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LIÇÃO Nº 6 – O ESPÍRITO ATUANTE EM CRISTO

O Espírito Santo, presente na Eternidade e por nós conhecido, desde o início da criação, através das Escrituras, atuou juntamente com Cristo para o benefício humano.

O nosso Salvador foi prenunciado pelo profeta Isaías como o Ungido, o Cristo, aquele sobre quem estava a unção do Espírito Santo:

O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; (Is 61.1,2).

E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres.

Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.

E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. (Lc 4:17-21)

Cristo esclareceu para todos, na sinagoga, que as Escrituras, estavam se cumprindo. Tudo o que fora dito sobre Ele, nas profecias, estava diante dos olhos de todos, pois a Palavra do Senhor é verdadeira e não cai por terra.

O Cristo, Filho de Davi, é o Rebento de Jessé predito pelo profeta Isaías: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.

E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” (Is 11:1,2)

Sobre o Filho de Davi repousam os sete Espíritos de Deus, ou seja, as sete qualificações do Espírito de Deus. Ele foi o homem mais sábio que a Terra conheceu, mais entendido em toda sabedoria e ciência, o maior conselheiro que os homens poderiam ter. Jesus é a pessoa, do Novo Testamento, que mais teve comunhão com o Santo Espírito de Deus.

Desde a concepção do Filho de Deus, verifica-se a presença do Espírito Santo atuando poderosamente no ventre de Maria:

“Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1.35).

Esta concepção possibilitava que o Filho do Homem fosse totalmente puro e preservado do pecado. A natureza humana era da substância de Maria e a natureza do Deus encarnado era resultado da formação do Espírito Santo.

A natureza humana de Cristo resultou do processo de desenvolvimento de crescimento físico, crescimento racional e crescimento moral inerentes a todo ser humano;

Durante o Seu batismo, Cristo foi cheio do Espírito Santo. Antes disto, em sua natureza humana, procurou identificar-se com Israel e conosco, demonstrando que era necessário se arrepender.

Assim como os profetas, reis e sacerdotes eram ungidos antes de iniciar os seus ministérios e recebiam, de Deus e aos olhos do povo, a devida autoridade para exercer o ministério, Cristo foi ungido quando dos altos céus avistou-se uma pomba, no seu formato corpóreo, descer sobre Ele e ouvir-se uma voz dos céus.

A presença da Trindade era evidente ali naquele momento ímpar, como testemunho de que o nosso Deus e o Santo Espírito estavam na direção do ministério do nosso Cristo:

“E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu; E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia:

Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Lc 3:21,22). O seu tríplice ministério de profeta, sacerdote e rei só estava começando….

O Espírito Santo guiava os passos de Cristo. Foi Ele quem conduziu nosso Senhor (o segundo Adão) ao deserto para ser tentado pelo Diabo: “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” (Lc 4:1).

“Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” (Mt 4.1). O primeiro Adão foi tentado num jardim, enquanto o segundo foi atraído para um lugar hostil.

Apesar disto, o primeiro Adão falhou; enquanto o segundo triunfou. Ele não venceu a tentação porque continha a divindade em si, mas porque o Espírito Santo O inspirava, fazia lembra-se da Palavra de Deus, estava orientando o seu procedimento humano diante da adversidade.

João Batista também apontou Cristo como aquele que batiza com o Espírito Santo, promessa confirmada pela Voz do Deserto em seu último discurso: “E eu, em

verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.”

Tal evento se cumpriu no Dia de Pentecostes conforme o registro em At 2.4: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”

Lucas atesta que Cristo iniciou o Seu ministério sob a batuta do Espírito: “Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.” (Lc 4.14).

Ao deixar o deserto, após a vitória sobre Satanás, o Divino Companheiro do Messias prossegue dirigindo Seus passos e, assim, O vemos adorando na Sinagoga em Nazaré, testemunhando da unção divina que sobre Ele estava.

Demonstrou a todos que havia um poder sobrenatural atuando sobre a Sua vida e que tudo o que veriam a partir de então, seria fruto, resultado da ação deste poder.

O apóstolo Pedro, durante a pregação na casa de Cornélio, também esclareceu que o Espírito Santo foi atuante no ministério de Cristo:

“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (At 10.38)

A restauração dos enfermos e libertação dos oprimidos foi motivada pela presença da Terceira Pessoa da Trindade.

O Espírito Santo agindo, com poder, por meio de Cristo e dos apóstolos, promovia a realização de inúmeras proezas e benefícios na vida das pessoas.

O fariseu Nicodemos reconheceu que tais sinais realizados por Cristo são a prova de que o Espírito está presente na vida da pessoa:

“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (Jo 3.1,2)

Os demônios eram expulsos pelo poder do Espírito Santo (atuante na vida e ministério de Cristo): “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.” (Mt 12.28)

Um dos traços marcantes da vinda do Messias foi a libertação dos oprimidos pelos demônios. A declaração de que o Espírito Santo concedia poder para orar pelos oprimidos, serem libertos, era o sinal de que o Reino de Deus estava atuante na vida das pessoas.

Observar as maravilhosas operações do Espírito Santo na vida das pessoas trazia imensa alegria para Cristo, pois um dos aspectos do fruto do Espírito é o gozo:

“Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes” (Lc 10.21).

Embora alguns vejam a Cristo apenas como Homem de Dores, mas Ele era um Homem Feliz. E para os discípulos, Ele deixa claro seu desejo: “Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” (Jo 15.11).

Seu propósito é que seus discípulos também sejam pessoas realizadas, tenham contentamento. Não vemos o nosso Cristo reclamando, maldizendo-se da vida, porque sobre Ele estava a unção que trazia alegria: “por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.” (Hb 1.9 b).

Até mesmo diante da cruz, da afronta e da perseguição, não perdeu esta alegria: “o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta.” (Hb 12.2 b).

O Homem que sofreu Dores insuportáveis também nos ensinou o que é viver a alegria de servir e adorar a Deus.

A oferta do nosso Senhor na cruz, em sacrifício, se deu pelo poder do Espírito Santo que o convenceu da necessidade da morte substitutiva em prol de nós, pecadores, que não seríamos salvos se Ele não entregasse Sua vida:

“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14)

O corpo de Cristo, preparado pelo Espírito Santo, no ventre de Maria era um corpo humano, real como o nosso, sujeito às mesmas dores.

Somente o Espírito Santo poderia auxiliá-lo e sustenta-lo naquele momento de agonia para Cristo não sentir-se consumido pela ira divina, haja vista que estava levando sobre si todos os nossos pecados. Foi o Divino Espírito que o habilitou para oferecer-se imaculado a Deus.

A ressurreição de Cristo foi um ato do Espírito Santo, o qual esteve com o nosso Cristo em todos os momentos de Seu Ministério:

Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor. (Rm 1.4).

E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. (Rm 8.11)

As Escrituras também creditam a ressurreição de Cristo a Deus:

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;

Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. (At 17.30,31)

Sendo assim, conclui-se que há um envolvimento trinitário na ressurreição.

No Antigo Testamento, apenas algumas pessoas, eleitas por Deus, receberam a virtude, o poder do Espírito Santo para exercer o ministério dado pelo Senhor.

No entanto, em o Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus exercendo o seu ministério na direção e inspiração do Espírito Santo e prometendo esta dádiva a todos aqueles que buscarem após a Sua partida:

E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.49)

Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardai os meus mandamentos.

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. (Jo 14.11-17)

Em seu ministério, Cristo mencionou a importância da oração. O nosso Deus nos fez inúmeras promessas, promessas firmes e consistentes (como diz a canção de nº 459 da Harpa Cristã) e uma delas se refere ao Espírito Santo.

Um Pai que promete não deixa de cumprir. Entretanto, é necessário que este filho peça, assim como o Senhor Jesus afirmou que o Pai sempre tem as melhores dádivas para os seus filhos e uma delas é o Espírito Santo:

“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.13)

O Consolador virá para exaltar o Cristo:

“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” (Jo 15.26)

1. Assim, o Consolador ficará para sempre com o crente, habitando em sua vida.

2. O Espírito Santo prossegue realizando a obra que Cristo começou.

3. É o Espírito Santo quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

– Mantenha um diálogo final com seus alunos sobre a necessidade da presença e do poder do Espírito Santo em nossas vidas. Após esta escrita, ficamos pensando na humanidade do nosso Cristo e nas demonstrações que Ele deu acerca da necessidade da atuação do Espírito em nosso ministério, por que nós ficaremos ou deixaremos de buscar esta dádiva maravilhosa do Pai Celestial? Podemos viver sem o Espírito Santo?

 – Que tal relembrarmos e fazermos um par de milagres do Novo Testamento que são parecidos com os milagres que Jesus fez e demonstram que o Espírito Santo era atuante na vida dos apóstolos?
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”

Jesus curou um paralítico (Mc 2.1-12) Pedro e João curaram um coxo (At 3.1-11).

 Profª. Amélia Lemos Oliveira


REFERÊNCIAS:

LANGSTON, A. B. Esboço de Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: Convicção, 2019.
THE FOUNDERS JOURNAL. O Espírito Santo na Vida e no Ministério de Jesus Cristo: Um Esboço do Capítulo 8.3 da Confissão de Fé Batista de 1689. Outono de 2014, nº 98. Disponível em: https://oestandartedecristo.com/2019/03/21/o- espirito-santo-na-vida-e-no-ministerio-de-jesus-cristo-um-esboco-do-capitulo-8-3-da- confissao-de-fe-batista-de-1689-earl-blackburn/. Acesso em 28 out.2023.

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/9945-licao-6-o-espirito-atuante-em-cristo-i

Vídeo: https://youtu.be/PwZGScmub-w

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