LIÇÃO Nº 7 – CONTRAPONDO A ARROGÂNCIA COM A HUMILDADE
Deus dá graça aos humildes mas resiste aos soberbos.
INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo do livro dos Provérbios, estudaremos hoje a necessidade de sermos humildes.
– Deus dá graça aos humildes mas resiste aos soberbos (Tg.4:6; I Pe.5:5).
I – O SERVO DE DEUS TEM DE SER HUMILDE
– Na sequência do estudo do livro dos Provérbios, estudaremos hoje a necessidade de sermos humildes, necessidade esta que se verifica em provérbios que tratam especificamente do agrado de Deus com a humildade e Seu aborrecimento com a soberba.
– Antes, porém, de verificarmos o que o proverbista nos fala a respeito da humildade e da soberba, torna-se importante vermos o que significa uma e outra coisa e em que contexto a Palavra de Deus nos coloca ambas as condutas.
– Quando vamos ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, vemos que humildade é “qualidade de humilde; virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; modéstia, simplicidade; sentimento de fraqueza, de inferioridade com relação a (alguém ou algo); reverência ou respeito para com superiores; acatamento, deferência, submissão; falta de luxo, de brilho; simplicidade, sobriedade”. A palavra latina “humilitas” significava “pouca elevação, pequena estatura; em sentido figurado, condição baixa, abatimento; sentimentos humildes, modéstia”. A raiz “hum-“ , que, por sua vez, vem de “humus”, cujo significado é “terra”, de onde vem “humilis”, cujo sentido é “que permanece na terra, não se eleva da terra; humilde, baixo”.
– Como se pode verificar do significado que nos dá o lexicógrafo, a humildade é uma qualidade, uma boa característica de alguém que tem conhecimento de suas limitações, que se sente fraco, que reconhece a sua inferioridade com relação a alguém, que, por isso mesmo, inclina-se a se submeter a este alguém que é superior. É alguém que sabe que seu lugar, sua posição é pequena, é alguém de “pequena elevação”, alguém vinculado à terra, que fica abaixo dos céus.
– Em termos espirituais, portanto, vemos, com absoluta clareza, que o humilde é aquele que reconhece que se trata de uma criatura terrena, de alguém que foi criado por Deus e que, portanto, deve-Lhe deferência, honra, submissão, obediência. Trata-se de alguém que tem consciência de que depende do Senhor, que d’Ele precisa, que sem Ele nada poderá fazer (Jo.15:5).
– Ora, quando abrimos a Bíblia Sagrada e vemos, em seu introito, a narrativa da criação, logo percebemos qual é a posição do ser humano em toda a criação: alguém que é posto acima dos seres terrenos, coroa da criação terrena, mas que está, necessariamente, submetido ao seu Criador. Tanto assim é que o homem foi posto no jardim que Deus formou para ele no Éden e d’Ele recebeu ordem para que lavrasse e guardasse aquele jardim, como também não comesse da árvore da ciência do bem e do mal (Gn.3:15-17).
– Havia, portanto, uma clara demonstração por parte de Deus de que o homem, apesar do lugar singular que ocupava sobre a face da Terra, deveria submeter-se ao Senhor, deveria entender que sua posição era subalterna, de que ele estava vinculado à Terra ( por isso o Senhor lhe lembraria, após a prática do pecado, que ele era pó e a ele deveria tornar – Gn.3:19) e, como tal, sempre dependeria da companhia, da orientação e da direção do seu Criador. OBS: Por isso, no Pirke Avot, o tratado de sabedoria do Talmude, está escrito: “Sê muitíssimo humilde de espírito, pois o destino do homem é servir de alimento aos vermes” (4:3).
– Esta ideia de humildade está bem presente nos próprios termos utilizados em o Antigo Testamento para se referir a este conceito, como nos mostra o Dicionário VINE. O verbo “Kana>” (כוע), por exemplo, que encontramos em Lv.26:41, tem o sentido de rendição, de submissão a outrem, de aceitação do domínio por parte de alguém.
– A humildade apresenta-se, deste modo, como o reconhecimento da soberania divina, como a constatação de uma inferioridade, de uma necessidade de submissão a um ser superior, uma recusa de autonomia, de independência, uma assunção de dependência de Deus. OBS: O Alcorão identifica os incrédulos como aqueles que se negam a entender Deus e chama isso de soberba: “Vosso Deus é um Deus Único! Porém, quanto àqueles que não crêem na outra vida, os seus corações se negam (a entendê-lo) e estão ensoberbecidos. Indubitavelmente Deus conhece tanto o que ocultam, como o que manifestam. Ele não aprecia os ensoberbecidos” (16:22,23).
– Bem se vê que a humildade foi a proposta dada por Deus à humanidade, como já dissemos ao mencionarmos os parâmetros estatuídos entre Deus e o homem quando ele foi posto pelo Senhor no jardim do Éden, no estabelecimento da primeira dispensação, a dispensação da inocência.
– Assim, de pronto, vemos que a humildade representa uma atitude que é requerida por Deus ao ser humano, a qualidade que corresponde ao próprio anseio divino em relação ao homem. Não é por outro motivo, aliás, que, ao descrever as qualidades que deveriam ter Seus servos, o Senhor Jesus tenha iniciado, precisamente, pela humildade, pois é isto que significa a expressão “pobres de espírito” que retrata a primeira bem-aventurança, como se verifica em Mt.5:3 e que, em algumas versões, como a Versão Almeida Revista e Atualizada e a Tradução Brasileira, aparece como “humildes de espírito”. OBS: “…Cada um dos elementos das bem-aventuranças resulta do olhar para os discípulos; descrevem o estado dos discípulos de Jesus: são pobres, famintos, que choram, odiados e perseguidos 9Lc.6:20ss). Tratam-se não só de qualificações práticas, mas também teológicas dos discípulos — daqueles que passaram a seguir Jesus e se tornaram a Sua família.…” (BENTO XVI. Jesus de Nazaré: do batismo do Jordão à transfiguração, p.76).
– Em sentido diametralmente oposto a esta proposta divina da humildade, vamos encontrar a proposta satânica da soberba. Quando o adversário se encontrou com Eva, trouxe a ela uma outra mensagem, qual seja, a de se comesse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, ela seria “igual a Deus”, sabendo o bem e o mal, teria uma vida independente, sem necessidade de recorrer ao Senhor, passaria a ter uma vida sem qualquer necessidade de Deus, poderia “viver como se Deus não existisse” (Gn.3:5).
– O diabo procura inocular no homem o mesmo sentimento que ele mesmo já tivera, quando quis se elevar acima do próprio Deus (Is.14:13,14) e temos aí precisamente o que se denomina de “soberba”, “orgulho”, “arrogância”.
– Recorrendo uma vez mais ao lexicógrafo, vemos que “soberba” é “sobranceria de algo em relação a outra coisa em plano mais baixo; elevação, sobrançaria; sentimento de altivez, sobranceria; orgulho; comportamento excessivamente orgulhoso; arrogância, presunção”. Vem do latim “superbia”, cujo significado é de “orgulho, arrogância; altivez; insolência, presunção; tirania”, cuja raiz é “superb-“, que tem o sentido de “que está acima (dos outros); orgulhoso, arrogante, altivo, insolente, vão; presunçoso (com respeito às pessoas e às coisas); desdenhoso; melindroso, difícil, ilustre, grande, glorioso; excelente, que é de boa qualidade; que cresce acima dos outros”.
– Seu significado é bem expresso pelo substantivo “ga’own” (גאןו). Segundo o Dicionário VINE, esta palavra denota o “orgulho humano”, “…a arrogância, conduta malvada e língua perversa. Ao tornar-se independente do Senhor, Israel uma nação majestosa, separada por um Deus majestoso, separou-se d’Ele, pretendendo que a excelência era dela. Deus não tolerou esta nova atitude insolente: «O Senhor Jeová jurou por Sua alma; Jeová Deus dos Exércitos disse: Abomino a soberba de Jacó, e aborreço seus palácios. Entregarei ao inimigo a cidade e todo o que há nela» (Am 6.8 RVA)” (Dicionário VINE. Editorial Caribe. Compilado por Dumane apud semeadoresdapalavra.net , p.249) (tradução nossa de texto original em espanhol).
– Pelo que se pode verificar, portanto, a soberba caracteriza-se por uma consideração de superioridade, de consideração de que se está acima dos outros, de que não há ninguém que lhe possa sobrepor, de que se está no alto. Era precisamente isto que o diabo achou que poderia ser, situar-se acima de Deus, bem como o que convenceu o primeiro casal a também se achar, pondo-se acima do Senhor.
– À evidência, um sentimento quetal representa uma rebelião contra a ordem estabelecida por Deus, uma ilusão que não resiste a um confronto com a realidade. Assim, quando alguém se põe em situação de superioridade em relação a Deus, logo percebe que está diante de um estado irreal, de uma circunstância que, na verdade, representa apenas uma presunção que tem o condão apenas de levá-lo à queda.
– Por isso mesmo, o inimigo de nossas almas, assim que achou que pudesse ficar acima do Senhor, foi levado ao inferno, ao mais profundo do abismo (Is.14:15), tendo também o primeiro casal, assim que comeu do fruto proibido, percebido que estava nu e sentido sua situação difícil quando da chegada do Senhor na viração do dia e perdido o seu lugar no jardim do Éden (Gn.3:7,8,23).
– Jesus foi exemplo de humildade. Ele mesmo mandou que aprendêssemos d’Ele que era manso e humilde de coração (Mt.11:29).
Despojou-Se de toda a Sua glória e Se humanizou para ganhar-nos a salvação (Fp.3:5-11) e, por este Seu desprendimento, esta Sua inferiorização, foi exaltado pelo Pai e constituído sobre todo o nome, mas, mesmo nesta posição excelente, no derradeiro instante, quando, vitorioso estiver, haverá de, uma vez mais, submeter-Se ao Pai, demonstrando toda a Sua humildade (I Co.15:28).
– Vemos, pois, de modo bem claro, que as Escrituras Sagradas indicam que a humildade é o caminho que devemos perseguir, é o caminho de Cristo Jesus. Jamais alcançaremos a salvação, cujo último estágio é a glorificação, se não formos humildes, pois somente por meio da humildade seremos exaltados pelo Senhor (Jó 22:29; Pv.3:34; Tg.4:6; I Pe.5:5).
II – A SABEDORIA E A HUMILDADE
– Tendo tido um quadro geral, ainda que extremamente sucinto, de como a Bíblia Sagrada vê a questão da humildade e da soberba, passemos, então, a observar o que o livro de Provérbios fala a respeito do tema.
– Em Pv.11:2, o proverbista afirma que “Vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria”. Notamos, pois, que, para que se tenha sabedoria, torna-se necessário ser humilde.
– Não poderia ser de outra maneira, pois a aquisição da sabedoria exige, antes de mais nada, o reconhecimento de que nada se sabe, de que é preciso aprender. O primeiro passo para saber é reconhecer que não se sabe. Este reconhecimento da ignorância é uma atitude de humildade, o reconhecimento da própria inferioridade, de que existe alguém superior.
– Esta humildade, em termos de sabedoria, é precisamente aquela de já falamos, o reconhecimento de que Deus sabe todas as coisas e que somente podemos aprender de Deus, de que Ele é o Mestre por excelência, aliás, o único Mestre.
– Foi, por isso mesmo, que o Senhor Jesus disse a Seus discípulos que a ninguém poderíamos chamar de Mestre a não ser a Ele próprio (Mt.23:8), um dos poucos títulos que Cristo arrogou para Si durante o Seu ministério terreno. Torna-se absolutamente indispensável, para termos sabedoria, reconhecermos que nada sabemos, mas que precisamos aprender de Jesus.
– O filósofo grego Sócrates (470-399 a.C.), que representou uma guinada no pensamento grego e que se constituiu na base de toda a filosofia clássica, que foi o alicerce de toda a civilização ocidental, também chegou a esta conclusão ao afirmar que o início de todo conhecimento está na consideração de que é preciso reconhecer que “só sei que nada sei”.
OBS: Eis as palavras de Sócrates segundo Platão, seu discípulo: “Quanto a mim, tudo que eu sei é que eu não sei nada, porque não sei o que é justiça, não sei se [a justiça] é uma espécie de virtude ou não, se a pessoa que a tem é feliz ou infeliz (PLATÃO. A República, 354, conclusão do livro I).
– Nos dias em que vivemos, porém, são poucos os que se dispõem a reconhecer que nada sabem e que precisam aprender de Cristo. Não têm humildade e, por causa disso, nada aprendem do Senhor, desdenham de Seus ensinos e passam a trilhar um caminho assaz perigoso, que os leva ao confronto, à afronta, como diz o proverbista, e afronta contra o próprio Deus, que é ruína certa.
– Este estado de coisas, aliás, como bem afirma o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho (1947- ), está bem enraizado em nosso país, onde é difícil termos honestidade intelectual, que este pensador afirma ser “…você não fingir que sabe aquilo que não sabe, nem que não sabe aquilo que sabe perfeitamente bem. Se sei, sei que sei. Se não sei, sei que não sei. Isto é tudo. Saber que sabe é saber; saber que não sabe é também saber. A inteligência não é, no fundo, senão o comprometimento da pessoa inteira no exercício do conhecer, mediante uma livre decisão da responsabilidade moral. Daí que ela seja também a base da integridade pessoal, que no sentido ético, quer no sentido psicológico. Todas as neuroses, todas as psicoses, todas as mutilações da psique humana se resumem, no fundo, a uma recusa de saber.…” (CARVALHO, Olavo de. O poder de conhecer. In: BRASIL, Felipe Moura (org.). O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.3.ed., p.40).
– Notemos que o referido filósofo mostra, claramente, que a atitude de se recusar a saber compromete a própria inteligência humana, a sua própria integridade como um ser moral, o que, poderíamos afirmar, representa um comprometimento espiritual, pois se trata de uma alienação da própria Pessoa Divina, de uma rebeldia contra o próprio Deus.
– Ser humilde é reconhecer que se precisa de Deus, que se é inferior, que se é pó e que somente em Deus teremos conhecimento, poderemos saber alguma coisa, inclusive saber como viver sobre a face da Terra, como viver aqui de modo a que alcancemos a vida eterna.
– Somente quem é humilde poderá ter sabedoria, somente os humildes serão verdadeiramente sábios, porque eles aprenderão somente se partem do pressuposto de que nada sabem e que precisam aprender.
– Mas quem quer aprender com Deus é um eterno aprendiz, pois o Senhor é infinito, é ilimitado e, portanto, jamais poderemos chegar ao pleno conhecimento d’Ele. Quem é humilde nunca se acha sábio o bastante para deixar de aprender de Deus. Pelo contrário, sabendo que Deus é inalcançável, sempre está disposto a aprender, sabe que nunca chegará à plenitude do conhecimento.
– Muitos, infelizmente, embora tenham começado a aprender com o Senhor, acham, num determinado momento, que não precisam mais aprender, que já sabem tudo, e deixam de ser sábios, porque deixam de aprender, deixam de ser humildes. Comportam-se como o professor universitário que, certa feita, foi visitar o mestre zen-budista japonês Nan-in (1868-1912), querendo dele aprender alguma coisa, mas cheio de ideias e de seus preconceitos. O mestre lhe deu uma xícara de chá e começou a derramar chá na xícara, até que ela encheu e começou a transbordar. Advertido pelo professor a respeito disso, o mestre disse que o seu interlocutor era como aquela xícara, pois nunca alguém aprenderá coisa alguma se, antes não se esvaziar.
– A falta de humildade faz com que as pessoas se tornem néscias, sem sabedoria, o que, certamente, as levará à perdição eterna. Temos de ser humildes, reconhecer nossa nulidade sem o Senhor e, assim, querermos sempre aprendermos d’Ele, através da Sua Palavra, para que possamos saber viver aqui neste mundo, para podermos vivermos eternamente com Deus na eternidade.
– Em Pv.15:33, Salomão afirma que “o temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade”. Dentro da estrutura do paralelismo hebraico, vemos que a humildade corresponde à “instrução da sabedoria”, assim como o “temor do Senhor” à honra. Deste modo, a humildade apresenta-se quando se tem a “instrução da sabedoria”, quando se tem o aprendizado do Senhor, precisamente como diz o Senhor Jesus, que nos manda aprender d’Ele, que é manso e humilde de coração.
– A humildade é, portanto, uma atitude que decorre de nós querermos aprender com o Senhor, com a Sua Palavra, de pormos em prática tudo aquilo que o Senhor tem nos ensinado. O humilde, por isso, mesmo é uma pessoa que teme a Deus, que reconhece o senhorio divino, que respeita, considera e observa tudo quanto é falado pelo Senhor, que admite que a Sua Palavra é a verdade (Jo.17:17).
– Quando vemos, pois, pessoas que, em nossos dias, dizendo-se cristãs, contrariam o que se encontra nas Escrituras Sagradas, trazem justificativas para não seguir o que consta na Bíblia, desde a “necessidade de contextualização” até a própria descrença no caráter autoritário do Livro Sagrado, temos tão somente manifestações de soberba, falta de humildade, que nos vem a mostrar que se trata de pessoas que são tolas, loucas, néscias, faltas de entendimento, que não têm comunhão com Deus. Tomemos cuidado com estes falsos mestres, amados irmãos!
– A honra, ou seja, uma posição de destaque, de respeito e consideração somente vem depois que a pessoa se apresenta humilde. A honra segue-se à humildade. É o que vemos na trajetória do Senhor Jesus, que somente Se assentou no trono de Seu Pai (Ap.3:21), depois que Se despojou de Sua glória e foi até a cruz do Calvário. Ele é o caminho e não há outro (Jo.14:6). Portanto, devemos seguir Suas pisadas (I Pe.2:21), sendo igualmente humildes para que, a seu tempo, sejamos exaltados (I Pe.5:6).
– “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e honra, e vida” (Pv.22:4). Salomão, neste provérbio, fala precisamente desta recompensa da humildade, que é a outra faceta do temor do Senhor. Aquele que é humilde adquire riquezas, honra e vida. OBS: O Alcorão também diz que os humildes serão recompensados por Deus: “Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa” (33:35) (Trad. Samir El-Hayek).
– Na verdade, Salomão faz como que um retrospecto da sua própria vida, pois vemos que, por querer aprender de Deus a fim de poder governar o povo de Israel, Salomão adquiriu, além da sabedoria, riquezas, honra e vida (I Rs.3:10-14).
– Não há como obter o “galardão da humildade” sem que se tenha o temor do Senhor, sem que queira aprender com Deus. É indispensável ser humilde para que se possam alcançar as riquezas divinas, que não são riquezas materiais, mas, sim, as “riquezas tanto da sabedoria como da ciência de Deus” (Rm.11:33), riquezas profundas e que jamais poderão ser totalmente sondadas por nós (Rm.11:33-36). Aleluia!
– Mas, além das riquezas e da honra, é dito que também o humilde adquire vida. Esta vida não é só o prolongamento dos dias, a vida de qualidade que o Senhor prometeu a Salomão, o que nos mostra que, quando somos humildes, honramos ao nosso Pai celestial e, como tal, também recebemos a mesma promessa dada no quinto mandamento (já estudado na lição anterior). Na verdade, além deste “prolongamento de dias” na face da Terra, está também inserida aí a própria “vida eterna”.
– Aquele que aprende de Deus, aquele que alcança sabedoria, que teme ao Senhor, tem garantia a eternidade com o Senhor, a “vida eterna”. Aprender de Cristo é seguir-Lhe os passos, é alcançar a glória divina, é Se assentar no trono de Jesus quando Ele vier buscar a Sua Igreja. Não há, pois, maior recompensa para o humilde que esta posição de ser posto ao lado de Cristo Jesus na glória. Estamos seguindo este trilhar da humildade para chegarmos lá?
– Por isso, o Senhor Jesus, na Sua oração sacerdotal, disse que a vida eterna é esta, que conheçamos ao Senhor como único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Somente o humilde é capaz de conhecer a Deus como verdadeiro e a Jesus Cristo, Ele próprio a Verdade (Jo.14:6). Só conhece quem quer aprender. Só conhece quem tem intimidade, quem se nega a si mesmo, quem não mais vive, mas Cristo vive nele (Gl.2:20). Será que temos a vida eterna?
– Mas a humildade não traz benefícios apenas no sentido de obtenção de sabedoria e, por conseguinte, de riquezas, honra e vida. Ela também traz bênçãos aos que se compadecerem do humilde. Não somos apenas abençoados, mas nos tornamos uma bênção para os outros.
– É o que o proverbista nos explicita ao afirmar que “o que despreza ao seu companheiro peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado” (Pv.14:21). Compadecer-se dos humildes, ou seja, ter o mesmo sentimento que aqueles que se humilham diante de Deus, que entendem nada serem e quererem aprender com Deus, faz daquele que se compadece um bem-aventurado.
– Implicitamente, Salomão mostra-nos que, por vezes, o humilde, apesar de ter acesso às profundas riquezas divinas, de ser honrado diante de Deus, de ter a vida eterna, também sofre dificuldades na vida presente, a ponto de ser alvo da piedade de terceiro. Mas por que isto acontece? Por que se faz necessário que o humilde, em perfeita comunhão com Deus, seja alvo da compaixão de quem está à sua volta? Exatamente para que este companheiro que se compadece se torne um bem-aventurado, um mais do que feliz! OBS: No Alcorão, é dito que o humilde é aquele que é próximo de Deus, que O adora: “Porque aqueles que estão próximos do teu Senhor não se ensoberbecem em adorá-l’O, e O glorificam, prostrando-se ante Ele” (7:206).
– Se o humilde não passasse por dificuldades, tribulações, se não dependesse da ação de um terceiro, este jamais poderia alcançar a condição de bem-aventurado, o humilde jamais seria uma bênção. Entretanto, como é humilde, como é um amigo de Deus, este sábio precisa, também, tornar-se uma bênção, assim como Abraão (Gn.12:2) e, para tanto, terá de ser alvo da compaixão dos outros, para que estes outros sejam atingidos por esta bênção da bem-aventurança.
– Por isso, mesmo nas dificuldades, nas lutas, temos de querer aprender de Deus. Muitas vezes não compreendemos porque estamos naquele estado, naquela situação, se temos sido tementes ao Senhor. Mas, é neste instante, que nosso desejo de aprendizado deve prosseguir e que devemos confiar em Deus, procurando não só aprender com a situação, mas também verificar a quem estamos abençoando, quem são aqueles que se tornam bem-aventurados por nossa causa.
– Esta companhia com os humildes é dito pelo proverbista como melhor do que repartir os despojos com os soberbos (Pv.16:9). A companhia com os humildes de espírito é realmente algo sublime, porque nos faz aproximar de Deus, porque nos faz desfrutar das riquezas divinas, enquanto que aquilo que é amealhado pelos soberbos é de fácil dissipação, é algo passageiro e fugaz. Lembremos disto e não queiramos estar na companhia e em comunhão com quem se recusa a aprender de Deus.
III – A DIFÍCIL SITUAÇÃO DO SOBERBO
– Mas o proverbista não fala apenas do humilde, mas, também, fala-nos a respeito da soberba, do orgulho, da arrogância, da altivez de espírito, expressões que são sinônimas que representam este desejo de viver como se Deus não existisse, de se ter uma vida independente em relação ao Senhor, uma recusa de saber.
– Por primeiro, cumpre observar um provérbio que já foi objeto de estudo sob outra perspectiva em lição anterior, a saber, Pv.8:3, que diz: “o temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço”.
– A soberba é algo que deve ser odiado, aborrecido pelos verdadeiros e genuínos servos do Senhor. Não podemos compactuar com a soberba, tolerá-la ou, mesmo, achá-la agradável ou algo a ser praticado em determinadas circunstâncias. Quem teme a Deus sabe muito bem que a soberba é uma rebelião contra Deus, é pôr-se no lugar de Deus, algo inadmissível.
– É, este, aliás, o significado próprio de “arrogância”, ou seja, ato ou efeito de arrogar(-se), de atribuir a si direito, poder ou privilégio; qualidade ou caráter de quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; orgulho ostensivo, altivez;. atitude desrespeitosa e ofensiva em atos ou palavras; insolência, atrevimento, ousadia”, palavra que vem do latino “adrogare” que significa “assumir ou dar-se ares de, atribuir a si sem fundamento; atribuir, conceder”, ou, seja, chamar para si uma posição, um direito, um privilégio que não tem.
– Quem teme ao Senhor reconhece a Sua soberania, o Seu senhorio, a Sua posição e, portanto, não pode querer atribuir-se algo a mais que não é, como fez Satanás ao querer subir acima do Altíssimo, ou o primeiro casal em ser “igual a Deus”. OBS: Por isso, no Pirke Avot, o tratado de sabedoria do Talmude se encontra a seguinte afirmação: “Não procures grandeza para ti próprio e não anseis pela honra, que tua ação exceda teu estudo. Não cobices a mesa dos reis, pois a tua mesa é maior que a deles, e teu Senhor é confiável, pois pagará o salário por teu trabalho” (6:5). Quem é humilde, não tem porque ambicionar posição que não a sua, pois sabe que está nas mãos do Senhor.
– O mal é sintetizado pelo proverbista como sendo “a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa”, a nos mostrar que todo o caminho pecaminoso é a “soberba e a arrogância”, ou seja, a recusa a aprender de Deus e a assunção de uma posição de “mestre”, de “sabe-tudo”, “daquele que sabe o que faz”. Quem assim age não tem outro destino senão trilhar o “mau caminho” como também ter uma “boca perversa”, boca esta que revela a malignidade do seu coração, como já tivemos ocasião de estudar na lição 5.
– O “olhar altivo” e o “coração orgulhoso” são pecado, diz Salomão (Pv.21:4). Há, mesmo, quem diga que a “essência do pecado”, o “âmago do pecado” é o orgulho, a soberba, que, por sinal, foi o primeiro pecado a ser cometido, o pecado primordial do diabo. O Catecismo da Igreja Romana define o pecado como “…”amor de si mesmo até o desprezo de Deus”.
Por essa exaltação orgulhosa de si, o pecado é diametralmente contrário à obediência de Jesus, que realiza a salvação (§ 1850 CIC), que também considera ser a própria fonte do ódio a Deus: “…O ódio a Deus vem do orgulho. Opõe-se ao amor de Deus, cuja bondade nega, e atreve-se a maldizê-lo como aquele que proíbe os pecados e inflige as penas” (§ 2094 CIC). OBS: No Alcorão, os egípcios são considerados um povo de pecadores precisamente porque foram soberbos a Deus apesar de todas as pragas lançadas contra o Egito: “Logo depois deles enviamos, como nossos sinais, Moisés e Aarão ao Faraó e seus chefes; porém, estes ensoberbeceram- se e tornaram-se um povo de pecadores” (10:75).
– O resultado da soberba é, como já visto supra, a queda, pois não há como subsistir a uma luta contra Deus, a uma atitude de rebelião contra o Senhor. Salomão deixa isto bem claro ao dizer que “a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv.16:18), sentença divinamente inspirada que temos contemplado cumprir-se na vida de dezenas e dezenas de pessoas altivas ao longo de nossa existência e da história humana.
– Em outro provérbio, o sábio rei israelita diz que “a soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Pv.29:23). Enquanto que o humilde obtém honra como recompensa por sua submissão ao Senhor, o soberbo, com seu desprezo ao Senhor, com sua rebeldia a Deus, é abatido, não por força de uma “vingança divina”, mas, sim, porque ele próprio, ao se constituir como o “máximo”, não consegue dar conta desta nova posição, que não é a sua, que não é real, que é mera ilusão e ele mesmo acaba caindo, ante a sua imensa fragilidade.
OBS: No Talmude, o segundo livro sagrado do judaísmo, está escrito: “…Todo homem no qual há altivez de espírito no final terá sua posição diminuída, como está escrito: Por um pouco se alçam, ele terão seu “status” diminuído (Jó 24:24), mas para que vocês não pensem que eles continuarão existindo, o texto continua dizendo: ‘e logo desaparecem’. Se, entretanto, eles mudam [e se tornam humildes], eles serão reunidos aos seus pais no seu tempo devido, como o seu pai Abraão…” (Sotah 5a) (tradução nossa de texto original em inglês).
– Casos há, em verdade, que a soberba assume proporções tão nefastas que a ação divina é inevitável, até porque a própria ordem natural das coisas não permite tamanha insolência. Foi o que ocorreu com Satanás, que foi precipitado como um raio do céu (Lc.10:18), que foi tornado cinza sobre a Terra, consumido pelo fogo (Ez.28:18); com Nabucodonosor, que foi feito semelhante aos animais e comeu erva como os bois por sete anos (Dn.4:25,26) e com Herodes Agripa I, que foi comido de bicho por ter se envaidecido e se achado como se fosse um próprio deus (At.12:21-23) e, ainda hoje, acontece com quem passa dos limites na sua arrogância e soberba diante da Pessoa Divina (sugerimos seja visto no YouTube o vídeo “Com Deus não se brinca”, disponível, entre outros endereços, em http://www.youtube.com/watch?v=LyCCabqrwfU ). Não é por outro motivo que Salomão atesta que “o Senhor arrancará a casa dos soberbos, mas firmará a herança da viúva” (Pv.15:25). Deus, que é justiça, jamais deixa o soberbo impune.
– Vivemos dias extremamente difíceis, onde a multiplicação da iniquidade tem feito com que a soberba seja a conduta perseguida pelos homens cada vez mais. Há mesmo os que defendem uma atitude soberba por parte dos que se dizem servos do Senhor e o triunfalismo, a teologia da confissão positiva nada mais são do que esta versão “cristã evangélica” da soberba, daí porque ter sido oportuna e propriamente chamada tal doutrina de “o evangelho da Nova Era”, exatamente porque é esta autodivinização, esta prepotência e arrogância espirituais uma das principais características deste movimento espiritual que é a Nova Era, a ideologia que tem preparado a ascensão do Anticristo.
– A propósito, o Anticristo e o Falso Profeta serão eles próprios a encarnação desta soberba, desta suprema arrogância (II Ts.2:3,4; Ap.13:4-8) e não será, também, por acaso que, nestes dois casos, também haverá a ação direta do Senhor, mandando-s vivos para o lago de fogo e enxofre ao término da batalha do Armagedom (Ap.19:20).
– Estamos, portanto, diante daquilo que Agur denominou de “uma geração cujos olhos são altivos e cujas pálpebras são levantadas para cima” (Pv.30:13). Diríamos hoje que são muitos os que “andam de nariz empinado”, mas que, lamentavelmente, estão se elevando única e exclusivamente para cair, pois, como afirma Salomão, “antes de ser quebrantado, eleva-se o coração do homem; e, diante da honra, vai a humildade” (Pv.18:12). Hamã foi um exemplo clássico de quem elevou o seu coração e, na sua elevação, acabou construindo a sua própria forca (Et.5:9-14;7:9,10). Tomemos cuidado, amados irmãos!
– Não é outra a razão que o Senhor Jesus disse que quem quisesse segui-l’O deveria, antes de mais nada, negar a si mesmo (Mc.8:24; Lc.9:23), ou seja, despojar-se do “eu”, não dar lugar à soberba e ao orgulho, pois, sem que se abandone a soberba e a arrogância, não será possível ir para o céu. Se não nos humilharmos diante de Deus, se não nos negarmos, não teremos como alcançar a glorificação. Pensemos nisto! OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos aqui um parágrafo do Catecismo da Igreja Romana, que nos mostra como a humildade é absolutamente necessária na vida cristã, inclusive na prática da oração: “…Jesus, “embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento” (Hb 5,8).
Com maior razão, nós, criaturas e pecadores, que nos tornamos nele filhos adotivos, pedimos ao nosso Pai que una nossa vontade à de seu Filho para realizar sua Vontade, seu plano de salvação para a vida do mundo. Somos radicalmente incapazes de fazê-lo; mas, unidos a Jesus e com a força de seu Espírito Santo, podemos entregar-lhe nossa vontade e decidir-nos a escolher o que seu Filho sempre escolheu: fazer o que agrada ao Pai.
Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com ele, e com isso realizar sua Vontade; dessa forma ela será cumprida perfeitamente na terra como no céu. Considerai como Jesus Cristo nos ensina a ser humildes, ao fazer-nos ver que nossa virtude não depende só de nosso trabalho, mas da graça de Deus.
Ele ordena aqui, a cada fiel que reza, que o faça universalmente, isto é, por toda a terra. Pois não diz “seja feita a vossa vontade” em mim ou em vós, mas em toda a terra”, a fim de que dela seja banido o erro, nela reine a verdade, o vício seja destruído, a virtude floresça novamente, e que a terra não mais seja diferente do céu” (§ 2825 CIC).
A propósito, o Alcorão também diz que prosperarão os fiéis que forem humildes em suas orações (23:1,2), tendo o comentarista Samie El Hayek insistido, ao explicar esta passagem em dizer que “Humildade na oração, no que diz respeito à estimativa da sua própria valia na presença de Deus; à estimativa dos seus próprios poderes e vigor, a menos que sejam ajudados por Deus; e às petições que fazem a Deus.
– Urge abandonarmos esta geração perversa, que confia em si mesma, que vive como se Deus não existisse, que não quer aprender com o Senhor na Sua Palavra, que, em vez de cumprir as Sagradas Escrituras, delas descrê, com elas discute, delas duvida, mantendo uma “altivez”, uma posição elevada que não possui e jamais possuirá.
– Quando o proverbista fala dos “olhos altivos”, fá-lo sempre em tom extremamente negativo.”Abominação é para o Senhor todo altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune” (Pv.16:5), diz Salomão. O caminho daquele que tem seu coração elevado, altivo, que não aceita se submeter a Deus e à Sua Palavra é o caminho da punição, do tormento eterno. Fujamos disto, amados irmãos!
OBS: O Alcorão também traz esta ideia de que a soberba leva ao castigo eterno: E no dia em que os incrédulos forem colocados perante o fogo, (ser-lhes-á dito): Aproveitastes e gozastes os vossos deleites na vida terrena! Hoje, porém, sereis retribuídos com o afrontoso castigo por vosso ensoberbecimento e depravação na terra “(46:20). Ou ainda: “Quando lhe é dito que tema a Deus, apossa-se dele a soberbia, induzindo-o ao pecado. Mas o inferno ser-lhe-á suficiente castigo. Que funesta morada” (2:206).
– O soberbo é abominável ao Senhor. Temos nós ideia do que significa ser abominável a Deus? Há, por acaso, saída para quem Deus abomina? Evidentemente que não! Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb.10:31). Por que, então, contendermos contra o Senhor? Por que recusarmos aprender d’Ele e seguirmos a Sua Palavra? Os olhos altivos são aborrecidos por Deus (Pv.6:16,17).
– O soberbo produz contendas contra Deus e contra os demais homens. “O altivo de ânimo levanta contendas, mas o que confia no Senhor engordará” (Pv.28:25). “Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria” (Pv.13:10).
– Como já se disse antes, a atitude do soberbo faz com que se gere uma afronta, que não é apenas contra Deus, mas contra o próximo. ”Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; trata com indignação e soberba” (Pv.21:24). O soberbo não apenas zomba de Deus, mas, também, do próximo, e sua conduta gera nos outros uma indignação, visto que o soberbo, por se considerar superior, despreza os outros, o que gera uma reação proporcional de antipatia e mal-estar.
– Além de ter a Deus como um verdadeiro inimigo, o soberbo também acaba gerando conflitos com o próximo, pois seu orgulho o faz prejudicar o próximo, competir com ele, querer o seu mal. Enquanto o humilde, por confiar em Deus, tem “gordura”, ou seja, prosperidade, entendida esta não apenas no aspecto material, mas como uma situação de paz, de descanso, de calma que propiciam até o desenvolvimento.
– Se isto ainda fosse pouco, o fato é que “na boca do tolo está a vara da soberba, mas os lábios do sábio preservá-lo-ão” (Pv.14:3), ou seja, o próprio linguajar do soberbo, que traduz a malignidade do seu coração (como se viu na lição 5), produz para o próprio soberbo um sofrimento, uma reação contrária da parte dos outros, daí porque se dizer que, em sua boca, está a “vara da soberba”. Sua própria expressão faz-lhe sofrer o dano. Não foi, porventura, o que ocorreu seja com Satanás, seja com Nabucodonosor?
– Sejamos, pois, humildes, para que alcancemos a sabedoria e, com ela, a vida eterna, a eterna companhia do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém! OBS: Como diz o Talmude: “…Quem está destinado ao mundo vindouro? Aquele que é manso, humilde, que se inclina quando entra e quando sai, que é um constante estudante da Torah sem clamar qualquer mérito por isto.…” (Sanhedrin 88b).
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
Site: http://www.portalebd.org.br/files/4T2013_L7_caramuru.pdf