LIÇÃO Nº 9 – BÊNÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ
A família é a base da sociedade, inclusive na vida espiritual.
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INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo do livro de Gênesis, estudaremos hoje a parte final do capítulo 9.
– A família é a base da sociedade, inclusive na vida espiritual
I – O CUIDADO DE NOÉ COM SUA FAMÍLIA – A BÊNÇÃO DE DEUS SOBRE ELA
– Após o dilúvio, Noé saiu da arca, devidamente autorizado pelo Senhor, tendo, então, feito um ato de adoração ao Senhor, algo que foi tão agradável a Deus que resultou na deliberação divina de nunca mais destruir toda a humanidade com um dilúvio (Gn.8:20-22).
– Noé saía da arca da mesma maneira como havia entrado, ou seja, sendo agradável a Deus, tendo uma vida de adoração ao Senhor, de observância da Sua Palavra, de fé no Senhor, atitude que matinha juntamente com a sua família.
– O escritor aos hebreus mostra que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6) e esta fé havia sido demonstrada por Noé, pois, divinamente avisado do dilúvio, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé (Hb.11:7).
– Noé havia crido na mensagem profética de Enoque (Cf. Jd.14,15), inclusive no próprio significado dado ao nome de seu avô, Metuselá (“quando morrer isso virá”), sabendo que era necessário crer em Deus, invocar o Seu nome e fazer a Sua vontade para que se escapasse do juízo divino sobre os ímpios e, por isso, não seguiu o caminho dos demais descendentes de Sete, que se misturaram com a linhagem impiedosa de Caim, deixando de servir ao Senhor.
– Noé, nesta sua escolha pela santidade, também formou uma família segundo os padrões bíblicos.
Assim, ao contrário dos seus contemporâneos, fundou seu lar no casamento, dando a ele o devido valor, como também manteve a monogamia, precisamente num instante em que os homens tomavam para si tantas mulheres quantas escolhiam (Gn.6:2), em total desprestígio e desvalorização do casamento (Cf. Mt.24:38).
– Noé também cuidou para que sua prole também fosse devidamente ensinada na Palavra de Deus, não permitindo que seus filhos fossem envolvidos pela corrupção generalizada que se produzia na humanidade.
Disto temos provas porque seus três filhos também constituíram suas famílias segundo os parâmetros divinos, tanto que todos eles eram também monogâmicos, já que, na arca, entraram oito pessoas, ou seja, quatro casais (Cf. I Pe.3:20).
– Noé não só mantinha um relacionamento com o Senhor, como também, dentro de seu amor ao próximo, fruto de quem realmente ama a Deus, fez com que sua mulher e seus filhos também desfrutassem desse relacionamento com o Senhor, a ponto de todos seguirem os ensinamentos divinos, mesmo diante de um quadro de corrupção generalizada da humanidade.
– Noé é um exemplo que devemos seguir. Assim como em seus dias, também vivemos hoje uma corrupção generalizada da humanidade, corrupção que se inicia pela família, pois, hoje também, temos uma depravação moral acentuada, com a total desvalorização do casamento e, por conseguinte, a destruição das famílias, pois o casamento é o elemento fundante do núcleo familiar.
– É triste vermos, hoje, que a sociedade, como um todo, vê o casamento como algo banal e sem qualquer valor, que pode ser desfeito a qualquer momento, isto quando é realizado, pois, assim como animais irracionais, o que mais se vê, ultimamente, é a proliferação de uniões que são absolutamente instáveis e que têm o propósito de tão somente satisfazer os desejos carnais dos “parceiros”.
Por isso, vemos o surgimento de “novos modelos familiares”, baseados em relacionamentos sem qualquer comprometimento, que visam tão somente a satisfação do ego de cada um, relacionamentos estes que, quando passíveis de procriação, apenas trazem ao mundo seres que sofrerão a total falta de formação em suas vidas, já que originários de ambientes onde não há amor, afeto nem condições mínimas de geração de uma moralidade e sociabilidade.
– A degradação da família nos dias de Noé levou a que a maldade se intensificasse sobre a face da Terra, que a terra se enchesse de violência e que ocorresse a total corrupção, levando à aplicação do juízo divino sobre todos os homens.
O que vemos, em nossos dias, não é diferente: a desintegração familiar tem intensificado a crueldade, violência e imoralidade em toda a humanidade e não tarda vir o juízo divino já vaticinado nas Sagradas Escrituras, que é a Grande Tribulação.
– Noé, porém, manteve a sua família dentro dos parâmetros divinos, criando seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor (Cf. Ef.6:4) e, por isso, quando recebeu o aviso divino de que o mundo seria destruído, pôde contar isso a seus familiares e eles, diante da formação que tinham e do exemplo que viam em Noé, creram nesta mensagem divina e na própria pregação de Noé, entrando na arca e se salvando da ira divina (Gn.7:7).
– O ensino dedicado da Palavra de Deus gera a fé em Deus, porque a fé vem pelo ouvir e ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17).
Pela fé, damos entrada na graça de Deus (Rm.5:2) e temos condição de agradar ao Senhor.
Se os pais tivessem a exata noção disto não cessariam jamais de realizar o culto doméstico em seus lares e jamais negligenciariam em tornar suas casas em verdadeiros altares de adoração ao Senhor.
– A família de Noé era temente a Deus, ou seja, dava o devido valor ao Senhor em suas vidas, buscavam primeiramente a Deus e obedeciam ao Senhor e, por isso, puderam se salvar da ira divina.
Precisamos, também, ser tementes a Deus, fazer de nossa família um lugar de reverência e obediência ao Senhor e, assim, também conseguiremos nos livrar da ira futura (Cf. I Ts.1:10).
– Ao sair da arca, Noé adorou ao Senhor e, embora o texto não seja explícito a respeito, entendemos que este gesto não foi apenas um ato isolado de Noé, mas acompanhado estava ele de toda a sua família, pois se tratava de uma família temente a Deus.
– Não é, pois, por outro motivo, que, após este ato de adoração, o Senhor tenha abençoado a família de Noé (Gn.9:1), e vemos aqui a segunda bênção de Deus registrada nas Escrituras Sagradas e, não por acaso, novamente dirigida à família.
A família é o lugar criado por Deus para abençoar o ser humano, o lugar propício para recebermos a bênção divina. Temos entendido isto? Temos uma vida familiar tal que permita o Senhor, por Se agradar de nós, abençoar nossos familiares?
– O Senhor abençoou Noé e seus filhos, abençoou a família, estabelecendo um pacto com aquele núcleo, que era a base de todo o recomeço da humanidade.
É a família a base da sociedade, a base da humanidade e, por isso, precisamos zelar para que nossas famílias sejam verdadeiros altares de adoração ao Senhor, verdadeiras escolas doutrinárias e, assim fazendo, a bênção divina virá sobre as famílias e, a partir delas, alcançará toda a sociedade.
– A partir desta família se povoou toda a Terra (Gn.9:19), consoante vemos na chamada “tabela das nações”, que se encontra no capítulo 10 do livro de Gênesis.
– A família de Noé havia se formado debaixo da obediência ao Senhor, havia se desenvolvido em santidade ao Senhor e, por isso mesmo, havia escapado ao juízo divino.
Agora, era abençoada por Deus e comissionada a repovoar a Terra, o que se deveria fazer, também, debaixo do temor e da santidade.
II – O DESCUIDO DE NOÉ NA VIDA FAMILIAR PÓS-DILUVIANA – A MALDIÇÃO DAÍ DECORRENTE
– Noé, então, reiniciou a vida humana sobre a face da Terra e começou, então, a lavrar a terra (Gn.9:20).
Ao assim agir, Noé estava dentro do propósito divino que havia sido reafirmado com ele e sua família.
– Com efeito, não nos esqueçamos de que Deus havia mandado que Adão lavrasse o jardim do Éden (Gn.2:15), bem como que da terra adquirisse o seu sustento, depois da queda (Gn.3:19), tendo sido isto que o primeiro casal começou a fazer a partir da expulsão do Éden (Gn.3:23), tanto que Caim a isto se dedicou, ele que era o primeiro filho do casal primordial após a queda (Gn.4:1,2).
– Noé, assim, no início de sua missão, estava perfeitamente dentro dos parâmetros divinos. Nesta sua lavoura, plantou uma vinha (Gn.9:20).
– Noé, porém, estava a enfrentar uma nova realidade climática, realidade esta que, certamente, lhe fora anunciada pelo Senhor que, em sua promessa de não mais destruir a Terra com um dilúvio, bem explicara ao patriarca que, doravante, haveria frio e calor, verão e inverno, bem como chuva sobre a face da Terra.
Noé estava a enfrentar uma situação diversa da que existira até o dilúvio, tendo, assim, de aprimorar as próprias técnicas agrícolas e prestar atenção ao que ora ocorria.
– No entanto, Noé negligenciou quanto a este aspecto. Na vinha que havia plantado, colheu as uvas e fez o vinho, tendo-o armazenado, como, aliás, certamente se costumava fazer antes do dilúvio.
Entretanto, com a nova realidade climática, não se deu conta da possibilidade da fermentação do fruto da vide e, inadvertidamente, tomou vinho fermentado, aquilo que a Bíblia Sagrada chama de “bebida forte” e, como resultado disto, acabou se embriagando, ficando nu aos olhos de todos seus familiares, o que causou evidente mal-estar e uma situação que não se coadunava com a santidade e o temor a Deus que sempre caracterizaram aquela família.
– Esta embriaguez de Noé, conquanto tenha de ser entendida literalmente, como sói ocorrer em toda interpretação do texto sagrado, tem uma nítida aplicação espiritual.
O vinho, nas Escrituras, simboliza a alegria, e, em muitas passagens, a alegria mundana, a alegria passageira e decorrente das coisas desta vida.
– É o que vemos no livro de Eclesiastes, onde Salomão faz uma pregação a respeito da vaidade deste mundo, ou seja, do vazio que as coisas terrenas representam em termos espirituais.
– Nesta sua pregação em que reflete sobre as coisas que o mundo oferece, Salomão, depois de falar do conhecimento intelectual, fala da alegria e a associa ao vinho (Cf. Ec.2:1,3), tendo chegado à conclusão que tudo era vaidade e aflição de espírito (Ec.2:11).
– Também vemos este simbolismo no vinho na exortação de Paulo aos efésios, quando os instiga a não se embriagar com o vinho em que há contenda, mas que se enchessem do Espírito (Ef.5:18), estabelecendo-se, pois, um contraste entre a alegria mundana, a busca do prazer nas coisas desta vida e a busca do prazer celestial, da plenitude do Espírito Santo.
– Esta embriaguez de Noé, portanto, deve ser entendida como a abertura da família às coisas terrenas, à valorização do que é perecível e passageiro em detrimento do que é eterno e duradouro.
Esta embriaguez de Noé representa a concessão de lugar e relevância às coisas desta vida, algo que fará com que nossa família seja contaminada pelo pecado e acabe perecendo, assim como todos seus integrantes.
– Isto tem sido uma triste e dura realidade na esmagadora maioria dos lares dos que cristãos se dizem ser.
Dão valor às coisas terrenas, deixam de lado a adoração a Deus e a vida espiritual em suas casas, tanto que lá não há mais o culto doméstico (uma raridade em nossos dias), não há oração, não há meditação nas Escrituras, não há ensino doutrinário, não há a busca do poder de Deus.
– Os lares, hoje, são ambientes em que prevalecem as coisas mundanas.
Os integrantes da família mal se conversam, absorvidos que estão pelas redes sociais, pela internet, pela televisão.
Os poucos diálogos travados revelam corações completamente voltados para as coisas desta vida, a ponto de as famílias terem se transformado em meras unidades de consumo, onde o que importa é a busca do dinheiro, o materialismo e o consumismo.
– A exemplo de Noé, as pessoas encontram-se embriagadas pelas coisas desta vida, pelas coisas terrenas, não tendo, como qualquer bêbedo, qualquer sensibilidade ou equilíbrio, cambaleantes em termos espirituais, perdendo completamente a noção da realidade espiritual da vida.
– A embriaguez é um estado em que o ser humano se degrada, é uma situação em que o pecado avilta a figura do ser humano, deformando a sua condição de imagem e semelhança de Deus.
– Quão diferente é o Noé embriagado pelo vinho e que se despe diante de todos seus familiares, perdendo a honra, a dignidade e a compostura, daquele Noé que, edificando um altar ao Senhor, agrada a Deus e obtém uma bênção para toda a humanidade, que foi o compromisso divino de nunca mais destruir a Terra com um dilúvio.
Quão diferente é o Noé que, aos pés do Senhor, era uma bênção, daquele idoso que causava vergonha e decepção a todos os seus familiares.
– Caro pai de família, que Noé tem sido em seu lar? É aquele sacerdote que está aos pés do Senhor, edificando um altar ao Senhor em sua casa e cuja adoração sobre como cheiro suave aos céus, ou é aquele que, preocupado exclusivamente com as coisas terrenas, está despido espiritualmente diante de seus familiares, sem honra, dignidade ou exemplo a dar? Pensemos nisto, amados irmãos!
– Temos aqui o primeiro caso de embriaguez registrado na Bíblia Sagrada e temos aqui uma ocasião oportuna para falarmos a respeito do uso de bebidas alcoólicas por parte dos servos do Senhor.
– O episódio de Noé, aliás, é profundamente elucidativo, pois temos aqui uma indicação de qual é a doutrina bíblica a respeito deste assunto.
É evidente que, ao registrar este lamentável episódio na vida de Noé, as Escrituras já nos mostram que não há como considerarmos que o consumo de bebidas alcoólicas seja algo conveniente e adequado para quem serve a Deus.
– O álcool é uma droga que é permitida em todo o mundo, mas é uma droga, porque causava dependência química e psíquica e que, ao longo da história da humanidade, tem gerado uma série de mazelas.
Trata-se de um elemento de destruição do ser humano, da família e da sociedade e, portanto, não temos qualquer dificuldade em identifica-lo como um poderoso instrumento para que se realize a obra do diabo, que é matar, roubar e destruir (Jo.10:10).
– Ora, se o álcool tem este papel, como podemos querer conciliar isto com uma vida de santidade e de adoração ao Senhor?
Como podemos defender que o uso de bebidas alcoólicas, desde que “com moderação”, seja algo salutar para quem quer servir a Deus?
– Muitos dizem que o que a Bíblia condena é apenas a embriaguez, ou seja, o abuso da bebida alcoólica e, portanto, o uso moderado e comedido de tais bebidas não seria pecado.
É uma posição, aliás, que é explicitamente tomada pela Igreja Romana, como se depreende do seu Catecismo, “in verbis”: “A virtude da temperança manda evitar toda espécie de exceção, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos.
Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado pela velocidade, põem em risco a segurança alheia e a própria, nas estradas, no mar ou no ar, tomam-se gravemente culpáveis” (§ 2290 CIC).
– Este mesmo Catecismo, porém, encontra em certa contradição, quando põe como dever do Estado a proteção ao alcoolismo, “in verbis”: “2211 A comunidade política tem o dever de honrar a família, de assisti-la, de lhe garantir sobretudo: (…) a proteção da segurança e da saúde, sobretudo em relação aos perigos, como drogas, pornografia, alcoolismo etc.;…” (§ 2211 CIC).
– Ora, o Catecismo da Igreja Romana reconhece que a sociedade precisa ser protegido do alcoolismo que é tido como um perigo e, portanto, acaba por entender que o uso do álcool, ainda que moderado, representa um perigo e, portanto, algo que não é bom, que não pode, então, ser estimulado, incentivado e, muito menos, tolerado.
– O uso da bebida alcoólica por Noé trouxe enormes malefícios para a sua família e, por conseguinte, para toda a humanidade, pois os males sofridos pela família de Noé foram o ponto de partida para a corrupção da humanidade e a destruição da comunidade surgida da proliferação dos filhos de Noé, o que acarretou mais um juízo divino, o juízo da torre de Babel, como haveremos de estudar na próxima lição.
– O escritor aos hebreus recomenda-nos que devemos, para correr a carreira que nos está proposta, deixar o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia (Hb.12:1) e o uso de bebida alcoólica é, sem dúvida, um embaraço e tanto que nos impedirá de sermos exitosos em nossa peregrinação terrena e, por isso, devemos evitar o consumo do álcool, pois nada isto nos aproveitará em nossa santificação e, sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).
– Além do mais, para bem compreendermos o que a Bíblia diz a respeito das bebidas alcoólicas, devemos fazer uma distinção entre o vinho e a bebida forte.
O vinho é o suco da uva não fermentado, enquanto que a “bebida forte” é a bebida alcoólica propriamente dita, bebida esta, aliás, que tinha, na Antiguidade, um teor alcoólico bem inferior ao que temos atualmente, o que reforça a total inadequação de seu consumo por quem cristão se diz ser.
– A embriaguez de Noé trouxe diversos males. Vejamo-los. O primeiro deles foi a insensatez de Noé. Noé, um homem que achara graça diante de Deus, o patriarca de toda a humanidade, em virtude da embriaguez, simplesmente ficou nu no meio de sua tenda, passou a agir sem qualquer razão, de forma desatinada e enlouquecida.
Ora, sabemos todos que a razão é um dos atributos essenciais do ser humano, a própria diferenciação dele em relação às demais criaturas terrenas.
– O álcool faz com que o homem perca este norte que lhe foi concedido por Deus e, portanto, seja capaz de realizar atos impensados e totalmente inconsequentes, cujos efeitos são, muitas das vezes, irreversíveis.
– O fato de Noé ter ficado nu demonstra que ele perdeu a razão, tendo, certamente, passado a ter uma conduta inconveniente.
A nudez, não nos esqueçamos, é símbolo da falta de Deus na vida, pois foi a primeira coisa percebida pelo primeiro casal após o pecado.
A embriaguez, como se vê, é um fator que pode produzir um afastamento da presença de Deus.
– Os estudiosos do alcoolismo, aliás, revelam esta completa irracionalidade provocada pelo álcool ao comparar o homem no uso do álcool a três animais, representando cada um os três estágios decorrentes do uso da bebida forte, a saber: o macaco, o leão e o porco.
– “…Reporta-se a medicina a uma lenda árabe, dividindo os 3 graus de embriaguez em fases caracterizadas pelos seguintes animais: o macaco, o leão e o porco.
Fase de excitação (macaco) – a pessoa apresenta um comportamento inquieto, falante, mas ainda consciente de seus atos e palavras e, além disso, às vezes consegue atingir níveis de persuasão – por estar mais eloquente – que talvez não fosse capaz antes. Fase de confusão (leão) – quando o embriagado torna-se eventualmente (dependendo do temperamento da pessoa) nocivo: fica voluntarioso, age irrefletida e violentamente. Fase superaguda (porco) – dá-se a embriaguez completa, provocando o coma ou sono, onde o perigo representado dá-se apenas quanto ao próprio indivíduo que, sem mais freios, cai em toda parte, descuida completamente de sua higiene, como o bêbado contumaz.…” (Embriaguez. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Embriaguez Acesso em 15 set. 2015).
– A propósito, esta consideração do homem como animal irracional por causa do uso do álcool também é encontrada na tradição judaica, “in verbis”: “O Midrash [ilustrações dos doutores da lei judeus para explicar o sentido das Escrituras – observação nossa] aproveita o fato da embriaguez de Noé para advertir os homens das consequências do alcoolismo.
Quando Noé plantou a vinha, o Satán quis associar-se a este trabalho e Noé consentiu.
O astuto demônio trouxe um cordeiro, um leão, um pouco e um macaco, imolou-os e regou com sangue a terra da planta.
O caráter dos animais sacrificados não tardou a manifestar-se em Noé e em seus descendentes depois de ingerir a bebida.
Bebendo um corpo, o homem é manso como o cordeiro; no segundo copo, crê-se forte como leão, declarando que não há igual a ele no mundo.
Após o terceiro copo, deita-se como o porco e, continuando a beber, não tarda a praticar insanidades e palhaçadas como o símio (Midrash Tanchumá, Noé 13)…” (MELAMED, Meir Matzliah. Torá: a lei de Moisés, nota a Gn.9:20, p.23).
– O segundo mal provocado pela embriaguez de Noé foi a sua desonra.
Noé foi visto nu pelo seu filho Cão que, de imediato, perdeu todo o respeito que tinha por seu pai, tendo ido contar o fato a seus dois irmãos.
Noé perdeu, assim, toda a sua dignidade, toda a sua autoridade perante o seu clã.
– Ao ver seu pai nu, Cão, em vez de ajudar o seu pai, tendo repugnância com aquele gesto, deixou de honrar o seu pai e foi contar o episódio a seus irmãos Sem e Jafé.
O gesto irrefletido de Noé trouxe, de pronto, uma consequência, que foi a desonra, o desrespeito. Perdeu-se a autoridade do patriarca, inseriu-se no ambiente familiar a irreverência, a falta de temor, a desobediência, a indignidade.
– A busca das coisas terrenas traz estas sérias consequências para as famílias.
A família deixa de ser um altar de adoração ao Senhor para ser um lugar de falta de temor, de obediência e de respeito.
Quebra-se a comunhão com Deus e, por conseguinte, a quebra da comunhão entre os integrantes da família. Cão não pensou sequer em ajudar o seu pai, mas, sim, em divulgar o seu infortúnio a seus irmãos.
OBS: “…Quando uma pessoa vê outra executar uma ação imprópria, há duas possíveis reações: a) a pessoa pode sentir repugnância pelo ato, ou b) ela começa a pensar no que pode ser feito para ajudar o outro. Cham teve a primeira reação: ‘ele olhou para a nudez de seu pai’ (Gn.9:22), ou seja, ele se deteve na impropriedade da situação. Por outro lado, Shem e Yafet ‘não viram a nudez de seu pai’, ou seja, eles não se enfastiaram com o que havia acontecido.
Eles simplesmente começaram a atuar para corrigir a situação. O que leva as pessoas a reagir de modos tão distintos? O Ba’al Shem Tov [rabino judeu, considerado o fundador do movimento chassídico judeu – observação nossa] ensinou que uma pessoa que é impura vê e sente incomodada pela impureza dos outros.
Uma pessoa pura vê somente que seu companheiro precisa de ajuda.… (baseado em Likutei Sichot, v.11, p.24ff apud CHUMASH: o livro de Gênese. Compil. e adapt. Rabino Chaim Miller, p.58).
– Esta atitude de Cão revela que a família de Noé estava passando por um processo de desvalorização das coisas divinas, de concessão de maior relevância às coisas terrenas, a ponto de Cão ter repetido o mesmo egocentrismo que havia se manifestado em Caim e que fora o princípio de toda a mentalidade mundana que havia ocasionado o dilúvio.
Cão não se sentiu “guardador do seu irmão”, não ajudou seu pai e foi tão somente contar o que havia ocorrido a seus dois irmãos.
– O uso do álcool faz com que as pessoas percam completamente a sua dignidade, o respeito perante os seus convivas.
Esta perda da dignidade leva o embriagado a um progressivo e irreversível desgaste, que o transforma em um elemento excluído do convívio social, num verdadeiro “trapo humano”.
– Há quem entenda que a conduta de Cão não tenha se limitado a apenas ver a nudez de seu pai e desonrado seu pai contando o episódio a seus irmãos, mas teria, também, zombado de seu pai.
É o que diz o texto de “O Tesouro”, obra de autoria do cristão Efrém da Síria (306-373): “E tendo caído no sono, sua vergonha foi vista e seu filho Cão viu a nudez de seu pai e não o cobriu, mas riu dele e fez dele escárnio, correu e chamou seus irmãos para que também zombassem de seu pai…” (O Tesouro. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/chr/bct/bct06.htm Acesso em 15 set. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).
– Não se comprometendo com tal interpretação, temos que faz ela sentido, visto que, embriagado, Noé muito provavelmente desrespeitou os seus familiares, disse tolices e fez gracejos, despindo-se de sua autoridade moral e propiciando que Cão também o fizesse.
– Há ainda quem entenda que Cão tenha desrespeitado seu pai sexualmente, seja mantendo relações sexuais com seu próprio pai, seja desrespeitando o leito conjugal de seu pai, relacionando-se com a sua própria mãe.
Seguem esta linha de pensamento alguns rabinos judeus e tal interpretação encontra-se no Talmude, “in verbis”: “…Rab e Samuel [divergem] um defendendo a ideia de que ele ([Cão – observação nossa] o [Noé – observação nossa] castrou, enquanto o outro diz que ele [Cão – observação nossa] abusou dele [Noé – observação nossa] sexualmente.
O que defende que ele o castrou [ justifica assim]. Já que ele o amaldiçoou pelo seu quarto filho [Cf. Gn.10:7], Noé deve ter sido violado com respeito a um quarto filho [ou seja, impedido de ter um quarto filho – observação nossa].
Mas, para quem diz que Noé foi sexualmente abusado, faz uma analogia entre ‘e ele viu’ escrita duas vezes. Está escrito ‘E viu Cão, pai de Canaã, a nudez do seu pai; e, em outro lugar, está escrito, ‘E Siquém, filho de Hamor heveu, príncipe dquela terra, viu-a, tomou-a e se deitou com ela, e a humilhou [Gn.32:4].
Agora, no ponto de vista de que ele o castrou, está certo que Noé tenha amaldiçoado Cão pelo seu quarto filho; mas, no ponto de vista de que ele tenha sido abusado, por que amaldiçoou seu quarto filho; não deveria ter amaldiçoado ao próprio Cão?
Duas indignidades foram perpetradas [no sentido de que ambas as coisas foram feitas: castração e abuso sexual – observação dos que traduziram o texto para o inglês]…” (TALMUDE DA BABILÔNIA. Tratado Sanhedrin 70-a. Disponível em: http://www.come-and-hear.com/sanhedrin/sanhedrin_70.html Acesso em 15 set. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).
– Esta linha de pensamento também encontra guarida no “Gênesis Rabbah”, uma interpretação midráshica do livro de Gênesis (explicações com ilustrações por parte dos rabinos judeus), onde se diz que Cão, já na arca, teria descumprido a ordem de se manterem separados os sexos na arca e que, ao lado do cachorro, teria sido o único a não observar esta “norma”, desde já revelando sua inclinação à imoralidade sexual.
OBS: “…Os sexos tanto do homem como dos animais inferiores foram mantidos separados na arca durante o dilúvio. Isto está claro pelo modo com que eles entraram na arca: primeiro Noé e seus três filhos, e, então, suas mulheres separadamente (Gn.7:7).
Mas, quando eles saíram da arca depois do dilúvio, Deus ordenou Noé: ‘Sai da arca, tud e tua mulher, teus filhos e suas mulheres’ (Gn.8:16), ou seja, unindo novamente os sexos.
Cão, entre os seres humanos, e o cachorro entre os animais inferiores, desrespeitaram esta ordem e não se separaram do sexo oposto na arca.
O cachorro recebeu uma certa punição e Cão se tornou um homem negro; pois quando um homem tem a audácia de cunhar a moeda do rei no próprio palácio do rei sua face fica denegrida como punição e emissão é declarada uma falsificação – Gen. Rabbah 37…” (Genesis Rabbah, p.76. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/jud/tmm/tmm07.htm Acesso em 15 set. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).
– Logicamente, que não podemos tomar estes pensamentos tradicionais com o mesmo valor do texto bíblico, sendo conjecturas com as quais não podemos nos comprometer, mas o que fica claro é que se inseriu na família de Noé uma licenciosidade a partir do momento em que se deixou de lado a prioridade das coisas espirituais, em que o terreno passou a ter mais valor e tal circunstância está bem demonstrada no episódio da embriaguez de Noé e do consequente desrespeito de Cão com relação a seu pai.
– Sem e Jafé, porém, ao terem tido conhecimento da nudez de seu pai, tomaram uma capa e a puseram sobre ambos os ombros de seu pai, virados para trás.
Não só não viram a nudez de seu pai, mantendo a honra e o respeito devidos a ele, como também trataram de cobrir a sua nudez (Gn.9:23).
– O terceiro mal provocado pela embriaguez de Noé foi o dissenso familiar.
Ao contar o episódio para seus irmãos, Cão foi desautorizado por eles que, sem a companhia dele, foram até onde estava Noé e sem vê-lo nu, cobriram a sua nudez.
Em seguida, com o despertamento do pai, acabaram, certamente, delatando o gesto desonroso de Cão e o resultado foi que Noé acabou por amaldiçoar o seu neto.
– Por causa do álcool, uma família que havia sido abençoada por Deus, salva do dilúvio por servir ao Senhor, agora era local de dissensões, desacertos e maldições.
Canaã acabou amaldiçoado e isto gerou um distanciamento progressivo que fez com que os próprios cananeus, no futuro, fossem arqui-inimigos dos semitas, como se viu, por exemplo, na conquista de sua terra por Israel.
– A inserção da prioridade às coisas terrenas numa família faz com que a família piedosa de Noé já apresentasse uma rachadura, uma divisão, pois um dos filhos de Noé havia preferido descumprir o mandamento divino, havia deixado de observar o devido respeito e honra para com seu pai.
A divisão na família traz profundos males, pois um reino dividido não tem como subsistir (Mt.12:25; Lc.11:17), acabando por ser devastado (Mt.12:25).
– A divisão é uma obra da carne (Gl.5:20), uma demonstração da falta da presença do Espírito Santo (Jd.19), algo totalmente contrário ao plano divino para a família, que é a de ser um lugar da comunhão, seja a comunhão da família com Deus, seja a comunhão entre os seus integrantes (Gn.2:24), porquanto é na união que o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (Sl.133) e, conforme já vimos, é a família o local por excelência da bênção divina (Gn.1:28; 9:1).
– Quando Noé despertou do seu vinho soube o que o seu filho menor lhe fizera (Gn.9:24). Em vez de reconhecer seu erro, Noé somente viu o erro de seu filho e acabou por amaldiçoá-lo, por meio de seu filho Canaã, dizendo que este haveria de ser servo dos seus irmãos (Gn.9:25).
– A primeira questão que se discute aqui é qual o motivo pelo qual Noé amaldiçoa Canaã, o quarto filho de Cão (Cf. Gn.10:7) e não o próprio Cão, já que foi ele quem promoveu a desonra e desrespeito ao seu pai.
– Conforme já vimos supra, os que entendem que Cão tenha castrado seu pai, veem nesta maldição a justa retribuição, pois, com a suposta castração, Noé teria sido privado de ter um quarto filho, daí porque ter amaldiçoado o quarto filho de Cão.
Outros, por sua vez, entendem que, por ser o filho menor, Noé teria resolvido amaldiçoar o filho menor de Cão, que era Canaã, também em justa retribuição: já que o filho o havia desrespeitado, ele estava a amaldiçoar o neto, ou seja, o filho do filho.
– Outros entendem que Canaã teria acompanhado seu pai Cão na desonra e, por isso, teria sido amaldiçoado, pois era tão culpado quanto seu pai e que, como Cão havia sido abençoado por Deus, Noé não teria ousado amaldiçoar aquele que Deus tinha abençoado (Cf. Nm.23:20).
É o entendimento de Filo de Alexandria (25 a.C.-50 d.C.) e de Rabbi Eleazar.
– O fato é que Noé resolveu amaldiçoar parte de sua descendência, deixou de ser uma bênção para ser um instrumento de maldição.
Que decadência espiritual! Eis o resultado de se deixar de lado aquilo que deve ser prioritário na família: a busca da presença de Deus.
– Noé criou uma dissensão entre seus filhos, pois abençoou Jafé e Sem (Gn.9:25,26), tendo amaldiçoado Canaã e dito que este seria servo dos outros dois.
Aqui vemos, ademais, que, conquanto tenha se referido apenas a Canaã, na verdade seu desejo era que os camitas em geral fossem servos dos seus irmãos.
– Como é triste vermos os pais desejando o mal de seus próprios filhos, amaldiçoando-os.
Os pais foram feitos para abençoar os filhos, para querer-lhes bem e a conduta contrária traz inúmeros males aos filhos.
Não é que “haja poder nas palavras”, como andam ensinando por aí, mas o fato é que os pais são referenciais primeiros de cada um de nós e se nossos pais nos amaldiçoam, nos desprezam e nos desprestigiam, tais afirmações geram uma convicção nos filhos de que, realmente, eles são estas pessoas sem qualquer valor que seus pais dizem ser eles, o que trará enorme influência nas escolhas que serão feitas pelos filhos dali para frente.
Se, por exemplo, dizemos que nossos filhos não valem nada para eles, que são incapazes, eles acabarão acreditando e se comportarão como tal.
– Esta maldição é vista por alguns como sendo uma “justificativa étnica” para que os judeus se digam “uma raça superior”, sendo particularmente este o posicionamento de muitos muçulmanos para desqualificar senão o texto bíblico, a própria tradição judaica baseada neste texto, mas o fato é que, se formos bem analisar, não há aqui qualquer “racismo” por parte dos judeus, porquanto tanto os semitas, de onde descendem os judeus, quanto os jafetitas foram abençoados por Noé em detrimento dos camitas e, portanto, não se tem qualquer “nacionalismo” judeu aqui.
– A segunda questão que se levanta nesta passagem bíblica refere-se à maldição em si, ou seja, a de que os camitas deveriam ser servos dos semitas e jafetitas, o que foi interpretado como uma justificativa para a escravidão, particularmente da escravidão negra, pelo fato de o nome “Cão” significar “pele escura”, consoante nos dá conta o pastor Evandro de Souza Lopes (LOPES, Evandro de Souza. Os nomes bíblicos e seus significados, p.39).
– Por primeiro, devemos observar que a maldição procedeu de Noé e não de Deus, de forma que eventual justificativa para a escravidão seria baseada não na vontade divina e, sim, na vontade humana, de alguém que havia deixado de vigiar na sua vida espiritual.
Tal “justificativa” seria apenas uma “justificativa” de uma atitude pecaminosa, mais uma evidência de que o pecado é iniquidade (Cf. I Jo.3:4), de que o pecado traz injustiça, algo completamente contrário à vontade de Deus.
– Por segundo, não há qualquer sentido na afirmação de que a maldição teria sido a negritude da pele de Cão ou de Canaã.
Noé não lançou qualquer maldição sobre a cor da pele, mas tão somente disse que haveria servidão, de modo que não tem base bíblica alguma querer justificar a inferioridade da raça negra por meio deste texto bíblico, como fizeram, aliás, os criadores do regime racista do “apartheid” na África do Sul, que buscaram justificar seu nefando regime político nesta absurda hipótese que, aliás, muito propriamente, o reverendo Marthin Luther King Jr. denominou de “(…) uma blasfêmia, contrário a tudo o que religião cristã sustenta…” (Carta de Paulo aos cristãos americanos.
Sermão pregado na Igreja Batista da Avenida Dexter em Montgomery, Alabama, em 4 de novembro de 1956 “apud“ Maldição de Cão, nota 37. In: WIKIPEDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Curse_of_Ham Acesso em 15 set. 2015) (tradução nossa de texto em inglês).
– Tanto isto é verdade que o Espírito Santo, mostrando toda a dignidade da raça negra, fez Filipe deixar a cidade de Samaria e ir pregar o Evangelho ao eunuco da rainha Candace, um etíope e, portanto, alguém da raça negra, como vemos em At.8:26-38, a mostrar que, para Deus, não há qualquer acepção de pessoas.
– O fato é que Cão e, mais propriamente, Canaã acabaram por construir uma sociedade em que os valores familiares foram profundamente desprezados e isto levou o Senhor a também determinar o lançamento de um juízo sobre eles, fazendo-os perder a terra que ocuparam em favor dos israelitas (Cf. Gn.15:16; Dt.7:1-5).
A construção de uma família fora dos parâmetros divinos acaba por gerar uma sociedade igualmente alheia aos mandamentos divinos e que, no seu desenfreamento, acaba chamando para si o juízo divino. – Os cananeus foram um povo extremamente ímpio e que não levavam em conta os valores familiares, tanto que o nível de devassidão moral e de impiedade chegaram ao limite da longanimidade divina.
Este nível é bem visto nos cultos de fertilidade que eram ali praticados (dos quais o culto a Baal é o mais mencionado nas Escrituras) e no próprio sacrifício de crianças às divindades (a base do culto a Moloque), medidas abomináveis e que exsurgiram precisamente nesta violação aos parâmetros divinos por parte de Cão e de Canaã.
– Já na família de Noé, antes mesmo de sua morte, quando se estava na terceira geração, já vemos a semente do pecado proliferando, a confirmar o que dissera o Senhor de que “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn.8:21).
Era o início de mais uma corrupção generalizada que haveria de pôr fim a mais esta dispensação, como haveremos de estudar na próxima lição.
Caramuru Afonso Francisco
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