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Jovens – Lição 7 – Perdoa-me, Senhor

INTRODUÇÃO

O Salmo 51 ressalta a confissão de pecados, o clamor a Deus por misericórdia e a busca pela restauração da comunhão com o Senhor.

Este tema é tratado com relevância em toda a Bíblia, haja vista que o pecado cometido pelo homem originou os diversos males que são vistos na sociedade até os dias atuais.

Nesse Salmo, nota-se que, após pecar voluntariamente contra Deus e de modo tão grave, o salmista experimenta a privação da comunhão e da presença do Todo-Poderoso.

O salmo inicia com o clamor pela misericórdia divina, consideran­do que o arrependimento em si não era suficiente para a restauração ser alcançada, e sim a bondade de Deus, que absolve o homem e, de um modo peculiar, purifica as suas transgressões.

Segundo os estudiosos, o Salmo 51 foi escrito pelo próprio rei Davi após este ser confrontado pelo profeta Natã, em razão do seu pecado de adultério cometido com Bate-Seba e o consequente assassinato do esposo dela, Urias, um dos principais guerreiros do exército do rei (cf. 2 Sm 12.1-14). O salmo detalha o clamor de Davi pelo perdão divino e a confissão do seu pecado.

As palavras de Davi neste salmo destacam como o pecador deve aproximar-se de Deus para alcançar o perdão dos seus pecados. Além de suplicar a misericórdia divina — razão pela qual os homens são aceitos novamente por Deus —, a confissão de pecados faz-se necessária no processo de restauração.

E, por fim, o salmista delineia a alegria e o jubilo da renovação interior provocada pelo Espírito Santo.

Dois dos sinais de restauração espiritual manifestados no pecador arrependido são o quebrantamen­to de coração e o desejo de praticar o que é justo diante de Deus. O Senhor é quem restaura o desejo de servi-lo com sinceridade.

I. MISERICÓRDIA E CONFISSÃO (vv. 1-5)

O Salmo 51 está na categoria dos salmos penitenciais. Esses salmos trazem a ideia de confissão e busca pelo perdão de Deus.

Outros salmos podem ser classificados nessa categoria: 6, 37, 142, dentre outros.

O Salmo 51 está estruturado da seguinte forma:

1) Reconhecimento da natureza misericordiosa de Deus (vv. 1, 2);

2) confissão de pecados (vv. 3-5);

3) busca por restauração (vv. 6.13);

4) a adoração verdadeira (vv. 14-17);

5) o bem a Sião (vv. 18, 19).

Assim, nesta obra, estudaremos sobre a natureza misericordiosa de Deus, a necessidade de confessar o pecado para ser restaurado, a disposição de viver o processo de res­tauração e, por fim, viver a adoração pública de maneira restaurada.

1. Um Clamor por Misericórdia

O autor da Carta aos Hebreus disserta que aquele que se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6).

Após a repreensão do profeta, Davi aproxima-se de Deus não confiando na sua própria integridade ou nos feitos que realizara como instrumento do Senhor desde a sua mocidade.

Antes, confia na misericórdia divina e, semelhantemente aos que se vestem de pano de saco como demonstração de humilhação, reconhece que os seus atos de justiça são como trapos de imundície, ou seja, são inúteis diante do Senhor.

A confissão dos pecados corresponde a uma das etapas do processo de restauração do pecador. À medida que Davi admite e detalha para Deus o mal que havia praticado, o Senhor atenta para a sua triste con­dição.

A Bíblia ressalta: “Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona alcançará misericórdia (Pv 28.13). Deus está atento à impossibilidade de o pecador alcançar a remissão dos seus pecados por conta própria.

Nesse sentido, o clamor pela misericórdia é a confiança do pecador na benignidade divina. O salmista tem uma clara noção da sobera­nia de Deus, da sua autoridade como Criador e da sua santidade e completa repulsa em relação ao pecado.

Para o crente que tem a experiência com o Evangelho e desfruta do relacionamento com o Espírito Santo, o pecado voluntário tem um impacto devastador na sua vida espiritual.

Por essa razão, o clamor e a confiança na misericórdia divina correspondem à primeira etapa nesse processo de restauração da comunhão com o divino.

O próximo passo, como veremos a seguir, é a confissão do pecado. Somente o Senhor tem o poder de remover a culpa do pecador arrependido.

2. Confessando o Pecado

O salmista dirige-se ao Senhor de maneira humilde, confessando e especificando o seu pecado (vv. 3, 4). Este estava tão patente diante dele que a expressão “em pecado me concebeu a minha mãe” (v. 5) revela que o salmista reconhece a inclinação humana para o pecado desde o início da existência humana.

Esse reconhecimento do salmista aponta para um aspecto muito relevante na vida cristã: a implicação dos pecados cometidos para a comunhão com Deus.

Os pecados cometidos por Davi, na ocasião do Salmo 51, apontam para uma verdade fundamental que deve ser ensinada aos crentes: Deus perdoa os pecados que o crente comete, ainda que voluntariamente.

O Senhor, no entanto, não isenta os seus servos das consequências dos seus erros. O apóstolo Paulo escreveu aos gálatas:  “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá” (Gl 6.7, NAA).

A cilada do pecado provoca na mente do pecador uma espécie de anestesia no coração, de modo que o faz atentar apenas àquilo que é aparente, momentâneo, circunstancial.

O comportamento irresponsável de Davi no tocante aos seus cuidados com os compromissos reais certamente o fez pensar que ele poderia pecar deliberadamente com Bate-Seba sem que ninguém percebesse.

Contudo, nada fica encoberto aos olhos do Senhor, in­clusive em se tratando das ações praticadas pelos que são chamados por Deus para exercer uma santa vocação.

A repreensão do profeta Natã foi fundamental para que Davi fosse conscientizado da sua triste condição espiritual após pecar contra Deus, o Senhor.

Tanto é que, neste salmo, ele confessa que o seu pecado, além de apropriar-se de uma mulher casada e levar à morte o seu marido, é contra o próprio Deus.

Por isso, ele declara: “Contra ti, contra ti so­mente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal” (v. 4).

O pecado, quando cometido, atinge não apenas a integridade do próximo, mas também e principalmente a comunhão do crente com Deus.

A tomada de consciência com relação ao pecado é o primeiro passo para alcançar a reconciliação. Semelhantemente à declaração do profeta Natã, usado por Deus para alertar Davi sobre a sua triste condição espiritual, também somos alertados pelo Espírito Santo, mediante o ensino das Sagradas Escrituras, acerca de nossa condu­ta na presença de Deus.

O pecado afasta o ser humano de Deus e deve ser tratado com atenção. A santidade e o temor do Senhor são preceitos inegociáveis à vida cristã.

No Antigo Testamento, a remoção da culpa pelos pecados come­tidos era feita mediante o ritual prescrito na Lei de Moisés, servo de Deus.

Partindo dessa premissa, o pecado, naquela ocasião, só poderia ser removido se o sangue da vítima fosse derramado, pagando, assim, com a própria vida a dívida em razão da culpa. Esse método definido pelo próprio Deus faz alusão à justiça divina, operada por meio de Jesus Cristo.

Assim como a vítima sacrificada cumpria a justiça morrendo no lugar do pecador, Cristo, de uma única vez, apresentou-se como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). A sua morte sobre a cruz condicionou ao pecador a oportunidade do perdão à medida que se crê no sacrifício do filho de Deus sobre a cruz.

O apóstolo Paulo menciona na sua Carta aos Romanos que somos justificados pela fé em Jesus Cristo e, assim, temos paz com Deus (Rm 5.1).

O versículo 8 afirma que Deus prova o seu amor para conosco numa ocasião em que, mesmo sendo pecadores, separados do Criador e não desejosos da reconciliação, Ele resolveu entregar o seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar.

O indescritível amor de Deus, como muitos assim o denominam, revela-se na sua graça e é capaz de fazer o que nenhum juízo humano consegue: perdoar pecados e remover a culpa.

É Ele quem restaura o pecador arrependido, não apenas concedendo o perdão, como também restaurando as feridas emocionais e espirituais provocadas pelo pecado. Por esse motivo, o Senhor declara ao pecador:

“Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro” (Is 43.25).

CONCLUSÃO

O cuidado com a vida cristã e o compromisso com o estudo con­tínuo da Palavra de Deus são essenciais para o fortalecimento da fé.

A caminhada com Deus não está isenta de tribulações, tentações e tropeços. Cabe a cada cristão buscar a presença de Deus e o preparo espiritual para enfrentar as intempéries. Contudo, ainda assim, acidentes de percurso podem acontecer.

O importante, nesse caso, é primeiramente confiar na misericórdia e bondade de Deus. O Senhor nunca fechará a porta da graça para um filho que busca o perdão com sinceridade.

A confissão, o arrependimento e o compromisso com uma nova postura que agrada a Deus são o início da restauração espiritual e intimidade com o Senhor.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/05/12/licao-7-perdoa-me-senhor/

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