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Jovens – Lição 11 – A Mulher Samaritana: a Diferença que a Água da Vida Faz

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos o encontro do Senhor Jesus Cristo com uma mulher samaritana, encontro este, que ocorreu junto ao poço de Jacó, onde não somente a mulher samaritana, mas muitos em Samaria experimentaram da Água da Vida e tiveram suas vidas transformadas.

I – NO CAMINHO PARA A GALILEIA

1 – UMA ROTA NECESSÁRIA PARA JESUS

“E era-lhe necessário passar por Samaria. O termo necessário expressa uma obrigação que pode ter uma dupla natureza.

A rota mais curta entre a Judéia e a Galileia era através de Samaria. Entretanto, devido à profunda animosidade entre os judeus e os samaritanos, muitos judeus que iam da Judéia para a Galileia se encaminha­vam pelo lado leste passando pelo Jordão, pelo norte através da Peréia, e novamente pelo Jordão até a Galileia.

Pode ter ocorrido que, para ganhar tempo, o Senhor Jesus tenha passado por dentro de Samaria. Entretanto, é mais provável que a necessidade expressa aqui esteja relacionada ao propósito e à missão do Senhor. Samaria, e especial­mente a mulher samaritana, precisavam dEle” 1.

2 – UMA MULHER TRABALHADORA

“Jesus chegou à beira do poço cerca de meio-dia (a hora sexta, segundo o computo judaico, calculado a partir das seis horas da manhã. Embora aquela fosse hora usual para uma mulher estar ali, o próprio texto, que indica que somente uma mulher estava presente, pode indicar a correção da especulação de que era cerca de meio-dia” 2. 

A hora sexta (meio-dia), não é necessariamente o melhor horário para buscar água. Ordinariamente as mulheres vinham buscar água à tardinha.

“Experimente andar nesse horário com um cântaro de barro vazio sobre os seus ombros e voltar para casa com esse cântaro cheio, e você verá o nível de trabalho árduo que envolvia a existência da mulher samaritana.

Não havia ninguém para tirar água para ela; logo, ela mesma deveria buscar a água que lhe era necessária para a sobrevivência. Ela deveria carregar o cântaro até o poço, pegar a água, encher o cântaro dela e depois retornar à sua casa com o cântaro cheio. Era um trabalho pesado, mas que garantia a ela ter água na sua casa.

Enquanto há pessoas que não desejam ter uma vida produtiva, que reclamam por ter pouco e do trabalho em que desenvolvem as suas habilidades, a samaritana, com todas as suas limitações, dá o exemplo de uma vida produtiva. Ela não foi ao poço saber da vida das pessoas da sua aldeia ou passar o tempo olhando o horizonte”. (http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/2274-li%C3%A7%C3%A3o-11-a-mulher-samaritana-a-diferen%C3%A7a-que-a-%C3%A1gua-da-vida-faz.html – Acesso em 12/12/2020 às 18:51).

3 – UMA MULHER CIENTE DOS COSTUMES DE SUA ÉPOCA

A história de Samaria

Os Judeus e os Samaritanos estavam envolvidos em uma disputa secular de ódio, preconceito e discriminação. Este conflito remonta do episódio após a morte do rei Salomão, quando aconteceu a revolta das tribos de Israel, conhecido como Cisma. O reino foi dividido em duas partes.

O reino de Judá, mais ao sul sob o comando de Roboão (filho de Salomão) e o reino de Israel ao norte comandado por Jeroboão. O reino do norte, reino de Israel que englobava dez tribos, foi posteriormente invadido pelos assírios.

Os assírios tinham como tática miscigenar a população conquistada através de casamentos, diminuindo o seu sentimento nacionalista e evitando possíveis revoltas por independência.

Isso fez com que os habitantes do reino do norte fossem considerados como pagãos pelos demais Judeus. A adoração e o culto de divindades dos assírios ajudaram a aumentar ainda mais essa divisão.

Diversas crises políticas e religiosas acabam levando à decadência dos dois reinos. O reino de Israel é destruído pelos assírios, enquanto o reino de Judá é destruído pelos babilônios.

De sorte que após a volta da Babilônia, estabeleceu-se esta separação odiosa entre Judeus e Samaritanos. A hostilidade era tanta que um Judeu, a caminho da Galileia, não passava por Samaria.

O caminho natural para a Galileia que Jesus e seus discípulos fariam (cerca de 175 Km), seria pelo vale do Jordão, mais ventilado e seguro, ainda que Jesus julgava necessário passar por Samaria” (https://rudecruz.com/milagres/jesus-e-a-mulher-samaritana/ – Acesso em 11/12/2020 às 08:24).

II – A ÁGUA PARA A VIDA ETERNA

1 – “ONDE, POIS, TENS ÁGUA VIVA”?

“Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva (10).

A palavra para dom, “dorea”, transmite a idéia de “presente gratuito”, ou seja, um presente incondicional (cf. 3.16). “Dom aqui é uma palavra régia, usada como uma referência aos favores de um rei ou de um homem rico. Ela é sempre aplicada ao dom do Espírito no livro de Atos”. v29.  O próprio Senhor é como esse Dom! Mas a mulher não sabia disto.

Se o soubesse, teria feito o pedido e Ele a atenderia. O que ela e todos os que pedem com fé poderiam receber é a água viva. Com que cuidado Jesus a levou de onde estava — pensando na água da fonte de Jacó — a um conceito mais eleva­do e satisfatório!

A Água viva é aquela que é “perene, que jorra de uma fonte inesgotá­vel, sempre fresca”.’ Isto ele… daria a ela” 3.

“Jesus, este lhe mostrou que era ela quem precisava de água, a água da vida. A mulher precisava conhecer o dom de Deus, a água da vida (Jo 4.10).

William Hendriksen aponta uma leve reprovação nas palavras de Jesus, como se ele dissesse:

“Eu lhe pedi água comum, um dom de menor importância, mas você hesitou em me oferecer água; se você tivesse me pedido a agua viva, o dom supremo de Deus, eu não teria hesitado, mas lha teria dado imediatamente”.

A água da vida que Jesus oferece não vem de um poço comum. É uma dádiva que só o Messias pode conceder. Muitas pessoas vivem uma vida infeliz, vazia e prisioneira porque não conhecem Jesus, o supremo dom de Deus” 4.

2 – “ÉS MAIOR QUE O NOSSO PAI JACÓ”?

Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu maior do que Jacó, o nosso pai? (11-12).

O contraste entre a moda antiga, representada pela fonte de Jacó, e a nova, a água que eu lhe der (14), é vívido e claro nas palavras de Jesus à mulher. A moda antiga, da lei, dos profetas e especificamente a ênfase da samaritana no Pentateuco não eram sufi­cientes para satisfazer as necessidades mais profundas dos homens.

Qualquer que beber desta água tornará a ter sede (13). A mulher samaritana sabia muito bem que Jesus estava falando a verdade a respeito dela.

“Não era apenas que ela vinha diariamen­te, durante anos, até a fonte de Jacó para buscar água; o verdadeiro problema era que durante toda a sua vida a sua religião não tinha matado a sede da sua alma enfraquecida.

Muitas pessoas fazem tudo o que a sua religião exige, mas, não tendo nunca bebido daquele que é a Água Viva, sua vida não se modifica, e assim continuam secas e infrutí­feras.

A promessa que Jesus faz à mulher é universal: Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna (14). Aqui está! O superlativo da vida oferecido a uma criatura pecadora, necessitada, ignorante.

A forma exterior é substituída por uma nova fonte interior. Os tanques estagnados da alma são transformados em um poço que jorra água.

A alma enfraquecida e morta do homem passa a participar da “vida eterna”. A mulher pouco entendeu sobre a importância dessa promessa”.

3 – NÃO TENHO MARIDO

De uma forma repentina e abrupta, Jesus muda o rumo da conversa. Ele passa do apelo e da promessa para a inquisição e para a ordem. Não se podem reivindicar os benefícios do evangelho, uma fonte de água e de vida eterna — sem satisfazer as exigências do evangelho, que são a confissão e o arrependimento.

Vai, chama o teu marido e vem cá (16). A pergunta era aguda, atingindo o ponto mais profundo do seu ser, investigando a história do seu triste passado. A sua confissão foi simples e mesmo assim evasiva. Senhor, Não tenho marido (17).

Refletindo perfeita­mente o conhecimento que Jesus tinha dos homens (2.25), esta solicitação penetrou nela de forma profunda.

Disseste bem: Não tenho marido, porque tiveste cinco mari­dos e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade (17-18).

Aparentemente, a mulher agora estava vivendo com um amante sem o benefício do rito do casamento, possivelmente sem ter se divorciado do último dos seus cinco maridos.

Todas as evidências apontam para uma mulher de pouca moral cuja forma de religião não tinha sido capaz de libertá-la das cadeias dos maus costumes. Jesus reconheceu a sua admissão não como uma evasão, mas sim como uma confissão.

Ele disse literalmente: “O que você disse é verdade”. Existe um antigo clichê que afirma que a verdade machuca. Seria melhor dizer “A verdade ajuda!” Nenhum homem jamais perdeu ao enfren­tar as completas evidências da verdade (cf. Jo 1.14, 19; 3.21; 4.24; 14.6)” 5.

III – ESTE É VERDADEIRAMENTE O CRISTO

1 – “VEJO QUE ÉS PROFETA”

Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.

Parece que o conhecimento que Jesus tinha da vida passada da mulher (v. 29) fez com que ela concluísse que ele era um profeta.

“Tal como também Nicodemos confessara, segundo se lê em João 3:2. Foi um gigantesco passo para a frente, dado pela mulher samaritana, e, no vs. 29, raia plenamente a consciência de que Jesus era o próprio Messias.

Esse reconhecimento, entretanto, ainda não representou o começo do arrependimento, conforme nos mostra o versículo vigésimo, porquanto ela ainda queria disputar sobre diversas questões, teológicas e outras, ao invés de querer falar sobre a sua própria vida e sobre sua necessidade de ser transformada.

E agora, talvez menos “astuciosamente”, mas ainda com a proverbial facilidade feminina de expressão, ela continuava a debater.

Os eruditos diferem quanto às explicações que dão a este versículo, porquanto alguns supõem que ela queria desviar propositalmente o rumo da conversa, para alguma questão teológica (ver o vs. 20), não desejando demorar-se em seu passado insalubre e em sua vida presente ainda pecaminosa.

Mas outros eruditos pensam que ela não teria ousado tentar esquivar-se de alguém que acabara de reconhecer como profeta; porém, esta última posição faz supor que subitamente ela sentiu temor de Jesus” 6.

2 – EM ESPÍRITO E EM VERDADE

“Tendo admitido o conhecimento de Jesus a seu respeito, a mulher rapidamente mudou o assunto da conversa para um tema que seria mais seguro para ela, e ao mesmo tempo estaria no âmbito de um profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar (20).

Esta afirmação reflete um apelo à própria religião que ela professava. Nossos pais adoraram neste monte. Isto reflete também uma tentativa de usar as diversidades e as divisões dentro da religião. A expressão e vós dizeis funciona como uma desculpa para os seus próprios fracassos na vida. Este é um antigo padrão que é utilizado até mesmo em tempos modernos.

Neste monte. O Monte Gerizim tinha um papel significativo na tradição dos samaritanos.

Aqui “Abraão preparou o sacrifício de Isaque, e aqui também… ele encon­trou Melquisedeque… e no Pentateuco samaritano, Gerizim, e não Ebal, é a montanha onde se erigiu o altar (Dt 28.4)”.”

A questão sobre onde adorar foi respondida pela clássica frase de Jesus sobre a natureza da verdadeira adoração, relacionada com a sua missão.

A expressão a hora vem (21,23) deve ser interpretada em termos do seu completo sacrifício, que tornaria possível a verdadeira adoração (cf. Jo 2.4; 7.30; 8.20; 12.23; 13.1; 17.1). A hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai (21).

Esta afirmação também está relacionada com a destruição dos próprios templos dedicados à adoração. O Templo de Jerusalém foi destruído em 70 d.C., e Hircano tinha destruído o templo dos samaritanos em Gerizim em 129 a.C.

Vós adorais o que não sabeis (22). Os samaritanos rejeitavam todo o Antigo Testa­mento, exceto o Pentateuco. A avaliação de Jesus da inferioridade dos seus ritos e adora­ção se reflete no uso do termo neutro o que.

O objeto da sua adoração era impessoal, pouco compreendido e vago, não apenas para a mulher, mas também para todos os da sua nação. Não existe uma adoração genuína baseada na ignorância ou no que não se conhe­ce.

 Tais práticas levam ao fanatismo ou ao legalismo humanístico. Por outro lado, os ju­deus, com quem Jesus se identificava, são reconhecidos como o instrumento da revelação de Deus: Nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus (22).

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem (23).

Agora é o momento para que as antigas formas, limitadas em termos de lugar e de nação, sejam transformadas em uma adoração que é ao mesmo tempo pessoal, em espí­rito, e inteligente, em verdade.

“Adorar em espirito significa que nós entregamos as nossas vontades à vontade de Deus, os nossos pensamentos e planos aos que Deus tem para nós e para o mundo… Em verdade significa que não estamos adorando uma “imagem” de Deus, feita segundo as nossas próprias idéias… somente Cristo nos apresentou ao Deus ‘verdadeiro’ ou real”?’

A palavra-chave em toda esta idéia é Pai. Ele é o Objeto de adoração e aquele que procura os que o adoram em espírito e em verdade.

“Quando Deus se revelar como o Pai universal… as limitações de espaço estarão acabadas e tanto o conhecimento quanto a adoração a Deus serão mediados por meios puramente espiri­tuais”.”

A natureza do objeto de adoração, Deus é Espírito (24; cf. 1 Jo 1.5; 4.8), deter­mina as condições necessárias para a adoração. Importa que os que o adoram o ado­rem em espírito e em verdade (24)”.

3 – VINDE E VEDE

“O perfeito exemplo da seara é encontrado naquilo que aconteceu em Samaria.

A mulher testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito (39), com o resultado de que muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele pela (lit., “por causa da”) palavra da mulher (39).

A semeadura, um testemunho pessoal, produziu frutos, a fé nele. Tal foi o impacto do testemunho da mulher que os samaritanos vieram ver Jesus, e rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias (40).

Por mais importante que o testemunho seja quando procuramos trazer as pessoas a Cristo, ele é, em última análise, apenas um meio de se atingir este objetivo.

Cada homem tem de chegar a sua própria confrontação final sobre onde se baseia a sua fé, não no que outra pessoa disse, mas em Cristo e na sua Palavra eterna. Assim foi com estes homens. E muitos mais creram nEle, por causa da sua palavra.

E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo (41-42).

O que aconteceu aqui foi, ao mesmo tempo, intensamente pessoal ­nós cremos… nós mesmos o temos ouvido… sabemos — e caracterizado pela des­truição das barreiras do nacionalismo e do sectarismo religioso.

Eles reconheceram a este em quem creram como sendo o Salvador do mundo (42), não apenas um Messi­as para os samaritanos. O primeiro e o último pensamento daquele que crê em Cristo é a missão com alcance mundial” 7.

CONCLUSÃO

O encontro de Jesus com a mulher samaritana nos mostra que Ele não mede esforços para se encontrar com pessoas que necessitam de salvação, que estão vivendo uma vida de pecado, presas nas obras da carne (Gl.5:13-19), mesmo que tenha que derrubar barreiras religiosas, incluindo a acepção de pessoas, o Senhor Jesus vai em busca dos tais, para que bebam da Água da Vida e sejam transformados, reconhecendo o Senhor Jesus como Messias o (Cristo), o Salvador;  e passem a resplandecer como astros ou luzeiros no mundo (Fl. 2:15),  para que outros sejam salvos (Jo. 4:39-42), glorificando o sempre o nome do Deus Eterno.

Ev. Adauto Mattos

Vídeo: https://youtu.be/nbtUwAbPfCE


1 – Comentário Bíblico BEACON Antigo e Novo Testamentos.

2 – Comentário Bíblico Champlin

3 – Comentário Bíblico BEACON Antigo e Novo Testamentos.

4 – João – As Glórias do Filho de Deus – Hernandes Dias Lopes

5 – Comentário Bíblico BEACON Antigo e Novo Testamentos.

6 – Comentário Bíblico Champlin

7 – Comentário Bíblico BEACON Antigo e Novo Testamentos.

 

 

 

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