mas não aceitava burlar as regras para satisfazer seus intentos. Não era apenas Rute quem confiava no Senhor, mas também Boaz.

-Esta atitude Boaz também revela ser ele tipo do Senhor Jesus. Nosso Senhor também é exemplo de obediência ao Pai, sendo obediente até a morte e morte de cruz (Fp.2:8). Aliás, por amor a nós, aprendeu a obedecer (Hb.5:8).

-Boaz, então, mandou que Rute ficasse ali na eira durante a noite até à manhã, devendo retirar-se antes que alguém soubesse que uma mulher tinha estado na eira. Estas duas ordens de Boaz podem ser interpretadas como um último teste de submissão que fez a Rute.

-Deus sempre está a testar a nossa obediência. Não podemos questionar ao Senhor, mas fazer-Lhe a vontade. Seria muito melhor para Rute, já tendo feito o pedido, retirar-se da eira e ir para casa, mas se manteve até à manhã, como pediu Boaz. Rute tencionava ser mulher de Boaz e, como mulher virtuosa que era, tinha de mostrar submissão.

-Além de mostrar submissão, Rute revelou também ter confiança em Boaz, sabendo que não corria risco algum de sofrer alguma violência. Ao ficar aos pés de Boaz, mostrava que também via em Boaz um homem de bem, respeitador e digno.

-Assim devemos também proceder com o Senhor. Fazer tudo o que Ele mandar, ainda que não entendamos, porque o objetivo não é entendermos o que Deus faz ou ordena, mas cumprirmos o que Ele diz, como deixou bem claro Jesus aos Seus discípulos ao dar a lição de humildade do lavapés (Jo.13:7).

-Fujamos da tentação de querer entender o que Deus está fazendo, pois o homem que pretende entender as coisas que Deus faz está crendo na mentira satânica contada ao primeiro casal de que poderiam ter conhecimento independentemente de Deus (Gn.3:5). Tomemos cuidado, amados irmãos!

-Rute ficou obedientemente até à manhã na eira e, antes que alguém a descobrisse lá, e Boaz, então, mandou que Rute segurasse o roupão que havia posto sobre si e ainda lhe deu seis medidas de cevada.

-Esta cena mostra-nos alguns importantes pormenores. Rute não mostrou sua nudez a Boaz, manteve-se em traje honesto, tanto que o roupão que levou para se cobrir durante a noite era tão grande que conseguiu guardar seis medidas de cevada.

-Boaz, sabendo que poderia não ser o remidor por causa do parente mais chegado que ele, quis, desde já, demonstrar, uma vez mais, sua benevolência para com Rute, providenciando um sustento até o casamento.

-Nosso Deus sempre nos proverá, amados irmãos, até que possamos ingressar nas mansões celestiais. Deus não nos deixa em desamparo nem sem o necessário para nossa vida sobre a face da Terra.

-Com este gesto, Boaz quis que Noemi também soubesse de suas intenções, agindo, desta maneira, bem discretamente para o dizer.

-Rute retornou até onde morava com Noemi e mostrou a cevada recebida de Boaz e contou a sua sogra tudo o que ocorrera e Noemi teve a convicção, dentro de sua experiência, que Boaz iria resolver prontamente esta questão até o final do dia.

III – O CASAMENTO DE RUTE COM BOAZ

-Noemi tinha razão. Boaz foi direto da eira para a porta da cidade, onde ficavam os anciãos, aqueles que eram designados para julgar as causas havidas entre o povo (Js.20:4) a fim de resolver a questão.

-Boaz foi à porta da cidade porque tinha não só a intenção de resolver o caso e os anciãos ali ficavam para fazer os julgamentos, mas também porque sabia que o parente mais chegado passaria por ali. Boaz demonstra prontidão, sabedoria e firme resolução para efetuar a remição da família.

-O Senhor Jesus fez exatamente isto. Ofereceu-Se por nós em sacrifício a Deus, para o pagamento dos nossos pecados, compareceu ao julgamento divino e, ao verter o Seu sangue, nos comprou, satisfazendo a justiça divina. Apresentou-se para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e no patíbulo da cruz efetuou a nossa redenção.

-Quando o parente mais chegado passou, Boaz o chamou e pediu para que se assentasse e, imediatamente, chamou dez anciãos para que também se assentassem. Boaz agia na mais absoluta transparência, cumprindo rigorosamente as normas existentes.

-Jesus Cristo, igualmente, cumpriu rigorosamente tudo quanto havia sido determinado por Deus para assumir o nosso lugar e morrer por nós, na mais absoluta transparência e sem qualquer confusão.

-Boaz, então, ofereceu ao parente mais chegado a oportunidade de remir as terras de Elimeleque, já que tinha a preferência. O parente, a princípio, aceitou fazê-lo, mas ao saber que teria de se casar com Rute, “a moabita mendicante, que rebuscara durante toda a colheita”, o parente recuou, dizendo que não faria a remição.

-Temos aqui a perfeita distinção entre o amor divino e o amor humano. O parente mais chegado possuía o amor humano, amor baseado no interesse, no benefício próprio.

Embora tivesse de ter de pagar pelas terras, o parente mais chegado sabia que as terras valiam a pena e que lhe trariam lucro no futuro. Não nos esqueçamos de que se tinha acabado uma abundante colheita.

-No entanto, quando soube que deveria casar com Rute, aí o parente chegado não demonstrou interesse e logo, mesmo com o peso de ser considerado uma pessoa que se esquivava do cumprimento de seus deveres, um “descalçado” (Rt.4:7), resolveu passar esta vergonha do que ter o que considerava ser uma vergonha maior, que seria casar com Rute.

-Boaz, entretanto, tinha por intenção precisamente desposar Rute. Sua benevolência era gratuita e desinteressada. Boaz não tencionava aumento patrimonial, mas, sim, restabelecer a família de Elimeleque, tanto a memória dos mortos como recompensar a fidelidade de Rute e Noemi, genuínas servas de Deus.

-A obra salvífica do Senhor Jesus tem por objetivo restabelecer a comunhão entre Deus e os homens, perdoando-lhes o pecado e lhes concedendo a convivência, a comunhão com o Criador por toda a eternidade.

-Ante o recuo do parente mais chegado, Boaz, então, solenemente remiu a família de Elimeleque, adquirindo as terras do finado e se casando com Rute.

-A remição da família somente se poderia fazer mediante este casamento, pois é pelo casamento que se constitui uma família segundo os ditames divinos. Não há como formar uma família que seja um local de adoração sem que se cumpram os mandamentos divinos, que impõem o casamento, e ele só, como elemento fundante de um núcleo familiar.

-Bem por isso o casamento é a figura, o símbolo do relacionamento entre Cristo e a Igreja (Ef.5:31,32). O casamento que é uma comunhão entre um homem e uma mulher para toda a vida, assim como a salvação em Cristo é uma comunhão entre Deus e os homens para toda a eternidade.

-Esta união entre Cristo e a Igreja tornar-se-á perfeita e definitiva quando do arrebatamento da Igreja, ocasião em que, após o Tribunal de Cristo, haverá precisamente “as bodas do Cordeiro”, consumando-se, assim, a figura do casamento em realidade espiritual (Ap.19:9).

-Para participarmos destas bodas, entretanto, devemos fazer como fez Rute, confiar e esperar no Redentor, e isto se dá mediante uma vida sóbria, justa e pia (Tt.2:11,12) e não é por outro motivo que, nas bodas do Cordeiro, estarão aqueles que têm as justiças dos santos (Ap.19:8).

-Não há como restabelecermos a vida familiar se não estivermos de acordo com a vontade divina. Muitos lares de sedizentes cristãos, na atualidade, estão em frangalhos, destruídos, necessitando de restauração, mas não há, por parte de seus integrantes, a disposição de assumirem as justiças dos santos, de agradarem a Deus, de obedecer-Lhe a Palavra.

O episódio do casamento de Rute com Boaz mostra-nos, com clarividência, que não há outra forma senão o arrependimento dos pecados e a volta da prática das boas obras (Ap.2:5).

-Boaz casou-se com Rute, a quem a cidade desejou e intercedeu que fosse uma mãe em Israel, assim como Raquel e Leia (Rt.4:11). Rute era, assim, reconhecida, desde já, como uma israelita, realizando-se aquilo que havia sido forjado por Noemi no seu cuidadoso ensino doutrinário a sua nora.

-O Senhor, então, completa a obra fazendo com que Rute tivesse um filho, suscitando, assim, descendência para a família restaurada, que viria a ser a casa de Davi e a família do Messias.

-Este filho, legalmente, era como se fosse de Elimeleque e, por isso mesmo, as mulheres de Belém enalteceram a Noemi, que não mais poderia pedir para ser chamada de “Mara”. A bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores (Pv.10:22).

-Não só Rute se tornou “u’a mãe de Israel”, mas também Noemi. Esta que, ao tentar dissuadir suas noras a acompanhá-la, havia dito que jamais voltaria a ter um filho, tinha em seus braços o filho que lhe dera Rute, que crera em Deus e não nas circunstâncias humanas ditas por Noemi.

-A criança recebeu o nome de Obede, nome cujo significado é “adorador, servo, servidor”. Sem dúvida alguma, esta criança representava o serviço daquelas mulheres a Deus, sua submissão aos mandamentos, fruto do amor a Deus e da fé no Senhor.

– Sirvamos a Deus e, certamente, Ele, que não muda (Ml.3:6), continuará a honrar a fé dos Seus servos, restaurando as suas famílias.

 Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/10726-licao-5-o-casamento-de-rute-e-boaz-a-remicao-da-familia-i

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