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Jovens – Lição 13 – A igreja não Sobrevive sem Doutrina

 TEXTO PRINCIPAL

Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tt 2.6,7)

Entenda o Texto Principal:

– 2.6 moços. Homens acima de 12 anos de idade; em todas as coisas. No original, aparece justamente no final do versículo, qualificando os homens jovens e enfatizando a abrangência dessa admoestação. criteriosos. Sensíveis (veja v. 2).

– 2.7 padrão. Tito tinha a obrigação especial de exemplificar as qualidades morais e espirituais sobre as quais deveria admoestar os outros (Cf. 1Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; 2Ts 3.8-9; 1Tm 4.12 Hb 13,7). No ensino. Esses, três termos — “integridade”, “reverência” e “irrepreensível” (v. 8) — qualificam o compromisso adequado com a doutrina.

RESUMO DA LIÇÃO

A Igreja depende dos fundamentos inabaláveis do Senhor, pois por eles a mentira é vencida e o crente vive de modo a agradar a Deus

Entenda o Resumo da Lição:

– A Bíblia fala sobre doutrina boa e doutrina falsa. Doutrina boa é o ensinamento que está de acordo com a Bíblia. Doutrina falsa ensina algo contrário à Bíblia (2Tm 4.3). Para não ser enganado por falsa doutrina, é preciso conhecer o que a Bíblia ensina.

TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 2.14-21

Entenda o Texto Bíblico:

14 Traze estas coisas à memória, ordenando- lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.

– contendas de palavras. Discutir com falsos mestres, ou seja, enganadores que usam a razão humana para subverter a Palavra de Deus, não somente é loucura (Pv 14.7) e fútil (Mt 7.6), mas perigoso (vs. 16-17, 23).

Essa é a primeira de três advertências acerca de evitar discussões inúteis (vs. 16,23; 1Tm 4.6-7; 6.3-5; 2Pe 1-3). 

subversão. A palavra grega significa “ruína” ou “transtorno”. Aparece somente uma outra vez no Novo Testamento (2Pe 2.6 [traduzido como “ruína”]), em que descreve a destruição de Sodoma e Gomorra.

Uma vez que substitui a verdade com mentiras, os falsos ensinos trazem catástrofe espiritual para quem lhes dá atenção. Essa ruína pode ser eterna.

15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.

– Procura. Essa palavra sugere persistência zelosa em alcançar uma meta. Timóteo, como todos os que pregam ou ensinam a Palavra, deveria esforçar-se ao máximo para transmitir a Palavra de Deus de maneira completa, precisa e clara para os seus ouvintes. Isso é crucial para combater os efeitos desastrosos do falso ensino (vs. 14,16-17). que maneja bem. 

Literalmente, “faz um corte reto” — uma referência à exatidão exigida por ofícios como a carpintaria, a alvenaria e o trabalho que Paulo fazia na elaboração de tendas e artigos de couro. A precisão e a exatidão são necessárias na interpretação bíblica, mais do que em qualquer outra ocupação, porque o intérprete está lidando com a Palavra de Deus. Algo menos do que isso é vergonhoso, a palavra da verdade. Todas as Escrituras em geral (Jo 17.17), é a mensagem do evangelho em particular (Ef 1.13; Cl 1,5).

16 Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.

– Evita… os falatórios inúteis e profanos. Veja v. 14; 1Tm 6.20; cf. Tt 3.9. Essa heresia destrutiva leva somente a uma “impiedade ainda maior”. A heresia não pode salvar nem santificar. Essa é a segunda advertência de Paulo.

17 E a palavra desses roerá como gangrena: entre os quais são Himeneu e Fileto.

– câncer. A palavra refere-se a uma doença que se espalha rapidamente de uma maneira fatal. A metáfora enfatiza o perigo insidioso do falso ensino. Ele ataca e consome a vida de uma pessoa. Himeneu. Veja 1Tm 1.20. Fileto. O homem que substituiu Alexandre (1Tm 1.20) como cúmplice de Himeneu.

18 Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.

– a ressurreição já se realizou. Como os falsos mestres que perturbaram os coríntios (1Co 1.5.12), Himeneu e Fileto negaram a realidade da ressurreição corporal dos cristãos. É provável que ensinassem que a identificação espiritual dos cristãos com a morte e a ressurreição de Cristo (Rm 6.4-5,8) era a única ressurreição pela qual eles passariam e que já havia acontecido.

Esse ensino herege reflete a visão filosófica contemporânea dos gregos de que a matéria era algo ruim e o espírito era algo bom. estão pervertendo a fé. Refere-se àqueles cuja fé não era genuína (cf. Mt 24.24).

A fé salvadora genuína não pode ser destruída de maneira definitiva e total. A fé falsa que não salva é comum (cf. 4.10; Mt 7 .21-28; 13.19-22; Jo 2.23-24; 6.64-66; 8.31; 1jo 2.19).

19 Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparta-se da iniquidade.

– o firme fundamento de Deus. Trata-se provavelmente de uma referência à igreja (cf. 1Tm 3.15), a qual não pode ser derrotada pelas forças do inferno (Mt 16.18) e é formada pelos que pertencem a Deus. selo. 

Um símbolo de posse e autenticidade. Paulo apresenta duas características daqueles que têm o selo divino de autenticidade. 

O Senhor conhece os que lhe pertencem. Provavelmente uma referência a Nm 16.5. Ele “conhece “, não no sentido de consciência, mas da maneira como um marido conhece a sua esposa no sentido de relação íntima (Jo 10.27-28; Cl 4.9).

Deus conhece seus filhos desde que os escolheu antes do início dos tempos. Aparta-te da injustiça todo aquele que. É provável que essa seja uma adaptação de Nm 16.26 e reflita uma segunda marca de que Deus é o dono dos cristãos, que é a busca de santidade por parte deles (cf. 1Co 6.19-20; 1Pe 1.15-16).

20 Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro: uns para honra, outros, porém, para desonra.

– utensílios. A palavra grega é muita genérica e era usada para descrever vários instrumentos, utensílios e móveis encontrados numa casa. Nessa analogia da “grande casa”, Paulo compara dois tipos de utensílios ou louças, alguns, para honra.

Num lar abastado, os utensílios feitos “de ouro e de prata” eram usados paro fins honrosos, corno servir o alimento para a família e os hóspedes; outros… para desonra.

 Os que eram feitos “de madeira e de barro” não eram usados para fins honrosos, mas, em vez disso, para trabalhos repulsivos — coleta de lixo e outros dejetos sujos da casa (2Co 4.7).

21 De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra.

– alguém. Quem quiser ser útil para o Senhor afim de cumprir propósitos nobres. Até um balde comum de madeira ou uma panela de barro tornam-se úteis quando estão limpos e santificados, a si mesmo se purificar. A palavra grega significa “limpar totalmente” ou “purificar de todo”.

Para que fosse usado para um fim nobre, qualquer recipiente destinado à coleta de lixo tinha de ser esfregado, lavado e limpo de todos os vestígios de imundícia que tivesse tido antes, destes erros. Os utensílios para desonra (v. 20).

Associar-se a qualquer pessoa que ensine o erro e viva em pecado é algo que corrompe (Pv 1.10-19; 13.20; 1Co 5.6,11; 1.5.33; Tt 1.16) — ainda mais quando se tratam de líderes na igreja.

Esse é um claro chamado para que o cristão se separe de todos os que afirmam servir a Deus, mas o fazem como utensílios imundos que somente servem para os deveres mais desonrosos.

INTRODUÇÃO

Nesta Lição, que encerra o trimestre, estudaremos a respeito do caráter essencial da doutrina para a manutenção da vida e da saúde da igreja. O objetivo é reafirmar a importância da doutrina para a igreja. Veremos que os fundamentos doutrinários de Deus são firmes e eternos.

– A doutrina não mais é altamente estimada. Em muitas igrejas evangélicas, há uma tamanha ignorância de doutrina que até mesmo os fundamentos do Cristianismo não são bem conhecidos.

Mesmo em igrejas que permanecem fiéis em seu ensino e pregação, há frequentemente pouco interesse em aprender e entender doutrina.

Os jovens ficam, na maior parte, entediados com ela, e os seus anciões ficam contentes com um conhecimento superficial das doutrinas cristãs, estritamente falando, do ensino bíblico normativo, terminante, final, derivado das Sagradas Escrituras, como regra de fé e prática de vida, para a Igreja através de seus membros (Tt 2.10).

A doutrina bíblica, como vista na Bíblia Sagrada, carece de expressão prática na vida do crente, e isso inclui as práticas, usos e costumes. As doutrinas da Bíblia são santas, divinas, universais e imutáveis. Dito isto, vamos à lição!

I – O FIRME FUNDAMENTO DE DEUS PERMANECE

 1- A natureza do fundamento de Deus.

Os fundamentos divinos revelados nas Escrituras Sagradas contribuem para firmar a nossa fé em Deus. Paulo afirma que se “o fundamento” é “de Deus” ele “fica firme” haja o que houver (2 Tm 2.19), pois pertencem a Deus.

O salmista reconheceu o caráter de Deus em suas obras (Sl 19.1), assim como Paulo ensina que Deus é conhecido também por meio da criação (Rm 1.18-20).

As obras de Deus refletem o seu caráter, isto é, o que Ele faz não está separado de quem Ele é, afinal de contas, “Ele não pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 2.13). Então, podemos afirmar que os preceitos do Senhor permanecem inabaláveis e imutáveis, pois, Deus é imutável e permanece para sempre (Tg 1,17).

– Como já explicado em lições anteriores, a palavra doutrina se origina do grego: “didache”, que significa ensino ou instrução dos apóstolos.

Entendemos que a sã doutrina é a revelação do Eterno Deus por meio das sagradas escrituras e representa o alicerce e o sustentáculo da verdadeira fé cristã. E aqui há de se esclarecer uma diferença entre Doutrina e Costume, algo que se mistura em nosso meio: A doutrina é de origem divina, o costume é de origem humana.

A doutrina é divina pois está baseada na inspirada Palavra de Deus. O costume é imposto por convenções humanas de maneira espontânea ou obrigatória, sendo assim, o costume é humano.

Há muitos que tentam achar textos bíblicos para justificar a perpetuação de sua tradição, mas normalmente praticam a eisegese, ou seja, dizem o que bem querem e tentam justificar na Bíblia.

É primordial compreendermos que o crente não se torna santo por praticar bons costumes; ao contrário, ele deve praticar bons costumes porque é santo!

– O firme fundamento de Deus trata-se provavelmente de uma referência à igreja (1Tm 3.15), a qual não pode ser derrotada pelas forças do inferno (Mt 16.18) e é formada pelos que pertencem a Deus, aqueles que são selados, um símbolo de posse e autenticidade.

A Escritura enfatiza a importância da doutrina de outras formas. Aprendemos de João 17:3 que o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo é a vida eterna. Nada é mais importante que isso. A doutrina, propriamente ensinada, entendida e crida, é esse conhecimento de Deus e de seu Filho. Esse é o ensino de toda a Escritura.

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5:39). Portanto, prestemos atenção à doutrina. Ela não é a província apenas dos teólogos, mas de todo aquele que deseja a vida eterna.

Não deixemos a doutrina de lado em interesse de assuntos mais “práticos,” mas entendamos que a doutrina repreende, corrige e ensina o caminho da justiça. Sobretudo, ela nos coloca face a face com o próprio Deus vivo, em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Ficar sem doutrina é ficar sem Deus.

2 – Fundamento eterno.

O teólogo Norman Geisler define eternidade como “não temporalidade ou atemporalidade“. Ele ainda afirma que “do princípio ao fim, a Bíblia declara que Deus não é dominado pelo tempo”. Deus é eterno, pois Ele é antes do princípio de todas as coisas (Gn 1.1; Sl 90.2). Um dos nomes de Jesus é “pai da eternidade” (Is 9.6). A doutrina de Deus é um fundamento eterno. Sendo assim, podemos afirmar que a doutrina divina, contida e exposta nas Escrituras, é eterna.

– Por doutrina temos um conjunto de princípios e ensinamentos que fundamentam a nossa fé. Este conjunto constituído desde os primórdios da igreja norteiam e garantem nossas bases doutrinárias. A doutrina que norteia a nossa fé é importante porque vai determinar como devemos nortear a nossa vida de acordo com a vontade de Deus.

Nesse sentido, entendo que a doutrina bíblica é para este século/tempo, não se aplica à eternidade. A própria Bíblia revela o que é importante e essencial para a fé cristã.

Esses fundamentos são a divindade de Cristo, a salvação pela graça de Deus e não pelas obras, a salvação somente por meio de Jesus Cristo, a ressurreição de Cristo, o Evangelho, o monoteísmo e a Santíssima Trindade. Esses são os pontos “essenciais” que devemos entender e acreditar se somos seguidores de Jesus Cristo. Com isso, veja-se a temporalidade da doutrina.

3 – Fundamento firme.

Além de eterno, o fundamento de Deus é firme (2 Tm 2.19). A expressão “firme” indica algo consistente, sólido, fixo, resistente, seguro, ou ainda, para algo que não cede à pressão de nenhuma natureza.

O fundamento de Deus é firme, inabalável, não sofre alteração e nem cede a nenhum tipo de pressão, pois o contexto no qual Paulo fala da firmeza do fundamento de Deus era de infidelidade e desvio de alguns; no entanto, isso não abala e nem altera a qualidade segura e inviolável da verdade de Deus.

No mesmo texto no qual Paulo indica a firmeza do fundamento de Deus, ele fala de uma verdade relacionada ao Senhor e da atitude do crente que vive de acordo com este fundamento doutrinário, No que se refere à verdade sobre Deus, ele afirma que “o Senhor conhece os que são seus”, e os crentes que se fundamentam na verdade da Palavra devem apartar-se “da iniquidade” (v. 19).

Diante disso, destacam-se duas verdades: o fundamento de Deus é inabalável, pois reflete o caráter firme do Senhor e o fundamento de Deus dá firmeza ao crente para viver em pureza e agradar a Ele.

– A doutrina bíblica é importante para que atinjamos a maturidade cristã. Para deixarmos de ser “crianças em Cristo”, precisamos nos alimentar diariamente com a Palavra de Deus.

No tempo de Israel, o povo andava afastado do Senhor pela falta de conhecimento de Deus: “pois o meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento” (Oséias 4.4) e Isaías completa:

“Portanto o meu povo é levado cativo por falta de conhecimento; e os seus nobres estão morrendo de fome e a sua multidão está seca de sede” (Isaías 5.13).

O povo, hoje, é levado por qualquer pregador de novas doutrinas porque está faltando o conhecimento da Palavra de Deus. Os homens estão morrendo de fome e sede da Bíblia. Eles sentem a necessidade espiritual e são alimentados com falsos ensinos, que, aparentemente, são verdades bíblicas, mas que, na realidade, não o são.

São distorções do ensino bíblico. Paulo também mostra as consequências da falta do conhecimento de Deus: “Voltai à sobriedade, como convém, e não pequeis mais; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus. Digo isso para vossa vergonha” (I Coríntios 15.34). Vida íntegra, fé verdadeira, só com o conhecimento bíblico.

II – DESMASCARANDO OS MENTIROSOS

 1 – A realidade dos mentirosos.A Bíblia aponta para a triste e trágica realidade da mentira (Jo 8.44). Desde o pecado cometido por Adão e Eva (Gn 3.1-13), a mentira é uma triste realidade no mundo dos homens, cujo veneno e consequências afetam a todas as famílias indistintamente (At 5.1-11).

Biblicamente, à medida que o tempo passar e se aproximar a vinda de Cristo, o mundo se renderá ainda mais à mentira (2 Ts 2.11,12; Ap 13.1-18). O mentiroso não tolera e rejeita a verdade a respeito de Deus (1 Jo 2.4,22).

O engano é a principal arma do mentiroso, especialmente aqueles que mentem em relação às questões doutrinárias, cujo propósito é desviar as pessoas da verdade.

Nos tempos mais antigos já havia os enganadores, pois o Antigo Testamento fala dos falsos profetas que trabalhavam para perverter a verdade de Deus (Is 9.15,16; Jr 23.14,25,26,32). A mentira é abominável a Deus e Ele julgará os mentirosos (Ap 22.15).

– Vivendo num mundo em que as falsas religiões e as filosofias ideológicas e políticas se multiplicam, a relevância da doutrina bíblica se faz imperativa.

Paulo declara que a falta do conhecimento bíblico é a causa da inconstância dos crentes imaturos, que se deixam levar ao redor por todo o vento de doutrina, pela mentira dos homens, pela sua astúcia na invenção do erro (Efésios 4.14).

Se não tivermos um conhecimento bíblico profundo, corremos o risco de sermos levados pelos ventos de falsos profetas e falsos apóstolos.

2 – Desmascarando os mentirosos.

Ao tratar sobre a mentira doutrinária, Paulo adverte Timóteo de que os enganadores diziam que “a ressurreição era já feita” (2 Tm 2.18).

Diante dessa colocação do apóstolo é possível afirmar que os mentirosos não negaram a doutrina e a realidade da ressurreição, mas a modificaram.

Eles desviaram, propositalmente, a verdade a fim de macular e desvirtuar a fé dos cristãos. Ao tratar sobre os que mentem doutrinariamente, Paulo menciona os nomes de Himeneu e Fileto como desviados da verdade e responsáveis pela disseminação das mentiras doutrinárias que corroem a igreja (2 Tm 2.17).

Provavelmente, esses dois homens foram mestres entre os irmãos, e que nas palavras do apóstolo, serviram como “vasos para desonra”, o que permite concluir que os que trabalham para enganar a igreja do ponto de vista doutrinário, geralmente, vêm do meio da igreja e, em certa medida, exercem influência sobre o povo (2 Co 11.13-15).

Portanto, temos de ter cuidado e nos mantermos vigilantes doutrinariamente, pois muitos buscam enganar e corroer as bases doutrinárias da igreja. Os enganadores sempre apresentam meias verdades a fim de disseminarem o veneno doutrinário no Corpo de Cristo.

– Três informações colhemos de 2 Timóteo 2.16-18:

a) Se desviaram dá verdade;

b) Afirmavam que a ressurreição era acontecimento do passado;

c) Perverteram a fé de alguns.

Podiam realmente ser enquadrados no que Paulo declarou em 1 Timóteo 4.1: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos dias, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.

Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência”. “Que ninguém creia que erro doutrinário seja um mal de pouca importância“, declarou D. C. Hodge, teólogo de renome.

Nenhum caminho para a perdição jamais se encheu de tanta gente como o da falsa doutrina. O erro é uma capa da consciência, e uma venda para os olhos.”

Em 1Timóteo 1.3, Paulo trata do ensino das falsas doutrinas que atrapalhavam a caminhada da igreja. Paulo usa termos como “certas pessoas” para mostrar que alguns membros, possivelmente líderes da igreja, estavam deturpando a doutrina e colocando a própria interpretação nos ensinos bíblicos.

Nós hoje também precisamos ter a mesma preocupação com o ensino fiel das Escrituras, a bíblia diz que “quem de Cristo se alimenta, por Cristo viverá”.

Podemos fazer uma analogia aqui. Se acaso ingerirmos alimento estragado, certamente faremos mal a nossa saúde. A mesma lógica se aplica com relação ao alimento espiritual, precisamos ter discernimento com relação ao que ingerimos, muito mais prejudicial é o alimento espiritual que não é conforme as Escrituras.

3 – Há escape para os mentirosos.

Inevitavelmente, surge a seguinte questão: “Há esperança para os que mentem doutrinariamente?” Sim, se houver arrependimento e 0 abandono da prática do erro.

A Palavra de Deus afirma que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). Em 2 Timóteo 2.21, Paulo afirma que “se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra”, indicando que existe sim a possibilidade de mudança e transformação de vida para aqueles que se enveredaram pelo caminho do engano doutrinário.

Paulo ensina também que o arrependimento é o caminho para que essa mudança passe a ser uma realidade.

O caminho para que mentirosos no âmbito doutrinário encontrem a porta de saída e de transformação é o arrependimento, que só pode ocorrer por meio de uma instrução feita “com mansidão” por obreiros preparados (2 Tm 2.24-26).

– Pedro descreveu em detalhes os falsos profetas para que os cristãos sempre reconhecessem suas características e métodos.

O maior pecado dos que rejeitam a Cristo e a obra mais perniciosa de Satanás é a adulteração da verdade e a consequente ilusão que isso traz. Nada é mais infame do que uma pessoa afirmar que fala em nome de Deus para levar almas à salvação quando, na realidade, ela fala em nome de Satanás para levar as almas à condenação (cf. Dt 13.1-18; 18.20; Jr 23; Ez 1.3; Mt 7.15; 23.1-36; 24.4-5; Rm 16.Í 7, 2Co 11.13-14; Gl 3.1-2; 2Tm 4.3-4).

Leia 2Pedro 2 e veja quantos adjetivos Pedro usou para descrever essa gente que espalha doutrinas falsas, contrárias às Escrituras.

As palavras são características terríveis. São insolentes ou atrevidos, não respeitam ninguém, não é apenas por não fazer o que a Bíblia ensina, mas no modo de agir para com outros. Eles são arrogantes (orgulhos e teimosos).

Essas duas palavras indicam pessoas insubmissas a Deus e à sua Palavra, vivem apenas para agradarem a si mesmas e não a Cristo. E nesse atrevimento, eles vão mais longe.

Os que começam a falar mal dos seres celestiais, outra versão diz, autoridades superiores, talvez anjos ou o próprio Deus.

No versículo 1 está posto que “…até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição”.

Essa frase denuncia a gravidade do crime e da culpa dos falsos mestres. Essa palavra incomum no grego traduzida por “Senhor” aparece dez vezes no Novo Testamento e significa aquele que tem autoridade suprema, seja ela humana ou divina. Aqui, Pedro adverte que os falsos mestres negam o senhorio soberano de Jesus Cristo.

Embora suas heresias possam induzir a negação do nascimento virginal, a divindade, a ressurreição corporal e a segunda vinda de Cristo, o erro básico dos falsos mestres é que eles não submetem a própria vida ao domínio de Cristo.

Todas as religiões falsas têm uma cristologia equivocada. Os termos que Pedro usou aqui são mais analógicos do que teológicos, uma vez que falam de um senhor humano que governava a sua casa.

O senhor comprava escravos, e os escravos deviam lealdade ao senhor como seu soberano. (Para obter um paralelo no AT, veja a passagem de Dt 32.5-6, na qual é dito que Deus comprou Israel, embora a nação o tenha rejeitado.)

Doutrinariamente, essa analogia pode ser vista como a responsabilidade pela submissão a Deus que os falsos mestres negaram.

Além disso, é provável que eles estivessem afirmando que eram cristãos e, com isso, que o Senhor os havia de fato comprado. Com certo sarcasmo, Pedro ridiculariza essa afirmação ao escrever sobre a condenação futura desses falsos mestres.

Portanto, a passagem está descrevendo o caráter maléfico dos falsos mestres que declaram Cristo, mas negam o seu senhorio sobre a vida deles, e com isso, sofrerão repentina destruição, referindo-se à morte física ou ao julgamento na volta de Cristo (Pv 29.1-2; 2Ts 1.7-10).

O princípio de que Deus vai condenar os falsos mestres foi estabelecido na eternidade passada, repetido em todo o Antigo Testamento e “não tarda” no sentido de que não perdeu a vigência nem a eficácia. Ele ainda é eficaz e virá a se cumprir (veja Jd 4).

Pedro afirma que a sua destruição não dorme. Pedro está personificando a destruição como se ela fosse um executor que está totalmente acordado e alerta, pronto para agir. Uma vez que Deus é, por natureza, um Deus de verdade, ele julgará todos os mentirosos e enganadores (cf. Pv 6.19; 19.5,9; Is 9.15; 28.1 5,22; Jr 9.3,5; 14.14: 23.25-26; Ap 21.8,27).

Deus enviou uma mensagem clara para todas as gerações futuras dizendo que a iniquidade resulta em castigo. Se nem os anjos ousaram acusar outros anjos, ou no caso, o diabo, com medo da punição de Deus, o que esses homens, falsos mestres fazem é terrível. Como afirmou Pedro e Judas, eles falam do que não sabem, agem como animais e sofrerão a devida punição!

III. VIVENDO UMA VIDA MODERADA

 1 – Uma vida moderada.

O crente é chamado a viver moderadamente, e as condições necessárias para isso estão à sua disposição nas Escrituras Sagradas.

Mas, o que efetivamente vem a ser esta vida moderada? O Dicionário Vine diz que o termo moderação está associado ao termo mansidão, associação com o bom. O crente não deve se envolver em contendas de palavras (2 Tm 2.14).

Aqueles que querem agradar a Deus e herdar a vida eterna devem procurar viver uma vida santa, justa, fiel em amor. A vida moderada diz respeito ao equilíbrio como fruto da comunhão com Deus.

– Em 2Tm 2.14, contendas de palavras diz respeito a discutir com falsos mestres, ou seja, enganadores que usam a razão humana para subverter a Palavra de Deus, não somente é loucura (Pv 14.7) e fútil (Mt 7.6), mas perigoso (vs. 16-17; ct. v. 23).

Essa é a primeira de três advertências acerca de evitar discussões inúteis. A moderação evita extremos, exercita a contenção e está relacionada ao autocontrole.

A moderação é uma coisa boa, mas viver uma vida de moderação é um desafio. Grande parte da cultura ocidental, especificamente, está saturada de excesso.

A Bíblia nos ensina que o excesso não funciona tão bem e nos ajuda a entender como e por que devemos viver com moderação. O autocontrole é uma das qualidades que o Espírito Santo produz na vida de um crente (Gl 5.22-23).

Quando não estamos vivendo com moderação – quando não temos autocontrole em uma determinada área de nossas vidas – isso pode indicar que não estamos permitindo a presença de Deus plenamente nessa área. Não precisamos viver na derrota.

Deus não condena Seus filhos (Rm 8.1), e já recebemos a vitória sobre todo pecado (At 13.38–39). Além disso, o Espírito quer nos dar autocontrole.

Quando nos entregamos a Deus como “sacrifícios vivos” (Rm 12.1), Ele atenderá às necessidades que estamos tentando satisfazer por conta própria (1Tm 6.17). As ovelhas que seguem o Bom Pastor “não faltarão nada” (Sl 23.1).

2 – A moderação como obra do Espírito Santo.

O crente moderado é comedido em suas ações, palavras e suas emoções, como no exercício da paciência. As manifestações do “fruto do Espírito” refletem com elevada precisão as características de um crente moderado, em contraste com uma vida não moderada que é levada sob o domínio da carne (Gl 5.19-22).

Dentre as virtudes do Fruto do Espírito Santo, a “temperança” é a que mais se aproxima do sentido de “moderação”, já que o seu significado prático é a capacidade que o crente recebe de agir com autocontrole nas mais diversas e difíceis circunstâncias da vida.

Essa capacidade é parte da obra que somente o Espírito Santo pode realizar no homem, pois, conforme Lawrence O. Richards – Ele “fornece energia para a nova natureza que impulsiona o convertido para a direção oposta à natureza pecaminosa.”

A moderação é uma obra exclusivamente do Espírito Santo, motivo pelo qual o crente que deseja viver moderadamente deve “andar e ser guiado pelo Espírito” (GI5.18, 25).

Andar e ser guiado pelo Espírito Santo é o mesmo que ser dominado por Ele e fazer aquilo que é ordenado na Palavra de Deus (Ef 5.18), Somente pelo Espírito Santo é que o crente pode viver uma vida verdadeiramente moderada.

– O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. Também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma.

Exercendo o domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo, vivendo de forma moderada. “A temperança não é apenas moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas que precisam se controlar em tudo para serem vitoriosos (1 Coríntios 9.25).

O Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos os impulsos e tendências da carne.

Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a desenvolver o autocontrole que domina esses desejos, impulsos, paixões e apetites. O autocontrole não aparece automaticamente. O que o Espírito faz é ajudar-nos a disciplinar a nós mesmos”. Para conhecer mais leia, A Doutrina do Espírito Santo, CPAD, p.194.

3 – Alcançando uma vida moderada.

Paulo ensinou e estimulou Tito a ensinar aos jovens a serem moderados (Tt 2.6), reafirmando assim que este é o caminho que o verdadeiro cristão deve seguir. Se o crente é chamado a ter uma vida moderada, qual é o caminho a ser tomado para que este objetivo seja alcançado? É preciso confiar em Deus, orar e dedicar-se à leitura bíblica (SL 1.1,2).

A moderação não é uma virtude a ser sentida, mas a ser vivida em nosso dia a dia. O crente deve viver com a consciência da presença permanente de Deus, desenvolvendo práticas de piedade e quebrantamento. Portanto, tenha uma vida moderada e honre a Deus com isso.

– O domínio próprio é superior à conquista. O êxito no trabalho, escola ou vida no lar pode arruinar uma pessoa que perdeu o controle de seu temperamento. De modo que é uma grande vitória pessoal controlar o temperamento.

Quando sentir que está a ponto de explodir, recorde que perder o controle pode causar a perda do que mais quer. Extraído de: Provérbios 16:32 – Comentário da Bíblia Diario Vivir.  

Não podemos esquecer, como tenho repetido em nossos comentários, que a vida cristã é aquela vivida no Espírito Santo. Na verdade, a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa.

Quando relaciona as qualidades de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tito 1.8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça e piedade. O apóstolo dava muita importância ao termo egkrateia, uma vez que o usa várias vezes.

Em 1 Coríntios 9.25, trata-se da virtude de um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1 Coríntios 7.9, trata-se da capacidade do cristão em controlar sua sexualidade.

É curioso que, quando comparece perante o procurador romano Antonio Felix, que governou a Judéia de 52 a 60, o acusado apóstolo se defende falando de justiça, de juízo final e de domínio próprio, para irritação do representante de Nero (At 24.25).

A expressão “domínio próprio” aparece sob diferentes palavras nas versões bíblicas, tendo então como sinônimos principais auto-controle e temperança.

Podemos entender melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto. Quem tem domínio próprio se autodomina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém.

Quem tem domínio não permite que sentimentos e desejos o controlem; antes, controla-os, não se permitindo dominar por atitudes, costumes e paixões. Domínio próprio, portanto, é a capacidade que o cristão deve ter de controlar seu corpo e sua mente. Leia mais aqui: Lição 11: Vivendo de Forma Moderada – CPAD 2017.

CONCLUSÃO

Estudamos a respeito dos fundamentos de Deus que permanecem inabaláveis e intocáveis. Esses fundamentos nos ajudam a resistir ao engano doutrinário, disseminar a verdade de Deus e a viver uma vida moderada. Vimos que moderação é equilíbrio e controle diante de diferentes circunstâncias. Se quisermos uma vida moderada precisamos buscar a ser cheios do Espírito Santo.

A verdade é sempre essencial. O Cristianismo não se sustenta amparado em aparências, circunstâncias e ambiguidades, antes, ele acredita que a sua fé é verdadeira, que proclama a verdade e se dispõe a ser examinado à luz da verdade.

Desse modo, a fé cristã se coloca necessariamente da condição de que ou a sua mensagem é verdadeira, ou não há mensagem relevante a ser proclamada.

O Cristianismo não perde tempo com conversação vazia e sem sentido ou em jogo de cena para desviar a atenção ou maquiar seus sinais de caducidade resultante de suas teses desgastadas e senis.

O propósito eterno de Deus nos fala do amor concreto de Deus que se manifesta de forma contundente na morte e ressurreição de Cristo – “Contudo, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e autenticado com esse selo: “O Senhor conhece os seus” e “Aparta-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor”” (2Tm 2.19).

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2024/03/revista-jovens-licao-13-igreja-nao.html

Vídeo: https://youtu.be/pDdng35RfHg

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