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Jovens – Lição 8 – A Sunamita: Quando a Fé Faz a Diferença em Atitudes

INTRODUÇÃO

Vimos na semana passada que, apesar de todos os reis do reino do Norte terem sido líderes maus, Deus tinha pessoas fiéis, como vemos à expressão dita pelo próprio Deus quando da indagação do profeta Elias que estava fugindo para não ser morto por Jezabel de que só ele havia ficado de justo e que todos os demais filhos de Israel haviam abandonado a aliança com Deus e que todos os profetas foram mortos.

Deus mostra a Elias que ele não estava sozinho, mais que 7.000 profetas não se curvaram e nem beijaram a Baal (1Re.7:14,18).

Podemos entender que a Sunamita era uma dessas pessoas fiéis que tomou a decisão de ser uma benção na vida do profeta Elizeu e por isso recebeu a recompensa pelas boas obras praticadas (2Re.4:8-17; Sl. 62:12).

I – A MULHER QUE VIVIA EM SUNÉM

1 – O CONTEXTO

Suném ficava a cerca de 11 quilômetros, do Carmelo. Era um lugar fértil com boa vocação para a agricultura.

Segundo o dicionário Champlin, “Suném” em hebraico, é “desnivelada”, identificada com “Sulam” (Solem), localizada no sopé do Pequeno “Hermom”, uma cidade no território da tribo de Issacar (Jos. 19.18). Alguns entendem ainda que “Suném” significa “lugar de repouso”.

Também era a cidade natal de Abisague (I Reis 1.3) e o lar de uma mulher cujo filho foi trazido de volta à vida por Eliseu (II Reis 4.8-37).

O nome dessa cidade aparece também em uma lista compilada por Tutmes II (1490-1436 A. C.), sendo um dos locais conquistados por suas campanhas militares. Nas cartas de Tell el-Amarna, ela aparece com o nome de Shunama, que nos conta que ela caiu ante as forças de Labaya, uma personagem desconhecida.

2 – UMA MULHER COM RECURSOS E ATITUDES ACOLHEDORAS

A sunamita era uma senhora rica, mas estéril, cuja situação não havia riqueza que bastasse.

Mesmo diante dessa dificuldade não se deixou dominar pelo problema e embora possa ter investido boa parte de sua riqueza para tentar sanar o problema, não só pensava em si mesma, mas também no próximo. Mesmo sendo rica, não era soberba, mas gentil e acolhedora. Todas a vezes que o profeta Elizeu passava, ela o convidava a comer e ficar hospedado ali.

“Logo providenciou um lugar para ele ficar, preparou uma câmara conveniente para o profeta, para que ele pudesse usar quando estivesse nas vizinhanças. E ela também lhe provia refeições, quando ele estava ali.

A mulher não sabia, mas estava semeando boa semente, e no futuro colheria uma colheita de felicidade, quando o profeta usasse seus poderes miraculosos em favor dela”. 

2.1 – Sunamita ou sulamita?

Sulamita é o título utilizado para designar a mulher que aparece de forma destacada nos textos poéticos de Cantares de Salomão (Ct 6:3). Grande parte dos estudiosos considera que os termos “sunamita” e “sulamita” se equivalem, ou seja, ambos se referem a uma mulher de Suném.

No entanto, essa posição está longe de ser unanimidade. Alguns consideram que sulamita pode ser a designação de uma mulher vinda de uma suposta cidade desconhecida, nesse caso Sulam. Há ainda quem defenda que o sunamita seja um paralelo feminino do nome Salomão.

2.2 – Algumas sunamitas na Bíblia

Se considerarmos aqui que a posição mais aceita a qual defende que sunamita e sulamita são termos correspondentes, então a Bíblia menciona explicitamente três mulheres sunamitas.

São elas:

a) A mais conhecidas certamente é a mulher que hospedava o profeta Eliseu, a qual teve um filho nascido segundo sua profecia, e que, mais tarde, quando o menino faleceu talvez devido a uma insolação, teve seu filho ressuscitado dos mortos miraculosamente através do ministério do mesmo profeta (2Rs 4:8ss).

b) A outra mulher sunamita mencionada na Bíblia foi Abisague, uma bela jovem trazida de Suném que serviu de ama para o rei Davi em sua velhice (1Rs 1:3,15). Adonias pediu para tê-la como esposa após a morte de Davi, e por conta desse amor ele foi levado à destruição (1Rs 2:17-22).

c) Por último, temos a mulher mencionada pelo rei Salomão no livro de Cantares. Um fato que parece contribuir com a possibilidade dessa jovem realmente ser uma sunamita, é que a troca da letra “L” por “N” na Antiguidade parecia ser comum.

Alguns poucos estudiosos até sugerem que talvez a mulher mencionada na poesia de Salomão, nesse caso sendo uma sunamita, poderia ter sido a própria Abisague que confortou seu velho pai, porém essa interpretação é muito improvável, principalmente considerando o episódio que envolveu Adonias.

Logo, a sulamita ou sunamita mencionada por Salomão provavelmente era outra bela jovem dessa mesma região. (https://estiloadoracao.com/sunamita-significado/ – Acesso em 19/11/2020 – às 10:32).

3 – UM SANTO HOMEM DE DEUS

Ela disse ao seu marido: eis que tenho observado que esse que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” (2Re. 4:9).

Elizeu significa “Deus é a salvação”. Ele era um profeta exemplar; atuou com profetas nos reinados de Jorão, Jeú e Jeoacaz.

“Por meio dessa bela passagem bíblica acima, vemos que a grande riqueza de um homem de Deus é as pessoas glorificarem a Deus pelo bom testemunho e pelo bom caráter delas. Eliseu dava bom testemunho por onde passava e possuía um caráter exemplar.

O bom testemunho e a vida exemplar de Eliseu impressionava as pessoas que o observavam (2Rs 4.9). 

A sunamita observava atenta aos mínimos detalhes a vida de Eliseu, não atentando para “aparência”, porque muitos tem aparência de piedade mas negam a sua eficácia (2Tm.4:7).

A sunamita observava o seu caráter , seu modo de vida, sua honestidade perante os homens (2Pe. 2:11), seu comportamento que sem dúvida excedia a muitos que quem sabe já havia passado por ela dizendo-se homens de Deus.

Eliseu passou pelo teste de uma mulher rica, pois, diferente de Geasi seu moço (2Reis 5:20-27) , não era interesseiro, não estava atrás das riquezas, dos bens materiais daquela mulher. A sunamita observou o caráter de Eliseu, de uma vida santa, de uma vida exemplar, que ia além das aparências religiosas.

Muitos obreiros gostam de ser chamados de homem de Deus. Porém, é preciso ser um homem de Deus na prática (Tg 3.13).

Eliseu frequentava sempre a casa daquela mulher rica para comer e sempre se conduzia de forma respeitosa e exemplar. Isso levou aquela família a convidá-lo como um hóspede permanente (2Rs 4.8-11).

Infelizmente, existem muitos que se dizem homens de Deus, mas deixam rastros negativos por onde passam, e não nos arriscamos mais a hospedá-los em nossa casa (Mt 23.14).

Em 1Tm 4.12, Paulo disse a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”.

Em 2Rs 4.9, a sunamita reconheceu Eliseu como um “santo homem de Deus”. Esse é o testemunho que as pessoas devem dar dos líderes da Igreja do Senhor.

Em 2Rs 1.9-13, Elias foi chamado de “homem de Deus”, e o fogo que desceu do céu atestou que ele era verdadeiramente homem de Deus.

Em 2Cr 11.2, Semaías foi chamado “homem de Deus”.

Em 2Cr 30.16, Moisés foi chamado “homem de Deus”.

Em 2Cr 25.7, havia muitos outros anônimos homens de Deus.

Em Ne 12.36, Davi foi chamado “homem de Deus”.

Em 1Tm 6.11, Paulo reconheceu Timóteo como um homem de Deus, dizendo: “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”.

II – MILHAGRE E ADVERSIDADE

1 – UM CÔMODO PARA O PROFETA

A mulher sunamita se deu conta de que Eliseu era um homem de Deus, de modo que preparou uma habitação para que ele utilizasse cada vez que estivesse na cidade.

Podemos constatar que ela envolveu a sua casa com a obra de Deus. Ela dá uma sugestão ao marido: “Vamos construir lá em cima um quartinho de tijolos e colocar nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lamparina para ele. Assim, sempre que nos visitar ele poderá ocupá-lo” (2 Reis 4:10).

A sunamita pensou em todos os detalhes; pensou em um espaço em que Eliseu pudesse descansar – um quartinho com uma cama – e também uma estrutura que o profeta pudesse exercer seu ministério com uma mesa, uma cadeira e uma lamparina. Ela não queria apenas servir, mas servir com excelência, e assim ela honra o próprio significado do termo Suném, lugar de repouso (https://www.respostas.com.br/sunamita/ – acesso em19/11/2020 às 11:54).

2 – UMA CASA SEM FILHOS

“Eliseu mandou que Geazi dissesse a ela: “Você teve todo este trabalho por nossa causa. O que podemos fazer por você? Quer que eu interceda por você junto ao rei ou ao comandante do exército? ” Ela respondeu: “Estou bem entre minha própria gente”.

Mais tarde Eliseu perguntou a Geazi: “O que se pode fazer por ela? ” Ele respondeu: “Bem, ela não tem filhos, e seu marido é idoso”.

Então Eliseu mandou chamá-la de novo. Geazi a chamou, e ela veio até a porta.

E ele disse: “Por volta desta época, no ano que vem, você estará com um filho nos braços”. (2Re. 4:13-16) (https://www.bibliaonline.com.br/nvi/2rs/4 – acesso em 19/11/2020 – às 12:00).

“…ela não tem filho, e seu marido é velho”. Um herdeiro se revestia de grande importância, porquanto o nome da família e suas possessões seriam transmitidas aos filhos.

Se não houvesse filhos, entretanto, a casa e os bens da família seriam deixados para outros. Desta forma, viver como viúva, o que se constituía em um futuro bem provável para aquela mulher, tornariam as coisas muito difíceis para ela” (1Rs 17.9,).

 3 – O FILHO MORRE

“Passado um ano a promessa de Deus se cumpriu, porque amor gera vida, paz e alegria. Ela concebeu e deu à luz um lindo e abençoado menino, filho da promessa, tal qual foi Isaque para Abraão e Sara.

Agora aquele lar frio se enchia do calor do sorriso de uma criança. Uma família completa e feliz. Em Israel, um filho era considerado a maior benção e alegria que um pai e uma mãe poderiam alcançar.

A mulher que não tinha filhos ficava profundamente envergonhada na sociedade. E a lei judaica dava ao marido direito de se divorciar, caso a sua esposa não pudesse lhe dar um descendente que levaria o seu nome adiante.

Mas tudo isso agora estava superado pois, Deus havia lhe dado o presente perfeito, o presente que ela realmente precisava.

Este foi o sonho que a Sunamita escolheu para sonhar, um lar simples, mas feliz, uma família debaixo das bençãos de Deus. E o menino crescia nos caminhos do Senhor.

Toda vez que ela olhava para seu filho, se lembrava da promessa de Deus se cumprindo na sua vida. Era lindo!

“E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera.” 2 Reis 4:17

E o seu filho era uma benção. Ensinado na Lei do Senhor, obediente, ajudava ao seu pai no trabalho.

Certamente na ansiedade de querer retribuir todo o amor e o carinho recebido de seus pais, este menino trabalha duro se expondo muito ao sol, mas ele ainda não tinha um preparo físico adequado, não estava acostumado ao trabalho árduo.

O sol de verão é muito forte naquela região, faz muito calor. Muitos estudiosos acreditam que o filho da sunamita tenha sofrido de insolação, que dependendo da intensidade da exposição ao calor, pode levar à morte, principalmente em jovens e idosos.

“E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe.” 2 Reis 4:18-19

E o menino é levado à sua mãe. Depois de algum tempo ele vem a falecer. Momentos terríveis passou aquela mulher, era o vale da sombra da morte.

III – A AÇÃO DE DEUS NA VIDA DA SUNAMITA

1 – DEUS NÃO FALA NADA COM O PROFETA

Mas se estava passando pelo vale da sombra da morte, ela não temeu. Ela não aceitou a morte do seu sonho!

Tomando-o em seus braços, o põe carinhosamente na cama do profeta Eliseu, e parte para um duro embate, um caminho longo, uma jornada de 24 quilômetros na estrada que subia até o monte Carmelo, para recuperar a vida de seu filho, fruto da promessa de Deus.

Ao longe ela responde ao profeta com palavras que demonstravam a sua certeza, a fé de que a vida do seu filho seria restaurada.

Ao chegar diante de Eliseu, ela se prostra com o coração quebrantado. E Eliseu sendo um homem poderoso em palavras e obras, nos deixa também uma lição de humildade aqui.

Ao invés de tentar “dar uma de adivinho”, ele reconhece que Deus não havia lhe revelado o que estava acontecendo naquele momento.

“Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus:

Deixa-a, porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou.” (2 Reis 4:27). (https://rudecruz.com/reis/eliseu-ressuscita-o-filho-da-sunamita/ – Acesso em 19/11/2020 às 15:44).

2 – DEUS TRAZ O MENINO DE VOLTA

Eliseu então manda o seu discípulo Geazi por o seu bordão sobre o rosto do menino morto. Mas há tarefas que não são para Geazi realizar. Certas coisas exigem a presença do homem de Deus.

A sunamita sabia disso, e luta por seu filho, insistindo com o profeta que não o deixaria enquanto ele não fosse com ela.

Eliseu vendo a disposição e a fé dela, levanta-se e a acompanha. Geazi que foi na frente deles, volta com notícias não muito boas, o bordão não funcionou.

O bordão de Eliseu não funcionou porque para se ressuscitar sonhos é preciso intercessão, súplicas e “calor humano”.

Eliseu teve que orar de portas fechadas, pois “ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” (Mateus 6:6).

É preciso insistência:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” Mateus 7:7.

Eliseu após a oração, transmite “calor” ao jovem através do contato direto com o morto. Uma simbologia de que não podemos nos isolar daqueles que estão “mortos espiritualmente”, necessitando da nossa ajuda.

Tal como Jesus, Eliseu não temeu a impureza cerimonial da Lei, mas voltou a deitar-se sobre o menino, aquecendo-o novamente e transmitindo-lhe vida.

Muitas vezes é preciso agir de igual forma, abraçando com muito amor os pecadores, a quem desejamos ver “ressuscitados”.

“E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu.” (2 Reis 4:34). (https://rudecruz.com/reis/eliseu-ressuscita-o-filho-da-sunamita/ – Acesso em 19/11/2020 às 15:44).

A mesma generosidade feita pela sunamita ao profeta Eliseu em construir um quarto para que ali hospedasse quando passasse por Suném é retribuída pelo profeta, onde usado por Deus traz de volta a vida, seu único filho ressuscitando-o dos mortos.

Quem poderia imaginar que no mesmo quarto que a sunamita construiu para abrigar o profeta, seria o lugar onde Deus operaria um grande milagre, ressuscitando seu filho e redobrando a alegria daquela mulher que, embora estéril, concebeu, e depois do filho ter morrido e agora ressuscitado por Deus, o tem novamente em seus braços vivo para glória de Deus.

3 – A PROTEÇÃO DE DEUS NA ADVERSIDADE

Segundo o comentário Champlin: “Eliseu sabia que estava chegando um período de sete anos de fome, de forma que disse à sua hospedeira em Suném a bondosa mulher que lhe mandara construir um cenáculo no qual ele costumava alojar-se, e cujo filho ele restaurara à vida – que migrasse por algum tempo para o país dos filisteus. Isso ela fez.

Terminados os sete anos, ela voltou e apelou ao rei para que sua casa e sua propriedade fossem devolvidas.

Além disso, Geazi estava na corte, contando ao rei os feitos miraculosos de Eliseu, particularmente como ele ressuscitara o morto à vida. Assim, Geazi voltou-se e mostrou a mulher ao rei, o qual imediatamente enviou um oficial da corte, com ela, para garantir que a propriedade dela lhe fosse devolvida’ (Norman H. Snaith, in loc.).

O conhecimento especial de Eliseu é novamente enfatizado. Ver sobre isso em II Reis 6.6, 7. Esse conhecimento superficial o destacava como um autêntico profeta de Deus “Yahweh”, o único Deus vivo e verdadeiro.

Em contraste com Deus, Baal era apenas um deus-lua. Portanto, de Israel esperava-se que abandonasse a sua idolatria e se voltasse para Yahweh. Eliseu, em sua vida e com seus milagres, continuava a comunicar essa mensagem. Mas Israel insistia em ignorá-la.

Falou Eliseu àquela mulher cujo filho ele restaurara à vida.

‘Este relato ilustra o maravilhoso cuidado de Deus por aqueles que N’ele confiam, mesmo em tempos de apostasia popular” (Thomas L. Constable, in loc.). Os atos de Eliseu foram benefícios. A Palestina, aquela terra quente e poeirenta, era com frequência sujeita à seca e à fome.

Essa condição foi um instrumento na mão divina para castigar um povo apostatado.  Quão dependentes somos, até hoje, da chuva! Quão dependentes somos, até hoje, da água da vida!

Levantou-se a mulher. Outro juízo divino é ameaçado. A mulher fugiu, obedecendo à palavra do profeta.

Os quatro juízos divinos:

a espada;

a fome;

as feras;

a pestilência.

Esses eram, com frequência, os “quatro maus juízos’ de Deus “Yahweh”. Ver Ezequiel 14.21.

Terra dos Filisteus.

Ou seja, as terras das costas baixas do mar Mediterrâneo, que não estavam sujeitas à seca, como o interior da Palestina. (Cf. Gênesis 12.10; 26.1.). Além disso, os filisteus contavam com um comércio marítimo, que aliviava qualquer problema drástico das condições atmosféricas. Ver Joel 3.4-6.

Lembremo-nos de que Isaque havia migrado para a terra dos filisteus em tempo de fome (ver Gênesis 26.1). Ao que tudo indica, era essa uma reação comum diante da seca e da fome resultante (ver Gênesis 12.10; 43.2; 46.6).

E saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras.

Naturalmente, na ausência da mulher, sua casa e suas propriedades tinham sido invadidas. Os israelitas não eram destituídos de terras, porquanto cada família (mediante a legislação mosaica) tinha suas próprias terras e fazendas.

Mas era natural que as terras abandonadas fossem tomadas por outras pessoas. Talvez fossem vizinhos que se tinham apossado das terras, ou mesmo parentes que não tinham direito a elas. Pois aquelas terras pertenciam a seu marido, a ela e aos filhos do casal. É até mesmo possível que o próprio governo se tivesse apossado das terras.

Ora, o rei falava a Geazi. Muito provavelmente, a história aqui relatada ocorreu antes que o servo especial de Eliseu se tivesse tomado leproso.

Aquele homem, como um leproso, não podería andar circulando livremente pela sociedade, e, muito menos ainda, ter acesso ao rei. O rei, pois, estava recebendo um relatório em primeira mão, da parte de uma testemunha ocular, de todas as maravilhas que Eliseu tinha feito, e foi exatamente naquele momento que uma das pessoas a mulher sunamita que tinha recebido um milagre especial do profeta apareceu para registrar sua queixa sobre suas terras furtadas.

Naturalmente, isso não ocorreu por mera coincidência, mas foi um acontecimento arranjado providencialmente por Deus “Yahweh”. Esse incidente foi outorgado para beneficio da mulher. Nada acontece por mero acaso.

Julgamos que Jeorão tinha mais curiosidade em saber dos milagres de Eliseu do que em ser sério quanto a mudar de vida e abandonar a idolatria. Esses milagres apontavam para Yahweh, o único Deus vivo e verdadeiro.

Mas o rei de Israel nunca abandonou sua adoração a Baal. Ele gostava de ouvir histórias, mas não estava interessado na sua própria transformação espiritual.

O rei. Como não parece provável que o rei iria manter conversa com um homem leproso; Ou, sabendo que Geazi tinha sido despedido com a mais alta desgraça do serviço do profeta, ele falaria com ele a respeito de seu mestre atrasado; Alguns supuseram que isso aconteceu antes da purificação de Naamã.

Mas concorda melhor com a cronologia para considerá-la como tendo ocorrido após esse evento; O rei, provavelmente, tendo uma curiosidade insaciável para conhecer a história privada de um homem que tinha feito coisas tão surpreendentes.

Quanto às circunstâncias da doença de Gehazi, ele pode ignorar isso, e conversar com ele, mantendo-se a uma distância razoável, como nada, mas o contato real poderia contaminar.

Contava ele ao rei.

No momento exato em que Geazi contava ao rei de Israel acerca de como Eliseu ressuscitara o menino dentre os mortos, a mãe do rapaz apareceu para registrar queixa sobre como sua propriedade fora furtada (por invasores), quando ela tinha ido à Filístia, por causa da fome.

E este o seu filho. Agora um rapaz crescido e acompanhando a sua mãe, uma prova viva do poder do profeta de Deus e uma força convincente que foi capaz de fazer o rei cuidar para que as propriedades da mulher lhe fossem devolvidas por parte dos invasores.

Interrogou o rei a mulher.

O rei questionou a mulher sunamita, a qual não se furtou de contar coisa alguma ao monarca israelita, confirmando a história que Geazi tinha contado. E as duas histórias coincidiram. Isso o convenceu da justiça do caso, e, sem nenhuma hesitação ou demora, ele nomeou um oficial para que expulsasse os invasores das propriedades.

Uma Restauração Completa.

Não bastava que a propriedade fosse devolvida aos seus legítimos proprietários. Tudo quanto fora produzido ali os produtos agrícolas, quaisquer proveitos de qualquer espécie, derivados do uso das terras teve de ser devolvido. Isso foi feito, e a propriedade, quando o autor sagrado registrou a história, continuava nas mãos da família da mulher. Quando erros são cometidos, não é suficiente arrepender-se. Restituição também precisa ser feita. 

CONCLUSÃO

O exemplo da sunamita nos mostra que quando semeamos na vida de outras pessoas, chegará o momento em que colheremos a recompensa dada por Deus. “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gl.2:9).

“Nos mostra também que embora não entendamos o motivo para nossas provações atuais, mas cer­tamente elas operam para o nosso bem (Rm 8:28). Como é magnífico que os crentes tenham uma herança que não lhes pode ser tirada” (1 Pe 1:4; Ef 1:11,14). 

Ev. Adauto Mattos


Referências e Citações

Comentário Champlin

Comentário  Wiersbe

Bíblia de Genebra

Bíblia do pregador Pentecostal

https://estiloadoracao.com/sunamita-significado/

https://www.respostas.com.br/sunamita/

https://rudecruz.com/reis/eliseu-ressuscita-o-filho-da-sunamita/.

https://www.bibliaonline.com.br/nvi/2rs/4 – acesso em 19/11/2020

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