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JUVENIS – LIÇÃO Nº 2 – DEUS CONTAVA COM ISAÍAS

 


O livro de Isaías, cujo nome hebraico é “Yeshaiahu”, recebeu o nome do autor que se encontra no início do livro (Is.1:1: Visão de Isaías, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e de Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá”), cujo significado é “Jeová é Salvação“ (mais ou menos entre 767 – 698 a.C.).

Este é o nome mais apropriado para o profeta que mais anunciou, nas Escrituras hebraicas, o Salvador. Início da vocação de Isaías – no ano da morte do Rei Uzias, 740-698 a.C, como está registrado em nossa leitura do cap. 6.

Isaías frequentava a corte real de Judá, já que consideramos como evento para marcar a sua chamada a morte do rei Uzias (Is.6:1), além do seu livre acesso à pessoa dos reis Ezequias e Acaz.

Então disse o Senhor a Isaías: Agora, tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do tanque superior, no caminho do campo do lavandeiro. (Is 7.3)

E fui ter com a profetisa, e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz.(Is 8.3)

Naqueles dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. (Is 38.1)

Sua família era de profetas, pois consta que seu filho chegou a acompanhá-lo na entrega de mensagens (Is.7:3), bem como que sua mulher era profetisa (Is.8:3).

A tradição judaica diz que Isaías era sobrinho do rei Uzias. Isaías, cujo nome significa “Iahveh ajuda” ou “Iahveh é auxílio” exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.

O segundo filho, mencionado em Isaías 8:3, é chamado de Maher-Shalal-Hash-Baz. Esse nome significa “Furto rápido ou Roubo veloz” e foi dado a ele por Deus, como um sinal para o povo de que a Assíria seria saqueada pelos inimigos.

O livro do profeta Isaías pode ser dividido em duas partes:

1ª parte – mensagens proféticas inseridas nos acontecimentos históricos do tempo vivido pelo profeta – Is.1-39

2ª parte – mensagens proféticas relativas ao futuro da nação de Israel – Is.40-66
A unidade do livro é indicada pela expressão ‘o santo de Israel’, que aparece 12 vezes nos capítulos 1 a 39, e 13 vezes nos capítulos 40 a 66, um total de 25 vezes; ao passo que essa expressão aparece apenas 6 vezes em todo o restante das Escrituras Hebraicas.

O apóstolo Paulo testifica também em favor da unidade do livro, citando de todas as partes da profecia e atribuindo a obra inteira a um só escritor, Isaías. Compare Romanos 10:16,20; 15:12 com Isaías 53:1; 65:1; 11:1.

Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz:

Senhor, quem creu na nossa pregação? […] E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam. Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. a pregação? (Rm 10.16,20)

Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? ( Is 53.1)

Fui buscado dos que não perguntavam por mim, fui achado daqueles que não me buscavam; a uma nação que não se chamava do meu nome eu disse: Eis-me aqui. Eis-me aqui. (Is 65.1)
Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.(Is 11.1)

Há também uma abundância de evidências na história e na arqueologia que provam que o livro é genuíno, tais como as narrativas históricas dos monarcas assírios, também o prisma hexagonal de Senaqueribe, no qual ele faz o seu próprio relato sobre o sítio de Jerusalém (Is.36-37).

O montão de ruínas daquilo que foi outrora Babilônia ainda constitui um testemunho do cumprimento de Isaías 13:17- 22

Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro.
E os seus arcos despedaçarão os jovens, e não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão aos filhos.

E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.

Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.

Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali.

E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão. (Is 13:17-22).

Nada impediria Deus de revelar a Isaías eventos que ocorreriam cerca de duzentos anos depois, se também lhe revelou episódios que ocorreriam mais de setecentos anos depois concernentes ao ministério de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ou eventos que ainda não ocorreram até hoje, como o reino milenial de Cristo, eventos que deverão ocorrer milênios após a profecia.

Deus está acima do tempo, um dia para Ele são como mil anos e mil anos como um dia (II Pe.3:8)

O cenário histórico, dos capítulos 40 a 66, ajusta-se melhor à Palestina do que à Babilônia, no que diz respeito à cor das árvores , às pedras, aos montes etc. Todo o livro contém referências ao Líbano, com altos cedros (2.13), carvalhos, olmeiros, sicômoros, cipestres (1.8; 5.1-10; 14.8; 27.2; 55.13; 65.21), todas árvores da Palestina. A água citada é proveniente de açudes, reservatórios (30.25; 34.9; 42.15).

Profetas do período pré-exílico referem-se aos escritos de Isaías 40 a 66 (Na 1.15 e Is 52.7; Sf 2.15 e Is 47.8; Jr 31.35 e Is 51.15).

 

PROFETAS CONTEMPORÂNEOS DE ISAÍAS:

MIQUEIAS – relato de Mq 1.1 aponta que ele profetizou no período dos reis Jotão, Acaz e Ezequias. Compare os textos de Mq 4.1-3 com Is 2.2-4. “Palavra do SENHOR, que veio a Miquéias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém.” (Mq 1.1)

OSEIAS – em Os 1.1, também vemos que profetizou nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. Precedeu Isaías (785-740 a.C.) e ministrou no Reino do Norte, fazendo referências ao rei em Samaria e às dez tribos:

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.” (Os 1.1)

AMÓS – o texto de Am 1.1 descreve que o ministério do profeta ocorre nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. Amós e Oseias profetizaram contra as tribos do norte, enquanto Isaías e Miqueias concentraram suas profecias em Judá e Jerusalém:

“As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.” (Am 1.1)

ISAÍAS- tinha os propósitos de admoestar a nação do iminente julgamento devido à idolatria e alianças seculares. De lembrar a nação que a verdadeira liberdade viria com o advento do Messias.

O PERÍODO HISTÓRICO VIVIDO POR ISAÍAS

A maior parte dos primeiros capítulos de Isaías detalha julgamentos contra as pessoas que viraram as costas para o Senhor, mostrando-nos que aqueles que persistem em sua rebelião receberão julgamento.

Por outro lado, vemos também a fidelidade de Deus à Sua promessa.

Ele vai preservar um pequeno remanescente de crentes fiéis, aqueles que continuarão no glorioso mundo renovado que Ele preparou para Seus filhos no fim dos tempos (65:17-66:24).

Como afirma o próprio livro, em seu primeiro versículo, o ministério profético de Isaías desenvolveu-se no reino do sul, o reino de Judá, no tempo dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, num período não superior a 61 anos, que é a duração dos reinados de Jotão a Ezequias, já que tudo indica que seu ministério se iniciou no final do longo reinado de Uzias (Is.6:1) e não terminou antes da sucessão de Ezequias por Manassés. Foi um período de altos e baixos na vida de Judá.

Uzias, embora tivesse começado bem o reino e tivesse tido grande prosperidade, ficou leproso por ter querido exercer funções sacerdotais e acabou sendo substituído por seu filho Jotão, que ficou como uma espécie de regente até a morte de seu pai. Jotão foi um bom rei, mas seu sucessor, Acaz, foi um desastre, chegando, mesmo, a construir um altar idólatra em pleno templo.

Ezequias promoveu uma restauração espiritual do povo e teve em Isaías um aliado neste empreendimento.

NO REINO DE ACAZ- Bentho & Plácido (2019, p.417) falam sobre o cenário político durante o ministério profético de Isaías.

O Rei Acaz faz uma aliança com o rei da Assíria (Tiglate Pileser) para se opor ao rei de Israel (Peca) e da Síria (Rezim). No entanto, esta coligação desagradava a Deus. Ele enviou Isaías com seu filho, Sear- Jasube (Is 7.3) para exortá-lo a confiar em Deus e não na Assíria, pois os dois tições fumegantes seriam destruídos.

Com o coração endurecido, Acaz não ouve a voz do Senhor e, por meio do profeta Isaías, recebe a promessa de livramento, Deus dá ao rei Acaz o direito de pedir o sinal que desejasse para que tivesse certeza de que cumpriria a promessa de livramento (Is 7.10). O Rei Acaz rejeitou o conselho de Deus e, rebelando-se, uniu- se ao rei da Assíria.

A cidade de Damasco caiu nas mãos da Assíria e o reino de Israel também (722 a.C.). As alianças humanas feitas fora da vontade divina trazem tais resultados. Pouco tempo depois, o rei Acaz, buscou o estabelecimento de aliança dos egípcios para agirem contra os assírios.

NO REINO DE EZEQUIAS: Bentho & Plácido (2019, p.417-418) destacam a postura do profeta Isaías no reinado deste monarca que “alterou a política externa do rei Acaz e pactuou com os filisteus, edomitas, moabitas e egípcios contra os assírios, escapando da destruição (Is 36).

No entanto, a nova política com os babilônicos era vista com desagravo pelo profeta Isaías. Os arranjos políticos internos e os pactos diplomáticos eram, para o profeta, indicativo de que a destruição do povo de Judá pelos assírios estava próxima. Isaías viu em todos esses arranjos estar a próxima destruição às mãos do rei da Assíria e procurou fazer o possível para evitar que tal acontecesse. (Is 37.33-38)

A mensagem de Isaías reflete como os reis e o povo dos seus dias estavam vacilando. Há uma série de mensagens duras contra os desmandos e os pecados do povo, inclusive das elites, como também há inúmeras mensagens de promessa de restauração e de que Deus nunca desamparará Seu povo.

É neste momento difícil da vida de Judá que Deus revela detalhes do ministério, da biografia do Messias prometido e, também, começa a anunciar a tragédia que se abateria sobre o reino do sul, assim como havia ocorrido no reino do norte, mas renova as promessas de que conservaria a nação de Israel e que mandaria o Messias, o prenúncio de que, mesmo havendo tragédia futura, haveria esperança.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

Procuramos centrar nosso comentário, desta vez, nos aspectos arqueológicos e históricos, com o fim de apontar a presença firme e atuante do profeta no seu tempo, mencionando aspectos atuais e futuros que estavam por vir à nação israelita. Sendo assim, gostaríamos de vê-los situando cronologicamente os fatos para melhor compreensão. Observar os profetas contemporâneos e suas mensagens condizentes também é muito importante, haja vista que o nosso Deus tem UMA PALAVRA para os seus filhos, com o fim de atender UMA NECESSIDADE.

Estabeleça um desafio para a turma: observar as semelhanças entre as mensagens dos profetas contemporâneos; localizar, nos livros de Reis ou Crônicas, os reis mencionados no livro do profeta Isaías; esclareça a turma que os outros profetas contemporâneos também profetizaram no período destes reis e aponte o texto bíblico comprovando.

Fale sobre o motivo da morte do profeta Isaías, de que Manassés era um rei iníquo e corrupto, filho do rei Ezequias. Ele cometeu uma grande injustiça com base em acusações falsas.

Já pensou em fazer maratona bíblica sobre a lição no final deste trimestre? Faça a proposta para a turma. São muitos conhecimentos adquiridos. Vale a pena cobrá-los de forma lúdica.

REFERÊNCIAS:

ARCHER JR., Gleason L. Panorama do Antigo Testamento. ed. rev. e ampl. 4.ed. São Paulo: Vida Nova, 2012.
BENTHO, Esdras Costa & PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Vida, 1993.

 Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://portalebd.org.br/classes/juvenis/10394-licao-2-deus-contava-com-isaias-i

Vídeo: https://youtu.be/0-37hJcC-fg

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