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LIÇÃO Nº 8 – ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO

(A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO – Lc.10:25-37)    

O próximo é o outro.

 INTRODUÇÃO

 – Na sequência de estudo de parábolas de Jesus, analisaremos a parábola do bom samaritano.

 – O próximo é o outro.

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 I – AS CIRCUNSTÂNCIAS DA PARÁBOLA E A PARÁBOLA PROPRIAMENTE DITA

– Na sequência de estudos das parábolas de Jesus, analisaremos a parábola do bom samaritano, mais uma parábola que somente é registrada por Lucas.

 – Como já dito ao longo do trimestre, Lucas foi o evangelista que mais parábolas registrou, dentro do seu objetivo de anunciar Jesus como o homem perfeito para as pessoas de cultura grega,

como era o caso do próprio evangelista, o único não judeu a participar da elaboração das Escrituras Sagradas, e não havia, dentro dos parâmetros culturais gregos, apresentar alguém como homem perfeito se não fosse ele dotado de sabedoria (I Co.1:22) e a

utilização de parábolas era um indicativo de que Jesus era não somente sábio, mas a própria sabedoria de Deus (Lc.11:49), pois de elementos corriqueiros do cotidiano podia extrair profundas e novas verdades espirituais.

 – Esta parábola, segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Fran Klassen, foi proferida quando Jesus inicia o Seu ministério na Pereia, logo após terem retornado os setenta discípulos que haviam realizado um “estágio de evangelização” (Lc.10:1-12), em novembro de 28 d.C.

 – Como se trata de uma parábola registrada por Lucas, temos a circunstância em que ela foi proferida, como resposta a uma justificativa de um doutor da lei que havia indagado o Senhor Jesus sobre o que seria necessário fazer para se herdar a vida eterna,

pergunta que foi devolvida por Nosso Senhor com outra pergunta, para que o doutor da lei respondesse ao que havia perguntado, tendo, então, o doutor da lei respondido com os dois grandes mandamentos: o amor a Deus e o amor ao próximo.

 Jesus, então, disse-lhe que fizesse isso e alcançaria a salvação, mas o doutor da lei, então, querendo se justificar, perguntou-lhe quem era o seu próximo e, em resposta, o Senhor Jesus contou, então, a parábola do bom samaritano (Lc.10:25-29).

– Tem-se, então, que esta parábola é dirigida a um doutor da lei que queria pôr à prova Jesus mas que não vivia de acordo com os preceitos dos quais se dizia ser perito, o que era, infelizmente, a tônica dos escribas e fariseus daquele tempo, que não viviam aquilo que ensinavam (Mt.23:2,3).

Hipocritamente, aquele doutor da lei queria se valer de uma suposta ignorância para justificar o seu modo de viver em contrariedade aos mandamentos divinos, mas, tanto na devolução da pergunta quanto na parábola que lhe é contada,

Cristo desmascara sua hipocrisia e vã religiosidade, mostrando que não há como herdar a vida eterna se não se tiver o amor de Deus, amor de Deus que somente pode nos ser concedido pelo Espírito Santo, quando cremos em Jesus (Rm.5:1-5).

 – A parábola do bom samaritano insere-se, assim, em mais uma denúncia contra a religiosidade vazia predominante na sociedade judaica dos dias de Jesus e que, também, tem sido a tônica entre os que cristãos se dizem ser nestes dias de apostasia espiritual,

sendo um riquíssimo ensino para que reflitamos sobre a autenticidade de nossa vida cristã, até porque é o amor o sinal identificador dos verdadeiros e genuínos discípulos do Senhor (Jo.13:35).

 – Nesta parábola, Jesus conta que havia uma pessoa que estava indo de Jerusalém para Jericó e foi assaltado, sendo deixado meio morto. Um sacerdote passou pela estrada, viu a vítima e passou de largo; um levita, também, teve o mesmo procedimento.

 Mas um samaritano, ao ver aquela pessoa, parou para socorrê-la, fez os primeiros socorros, levou-a até uma estalagem e mandou que se prosseguissem os cuidados pois, quando voltasse, pagaria eventualmente o que se gastasse além do que já deixava à disposição daquele estabelecimento.

Em seguida, perguntou o Senhor ao doutor da lei quem tinha sido o próximo naquela situação e o doutor da lei, sem mencionar que era o samaritano, dados seus pruridos culturais, disse que era “aquele que havia tido misericórdia”, tendo, então, o Senhor disse àquele homem que fizesse da mesma maneira.

 II – A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA (I): A VÍTIMA DOS SALTEADORES E OS SALTEADORES

 – Indagado quem era o próximo pelo doutor da lei, Jesus toma uma cena muito comum para aquele doutor da lei que, na qualidade de doutor da lei, era pessoa que, certamente, bem conhecia Jerusalém, pois, além de ser a sede do templo, era o principal centro de estudos da lei naquela época, onde, certamente, em algum momento da vida, aquele doutor da lei havia estudado.

 – Jesus menciona que um homem descia de Jerusalém para Jericó. Fazia o Senhor, então, menção de uma estrada que ligava Jerusalém, que ficava numa parte alta, até Jericó, que, pelo contrário, situava-se numa parte baixa da terra de Canaã, às margens do rio Jordão, já em direção ao Mar Morto, que é a região mais baixa do planeta. 

 – Com efeito, Jerusalém fica localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mediterrâneo e o mar Morto, com aproximadamente 760 metros de altitude, enquanto que Jericó fica encrustada na parte inferior da costa que conduz à serra de Judá, a uns 8 quilômetros da costa setentrional da parte seca do Mar Morto (a quase 240 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo) e aproximadamente a 27 km de Jerusalém.

Portanto, ir de Jerusalém até Jericó importa em transitar 27 km e a descer de 760 metros para -240 metros, ou seja, uma diferença de altitude de 1.000 metros.

– Naquele tempo, a estrada que ligava Jerusalém a Jericó era extremamente perigosa, pois, como se tratava de uma estrada íngreme, era um local em que, facilmente, se podia ser assaltado, sendo, portanto, o episódio contado pelo Senhor de fácil ocorrência e que de todos era conhecido,

algo como se hoje se relatasse, para um brasileiro, a respeito de uma troca de tiros numa favela de uma grande cidade brasileira, como o Rio de Janeiro, notícia praticamente diária e repetida, para tristeza nossa, indefinidamente em nossos meios de comunicação.

– Flávio Josefo (37 ou 38 – 100) diz que esta estrada é “pedregosa e deserta” (Guerra dos Judeus, IV.27, 338. In: História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.3, , p.132), o que revela a sua periculosidade, sendo que Russell Norman Champlin (1933-2018) informa que o pai da Igreja Jerônimo (347-420), dizia tratar-se de uma estrada perigosa e frequentada por assaltantes, quase 400 anos depois que Jesus proferiu esta parábola.

 – Tratava-se, portanto, de um homem que foi vítima de uma circunstância normal, a que todos estavam sujeitos, um homem comum, que não se distinguiria de qualquer outro. Poder-se-ia, inclusive, inferir que tivesse ido a Jerusalém para adorar a Deus, cumprindo, assim, a lei, que determinava como único local de adoração o templo de Jerusalém (Dt.12:4-14).

 – Alguns interpretam este homem como sendo figura de alguém que estava se distanciando da presença de Deus, de um “desviado espiritual”, pois estaria “descendo” de Jerusalém, símbolo da presença de Deus,

pois a cidade onde se encontrava o templo, a habitação do Senhor, para Jericó, uma cidade amaldiçoada (Js.6:26,27), que foi interditada por Deus e que somente foi reconstruída no reinado de Acabe, em mais uma demonstração do nível de apostasia espiritual alcançada naquele tempo (I Rs.16:34),

cidade que havia, nos dias de Herodes, o Grande, se transformado em “capital de inverno” daquele rei e que, para tanto, havia mandado construir um teatro, uma fortaleza e um hipódromo, o que reforçara o caráter “gentílico” da cidade, a torna-la ainda mais abominável aos olhos dos judeus.

O próprio Jesus, mesmo, somente foi a Jericó uma vez durante o Seu ministério (Mt.20:29-34; Mc.10:46-52; Lc.18:35-43), a reforçar este caráter maldito da cidade.

 – Destarte, este homem representaria os que saem da presença de Deus e estão em direção à perdição eterna.

No entanto, embora cabível até esta aplicação, o fato é que o contexto não nos permite dizer que se tratava de um “desviado espiritual”, até porque, como dissemos, podia ser até que o homem tivesse ido a Jerusalém para adorar a Deus e retornava para a sua cidade.

De qualquer modo, esta analogia pode nos dizer que se tratava de um homem comum, de qualquer ser humano, pois todos os homens pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm.3:23), de sorte que todos nós, sem exceção, quando pecamos, e o pecado nos é inevitável, saímos da presença de Deus (“Jerusalém”) e começamos a nossa caminhada para o lago de fogo e enxofre, para a eterna perdição (“Jericó”), sentido este que está perfeitamente consonante ao ensino que Jesus nos quer dar de que o próximo é qualquer outro ser humano que não nós mesmos.

 – Neste caminho de Jerusalém para Jericó, extremamente perigoso, o homem é surpreendido por salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, retiraram-se, deixando-o meio morto (Lc.10:30).

As estradas, ainda hoje, são infestadas de ladrões, que se aproveitam da vulnerabilidade dos viajantes, máxime naqueles dias e em uma estrada tão perigosa e deserta como era a relatada na parábola.

Os salteadores eram ímpios, não tinham dó algum, tanto que, além de despojar o viajante de seus bens, ainda o espancaram e o deixaram meio morto porque, certamente, achavam que ele já havia morrido, como fizeram os habitantes de Listra com o apóstolo Paulo (At.14:19).

 – Na analogia utilizada por alguns, temos aqui, nos salteadores, uma figura não só dos agentes de Satanás, mas do próprio diabo, que é o nosso adversário (Tt.2:8; I Pe.5:8), sendo, aliás, este o significado da palavra hebraica “Satanás”.

Jesus bem disse que Ele é o bom pastor, mas os outros são ladrões, que vêm para matar, roubar e destruir (Jo.10:10).

 Muitos criticam os que aplicam este texto ao diabo, dizendo que o texto, em si, fala apenas dos que vieram antes de Jesus e que não são a porta das ovelhas, mas é inegável que estes ladrões e salteadores agem sob a direção do adversário, que é Satanás, que também é homicida desde o princípio  e mentiroso por natureza (Jo.8:44), de modo que a aplicação de Jo.10:10 encontra plena guarida hermenêutica.

 – No pecado, o homem, ao descer de Jerusalém para Jericó, encontra, pelo caminho, os salteadores, que darão “continuidade ao serviço da contínua e progressiva matança, roubo e destruição”, deixando o ser humano caído e meio morto.

Não há, jamais, uma destruição total, porquanto Deus, na Sua infinita graça, sempre dá uma real oportunidade de salvação a todo ser humano, ainda que esteja ele inevitavelmente caminhando para a perdição eterna e sendo alvo dos salteadores que se encontram neste caminho.

O homem no pecado, sem proteção, estará sempre à mercê dos salteadores, que o despojarão de sua dignidade e sempre o espancarão, deixando-o meio morto.

 – Esta é a situação de todo ser humano, esta é a situação da humanidade, que está, portanto, a depender de alguém que lhe venha restaurar a vida, que está por um fio, que está quase que irreversivelmente destruída.

 – Aquele homem era uma pessoa necessitada, que precisava urgentemente do auxílio de alguém, tinhase ali uma questão de vida ou de morte, a exigir da parte de qualquer pessoa uma ação imediata, sob pena de aquele homem vir a perecer. Impossível ter-se uma situação tão urgente quanto aquela descrita pelo Senhor Jesus.

 III – A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA

(II): O SACERDOTE E O LEVITA

 – A outra personagem da parábola é o sacerdote, que, diz o Senhor, ocasionalmente, também descia pela mesma estrada e que, ao ver o moribundo, passou de largo, ou seja, convenientemente desviou seu caminho, para “não se envolver” com a situação.

 – O sacerdote vinha de Jerusalém e poderia até pertencer a uma turma que havia acabado de oficiar no templo e, se isto tivesse acontecido, era um sacerdote que estava no auge de sua carreira sacerdotal, já que, em razão do grande número de sacerdotes,

os sacerdotes só tinham oportunidade, no mais das vezes, de servir uma única vez no templo durante todo o seu período sacerdotal, que durava 25 anos (Nm.8:24,24), já que havia 24 turmas sacerdotais (I Cr.24:1-19), uma oficiando a cada metade de um mês.

 – Podia ser, também, que o sacerdote não tinha oficiado, tinha ido a Jerusalém para adorar, como de resto todo israelita, ou, ainda, podia ser um sacerdote já mais experiente, que tivesse ultrapassado o período de ofício sacerdotal, e que agora era um “mestre”, um ensinador da lei em todo o Israel, que saía de Jerusalém para Jericó com este intuito. 

– O fato é que se tratava de um sacerdote e, como tal, descendente que era de Arão, alguém diferenciado dentre os israelitas, alguém dotado de autoridade, uma referência, um conhecedor profundo da lei de Moisés e, por conseguinte, dos dois grandes mandamentos mencionados pelo doutor da lei antes de Jesus proferir a parábola.

 – Como sacerdote, sua função era interceder junto a Deus pelo povo. Ao oferecer sacrifícios, estava a pedir perdão pelo povo, estava a transformar o que era comum ou profano em sagrado, tanto que tudo o que oferecia se tornava santo. 

 – Como sacerdote, era, portanto, alguém que tinha de ter compaixão, que tinha de sentir a miséria do pecado daqueles que lhes traziam as oferendas, que tinha de se pôr no lugar do outro, assim como Arão havia feito no episódio do bezerro de ouro, a ponto de ele ter levado os israelitas a se humilhar, atitude que o fizera digno de assumir o sumo sacerdócio (Ex.32:25).

 – Como sacerdote, devia ser alguém que tinha plena consciência da sua própria fraqueza diante de Deus, tanto que também oferecia sacrifícios por si mesmo (Hb.5:2,3), o que o obrigava, como nunca, a se compadecer dos ignorantes e errados,

pois sabia bem o que significava o pecado na vida dos homens, como havia uma separação entre Deus e os homens por causa das transgressões (Is.59:2) e como se precisava da graça e misericórdia divinas para se superar tal divisão.

 

– Como sacerdote, devia ser alguém que sabia que a sua função era fundamental para que se fizesse tal mediação e que se deveria tratar a todos com amor e consideração, a fim de que pudessem todos ter a bênção e o perdão divinos.

 – Como sacerdote, portanto, ao ver aquela pessoa aparentemente morta na estrada, era seu dever verificar o estado daquela pessoa, auxiliá-la se fosse possível, pois, afinal de contas, ele era um sacerdote, alguém escolhido por Deus, que tinha tido a honra de uma escolha divina para trazer o bem aos outros.

 – No entanto, a sua atitude foi bem outra. Em vez de se compadecer, ele se distanciou daquele moribundo, “passando de largo”.

Não teve qualquer compaixão, não sentiu coisa alguma pelo sofrimento do outro. Pensou apenas em si mesmo, não queria qualquer comprometimento e prosseguiu seu caminho como se nada tivesse visto, como se nada tivesse acontecido.

 – Poderia, aliás, até em seu pensamento, ter pensado que talvez aquele homem já estivesse morto e, portanto, não poderia tocá-lo, pois isto lhe era vedado, salvo se se tratasse de um parente mais chegado a ele (Lv.21:13), mas o fato é que nem sequer se aproximou da pessoa para saber se estava, ou não, morta. Não havia, pois, justificativa para esta indiferença, para esta falta de amor.

 – Nós, também, fomos feitos sacerdotes e reis para Deus e Pai de Jesus, porque o Senhor nos ama e em Seu sangue nos lavou de nossos pecados (Ap.1:5,6), e assim fomos feitos para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (I Pe.2:9).

Assim, não podemos, em hipótese alguma, ter a atitude que teve o sacerdote da parábola, mas devemos, sim, ir ao encontro dos moribundos que estão sendo despojados e espancados pelos salteadores na “estrada descendente da vida sem Deus”, lembrando, ainda, que nem mesmo a justificativa cerimonial que poderia ser apresentada pelo sacerdotes nós temos, já que tais ditames não mais estão em vigor desde a morte de Cristo no Calvário.

 – Mas o Senhor não Se limita a mencionar um sacerdote. Também faz questão de dizer que passou pelo mesmo caminho um levita, que também descia de Jerusalém para Jericó, o qual, a exemplo do sacerdote, também passou de largo ao ver o moribundo na estrada.

 – O levita não era sacerdote, mas era um auxiliar do sacerdote, ou seja, também era envolvido com as coisas atinentes ao culto, com as coisas relacionadas a Deus.

Pertencia a uma tribo que, por ter se decidido a ficar ao lado do Senhor no episódio do bezerro de ouro (Ex.32:26), havia sido escolhida para ter por herança o próprio Deus e os dízimos (Nm.18:20-24).

 – Assim, os levitas não tinham outro encargo no meio do povo senão o de cuidar das coisas atinentes a Deus, auxiliando os sacerdotes e executando todos os serviços direta ou indiretamente relacionados com o culto a Deus.

Talvez este levita estivesse retornando de um período de serviço no templo em Jerusalém, ou, ainda, tinha ido a Jerusalém para prestar contas de algum serviço ou trabalho realizado em algum lugar, pois os levitas também podiam ensinar a lei e até julgar causas pelo país.

 – De qualquer maneira, como levita, devia estar dedicado também ao bem-estar do próximo, até porque um dos grandes mandamentos da lei era amar o próximo como a si mesmo e ele era de uma tribo que não tinha que se preocupar com a sua própria sobrevivência, que era garantida pelo restante do povo. 

 – No entanto, a exemplo do sacerdote, preferiu “passar de largo”, fingir que não havia visto aquela situação de extrema necessidade.

Era alguém que não tinha compaixão alguma pelo outro, apesar de depender, para sua própria sobrevivência, da compaixão dos demais, já que vivia dos dízimos e da benevolência dos demais israelitas (Dt.12:12,18,19; 14:27,29; 16:11,14; 26:12,13), e, como tal, deveria ter consciência da necessidade que tinha de que a compaixão estivesse presente na vida das pessoas para a sua própria subsistência.

 – Nada disso, porém, sensibilizou o levita, que, ao ver o moribundo, simplesmente “passou de largo”, sem demonstrar nenhum gesto de solidariedade, tendo, até, por justificativa, a circunstância de que, se tocasse aquela pessoa e ela estivesse morta, teria de se manter imundo durante sete dias (Nm.19:11-22) e isto, certamente, atrapalharia, e muito, o que tinha planejado para a sua própria vida.

 – Tanto o sacerdote quanto o levita podiam, também, adotar a mesma justificativa que o doutor da lei havia dito ao Senhor Jesus e que motivara a parábola:

 seria aquele moribundo, uma pessoa completamente desconhecida e que aparentava estar morto, um próximo? Ante a “ignorância” quanto a esta característica, nada mais correto do que evitar-se a contaminação cerimonial e se prosseguir o seu caminho.

 – Ambos, sacerdote e levita, estavam também descendo de Jerusalém para Jericó, o que, na já aludida interpretação que vê nesta descida a situação de pecaminosidade do homem, revela-nos que a religiosidade, por si só, não muda este trágico destino da humanidade, que é o da perdição eterna.

 Religiões não salvam, pois religiões nada mais são que criações humanas que buscam religar o homem a Deus, sendo que o homem jamais tem condições de, com suas próprias forças, superar o pecado e obter tal reconciliação com o seu Criador.

 – As religiões são nascidas dentro da ideia da autossuficiência humana, precisamente o engano que levou o primeiro casal a pecar ao achar que poderiam viver independentemente de Deus (Gn.3:4,5), e uma ideia com tal origem não pode ter outra consequência senão a do desprezo do outro, a da desconsideração do próximo, pois quem quer viver para si, quem se acha independente de Deus, como poderá levar em conta o outro, o próximo?

Quem quer viver independente de Deus, quer, também, viver independente do próximo, acha-se autossuficiente e, como tal, não leva em conta o outro, “passa de largo” ao ver uma situação de necessidade de alguém, como fizeram o sacerdote e o levita, como queria fazer o próprio doutor da lei que motivara Jesus a contar esta parábola.

 – A pergunta trazida pelo doutor da lei a Jesus revelava claramente tratar-se ele de uma pessoa religiosa.

Sua preocupação era o que deveria fazer para herdar a vida eterna (Lc.10:25). Ou seja, o doutor da lei dava como assunto pacífico, como questão já resolvida que a vida eterna seria ganha com boas obras, com a prática de atos que tornassem a pessoa justa diante de Deus, ou seja, era o próprio esforço, o próprio mérito que permitiria alguém alcançar a beatitude, a felicidade eterna.

 – Tinha sido este o crucial problema da religião judaica. Os judeus haviam desenvolvido uma religiosidade a partir da lei que lhe fora concedida pelo Senhor.

Assim, a lei santa, o mandamento santo, justo e bom (Rm.7:12) havia se tornado num fardo pesado e difícil de suportar posto nos ombros dos homens (Mt.23:4), em mais uma religião, como as religiões dos demais povos.

Tratava-se de uma questão de “fazer” isto ou aquilo para se ter a benevolência divina, não numa questão de “ser” imagem e semelhança de Deus, de assumir um caráter de filho de Deus, e, por conseguinte, ser moldado à imagem de Cristo (Rm.8:29), o que somente se teria se se agisse com amor, pois Deus é amor (I Jo.4:8).

 IV – A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA

(III) : O SAMARITANO

 – Surge, então, a nova personagem, que Jesus chama de “um samaritano”, uma expressão indefinida que também havia sido utilizada para o sacerdote e para o levita, a nos mostrar que não há acepção de pessoas para Deus (Dt.10:17; At.10:34).

Tanto o sacerdote, quanto o levita como o samaritano eram tratados do mesmo modo pelo Senhor.

 – Esta igualdade, aliás, é demonstrada por Nosso Senhor quando faz questão de qualificar esta terceira personagem como um “samaritano”, pessoa com quem sequer os judeus se comunicavam (Jo.4:9).

 – A origem dos samaritanos está relacionada com a destruição do reino do norte, do reino das dez tribos.

Quando as dez tribos foram levadas cativas para a Assíria, os assírios mandaram para a região antes ocupada por elas pessoas de diversas nacionalidades, que passaram a habitar ali.

Tais pessoas, gentias, começaram a adorar os seus deuses e o Senhor mandou leões entre elas e, então, temerosas a respeito do Senhor, pediram ao rei da Assíria que lhes mandassem sacerdotes que os orientassem como “adorar” o Deus de Israel, o que foi feito, passando, então, os samaritanos a prestar culto tanto a Deus quanto a seus deuses nacionais (I Rs.17:24-41).

 

– Ora, é evidente que tais gentios não podiam ser aceitos pelos judeus, pois, além de não serem judeus, eram politeístas e tratavam a Deus como apenas uma divindade a mais.

Depois do cativeiro da Babilônia, os samaritanos, e eram assim chamados porque a principal cidade da região era Samaria, a antiga capital do reino do norte e que se tornou sede de uma província do reino persa, quiseram ajudar na reconstrução do templo, o que não lhes foi permitido fazer (Ed.4:1-5). 

 – A partir daí, os samaritanos se tornaram grandes inimigos dos judeus, tendo tentado impedir a reconstrução do templo (Ed.4:6-24), como também a reconstrução de Jerusalém sob o comando de Neemias, quando quem governava Samaria era Sambalate (Ne.2:19;4:1-3,7-8;6).

 – Tal inimizade perdurou, também, durante o chamado “período intertestamentário”, pois, como nos conta Flávio Josefo, os samaritanos sempre tentavam se envolver no culto a Deus, tendo chegado, inclusive, a persuadir Alexandre, o Grande para, primeiro, construir um templo rival ao de Jerusalém no monte Gerizim, o que conseguiram (Antiguidades Judaicas XI, 8, 452. In: História dos Hebreus. Trad. Vicente Pedroso, v.1, p.249), tendo, então, construído este outro templo, que é o templo mencionado pela mulher samaritana (Jo.4:21), templo que, neste tempo de Jesus, já não mais existia, destruído que fora pelo rei e sumo sacerdote hasmoneu João Hircano I em 128 a.C. (Antiguidades Judaicas XIII, 18. In; idem, v.2, p.51).

 – Como mais uma demonstração de inimizade entre judeus e samaritanos, os samaritanos, por segundo, persuadiram Alexandre, o Grande, a destruir Jerusalém, o que somente não ocorreu porque o sumo sacerdote foi ao encontro do rei da Macedônia que o identificou com uma pessoa que havia visto num sonho e só por isso não destruiu a cidade e o templo, como se vê no livro “Antiguidades Judaicas”, no livro XI, no capítulo 8.

 – Jesus, mesmo, foi vítima desta inimizade entre judeus e samaritanos, ao ser impedido de pousar numa aldeia samaritana porque estava indo adorar em Jerusalém (Lc.9:51-53), episódio acontecido um pouquinho antes de se proferir esta parábola, o que nos permite inferir que também Jesus queria mostrar aos discípulos qual era o “Seu espírito”, que não comportava a inimizade contra os samaritanos, o preconceito religioso ou étnico (Lc.9:55).

 – Se havia, portanto, alguém que não era digno de ser considerado “próximo” dos judeus eram os samaritanos que, além de serem gentios e reduzirem Deus a uma divindade igual às demais, haviam sempre procurado destruir o povo de Israel desde que eles haviam retornado ao cativeiro.

 – Não é dito que o samaritano descia de Jerusalém para Jericó. Diz-se apenas que ele vinha de viagem, de modo que poderia tanto estar indo de Jerusalém para Jericó, como também de Jericó para Jerusalém.

Ao dizer que vinha de viagem, o Senhor Jesus também mostra que, por se tratar de um samaritano, era alguém que não estava indo nem vindo de adorar a Deus, pois era pessoa completamente alheia aos serviços religiosos do templo.

 

– Não se tratava, portanto, de uma pessoa religiosa, como o sacerdote e o levita, alguém que não estava preso nem a Jerusalém, nem a Jericó, alguém que estava “de viagem”.

 – Neste ponto, podemos observar que o samaritano representa bem aos discípulos de Jesus, como ao próprio Jesus.

Jesus veio a este mundo para salvar a humanidade, estava aqui apenas de passagem, tinha vindo do Pai e voltaria para o Pai (Jo.16:28), aqui não era o Seu descanso (Mq.2:10) e Sua ida ao Pai deveria ser motivo de alegria para todos nós, pois era a prova indelével de que tinha cumprido satisfatoriamente a Sua missão salvífica (Jo.14:28).

 – Nós, também, somos aqui peregrinos, pessoas que estão “viajando” em direção aos céus (Sl.119:19; Hb.11:13; I Pe.1:17; 2:11), tendo sido muito feliz John Bunyan (1628-1688) ao escrever a alegria do “Peregrino”, assim qualificando a vida cristã, que nada mais é que uma vida de peregrinação, uma viagem que se faz nesta Terra em direção ao céu, sob a direção do Espírito Santo, por termos crido em Jesus.

 – Assim como o samaritano, não estamos presos a dogmas religiosos criados pelos homens, não estamos presos a formalismos e a pruridos gerados num ambiente de autossuficiência e egoísmo. Assim como o Senhor Jesus, estamos aqui para servir e não para ser servidos (Mt.20:26-28; Mc.10:42-45).

 – O samaritano, ao ver o moribundo, parou, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão, aproximando-se dele.

O samaritano tinha diversos motivos para não fazer o que fez: por primeiro, a pessoa moribunda, certamente, era um judeu, que vinha de Jerusalém, ou seja, quase certamente era um inimigo.

Observemos que os judeus nem sequer se comunicavam com samaritanos e vice-versa, como, então, parar para ajudar um judeu, verificar se estava vivo, ou não?

– Por segundo, o samaritano, embora não estivesse submetido às leis cerimoniais judaicas, também tinha todas as justificativas para não parar nem atender àquele moribundo, até porque estava em território judaico, onde era considerado um inimigo, e o toque de uma pessoa morta o tornaria imundo, o que complicaria, ainda mais, a sua situação durante a sua “viagem”.

 – Por terceiro, a parada naquela estrada perigosa era também um alto risco, máxime por se tratar de um samaritano, cuja dignidade diante de todos era nenhuma, já que era considerado um inimigo. Assim, além de correr o risco de também ser assaltado, poderia ser tratado ainda mais cruelmente do que aquele moribundo.

 – Apesar de todas estas razões, altamente justificantes de um “passar de largo”, o samaritano, ao ver o moribundo, teve íntima compaixão por ele e esta compaixão, que deveria ter existido no sacerdote e no levita, pelas razões já ditas supra, e que não tinha razão alguma, em termos humanos para existir no samaritano, foi o fator que o fez enfrentar todos os obstáculos para ajudar aquela pessoa necessitada.

 – Foi uma “íntima compaixão”, ou seja, algo que viera do interior para o exterior, algo de dentro de seu ser, algo de sua natureza, a nos mostrar que a transformação do homem deve ser feita a partir do seu interior, a partir da fé em Cristo Jesus, que nos traz o amor de Deus em nosso espírito, derramado pelo Espírito Santo, e que se espraia por todo nosso ser.

 – O samaritano aproximou-se do homem. Observemos que ele não descumpriu a lei mosaica, embora não estivesse submetido formalmente a ela.

Somente tocou no moribundo ao constatar que não estava morto, que ainda tinha chance de sobrevivência. Jesus cumpriu a lei (Mt.5:17) e todos os Seus discípulos igualmente a cumprem, não porque fazem isto ou aquilo, mas porque, tendo sido transformados de dentro para fora, tendo nascido de novo e se tornado novas criaturas, não pecam, têm amor e quem ama cumpre a lei (Rm.13:8,9; Tg.2:8).

 – Ao ver que o homem ainda vivia, o samaritano atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho e, pondo-o sobre a cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.

Em suma: o samaritano prestou os primeiros socorros, assumiu a responsabilidade pelo restabelecimento da saúde daquele desconhecido e o levou a uma estalagem para que o tratamento se completasse, agindo única e exclusivamente por amor, de modo desinteressado, sem medir esforços ou recursos, vendo naquele outro ser humano a imagem e semelhança de Deus, pouco importando se era judeu.

 – É este o ensinamento que devemos ter aqui: quem ama o próximo quer que ele viva, quer que ele saia daquela condição de “meio morto” que lhe foi deixado pelos salteadores.

Usa tudo o que tem ao seu alcance para promover esta restauração, sabendo que não pode fazê-lo sozinho, tanto que levou o moribundo para uma estalagem para ali completar o tratamento.

 – Há quem procure, também, encontrar na forma do tratamento dado pelo samaritano uma tipologia, elementos, porém, que são secundários da parábola e sobre os quais, portanto, não devemos nos prender. 

 – Assim, buscam ver no uso do azeite e do vinho a ação tanto do Espírito Santo quanto do sangue de Cristo no processo da salvação.

Lembremos que azeite e vinho eram substâncias normalmente utilizadas como remédio para tratamento de feridas, de modo que Jesus, ao mencioná-las, não está a querer fazer uma teorização da salvação, ou um ensino a respeito da salvação, já que está apenas a contar a história de um viajante que ajuda o próximo, já que seu objetivo é dizer quem é o próximo.

 – No entanto, assim como se pode entender que o moribundo é a humanidade, também se pode apresentar esta figura de que só o sangue de Cristo pode purificar do pecado, pode trazer vida para o homem que se encontra morto em seus delitos e pecados (Ef.2:1), como também quem vivifica é o Espírito Santo, que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:7).

Tudo isto provém da fé produzida pela Palavra (Rm.10:17), Palavra que é o próprio Jesus (Jo.1:1,14; 5:39, 17:17), de modo que todo discípulo de Cristo tem de pregar a Cristo e Este, crucificado (I Co.2:2), pois só assim poderá levar “azeite e vinho” para os incrédulos que necessitam conhecer o Evangelho para poder se arrepender de seus pecados.

 – Entretanto, o ser humano, mesmo tendo recebido o Espírito Santo e crido no sacrifício vicário de Cristo, alcançando, assim, a salvação (Rm.5:1-5; 10:9),

não poderá sobreviver se não for levado para a estalagem, que é a igreja local, onde o tratamento será completado, pois, se a salvação é individual, o nosso crescimento não no é, pois dependemos da comunhão com o outro, do exercício do amor, que nos identifica como servos de Jesus.

 – A estalagem também é um local temporário, onde se fica por um tempo. A igreja local é onde servimos a Deus enquanto o Senhor não reúne toda a igreja, o que ocorrerá no dia do arrebatamento, quando então estaremos para sempre com o Senhor.

 – O samaritano, ao chegar a estalagem, hospedou o moribundo e, no dia seguinte, partiu, deixando dois dinheiros para o hospedeiro, dizendo para que ele cuidasse daquela pessoa e tudo o que fosse gasto seria depois por ele reembolsado quando voltasse.

 – O samaritano não só se comprometeu com a situação de urgência, como também com o pronto restabelecimento, pois quem ama não se preocupa apenas em “evitar o pior”, mas em fazer a obra completa, porque o amor é total (I Co.13:7).

 – Neste gesto do samaritano, muitos também procuram extrair uma tipologia. O hospedeiro seria o Espírito Santo, que foi mandado por Cristo para cuidar da Igreja até a Sua volta (Jo.14:16) e os “dois dinheiros” seria o “patrimônio de Cristo” deixado para a Igreja, ou seja, todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3), aquilo que era de Cristo e que foi deixado ao Espírito Santo para no-lo dar (Jo.16:15).

Aqui também se teria a promessa da volta do Senhor Jesus, pois o samaritano disse que iria voltar e, na Sua volta, pagar o que mais fosse gasto, o que representaria o galardão que está com Ele para dar a cada um segundo a Sua obra (Ap.22:12).

 – Após ter contado a parábola, o Senhor Jesus perguntou ao doutor da lei quem lhe parecia ter sido o próximo e o doutro da lei, cheio de preconceito, não diz que foi o samaritano, mas, sim, “o que usou de misericórdia para com ele”, para não ter de dizer que se tratava de um samaritano.

O Senhor, então, disse para que ele fosse e fizesse da mesma maneira, que, então, herdaria a vida eterna.

 V – OS ENSINAMENTOS DA PARÁBOLA

 – Jesus, nesta parábola, diz-nos Lucas, quis ensinar quem era o próximo, a fim de que dúvida alguma se tivesse quanto ao segundo grande mandamento da lei, que é o do amor ao próximo, mandamento cujo cumprimento, ao lado do primeiro, que é o amor a Deus, são necessários para que se possa herdar a vida eterna.

 – É este o objetivo da parábola e, portanto, ao interpretá-la, devemos ter nossa atenção voltada para este tema, ainda que se possam extrair aplicações, que foram até mencionadas neste estudo, que, entretanto, não se constituem no âmago e na essência do ensino pretendido por Nosso Senhor e Salvador.

 – A parábola ensina-nos que qualquer pessoa é nosso próximo. O próximo é qualquer ser humano e não podemos herdar a vida eterna se não amarmos as outras pessoas, independentemente de quem elas sejam.

Na parábola, Jesus fez tornar-se o próximo um samaritano, que era, sabidamente, dentro da cultura judaica, a última pessoa que poderia assumir tal posição, já que os samaritanos odiavam os judeus e vice-versa.

 – Somente pode herdar a vida eterna quem levar em conta que o próximo é qualquer pessoa e que todo ser humano é imagem e semelhança de Deus e, portanto, deve ser respeito, considerado e, sobretudo, amado.

Assim como Deus ama todas as pessoas, a ponto de ter mandado Seu Filho Jesus Cristo para morrer em lugar delas todas, nós, também, devemos amar a todos, indistintamente.

 – Viver sem levar em conta o outro, sem considerar o outro como o próximo, é não ser discípulo de Cristo, é ser apenas um religioso, um egoísta, que não terá outro destino senão o da perdição eterna, o da condenação eterna.

 – Ser uma pessoa religiosa não é ser uma pessoa salva e o Senhor Jesus deixa isto bem claro ao mostrar as personagens do sacerdote e do levita, pessoas que, no conceito religioso da época, seriam “modelos de santidade”, mas que, por serem egoístas, não se enquadravam na qualidade de “próximo” e se não formos o “próximo” e não amarmos o “próximo”, estaremos na mesma condenação.

 – Jesus amou a todos os homens e morreu por eles. Seus discípulos devem agir da mesma maneira, se é que são imagem de Cristo e irmãos d’Ele, de maneira que devemos refletir para saber se temos sido, ou não, o samaritano da parábola. Amém.

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/3118-licao-8-encontrando-o-nosso-proximo-i

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