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LIÇÃO Nº 7 – A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER

Deus começa a cuidar da preservação de Israel mediante um incidente na família real persa.

INTRODUÇÃO

-Na sequência do estudo do livro de Ester, analisaremos a deposição da rainha Vasti e a ascensão de Ester.
-Deus começa a cuidar da preservação de Israel mediante um incidente na família real persa.

I – O APOGEU DO IMPÉRIO PERSA

-Depois de termos tido uma visão panorâmica do livro de Ester, passaremos a estudar a sua narrativa, vendo nela a ação da Divina Providência.

-O livro inicia dizendo que, “…nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias)…” (Et.1:1).

-Logo, de pronto, o livro de Ester mostra que está a narrar fatos que dizem respeito a “Assuero”, que era um dos títulos dados ao rei da Pérsia, atual Irã.

-O Império Persa foi a potência mundial entre 539 a.C., ano em que Ciro II, também conhecido como Ciro, o grande pôs fim ao Império Babilônico, invadindo Babilônia e 330 a.C., quando teve seu poder extinto pela vitória de Alexandre, o Grande sobre o rei Dario III, que foi morto.

-O Império Persa foi o segundo império gentílico a dominar sobre os judeus depois do cativeiro da Babilônia e sua ascensão foi revelada por Deus ao profeta Daniel, como se vê da revelação da visão do sonho de Nabucodonosor, quando este império é

representado pelo peito e braços de prata da estátua (Dn.2:32,39);

da revelação dos quatro animais simbólicos, onde é o urso que tinha três costelas entre os dentes (Dn.7:5,17);

da revelação da visão do carneiro e do bode, onde é o carneiro de duas pontas, vencido pelo bode do ocidente (Dn.8:3-8).

-Na primeira revelação, o Senhor mostra a Daniel que um império sucederia ao Império Babilônico, ser-lhe inferior, porque o material era de prata, que é menos precioso que o ouro, abarcando o peito e os braços da estátua.

-Ora, já se percebe aqui que se tratava de um império que teria “dois braços”, ou seja, duas partes e é exatamente o que ocorreu.

O Império Persa também pode ser chamado de Império Medo-Persa, porque ele se sobressaiu depois que os persas, que eram dominados pelos medos, outro povo que habitava a região, inverteram a situação de domínio, subjugando os medos, ainda que mantivesse formalmente a união de ambos os povos como base do império, daí porque a própria Bíblia falar em “medos e persas” (Dn.5:28; 6:8,12,15; 8:20; Et.1:3,14,18,19).

-A história registra que foi precisamente Ciro II ou Ciro, o grande, que já mencionamos ter sido aquele que deu nascimento ao predomínio, quem realizou a supremacia dos persas sobre os medos.

-Ciro reinou de 559 a 530 a.C. Sendo, a princípio, um rei vassalo dos medos. Em 550 a.C., entretanto, derrotou o rei Astiages, da Média e inverteu a situação, passando os persas a dominar sobre os medos, mas, como era neto do próprio rei dos medos, não matou seu avô e como que promoveu uma “união dos dois reinos” sob seu governo.

-Em 539 a.C., Ciro conquistou a Babilônia, pondo fim ao que era, então, o império mundial e, como prova de que queria manter esta “união de reinos”, pôs sob o governo de Babilônia Dario, o medo, seu tio e sogro, que teria sido decisivo na entrega da Média ao próprio Ciro. Este Dario é o rei mencionado no episódio da cova dos leões no livro do profeta Daniel.

-Este segundo império, desde o seu início, mostrou-se ser favorável aos judeus. Em Babilônia, o Senhor, em mais uma demonstração de Sua Divina Providência, fez com que Daniel, que sempre estivera muito ligado aos reis babilônios, nos últimos instantes daquele império, fosse como que desprezado pelo rei Belsazar, desprezo que foi tornado em exaltação quando o próprio Daniel revelou aquela inscrição escrita pelo dedo de Deus na profana festa promovida pelo rei com os utensílios vindos do templo de Jerusalém (Dn.5).

-Por causa desta interpretação do escrito, Daniel se tornou o terceiro dominador do reino (Dn.5:29-31), embora tenha falado que os medos e persas iriam dominar e, assim, foi posto, horas antes da invasão da Babilônia, em lugar de proeminência mas desvinculado do governo da Babilônia, o que foi crucial para que, mesmo tendo havido a mudança de império, continuasse a ter a sua posição na corte e, por conseguinte, de todos os judeus que, ao longo do cativeiro, haviam galgado posições na máquina governamental babilônica, cuja estrutura foi mantida pelos medos e persas.

-Segundo Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas XI.1.436, p.477. In: História dos hebreus. ebooksgospel.com.br Disponível em https://archive.org/details/josefo-historia-dos-hebreus-obra- completa/page/n477/mode/2up Acesso em 10 jun. 2024), Ciro teve conhecimento de que, 210 anos de seu nascimento e 140 anos antes da própria destruição do templo de Jerusalém, um profeta judaíta, Isaías, havia profetizado a respeito do próprio Ciro, inclusive dando-lhe o nome, como sendo quem venceria os babilônios e permitiria o retorno do povo do cativeiro (Is.44:27,28; Is.45:1-7).

-Fortemente impressionado ao saber disto, Ciro, então, teria decidido permitir que os judeus retornassem para Jerusalém e lá reconstruíssem o templo, pois identificou o Senhor, a quem chamou “Deus dos céus” (II Cr.36:22,23; Ed.1), com a divindade persa “Ahura Mazda”, o deus da bondade e da sabedoria, que se opunha a “Arimã”, o deus das trevas.

-Os judeus, portanto, foram identificados pelos persas como um povo que tinha o cuidado e o agrado do “deus do bem” e, por isso mesmo, sempre foram bem tratados e tinham toda liberdade em todo o Império, tanto que foram poucos os que retornaram para Canaã, cerca de cinquenta mil pessoas (Ed.2:64,65), tendo a maior parte da população continuar habitando nas cidades em que estavam e indo até outras cidades do novo império.

-Esta influência dos judeus junto a corte persa é também mencionada pelo mesmo Flávio Josefo num episódio que não se encontra nas Escrituras, no início do reinado de Dario I, registrado no seu livro Antiguidades Judaicas XI.4.439, pp.482/5. In: História dos hebreus. ebooksgospel.com.br. Disponível em: https://archive.org/details/josefo-historia-dos-hebreus-obra-completa/page/n481/mode/2up Acesso em 10 jun. 2024).

-Zorobabel, que viria a ser o príncipe e líder dos judeus que voltaram para Canaã (Ag.1:1,12,14; 2:21,23; Ne.12:1; Zc.4:6-10; Ed.3:8; 4:2,3; 5:2), teria sido, na corte persa, amigo de Dario I, que assumiria o governo persa em 522 a 486 a.C., depois da morte do filho de Ciro II, Cambises II (que reinou de 530 a 522 a.C.), que morreu quando, estava a caminho da Pérsia., após ter sofrido derrotas militares na Etiópia, soube que havia uma rebelião para derrubá-lo do trono.

-Diante de sua morte, realmente houve como que um “golpe de estado” e usurpou o trono um “mago”, chamado Esmérdis, que, entretanto, foi morto antes de ser aclamado rei, tendo, então, subido ao trono Dario I, o rei Dario mencionado em Ag.1:15; 2:10; Ed.4:5; 5:5,6; 6:1,12,14,15; Zc.1:1,7; 7:1; Ne.12:22, que ficou conhecido como o rei que autorizou o reinício da construção do segundo templo, que havia sido embargado precisamente por Cambises II, o “Assuero” mencionado em Ed.4:6.

-Importante não confundir este Dario de que estamos a tratar, “Dario, o persa” (Cf. Ne.12:22) com o “Dario, o medo”, de que falamos supra, mencionado no livro de Daniel.

-Pois bem, segundo Josefo, Zorobabel era velho amigo do monarca e, estando na Pérsia quando Dario subiu ao trono, teria recebido a incumbência, com dois outros, a condução de seus negócios particulares e familiares.

-Num dia, após um banquete com todos os sátrapas de suas cento e vinte e sete províncias (os sátrapas eram os governadores das províncias), Dario foi dormir e, como não tivesse sono, chamou aqueles três amigos e lhes propôs enigmas, prometendo recompensar quem o decifrasse e como Zorobabel foi o vencedor, Dario teria determinado que todos o ajudassem a reconstruir o templo em Jerusalém, ficando aqui, mais uma vez, demonstrada a boa relação entre os judeus e os reis da Pérsia.

-Com Dario I, temos o início do apogeu do Império Persa, que perduraria ainda no reinado de seu filho, Xerxes I, que é o rei de que trata o livro de Ester, quando os persas tinham cento e vinte e sete províncias, estendendo seu domínio desde a Índia até a Etiópia.

-Dario morreu de causas naturais, logo depois de ter tentado, sem êxito, invadir a Grécia, sendo, então, sucedido por seu filho Xerxes I.

-Como diz Flávio Josefo, em suas Antiguidades Judaicas: “…Xerxes sucedeu a seu pai, Dario, e não foi menos herdeiro de sua piedade para com Deus que sucessor no trono.

Nada mudou a respeito do que fora determinado com relação ao culto a Ele, e Xerxes teve sempre uma grande afeição pelos judeus…” (XI.5.4453, p.492. In: História dos hebreus. ebooksgospel.com.br. Disponível em: https://archive.org/details/josefo-historia-dos- hebreus-obra-completa/page/n491/mode/2up Acesso em 10 jun. 2024).

II – A CELEBRAÇÃO DO ESPLENDOR E DA GLÓRIA DO IMPÉRIO PERSA

-Xerxes I, a exemplo de seu pai no episódio há pouco narrado constante da obra de Josefo, também resolveu chamar os sátrapas das cento e vinte e sete províncias para uma série de celebrações e demonstração do poder e esplendor do Império Persa, durante 180 dias, em Susã, antiga capital do Elão que seu pai Dario havia tornado uma das capitais do império.

-Era o terceiro ano do seu reinado, o que nos situa o episódio por volta do ano 483 a.C., conforme os registros históricos e os estudos dos cronologistas bíblicos Edward Reese (1928-2015) e Frank R. Klassen (1895-1967). O rei encontrava-se consolidado no trono.

-Entendem alguns que esta atitude de Xerxes I teria por objetivo estimular e incentivar a máquina administrativa imperial para uma nova guerra contra os gregos, retomando, assim, os planos de seu pai que haviam sido interrompidos com a derrota persa nas chamadas Guerras Médicas.

-Não há aqui como não nos debruçarmos nas revelações divinas ao profeta Daniel. Na visão do carneiro com dois chifres, um maior do que o outro, que dava marradas e ia em direção ao ocidente, onde, entretanto, seria vencido por um bode.

-O que é isto senão as incursões que tanto Dario I quanto Xerxes I fariam ao ocidente, “in casu”, a Grécia, quando o Império Persa seria derrotado, não conseguindo mais se expandir, e, menos de um século depois, acabar perdendo o poder precisamente para os gregos? Temos aqui a constatação cabel de que Deus está a governar o mundo, a ter o controle sobre tudo e sobre todos. Aleluia!

-Notemos que este projeto de estimular e incentivar a burocracia governamental era bem próprio do Império Persa. Na revelação do sonho da estátua, o Senhor havia mostrado este império como “o peito e os braços”. Já falamos sobre os braços, que são a Média e a Pérsia (assim como os dois chifres do carneiro), mas nos debrucemos aqui sobre o peito.
-Ora, o peito é onde encontramos dois órgãos vitais, o coração e o pulmão, que estão relacionados com a própria vida de todo o corpo, pois são os responsáveis tanto pela circulação do sangue como pela oxigenação do organismo, que é o objetivo da circulação.

-O Império Persa ficou notabilizado na história por ter sido o primeiro império a dar especial atenção à administração, à organização do poder de modo a obter informações e acelerar a execução das decisões, gerando a ideia da “máquina administrativa”, que hoje está umbilicalmente relacionada à própria atuação do poder político.

-Esta decisão de Xerxes I, portanto, mais uma vez nos mostra como Deus está no controle de tudo e como tudo sabe e tudo vê.
-O livro de Ester inicia-se, pois, com esta deliberação do rei Xerxes I de trazer toda a cúpula de seu império, durante 180 dias, para lhes mostrar todo o esplendor do Império.

Cento e oitenta dias são seis meses, meio ano, e o Império gastar todo este tempo em celebrações era prova de que: primeiro, não havia menor risco de alguém se levantar contra o Império; segundo, havia uma eficiência administrativa tão grande, que os governadores poderiam ficar meses fora de suas províncias sem risco de colapso ou de rebelião; terceiro, os recursos econômico-financeiros eram muito abundantes, a ponto de permitir tamanhos gastos e por tanto tempo.

-Flávio Josefo menciona este episódio, embora, equivocadamente, considere que o rei seja Artaxerxes I, o sucessor de Xerxes I, o que não é o caso, conforme já vimos não só na lição anterior mas nesta própria lição, porquanto, após o reinado de Xerxes I se iniciou o declínio da civilização persa.

-Esta confusão de Josefo não é de se estranhar, porquanto ele identifica Xerxes I como tendo sido o rei que mandou Esdras para Jerusalém, quando o texto bíblico é claríssimo ao dizer que isto se deu, aí sim, no reinado de Artaxerxes I (Ed.7:1).

-Bem sabemos ser isto assim e não como Josefo afirmou porque foi neste mesmo reinado que Neemias reconstruiu Jerusalém e, a partir de então, houve os 483 anos da revelação das setenta semanas dadas pelo anjo Gabriel ao profeta Daniel (Dn.9:24:27), que terminam exatamente quando da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

-Retirada a confusão cronológica do historiador judeu, vemos que ele afirma que o objetivo do monarca, ao promover estas celebrações, era “entreter a eles e os amigos com uma suntuosidade extraordinária (op.cit., XI.6, 446, p.500. Disponível em: https://archive.org/details/josefo-historia-dos-hebreus-obra- completa/page/n499/mode/2up Acesso em 10 jun. 2024).

-Isto confirma o que há pouco falamos, ou seja, de que o Império não tinha preocupações com inimigos ou guerras, que a administração mantinha tudo sob controle e que os recursos materiais eram abundantes.

-O texto bíblico faz questão de realçar esta “suntuosidade extraordinária”. Diz que a tapeçaria era de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas. Os vasos utilizados para beber eram de ouro e diferentes uns dos outros e se dava abundantemente vinho, sem limite (Et.1:6,7).

-Nesta descrição do livro de Ester, que contém, inclusive, palavras que somente se encontram no livro, a demonstrar que se referem a objetos singulares que só se encontravam na corte de Assuero, vemos retratado o esplendor da glória humana, aquilo que Satanás disse a Jesus na tentação no deserto da Judeia: “…os reinos do mundo e a glória eles” (Mt.4:8).

-É exatamente isto que o sistema gentílico, ou seja, este poder político constituído em rebeldia contra o Senhor, que é uma das expressões do “mundo”, este sistema maligno governado pelo diabo (I Jo.5:19), tem a oferecer – riquezas, prazer, luxo, libertinagem.

-Não é coincidência que o vinho real fosse a bebida preferida entre todos os participantes daquelas celebrações, pois o vinho simboliza a alegria mundana, a alegria terrena, que não passa de vaidade como nos ensina Salomão (Ec.2:1-3).

-Bem por isso o apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, fez questão de alertar os salvos para que não se embriagassem com vinho, em que há contenda, mas que devessem se encher do Espírito Santo (Ef.5:18) e aqui não se está a falar apenas da bebedeira, que também “correu solta” naquelas celebrações de Xerxes I, notadamente nos sete últimos dias, mas, sim, do envolvimento e da transformação em meta e objetivo da vida a conquista do poder e o desfrute de todas estas coisas, com o inevitável e consequente menosprezo do espiritual e da busca ao Senhor.

-Todo este esplendor que é descrito com admiração pelo livro de Ester desapareceu pouco mais de um século e meio depois, quando o Império Persa terminou.

-Se formos hoje a Susã, local de todos estes eventos, só veremos ruínas e nada mais, assim como Babilônia, “a cabeça da estátua do sonho de Nabucodonosor”, ou seja, a própria mentalidade deste sistema gentílico de poder político, que, para ficar como registro a toda humanidade da vacuidade de todas estas coisas, recebeu a sentença de nunca mais ser reconstruída (Is.13:19-22).

-Lembremos, aliás, que o então ditador do Iraque, Saddam Hussein (1937-2006), iniciou a reconstrução de Babilônia e acabou por não conseguir realizar seu projeto e a perder o poder e, depois, a própria vida, num movimento político-militar internacional singular e raro (a “Segunda Guerra do Golfo Pérsico” – 2002-2003), a mostrar que o Senhor não Se deixa escarnecer e está no mais absoluto controle de todas as coisas.

-Esta descrição da extraordinária suntuosidade da corte de Xerxes I deve nos alertar para a vaidade de todas estas coisas e que os homens são mortais e que os filhos dos homens se tornarão em feno (Is.51:12), que toda carne é como erva e toda a glória do homem como a flor da erva, que se seca e cai num pequeno período (Is.40:6-8; I Pe.1:24,25).

-Em nossos dias, esta mentalidade materialista, hedonista e desejosa de poder está extremamente aguçada e, lamentavelmente, a levar muitos dos que cristãos se dizem ser a aceitar a oferta satânica da busca da glória dos reinos do mundo.

Fujamos disso, amados irmãos, enquanto é tempo, para que nos fixemos e busquemos as coisas invisíveis, que são eternas (II Co.4:18).

-Todas estas celebrações com a cúpula do Império terminaram com uma festa de sete dias, em que se permitiu a participação popular, da população de Susã. Xerxes I queria também impressionar os moradores de uma de suas capitais, que tinham o potencial de disseminarem este sentimento de ânimo e adesão aos projetos expansionistas do rei para todo o Império.

-Assim, nos sete dias desta festa, que era o término de todas estas celebrações, foi determinado que se desse livremente vinho a todos e que não houvesse qualquer limite no beber, bebendo cada um quanto quisesse, o mesmo vinho utilizado pelo rei (Et.1:8).

-Não é de hoje, portanto, que os governantes buscam ludibriar a população com “benesses”, que, na verdade, não são benfeitorias mas manobras para iludir as pessoas, fazendo-lhes viver num mundo imaginário, onde se tem a sensação de liberdade, mas onde todos estão única e exclusivamente sendo massa de manobra para a execução dos projetos de poder, para a cobiça desenfreada pela “glória dos reinos do mundo” que é nutrida pelas elites regentes.

-Dava-se autorização para que todos bebessem à vontade e de graça do vinho real porque se queria que, no futuro, bem próximo, eles dessem suas vidas nas guerras planejadas única e exclusivamente para que o rei persa satisfizesse seu desejo insaciável de poder.

III – A DESOBEDIÊNCIA DA RAINHA VASTI

-Em meio a estas celebrações, a rainha Vasti, esposa de Xerxes I, também fez um banquete para as mulheres da casa real. Como se pode verificar, o intuito era não só mobilizar os homens, mas as próprias mulheres para que aderissem aos projetos expansionistas do reino.

-Como já dissemos, Xerxes I retomou o plano de seu pai Dario I de conquista da Grécia, não tendo êxito, mas o fato de ter guerreado contra os gregos fez com que estes fizessem relatos a respeito deste rei e de sua vida, a começar por Heródoto (485-425 a.C.), conhecido como sendo “o pai da história”, porque é o primeiro historiador notável que se teve na humanidade.

-Heródoto fez relato pormenorizado das guerras entre os gregas e os persas e, ainda que tenhamos de “dar o devido desconto” para suas afirmações, já que os persas eram inimigos e, assim, foram retratados de forma sempre pejorativa, é imperioso que nos valhamos de seus registros para melhor entendermos os fatos narrados no livro de Ester.

-Heródoto fala da esposa de Xerxes I, a quem chama de “Améstris”. Eis os dois relatos dados pelo “pai da história” a respeito desta personagem:

-“…”ouvi dizer que Améstris, mulher de Xerxes, tendo chegado a idade avançada, mandou enterrar quatorze jovens membros das mais ilustres famílias da Pérsia, para render graças ao deus que eles dizem estar sob a terra.…” (História. VII.114. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/historiaherodoto.html#7 Acesso em 10 jun. 2024).

-“…Améstris, mulher de Xerxes, deu a este um traje magnífico, de várias cores, por ela mesma confeccionado. Xerxes recebeu-o com alegria e vestiu-o para ir ver Artainta. Rendido aos encantos da princesa, perguntou- lhe o que desejava em troca de seus favores, assegurando-lhe que não lhe recusaria coisa alguma.

Como estava traçado que uma grande desgraça cairia sobre a casa de Masistes, Artainta respondeu: “Senhor, conceder-me- eis qualquer pedido que vos faça?”

O soberano jurou imediatamente que o faria, não lhe passando pela mente que ela fosse pedir-lhe o traje. Mas foi justamente o que ela pediu depois de vê-lo jurar. Xerxes empregou todos os meios possíveis para fazê-la desistir da idéia.

Sua recusa fundava-se no receio de que Améstris viesse a convencer-se da realidade de um amor do qual suspeitava há muito tempo. Ofereceu a Artainta, em lugar do traje, cidades, riquezas e até um exército, do qual ela seria a única comandante. Um exército é, entre os Persas,

o maior dom que se pode fazer a alguém. Todavia, como essas ofertas não a tentavam, acabou dando-lhe o traje. Artainta, encantada com o traje, encontrava o maior prazer em adornar-se com ele. Améstris, informada de que a princesa usava aquele traje, teve as suas suspeitas confirmadas.

Querendo vingar-se da afronta, resolveu tramar a perda, não de Artainta, mas de sua mãe, que ela considerava a maior culpada no caso. Esperou que chegasse a ocasião do festim real para levar a cabo o plano que arquitetara. Esse festim realiza- se uma vez por ano, no dia do nascimento do soberano.

Chamam-no ticta em língua persa e perfeito em grego. É a única ocasião do ano em que o rei tem a cabeça perfumada e em que concede dádivas aos persas quando solicitadas. Chegando o dia tão ansiosamente esperado, Améstris pediu a Xerxes que lhe desse a mulher de Masistes.

O soberano, que não ignorava o motivo que determinara tão estranho pedido, achou que seria um crime entregar à esposa a mulher de seu irmão, tanto mais que ela não era absolutamente culpada das suas relações com Artainta.

Mas, vencido pelas insistentes solicitações de Améstris e forçado pela lei, que não permite ao rei recusar as graças que lhe pedem no dia do festim real, acabou acedendo ao pedido, dizendo à esposa, ao entregar-lhe a mulher de Masistes, que fizesse com ela o que bem entendesse.

Em seguida, mandou chamar o irmão, falando-lhe nestes termos: “Masistes, és filho de Dario e meu irmão, e considerado por todos um homem de bem. Peço-te que não coabites mais com tua esposa; dou-te minha filha para substituí-la.

Aceita- a por mulher e abandona a que possuís atualmente; é essa a minha vontade”. “Que estranhas palavras pronunciais, senhor! — volveu Masistes espantado — Quereis que me separe da mulher que amo e da qual possuo três filhos ainda crianças, e filhas, entre as quais escolhestes uma para esposa do vosso filho; ordenais- me que a mande embora e que a substitua pela vossa filha!

Aprecio, como é devido, a honra que me concedeis, oferecendo-me a mão de vossa filha, mas não posso aceitá-la, nem tão pouco desfazer-me de minha mulher. Não me obrigueis, senhor, a acatar as vossas ordens, e deixai-me viver com minha mulher.

Encontrareis para vossa filha um partido não menos vantajoso”. Xerxes, irritado ante a negativa de Masistes, disse-lhe com azedume:

“Já que assim queres, assim será, Masistes; não terás minha filha quando a quiseres e não conservarás por muito tempo a tua esposa; isso para que aprendas a aceitar meus oferecimentos”. Diante disso, Masistes retirou-se, limitando-se a dizer ao sair: “Senhor, ainda não me tirastes a vida”.

Enquanto Xerxes falava com o irmão, Améstris mandou chamar os guardas do soberano e, entregando-lhes a esposa de Masistes, disse-lhes que a mutilassem.

Os executores cortaram-lhe, por sua ordem, os seios, que foram atirados aos cães, em seguida o nariz, as orelhas, os lábios e a língua, deixando-a ir-se embora naquele lamentável estado…” (op.cit., VII.108-111. end. cit.)

-Pelo que se pode verificar, portanto, “dados os devidos descontos”, Améstris é apresentada por Heródoto como uma mulher ciumenta, cruel e sanguinária.

-O texto bíblico a chama de “Vasti”, cujo significado é “a mais excelente”, “linda mulher”. Já se pode perceber, pelo próprio nome da rainha, que a beleza física lhe era proeminente, ainda que sua índole não fosse das melhores…

-Vasti agia em plena conformidade com os planos de seu marido, tanto que fez um banquete para as mulheres para envolvê-las nos propósitos do monarca e isto mesmo depois do mencionado caso de infidelidade conjugal, que, de modo vingativo, teria tratado.

-No sétimo dia da festa, Xerxes I, embriagado, pois fora o primeiro a beber sem limite, resolveu dar mais uma demonstração de seu esplendor e magnificência, mostrando a todos a beleza de sua rainha. Queria, assim, aumentar a sua vanglória e admiração popular, revelando o seu “bom gosto” e como tinha como mulher a mais bela das mulheres da Pérsia.

-Mandou, então, que os sete eunucos que serviam na presença do rei trouxessem a rainha para “um desfile de beleza”, para que fosse apresentada como “a mulher do rei”, devendo vir com a coroa real (Et.1:10,11).

-Vasti, porém, recusou-se a ir, não quis ser mostrada como um “objeto” não só para a cúpula do reino mas para todo o povo, pois, como vimos, a festa, nos últimos sete dias, teve participação popular.

-Este gesto de Vasti costuma ser defendido por muitos, pois revelaria aí uma dignidade por parte da rainha, um amor próprio, uma exigência de respeito. Também é ressaltada a insensatez da ordem de Assuero e o fato de que tomou tal deliberação quando se encontrava ébrio.

-Não se retira a razão de tais afirmações, mas o fato é que o que o texto bíblico procura enfatizar é o constrangimento gerado pela recusa da rainha, um deliberado ato de desobediência ao monarca que, há 180 dias, estava se apresentando como o homem mais poderoso do mundo e que merecia ter expandido seus domínios com a invasão da Grécia.

-Vasti, que era sabedora e cúmplice destes propósitos, deliberadamente sabotou todos os projetos do marido, a que, por lei divina, tinha o dever de se submeter, de se sujeitar, pois foi esta a missão dada à mulher no casamento por Deus (Gn.2:18; Ef.5:22-24; Cl.3:18).

-Não é este o papel da mulher virtuosa, daquela que teme a Deus, que sempre honra o seu marido e lhe faz bem e não mal todos os dias de sua vida (Pv.31:11,12,23,27).

-Vasti desobedeceu a Assuero e criou uma situação extremamente embaraçosa ao término de toda aquela celebração, pondo em altíssimo risco todos os projetos reais.

-Em nossos dias, não são poucas as mulheres que se comportam como Vasti, pondo em risco o lar e a própria existência da família. A obediência e a observância do princípio da autoridade são fundamentais para que façamos da família o que Deus deseja, qual seja, um ambiente em que haja a comunhão com Deus e a comunhão de uns com os outros, um ambiente em que haja amor, um lugar de bênção.

-Não devemos, também, esquecer que Vasti prevalecia pela sua beleza física, norteava toda sua vida com base na formosura à vista e esta mentalidade deve ser afastada pelas mulheres, que devem ter como meta o temor ao Senhor: “enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (Pv.31:30).

-A tão propalada defesa da “dignidade da mulher” que é dita por alguns ter sido feita por Vasti não correspondia ao cotidiano desta rainha.

-As celebrações foram encerradas mas, como diz adágio popular, “como a última impressão é a que fica”, a imagem de toda aquela festa de 180 dias foi a recusa de Vasti em se apresentar conforme a ordem do rei, o que gerou péssima repercussão para o monarca que, então, já passada a embriaguez, teve de tratar da questão com o seu conselho.

-O conselho então sugeriu ao rei que Vasti fosse destituída da sua função de rainha para que todos ficassem a saber que o monarca tinha o governo de sua casa, como também se proclamasse, em todo o reino, que os maridos deveriam ser honrados por suas mulheres. Deste modo, não ficaria manchada a autoridade de Xerxes I perante os seus súditos.

-Vemos aqui que Xerxes I não poderia querer expandir seus domínios se, antes, não resolvesse a questão da autoridade em sua própria casa. A família é fundamental para que se tenha a sociedade e, deste modo, não pode alguém querer ter sucesso verdadeiro na vida social se for um fracasso em família, a começar do aspecto espiritual.

-Isto também é uma realidade na igreja, como bem diz o apóstolo Paulo em I Tm.3:5. Que este estudo do que ocorreu na casa real persa sirva para despertamento de muitos obreiros que estão pondo em risco ou até já comprometeram seriamente seu ministério porque não se portaram como bons pais de família.

-A deliberação feita pelo conselho mostra-nos, ainda, dois outros importantes elementos. O primeiro é que, para se resolver um sério problema social, que ameaçava toda a estrutura do Império, acabou-se por tomar

uma decisão que é conforme os ditames divinos, que estava de acordo com a lei do Senhor, que era a necessidade de se ter princípio de autoridade na família e de a mulher honrar ao marido.

-Nenhum problema social, nenhuma sociedade terá futuro se não observar o que nos manda o Senhor, o Deus que governa o mundo. Como diz o salmista: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para a Sua herança” (Sl.33:12). “Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem- aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor!” (Sl.144:15).

-O “governo humano” foi criado precisamente para que, na sociedade, prevalecessem os mandamentos do Senhor (Gn.9:1-6; Rm.13:1-7). As autoridades estão a serviço de Deus para fazer-Lhe a vontade.

-O segundo elemento é a demonstração de que, no mundo, dominado pelo maligno, existe uma “inferiorização social” da mulher, é resultado da entrada do pecado no mundo, algo que, entretanto, não está no projeto original do Senhor para a humanidade, mas é uma realidade que somente findará no reinado milenial de Cristo.

-Se é bíblico e conforme a vontade divina que as mulheres não desprezem seus maridos a seus olhos (Et.1:17), honrando-os (Et.1:20), a lei dos medos e persas dizia que “cada homem fosse senhor em sua casa” (Et.1:22), dando, assim, aos maridos e pais de família um “poder absoluto”, o que, entretanto, não é o que ensinam as Escrituras, que diz que, se o marido é a cabeça da mulher, Cristo tem de ser a cabeça do marido (I Co.11:3).

-Vasti foi destituída da função de rainha (e isto explica a idade avançada mencionada por Heródoto, mas sem mais nenhuma atitude como rainha). Segundo a maior parte dos estudiosos, logo em seguida, Xerxes I começa sua guerra contra os gregos, sendo derrotado e retornando a Susã por volta de 480 a.C., ou seja, três anos depois das celebrações e da destituição de Vasti.

IV – A ASCENSÃO DE ESTER

-A destituição de Vasti, que se tornou imperiosa por causa das circunstâncias políticas envolvidas, tinha, na verdade, um propósito divino, que era o de pôr naquela estratégica posição do reino, uma serva do Senhor que fosse instrumento da preservação do povo judeu e do plano divino para a salvação da humanidade.

-Retornando derrotado de sua campanha militar contra a Grécia, Xerxes I percebeu que o reinício de toda a sua política expansionista, fortemente abalada pela guerra perdida, tinha de começar pela arrumação da casa real, com o preenchimento da vaga de rainha.

-Mais uma vez vemos que não há como restaurar-se uma sociedade, um país se não se tomar, primeiro, cuidado da família. Bem por isso o título de nosso trimestre é “o Deus que governa o mundo e cuida da família”.

-A família é fundamental para a vida em sociedade, para a própria humanidade. O próprio Jesus, o Salvador do mundo, teve de vir ao mundo numa família e ali aprender a obediência (Mt.1:18-21; Lc.2:51,52; Hb.5:8) que fez com que hoje gozemos da vida eterna.

-Xerxes I, então, resolveu escolher uma nova rainha e mandou que os seus jovens buscassem moças virgens, formosas à vista em todas as províncias do reino e que fossem elas reunidas na casa das mulheres em Susã debaixo da mão do eunuco Hegai e que se fizesse uma seleção, a fim de que rei escolhesse quem seria a nova rainha (Et.2:1-4).

-Nestas ordens reais, vemos que o principal objetivo de Xerxes I era criar um ambiente de união em todo o Império, trazendo moças de todas as partes do reino, bem como orientá-las segundo as normas e tradições da corte persa, por meio de Hegai, para que se pudesse ter uma nova rainha que, assim como Vasti fosse formosa à vista, mas que também fosse submissa, o que não ocorrera com a rainha deposta.

-Neste ponto, então, o livro de Ester introduz as duas personagens principais da narrativa; Mardoqueu e sua prima e filha adotiva Ester, cujo nome judeu era Hadassa (Et.2:5-7).

-Mardoqueu fazia parte daquele grupo de judeus que haviam sido inseridos na burocracia governamental ainda no tempo do Império Babilônico.

Certamente era descendente daqueles que, assim como Daniel e seus amigos Hananias, Misael e Azarias, haviam sido levados na primeira leva de cativos nos dias de Nabucodonosor e que, graças a Daniel e a outros, como Zorobabel, fizeram com que fossem mantidos no Império Persa.

-Mardoqueu passara a criar e a educar Hadassa quando esta ficou órfã, e vemos ter sido excelente pai de família, esmerando-se por transmitir àquela jovem o temor do Senhor. Este deve ser o norte da educação dos pais aos filhos – criá-los na doutrina e admoestação do Senhor (Ef.6:4).

-Hoje, lamentavelmente, vemos muitos pais cristãos esmerando-se e esforçando em dar aos seus filhos o melhor para que possam se inserir, futuramente, no mercado de trabalho e tenham condições de uma remuneração que lhes dê uma vida digna, o que algo importante e com que os pais precisam mesmo se preocupar, mas o mais importante é fazermos de nossos filhos servos do Senhor, que tenham condições de viver durante a sua peregrinação terrena agradando a Deus e, assim, juntamente conosco, morar para sempre nas mansões celestiais.

-O descuido dos pais que cristãos se dizem ser com esta formação espiritual, terceirizando tudo para a Escola Bíblica Dominical (quando o fazem, e não é a maioria que se preocupa em levar os filhos à EBD) tem reproduzido entre nós a trágica situação vivida no período dos juízes, em que as gerações cresciam sem conhecer ao Senhor e eram completamente envolvidos na prática do pecado (Jz.2).

-O resultado disto estamos a ver, estarrecidos, na Europa e nos Estados Unidos, onde os filhos de crentes estão, em sua esmagadora maioria, perdidos, e as igrejas se esvaziando e fechando, pela falta de novos quadros, algo que, infelizmente, temos visto cada vez mais também no Brasil.

-No Brasil, ainda, há uma triste realidade, qual seja, a da quantidade desproporcional de filhos de servos de Deus que se encontram encarcerados, seja nos reformatórios seja nos presídios, mais um indicativo claro do descuido da educação doutrinária nos lares em nossas igrejas.

-Não deve ter sido fácil para Mardoqueu exercer o papel simultâneo de pai e mãe e criar Hadassa, ainda mais diante de suas tarefas no palácio do rei em Susã, mas ele bem desempenhou sua missão a mostrar que temos de também fazê-lo.

-Hadassa, cujo nome persa é Ester, foi uma das moças escolhidas para a seleção, tendo, então, Mardoqueu dito a sua filha adotiva que nunca declarasse a sua nacionalidade (Et.2:8).

-Não explica o texto porque Mardoqueu mandou que Ester omitisse sua origem étnica. Talvez, por conhecer as normas e costumes palacianos, isto prejudicasse, de alguma forma, a moça, ou se trataria de um teste de submissão, até porque Mardoqueu talvez tivesse percebido que era esta a principal qualidade que se esperava da nova rainha.

-O fato é que Ester, que havia aprendido a obedecer aos pais, cumpriu rigorosamente a ordem de seu pai adotivo e jamais declarou ser judia, mesmo antes e até depois de ser rainha.

-A submissão foi mesmo o ponto alto da estada de Ester na casa real das mulheres. O texto diz que sua conduta causou a admiração de Hegai, que pôs sete moças para assessorarem Ester, como também a pôs no melhor lugar da casa, não só pela sua formosura, mas também pelo seu comportamento submisso.

-Mardoqueu, como pai cuidadoso que era, não deixava de ir até a casa das mulheres para saber do estado de Ester, e isto diariamente (Et.2:11). Não era fácil para Mardoqueu fazer isto, mas ele se esforçou em fazê-lo. Temos este mesmo cuidado no acompanhamento de nossos filhos? Pensemos nisto!

-Segundo as normas, as candidatas a rainha deveriam se preparar durante doze meses, quando, então, eram levadas à presença do rei que com ele permanecesse um dia, retornando, então, para a casa das mulheres (Et.2:12-14).

-Chegou a vez de Ester, no dia 10 do sétimo mês (Tebet), no sétimo ano do reinado de Assuero e se comportou rigorosamente dentro de todas as normas e tradições, fazendo com que o rei dela se agradasse e a fizesse rainha (Et.2:15,16), tornando a escolha pública em uma festa, tendo Mardoqueu, humildemente, presenciado tudo isto, mas sem se manifestar como pai adotivo da rainha, já que havia dito a Ester que não declarasse a sua nacionalidade (Et.2:18-20).

– Deus tomava mais uma providência com vista ao livramento de seu povo, pondo uma moça judia temente a Deus ao lado de Xerxes I, como sua esposa. Começava a agir para que o poder político não fosse utilizado para destruição de Israel por intermédio de uma ação na família real, tornando Ester esposa de Assuero. O Deus que governa o mundo é o mesmo que cuida da família. Amém!

Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/10761-licao-7-a-deposicao-da-rainha-vasti-e-a-ascensao-de-ester-i

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