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Jovens – Lição 6- A Realidade Bíblica e o Cuidado com o Corpo

Introdução

A fé cristã entende que homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus. Embora distintos entre si, homem e mulher se complementam de tal forma que possam dar seguimento à vocação divina de se unirem e serem felizes também com o ato sexual e o nas­cimento de filhos na formação de uma família.

O que a fé cristã, inspirada na Bíblia, fala acerca da sexualidade humana? O que Deus preparou como orientações para que não abu­sássemos de nossos corpos e não fôssemos dominados pelo pecado?

A fé cristã vai além dessas premissas. O evangelho de Jesus nos mostra que tanto o homem quanto a mulher têm seu valor como pessoas, e que não são corpos físicos criados para serem desgastados por práticas que desagradam ao Criador e os conduzem ao Inferno como destino.

I – Deus nos Criou Seres Sexuais

1. A criação divina

Devemos começar este estudo com a premissa mais importante: a origem da humanidade. O cristianismo ensina, pela Palavra de Deus, que o Eterno criou o homem e a mulher, duas pessoas distintas anatô­mica, psicológica e sexualmente.

Homem e mulher são diferentes entre si, mas complementares, criados para viver em harmonia e respeito mútuo. Note que a decisão divina de fazer somente dois sexos foi su­ficiente para que a raça humana pudesse obedecer ao mandamento divino de dominar e povoar a terra, e de se realizarem sexualmente e se reproduzirem por meio do ato sexual.

Nancy Pearcey, acerca da criação do homem e da mulher, como seres completos e criados por Deus, faz uma perspectiva histórica e filosófica sobre a origem do cristianismo e o olhar da sociedade pagã acerca do corpo humano, mostrando a grande mudança de pensa­mento que a fé cristã trouxe no primeiro século da nossa era.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

2. Somente dois sexos

Quando Deus criou o homem e a mulher, os fez macho e fêmea (Gn 1.27). O Eterno limitou, em sua sabedoria, quaisquer outras formas de arranjo biológico sexual, ordenando que as mulheres nascessem com cromossomas XX, e os homens, com cromossomas XY.

Essa disposição garante não somente a perpetuidade da raça humana por meio dos contínuos nascimentos de pessoas, mas delimita radical e definitivamente a distinção entre homem e mulher.

A biologia ensina que os cromossomas são filamentos existentes em nossas células que carregam nosso DNA.

Quando o bebê está em formação no ventre de sua mãe, já recebeu 46 cromossomas, 23 do pai e 23 da mãe. A criança que está para nascer tem esses dois números. Se os cromossomas forem XX, nascerá uma menina, e se os cromos­somas forem XY, nascerá um menino.

Portanto, de forma bastante matemática, a ciência comprova que o nosso sexo é determinado antes mesmo do nascimento, e que se nasce homem ou se nasce mulher, não sendo, portanto, compatível bíblica e cientificamente, o pensamento de que a pessoa se torna homem ou mulher por questão de escolha ou de insatisfação com o seu sexo biológico.

Por mais que a cultura ocidental venha promovendo uma abertura no debate em relação a esse assunto, com a exposição do transgene­rismo, no qual pessoas alegam estarem insatisfeitas com seus corpos por terem nascido com um sexo e se sentirem com outro, a Palavra de Deus e a biologia mostram que há um propósito com a nossa criação e a nossa vida como um todo.

3. O pecado de Adão e Eva não foi o relacionamento sexual

De forma distorcida, há quem imagine que o pecado inicial que fez com que o homem e a mulher fossem expulsos do Paraíso foi o sexo. Esse pensamento achou guarida em ambientes medievais, e por séculos o sexo era visto de forma impura, como um mal necessário para a procriação.

Mas a Palavra de Deus é bem clara mostrando que Satanás não tentou o casal nessa área, e sim que despertou neles o desejo de serem como Deus (Gn 3.1-7). O sexo não tornou os humanos pecadores, e sim o ato de se esquecerem de Deus e desobedecer-lhe.

É certo que, por causa do pecado, a sexualidade humana foi distorcida, mas isso não significa que devamos seguir os padrões esta­belecidos pelo mundo para a vida sexual, pois a Palavra de Deus nos orienta quanto à pureza necessária sobre o corpo para aqueles que servem a Jesus. “Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo” (1 Co 6.13).

Com o pecado, vieram as distorções inerentes a tudo o que cerca a vida humana, como a forma de pensar, a forma de demonstrar amor verdadeiro, as formas de trabalhar e de se relacionar com as pessoas, e o sexo também foi incluído nesse pacote, pois a atividade sexual é uma atividade humana.

II – Perigos do Mau Uso do Corpo e da Sexualidade

1. A prostituição

A prostituição é o primeiro problema que a Palavra de Deus nos aponta acerca do mau uso do corpo na esfera sexual: “Venerado entre todos seja o matrimônio, e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13.4).

Quando se toma por referência a Bíblia Sagrada para o estudo desse assunto, vemos que a prática da prostituição entre os povos que não serviam a Deus era comum, mas passou a ser cometida também entre os he­breus. Uma das referências sobre a prostituição e suas consequências vemos quando os hebreus saíram do Egito e passaram pela terra de Moabe.

O rei dos moabitas contratou Balaão para lançar maldições contra o povo de Deus, entretanto, por mais que tentasse, o agoureiro foi impedido pelo Eterno de exercer seu ofício.

Mas não muito tempo depois, o povo do Senhor foi atacado por uma praga. Esta foi consequência do conselho de Balaão ao rei dos moabitas, para que enviasse mulheres para perto do acampamento dos hebreus. Elas se ofereceram para os homens hebreus e pediram em troca uma adoração aos deuses cananeus.

O julgamento de Deus foi incisivo, pois além de alguns homens israelitas se envolverem com a prostituição, esta foi seguida pela idolatria. Dois sérios pecados cometidos contra o Eterno, que enviou pragas contra os hebreus e 24.000 deles morreram.

O preço da prostituição é alto para todos que se envolvem nela. Noutra ocasião, Deus ordena que um profeta, Oseias, se case com uma mulher de prostituições, numa referência ao que o seu povo já fazia espiritualmente, adorando a outros deuses e se contaminando com atos de prostituição, visto que os vizinhos de Israel aceitavam a prostituição masculina e feminina como parte dos seus rituais.

Nos tempos do Novo Testamento, a prostituição também era pra­ticada. Ela é descrita como uma das obras da carne (Gl 5.19), e Paulo adverte aos coríntios, crentes de uma igreja que precisou de diversas reprimendas: “Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.18).

Os coríntios viviam em uma cultura bastante erotizada, e precisavam entender que o antigo comportamento sexual promíscuo não seria aceito por Deus.

E o Senhor Jesus fala que na igreja de Tiatira havia uma mulher cujo perfil era voltado à prostituição. Ela se dizia profetisa, tinha oportunidade para trazer ensinos, mas se prostituía e conduzia homens à idolatria (Ap 2.20-23). Jesus diz que vai julgá-la, pois tais coisas não passam impunes aos olhos daquEle que tudo vê.

A prostituição era corrente no primeiro século da era cristã, e Paulo a colocou como uma obra da carne. Pelo que nos é apresentado, a prostituição tinha implicações não só religiosas, mas políticas também, e por isso deveria ser combatida como um mal que não poderia fazer parte da vida daqueles que tinham sido chamados por Deus.

2. Aborto

O aborto é a interrupção da gravidez, trazendo a morte da criança ainda no ventre de sua mãe. Esse tipo de morte é conhecido desde os tempos antigos, e Jó menciona que em seus dias havia o aborto oculto, no qual as crianças que estavam no ventre jamais veriam a luz (Jó 3.16).

Nancy Pearcey fala que o aborto era uma afronta não só contra a vida da criança, mas contra a vida da mulher também. em contraposição ao fruto do Espírito.

De acordo com a legislação brasileira, o aborto pode acontecer quando há uma gestação difícil de ser levada adiante, por problemas de saúde da criança ou da mãe. Mas o aborto também acontece quando a mãe decide dar fim à vida do seu próprio filho. A Palavra de Deus nos mostra que os escritores bíblicos entendiam que a vida é um pre­sente de Deus.

Davi louva ao Senhor por entender que desde a sua concepção Deus era o responsável por acompanhar o desenvolvimento do bebê: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Sl 139.16). Mesmo sem conhecer o que já sabemos hoje acerca da biologia e dos detalhes com que um feto se desenvolve no útero de sua mãe, Davi sabia que Deus era o responsável pela formação da vida.

Em nossos dias, é possível ver o quanto o pecado tem destruído o pensamento sobre a vida humana, pois há pessoas que lutam pelos direitos de preservação dos animais — o que é lícito — e ao mesmo tempo, colocam seus nomes em listas de apoio ao aborto.

Essas pessoas defendem o direto de uma mãe ser assassina do seu próprio filho! En­tendemos que somente a graça de Deus pode socorrer uma mulher que se vale do aborto para ocultar uma relação sexual que não deveria ter tido, ou que julga ser o aborto uma forma de protelar a maternidade para se dedicar a uma outra atividade. Em Deus há perdão para esse tipo de pecado, como há perdão também para outros tipos de pecados contra o corpo. A vida para Deus é importante desde o seu nascedouro.

3. Formas distorcidas de sexualidade

Deus criou homem e mulher, e essa regra divina vem sendo obede­cida desde a concepção do ser humano. Talvez por isso, Satanás tenha incentivado tanto a morte de crianças no ventre de suas mães.

Todo ser humano nasce homem ou mulher, e a própria biologia comprova essa ação divina que exclui a possibilidade de uma pessoa nascer no corpo errado.

Por mais que ideologias recentes tentem impor pensamentos que digam que é possível nascer de um jeito e se sentir de outro, tal pensamento vai contra a biologia e contra a Palavra de Deus.

4. O sexo e os solteiros

Deus nunca aprovou nem recomendou o sexo entre pessoas que não são casadas. O ato sexual envolve um tipo de compromisso muito sério entre um homem e uma mulher que se amam e pretendem constituir uma família diante dos homens e diante de Deus.

Por isso, o domínio próprio na juventude faz a diferença para aqueles que desejam andar de acordo com os preceitos divinos. E mais do que a abstinência, Deus deseja que sejamos puros em nossos pensamentos e relacionamentos. Ser abstêmio é uma coisa. Ser puro é outra.

III – O Fim da Sexualidade Humana

Deus nos criou para ser pessoas plenas não somente na esfera espiritual, mas também na esfera física. A perspectiva bíblica traz o registro do final da sexualidade humana. A Palavra de Deus nos mostra que a vida de uma pessoa não se encerra com a sua morte.

A eterni­dade receberá todos os que morreram, e, conforme as suas decisões tomadas nesta vida, de se arrependerem ou não de seus pecados, serão encaminhados para destinos diferentes.

Para os que passaram a vida com Deus neste mundo, há a glorificação, mas aos que rejeitaram a Deus e aos mandamentos, há outra trilha a seguir.

1. A glorificação

A glorificação é, sem dúvida, a parte final destinada ao corpo daqueles que receberam a Jesus e viveram pela fé na sua mensagem.

Ela implica a transformação total da nossa estrutura “de humilhação” em uma estrutura da mesma natureza que o Senhor Jesus Cristo tem. Um corpo não sujeito às doenças, ao envelhecimento, às dores e à morte. Isso, portanto, vai alterar a nossa estrutura e, igualmente, a nossa sexualidade, pois não necessitaremos, na eternidade, dessas distinções que vemos hoje.

Em certa ocasião, Jesus foi interpelado pelos saduceus, um grupo de israelitas que não acreditava na ressureição.

Eles trouxeram uma história cujo objetivo era desacreditar a ressureição dos mortos e o próprio Jesus. Em sua investida, eles disseram que um homem tinha seis irmãos e se casou com uma mulher. Como ela não lhe deu filhos e ele veio a falecer, ela teve de ser esposa do segundo filho na ordem de nascimentos daquela família.

Morreu o segundo filho, novamente sem que tivesse filhos com a mulher. A cena se repete, sendo a mulher dada como esposa para cada um dos filhos daquela família sem que pudessem gerar filhos, até que morreu o último homem da família e a própria mulher.

Os saduceus, de forma irônica, perguntaram a Jesus de quem a mulher seria esposa na eternidade, já que ela havia sido esposa de todos aqueles irmãos.

Por mais que essa história servisse para tentar deixar Jesus em uma situação desconcertante, o Senhor respondeu que eles erravam não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus, pois na eternidade seríamos como anjos, que não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.23-29).

Deus determinou que o corpo glorificado não tenha traços distintivos da sexualidade humana, pois na eternidade isso não será necessário. Seremos um dia glorificados, e isso está reservado somente aos que nesta vida temeram e amaram a Deus, e que andaram em seus caminhos seguindo a Jesus.

2. O destino eterno dos que rejeitaram a Cristo

Da mesma forma que haverá um destino para os salvos em Cristo, cujos corpos serão transformados e glorificados, os que não receberam a Jesus nem foram salvos serão ressuscitados, mas para a vergonha eterna.

Na ordem das duas ressurreições, a primeira será a ressurreição dos salvos em Cristo e dos santos do Antigo Testamento que pela fé esperaram a salvação de Deus. Mas para os ímpios ressuscitados não haverá um corpo glorificado, mas um corpo destinado a ficar no lago de fogo por todo o sempre (Ap 20.15).

A verdade é que o nosso destino eterno dependerá do que fazemos nesta vida. O homem não pode mudar uma lei espiritual, por mais que seu pensamento não concorde com ela. Nascemos, crescemos e um dia morreremos, ou seremos arrebatados e transformados sem passar pela experiência da morte, caso estejamos vivos na ocasião da volta do Senhor Jesus.

Conclusão

A Palavra de Deus nos traz orientações bem claras acerca da nossa sexualidade e o trato com o nosso corpo. Por isso, se desejamos passar a eternidade com Deus tendo um corpo glorificado, é preciso que nos enquadremos com essas orientações pela fé e rejeitemos o que o mundo tenta impor no tocante à natureza da nossa sexualidade. Que o uso da nossa natureza física reflita a glória de Deus e o desejo dEle para o corpo físico que nos concedeu.

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. O Padrão Bíblico Para a Vida Cristã: Caminhando Segundo os Ensinos das Sagradas Escrituras. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

 

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2024/05/10/licao-6-a-realidade-biblica-do-cuidado-com-o-corpo/

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