LIÇÃO Nº 6 – O LIVRO DE ESTER
INTRODUÇÃO
-Na sequência do trimestre, passaremos agora a estudar o segundo “livro feminino”, o livro de Ester.
-O livro de Ester é uma eloquente demonstração da Divina Providência.
I – VISÃO PANORÂMICA DO LIVRO DE ESTER
-Neste trimestre, estamos a estudar os dois “livros femininos” das Escrituras: Rute e Ester. Tendo já estudado o livro de Rute, passaremos ao segundo bloco, com o estudo do livro de Ester.
-Começamos pelo livro de Rute por duas razões:
a primeira, de ordem cronológica, porque os fatos narrados ali são bem anteriores aos que são objeto do livro de Ester;
a segunda, de ordem lógica, porque, se em Rute vemos a ação divina sobre a família para, dela, atingir toda a humanidade, em Ester vemos a ação divina sobre o governo para preservar o povo judeu e, assim, manter em execução o plano da salvação desta mesma humanidade.
-O livro de Ester é a história do livramento dado pelo Senhor ao povo de Israel, que esteve a ponto de ser extinto por ordem do rei Assuero, o soberano persa, que era o império mundial da época, instigado que fora, para tanto, por seu primeiro-ministro Hamã.
-Neste livro, narra-se como o Senhor, cujo nome, aliás, não é mencionado em todo o livro, preparou todas as coisas para que, no momento em que se desse a ordem de destruição completa dos judeus,
Ester, ela própria uma judia, estivesse na posição de rainha, podendo, assim, interceder por seu povo e evitar, como evitou, a sua destruição.
-Ao longo da narrativa, mesmo sem a menção uma única vez sequer do nome de Deus, notamos como o Senhor está no mais absoluto controle de todas as coisas, criando uma situação para que a rainha Vasti fosse destituída e, em seu lugar, estivesse Ester, como também fazendo com que Mardoqueu, o primo e pai adotivo de Ester,
que trabalhava no palácio do rei Assuero, descobrisse uma conspiração contra o monarca e isto ficasse registrado, como circunstâncias concatenadas fizeram com que, em vez da querida e desejada morte de Mardoqueu por parte de Hamã, que, inclusive, mandara fazer uma forca, Mardoqueu fosse exaltado às custas do próprio Hamã e, posteriormente, acabasse sendo enforcado na própria forca que mandara fazer.
-O livro de Ester, assim como Rute, faz parte dos “Ketuvim”, ou seja, “os outros escritos”, que é a terceira parte do cânon judaico, que o Senhor Jesus denomina de “salmos” (Lc.24:44), por serem os Salmos o primeiro livro deste grupo na disposição dos livros na chamada “Bíblia hebraica”.
-Aliás, as Escrituras hebraicas são conhecidas como “TANAKH”, acróstico de “Torá” (lei), Neviim (profetas) e “Ketuvim” (escritos).
-Por ter conteúdo narrativo, quando da tradução das Escrituras hebraicas para o grego, por ordem do rei do Egito, Ptolomeu II Filadelfo, segundo rei do Egito após a divisão do império de Alexandre, o Grande, que reinou de 281 a 262 a.C., reino que ficara com o poder político sobre os judeus de Israel, foi considerado como livro histórico pelos estudiosos da Bíblia e posto como o último dos livros deste grupo, precisamente porque os fatos nele narrados são os mais recentes entre todos eles.
-Com efeito, o livro de Ester ocorreu durante o domínio persa, que é o segundo império mundial que subjugou os judeus, depois do cativeiro da Babilônia, pois, a partir do cativeiro, os judeus iriam ser servos de estrangeiros em sua própria terra (Ne.9:36).
-Seu nome hebraico é “Ester”, o nome, provavelmente persa, dado à judia Hadassa, quando se tornou rainha da Pérsia, após a destituição de Vasti (Et.2:7).
-“Ester” significa “estrela” e pode estar relacionada à divindade babilônica “Ishtar”, no grego “Aster”, como alegam alguns “targumim”, ou seja, comentários das Escrituras escritos pelos doutores da lei.
-O livro de Ester foi o último a ser admitido como canônico, isto é, inspirado por Deus, pelos mestres judeus.
-O fato de não ter sido escrito na terra de Israel e a circunstância de nele não estar registrado o nome de Deus foram fatores que colocaram em dúvida a sua canonicidade entre os judeus.
-No concílio de Jamnia, ocorrido em 96 e 118, por volta de as maiores discussões giraram em torno do livro de Ester, que acabou sendo admitido como canônico. Isto explica, aliás, porque, nos manuscritos do Mar Morto não foi encontrado nenhum fragmento deste livro, a indicar que os essênios não o aceitavam.
-O livro de Ester, assim como Rute, é um dos “Cinco Rolos” (os “Hamesh Meguillot”), que são os livros lidos pelos judeus em suas festividades.
-O livro de Ester é lido solenemente na festa de Purim, cuja origem, aliás, é explicada no próprio livro. Aliás, o livro de Ester é conhecido como “Meguillah”, ou seja, o rolo, exatamente porque é lido solenemente nessa festa.
-A festa de Purim ocorre no mês de Adar, que é o último mês do ano judaico não-bissexto (Et.9:21), lembrando que, nos anos bissextos, no calendário judaico, chamados de “anos embolísticos”, é acrescentado um décimo terceiro mês, chamado “Adar Rishon”, se tiver 30 dias ou “Adar Sheni”, se tiver 29 dias.
-Por ser a última festa do calendário judaico, Ester é o último livro do subgrupo dos “Cinco Rolos” entre os “Ketuvim”, que é o segundo subgrupo destes livros, já que se puseram estes livros na sequência das festividades durante o ano.
-Diante disto, na disposição judaica dos livros, Ester ocupa a 21ª posição, tornando-se a 19ª posição quando se adota o entendimento que era, inclusive, seguido pelo historiador judeu Flávio Josefo de que cada livro da Tanakh deveria corresponder a uma letra do alfabeto hebraico e, por isso, juntaram o livro de Josué com o de Juízes, como também o livro de Samuel com o de Reis, para que houvesse 22 livros e não 24.
-Dentro desta linha de pensamento, o livro de Ester estaria associado à letra “Qof” (ק), cujo significado é o de “parte traseira da cabeça”, ou “buraco da agulha” e, também, “macaco”, como também “círculo, dar a volta”. Costuma-se associar esta letra ao “clamor”, pois a palavra clamar, em hebraico, começa com esta letra.
-O livro de Ester, realmente, narra o clamor do povo judeu a Deus para que não fosse destruído e como o Senhor, no absoluto controle de todas as coisas, ouviu este clamor e preservou o povo de Israel, a única nação que se mantém preservada desde a Antiguidade até os dias de hoje.
-Já na disposição da Septuaginta, adotada pelos cristãos, Ester ocupa a 17ª posição, o último dos livros históricos, o que corresponderia à letra hebraica “pey” (פ), cujo significado é “boca”, o que, também, nos traz esta ideia de fala, de pedido, de súplica.
-Outra dificuldade para se aceitar Ester foi a ausência de documentos que permitam identificar, com exatidão, quem teria sido Assuero, o rei persa mencionado no livro.
Também não se encontraram registros a respeito dos fatos mencionados no livro, o que levaram alguns ‘críticos’ a considerar, precipitadamente, que o livro seria um romance de ficção, elaborado para incentivar o sentimento nacionalista judeu.
-Entretanto, tais pensamentos não podem ser acolhidos. Como afirma Nathan Ausubel, “… Para o leitor leigo, parece pouco plausível que o povo judeu, logo após o pretenso acontecimento histórico de sua libertação nacional, tivesse desejado iniciar uma comemoração destas se se tratasse tão-somente de produto da imaginação! A tradição entre os judeus sempre foi escrupulosamente preservada na memória nacional.
Em consequência, a lembrança popular judaica é, de certa forma, um ‘registro histórico’ difícil de ser falsificado. Quaisquer que sejam os enfeites folclóricos superpostos à narrativa de Ester, a probabilidade razoável é que a oportuna desarticulação de uma conspiração para exterminar o povo judeu tenha sido um fato histórico verdadeiro.
Por essa razão mesmo ela era comemorada pelos judeus com ruidosas celebrações. Antes de se afirmar, com segurança, que a narrativa deriva totalmente de fantasia, deve-se ter em mente que em 1870, quando quase todo o mundo de entendidos e estudioso da Grécia acreditava piamente que a Ilíada de Homero fosse uma saga puramente mítica, a cidade de Troia foi desencavada da terra por Henrich Schliemann no próprio lugar indicado por Homero, em Ilium! …” (Purim. In: JUDAICA, v.6, p.691-2).
-Aliás, o fato de ter sido acolhida pela comunidade judaica em todo o mundo a festividade de Purim, festa inexistente até o cativeiro da Babilônia, é uma demonstração da veracidade do livro de Ester, pois os judeus eram e são extremamente escrupulosos quanto a seu calendário festivo e somente aceitariam a inclusão de uma nova comemoração além das estabelecidas pela lei de Moisés se tivesse havido um evento de proporções gigantescas, como é o narrado no livro de Ester.
-A circunstância de Purim ter passado a integrar o calendário judaico é que confirma a própria canonicidade do livro e o reconhecimento da intervenção divina em toda a trama, ainda que Seu nome não esteja expresso no livro.
-Temos, ainda, o testemunho de Flávio Josefo, ele próprio um sacerdote, que, ao mencionar os livros divinos, diz que eram vinte e dois (isto porque considerava Josué e Juízes como um livro e Samuel e Reis como outro), dizendo que os livros escritos até o tempo de Artaxerxes assim deveriam ser considerados, o que faz com que considere ele o livro de Ester como autoritário.
-Veja o que diz Josefo: “…Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se referem a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisés, que refere tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a sequência dos descendentes de Adão.
Os profetas que sucederam a esse admirável legislador escreveram, em treze outros livros, tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas, e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes.
Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas não se lhes dá o mesmo crédito, que aos outros livros, de que acabo de falar
e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa.
Nós os consideramos como divinos, chamamo-los assim; fazemos profissão de observá-los inviolavelmente e morrer com alegria, se for necessário, para prová-lo.…” (Resposta de Flávio Josefo a Ápio, cap.2. In: História dos hebreus. Trad. Vicente Pedroso. v.3, p.216).
-Muito se discute a data quando os fatos ocorreram, isto porque o rei da Pérsia é identificado apenas como “Assuero”, que é um título, assim como “Faraó”, de forma que não se tem a identidade clara do monarca.
-O texto bíblico diz que este rei governava sobre cento e vinte províncias desde a Índia até a Etiópia (Et.1:1). Tais dados permitem-nos verificar que estamos na época do apogeu do império persa, em que alcançou a sua máxima extensão.
-Ora, esta extensão foi alcançada nos reinados de Dario I e de seu filho Xerxes I. Aliás, Dario I foi quem estabeleceu a fortaleza de Susã como uma das capitais do reino, onde ocorreram os fatos noticiados no livro de Ester (Et.1:2), o que reforça a ideia de que foi neste tempo que se deram os acontecimentos.
-Dario é mencionado no livro de Esdras, como sendo aquele que permitiu o reinício da reconstrução do templo de Jerusalém (Ed.6:1-12), de modo que não seria ele o rei do livro de Ester, que foi indicado tão somente pelo título.
-A narrativa do livro mostra Susã como estando bem estruturada para receber o rei, a ponto de ter sido escolhida como o palco para uma festividade de cento e oitenta dias para mostrar o esplendor de seu reino, o que nos mostra, claramente, que se tratava não do monarca que tornou Susã capital, mas, sim, de alguém que já estivesse com a situação bem estabelecida, “in casu”, um sucessor de Dario I.
-Tudo indica, pois, que o rei mencionado no livro de Ester é o filho de Dario, Xerxes I, que reinou entre 485 e 464 a.C., o que faz com que os acontecimentos narrados estejam cronologicamente entre os capítulos 6 e 7 do livro de Esdras.
-Algumas versões da Bíblia, como, por exemplo, a Nova Versão Internacional, nominam Xerxes como o rei, traduzindo o original “Assuero” pelo nome do monarca. A referida versão tem uma nota, em Et.,1:1, que ora se transcreve: “Hebraico: Assuero, variante do nome persa Xerxes”.
-Oportuno aqui consignar que não se deve confundir o rei persa do livro de Ester com o Assuero mencionado em Ed.4:6, que, evidentemente, é outro monarca, pois é antecessor de Dario I, que, como já dissemos, foi quem estabeleceu Susã como uma das capitais do império persa.
-“Assuero”, como dissemos, é um título e o rei em questão é, na verdade, Cambises II, que reinou entre 530 e 522 a.C., filho de Ciro, o rei que permitira o retorno dos judeus do cativeiro e a reconstrução do templo em Jerusalém (II Cr.36:23; Ed.1:1), que foi embargada por este “Assuero”.
-O texto de Esdras, em seguida, diz que Dario I, o rei seguinte, avalizou o reinício dos trabalhos de reconstrução do templo, a mostrar, portanto, que não se trata do mesmo “Assuero” do livro de Ester.
-AUTORIA E ESTRUTURA DO LIVRO DE ESTER
-No livro de Ester não temos a indicação de quem teria sido seu autor. A tradição judaica diz que seu autor foi Mardoqueu, o primo e pai adotivo de Ester, cujo material teria sido recolhido e organizado pelos chamados “homens da Grande Assembleia”,
grupo que teria sido instituído por Esdras e Neemias, para preservarem o ensino da lei entre os israelitas, sendo chamados de “grandes”, porque “…eles, de fato, reinstalaram a Torá no lugar que a ela correspondia na vida do povo.
Eles lograram isso promulgando diversas tacanót (decretos rabínicos) referentes ao serviço religioso, a leitura pública da Torá, observações adicionais durante o Shabat e muitas outras (…) membros da Grande Assembleia (às vezes também chamados soferim – escribas) …” (BUNIM, Irving M. A ética do Sinai: ensinamentos dos sábios do Talmud. Trad. Dagoberto Mensch. 2. ed.São Paulo: Sêfer,2001, p.16).
-Segundo o Talmude, o segundo livro sagrado do judaísmo, em seu tratado Baba Bathra 14b, os homens da Grande Assembleia teriam compilado alguns dos livros dos “Ketuvim”.
Eis o que diz o texto do Talmude: “…Os membros da Grande Assembleia escreveram o seguinte, e um mnemônico para lembrar esses livros é kuf , freira , dalet , gimmel : Ezequiel [ Yeḥezkel ], e os Doze Profetas [ Sheneim Asar ], Daniel [ Daniel ], e o Pergaminho de Ester [ Meguilat Ester ]. …” (Disponível em: https://www.sefaria.org/Bava_Batra.15a.2?lang=bi&with=all&lang2=en Acesso em 06 jun. 2024 tradução pelo Google de texto em inglês).
-A ideia de que a autoria seria de Mardoqueu faz sentido, porquanto o texto sagrado diz que Mardoqueu escreveu “essas coisas”, inclusive disciplinando a festa de Purim (Et.9:20), a nos revelar, portanto, que se tratava de alguém que fazia uso da escrita.
-Segundo Finis Jenings Dake (1902-1987), o livro de Ester tem 10 capítulos, 167 versículos, 11 ordens, 21 perguntas, 1 profecia (6:13), nenhuma promessa e nenhuma mensagem específica de Deus.
-O livro de Ester, que tem 10 capítulos, pode ser dividido em quatro partes, a saber:
a)1ª parte – a rejeição da rainha Vasti – Et.1
b)2ª parte – a constituição de Ester como rainha – Et.2
c)3ª parte – a conspiração de Hamã – Et.3-4
d)4ª parte – o livramento divino do povo judeu – Et.5-10.
-Não nos esqueçamos, aqui, de mencionar que a Bíblia católico-romana fez adições ao livro de Ester, um total de 107 versículos.
-Estas adições, na Versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo e da de Matos Soares, assim como na Vulgata, vêm a partir de Et.10:3, com uma consideração de Jerônimo (347-420), que foi o tradutor das Escrituras para o latim (a Vulgata), que ora transcrevemos:
“Traduzi com toda a fidelidade o que se encontrava no hebraico. Mas o que se segue, achei-o escrito na edição Vulgata, como se contém nos exemplares gregos.
Todavia, no final do livro esta posto este capítulo, o qual, segundo o nosso costume, notamos como um óbelo…” (BÍBLIA SAGRADA. Tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares. São Paulo: Paulinas, 1982, p.516).
-Como se percebe, ao traduzir estes acréscimos para o latim, o próprio Jerônimo os põe em dúvida, pois disse que os anotou com um óbelo. O que é obelo? Marca (sinal de menos, de dividir, seta ou agulha piramidal) que um copista medieval usava para sinalizar nos antigos manuscritos um trecho duvidoso ou interpolado, para futuro reexame ou correção.
-Eis porque as versões mais antigas da Bíblia Católica põem estes acréscimos como um apêndice ao livro de Ester, a partir de Et.10:3.
As versões mais novas, entretanto, resolveram interpolar os acréscimos, misturando-os com o texto admitido pelos judeus, conforme a sequência dos fatos, já que os acréscimos fazem alusão aos acontecimentos, ainda que busque distingui-los.
-Estas versões modernas assim dispõem os acréscimos:
um trecho que antecede Et.1:1 (Et.1a-1q);
um trecho que segue a Et.3:13 (Et.3:13a-13g);
um trecho que segue Et.4:17 (Et.4:17a-17y);
outro que é colocado entre Et.5:1 e
Et.5:2 (Et.5:1a-1f);
outro, entre Et.5:2 e 5:3 (Et.5:2a-2b), que entre
Et.8:12 e 8:13 (Et.8:12a- 12u) e, por fim, o que se segue a
Et.10:3 (Et.10:3a-3k), num total de sete adições.
-Estas adições nunca foram aceitas pelos judeus e, como sabemos, é dele a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas, dos quais são os pais (Rm.9:4,5). No seu desígnio preservador
da integridade da revelação ao homem por meio das Escrituras, Deus dotou os israelitas do necessário discernimento espiritual para discriminar os textos autoritários dos apócrifos.
-Desta maneira, já pelo fato de os judeus não aceitarem estes acréscimos ao livro de Ester, devem ser eles rejeitados por nós.
-De qualquer modo, vamos analisar uma a uma estas adições e verificar-lhe sua autoridade.
-Na primeira destas adições temos, na primeira parte, a descrição de um sonho de Mardoqueu (Et.1:1a- 1k ou Et.11), que, aliás, antecede, nas versões modernas, o próprio início do texto adotado pelos judeus, o que já é estranho, pois nenhum livro narrativo das Escrituras começa com um sonho, o que já desmerece tal acréscimo.
-Este mesmo sonho é lembrado por Mardoqueu em outra adição ao livro (Et.10:3a-3j ou Et.10:4-13).
-Cumpre observar que, no texto da Vulgata, é elucidativo o texto de Et.11:1, “in verbis”:
No quarto ano, reinando Ptolomeu e Cleópatra, Dositeu, que se dizia sacerdote e da linhagem de Levi, e Ptolomeu, seu filho, trouxeram esta carta a respeito dos Purim, que disseram ter sido traduzida por Jerusalém por Lisímaco, filho de Ptolomeu”.
Na Versão Matos Soares, após este versículo consta a seguinte informação: “Este princípio estava também na edição Vulgata, o qual não se encontra nem no hebraico, nem tampouco em algum dos intérpretes” (BÍBLIA SAGRADA. Tradução da Vulgata pelo pe. Matos Soares. São Paulo: Paulinas, 1982, p.516).
-Ora, Jerônimo, que já havia posto sob suspeita estes acréscimos de Ester, com relação ao “sonho de Mardoqueu”, quis deixar consignado que este texto havia sido trazido como uma carta encontrada em Jerusalém e que havia sido traduzida para o grego, tendo, então, sob esta condição, sido utilizada para a elaboração da Septuaginta.
-Tudo indica, portanto, que se trata de texto que não pode, em absoluto, ser considerado inspirado, a uma, porque não fazia parte do livro de Ester, mas era uma carta à parte; a duas, porque o livro de Ester não foi escrito em Jerusalém, podendo, no máximo, ali ter sido compilado, como diz a tradução judaica, mas, ao fazê- lo, os homens da Grande Assembleia não teriam considerado esta carta, por ser um texto separado dos escritos compilados. Este “versículo” não é reproduzido nas versões modernas.
-A segunda parte da primeira adição (Et.1-1l-1q ou Et.12) fala de uma conspiração contra o rei da Pérsia por parte dos eunucos Bagatã e Tares, que Mardoqueu descobriu e delatou ao monarca, que torturou os dois, que confessaram seus crimes, tendo sido levados ao suplício, mandando o rei que Mardoqueu fosse gratificado com presentes e o fato fosse registrado nas memórias reais.
-Nitidamente vemos que esta narrativa é baseada no texto de Et.2:21-23, quando é mencionado que Mardoqueu teve conhecimento de uma conspiração contra o rei, promovida por Bagatã e Tares, comunicou o fato à rainha Ester, que o disse a Assuero que, após investigar os fatos, mandou-os à forca, mandando registrar isto em suas memórias.
-Ora, tem-se nitidamente que a referida adição é inverídica. Primeiro, porque contradiz a narrativa seguinte do livro que fala da conspiração de Bagatã e Tares. Pode alguém argumentar que podem ter sido duas conspirações. Impossível, porém, tal hipótese. Senão vejamos.
-Se fossem duas as conspirações, como explicar que, depois de terem sido descobertos como traidores, levados ao suplício, voltassem Bagatã e Tares a ocupar os mesmos postos de confiança no reino?
Como explicar, ainda, que não tivessem sido eles mortos, após ter se descoberto a primeira conspiração, se foi esta a pena aplicada na suposta segunda conspiração?
-É de se verificar que, segundo a adição, foi Mardoqueu quem delatou o caso ao rei, até porque, nesta época, Ester ainda não seria rainha, o que, também, é um contrassenso, pois se Mardoqueu tivesse acesso ao rei, não teria pedido a Ester, na suposta segunda conspiração, que falasse com o rei, nem tampouco que Ester intercedesse pelo povo quando Hamã decidiu destruir os judeus.
-Por fim, segundo a adição, Mardoqueu teria sido gratificado por esta delação, mas sabemos que não foi o que ocorreu, tanto que foi fundamental não ter sido gratificado na verdadeira conspiração, que é a narrada no texto autoritário, para que a Divina Providência agisse em favor dos judeus, retirando o sono de Assuero para que ele mandasse ler os registros de suas memórias e, assim, resolvesse gratificar Mardoqueu.
-Esta parte da primeira adição, portanto, é espúria e não pode, mesmo, ser aceita.
-A segunda adição (Et.3:13a-13g ou Et.13:1-7) diz respeito a uma carta que teria sido escrita por Hamã contra os judeus. Na Versão Matos Soares, existe a seguinte observação: “o que somente encontramos na edição Vulgata”, ou seja, este texto nem sequer faz parte da Septuaginta, o que já é suficiente para descartá- lo.
-Como se não bastasse isso, também na Versão Matos Soares, entre Et.13:7 e Et. 13:8, consta o seguinte texto de Jerônimo: “Até aqui a cópia da carta. O que se segue, encontrei-o escrito depois daquele lugar, onde se lê: ‘E foi Mardoqueu e fez tudo o que Ester lhe tinha mandado’.
Mas isto não se encontrava no texto hebraico, nem é referido por inteiro por nenhum dos intérpretes?” (op.cit., p.517)., O texto é autoexplicativo e mostra como não se pode considerá-lo como texto inspirado.
-A terceira adição (Et.4:17a-17i ou Et.13:8-18) é uma oração de Mardoqueu, que teria sido feita por ele após receber o recado de Ester de que ela estaria a orar e jejuar por três dias para ir à presença de Assuero e que os judeus em Susã também deveriam fazê-lo (Et.3:15,16).
-Por primeiro, devemos lembrar que não são muitas as orações que são registradas nas Escrituras, o que já cria uma suspeita quanto a esta adição.
-Por segundo, evidentemente, em registro de orações, há a menção do nome de Deus e, deste modo, esta adição, conforme já vimos, destoa completamente do propósito do livro, que é o de mostrar a Divina Providência, sem referência direta ao Senhor, o que torna desarrazoado tal registro no livro de Ester.
-Mas não é só! É evidente que tanto Mardoqueu quanto os judeus, além de Ester, oraram, ainda que o texto diga que Ester tenha pedido para que eles jejuassem, pois o jejum é um reforço à oração, mas a ênfase dada ao jejum também torna ainda mais improvável o registro da oração.
-Por tais razões, vê-se que também esta adição não deve ser aceita, destoante que é do propósito e da própria narrativa do livro.
-A quarta adição (Et.5:1a-1f ou Et.14) é a oração de Ester. O trecho começa descrevendo como Ester se vestiu de um traje de pranto para iniciar o jejum e registra a sua oração.
-Aqui temos as mesmas objeções do trecho anterior, ou seja, a de que não é comum o registro de orações no texto bíblico e de que não é propósito do livro a menção do nome de Deus que, inevitavelmente se registra quando se narra o teor de uma oração.
-A quinta adição (Et.5:1a-1f ou Et.15) traz pormenores de como teria sido a apresentação de Ester a Assuero, depois dos três dias de jejum.
-Este texto, na Versão Matos Soares, é introduzido pela seguinte declaração de Jerônimo: “Também encontrei estas adições na edição Vulgata” (op.cit., p.543).
Tem-se aqui, mais uma vez, que se trata de texto de autenticidade duvidosa e que não fazia parte do texto original do livro de Ester.
Antes de Et.15:4, temos também outra observação do tradutor: “E também encontrei o que se segue”.
-Este primeiro trecho (Et.15:1-3) contém a narrativa de ordem dada a Mardoqueu a Ester para que se apresentasse ao rei. Trata-se de texto que é contraditório com o que consta no texto inspirado de Ester.
-Advertida por Mardoqueu que deveria fazer algo em prol de seu povo, Ester decide se apresentar ao rei e é ela quem manda a Mardoqueu que jejuasse, ele e os judeus, durante três dias, pois ela o faria antes de se apresentar ao rei (Et.4:15-17).
-Assim, não tem sentido a afirmação de que, passados os três dias, Mardoqueu tenha mandado Ester se apresentar ao monarca, como está neste acréscimo.
-Além do mais, o contato entre Mardoqueu e Ester se fez através de Hataque, pois não podia haver comunicação direta entre os dois, uma vez que Ester jamais declinara a sua nacionalidade, por ordem de seu primo e pai adotivo, e, no trecho espúrio ora analisado não se faz menção a este intermediário ou a algum outro, como se houvesse comunicação direta entre eles, o que não é o caso.
-No trecho seguinte (Et.15:4-18), há a menção ao nome de Deus, não numa oração, mas a afirmação de que Ester teria invocado a Deus, o que faz com que se tenha, como já se disse, mais um elemento para dizer que não se trata de texto compatível com o livro inspirado de Ester.
-Neste trecho, aliás, quando se descreve o encontro de Ester com Assuero, é dito que a rainha desmaiou. Ora, esta afirmação discrepa totalmente do texto inspirado, que diz que, após ter jejuado, Ester pôs as vestes reais e se apresentou ao rei.
-Esta menção de desmaio, que se justificaria pelo jejum, não faz o menor sentido. Por que Ester teria desmaiado e não Mardoqueu, que também jejuou três dias e era bem mais velho?
-Não nos esqueçamos que o fato de Ester ter posto as vestes reais e se apresentar formosa ao rei está plenamente de acordo com o modo de jejum agradável a Deus, que, como dizem os profetas e o próprio Jesus, é completamente avesso à demonstração aparente do jejum para fins de gerar admiração, dó ou piedade alheia.
-Tem-se, portanto, aqui, também, razões sobejas para não se aceitar tal adição.
-A sexta adição (Et.8:12a-12u ou Et.16) contém a cópia que o rei da Pérsia teria mandado a todos seus súditos em favor dos judeus, atendendo ao pedido de Ester para evitar a destruição do povo anteriormente ordenada por Hamã.
-Na Versão Matos Soares, antes deste trecho, tem-se a seguinte afirmação de Jerônimo: “cópia da carta que o rei Artaxerxes enviou a todas as províncias do reino a favor dos judeus, a qual também não se encontra no texto hebraico” (op.cit., p.544).
-A afirmação de Jerônimo já bastaria para descartar tal carta, uma vez que é expressamente dito que tal carta não consta do “texto hebraico”, ou seja, do livro inspirado de Ester.
-Mas não é só! A carta já começa chamando o rei de “Artaxerxes”. Ainda que há estudiosos que entendam que “Artaxerxes” seja, a exemplo de “Assuero”, um título dado aos reis da Pérsia, o fato é que o livro de Ester se utiliza da expressão “Assuero”, não fazendo sentido, pois, que este trecho, se pertencesse ao livro, denominasse o rei de forma diversa, o que já mostra que não se trata de texto que integre o livro inspirado de Ester.
-Verdade é que as versões mais modernas trocam “Artaxerxes” por “Assuero”, como a Bíblia de Jerusalém, mas, no texto encontrado por Jerônimo, constava “Artaxerxes”.
-Ademais, no texto da carta também se faz menção do nome de Deus (Et.16:4 ou 8:**), a discrepar do propósito do livro, como já dito antes, mas, e isto também é relevante, de forma muito distinta das menções feitas a Deus em trechos de outros atos dos reis persas como se vê nos livros de II Crônicas, Esdras e Neemias, onde, via de regra, é identificado o Senhor como “o Deus dos céus”, o que bem se explica diante da religião persa, que acreditava haver “dois deuses”, um “do bem” e outro “do mal”.
-Assim, também por esta circunstância, tem-se que esta carta não pode ser aceita, porque discrepa do que se contém no restante das Escrituras.
-A sétima adição (Et.10:3a-3k ou Et.10:4-13) é a lembrança do sonho por Mardoqueu. Se o sonho já foi posto sob suspeita, que dirá a sua lembrança. No entanto, as primeiras palavras desta adição já a explicam por si só, a saber, na versão Matos Soares: “E Mardoqueu disse: Deus é quem fez isto”.
-Ora esta afirmação contraria todo o propósito do livro de Ester, que não faz menção do nome de Deus exatamente para mostrar-Lhe a Providência. Seria, pois, só o início deste trecho uma completa contradição, o que basta para descartá-lo.
-Mas, além desta relevante circunstância, tem-se que um dos motivos que levou o livro de Ester a ter resistência na sua aceitação foi o fato de que nele não se menciona uma vez sequer o nome de Deus.
-Pois bem, se verificados os acréscimos constantes da Septuaginta do livro de Ester, veremos que, em pelo menos uma das adições, em Et.4:17a-17i ou Et.13:8-15, que seria uma oração de Mardoqueu, temos a menção a “Senhor” por quatro vezes e a “Deus” por duas vezes.
-Vejamos os versículos com tais menções, utilizando da Versão Mattos Soares: “Mardoqueu disse: Deus é quem fez isto” (Et.10:4 ou Et.10:3a)
“Mardoqueu fez oração ao Senhor, recordando todas as Suas obras, e disse: Senhor, Senhor, rei onipotente, no Teu poder estão postas todas as coisas e não há quem possa resistir à Tua vontade se determinaste salvar Israel” (Et.13:8,9 ou Et.4:17a,17b).
“Tu fizeste o céu e a terra e tudo quanto se contém no âmbito do céu. Tu és o Senhor de todas as coisas e não há quem resista à Tua majestade.” (Et.13:10,11 ou 4:17c).
“mas temi transladar para um homem a honra devida ao meu Deus e adorar algum outro que não fosse o meu Deus” (Et.13:14 ou 4:17e)
“Agora, Tu, ó Senhor Rei, Deus de Abraão, tem misericórdia de teu povo, porque os nossos inimigos querem acabar e destruir a Tua herança” (Et.13:15 ou 4:17f)
“Ouve os meus rogos, e mostra-Te propício à Tua parte e herança, muda o nosso pranto em gozo, para que, vivendo, louvemos, Senhor, o Teu nome e não feches a boca dos que Te louvam” (Et.13:17 ou 4:17h).
-Ora, como se pode aceitar um trecho que menciona o nome de Deus se todos são unânimes em afirmar que o livro de Ester não faz tal menção e que, por causa disto, se tenha até discutido a inspiração do livro?
-Embora o nome de Deus não seja mencionado expressamente no livro de Ester, faz-se a Ele referência indireta em Et.4:14, quando se afirma que “socorro e livramento doutra parte virá para os judeus (…) e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? “.
-Neste texto, percebe-se, claramente, que a ausência do nome de Deus em nada retira, no livro de Ester, a concepção de que é o Senhor, Aquele que zela pelo Seu povo e que tudo controla para a preservação de Suas promessas e compromissos.
-Como afirma o pastor australiano J. Sidlow Baxter (1903-1999), mencionado por Richard Amiel McGough: “… O propósito deste livro é demonstrar o cuidado providencial de Deus sobre o Seu povo. É vital ver isto, pois aí repousa o significado vivo e o valor permanente do livro (…).
É isto que explica porque não se faz menção do nome de Deus no livro de Ester. Esta não-menção do nome de Deus na história tem sido um problema para muitos. Martinho Lutero, em um de seus ocasionais lapsos de autocontenção, chegou a dizer que preferiria que o livro não tivesse existido! Outros contestaram seu direito a constar do cânon.
Entretanto certamente encontrar um problema nesta não-menção de Deus é desconsiderar que acima de tudo o mais o que nós pretendemos ver.
Dizemo-lo reverentemente, ainda que sem a mínima hesitação, que se Deus tivesse sido especificadamente mencionado na história ou, ainda mais, se a história tivesse sido especificadamente explicada, em muitas palavras, que era Deus que estava realizando todos aqueles acontecimentos que são lembrados, a força dramática e o impacto moral da história teriam sido reduzidos; acima de tudo, somos levados a ver no desenrolar natural dos acontecimentos, como, sem violar o livre-arbítrio humano e sem interromper a sequência ordinária dos negócios humanos um Poder escondido insuspeito mas infalível controla todas as coisas.
Deve haver outras razões pelas quais o autor anônimo omitiu qualquer referência direta a Deus (…) mas acreditamos que a principal razão para tanto é enfatizar a ação invisível de Deus na Providência…” (Explore the Book; a basic and broadly interpretative course of Bible studay from Genesis to Revelation. Zondervan Publishin House, 1960, v.1, p.259 apud MCGOUGH, Richard Amiel. The Bible Wheel: a revelation of the Divine Unity of the Holy Bible, pp.307-8. Disponível em: https://www.murraymoerman.com/1christ/scripture/BibleWheel.pdf Acesso em 06 jun. 2024) (tradução nossa de texto em inglês).
-A menção do nome de Deus, portanto, nos acréscimos, como ensina Baxter, viola completamente o próprio propósito do livro e demonstra que tais adições não podem, em absoluto, ser aceitas como parte integrante do texto.
-No livro de Ester, vemos, apesar da ausência do nome de Deus, como Deus trabalhava pela preservação de Seu povo, a fim de que se cumprisse a esperança messiânica.
No livro de Ester, vemos que Deus sempre está pronto a socorrer e livrar Seu povo. Em Ester, Jesus apresenta-Se como o nosso Socorro.
OBS: “O Livro de Ester e o Novo Testamento – Não há referência ou alusão a este livro no NT. Todavia, o ódio de Hamã aos judeus e seu complô visando o extermínio de todos os judeus do império persa (cap.3; 7,4) é uma prefiguração do AT, do Anticristo do NT, que procurará destruir todos os judeus e também os cristãos no final da história.. ” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.755).
“Cristo Revelado – A rainha Ester é semelhante a Jesus em vários aspectos. Ela viveu submissa, dependente e obediente às autoridades instituídas que Deus havia colocado sobre ela, Mardoqueu e o rei Assuero.
Assim o Senhor Jesus, durante o Seu ministério terreno, viveu em total submissão, dependência e obediência a Deus Pai. Ester também se identificou com o seu povo e jejuou durante três dias, quando intercedeu a Deus em favor do povo (4.16).
Hb.2.17 nos conta que ‘convinha que, em tudo, [Jesus] fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote. ‘Assim. Jesus jejuou e orou em favor de Si mesmo ( Mt.4.2; Jo.17.20).
Em terceiro lugar, Ester abriu mão do seu direito de viver para salvar a nação da morte certa. Por isso foi exaltada pelo rei. De maneira semelhante, Jesus entregou Sua vida para que a humanidade pecadora fosse salva da morte eterna e foi exaltado por Deus. (Fp.2.5-11).” (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.500).
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco