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Juvenis – Lição 11-Ageu – O Povo da Aliança tem uma responsabilidade com Deus

O livro de Ageu mostra-nos que somente os comprometidos com Deus herdarão a vida eterna.

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos o livro de Ageu, o décimo livro no cânon do Antigo Testamento, o primeiro profeta pós-exílico.

I – O LIVRO DE AGEU

– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos hoje o livro de Ageu, o décimo livro do cânon.

– Ageu é o primeiro profeta literário que Deus levanta após o retorno do cativeiro da Babilônia. Seu ministério marca, portanto, a continuidade do compromisso de Deus para com o Seu povo, além de reativar a promessa messiânica,

visto que tal profeta é usado por Deus para reafirmar a Zorobabel, o governador de Judá que era descendente da casa de Davi, a promessa do Messias.

– Ageu foi o primeiro profeta que Deus levantou depois do cativeiro da Babilônia. Seu ministério (pelo menos o registrado nas Escrituras) é um dos mais curtos registrados nas Escrituras, pois, segundo o próprio texto de seu livro, teve início no ano segundo do rei Dario, no sexto mês, tendo terminado no vigésimo quarto dia do sétimo mês, ou seja, apenas dois meses.

Se, entretanto, o ministério foi curto em tempo, foi extremamente eficaz no seu propósito, pois o objetivo foi alcançado, qual seja, o de fazer o povo tornar a dar prioridade às coisas relativas ao Senhor. Este é mais um exemplo bíblico de que o que importa não é o tempo ou a duração de um ministério, mas, sobretudo, a presença do Senhor nele.

– Ageu, em hebraico é “Haggai” (חגי ), que quer dizer “festivo” ou “festividade”, o que talvez estivesse relacionado com a data do nascimento do profeta ter se dado em alguma festa ou solenidade do calendário judaico.

Mais uma vez vemos um grande paralelo entre o nome do profeta e o seu ministério, pois Ageu foi levantado para Deus para que o povo voltasse a ter, novamente, as suas festividades, que haviam se interrompido com o cativeiro da Babilônia e que tinham o templo como um indispensável ponto de referência (cfr. Ex.34:18,22,23).

– Ageu foi levantado por Deus num período de grande perigo espiritual para o povo judeu. Após o alegre e esperançoso retorno para a Palestina (cfr. Sl.126:1-3), a nação escolhida de Deus enfrentava uma dura realidade:

a destruição efetuada antes do cativeiro havia sido completa, tudo estava por fazer e, como se não bastasse a penúria e a

dificuldade naturais de um tal empreendimento, os povos vizinhos apresentaram-se hostis e adversários, conseguindo até uma ordem do rei persa para que cessasse a obra (cfr. Ed.4).

– Num clima desta ordem e natureza, a reação dos judeus foi imediata e previsível: cada um passou a pensar em sua própria sobrevivência, cada um passou a pensar na sua vida,

deixando os planos de reconstrução nacional, que começavam com a reconstrução do templo, para um momento posterior, para um instante em que houvesse circunstâncias mais favoráveis.

Afinal de contas, as acusações dos inimigos envolviam a de que os que haviam retornado do cativeiro estariam intentando rebelar-se contra o rei da Pérsia e nada melhor do que cada um garantir a sua existência de forma privada e individual para afugentar tal suspeita levantada pelos inimigos.

– O povo, então, decidiu cumprir a ordem do rei persa e abandonou o plano de reconstrução do templo, que mal havia se iniciado (Ed.3:8-16).

Esta decisão, embora fosse a mais lógica e plausível possível, do ponto-de-vista humano, não era, em absoluto, o que Deus esperava de Seu povo e, em razão disto, Deus começou a fazer o povo lembrar de que mais importava obedecer ao Senhor do que aos homens (At.5:29), como, aliás, determinava o grande mandamento da lei (Mt.22:37,38) e,

para tanto, passou a agir como já havia anunciado por boca de Moisés (Dt.28:15-58), trazendo quebras de safra e dificuldades na própria sobrevivência do povo, que era o que estava sendo buscado em detrimento das coisas de Deus (cfr. Ag.1:5,6).

– Como o povo, mesmo diante destas dificuldades, não se dispunha a dar o devido lugar a Deus em suas vidas, o Senhor, então, resolve levantar Ageu como profeta, para chamar-lhes à consciência, a começar das duas autoridades máximas do país naquele tempo: o governador civil Zorobabel e o sumo sacerdote Josué (Ag.1:1).

– Vê-se, pois, que a mensagem de Ageu era altamente impopular, mas de profundo realismo: enquanto o povo não se dispusesse a enfrentar as dificuldades, inclusive o embargo real da reconstrução do templo, enquanto não cumprisse com o propósito divino de reedificação do templo e da própria nação, não haveria como obter o benefício da sua própria sobrevivência.

O povo aceitou a mensagem de Ageu, que, inclusive, passou a ser ajudado por outro profeta levantado por Deus na mesma época, a saber, Zacarias, e o templo foi reedificado.

– Além de conclamar o povo à reconstrução, Ageu trouxe mensagens concernentes ao futuro próximo e remoto dos judeus.

Afirmou que o segundo templo teria maior glória do que o primeiro, o que se confirmaria porque foi neste segundo templo que foi apresentado e ministrou o Messias, Jesus Cristo; que o povo deveria abandonar o indiferentismo e se aplicar às coisas de Deus e uma promessa de vitória a Zorobabel no seu empreendimento, o que se verificou, porquanto a reconstrução do templo acabou sendo ratificada e autorizada pelo governo persa.

– Pouco se sabe sobre a vida de Ageu, pois a Bíblia é omissa a este respeito. Sabe-se, apenas, que era alguém que havia voltado do cativeiro juntamente com aquela leva guiada por Zorobabel, no reinado de Ciro, o Grande, também chamado Ciro II, que foi rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C., o primeiro rei do Império Persa, responsável pela conquista de Babilônia.

– Se há poucas referências quanto ao autor, o livro de Ageu é o mais pormenorizado das Escrituras em termos de datas, visto que as suas quatro mensagens são precisamente datadas no texto sagrado, tendo sido proferidas no ano segundo de Dario, que é, sem dúvida, o rei Dario I, que foi rei da Pérsia de 522 a 485 a.C.

– Sendo assim, o profeta Ageu profetizou no ano de 521 a.C. Edward Reese e Frank Klassen, co-organizadores da “Bíblia em ordem cronológica”, datam as quatro mensagens do profeta em 1º de setembro de 521 a.C., 24 de setembro de 521 a.C., 21 de outubro de 521 a.C. e 24 de dezembro de 521 a.C.

OBS: Não devemos confundir este rei Dario com o Dario mencionado no livro de Daniel, que era, na verdade, um corregente de Ciro.

– O livro de Ageu, que tem dois capítulos, pode ser dividido em quatro partes, a saber:

  1. a) 1ª parte – primeira mensagem do profeta – Ag.1
  2. b) 2ª parte – segunda mensagem do profeta – Ag.2:1-9
  3. c) 3ª parte – terceira mensagem do profeta – Ag.2:10-19
  4. d) 4ª parte – quarta mensagem do profeta – Ag.2:20-23

– Em Ageu, vemos o cuidado de Deus em preservar a identidade religiosa e espiritual de Seu povo e a continuação da construção do cenário que serviria para a suprema manifestação do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo, a glória do segundo templo, o Desejado de todas as nações (Ag.2:7).

OBS: ” O livro de Ageu ante o Novo Testamento – Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv.6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb.12.26-28).

Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como ‘o anel de selar’, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de Jesus Cristo, no NT (Mt.1.12,13; Lc.3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1347).

” Cristo Revelado – Duas referências a Cristo no Livro de Ageu são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o que Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional.

Após um transtorno entre os povos da Terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando:

Aquele que todas as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo. A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça.

Junto com a glória da presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.

A segunda referência à vinda do Messias é 2.23.

O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro livro do NT: Zorobabel é uma das pessoas listadas nas genealogias de Jesus. Duas coisas fazem Zorobabel significativo e o ligam a Cristo:

1. Zorobabel é um sinal de um homem escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus fez fluir vida, liderança e ministério. O que Zorobabel fez em partes Jesus fez por completo como o Servo do Senhor.

2. Zorobabel está, também, na linhagem do Messias.

As listas dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho de Selatiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.914).

– Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Ageu tem

2 capítulos,

38 versículos,

8 perguntas,

9 ordenanças,

3 promessas,

14 predições,

9 versículos de profecia,

6 versículos de profecias cumpridas,

3 versículos de profecias não cumpridas e

5 mensagens distintas de Deus (1:1,12; 2:1,10.20), mensagens que poderia ser divididas em não menos que 23 partes distintas, pois, nelas, o profeta faz 23 afirmações de que Deus falou por seu intermédio (1:1-3,5,7,12,13; 2:1,4,6-11,14,17,20,23).

– Segundo alguns estudiosos da Bíblia, o livro de Ageu, o 37º livro da Bíblia, está relacionado com a décima quinta letra do alfabeto hebraico, samek (ס), cujo significado é “suporte”, “sustentação”, “apoio”, “ajuda”, “socorro”.

Ageu mostra o socorro de Deus para que o povo mantivesse o seu compromisso com Ele, levantando um profeta para que o templo fosse reconstruído e reafirmando a promessa messiânica.

II – A PRIMEIRA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Conforme já vimos no item anterior, um bom entendimento do livro do profeta Ageu exige a leitura dos seis primeiros capítulos do livro de Esdras, que nos falam dos primeiros anos depois do término do cativeiro da Babilônia.

– Ciro II, também conhecido como Ciro, o Grande, rei da Pérsia, autorizou o retorno dos cativos de Judá para a sua terra, cumprindo-se, desta maneira, a profecia de Jeremias, que disse que o cativeiro duraria setenta anos. Nesta autorização de retorno, o rei também autorizou a reconstrução do templo de Jerusalém (Ed.1:1-3).

– Neste retorno, o povo foi liderado por Zorobabel, cujo nome persa era Sesbazar (Ed.1:8), descendente da casa de Davi, o herdeiro presuntivo da coroa de Judá, ou seja, aquele que deveria ser o rei caso houvesse a restauração do reino, o que não ocorreu, tanto que Zorobabel retornou tão somente como governador.

– Quando os judeus reiniciaram as obras do templo, os samaritanos quiseram participar da sua construção, mas os judeus com isso não concordaram (Ed.4:1-3). Em represália, então, os samaritanos começaram a fazer um “lobby” junto da corte do rei da Pérsia, desde os dias de Ciro, a fim de impedir que a construção do templo pudesse ser feita (Ed.4:5-7).

– Com a morte de Ciro, os samaritanos fizeram uma acusação contra os judeus, no reinado de Cambises II, filho de Ciro II, que o sucedeu e que reinou de 529 a 522 a.C. e é chamado, no texto bíblico, de “Assuero” (Ed.3:6) e de “Artaxerxes” (Ed.3:7), acusação que resultou na ordem de embargo da obra (Ed.3:17-24).

OBS: Que se trata do rei Cambises, temos a confirmação de Flávio Josefo em suas Antiguidades Judaicas, “in verbis”: “ Cambises (Artaxerxes), seu filho, sucedeu-o e logo que subiu ao trono, os sírios, os fenícios, os amonitas, os moabitas, os samaritanos escreveram-lhe(…).

Esta carta deixou Cambises (Artaxerxes) muito irritado; ele era naturalmente mau e assim respondeu: (…). Assim o trabalho ficou interrompido durante nove anos, e até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia…” (Antiguidades Judaicas, XI, 1, 437 e 2,438 in: História dos hebreus, v.1, p.234).

– Diante da ordem real, os judeus, então, desistiram de reconstruir o templo e passaram a cuidar dos seus afazeres, descuidado completamente das coisas de Deus. É neste estado de coisas que o Senhor levanta o profeta Ageu, depois de ter lançado sobre os judeus uma terrível crise econômica com o propósito de despertá-los.

– O que notamos, de início, é que a mensagem dos profetas pós-exílicos mudam de foco. Se, antes do cativeiro da Babilônia, o grande problema do povo era a idolatria, após o cativeiro, vemos que a grande tônica das mensagens dos profetas será a indiferença, o comodismo.

O cativeiro da Babilônia serviu para livrar o povo da idolatria, foi um amargo remédio mas que conquistou a cura para o povo de Israel deste mal que o acometia desde o episódio do bezerro de ouro, quarenta dias após a aliança firmada com Deus no monte Sinai.

– No entanto, diante das dificuldades sentidas na reconstrução do Templo, os judeus logo se acomodaram, esqueceram-se das promessas de Deus, da sua razão de ser como “propriedade peculiar de Deus dentre os povos”, do papel que deveriam assumir de “reino sacerdotal e povo santo” (Ex.19:5,6).

Chegaram à conclusão de que “não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada” (Ag.1:2).

– Esqueceram-se até que o rei Ciro os havia autorizado a voltar para Jerusalém e para Judá com a incumbência de edificar novamente o templo.

Diante das falsas acusações dos samaritanos e da ordem contrária recebida de Cambises II, simplesmente desistiram de edificar o templo, passando cada um a buscar a própria sobrevivência na terra que fora habitada pelos seus pais, como se esta fosse a principal razão para que o Senhor os tivesse levado de volta para lá.

– Esta dimensão horizontal da vida, que leva em conta apenas as coisas desta vida, tem sido o horizonte exclusivo de muitos que cristãos se dizem ser em nossos dias. Pensam em Deus apenas para as coisas desta terra, não percebem a razão de ser de pertencerem ao povo de Deus, não têm consciência de que estão neste mundo para “pensar nas coisas de cima” (Cl.3:1,2).

– Tal conduta é de completa indiferença para com Deus e faz destas pessoas as mais miseráveis entre todos os homens (I Co.15:19), que, em assim agindo, comprometem grandemente a sua própria salvação, já que não têm a mínima noção do que ela significa.

Envolvem-se com uma religiosidade que para nada aproveita e que os levará a ser envolvido pela corrupção deste mundo, corrupção que destrói grandemente (Mq.2:10).

– Precisamente porque tal conduta não correspondia ao que Deus esperava de Seu povo que o Senhor começou a agir, passando a trazer quebras nas colheitas, fazendo com que o povo começasse a sofrer uma grave crise econômica, exatamente como dissera que faria toda vez que o povo deixasse de servi-l’O (Dt.28:20,38-40).

– Mas, como não tinha sido suficiente a operação sobre a natureza, a fim de evitar a corrupção do povo, o Senhor, então, levantou Ageu, o primeiro profeta pós-exílico, cuja primeira mensagem foi exatamente esta:

tudo o que esta a acontecer em termos de prejuízos e de comprometimento da própria sobrevivência material do povo era em decorrência da indiferença espiritual e do comodismo que fizeram com que o povo desistisse de reconstruir o templo de Jerusalém (Ag.1:3-6,9-11).

– Ageu mostra claramente que os judeus, como povo de Deus, deveriam dar prioridade às coisas do Senhor. 

Seu principal objetivo deveria ter sido o de reconstruir o templo, até porque tinham ordem do rei da Pérsia para fazê-lo. Entretanto, cada um tinha preferido “cuidar da sua vida”, deixando as coisas de Deus para um momento posterior.

– Esta mesma mensagem de Ageu é repetida pelo Senhor Jesus no sermão do monte. O Senhor diz que devemos buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas desta vida nos serão acrescentadas, tais como a comida, a bebida e a vestimenta, coisas necessárias mas que devem ser secundárias em nossa escala de valores (Mt.6:31-34).

– Todavia, nos dias em que vivemos, cada vez mais percebemos que muitos que cristãos se dizem ser estão agindo exatamente como os judeus nos dias de Ageu. Preocupam-se, primeiramente, com a sua própria subsistência e a de sua família, para, só depois, pensar no reino de Deus. Dão ao Senhor apenas o que sobra, o que resta.

Fazem as coisas Deus “quando dá tempo”, “quando não outra coisa a fazer”, num descompromisso que salta aos olhos. Lamentavelmente, temos observado isto muitíssimo em diversas igrejas locais.

– Entretanto, a mensagem do profeta Ageu mostrava claramente que uma tal atitude não agrada a Deus nem é digna de quem se diz pertencer ao Seu povo.

Havia muito esforço de cada um dos judeus em satisfazer as suas necessidades básicas, que continuavam, porém, insatisfeitas, porque o Senhor queria que eles entendessem que a maior necessidade que tinham era a de buscar as coisas relativas ao seu relacionamento com Deus.

– Tudo isso se dava porque os judeus não aplicavam os seus corações nos seus caminhos (Ag.1:7). Não tinham amor pelo Senhor, não O buscavam de coração, consideravam o relacionamento com Deus como algo meramente formal, o que os tinha levado a uma atitude de indiferença para com o Senhor.

 

Não há como nos relacionarmos com Deus se não tivermos amor. A base de nosso relacionamento com Deus é o amor (I Jo.4:19) e devemos cuidar para que este amor não esfrie(Mt.24:12) nem tampouco seja abandonado (Ap.2:4), pois isto nos levará, certamente, à perdição (Ap.2:5).

– Amor não é um simples sentimento, mas, sim, um comportamento, como o Senhor Jesus nos deixa bem claro ao dizer que quando O amamos, fazemos o que Ele manda (Jo.15:14), guardamos a Sua Palavra (Jo.14:23).

Por isso, o profeta Ageu diz que era hora de os judeus subirem o monte, trazerem madeira e edificarem a casa e isto seria agradável ao Senhor, que, com tal atitude, seria glorificado (Ag.1:8).

– Não há como glorificarmos a Deus se não demonstrarmos o nosso amor para com Ele através de obras, de atitudes concretas e reais.

Era necessário que o povo se esforçasse para realizar esta obra. Observemos que a situação vivida pelos judeus, em termos econômicos, era difícil, em virtude até da mão de Deus estar contra eles, mas, mesmo diante daquela circunstância, deveriam eles se sacrificar para subir o monte, trazer madeira e recomeçar a obra paralisada.

– Temos aqui uma determinação divina que exigia determinação por parte do povo. Em meio a todas as dificuldades existentes, econômico-financeiras, políticas e sociais, era necessário se dispor a efetuar a obra, a subir o monte e trazer madeira, bem como edificar a casa, tudo isto com o único propósito de agradar a Deus e de glorificá-l’O.

– Deus é o mesmo e está a exigir de nós a mesma dedicação, o mesmo esforço, independentemente das circunstâncias que existam.

Deus quer que façamos boas obras para que, por elas, o Seu nome seja glorificado (Mt.5:16), pois a razão de ser da nossa existência é para que O glorifiquemos, este é o objetivo, o propósito da nossa vida.

– Muitos, na atualidade, estão a se envolver com tantas coisas precisamente porque se esqueceram de que o fim de nossa existência é a glorificação do nome do Senhor.

Estão, por isso, a buscar outros objetivos, outros propósitos que são completamente estranhos ao que quer o Senhor.

Assim como toda criação, que declara a glória de Deus (Sl.19:1), também devemos, como coroa da criação terrena, também moldar as nossas vidas de forma a que façamos com que o nome do Senhor seja glorificado.

– O Espírito Santo, que é Deus, tem a missão de glorificar o nome de Jesus entre os homens (Jo.16:14), tendo Jesus vivido nesta Terra para glorificar o Pai (Jo.17:4), Pai que também glorificaria o Filho ressuscitando-O dos mortos e O assentando à Sua direita (Jo.17:5).

Como, então, podemos dizer que estamos em comunhão com Deus se não estamos dispostos a glorificar o Seu nome? Pensemos nisto!

– Muitas frustrações, decepções e desânimos que existem entre muitos que cristãos se dizem ser, nos dias hodiernos, decorre desta falta de foco com relação ao propósito de nossas existências. Existimos e estamos neste mundo para glorificar o nome do Senhor.

Muitas vezes, aquilo que almejamos, desejamos, queremos e não alcançamos nos deixa entristecidos, decepcionados, com baixa autoestima, como, sem dúvida, estavam os judeus nos dias de Ageu.

Mas tudo isto é decorrência do fato de que enxergamos apenas aquilo que queremos, como se fazia nos dias do profeta, sem que miremos aquilo que Deus quer que façamos, sem que observemos que o que Deus quer é que, através de nossas vidas, o Seu nome seja glorificado.

Havendo isto, devemos agradecer a Deus e estarmos certos de que estamos cumprindo nossa missão sobre a face da Terra.

– A mensagem de Ageu encontrou guarida nos corações de Zorobabel, o governador de Judá e do sumo sacerdote Josué, bem como de todo o povo, gerando temor, ou seja, reverência, respeito, consideração e obediência (Ag.1:12).

– Como é bom quando nos dispomos a ouvir a Palavra do Senhor, a atender ao que o Senhor deseja e quer. Quando ouvirmos a Palavra de Deus, não podemos, de modo algum, rejeitar o que nos é falado, não podemos endurecer a nossa cerviz (Sl.95:7,8), sob pena de termos o mesmo fim do povo que se rebelou em Meribá e em Massá, desgostando ao Senhor e, por isso mesmo, perdendo a promessa de Deus (Sl.95:8-11).

– Quando o Senhor viu a disposição vinda do interior do coração do povo, que temeu diante da mensagem proferida, imediatamente mandou que Ageu complementasse a sua mensagem, a fim de provar que se trata de Deus que conhece os corações (I Sm.16:7), a fim de lhes dizer que o Senhor estava com eles (Ag.1:13).

– Quando nos dispomos a atender ao mandado de Deus, quando estamos dispostos a cumprir a Sua vontade, Ele promete estar conosco, para que possamos superar todas as circunstâncias adversas. Deus simplesmente não manda, mas vai conosco para que façamos aquilo que Ele quer.

Jesus nos repete esta promessa ao dizer que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20). Tenhamos, pois, a confiança expressada pela poetisa sacra Frida Vingren: “Se Cristo comigo vai, eu irei, e não temerei, com gozo irei, comigo vai. É grato servir a Jesus, levar a cruz, se Cristo comigo vai, eu irei” (estrofe do hino 515 da Harpa Cristã).

– Assim, diante desta garantia divina de que o Senhor estaria com eles, o povo, o príncipe Zorobabel e o sumo sacerdote Josué retomaram a reconstrução do templo, no vigésimo quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario I, ou seja, vinte e quatro dias depois do pronunciamento do profeta, ou seja, segundo Edward Reese e Frank Klassen, no dia 24 de setembro de 521 a.C.

III – A SEGUNDA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– O povo reiniciara a reconstrução do templo de Jerusalém, mas o Senhor não Se calou mesmo diante desta atitude de temor a Ele. No sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, ou seja, 26 dias depois do reinício da reconstrução do Templo, o Senhor traz uma nova mensagem ao profeta Ageu.

– Esta mensagem do profeta tinha uma razão de ser. Em meio ao reinício das obras, também retornou um sentimento de dubiedade que havia caracterizado o “lançamento da pedra fundamental” do Templo ainda nos dias de Ciro.

– As Escrituras registram que quando foram lançados os alicerces do templo, no segundo ano do retorno do cativeiro, ou seja, segundo Edward Reese, em maio de 535 a.C., ou seja, 14 anos e 4 meses antes do reinício da reconstrução, houve uma dupla reação no meio do povo:

os anciãos, que haviam visto o templo de Salomão, começaram a chorar, pois verificaram que a nova construção era muito mais modesta que aquele antigo templo, ao passo que os mais jovens jubilavam de alegria, porque o novo templo começava a ser reconstruído, não se tendo discernimento deste dúbio sentimento (Ed.3:11-13).

– Com o reinício da reconstrução, esta dubiedade se fazia novamente sentir. Conquanto os mais velhos certamente tivessem diminuído de número, o fato é que começou a haver esta contradição de sentimentos no meio do povo, contrariedade que não poderia subsistir, pois, para que o nome do Senhor seja glorificado e que se tenha a bênção de Deus, é absolutamente necessário que os irmãos vivam em união (Sl.133).

– Mais uma vez, o Senhor ostra ter pleno conhecimento dos corações dos judeus e, com o intuito de dissipar todo sentimento contrário e que pudesse levar ao desânimo, traz uma mensagem de ânimo para o povo, dizendo que, embora os que tivessem visto a primeira casa achassem que esta segunda era como nada comparada àquela, era para que todos se esforçassem na sua edificação, pois a glória da segunda casa seria maior do que a primeira(Ag.2:3-9).

– O Senhor prometia estar com os judeus na reconstrução, como também que cumpriria os compromissos assumidos no monte Sinai, razão pela qual não precisavam temer, mas o Senhor faria tremer, ainda uma vez, dali um pouco, os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca, faria tremer todas as nações, e viria o Desejado de todas as nações e a casa seria cheia de glória.

– Vemos aqui, mais uma vez, na mensagem de Ageu, o entendimento de que devemos tão somente fazer a vontade de Deus, sem olhar para as circunstâncias nem para as aparências.

Os mais velhos notavam que a construção era muito mais modesta que o primeiro templo que havia sido construído por Salomão e, no seu saudosismo, eram tentados a achar que todo o trabalho desenvolvido era em vão, pois a glória da primeira casa não seria restaurada.

– No entanto, o Senhor levantou o profeta para mostrar que o que importava era fazer a obra determinada por Deus. O que importava era atender ao propósito do Senhor, até porque, ao contrário do que indicavam as aparências, aquele templo teria maior glória do que o primeiro, pois seria nele que Jesus haveria de entrar e desenvolver o Seu ministério.

– A mensagem do profeta, dirigida primeiramente aos mais velhos que estavam sendo levados pela aparência da nova construção, ensina-nos, também, que o saudosismo não é uma atitude que agrade a Deus e que contribua para a Sua obra.

– Salomão é claro ao nos dizer: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias” (Ec.7:10).

Quando assim afirma o sábio, temos que o saudosismo, ou seja, “tendência, gosto fundado na valorização demasiada do passado”, é uma atitude despida de sabedoria e, portanto, que não se encontra amparada em Deus.

– Não devemos viver presos ao passado, pois devemos sempre nos lembrar que Deus vive num eterno presente e que, portanto, devemos confiar na Sua presença agora e que Ele é o mesmo, de sorte que tudo o que fez no passado, também pode fazer agora e no futuro. Ademais, não se pode glorificar a Deus com a memória, mas sim com um comportamento atual e persistente.

– Nos dias em que vivemos, em que se multiplica o pecado e onde existe uma grande apostasia, somos tentados a nos tornar saudosistas, lembrando dos tempos passados, quando havia menos escândalos, menos pecado, menos apostasia.

No entanto, esta atitude não pode ser tomada por quem crê em Deus autenticamente. Devemos nos lembrar dos dias passados, mas esta lembrança deve nos servir tão somente para confiarmos em Deus no presente e no futuro, para sabermos que Deus não muda e que, portanto, em vez de chorarmos e lamentarmos, passarmos a viver aqui e agora de modo a que glorifiquemos a Deus.

– Não era para os judeus ficarem a chorar a glória perdida do primeiro templo, mas para continuarem e concluírem a edificar o segundo templo, crendo que nele a glória de Deus seria maior do que a primeira, como, aliás, de fato, foi.

Enquanto ficamos parados, voltados ao passado, não podemos, de forma alguma, cumprir a vontade de Deus em nossas vidas. Lembremos disto!

– Quando olhamos para o passado, observamos que Deus cumpre o Seu compromisso com o Seu povo, mas, se ficarmos apenas olhando para o passado, não poderemos jamais cumprir o nosso compromisso com Deus e era exatamente isto que o Senhor queria que os judeus dos dias de Ageu fizessem e, por isso, mandou esta segunda mensagem ao povo.

– Além do propósito de debelar a dubiedade de sentimentos no meio do povo, esta segunda mensagem de Ageu tinha, ainda, o propósito de notificar a Zorobabel, a Josué e ao povo que não deveriam ter medo, pois era o Senhor quem faria tremer as nações e toda a face da Terra.

Deus assim falava porque sabia que os samaritanos, diante do reinício das obras, estavam se dirigindo até o rei da Pérsia, com o intuito de fazer paralisar novamente as obras.

– Com efeito, posteriormente à mensagem de Ageu, os samaritanos foram ate Jerusalém para questionar o reinício da reconstrução (Ed.5:3), mas, animados pela palavra do profeta, Zorobabel e Josué, desta feita, não titubearam, disseram que estavam a cumprira ordem do rei Ciro II (Ed.5:11),

o que motivou os samaritanos a apelar para o rei Dario I (Ed.5:6-17), o qual acabou por determinar não só que os samaritanos não interferissem na reconstrução, como também que cooperassem com materiais para ela (Ed.6:1-13).

– A mensagem do profeta Ageu, também, menciona a “vinda do Desejado de todas as nações”, passagem nas Escrituras que é muito discutida, porquanto outros textos traduzem a expressão como “farei tremer todas as nações, as quais trarão para cá os seus tesouros” (NVI) ou “abalarei todas as nações, então afluirão as riquezas de todas as nações” (Bíblia de Jerusalém), ou, ainda, “virão para cá as coisas preciosas de todas as nações” (Bíblia Hebraica), que parece ser mesmo a melhor tradução para este texto.

– Assim, neste ponto, o profeta Ageu não estaria mencionando o Messias, como se vê na Versão Almeida Revista e Corrigida, que repete aqui a tradução feita pela Vulgata Latina, mas, sim, o fato de que Deus é o dono do ouro e da prata e que, portanto,

a falta das riquezas neste segundo templo em comparação com o templo de Salomão não seria qualquer problema para que a glória de Deus fosse maior neste segundo templo do que no primeiro, até porque viriam riquezas de todas as nações para aquele templo, o que, realmente, ocorreu não só na conclusão desta reconstrução,

como se vê no relato de Esdras, por ordem de Dario I, mas, também, na grande reforma iniciada por Herodes, o Grande neste templo (Jo.2:20), que tornou o templo, uma vez, um fator de orgulho por parte dos judeus (Mt.24:1), como que “preparando” o templo para o Senhor Jesus.

IV – A TERCEIRA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Pouco mais de dois meses depois, o Senhor trouxe nova mensagem ao povo por intermédio do profeta Ageu, no vigésimo quarto dia do mês nono, o que, para Edward Reese, se deu no dia 24 de dezembro de 521 a.C.

– Esta nova mensagem revela, uma vez mais, como o Senhor conhecia os corações dos judeus e que desejava que houvesse uma real conversão, um real empenho de todos na Sua obra.

Se não mais havia vozes dissonantes com relação ao propósito divino, se os saudosistas já não mais desanimavam o povo, nem por isso o Senhor estava contente com o que via, apesar de a obra estar prosseguindo.

– Deus não queria que houvesse apenas uma religiosidade formal, um relacionamento apenas externo para com Deus.

Era importante a reconstrução do templo, era indispensável que o povo edificasse a casa do Senhor, mas, muito mais importante do que isto, era que o povo fosse comprometido com Deus, que tivesse um comportamento tal que não repetisse a superficialidade das gerações anteriores ao cativeiro.

– Por isso, o Senhor levanta Ageu com o propósito de mostrar ao povo que era necessário, além da reconstrução física do templo, a assunção de um compromisso de santidade, de um compromisso de guardar a lei e de se manter separado do pecado.

– Para tanto, mandou o Senhor que o profeta perguntasse aos sacerdotes se se alguém levasse carne santa na aba do seu vestido e tocasse algo, este algo seria considerado santo.

Os sacerdotes, então, lhe responderam que não, o toque de algo santo com alguma coisa não tornava esta coisa santificada (Ag.2:111,12).

– Diante da resposta dada pelos sacerdotes, o Senhor mandou que Ageu fizesse outra pergunta aos sacerdotes, no sentido de que se alguém que se tivesse tornado impuro tocasse algo santo, se este algo se tornava impuro.

E os sacerdotes responderam que sim, que o toque de algo impuro com alguma coisa ou alguém tornava aquele algo ou alguém impuro (Ag.2:13).

– Diante destas respostas dos sacerdotes, o profeta, então, entregou a mensagem de Deus ao povo, qual seja, a de que o povo era considerado impuro diante do Senhor, uma vez que haviam se misturado com o pecado, a ponto, inclusive, de terem se tornado indiferentes às coisas de Deus.

Deste modo, não poderiam edificar a casa do Senhor naquela situação, enquanto não se santificassem, enquanto não se purificassem.

Só, assim, então, o Senhor cessaria de lhes lançar as maldições previstas na lei e eles recuperariam a sua prosperidade material (Ag.2:14-19).

– Nesta mensagem do profeta, vemos, com absoluta clareza, que não se pode fazer a obra de Deus a contento se não se estiver em comunhão com Ele, se não estivermos em santidade, pois somente assim as nossas ações externas serão agradáveis ao Senhor.

– O povo, talvez, estivesse, diante do árduo trabalho de quase três meses, perplexo diante de que não havia ocorrido quaisquer mudanças com relação às circunstâncias adversas que o próprio Deus havia dito que era em decorrência da indiferenças em relação à reconstrução do templo.

– Talvez muitos estivessem a dizer que, apesar do reinício da reconstrução, não tinha havido chuva sobre a terra, nenhuma melhora havia se verificado com relação às dificuldades vividas pelo povo que, além do mais, estava a efetuar grandes despesas com a obra da reconstrução.

– O Senhor, então, manda o profeta dizer que as maldições eram decorrência da vida pecaminosa que eles viviam, não apenas pela inércia de se reiniciar a reconstrução da casa do Senhor.

A falta de empenho na reconstrução era tão somente uma consequência, um efeito da vida distante de Deus, da ausência de santidade, não a causa. Assim, somente haveria retirada das maldições quando o povo se reconciliasse com Deus, quando abandonasse o pecado, quando se purificasse e se santificasse.

– É importante aqui verificarmos, também, que esta correspondência entre a prosperidade material e a prosperidade espiritual não pode ser aplicada aos nossos dias, pois estava umbilicalmente relacionada com a aliança firmada com Deus no monte Sinai, com a lei de Moisés, algo que não mais vigora na atualidade.

– Deste modo, não podemos, de forma alguma, usar esta passagem de Ageu como uma “prova” de que, quando alguém está em comunhão com Deus, terá “prosperidade material” ou de que a vida pecaminosa gera prejuízos econômico-financeiros, como gostam de propalar os falsos pregadores da “teologia da prosperidade”.

– É preciso entendermos que Ageu é um profeta levantado por Deus após o cativeiro da Babilônia para fazer ver para o povo judeu que os compromissos assumidos por Deus no monte Sinai estavam em pleno vigor e deveriam ser cumpridos por Judá.

Ademais, o próprio profeta disse que a glória da segunda casa seria maior que a da primeira, a indicar, portanto, que o que hoje vivemos, que é a graça trazida pelo Senhor Jesus, a razão de ser da glória maior, é superior à lei e que, portanto, não mais estamos debaixo dos parâmetros mencionados pelo profeta Ageu.

– A mensagem do profeta mostra ainda que o Senhor, na Sua presciência, sabia que o povo iria mudar as suas atitudes, “aplicar o seu coração à santidade” e que, portanto, a partir daquele dia, o Senhor passaria a abençoar o povo.

– Em nossos dias, devemos ter a mesma atitude que foi tomada pelo povo, ou seja, de “seguir a santificação”. Não para que tenhamos prosperidade material, porque, em nossa dispensação, nem sempre ela virá.

– A santificação nos traz algo ainda mais excelente, algo muito superior, que é a garantia de que veremos o Senhor (Hb.12:14), ou seja,

que desfrutaremos da Sua glória, quando do arrebatamento da Igreja (I Ts.4:17), o objetivo e o anelo de todo aquele que serve a Cristo Jesus (I Jo.3:1,2), o motivo pelo qual buscamos sempre nos manter em santidade (I Jo.3:3). Temos esta esperança?

– Não há como sermos agradáveis a Deus, não há como servirmos verdadeiramente ao Senhor se não estivermos em santidade, se não buscarmos a santificação, condição “sine qua non” para que possamos pertencer ao povo de Deus. Por isso, deve ser este um tema incessante e sempre presente em nossas reuniões, em nossas meditações, em nossa vida espiritual.

– A terceira mensagem do profeta Ageu é atualíssima, pois mostra que não pode haver povo comprometido, compromissado com o Senhor que não busque a santificação, que não zele pela santidade, que não se mantenha empenhado em viver separado do pecado.

Quando vemos que tal assunto tem desaparecido de nossos púlpitos, que tal zelo e preocupação têm sido rotulados por muitos de “fanatismo”, “fundamentalismo”, “atraso”, vemos como tem se disseminado entre nós a apostasia e o engano…

V – A QUARTA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Neste mesmo dia vinte e quatro do mês nono, que, segundo Edward Reese, era o dia 24 de dezembro de 521 a.C., Deus trouxe ao profeta Ageu uma segunda mensagem, que seria a sua quarta e última mensagem, mensagem esta, desta feita, dirigida tão somente ao príncipe Zorobabel.

– Zorobabel era o príncipe de Judá, o governador dos judeus, mas que era herdeiro presuntivo do trono de Judá, ou seja, era o legítimo descendente de Davi, aquele que poderia ocupar o trono, mas que,

ante as circunstâncias políticas, era apenas um governador, que não tinha nem poderia ter qualquer pretensão de reinar sobre os judeus, que se encontravam sob domínio persa.

– Era absolutamente natural que, diante das promessas trazidas por Ageu ao povo, da retomada da consciência de que os judeus eram o povo de Deus e deveriam estreitar seu relacionamento com o Senhor, que o príncipe indagasse o Senhor a respeito da promessa messiânica, da promessa dada a Davi de que nunca faltaria varão para reinar sobre Judá (II Sm.7:12-16), promessa esta que, quando da inauguração do primeiro templo, foram lembradas por Salomão (I Rs.8:25; II Cr.6:16).

– Conhecendo, então, o íntimo do coração do governador, o Senhor, firme no Seu propósito de fazer ver ao povo judeu que os compromissos assumidos no monte Sinai se mantinham em vigor, assim como as revelações subsequentes feitas por intermédio dos profetas, renova a promessa da segunda mensagem, qual seja,

a de que faria tremer os céus e a terra, que derrubaria o trono dos reinos e destruiria a força dos reinos das nações (Ag.2:21,22), ou seja, promete a Zorobabel que o reino seria dado, sim, à casa de Davi, que o sistema mundial gentílico que dominava sobre os judeus se dissiparia e que a promessa messiânica se concretizaria.

– O Senhor afirma a Zorobabel que o havia escolhido, que ele era o legítimo descendente de Davi, que a linhagem davídica não se perderia e que ele seria feito como “anel de selar”, ou seja, como “sinal de um compromisso assumido e irrevogável”.

Zorobabel, embora não fosse rei, mantinha a linhagem real, linhagem de onde viria o Messias, o Salvador, Aquele que reinaria não só sobre Israel mas sobre todas as nações (Ag.2:23).

– Efetivamente, esta profecia de Ageu se cumpriu na medida em que vemos que Zorobabel pertence à genealogia de Jesus Cristo (Mt.1:12), a demonstrar que o Senhor realmente escolheu Zorobabel e confirmou nele a promessa messiânica após o retorno do cativeiro da Babilônia.

– Vemos, portanto, que Deus, de Sua parte, sempre cumpre os compromissos assumidos, mas, em contrapartida, exige que Seu povo seja um povo comprometido, compromissado com Ele.

É esta a profunda mensagem que Ageu nos deixa para os nossos dias. Temos tido este compromisso com Deus?

Fonte: http://adautomatos.blogspot.com/2012/12/licao-11-ageu-o-compromisso-do-povo-da.html

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