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JUVENIS – LIÇÃO Nº 13 – SER UM CRISTÃO FIEL, UM GRANDE DESAFIO

Que maravilha querido (a) professor (a), chegarmos ao final de mais um trimestre servindo ao Senhor com o que estamos aprendendo na Palavra do nosso Mestre.

Hoje, veremos a importância da fidelidade, da assunção de um compromisso, da permanência ininterrupta no propósito assumido. Assim como a temperança, a fidelidade é um dos aspectos do fruto do Espírito, o resultado da transformação promovida na vida daquele que é nascido de novo.

No latim, é “fidelitate” e significa segundo o Dicionário Aurélio (1986, p.775) a qualidade de fiel, lealdade, firmeza, constância, perseverança.

Todos estes sentidos estão relacionados à distinção do processo de salvação que nos restaura da perdição, nos liberta do poder do pecado, nos livra da ira divina, promove a restauração futura, conduzindo-nos próximos às mansões celestiais para desfrutarmos da eternidade nas mansões celestiais.

Para Barclay (p.29, 2024), a fé nos conduz a esta nova dimensão de vida, pois a “fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus” (Rm 1.17). De posse desta palavra, a espada do Espírito, o soldado de Cristo apreende (incorpora, assume um novo posicionamento) o que é ter uma nova postura, ser constantemente leal e fiel ao Senhor.

Crendo no que é verdadeiro, no que é indestrutível, este justo aprende a viver da fé e pela fé. Porque acredita, é fiel. Sua fidelidade está relacionada à sua fé, à sua crença, à sua lealdade. Por causa desta correta relação com Deus, o testemunho da fidelidade é evidente para todos que estão atentos ao testemunho dos verdadeiros cristãos:

“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.

Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” (2 Co 3:2,3)

Eis um grande desafio: demonstrar por meio do nosso testemunho que somos fiéis e a Palavra de Deus habita em nós. Isto ocorre com todos aqueles que recebem /aceitam o convite de Cristo para tomar a cruz e segui-Lo: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga- me.” (Lc 9:23)

Tomar sua cruz. O que significa isto? Jesus sabia muito bem o que significava a crucificação. Quando era menino de uns onze anos, Judas o galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao exército real em Seforis, que estava a uns seis quilômetros de Nazaré.

A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram a cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois mil rebeldes foram crucificados com o passar do caminho para que fossem uma terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo.

Tomar nossa cruz significa estar preparados para enfrentar coisas como esta por nossa fidelidade a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa fazer pela graça de ser fiéis para com Deus. (Barclay, p.106, 2024)

Renunciar aos prazeres mundanos é fazer o sacrifício de si mesmo com o fim de agradar ao Senhor e demonstrar que o Senhor é soberano sobre a sua vida.

Não importa o que aconteça, o Soberano está no comando direcionando as vidas daqueles que se rendem à vontade divina. Tomar a cruz é assumir este posicionamento apresentado por Paulo, sendo um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus:

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
(Rm 12:1,2)

Quando falamos em auto sacrifício por amor ao Senhor, referimo-nos aos cristãos que se dedicam à obra do Senhor, aos irmãos, à filantropia, auxiliando os irmãos, ao próximo etc.

João se refere a esta questão quando praticamos o verdadeiro amor, da mesma forma que Cristo, o qual entregou sua vida dando-nos o exemplo para que façamos o mesmo: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (I Jo 3.16)

O apóstolo Paulo, quando esteve preso no calabouço, na masmorra de Filipos, juntamente com Silas, porque estavam pregando o evangelho e uma mulher adivinha foi liberta:

E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados. […]

E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade, e nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.

E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando- lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.

E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.

O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes segurou os pés no tronco. E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam. (Atos 16.19-25)

Paulo e Silas não se queixaram do resultado da missão. Antes, oravam e louvavam a Deus, deixando claro para todos que o Senhor estava no controle de todas as coisas.

Cheios do Espírito Santo, não se vitimizavam por causa dos açoites e nem da violência sofrida. Crentes fiéis que viviam o que pregavam, estavam dispostos a entregar a vida pela causa do Evangelho, não importando o que acontecesse.

Aprouve ao Senhor livrá-los daquele local, porque ainda havia muito campo para semear a Palavra. Isto foi desde o início da pregação:

“E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora, disse: Ide e apresentai-vos no templo, e dizei ao povo todas as palavras desta vida.” (At 5. 18-20)

O anjo do Senhor lá estava para libertar os servos do Senhor. Mas o milagre não aconteceu apenas uma vez.

Vemos que o Senhor também livrou a Pedro da prisão de forma gloriosa, de modo curioso e somente aqueles, que creem no Senhor, podem compartilhar esta bênção sem deparar-se com agnósticos:

E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa. Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.

E quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo:

Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas. E ele assim o fez. Disse- lhe mais: Lança às costas a tua capa, e segue-me. E, saindo, o seguia. E

não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.

E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava. (Atos 12. 4-11)

Estas maravilhas somente ocorrem na vida dos fiéis. Portanto, é imprescindível que nossos jovens sejam encorajados a permanecerem leais ao seu Deus porque a fidelidade compensa.

O Senhor está contemplando os Seus servos fiéis e guardando as suas vidas: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” (Sl 101.6) Como é maravilhoso traçar caminhos retos e receber os cuidados especiais do nosso Deus!

Eles tinham uma missão a cumprir. No tempo certo, suas vidas foram entregues como sacrifício em prol da causa. Paulo foi sentenciado à morte por decapitação junto à estrada de Roma para Óstia. Se não fosse cidadão romano, sua morte teria sido mais humilhante.

Pedro, segundo os relatos dos pais da Igreja, foi crucificado de cabeça para baixo, por solicitação própria. Afirmou que não se sentia digno de morrer da mesma forma que o seu Senhor. (NA SEÇÃO DE SUGESTÕES DE REFERÊNCIAS, DEIXAMOS UM LINK COM MAIS INFORMAÇÕES E UMA ILUSTRAÇÃO ACERCA DE TODOS OS APÓSTOLOS)

Tais homens de Deus são o nosso referencial, mas o único apóstolo cuja morte está registrada na Bíblia é Tiago (Atos 12:2).

O rei Herodes “fez Tiago passar a fio de espada” E o apóstolo Paulo apenas menciona que o seu martírio está se aproximando: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.

Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (II Tm 4.7,8)

Entregar a vida, por amor a Cristo, também se refere aos sacrifícios pessoais que fazemos para servir ao Senhor e obedecer-lhe.

Renunciar aos prazeres mundanos, dizer NÃO ao pecado é entregar-se a Deus para o sacrifício. Os apóstolos revelavam a alegria que sentiam por sofrer perseguições, por sacrificar-se por uma causa tão nobre:

Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. (II Co 12.10)

Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem. (Lc 6:22)
Os apóstolos deixaram o Conselho Superior contentes por terem sido considerados dignos de sofrer por causa do nome de Jesus. 42 E todos os dias, quer no templo, quer de casa em casa, eles nunca paravam de ensinar e proclamar as Boas Novas a respeito de Jesus Cristo.(Atos 5.41,42)

Nossos jovens devem ser conscientizados de que a pregação do Cristianismo somente chegou até nós porque houve servos fiéis, que aceitaram o desafio, que assumiram o compromisso de propagar o verdadeiro Evangelho e entregaram as suas vidas em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Em sua obra, “Os mártires do Coliseu”,O’ Reilly (2021, p.47-48) faz o relato de várias testemunhas do Evangelho que foram martirizadas. São diversas narrativas das quais selecionamos um trecho. Trata-se de alguns fatos finais da vida de Inácio de Antioquia (70-107 d.C), sucessor de Pedro na liderança da Igreja :

Da residência de Policarpo, Inácio escreveu algumas cartas maravilhosas e sublimes, solicitando aos cristãos de diferentes igrejas especialmente de Roma que não lhe impedisse o martírio.

Não que os cristãos fossem acostumados a resgatar seus mártires das mãos dos tiranos por meio da força física, mas Inácio bem sabia que eles possuíam armas mais poderosas que aquelas ostentadas pelos exércitos nas batalhas; era a invisível, irresistível e poderosa arma da oração. Por ela, a ira do tirano era desviada; e a morte, frustrada.

E Inácio suplicou-lhes, com todo o fervor de seu coração, que o deixassem receber sua coroa, e partir agora, em sua idade avançada, de uma enfadonha vida de inquéritos judiciais para a bem-aventurança inefável do reino celestial. Os cristãos consentiram, e o mártir ganhou a sua coroa.

“Obtive do Deus Todo-Poderoso”, escreveu ele em sua carta aos romanos, “o que há longo tempo venho desejando ir ver-vos a vós, verdadeiros servos de Deus; e mais que isto, espero alcançar sua misericórdia.

Vou a vós algemado pelo amor de Jesus Cristo, e algemado espero chegar logo à vossa cidade para receber vosso abraço e despedidas para o fim.

As coisas começam de modo auspicioso, e eu oro sinceramente para que o Senhor remova todo impedimento ou atraso para o glorioso fim que Ele parece me haver destinado. Mas, Oh! Um medo terrível arrefece-me a esperança, e vós, meus irmãos, sois a causa deste temor.

Temo que a vossa caridade se interponha entre mim e a minha coroa. Se vós desejásseis impedir-me de receber a coroa de martírio, ser-vos-ia fácil fazê-lo. Mas que tristeza e dor seria para mim essa bondade que me privaria da oportunidade de sacrificar a minha vida – oportunidade que talvez eu nunca mais tivesse.

Permitindo que eu me vá sossegadamente ao meu fim, vós me ajudais naquilo que é mais caro. Se, todavia, em vossa caridade mal orientada quisésseis salvar-vos estaríeis-vos pondo como os mais cruéis inimigos no próprio portal do céu e arremessando-me de volta ao profundo e tempestuoso mar da vida para ser novamente atirado de um lado para outro em seus vagalhões da aflição.”

Se me amais com verdadeira caridade, permitir-me-eis subir ao altar do sacrifício, e vós reunir-vos-ei à minha volta, entoando hinos de agradecimento ao Pai e a Jesus Cristo, por Ele haver trazido do Leste para o Oeste, de Esmirna a Roma, o bispo de Antioquia para fazê-lo confessor de seu grande nome, e sua vítima e seu holocausto. Oh! Que feliz e abençoada a nossa sina, morrer para este mundo e viver eternamente em Deus!”

Noutro trecho de sua carta, ele usa estas sublimes e tocantes palavras: “Dei-me ser o alimento das feras, deixa-me ir, desse modo, à possessão de Deus. Sou o trigo de Jesus Cristo.

Portanto, devo ser quebrado e moído pelos dentes dos animais selvagens, para que me torne seu pão imaculado e puro.

Afago aqueles animais que logo serão meu honrado sepulcro. Eu desejo e peço a Deus que eles não deixem nada de mim na terra, para que quando o meu espírito voar ao descanso eterno, o meu corpo não seja uma inconveniência a ninguém.

Então serei um verdadeiro Discípulo de Cristo, quando o mundo não puder ver mais nada de mim. Oh Oro a Deus para que assim seja, que eu possa ser consumido pelas bestas e ser a vítima do seu amor. (Reilly, 2021, p.47-48)

O que nos faz admirar esta postura do servo do Senhor é a sua disposição na entrega pela causa do Evangelho e, para todos aqueles que, tal como os apóstolos, se dispuseram a obedecer, mudar de atitudes perante a Palavra e o mundo, o Senhor diz: “ Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. “ (Mt 24:46)

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

 – Quem não conhece a bela canção de Mara Lima que fala sobre os mártires cristãos e seus sofrimentos? “Sempre vou lembrar” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Yi9oTuoYGro. Acesso em 23 mar. 2024.

 – Pense num encerramento das lições com a tua turma. Faça perguntas que envolvam todas as lições e leve brindes para os teus alunos. Converse com o superintendente ou os irmãos da igreja sobre a necessidade de recursos para esta compra. Conclua o trimestre de forma agradável. Comunique-se com a turma, preparando-os para esta maratona de perguntas.

O QUADRO ABAIXO É UMA ÓTIMA ILUSTRAÇÃO

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REFERÊNCIAS:

 – BARCLAY, William. O Novo Testamento. Lucas. Disponível em: https://files.comunidades.net/pastorpatrick/Lucas_Barclay.pdf. Acesso em 23 mar.2024, p.106. E-book.

– BARCLAY, William. O Novo Testamento. Romanos. Disponível em: https://files.comunidades.net/pastorpatrick/Romanos_Barclay.pdf. Acesso em 23 mar.2024, p.29. E-book.

– CONEGERO, Daniel. Como o apóstolo Paulo morreu? Disponível em: https://estiloadoracao.com/como-o-apostolo-paulo-morreu/. Acesso em 23 mar.2024

– FIDELIDADE. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. 2.ed. rev. aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996, p.775.

– MINISTÉRIO PÃO DIÁRIO. Como os discípulos morreram. Disponível em https://paodiario.org/martires-a-morte-dos- discipulos/?gad_source=1&gclid=Cj0KCQjw-_mvBhDwARIsAA- Q0Q7abAlcsH3ujT6KJBko0y7TMBxxFtmNSQ9voOvgJ7eS6XoE6EZYcf gaAmP6EALw_wcB. Acesso em 23 mar. 2024. (CONSULTE ESTE TEXTO)

– O’REILLY, A. J. Os mártires do Coliseu. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.


Profª. Amélia Lemos Oliveira

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/juvenis/10356-licao-13-ser-um-cristao-fiel-um-grande-desafio-i

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