LIÇÃO Nº 6 – O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO
Os apóstolos foram enviados diretamente por Jesus para dar início à Igreja.
INTRODUÇÃO
– Iniciamos o segundo bloco deste trimestre, dedicado ao estudo dos dons ministeriais.
– O primeiro dom ministerial que estudaremos é o de apóstolo, aqueles que foram enviados diretamente por Jesus para dar início à Igreja.
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I – OS DONS MINISTERIAIS
– Estamos dando início ao segundo bloco deste trimestre, dedicado ao estudo dos dons ministeriais.
– Consoante já vimos na primeira lição deste trimestre, os dons ministeriais são dádivas concedidas por Cristo com a finalidade de aperfeiçoar os santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, a fim de que os crentes atinjam a unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus, o nível de varões perfeitos, a medida da estatura completa de Cristo (Ef.4:12,13).
Vemos, portanto, que os dons ministeriais têm, por finalidade, trazer maturidade espiritual aos crentes, prepará-los convenientemente para o exercício das tarefas cometidas pelo Senhor a cada um deles.
Os dons ministeriais, ao contrário dos dons ditos “assistenciais”, visam criar condições nos outros crentes para que eles, sim, exerçam o dom “assistencial” que recebeu do Espírito Santo.
– Os dons ministeriais estão elencados na relação de Ef.4:11 e, de pronto, devemos distinguir os dons ministeriais dos “títulos ministeriais” ou dos “cargos eclesiásticos”.
Em os nossos dias, muitos têm confundido estas duas coisas, que são completamente diferentes. O dom é uma dádiva de Cristo, é um dom que vem diretamente do Senhor para o crente, dom este que é percebido pelo crente através da comunhão que tem com Deus e pela presença do Espírito Santo na sua vida e que independe de qualquer reconhecimento humano, mesmo da igreja local.
– Já os “títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”, ao revés, são posições sociais criadas dentro das igrejas locais, posições estas que, em sua nomenclatura, muitas vezes estão baseadas na relação de Ef.4:11, como a indicar que o seu ocupante tem o referido dom ministerial, mas que, nem sempre, corresponde a este dom.
Como a igreja local, via de regra, é também uma organização humana, acabam sendo criados “títulos” e “posições” com o propósito de esclarecer a hierarquia administrativa, a própria estrutura de governo da organização eclesiástica, dados que, se apenas refletem uma necessária ordem que deve existir em todo grupo social, nada tem que ver, a princípio, com os dons ministeriais.
– Assim, façamos distinção entre os dons ministeriais e a chamada “forma de governo”. É o que diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus:
“…Cremos, professamos e ensinamos que existe hierarquia no céu e na terra e também na Igreja, pois todos nós estamos sob autoridade; todos nós prestamos contas a alguém, é autoridade [Rm.13:1; Hb.13:17].
O próprio Senhor Jesus Cristo disse: ‘Porque eu desci do céu não para fazer a Minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou’ (Jo.6:38).
A forma de governo da Igreja é bíblica e define quem exerce autoridade no que diz respeito ao serviço do culto coletivo e às questões doutrinárias e administrativas.
Nossa estrutura constitui-se de pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos e cooperadores; estes últimos identificados também como auxiliares ou trabalhadores de acordo com a região.
O termo ‘obreiro’ é genérico e usamos praticamente para todos os cargos e funções na igreja. Nosso modelo de governo de igreja tem por base as Escrituras Sagradas.” (DFAD XIV, p.135).
– São cinco os dons ministeriais, consoante a relação dada pelo apóstolo Paulo em Ef.4:11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (ou mestres).
Na relação de I Co.12:28, onde há uma “miscelânea” de dons, o apóstolo faz menção dos dons de apóstolos, profetas e doutores, também mencionando o dom de “governos”, que pode tanto indicar o dom ministerial de pastor, como o dom assistencial da presidência.
– De qualquer modo, pelo que verificamos do contexto da relação de Ef.4:11, vemos que os dons ministeriais têm por propósito a organização da Igreja de modo a que se alcance a finalidade última da Igreja que, para os crentes, é a de promover o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
a fim de que todos cheguem à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, alcançando, assim, o crescimento em Cristo, o bom ajuste pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, fazendo o aumento do corpo para sua edificação em amor (Ef.4:12-16).
– Percebe-se, portanto, dentro deste ensino do apóstolo Paulo, que os dons ministeriais são exercidos com o primeiro propósito de promover o aperfeiçoamento dos santos, ou seja, um dom ministerial sempre visa aumentar a perfeição de cada membro do corpo de Cristo, não tem outra finalidade senão o crescimento espiritual do irmão.
Por isso, jamais um dom ministerial deve ser visto como uma fonte de poder, mas, sim, como um meio de serviço em favor do outro.
– Por segundo, o dom ministerial deve ser exercido de modo a levar os crentes a servir a Deus. O aperfeiçoamento dos santos não tem em vista outro fim senão o de levar os crentes à “obra do ministério”, ou seja, ao serviço cristão.
É por isso que o exercício dos dons ministeriais tem como consequência levar os crentes a descobrir os seus dons assistenciais, que o pastor Antonio Gilberto bem chama de “dons espirituais de ministérios práticos”. O bom exercício dos dons ministeriais leva o povo de Deus ao serviço cristão, à prática de boas obras.
– Por terceiro, o exercício dos dons ministeriais, a exemplo do que ocorre com os dons espirituais, leva à edificação do corpo de Cristo, à edificação da Igreja. Esta edificação possui algumas características, a saber:
a) rejeição dos falsos ensinos – o apóstolo afirma que o exercício dos dons ministeriais faz com que os crentes não se deixem enganar pelos “ventos de doutrinas”. O bom exercício dos dons ministeriais leva, portanto, ao conhecimento da verdade, ao conhecimento de Cristo Jesus (Jo.14:6), da Palavra de Deus (Jo.17:17);
b) crescimento em Cristo – o bom exercício dos dons ministeriais leva os crentes a crescerem em Cristo, ou seja, a terem maior intimidade com o Senhor, a uma maior imitação de Cristo, de sorte que os crentes possam ser reconhecidos pelos homens como “cristãos”, ou seja, “parecidos com Cristo”, “pequenos Cristos”;
c) bom ajuste da Igreja – o bom exercício dos dons ministeriais faz com que os crentes percebam que são apenas partes de um todo, participantes de um corpo, membros de um corpo e que, por isso, dependem uns dos outros.
Esta conscientização da interdependência permite aos crentes forjar uma unidade e um sentimento de humildade e intensificação do amor fraternal;
d) aumento do corpo – o bom exercício dos dons ministeriais ao levar o povo de Deus ao serviço cristão, ao crescimento em Cristo e à interdependência, acaba gerando um crescimento quantitativo e qualitativo da Igreja.
e) edificação em amor – o bom exercício dos dons ministeriais acaba promovendo a intensificação do amor a Cristo e do amor ao próximo, de sorte que se cumpre o mandamento de Cristo – amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Assim como os dons espirituais, os dons ministeriais somente têm razão de ser quando promovem o aumento do amor.
– Por quarto, o exercício dos dons ministeriais faz com que a Igreja caminhe rumo à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à estatura completa de Cristo. São os dons ministeriais que guiam a Igreja para o dia da glorificação, quando se alcançarão estas metas aludidas pelo apóstolo Paulo. Somente no dia da glorificação, atingiremos a perfeição, mas devemos caminhar nesta direção e isto só é possível mediante o exercício dos dons ministeriais na Igreja.
– Por quinto, o exercício dos dons ministeriais permite que os crentes sigam a verdade em amor, o que permite o nosso crescimento em tudo n’Aquele que é a cabeça, Cristo.
É através do exercício dos dons ministeriais que o cristão pode seguir a verdade em amor, ou seja, guardar a Palavra de Deus e aumentar em amor a Deus e ao próximo, pois é para isto que o Senhor dá dons ministeriais à Sua Igreja.
– Os dons ministeriais completam-se um ao outro. Estudiosos das Escrituras costumam relacionar os dons ministeriais aos dedos da mão, para mostrar que, assim como a mão somente consegue realizar suas tarefas com o auxílio de todos os dedos, assim também os objetivos e finalidades do exercício dos dons ministeriais somente podem ser bem sucedidos quando todos os dons concorrerem para tanto.
– “…Comparemos os cinco ministérios com uma mão onde cada dedo seria um ministério: Polegar (Apostólico) – O polegar representa mais apropriadamente o ministério do apóstolo.
Quando segura algo, o polegar vai para um lado do objeto e os dedos circulam o lado oposto. Esse movimento de vir em direções opostas é o que dá poder a mão.
O polegar não está em oposição ou está sobre os outros dedos, mas está designado a completar a mão para sua plena função e poder.
A mão de Deus do ministério quíntuplo tem sido grandemente restringida em seus poderosos propósitos, em algumas igrejas falta o polegar e o indicador.
Indicador (Profético) – O indicador é referido como aquele que aponta. O profeta tem o ministério de revelação e unção que aponta o caminho para o corpo de Cristo. O indicador também é o que está mais próximo ao polegar.
O profeta e o apóstolo têm o relacionamento de trabalho mais próximo na mão ministerial do corpo de Cristo.
Médio (Evangelístico) – O dedo médio é o que mais se alonga na mão. É o ministério que mais se estende à evangelização do mundo. Está no meio de toda atividade da mão.
Anelar (Pastoral) – Esse é o dedo onde os anéis de noivado e casamentos são colocados, símbolo de compromisso e fidelidade.
O pastor está casado com a igreja, cuidando da noiva de Cristo, pastoreando, visitando, ensinando, intercedendo pelas ovelhas, se doando, visando o ser humano em primeiro lugar e não as estruturas físicas, o pastor não faz nada sozinho ele precisa dos outros cinco ministérios funcionando para que ele tenha tempo e disponibilidade para focar no cuidado das ovelhas.
Mínimo (Ensino) – Embora o dedo mínimo seja o menor, ele provê equilíbrio à mão. O ensino da palavra de Deus, linha sobre linha, preceito sobre preceito, é desesperadamente necessário para a igreja.
O mestre é um membro vital do ministério da mão de Cristo.…” (Dons ministeriais – cargos hierárquicos ou funções carismáticas? Disponível em: http://umnovoodre.blogspot.com.br/2012/06/ministerio-quintuplo-efesios-411-13-pra.html Acesso em 12 mar. 2014).
– Os dons ministeriais, portanto, são complementares. Se há inegável ordem hierárquica entre eles, pois temos que o dom de apóstolo é o superior de todos os demais, por exemplo, não se pode abrir mão de qualquer dom ministerial, nem o portador de um dom pode prescindir dos portadores dos outros dons. Todos são necessários para que se atinjam os objetivos preconizados pelo Senhor.
II – OS DOZE APÓSTOLOS DO CORDEIRO
– Visto em linhas gerais, o papel dos dons ministeriais na Igreja, vamos passar a analisar cada um dos dons ministeriais e, para tanto, iniciaremos pelo dom que é primeiramente mencionado por Paulo tanto em Ef.4:11, quanto em I Co.12:28, ou seja, o dom de apóstolo.
– A palavra “apóstolo” significa “enviado”. A primeira vez que ela aparece na Versão Almeida Revista e Corrigida é em Mt.10:2, quando o evangelista aponta o nome dos doze apóstolos: Simão, chamado Pedro; André; Tiago, filho de Zebedeu; João; Felipe; Bartolomeu; Tomé; Mateus; Tiago, filho de Alfeu; Lebeu, apelidado Tadeu; Simão Cananita e Judas Iscariotes (Mt.10:2-4).
– Neste texto, Mateus narra que Jesus chamou os Seus doze discípulos e lhes deu poder sobre os espíritos imundos para os expulsarem e para curarem toda a enfermidade e todo o mal (Mt.10:1).
Estes doze são chamados de “apóstolos”, portanto, porque foram enviados pelo Senhor Jesus para que fossem às ovelhas perdidas da casa de Israel, a fim de pregar o Evangelho.
– Aqueles doze discípulos do Senhor Jesus foram escolhidos por Ele para serem “enviados” para as ovelhas perdidas da casa de Israel, para as aldeias e cidades que o Senhor Jesus não teria tempo de visitar durante o Seu ministério terreno, para que toda a nação de Israel pudesse ser alcançada pela mensagem do Evangelho do reino de Deus, que era pregado pelo Senhor (Mc.1:14,15).
– Não é diferente o relato de Marcos a respeito, que nos informa que, depois que Jesus foi a Nazaré, chamou a Si os doze e começou a enviá-los a dois e dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos (Mc.6:7), tendo eles saído a pregar o arrependimento, tendo expulsado demônios e curado enfermos (Mc.6:12,13), tendo, depois, feito um relato ao Senhor de tudo quanto haviam feito, ocasião em que são chamados por Marcos de “apóstolos” (Mc.6:30).
– Lucas também registra este episódio, dizendo que o Senhor convocou os Seus doze discípulos, dando-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para curarem enfermidades, tendo-os enviado a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos (Lc.9:1,2). Quando eles regressaram para dar o relato ao Senhor do que haviam feito, Lucas os chama de “apóstolos” (Lc.9:10).
– A noção que se tem de “apóstolo”, portanto, é daquele que é enviado diretamente pelo Senhor Jesus para realizar a obra da pregação do Evangelho a plagas que ainda não haviam ouvido a mensagem da salvação.
– É, aliás, neste sentido que o próprio Senhor Jesus é chamado de apóstolo, como se vê de Hb.3:1, quando Cristo é chamado de “apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão”.
Ninguém teve maior condição de apóstolo que o próprio Jesus que, por diversas vezes, enfatizou que havia sido enviado pelo Pai (Mt.10:40; Mc.9:37; Lc.4:18; 9:48; 10:16; Jo.3:17; 4:34; 5:23,24,30,36-38; 6:29,38-40,44,57; 7:16,18,28,29,33; 8:16,18,26,29,42; 9:4; 10:36; 12:44,45,49; 13:16,20; 14:24; 15:21; 16:5; 20:21).
– Jesus veio trazer a graça e a verdade para o povo (Jo.1:17), foi enviado desde os céus para este mundo a fim de que o mundo pudesse ser salvo por Ele (Jo.3:17).
– Já nesta passagem a respeito do comissionamento dos doze apóstolos para que se pregasse o Evangelho do reino de Deus ainda durante o ministério terreno de Cristo vemos o sentido do ministério de apóstolo, ou seja, o de ser enviado pelo Senhor Jesus para a complementação ou continuidade da própria pregação da salvação.
– Aquele comissionamento aos doze era uma demonstração de que caberia a eles a continuidade do trabalho da pregação do Evangelho, que era a partir deles que se prosseguiria a proclamação da mensagem da salvação na pessoa de Jesus Cristo, já que o ministério terreno do Senhor era limitado e havia necessidade de que ele continuasse até que chegassem os “tempos da restauração de tudo” (At.3:21).
– Verdade é que o evangelista Lucas dá notícia do comissionamento de outros setenta, que Jesus mandou, também de dois em dois, adiante da Sua face, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir (Lc.10:1).
Lucas, porém, não chama estes “outros setenta” de “apóstolos”, mas tão somente de “discípulos” (Lc.10:23), a mostrar que o relato do evangelista pressupõe aquele outro comissionamento, que ele menciona em seu evangelho no capítulo 9.
Como se isto fosse pouco, Lucas usa o termo “outros”, que, em grego, é “heteros” (έτέρους), cujo significado é de “diferentes”, a demonstrar que há uma nítida distinção entre os doze e estes setenta. Para Lucas, só os doze eram apóstolos (Lc.22:14).
– Por isso, na tarde do domingo da ressurreição, como já vimos na lição 1 deste trimestre, o Senhor, já triunfante, começou a dar dons aos homens (Ef.4:8) e, dentre eles, deu o dom do apostolado, ao dizer aos discípulos que estavam reunidos no cenáculo: “Paz seja convosco; assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo.20:21).
– Quem estava ali no cenáculo naquela tarde? João nos diz que eram os “doze”, ou seja, na verdade, apenas dez dos doze, já que Judas Iscariotes havia se suicidado e Tomé estava ausente (Jo.20:24). Assim, quem foi constituído como “apóstolo”, ou seja, como “enviado de Cristo”?
Aqueles mesmos que haviam sido anteriormente comissionados pelo Senhor para a pregação do Evangelho do reino de Deus.
– No relato de Lucas, vemos que Jesus lhes esclarece tudo o que havia ocorrido, abrindo-lhe o entendimento para compreenderem as Escrituras (Lc.24:45),dizendo que eles eram testemunhas de tudo quanto havia se passado e, nesta condição, teriam uma posição privilegiada para pregar o Evangelho (Lc.24:48).
– São estes, pois, propriamente os “apóstolos”, aqueles que foram enviados diretamente pelo Senhor Jesus para dar continuidade à Sua obra salvífica, para complementar a edificação da Igreja, que nascia agora diante da rejeição dos judeus ao Messias (Jo.1:11).
OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos aqui um parágrafo do Catecismo da Igreja Romana: “Cristo Senhor, em quem se consuma a revelação do Sumo Deus, ordenou aos Apóstolos que o Evangelho, prometido antes pelos profetas, completado por ele e por sua própria boca promulgado, fosse por eles pregado a todos os homens como fonte de toda a verdade salvífica e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes os dons divinos.” (§ 75 CIC)
– Antes de o Senhor Jesus subir aos céus, determinou que estes “apóstolos” aguardassem o revestimento de poder para que pudessem cumprir a tarefa que lhes era dada (Lc.24:49).
– Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa do Pai, o mesmo Lucas nos relata que houve um debate entre os discípulos, que muitos nos esclarece a diferença que existia entre os “apóstolos” e os demais discípulos.
Com efeito, Pedro se levantou e mostrou que havia um lugar vago entre os apóstolos, diante da perdição e morte de Judas Iscariotes. Entendeu Pedro, então, que deveria ser completado aquele grupo de doze, com a escolha de um novo apóstolo (At.1:15-26).
– Esta disposição de Pedro, que foi seguida por todos os irmãos que ali se encontravam, que eram quase cento e vinte pessoas, bem demonstra a noção de que os “apóstolos” que haviam sido constituídos eram apenas os “doze”, ainda que somente houvesse onze até então.
– Para a escolha do novo apóstolo, então, são apresentados alguns requisitos, a saber (At.1:21,22), que:
a) fosse varão;
b) tivesse convivido todo o tempo do ministério terreno de Cristo com o Senhor, desde o batismo de João até a ascensão;
c) fosse testemunha da ressurreição de Cristo.
– Diante destes requisitos, dois se apresentaram, a saber, José, chamado Barsabás, e Matias e, em lançando sortes, foi escolhido Matias, que, então, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos (At.1:26).
– Tal escolha de um décimo segundo apóstolo, para ficar em lugar de Judas Iscariotes, mostra-nos, com absoluta clareza, que os discípulos da igreja primitiva tinham plena consciência que os apóstolos eram continuadores da obra de Cristo na edificação da Igreja, era um dom especialíssimo, que não seria eterno na Igreja.
– Os requisitos exigidos para a escolha deste novo apóstolo mostram-nos que não poderia haver este ministério, no sentido próprio da palavra, além da primeira geração da Igreja.
Era necessário, para ser apóstolo, que se fosse varão, companheiro do ministério terreno de Cristo e testemunha da Sua ressurreição, ou seja, alguém que tivesse convivido com o Senhor, que tivesse gozado da Sua companhia.
– É por isso mesmo que o apóstolo Paulo, ao se referir aos apóstolos, diz que eles são “fundamentos” da Igreja, ao lado dos profetas (Ef.2:20), ou seja, depois de Jesus, que é a principal pedra da esquina, a “pedra fundamental” da Igreja (I Co.3:11; I Pe.2:6),
temos os apóstolos e os profetas como “fundamentos”, prova de que este dom ministerial é “base” da edificação da Igreja e, assim como a base não é reproduzida ao longo da edificação, tal ministério não pode ser reproduzido ao longo da história da Igreja.
– Paulo deixa isto bem claro ao dizer que o Senhor pôs na Igreja, “primeiramente” apóstolos e, em segundo lugar, profetas, em terceiro doutores, depois milagres etc. (I Co.12:28).
O dom do apostolado, instituído na tarde do domingo da ressurreição, era uma necessidade para a formação da base da Igreja e, como tal, haveria de existir, sem necessidade de qualquer continuidade.
– Não é por outro motivo que é dito que, na igreja primitiva, os crentes perseveravam na “doutrina dos apóstolos” (At.2:42), a indicar precisamente o papel que os apóstolos exerciam na edificação da Igreja, qual seja, o de transmitir aos homens o que haviam aprendido com o Senhor Jesus e, assim, completar o processo da edificação da Igreja, da formação da sua base.
– Aliás, durante o período de quarenta dias em que o Senhor Jesus ficou na Terra após a ressurreição, antes de subir aos céus, uma das Suas tarefas foi a de dar mandamentos aos apóstolos que escolhera, ou seja, dar-lhes as diretrizes finais para que bem pudessem desempenhar o ministério de que estavam incumbidos (At.1:2).
– É por isso que os apóstolos eram exímios em demonstrar ao povo o relacionamento que havia entre as Escrituras (que eram, ao tempo deles, apenas o Antigo Testamento, ou seja, aquilo que havia sido dito pelos profetas), com a obra e o ministério de Jesus Cristo, pois eles é que haviam tido seu entendimento aberto pelo Senhor Jesus para entenderem o cumprimento de tudo quanto havia sido previsto por parte de Nosso Senhor e Salvador (Lc.24:44-48).
– Tal papel era próprio dos apóstolos e foi por meio deles, inclusive, que, primacialmente, se completaram as próprias Escrituras, com a escrita do Novo Testamento, que foi majoritariamente redigido por apóstolos ou, então, sob orientação deles.
OBS: Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 foram escritos por Paulo; 5, por João; 2, por Pedro; 1, por Mateus.
Marcos era discípulo de Pedro e, portanto, seu evangelho foi escrito sob orientação de Pedro; Lucas era discípulo de Paulo e, portanto, tanto seu evangelho quanto o livro de Atos foram escritos sob orientação de Paulo; restam as cartas de Tiago e de Judas, ambos irmãos de Jesus, que, embora houvessem crido somente após a ressurreição do Senhor, tinham sido testemunhas oculares de todo o ministério terreno de Cristo.
A autoria da epístola aos Hebreus é discutida, mas, se tiver sido Paulo, o seu autor, temos um apóstolo. Se tiver sido Apolo, temos alguém sob orientação de Paulo; se tiver sido Barnabé, alguém que estava intimamente ligado aos apóstolos.
– Não é, portanto, surpresa quando João revela, no livro do Apocalipse, que só há lugar para doze apóstolos no céu, pois o muro da cidade celeste tem doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap.21:14).
– Somente estes doze apóstolos exerceram o dom ministerial de apóstolo no seu sentido pleno, que era o de ser diretamente enviados pelo Senhor Jesus para complementar a edificação da Igreja, formar a sua base doutrinária, consumar tudo quanto o Senhor Jesus tinha de transmitir à humanidade em termos de salvação.
Não é coincidência, pois, que as Escrituras tenham se completado antes da morte do último apóstolo, João, com o livro do Apocalipse.
– Diante desta constatação, entretanto, surge uma importante questão: e o apóstolo Paulo? Como dizer que somente há doze apóstolos, se Paulo é chamado, nas Escrituras, por diversas vezes, de apóstolo, inclusive ficando bem claro que ele era apóstolo pela vontade de Deus e não dos homens, como se vê em Rm.1:1; 11:13; I Co.1:1; 9:1,2; 15:9; II Co.1:1; Gl.1:1; Ef.1:1; Cl.1:1; I Tm.1:1;2:7; II Tm.1:1 e Tt.1:1.
– Sem dúvida alguma, é tema que gera muita discussão, com diversas linhas de pensamento. Entendem alguns que assim como as doze tribos de Israel eram, na verdade, treze, já que Levi foi desconsiderada para fins de partilha e, em seu lugar, José foi considerada como sendo duas tribos, Efraim e Manassés (Js.14:4), também aqui teríamos uma mesma situação, com os doze apóstolos sendo, na verdade, treze .
– Outros, no entanto, entendem que Paulo, na verdade, é que o apóstolo que substituiu Judas Iscariotes. Lucas deixa claro que Matias, por voto comum, passou a ser contado entre os apóstolos, mas não afirma que tenha se tornado um verdadeiro apóstolo, tendo sido escolhido por sortes lançadas, um método que não se coadunava mesmo com o que havia sido feito pelo Senhor Jesus em Seu ministério terreno (At.1:26).
– Paulo, no entanto, foi escolhido diretamente pelo Senhor Jesus que, pessoalmente, O chamou no caminho de Damasco (At.9:1-18), tendo, através de Ananias, revelado que se tratava de um “vaso escolhido para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel” (At.9:15).
– Não é por outro motivo que Paulo afirma que era apóstolo pela vontade de Deus (I Co.1:1; II Co.1:1; Ef.1:1; Cl.1:1; II Tm.1:1), tendo, ainda, dito que sua constituição no apostolado não era da vontade de homem algum (Gl.1:1) e segundo o mandado de Deus (I Tm.1:1).
– Não há como negar que Paulo foi constituído como apóstolo diretamente pelo Senhor Jesus e que tal constituição estava dentro da própria realidade nascida com a Igreja, realidade esta que era um mistério revelado ao próprio Paulo, ou seja, de que os gentios eram coerdeiros de um mesmo corpo e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho (Ef.3:5,6).
Paulo foi introduzido no colégio apostólico como um abortivo (I Co.15:8), para ser o “apóstolo dos gentios” (Rm.11:13), como um “fundamento” de todos os gentios que, também, foram introduzidos como zambujeiro na oliveira (Rm.11:17-19).
– Pedro tinha razão quando verificou que havia necessidade de doze apóstolos, que o colégio apostólico tinha doze vagas, mas, dentro de sua compreensão ainda não completa da amplitude do Evangelho, que haveria de atingir também os gentios, precipitou-se ao querer preencher a vaga com algum daqueles que estavam no cenáculo aguardando a promessa do Pai.
– Esta vaga haveria de ser preenchida pelo próprio Jesus, foi é Ele quem dá dons aos homens, é Ele quem escolhe os apóstolos, escolha que era primeira (I Co.12:28), já que se constituía na formação da base da Igreja, mas que teria o seu tempo apropriado para isso, precisamente quando o Evangelho necessitasse atingir os gentios.
– Como nosso Deus não é Deus de confusão, Paulo preencheu todos os requisitos exigidos para o apostolado, pois, em primeiro lugar, era varão.
Em segundo lugar, teve contato pessoal com o Senhor Jesus, tendo recebido d’Ele toda a revelação de tudo quanto se passou no ministério terreno de Cristo. Afinal de contas, não é o próprio Paulo que diz ter visto o Senhor Jesus (I Co.9:1)?
Não diz ele ter recebido mensagens diretas da parte do Senhor Jesus, inclusive ter contemplado a própria celebração da ceia do Senhor (I Co.11:23-25)?
– Por fim, quem como Paulo não se tornou testemunha da ressurreição de Cristo, visto que é o apóstolo que mais a explicita e que mais a entende em todas as Escrituras (Rm.1:1-5; I Co.15; Gl.1:1)?
– Vemos, portanto, que Paulo preenche todos os requisitos para ser parte integrante do colégio apostólico, de sorte que não há como entender que se possa ter mais de doze apóstolos do Cordeiro.
III – AS CARACTERÍSTICAS DO APOSTOLADO DOS DOZE
– Como continuadores da obra de Cristo Jesus, como responsáveis pela edificação dos “fundamentos” da Igreja, os doze apóstolos do Cordeiro tinham algumas características em seu ministério, que eram as mesmas características do próprio apostolado de Cristo Jesus.
– A primeira característica é o que podemos denominar de “qualidade representativa”. O apóstolo tem consciência de que é apenas um “enviado” e que, portanto, está ali em nome e por conta de quem o enviou. Jesus foi claro ao dizer que quem O recebia, recebia Aquele que o enviara (Mc.9:37).
O apóstolo, portanto, é alguém despido de qualquer desejo de autoprojeção, que transfere tudo quanto recebe ao Senhor, Àquele que o enviou.
– Todos os apóstolos, com exceção de João, deram suas vidas por amor a Cristo, foram martirizados, porque queriam única e exclusivamente aqui cumprir a vontade do Senhor Jesus, que os enviara, não tendo a sua vida por preciosa, querendo apenas cumprir com alegria a sua carreira e o ministério que haviam recebido do Senhor Jesus para dar testemunho do evangelho da graça de Deus (At.20:24).
João, embora não tenha sido martirizado, também muito sofreu por causa do Evangelho (Ap.1:9).
– A segunda característica do apostolado é a de promover a cura dos quebrantados do coração (Lc.4:18), a repreensão dos espíritos malignos e a cura de enfermidades (Mt.10:1; Mc.6:13; Lc.9:2).
Os apóstolos eram chamados a não somente pregar a palavra, mas a realizar sinais e maravilhas que confirmassem a Palavra pregada (At.2:43; 4:33; 5:12,15,16; 19:11). Como continuadores da obra de Cristo, o ministério dos apóstolos era igualmente repleto de sinais e maravilhas.
– É bom deixar aqui claro que, embora esta tenha sido característica do ministério dos apóstolos, não ficou circunscrita a eles, tanto que vemos pessoas que não eram apóstolos também curando enfermos e realizando sinais e maravilhas, como é o caso de, entre outros, Estêvão (At.6:8) e Felipe (At.8:6,7).
Assim, não tem qualquer respaldo bíblico o entendimento de que hoje não se podem mais realizar tais sinais e maravilhas diante do término do ministério apostólico, como ensinam os cessacionistas.
– A terceira característica do apostolado é a consciência de que, por terem o dom ministerial mais importante, os apóstolos se consideravam os últimos (I Co.4:9), pois haviam aprendido com o Senhor Jesus que aquele que fosse o menor esse mesmo seria o grande (Lc.9:48).
– Os apóstolos tinham a consciência de que estavam ali para servir, tanto que, quando da instituição dos diáconos, entenderam que não era razoável que deixassem de se dedicar à Palavra e à oração para servir às mesas, não porque entendessem que não deveriam servir, mas porque, neste serviço, nada fariam a contento, deixando claro, porém, neste pensamento, que sempre estavam ali para servir (At.6:1-4).
– Esta consciência do apostolado era tanta que, assim como o Senhor Jesus, o que os apóstolos queriam era a realização da obra de Deus, era esta a “sua comida” (Jo.4:34).
Pedro, ciente da proximidade de sua morte, procurou deixar as suas últimas instruções, para que não ficasse a fazer coisa alguma de que era incumbido (II Pe.1:12-15), mesmo sentimento de Paulo (II Tm.4:1-8).
– A quarta característica do apostolado é a necessidade de dedicação ao ministério da Palavra e à oração, pois quem é enviado fala as palavras de Deus e não tem o Espírito por medida (Jo.3:34).
É por isso, como já dissemos supra, que os apóstolos instituíram o diaconato, para que não deixassem de se dedicar ao ministério da Palavra e à oração.
– A quinta característica do apostolado é a total ausência de vontade própria por parte do apóstolo. Ele está única e exclusivamente para fazer a vontade d’Aquele que o enviou (Jo.5:30; 6:38). A vida dos doze apóstolos é um exemplo cristalino de que nenhum deles fez o que quis, mas apenas o que o Senhor desejou. Paulo foi explícito ao dizer que não mais vivia, mas era Cristo que nele vivia (Gl.2:20).
– A sexta característica do apostolado é a ausência de doutrina própria. A “doutrina dos apóstolos” não era propriamente dos apóstolos, mas, sim, a doutrina que eles haviam recebido de Cristo Jesus.
O apóstolo nada ensina de si mesmo, mas apenas aquilo que recebeu do Senhor (Jo.7:16; I Co.11:23). Por isso, os apóstolos foram verdadeiros, porque não buscaram sua própria glória, mas a glória d’Aquele que os enviou (Jo.7:18). Apenas falaram aquilo que foram mandados falar e dizer (Jo.12:49).
– A sétima característica do apostolado era a sua posição acima das igrejas locais. Os apóstolos eram autoridades reconhecidas por todos os crentes, autoridade que sobrepunha os limites das igrejas locais, a ponto de terem eles autoridade para mandar obreiros para regiões onde o Evangelho estava sendo pregado, como ocorreu em
Samaria (At.8:14),
em Antioquia (At.11:22) e
nas igrejas fundadas por Paulo na primeira viagem missionária (At.14:23),
mas sem qualquer sentimento de poder, mas única e exclusivamente visando o bem da obra de Deus, tanto que, embora encaminhassem obreiros para esses lugares ou, entre os crentes, escolhessem pastores para as igrejas locais, jamais intervinham no dia-a-dia da obra.
– Tanto assim é que Paulo mostra bem em que consistia a autoridade apostólica quando se despede dos obreiros de Éfeso (At.20:17-38).
Por primeiro, notemos a autoridade apostólica, pois Paulo teve o poder de convocar todos os obreiros de Éfeso e mandá-los que o encontrassem em Mileto (At.20:17).
– Esta autoridade, porém, não decorria de uma posição hierárquica ou de uma estrutura jurídica. Não, não e não! Era fruto de um serviço humilde e permeado de perseguições (At.20:18,19), de um dedicado e desinteressado ensino da Palavra (At.20:20,21,27), de um desprendimento por amor a Cristo e à Sua obra (At.20:24,31-35).
Era uma autoridade baseada no serviço e no amor, sem qualquer pretensão de superioridade em relação aos irmãos.
IV – O APÓSTOLO COMO DESBRAVADOR, COMO MISSIONÁRIO
– Temos visto, portanto, que, como dom ministerial propriamente dito, o apostolado se circunscreveu aos doze apóstolos do Cordeiro, não havendo mais que se falar em apóstolos depois deles, que formam o que se denominou de “Colégio Apostólico”.
– Neste sentido, a Igreja é chamada de “apostólica”, uma vez que está firmada no “fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef.2:20).
Com efeito, como afirma, de forma muito feliz, o Catecismo da Igreja Romana: “…ela foi e continua sendo construída sobre “o fundamento dos apóstolos” (Ef 2,20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo; ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que ela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos…” (§ 857 CIC).
– A “doutrina dos apóstolos” continua a ser ensinada e vivida pela Igreja em virtude da ação do Espírito Santo, que foi mandado pelo Senhor Jesus para nos guiar em toda a verdade e nos fazer lembrar de tudo quanto Jesus ensinou (Jo.16:13;14:26).
Para tanto, o Senhor Jesus, que é a cabeça da Igreja e que deu, primeiramente, os apóstolos, agora dá à Igreja os outros dons ministeriais: profetas, evangelistas, pastores e mestres, através dos quais se promove o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo em amor.
– Por isso, não há uma “sucessão apostólica”, como defende a Igreja Romana, que diz que o Colégio Apostólico foi substituído pelos “bispos”, que seguem o “Magistério”, ou seja, prosseguem no ensinamento da “doutrina dos apóstolos”, acrescendo coisas a este ensino, que constituiria a chamada “Tradição”.
– Como já dissemos supra, nenhum dom ministerial prescinde dos outros e, deste modo, o dom do apostolado é complementado, agora, pelos demais dons ministeriais, que seguem transmitindo o ensinamento dos apóstolos, consubstanciado nas Escrituras Sagradas, através do exercício dos demais dons.
– A “sucessão apostólica” é um artifício criado pela Igreja Romana para justificar o Papado e a necessidade de se estar em comunhão com o Papa para que se tenha legitimidade e autenticidade cristãs.
– Tanto assim é que, como se observa no livro de Atos, há uma distinção entre os apóstolos e os anciãos, entendidos estes como os responsáveis pelas igrejas locais (At.15:4,6,22,23;16:4), prova de que já havia coexistência entre apóstolos e “bispos”, a desmentir que tenha havido uma “sucessão apostólica”, tendo os apóstolos sido substituídos pelos “bispos”.
Muito pelo contrário, eles coexistiam nos primeiros anos da igreja, exatamente porque suas funções eram complementares e distintas, o que torna totalmente sem fundamento o argumento da “sucessão apostólica”.
– Mas, como já dissemos supra, “apóstolo” quer dizer “enviado” e, neste sentido, como diz o Catecismo da Igreja Romana, “…Toda a Igreja é apostólica na medida em que é “enviada” ao mundo inteiro; todos os membros da Igreja, ainda que de formas diversas, participam deste envio.
“A vocação cristã é também por natureza vocação ao apostolado.” Denomina-se “apostolado” “toda a atividade do Corpo Místico” que tende a “estender o reino de Cristo a toda a terra”…” (§ 863 CIC).
– Por isso, no próprio Novo Testamento, Barnabé é chamado de apóstolo juntamente com Paulo em At.14:14, numa expressão que indica que se tratava aqui de reconhecer que ambos estavam desbravando o Evangelho em terras até então totalmente alheias à mensagem da salvação, como era o caso daquelas cidades da Ásia, para onde haviam sido enviados pela igreja de Antioquia, após expressa determinação do Espírito Santo (At.13:2).
– Neste sentido, é bom que se diga que os que defendem que o 12º apóstolo é Matias, mostram, nesta passagem, que tanto Paulo e Barnabé são considerados como apóstolos neste sentido de desbravadores, sendo aí o sentido da autodenominação que dá Paulo, qual seja, a de que é “apóstolo dos gentios” (Rm.11:13) e, como tal, “enxertado” na oliveira como apóstolo (Rm.11:17).
– Em Rm.16:7, Paulo também se refere a Andrônico e a Junia, seus parentes e que haviam sido companheiros seus de prisão, como alguns dentre os “apóstolos”, e que, inclusive, haviam se convertido antes dele.
– Percebe-se, pois, que, desde os primeiros dias da Igreja, as pessoas que haviam sido “enviadas” para desbravar terras que ainda não tinham sido evangelizadas, que tinham sido enviadas como missionários, eram também chamadas de “apóstolos”, até porque o nome “apóstolo”, como dissemos, significa “enviado” em grego.
– Este costume perpetuou-se na Igreja, de modo que também são chamados de “apóstolos”, ao longo da história da Igreja, aquelas pessoas que abriram frentes de trabalho, que estabeleceram igrejas em locais até então não evangelizados, como é o caso de Bonifácio (672-754/755), que é chamado de “apóstolo dos germanos”, por ter feito a evangelização entre os povos bárbaros da Alemanha; de Cirilo (827-869),
o criador do alfabeto cirílico, e seu irmão Metódio (826-885), que são chamados de “os apóstolos dos eslavos”, por terem sido os responsáveis pela evangelização dos povos eslavos.
É este sentido, também, que os católicos romanos dão a José de Anchieta (1539-1597), chamado de “o Apóstolo do Brasil”, por ter sido o pioneiro da catequese dos indígenas em nosso país.
– Assim, toda pessoa que é enviada para missão, abrindo trabalhos onde não os havia antes, sendo um desbravador da mensagem do Evangelho, é chamada de “apóstolo”, sendo aquele que firma as primeiras bases da Igreja naquela determinada região, sendo, assim, de certa forma, um “fundamento” da edificação da Igreja naquele lugar.
– Existe, sim, uma semelhança entre esta figura desbravadora e o que fizeram os doze apóstolos do Cordeiro, mas, à evidência, na estrutura espiritual da Igreja, são atuações absolutamente distintas. Estes “apóstolos” são, na verdade, evangelistas pioneiros, que lançam as bases da evangelização numa determinada região, mas que não têm o mesmo papel dos doze apóstolos do Cordeiro.
– Serem chamados de “apóstolos” não é, porém, nenhum equívoco ou erro, já que a própria Bíblia Sagrada assim denomina tais pessoas, mas é muito importante sabermos distinguir estes “apóstolos-desbravadores”, estes “apóstolos-missionários”, daqueles doze apóstolos do Cordeiro.
– Feliz é a expressão que aprendemos com o pastor Antonio Sebastião da Silva, diretor da Faculdade Teológica de Santo André (FATESA): Jesus Cristo é o apóstolo do Pai (Hb.3:1); os doze, apóstolos do Cordeiro, ou seja, apóstolos do Filho (Ap.21:14) e, durante o tempo da Igreja, os demais, apóstolos do Espírito Santo (Ef.4:11).
– Pelo contrário, quando analisamos documentos antigos da Igreja, como a “Didaqué”, uma espécie de manual de ensino da doutrina cristã do século II, após os dias apostólicos, dão conta da existência de apóstolos na Igreja, como, por exemplo, neste trecho da Didaqué:
“…Mas com respeito aos apóstolos e profetas, aja de acordo com o decreto do Evangelho. Todo apóstolo que vier a ti seja recebido como o Senhor.
Mas que ele não permaneça mais de um dia; ou dois dias, se houver necessidade. Mas se ele permanecer três dias, ele é um falso profeta. E quando o apóstolo vai embora, não o deixe levar nada mais que pão até que ele se hospede…” (Didaqué 11).
– Interessante análise da questão fizeram as Assembleias de Deus dos Estados Unidos da América, cujas conclusões aqui reproduzimos:
“…1 – A natureza apostólica da igreja deve ser encontrada na adesão à Palavra de Deus, que foi fielmente transmitida pelos apóstolos de Jesus Cristo em seu papel fundamental, e na participação durante a vida terrena de cada um na vida e ministério do Espírito Santo, que batizou, distribuiu dons e guiou os primeiros apóstolos.
2 – Visto que o Novo Testamento não fornece orientação para a nomeação de futuros apóstolos, tais ofícios contemporâneos não são essenciais para a saúde e crescimento da igreja, nem para sua natureza apostólica.
3 – Embora não entendamos que seja necessário, alguns corpos da igreja podem, de boa fé e com cuidadosa definição bíblica, escolher nomear certos líderes como apóstolos.
A palavra “apóstolo” (apostolos) é usada de diferentes maneiras no Novo Testamento:
(1) para os Doze discípulos originalmente nomeados por Jesus (e mais tarde Matias);
(2) para os Doze mais Paulo e um grupo maior (1 Coríntios 15: 3-8) cujos números exatos são um tanto incertos; e
(3) para outros como Epafrodito (Filipenses 2:25) e os “irmãos” não nomeados sobre os quais Paulo escreveu (2 Coríntios 8:23).
Os grupos um e dois, pessoalmente chamados e comissionados pelo Senhor ressuscitado, são frequentemente referidos nas Escrituras como “apóstolos de Jesus Cristo” e são apóstolos fundamentais (Efésios 2:20) com papéis reveladores e de autoridade únicos no estabelecimento da igreja e na produção de Novo Testamento.
O terceiro grupo, os “apóstolos das igrejas”, receberam funções e responsabilidades específicas conforme necessário pelas igrejas primitivas.
Os apóstolos contemporâneos, é claro, não terão visto ou foram comissionados pelo Senhor ressuscitado na maneira dos “apóstolos de Jesus Cristo”, nem acrescentarão seus ensinamentos ao cânon das Escrituras. Presumivelmente, eles demonstrarão as outras marcas de um apóstolo ensinado em o Novo Testamento.
4 – O título de apóstolo não deve ser concedido ou assumido levianamente. Historicamente, os apóstolos foram pessoas de reconhecida estatura espiritual, caráter vigoroso e grande eficácia no trabalho da igreja.
As advertências de Paulo sobre “aqueles que desejam uma oportunidade de serem considerados iguais a nós nas coisas de que se gabam”, sua afirmação de que “tais homens são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Cristo” e sua associação posterior com “Satanás [que] se disfarça de anjo de luz” (2 Coríntios 11: 12-14) são moderados – lembram que o orgulho humano desenfreado em buscar a liderança da igreja pode cegar a pessoa para as maquinações do diabo.
Pessoas sem caráter podem anexar o título de apóstolo a si mesmas a fim de afirmar domínio e controle sobre outros crentes, ao mesmo tempo em deixam de se responsabilizar pelos membros sob seus cuidados ou de exercer o cuidado pastoral de sua própria comunhão.
5 – A função de apóstolo ocorre sempre que a igreja de Jesus Cristo está sendo estabelecida entre os não evangelizados.
Como pentecostais, desejamos fervorosamente uma geração de homens e mulheres que atuem apostolicamente:
levar o evangelho seguido por sinais às pessoas em casa e no exterior que ainda não ouviram ou compreenderam que ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna ‘(João 3:16).…”(Documentos de posicionamento: Apóstolos e profetas. Disponível em: https://ag.org/Beliefs/Position-Papers/Apostles-and-Prophets Acesso em 20 fev. 2021) (tradução Google com alterações nossas de texto em inglês).
V – OS FALSOS APÓSTOLOS
– Para concluirmos, porém, esta lição, é indispensável que falemos um pouco dos “falsos apóstolos”, que também são mencionados na Bíblia Sagrada, pelo próprio Senhor Jesus, na carta que mandou João escrever para a igreja de Éfeso, em Ap.2:2.
– Já naqueles dias apostólicos, a igreja teve de enfrentar os que diziam ser apóstolos, mas não o eram. A igreja de Éfeso, a começar de seu pastor, entretanto, talvez tendo se lembrado das palavras ditas pelo apóstolo Paulo (At.20:29,30), pôs à prova estas pessoas e as acharam mentirosas, pois se tratava de “falsos apóstolos”.
– Ao pôr à prova os que se diziam apóstolos e não o eram, certamente o pastor de Éfeso e o restante da igreja fizeram um paralelo entre Paulo e os pretensos apóstolos que por lá chegaram.
– Paulo apresentou como primeiro sinal de seu apostolado aos efésios o seu porte desde o primeiro dia até o momento daquela despedida (At.20:18). Uma característica do apóstolo, portanto, é a constância, a manutenção de uma conduta diante de Deus e dos homens.
– Bem se vê, portanto, que são falsos os “apóstolos” que costumam justificar seu “apostolado” por conta de “novas visões”, “novas unções”, “novas revelações”, pois reafirmam que sua conduta se alterou a partir de um determinado instante de seus ministérios, quando, aliás, ainda não eram “apóstolos”. Todos estes que assim se apresentaram em Éfeso foram, com razão, considerados mentirosos.
– Paulo, como segundo sinal de seu apostolado, afirmou que havia servido ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, em virtude das ciladas dos judeus (At.20:19). Mostrava, assim, que o apóstolo é constituído para servir e ser humilde, suportando toda a afronta da perseguição, a exemplo do “sumo sacerdote e apóstolo da nossa confissão”, Cristo Jesus (Cfr. Hb.12:2,3).
– Portanto, os que se dizem “apóstolos”, mas ostentam este título para demonstrarem sua superioridade em relação aos demais obreiros, para confirmar uma suposta e pretensa posição acima dos demais irmãos, constituindo-se, muitos, como verdadeiros “mediadores” entre os crentes e Cristo Jesus, devem ser devidamente reprovados, como ocorreu certamente em Éfeso, pois são “apóstolos” para serem servidos e não para servir, para ostentação e manifestação da sua soberba, e não para a servirem humildemente como faziam os verdadeiros apóstolos.
– Paulo, como terceiro sinal de seu apostolado, afirmou que nunca deixara de anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, testificando tanto a judeus como a gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (At.20:20,21).
Portanto, era portador da mensagem do Evangelho, sem qualquer inovação ou novidade, mantendo a simplicidade que há em Cristo (II Co.11:3), pregando o arrependimento e que só Jesus salva e é suficiente para levar o homem a Deus.
– Portanto, os que se dizem “apóstolos” e se entremetem entre os crentes e Cristo Jesus, defendendo uma “paternidade espiritual”, que submete a salvação de alguém à obediência ao “apóstolo”, a chamada “cobertura apostólica”, ou, ainda, obriga os crentes a “encontros”, que são, via de regra, secretos ou quase secretos, nos quais eles atingirão a complementação da sua salvação, já que Cristo não é suficiente, devendo haver “quebra de maldições”, não são verdadeiros apóstolos, mas, sim, falsos apóstolos e estes, certamente, foram reprovados em Éfeso.
OBS: “…Modelos, modelos, modelos… Até parece que eles vão salvar o cristianismo! Até parece que o mistério para o crescimento esteve escondido por cerca de dois mil anos e somente agora Deus resolveu revelá-lo a alguns “apóstolos”!
Até parece que Jesus Cristo, o fundamento (1 Co 3.11) e o edificador da Igreja (Mt 16.18), não deu a ela, através da sua Palavra, todas as instruções necessárias para o seu crescimento espiritual, numérico e geográfico!
É no Novo Testamento, especialmente nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos, que encontramos o verdadeiro modelo — sem “pacote herético” — de crescimento da Igreja.…” (ZIBORDI, Ciro Sanches. G12, M12 ou MDA – qual é o melhor método de crescimento? Disponível em: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2014/02/g-12-m-12-ou-mda-qual-e-o-melhor-modelo.html Acesso em 05 mar. 2014).
– Neste sentido, aliás, muitos têm considerado que a igreja é “apostólica” porque teria um “apóstolo”, um “pai espiritual”, um mediador entre a membresia e Cristo, o que é um rotundo absurdo, porquanto só há um mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo homem (I Tm.2:5), não podendo um salvo se fazer servo de homem algum, pois é liberto do Senhor (I Co.7:22,23).
– Paulo, como quarto sinal de seu apostolado, afirmou que estava limpo do sangue de todos os crentes, porque nunca deixara de anunciar o conselho de Deus (At.20:26,27).
Como apóstolo, Paulo jamais deixara de pregar a genuína e autêntica Palavra de Deus, não querendo que as pessoas O seguissem, mas, sim, a Cristo Jesus.
– Portanto, os que se dizem “apóstolos” e distorcem as Escrituras, criam doutrinas e ensinos tendentes a levar as pessoas a estarem após si e não após Cristo Jesus, não podem ser considerados “apóstolos”, mas são mentirosos.
Aliás, o próprio apóstolo Paulo chama estes de “lobos cruéis, que não perdoam o rebanho”, falando coisas perversas e que quererão atrair os discípulos após si (At.20:29,30).
– Nos últimos tempos, têm proliferado os “apóstolos”, que, via de regra, são pessoas que se caracterizam como os “falsos apóstolos” que aqui temos visto. São pessoas ávidas por poder, que se põem como superiores a serem servidos pelos demais irmãos, que, não raras vezes, entendem-se como mediadores entre a Igreja e Cristo Jesus.
São, num certo sentido, mais pretensiosos que o próprio Papa que, pelo menos, se considera como sendo o “sucessor de Pedro”, um “bispo” que é apenas um continuador dos apóstolos, enquanto estes “falsos apóstolos” se consideram como os próprios mediadores entre Cristo e a Igreja.
– Como bem afirma o pastor Ciro Sanches Zibordi: “…Como já afirmei, em outro texto, cada adepto do MDA precisa de um “discipulador”, a quem deve prestar contas.
E entre ambos deve haver uma relação próxima, em que o “discipulador” tem autoridade sobre seu discípulo, podendo se intrometer em sua vida pessoal, em seus negócios, em sua vida financeira. Em troca de quê?
No MDA — e também no G12 e no M12 — prevalece a ideia de que uma pessoa que está em uma determinada escala hierárquica “protege” quem está abaixo dela. Nos aludidos modelos tidos como apostólicos — que priorizam, ainda que não se admita, o crescimento numérico —, o “discipulador” é uma espécie de “anjo da guarda”.
E muito mais que isso: trata-se de alguém que, de certa forma, faz o papel do Espírito Santo! Através da “cobertura” em apreço, ele oferece ao seu discípulo até “proteção espiritual”, que é comparada a um guarda-chuva.
Ou seja, assim como este protege alguém de se molhar, a “cobertura espiritual” impede que o discípulo seja contaminado pelo mundo.(…).
A quem devemos prestar contas? A um “discipulador”? Não. A um “mentor”? Não. Prestamos contas a Deus! Inclusive, quando obedecemos aos nossos pastores, como ordenam as Escrituras (Hb 13.17), fazemos isso para agradar ao Senhor, pois é Ele quem nos dá pastores (Ef 4.11; Jr 3.15).
Da mesma forma, em nosso trabalho material, fazemos tudo como se fosse para Deus (Ef 6.5-7). Por quê?
Porque sabemos que a nossa cobertura espiritual — a autêntica — vem de Deus, e não dos homens. É a Ele que devemos prestar contas (Rm 14.12; Hb 4.13; 1 Pe 4.1-5).…” (O MDA e a “cobertura espiritual”. Disponível em: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2014/02/o-mda-e-cobertura-espiritual.html Acesso em 05 mar. 2014).
– Como afirma o teólogo Márcio Redondo, no seu artigo “Apostolado ou apostolice?” (Disponível em: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=4 Acesso em 05 mar. 2014), o “movimento apostólico”, além de não ter uma unidade de pensamento, contribuindo, assim, não para a unidade da fé, como deveria ser todo e qualquer dom ministerial, mas para a divisão, o que o caracteriza como operação maligna (Jd.19), admite ser possível uma autoridade espiritual sobre territórios específicos, demonstrando que todo o sentido do “apostolado” é o de mero poder, e, o que é pior, poder meramente terreno.
– Por isso, fazemos nossas as palavras deste teólogo: “…Minha dificuldade em aceitar o movimento apostólico dos nossos dias reside em que os “apóstolos” modernos não viram Jesus ressuscitado, não foram designados pessoalmente pelo próprio Jesus, não realizam prodígios e sinais como na época do Novo Testamento e, ao contrário dos apóstolos do século I, se preocupam com a distribuição territorial.
Minha conclusão é que tais pessoas declaram-se apóstolos, mas na verdade nunca o foram (2 Coríntios 11.13; Apocalipse 2.2).
Se, apesar das objeções acima, você ainda está pensando em seguir a profissão de apóstolo, é melhor se apressar.
Infelizmente as áreas nobres já estão ocupadas. Mas ainda existem cidades menores sem dono. A propósito, parece que a Antártida ainda não tem apóstolo. Um continente inteiro à disposição! Alguém se candidata? …” (REDONDO, Márcio.end.cit).
Ev. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/6405-licao-6-o-ministerio-de-apostolo-i-e-apendice-n-1-dons-assistenciais