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Jovens – Lição 11- Livramento e ação de graças

INTRODUÇÃO

O exercício da gratidão é uma prática encorajada nas Es­crituras Sagradas. Render graças a Deus é uma forma de reconhecer a sua soberania, o seu amor e cuidado sobre nossas vidas.

A gratidão também é uma forma de o crente expressar a fé paciente em Deus e que, mesmo diante dos desafios da vida, em tudo se mostra confiante na misericórdia divina e na sua infalibilidade.

Neste salmo, o salmista expressa a gratidão pelo livramento da morte, bem como em razão do cuidado divino em circunstâncias extremamente difíceis em que o amparo humano mostrara-se impro­fícuo. O coração do salmista, entretanto, enche-se de gratidão pela fidelidade do Senhor, que não o deixou desamparado.

Ainda nesse salmo, veremos algumas qualidades de Deus que Ele torna conhecidas mediante a experiência do crente.

O Senhor é piedoso, justo e misericordioso e preserva a aliança selada com os seus servos. Diante dEle, há um memorial entre os que o servem e os que não o servem (Ml 3.16).

Nesse mesmo sentido, o crente experimenta o que é a fidelidade de Deus ao invocá-lo nos momentos mais difíceis, até mesmo diante da experiência de quase morte. É nessas horas que o crente compreende que o fôlego de vida está nas mãos de Deus, o Senhor.

E, por fim, o salmista encerra a última etapa desse salmo expres­sando publicamente a gratidão a Deus. Ele pergunta retoricamente: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” (Sl 116.12, NAA).

Em resposta, o salmista promete participar do cálice da salvação, invocar o nome do Senhor e cumprir os seus votos a Deus publicamente.

O seu exemplo ensina-nos que devemos testemunhar o quanto o Senhor é bom, bem como tornar o seu nome conhecido. Dessa forma, preservaremos um ambiente de gratidão com nossos irmãos de congregação.

I. A SÚPLICA DA AULA DIANTE DO IMINENTE PERIGO

O exercício da oração é uma prática apresentada de forma contínua tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

No Antigo Testamen­to, desde Abraão até os reis que assumiram os tronos dos reinos de Israel e Judá, a oração fazia-se presente como forma de consultar a Deus para obter-se um direcionamento ou mesmo invocá-lo com o fim de alcançar algum livramento.

No Novo Testamento, a prática da oração fazia parte do ministério de nosso Senhor Jesus, bem como do dia a dia da Igreja Primitiva (At 2).

Nesse mesmo sentido, o salmista relata a sua experiência com o caos e enaltece ao Senhor pela sua súplica haver sido respondida.

Ele utiliza-se das expressões “cordéis de morte” e “angústias do inferno” na tentativa de ilustrar os sentimentos que dominavam as suas emoções em um dos momentos mais difíceis da sua vida, quando a certeza da morte pairava na sua mente. E, por fim, agradece a Deus, que não o deixou morrer, mas respondeu o seu clamor em tempo oportuno.

1. O que É o Salmo 116?

O Salmo 116 constitui um grupo de salmos conhecidos basicamente como salmos de adoração pública, também denominados como de hallel (que significa “louvor”), ou seja, os salmos 113–118.

A sua inclusão nesse grupo de salmos testifica que qualquer congregação, grande ou pequena, é constituída de indivíduos que elevam o seu coração a Deus em oração e louvor.

As expressões “sacrifícios de louvor” e “o pagamento de votos” indicam o cenário de um cerimonial onde são oferecidas ofertas de gratidão em razão dos livramentos da aflição descritos anteriormente na primeira parte do Salmo.1

A maioria dos estudiosos considera Davi o autor desse salmo. Ele teria escrito o salmo após a cura de uma enfermidade que o havia levado a pensar que não sobreviveria.

Outra justificativa para esse salmo, como alguns afirmam, seria uma revisão geral de muitas libertações graciosas que o Senhor operou em favor de Davi.

O fato é que o autor expressa no salmo a angústia que sentiu diante da possibilidade real de morte. Deus, contudo, ouviu o seu clamor e trouxe livramento à sua alma.

Na tradição litúrgica judaica de um tempo posterior, esse salmo, bem como os salmos 113 a 118, são chamados de Hallel Egípcio.

Eram usados na ocasião das três grandes festividades anuais, às quais to­dos os varões israelitas tinham a obrigação de fazer peregrinações a Jerusalém. Um aspecto que marca os salmos 113 e 117 é a presença da palavra “aleluia” no início e no fim dos salmos.

O Salmo 114 não possui essa característica. Já os salmos 115 e 116 apresentam o termo “aleluia” apenas no fim.

E o Salmo 118 apresenta os agradecimentos tanto no início quanto no fim.2 Por fim, vale destacar que esse hino é uma canção de gratidão ao Senhor.

O salmista inicia o salmo com uma declaração de amor por aquEle que o livrou, acolheu e cuidou nos momentos mais difíceis.

Nesse salmo, os seus leitores podem extrair lições importantíssimas no que diz respeito ao relacionamento com Deus.

Dentre tantas, destacam-se as lições sobre a gratidão a Deus pela sua fidelidade e a declaração amorosa do salmista ao Senhor como expressão do desejo fervoroso de permanecer na presença dEle.

2. “Cordéis de morte”; “angústias do inferno”

Uma das características que marcam o Salmo 116 é a grande quantidade de palavras que expressam as emoções do salmista.

Os momentos que ele vivenciou foram tão difíceis que é possível perceber em cada versículo do salmo que o salmista se emociona ao relembrar a dura fase que enfrentou.

Os versículos 1 e 2 revelam quatro expressões tocantes: “Amo ao Senhor”, “ele ouviu”, “incli­nou” e “invocá-lo-ei”.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que essas palavras revelam o amor do salmista pelo Senhor. Isso porque ele passou uma experiência em que precisou invocar a Deus, e Este o ouviu e inclinou-se, atendendo à sua oração. Amar o Senhor e declarar para

Ele um amor não fingido remete-nos a lembrar as palavras do Senhor Jesus quando esteve na casa de Simão.

Naquela ocasião, uma pecadora aproximou-se dEle, molhou os seus pés com lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Em con­trapartida, Simão nem sequer tratou o seu visitante com o devido respeito, pois não ungiu a sua cabeça com óleo. Jesus declarou:

“Por isso, afirmo a você que os muitos pecados dela foram perdoados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (Lc 7.47).

Observe as palavras de Jesus quanto ao amor a Deus, demonstrado pela mulher pecadora. Aquele que muito experimentou do pecado certamente muito sofreu em razão dele.

Este, quando al­cança a verdadeira fé e o arrependimento, sabe que o perdão de Deus livrou-o de um mar de sofrimentos. Por esse motivo, tem maiores razões para dedicar a sua vida a amar e temer aquEle que o salvou.

Semelhantemente, o salmista entendeu a grandiosidade da mise­ricórdia de Deus manifestada em seu favor. Deus verdadeiramente escuta a oração do aflito e não fecha os seus ouvidos para o clamor do pobre (Sl 10.17).

Dessa forma, somos encorajados a nunca esmorecer ou a desacreditar que o Senhor atenderá às nossas petições.

A experiência do salmista foi, provavelmente, uma experiência de quase morte. As duas expressões “cordéis de morte” e “angústias do inferno” certamente se referem ao mesmo episódio de quase-morte do salmista.

Nesse sentido, todas as possibilidades humanas esgo­taram-se. Não havia nada do ponto de vista humano que o salmista pudesse fazer. A única coisa possível era “invocar ao Senhor”.

3. Invocação ao Senhor

A oração é uma prática milenar muito presente na história do povo de Deus. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, dependendo da ocasião, a oração assume finalidades e, por conseguinte, classificações diferentes.

No Novo Testamento, mais especificamente na Carta de Paulo a Timóteo, o apóstolo admoesta a “que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1 Tm 2.1). Aqui, uma das classes de orações que merece destaque é a súplica.

Nesse sentido, a súplica denota um tipo de oração que envolve uma postura significativa de humildade por parte do suplicante com o fim de admitir a sua condição de impotência diante da dificuldade. Somente alguém com poder e autoridade sobre as circunstâncias pode mudar o quadro da situação.

É aquele momento em que o pecador clama pelo perdão divino e suplica a sua misericórdia, humilha-se diante do Senhor e invoca-o pela sua ação.

É a atitude de Ezequias, por exemplo, quando da ocasião em que a sua morte havia sido anunciada pelo profeta Isaías.

As Escrituras narram que o rei deveria preparar a sua casa, pois a morte era certa. Entretanto, a súplica do rei e o seu clamor pela continuidade dos seus anos de vida foram atendidos, e o Senhor ordenou que o profeta retornasse à câmara do rei e anunciasse que ele viveria mais quinze anos de vida (cf. Is 38.1-5).

No contexto do Salmo 116, o salmista suplicou ao Senhor de for­ma humilde, reconhecendo a sua falibilidade, limitação e inclinação humana diante dEle.

Ele não tinha a quem recorrer e nem mesmo contava com os seus recursos materiais para trazer o restabelecimento da sua paz.

Assim sendo, invocar ao Senhor por meio da súplica era a expressão mais íntima e sincera do salmista diante da complexidade do momento que estava vivendo.

CONCLUSÃO

Por fim, podemos destacar a partir do Salmo 116 que há circuns­tâncias na vida que fogem completamente do controle humano.

Nada, porém, escapa do controle de Deus. Ele sempre teve e continuará tendo todo o poder sobre os céus e a terra. Cabe aos que o servem e desejam adorá-lo com um coração sincero assumirem uma postura de gratidão. Essa virtude deve ser nutrida em nossa vida cristã.

Diga-se de passagem, a gratidão deve ser praticada não apenas em relação a Deus, mas também em nossa relação com o próximo.

Deus tem uma forma peculiar de usar pessoas como instrumentos de bênçãos para abençoar-nos. Reconhecer esse fato e aprender a agradecer às pessoas o favor recebido são uma forma de agradecer a Deus pela sua fidelidade, bem como uma demonstração de humil­dade para com nosso próximo.

Você tem tido uma atitude de gratidão a Deus e às pessoas que foram instrumentos de bênçãos para a sua vida?

Experimente trocar as murmurações, as críticas e a irritabilidade com as coisas que você não pode controlar pela perspectiva da gratidão.

Creia nisso! A vida ficará muito mais leve. Não por acaso, o apóstolo Paulo declarou: “[…] Porque já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11). Isso só é possível por meio de um estilo de vida que cultiva a virtude da gratidão.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: BUENO, Telma; SANTOS, Thiago. Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance uma Vida Feliz com os Ensinos dos Santos. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/06/07/20343/

Vídeo: https://youtu.be/PaXx55EVWQ8

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