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Lição 09 – Laodicéia, a Igreja morna

Comentários – Adauto Matos da Conceição

Desde antiguidade a humanidade se preocupou em acumular riquezas. Primeiro por questão de sobrevivência, depois por necessidade de armazenamento, depois por ganância, por poder e por status.  O acumulo de riquezas, o fato de a pessoa ser conhecida pelo que tem e não pelo que é, acabou por associá-la a soberba e ao distanciamento da verdadeira riqueza que é a sabedoria divina. O agravante é que este mal atingiu também o povo de Deus e a Igreja de Laodicéia se encontrava contaminada pela por esse desvio comportamental que 
assola toda a humanidade atualmente.

A carta a Laodicéia chama a atenção para esse mal e exorta a igreja a voltar seus olhos para a sabedoria de Deus, abandonar seu modo morno e indiferente de serem cristãos e abraçarem a verdadeira riqueza que é a sabedoria do Senhor. Feito isso, promete Jesus que, aquele que vencer se assentará com Ele no seu trono assim como Ele venceu e sentou com o Pai no seu trono.



1 – INTRODUÇÃO


O presente trabalho tem o objetivo de apresentar alguns estudos realizados sobre a Igreja de Laodicéia, abordando aspectos referentes a sua localização, importância histórica, econômica, social e política e a maneira como seu povo era visto diante dos olhos de Deus, discorre ainda sobre o perigo do acumulo de riquezas e a importância de se buscar a verdadeira riqueza advinda da obediência aos mandamentos de Deus.


A carta à Igreja de Laodicéia teve como objetivo despertar as pessoas daquela localidade de seu estado espiritual, de sua condição mórbida.

Neste trabalho serão expostos pontos em destaque apresentados da Igreja de Laodicéia, sendo explanado um pouco do contexto histórico, a importância da cidade e como era o povo que ali habitava.


No capitulo I discorremos sobre a localização e as características principais de Laodicéia, bem como tratamos da sua importância e seu cotidiano.


No capitulo II passamos a discorrer sobre a carta a Laodicéia, suas características gerais, os motivos da reprovação e as promessas, narrando que a segurança perfeita está em Deus, mas é difícil o homem rico de bens deste mundo perceber esta verdade.


No capitulo III tratamos da verdadeira necessidade, e do desafio de Laodicéia de obedecer os mandamentos de Deus e assim receber tudo que lhe é por direito.


No capitulo IV, fazemos um breve histórico da acumulação de riquezas, como isso se refletiu na formação do povo brasileiro e a relação do assunto Laodicéia com o perigo de se acumular riquezas em detrimento da verdadeira riqueza espiritual. Para isso abordamos os estudos de Mike Yakoneli cujo texto aborda com riqueza o assunto. Enriquecemos o nosso trabalho com estudos, fruto de pesquisas online cujo teor reforça o perigo de se acumular riqueza e a verdadeira bonança que é a sabedoria de Deus.


Finalmente consideramos a necessidade de se aprofundar o presente tema, dada a sua inesgotável contribuição para os cristãos e ressaltamos que o verdadeiro tesouro consiste em ter os seus caminhos voltados para a sabedoria divina.


Apresentado está também características gerais que marcaram a Igreja, seu estado reprovativo e a promessa concedida a este povo. Exposto com uma linguagem simples, precisa, para possibilitar que o leitor tenha uma idéia clara sobre o assunto.


2 – A CIDADE DE LAODICÉIA

2.1 Contexto Histórico


Laodicéia foi fundada por Antíoco II (261-242 AC) nas proximidades de Hierápolis e Colossos, e que, em homenagem a sua esposa Laodice, pôs o nome de Laodicéia.

“Já que Laodice era nome feminino, nos tempos do Novo Testamento, seis cidades receberam tal nome, no período helenista”. 


Até Beirute chegou a ser denominada “Laodicéia cananita”. Na Índia, também é possível encontrar ruínas de uma área urbana que traz o mesmo nome. Mas a Laodicéia do Apocalipse é uma metrópole da Ásia Menor, que existia como uma pequena vila desde a época dos hititas, por volta de dois mil anos a. C.


Situava-se sobre uma colina de 280 metros de altitude, era próxima a Heriápolis, distante cerca de dezesseis quilômetros de colossos, no grande vale do rio Lico, um afluente do rio Meander. Estava a cerca de 144 quilômetros a leste de Éfeso na grande rota comercial que ia da costa até o interior da àsia menor.


De acordo com Plínio, historiador e político do primeiro século, essa Laodicéia chamava-se originalmente Dióspolis e Rhoas. Esse último nome é de compreensão difícil e pode pertencer a algum antigo idioma da região da Anatólia. Já o primeiro significa “cidade de Deus”, uma referência a Zeus ou Júpiter como principal divindade do lugar. A mudança do nome deve ter causado polêmica entre alguns do povo.


 Primeiramente, porque a região caíra nas mãos dos selêucidas, que então a dominaram, e Laodice não gozava de muita simpatia no meio do povo. Ademais, isso poderia significar um abandono gradual de sua divindade local em troca da figura de Antíoco II Theos, o novo rei, cujo nome continha um trocadilho que tanto podia significar “o opositor de Deus” quanto “o deus opositor”.


 Esse novo ambiente secular pode ser visto, principalmente, numa comparação entre a medicina exercida em Laodicéia e a exercida em Pérgamo. Esta última ainda mantinha muito forte o vínculo entre ciência e religião que, embora envolto pelo paganismo, era próprio da mentalidade da época.


Laodicéia, porém, tinha seu programa totalmente secularizado, reservando aos templos toda e qualquer alusão ao sagrado.
Nenhum povo gosta do invasor estrangeiro. Por isso, Antíoco enfrentou oposição no início de seu governo. Mas, logo o ambiente hostil começou a mudar, à medida que a cidade prosperava sob o governo selêucida. Para fazer justiça ao nome da rainha, a nova Laodicéia tinha de ser uma metrópole de infra estrutura exemplar, com belos prédios e arquitetura refinada. Isso impressionou os moradores acostumados à simplicidade. Estrabão, historiador e geógrafo grego do primeiro século, afirma que a cidade não tinha importância nenhuma antes de Antíoco II.


 Porém, com a administração selêucida as coisas mudaram e Laodicéia se tornou muito rica, uma das mais famosas cidades da Anatólia. A partir de então, o antigo inimigo passou de tirano a benfeitor. Suas melhorias seduziram o povo, que começou a ter tranqüilidade, admiração e orgulho de sua nova condição. O progresso, nesse caso, teria custado ao povo uma boa fatia de seu apego à religião ou, pelo menos, da prioridade às coisas espirituais.


Um detalhe que chama atenção é que, até hoje, nenhum arqueólogo conseguiu encontrar o famoso templo de Zeus – principal edifício da época pré-antioquena, quando a cidade ainda se chamava Dióspolis. Uma explicação seria a de que o prédio fora transformado em edifício público, devido ao gradual desinteresse popular pelo antigo culto e, talvez, tenha se reduzido a algum pequeno santuário como os até agora desenterrados naquele sítio arqueológico. 

Com seu crescimento, Laodicéia foi se tornando uma importante metrópole da Ásia Menor.

 Suas ruínas, desenterradas por arqueólogos franceses, italianos e turcos, hoje podem ser vistas num parque que fica a seis quilômetros da moderna cidade de Denizli, na Turquia. Ainda há muito para ser escavado. Mas, o que já foi encontrado ajuda bastante a reconstituir a história daquele magnífico lugar.


Porções das muralhas antigas revelam quatro portas que lembram a descrição apocalíptica da Nova Jerusalém. A porta Siríaca, ao leste, é a mais bem preservada. Além disso, podem ser vistos ainda dois imensos teatros (um deles com capacidade para 20 mil pessoas), um estádio olímpico com quase 350 metros de extensão, dois templos, três casas de banho, duas fontes conhecidas como “ninfeus” (em homenagem às ninfas) e um ginásio de esportes, entre outras ruínas. No tempo de João, Laodicéia era uma cidade da Frígia, situada numa colina perto da confluência do rio Lico com o vale de meandro.


 O local formava uma área muito fértil que colocava os laodicenses em condição privilegiada. Laodicéia estava a apenas 80 quilômetros de Filadélfia e 160 de Éfeso. Seis estradas cruzavam o seu interior, permitindo que ela fosse o centro de importantes rotas comerciais. Isso a tornava uma espécie de alfândega que controlava as mercadorias em trânsito e cobrava os impostos. Parte dos tributos ficava na própria cidade e era usada no desenvolvimento de sua área urbana.  Disponível em: http://alexbrito2.multiply.com/journal/item/4. Acesso em 01 de dezembro de 2009.

Devido a parte dos bens pertencente aos reis de Pérgamo, a cidade passou para as mãos dos romanos.

Loadicéia era considerada a principal e a mais importante metrópole da região. Com o maior centro bancário da Ásia menor, era especializada em câmbios de ouro e moedas estrangeiras.

Os países dominados por Roma tinham moedas locais e para fazer alguma compra no exterior, tinham que trocá-las por moedas romanas. Sendo assim Laodicéia recebia muito do Império para ter um capital grande de giro para a constante troca de moedas.


Sua condição financeira a fazia sentir-se bastante segura para ostentar a arrogância de não ter falta de nada. Porém, sua aparência externa não correspondia ao seu interior.

Com o fim da República Romana e o início da Roma Imperial, Laodicéia aumentou seu prestígio, tornando-se uma das mais importantes e promissoras cidades da Ásia Menor. Basta dizer que Hiero, um dos seus cidadãos mais ricos, resolveu adornar por conta própria toda a cidade, e esse foi apenas “um singelo presente”, dado com os cumprimentos de um cidadão local.


Zeno e seu filho Palemo foram alguns dos convidados pessoais do imperador para serem reis em Patus, Armênia e Trácia. O famoso orador e político Cícero visitou Laodicéia por volta do ano 50 a. C. e, mesmo verificando a existência de alguns problemas legais, não impediu que a cidade fosse feita o centro da Convenção de Kibyra (condição semelhante à de Genebra em relação à ONU). Por fim, em 129 a. D., o próprio imperador Adriano fez questão de conhecer a cidade e ficar ali por um tempo, despachando ofícios para a capital e o restante do Império. Historiadores como Estrabão e Tácito dizem que Laodicéia não apenas recusou a ajuda imperial, mas procurou reconstruir-se com suas próprias forças.


Um único morador, chamado Nicostratus – não há como não lembrar de Nicodemos – disse ter dinheiro suficiente para, sozinho, financiar a reconstrução do estádio olímpico. Quando o enviado de Roma chegou à porta da cidade para verificar o estrago e agilizar a remessa de ajuda, os orgulhosos representantes dispensaram sua visita, sugerindo que seguisse adiante buscando outro povo mais necessitado do que eles.


 Esse episódio repercutiu negativamente entre o povo que, 40 anos depois, ainda era reconhecido como orgulhoso e arrogante . Disponível em: http://alexbrito2.multiply.com/journal/item/4. Acesso em 01 de dezembro de 2009.

Era bem desenvolvida em decorrência das atividades: comerciais industriais na Frígia, e também centro da Medicina na época.


Localizada nas margens do rio Lycus, era uma rica cidade da Ásia Menor. Fazia ligação do Oriente com o Ocidente através do grande movimento comercial.

Célebre pelos amplos muros, igual a Roma construída sobre os sete montes. Anteriormente chamada de Diosópolis, cidade de Zeus.


Laodicéia estava localizada numa região onde havia muitos abalos sísmicos; por isso sofria muito com tremores que causava grandes destruições. Um forte e grande tremor que ocorreu na época do reinado de Augusto, destruiu vários prédios e que teve a ajuda do Império. Agora em 17 a.D.: foi outra vez atingida, e recuperada por Tibério César. Mas quando a cidade foi abalada pelo maior terremoto, de sua história, 60 AD recusou ajuda do Império, pois, pensava ser isso uma humilhação diante da riqueza que possuiam.


 “Laodicéia significa direitos do povo (isto é, direito do povo mandar; direitos humanos). É a igreja Morna. Para alguns representam a igreja dos dias finais desta dispensação. Profeticamente, essa igreja é contemporânea Filadélfia. Na igreja de Laodicéia a opinião do povo substitui a palavra de Deus. Pela descrição fiel da igreja de Laodicéia pelo Senhor, nos versículos 15-18, vemos que uma igreja assim é mais uma maldição para o mundo do que uma benção” .


Qualificada como uma cidade próspera no tempo do exílio de João o apóstolo. Na estrada que faz ligação entre Roma e suas províncias ao Sul, Laodicéia tornou-se o centro dos negócios financeiros.

“Se distinguia por sua grande riqueza. Era a principal cidade comercial da região, ali se encontravam nada menos de três estradas romanas, tornando-a cidade de grande importância”.     

Era uma cidade muito próspera, tão rica que quando um terremoto a danificou consideravelmente em 60-61 D.C., ela foi capaz de financiar a reconstrução com recursos próprios. Por este motivo, alguns historiadores, entre eles o romano Tácito, afirmam que ela era um importante centro bancário da época, sendo ao mesmo tempo, uma cidade industrial na região, manufaturando um belo e famoso tecido negro de lã, que era usado para fazer roupas e tapetes.


Devido à fertilidade do vale em que se encontrava situada, a cidade tinha abundância de todos os produtos do campo, de modo a bastar-se a si mesma.  Possivelmente, por este motivo ela se tornava indiferente às realidades espirituais, à semelhança de Sodoma, nos seus tempos (Ezequiel 16:49) –


 Estes foram os pecados de Sodoma, sua irmã: orgulho, preguiça e desprezo aos pobres e necessitados, quando ela tinha riquezas e alimento de sobra.; Gênesis 13:10 – Ló olhou a fértil planície do rio Jordão, bem regada em toda a extensão.  É bom lembrar que isto aconteceu antes de Sodoma e Gomorra serem destruídas. Aquela região era uma beleza! Fazia a gente pensar no jardim que o Senhor plantou no Éden! Era comparável à bela região do Egito, situada a meio caminho de Zoar! ).


Laodicéia possuía um hospital e uma conhecida escola de medicina, onde se diz que clinicava o famoso médico Cláudio Galeno, natural de Pérgamo, que ministrava a seus clientes o lendário “pó da Frigia”, que servia para medicamento oftálmico.

“O trecho de Colossenses 4.13-16 mostra-nos que, nos tempos de Paulo (talvez em 64 d. C.), Laodicéia já contava com uma igreja organizada e próspera”.

 (Colossenses 4:12,13 – Epafras, daí da cidade de vocês, um servo de Cristo Jesus, envia-lhes suas recomendações.

 Ele está sempre orando fervorosamente por vocês, pedindo que Deus os faça fortes e amadurecidos e os ajude a conhecer a sua vontade em tudo quanto fizerem. Posso assegurar-lhes que ele tem trabalhado incansavelmente por vocês em suas orações, e também pelos cristãos de Laodicéia e de Hierápolis.).

Paulo conhecia através de informações a igreja, porque de Roma escreveu uma carta aos laodicenses, cujo paradeiro se desconhece:

 (Colossenses 4:16 – “A propósito, depois de lerem esta carta, vocês poderiam passá-la adiante para a igreja de Laodicéia? E leiam também a carta que escrevi a eles”).

Não há dúvida de que a igreja de Laodicéia era tão próspera quanto a própria cidade, e exatamente em excelente situação. 

A  carta não menciona perseguições por funcionários romanos, dificuldades com os judeus, ou qualquer tipo de falsos mestres dentro da igreja. Laodicéia era muito parecida com Sardes, um exemplo de cristianismo nominal e acomodado. Em Sardes, entretanto, ainda havia um grupo que tinha preservado a fé viva (3:4), enquanto que Laodicéia estava totalmente tomada pela indiferença. Já  Laodicéia com relação a Filadélfia é ao contrário.

“Enquanto Filadélfia não tem coisa alguma de censura, esta não tem qualquer coisa de aprovação”.


Veja que então há diferença  de comportamento entre as duas igreja, Filadélfia igreja do arrebatamento, fervorosa, Laodicéia igreja que será vomitada, igreja morna.

“Laodicéia era totalmente desagradável ao Senhor, e isso não por causa de seus pecados (tais como os repreendidos em Pérgamo e Tiatira), mas por causa da sua apatia, seu indiferentismo”. Deus quer que os cristãos sejam fervorosos no espírito:Romanos 12:11 “Não sejais vagarosos no cuidado, sede fervorosos (grifo próprio), no espírito, servindo ao Senhor”.

3 –  Sua Importância


A cidade tinha uma elevada valorização, devido ao seu grande desenvolvimento nas seguintes áreas: comerciais, industriais e  de saúde.


Se destacava no comércio em decorrência de três elementos:

1)        A mesma possuía enormes fortunas, era o centro bancário da região. Muitos dos habitantes eram banqueiros, negociantes e capitalistas, facilmente adaptável às necessidades e exigências do povo.

“Essas foram as qualidades que contribuíram para fazê-la essencialmente uma cidade comercial de sucesso, cidade de banqueiros e de finanças, capaz de adaptar-se às necessidades e desejos de outros, sempre flexível e acomodável, cheia de espírito de comprometimento.”


2)        A segunda atividade era o comércio de lã escura. Com este belo tecido negro de lã, confeccionavam lindos vestidos. Gente de todas as nações esforçava-se para obterem. As vestes pretas, quase que exclusivamente, eram usadas pelos laodiceanos como prova de sua riqueza.

“A cidade era industrial e a macia lã produzida no vale do Lyco era apreciada em toda parte. Vestidos de toda espécie, eram tecidos dessa lã especial, e seus comércio ativo trouxera muita riqueza à comunidade cristã.” 


3)        Salientou-se nesta cidade banhos terminais e fontes minerais. Possuía uma excelente escola de Medicina, situada no templo de Caru. Remédios foram produzidos em Laodicéia e arredores beneficiando os habitantes e também os viajantes que por ali passavam. Um dos quais era um ungüento para os ouvidos, e outro para os olhos. Após uma caminhada causticante, com os olhos congestionados, os viajantes encontravam naquele bálsamo o almejado alívio.

Na mesma região , havia uma espécie de laboratório, que tornava a cidade num centro de terapêutica.

“Contava também com uma escola de medicina particularmente conhecida por sua pomada para tratamento dos ouvidos e pelo pó ‘frígio’, usado para fabricar colírio.”

Essas três atividades essenciais destacavam a importância da cidade de Laodicéia daquela época.


3.1 O Povo de Laodicéia


O nome deriva de duas palavras gregas que significam “povo” e “juízo” ou “costume”.

“O nome significa “Laodice” (em alusão a Laodice esposa de Antíoco II). Outros, porém, vêm nessa palavra grega o significado de “poko”, “juízo”, ou “costume”.

 O mesmo dá a entender que os habitantes da localidade eram governados  por decisões, juízos e costumes do próprio povo. Seus habitantes eram de sírios e judeus que vieram do cativeiro babilônico.


Com excelentes adjetivos para dizerem a respeito de si mesmos, eram autoconfiantes, orgulhosos e satisfeitos na vida material. Mas a sua condição espiritual era de mornidão.

Paulo, o apostolo já havia advertido os laodicenses, quando a 32 anos antes escrevendo aos colossenses disse: “quero que saibais quão grande combate tenho por vós e pelos os que estão em Laodicéia…”(Cl.2:1 a), ficando evidente que as coisas caminhavam  para uma mornidão espiritual. O que oconteceu cerca de 32 anos mais tarde.

Não possuía problemas relacionados com dívida, pois as riquezas materiais eram abundantes.


“Em virtude de sua riqueza, os cidadãos eram orgulhos, arrogantes e satisfeitos consigo mesmos.”

Haja vista ao equilíbrio financeiro, o coração do povo era preenchido com a satisfação da segurança material, não sentia a dependência de Deus.


Os laodiceanos eram ricos, porém miseravelmente pobres. Parece contraditório, mas a condição predominante era a insensibilidade à sua pobreza espiritual.

“O exemplo de Laodicéia constitui uma ilustração vívida do perigo do dinheiro e do materialismo, que efetivamente cegam os olhos do espírito do homem.”


Este povo sentia um falso senso de segurança, como consequência de estarem seguros economicamente e não depender de Deus.

É mais fácil o pobre de bens deste mundo reconhecer sua dependência do Pai, do que o rico.

Muitos ricos estão mais preocupado com os seus celeiros, que para si são pequenos para a quantidade de suas posses, e em como aumentá-los, estão preocupados com o descanso da alma, em comer, beber e em folgar.

Pensam que suas vidas consistem da abundância de bens que possuem, raramente lembram de Deus.


Mas o Senhor Jesus está sempre batendo na porta de cada indivíduo, da igreja ou da comunidade, em busca de alguém que o deixe entrar, que se lembre dEle.

A famosa pintura de HOLMAN HUNT, em que Cristo aparece diante da porta, e bate, não mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton pintou o famoso quadro representando o Rei coroado de espinho batendo à porta, foi censurado por que se esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o célebre pintou de propósito e omitira a maçaneta.

 É que só pode ser aberta pelo lado de dentro. Um homem conhecido na cidade, levou, certa feita, seu filho pequeno, para ver esse quadro. O menino ficou ali pensando, por alguns momentos, e então perguntou: “Porque não abrem a porta?”. O pai respondeu que não podiam ouvi-lo batendo. O menino considerou a resposta por uns momentos mas não ficou satisfeito com a mesma. “Não”, disse o garoto? “é que estão ocupados no quartinho dos fundos, fazendo outras coisas, e nem sabem que Jesus está batendo à porta”. Nesta resposta há grande discernimento!

“Os crentes de Laodicéia viviam atarefados com seu comércio, com seus banquetes sociais, com suas riquezas introspectivas, e nem se quer ouviram Jesus bater e falar”.

São muitos os que nos dias hodiernos, não estão escutando Jesus bater na porta de seu coração, estando preocupados com muitos afazeres com a busca incansável das coisas deste mundo.

O bater de Cristo, na vida, se verifica de muitas maneiras: no testemunho tranqüilo da oração, no sermão do pregador, na lição da escola dominical, na leitura da Palavra de Deus, mediante alguns tragédia, enfermidade, mediante abalo, mediante a razão, mediante a vitória, mediante a perda, mediante a alegria, mediante a felicidade, mediante a dor, mediante a morte – a última e contundente maneira de Deus falar! (cf. Hb 1.1).

 “A segurança perfeita está em Deus, mas é difícil o homem rico de bens deste mundo perceber esta verdade.”

O perigo constante da riqueza material é que traz ao indivíduo um senso de segurança mal colocado, onde a soberba o individualismo passa a dominá-lo.

 “Os problemas práticos e os perigos da riqueza, são sempre mencionados muitas vezes nas escrituras. Ela é a fonte e a raiz de onde pode ter origem toda espécie de iniqüidade” (1Tm.6:10).

Não há dúvida de que o povo era bastante próspero, com uma estabilidade financeira invejável, contudo esta situação influenciou de forma negativa na área espiritual do mesmo, levando à letargia e mornidão de espírito.

A Bíblia adverte com relação ao cuidado que devemos ter caso as nossas riquezas aumente; e não confiar-mos, não colocar-mos nela o coração.

Laodicéia era composta por um povo que se vangloriava, se exaltavam, eram soberbos, achavam que por serem ricos podiam tudo.

4 – A CARTA À IGREJA DE LAODICÉIA

4.1 Características Gerais

Por causa do estado em que se encontrava, não houve elogio algum de nenhuma virtude. Quão terrível é quando não existem bons adjetivos que recomendem a igreja, porque as pessoas tinham perdido seu primeiro amor e Deus as censurou.

Devido a situação de indiferença, a mesma acha-se suficiente, mas engana-se, encontra-se em estado de grande indigência espiritual. Laodicéia não era somente morna, também estava corrompida pelo amor às causas materiais, sendo descrita como a “igreja pobre e rica”.


O seu problema ligava-se à questão da paixão espiritual. João escreveu a esta dizendo: “Vocês não são nem quentes em frios”.

O estado de mornidão na criatura que aceita a Cristo e não o segue com sinceridade, é muito triste sob vários aspectos: 

(a) Fica “coxeando entre dois pensamentos…” (1Rs 18.21), à semelhança da “onda do mar”. Ver Tg 1.6; 

(b) “O seu coração está dividido…”. Ver Os 10.2a; 

(c) Ele serve ao Senhor: “…porém não com o coração inteiro”. Ver 2 Cr 25.2b; 

(d) “É um bolo que não foi virado”. Ver Os 7.8b. São eles, em nossos dias, os que querem servir a Deus e as riquezas (Mt 6.24), e por cuja razão ficam pendurados “entre o céu e a terra” como Absalão, o jovem ambicioso (cf. 2Sm 18.9).

 O resultado é ouvir do Senhor: “Vomitar-te-ei da minha boca”. O termo “vomitar” no grego é “emeo”, significa também “cuspir”. Desse termo é que deriva o vocábulo moderno: “emético”, um agente que causa vômito”. O organismo humano, não suporta substância morna; o Filho de Deus também não suportará crentes rotulados; só os que forem fiéis (cf. Hb 6.4-8).

“Laodicéia em suma representa a igreja “morna” que Jesus “vomitará” no dia do arrebatamento. (Como contexto demonstrativo: Mt 25.10-12)”

Os irmãos começaram com uma confiança sincera em Cristo, mas o tempo foi esfriando gradualmente. O amor de Jesus por Sua Igreja é tão imenso, que iluminou o Seu servo João com mensagem de advertência.

“Cristo estava apelando aos laodiceanos para se afastarem da religião respeitável, confortável, desapaixonada e indiferente. Queria que estivessem totalmente com Ele sinceramente disponíveis. Convocou-os a uma volta à paixão sagrada e à alegria do primeiro amor”.


Jesus quando interrogado a respeito de qual o maior dos mandamentos, disse que era amar a Deus de todo coração, alma e pensamento; e era isso que Ele queria, que os laodiceanos voltasse a sua vocação adoradora e missionária.


Jesus disse: “Conheço as suas obras.” Os membros não tinham objetivo de causar dano ao evangelho ou da rejeição da fé, mas também não tinham o fervor e zelo correspondentes.

“Eles eram simplesmente indiferentes, cristãos de nome, acomodados. Quem deras fosses frio, ou quente! Não há nada pior que algo morno a ponto de provocar náuseas”.


Mediante suas características, esta Igreja necessitava de três elementos básicos:


1- Amor de Deus.

2- Vestiduras brancas de Cristo.

3- O colírio simbolizando a graça divina.

4.2 Reprovação

“Eu repreendo  e disciplino a quantos amo.” Nesta oração as palavras ásperas que Cristo usou para descrever a terrível condição dos laodicenses não quer dizer que ama menos do que as outras. Sua posição com relação à igreja não era punitiva, mas disciplinadora e corretiva.


Jesus via esta última igreja como miserável, pobre, cega, nua. O amor às riquezas e comodidades levaram a se afastarem de Cristo, e como resultado foi esfriando o primeiro amor.


Havia em Laodicéia os banhos mornos, “nem frio nem quente” e estes representavam o estado espiritual dos membros da igreja?

Neste caso a expressão “morno”, é simbólica, e indica “mistura”. Sabemos, através do ensino do Antigo Testamento, que Deus abomina a mistura dos Seus padrões com os do mundo em que vivemos:

“Isaías 1:13 – O incenso que vocês queimam para Mim, cheira mal. Suas festas religiosas – a lua nova e o Dia do Descanso, os seus jejuns – não passam de grossas mentiras!  E não há nada que Eu odeie tanto quanto uma religião fingida”!

“Favorecidos com bens” são ricos segundo a medida do mundo, possuindo igrejas bonitas, extraordinárias instituições, centros para instrução, templos luxuosos, onde muita das vezes o templo verdadeiro que é o cristão (1Co.6:19), é  esquecido, menosprezado deixado de lado. Mas na verdade Laodicéia estava esquecendo do principal: experiência cristã.

“Quando o mundanismo abre caminho em nosso coração, ele destrói nossa paixão pelas almas”.


A repreensão veio em conseqüência da Igreja se orgulhar do seu suposto bem-estar espiritual e de ter conseguido sua riqueza com esforço próprio. O seu problema era sua incapacidade de distinguir entre prosperidade material e espiritual?

Relembrando o nome “Laodicéia” que significa “direitos das pessoas”, esta era a Igreja deles e não do Senhor.


Esta era uma da atitudes que precisava receber repreensão, para o bem espiritual dos membros.

“És morno, e nem frio nem quente.” Esta é uma acusação que no campo espiritual é muito séria. Espiritualmente é uma condição sem esperança.

Todavia, o Senhor chama a arrepender-se, a mudar radicalmente o seu modo de ser e de pensar, especialmente em relação com a sua condição e confiança em si mesma.

4.3 Promessa

Esta era beneficiada com bens materiais, entretanto lhe faltava a maior riqueza: Cristo Jesus. Ele permanece do lado de fora, batendo a porta e pedindo entrada.

“Eis que estou a porta, e bato…” (Ap.3:20), o quadro mais triste do mundo!  Cristo expulso de sua igreja e ansioso por nela entrar!


 A multidão da terra dos gadarenos, depois que o Senhor Jesus libertou aquele endemoniado, rogaram-lhe que se retirasse do seu território (Mt. 8:34).

Veja que eles expulsaram o Senhor Jesus!

“Expulso da nação israelita pela rejeição. Expulso do mundo pela crucificarão. Expulso da igreja pelo mundanismo e modernismo, mesmo assim em, em todo o versículo 20 vemos o Seu insondável amor pela sua igreja”.


 Se o atendesse, logo ele entraria e travaria amizade com a igreja. Poderia começar Sua obra mesmo que fosse apenas com um indivíduo cujo coração respondesse e o desejasse.

Jesus promete ao vencedor que ele sentará consigo em Seu trono, assim como também ele venceu, e se sentou com Seu Pai no Seu trono.


Até escritores pagãos e helenistas focalizaram essa idéia em seus escritos. O livro de I Enoque conta com certo número de referências similares a esta em foco. O Eleito, o Messias, assentar-se-á em seu trono de Glória no porvir. Isso também pode ser comparado aos trechos de (Cl 3.1; Hb 1.8; ver: Fl 2.9-11: Cristo está  entronizado).

 E nas passagens de (Mt 19.28; 25.31 e Lc 22.29) vê-se que Cristo será entronizado por sua “Parousia” ou segunda vinda. As Escrituras nos dão entender que, presentemente, Jesus não se encontra assentado no seu trono. Passagens como (Ap 3.21 e 12.5), reafirmam essa tese: “…seu filho (Jesus) foi arrebatado para Deus e para o seu trono”.

 Por isso, essa promessa de Jesus, é escatológica: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono (de Jesus); assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono (de Deus)”. O trono de Cristo é o trono de seu Pai, Davi, durante o Milênio, em Jerusalém, Ele ocupará este trono. (2 Sm 7.12, 13; Lc 1.32; At 15.14-18). Cristo não está atualmente nesse trono, mas à destra, segundo se diz, do Pai,no trono no céu, como o Grande Sumo Sacerdote de nossa confissão (cf. Mc 16.19; Hb 4.14).


Ao que vencer o espírito de mornidão pela causa de Deus, promete glória e amizade. Assentar-se-á com ele no seu trono, assim como Ele assentou com o pai no Seu trono, uma vez vencidos os obstáculos do caminho.


“Talvez ele faça esta promessa extraordinária em vista das enormes dificuldades que qualquer igreja ou indivíduo encontra para vencer a mornidão de espírito, assim Cristo com esta gloriosa promessa, procura incentivar a igreja à vitória”.


A promessa é rica em sua sugestão de galardão: Cristo promete entrar pela porta aberta para sentar-se e cear com aquele que abre. Isso significa que há uma garantia de comunhão particular com Cristo, de íntima relação, na qual o crente compartilha da agradável experiência com Cristo. Aquele que recebe a Cristo e combate o bom combate da fé receberá grande honra.


Mas quem é o vencedor? Aquele que se mantém fiel em meio à perseguição e tentação. O crente fiel compartilha inteiramente da vitória de Cristo, o qual venceu a morte e ascendeu ao trono. Esta aplica-se não somente à vida após a morte e o juízo; é a promessa de vitória com Cristo nesta experiência pela identificação com Ele na sua vida, morte e ressurreição.

“Esta esperança de vitória e glória com o Cristo ressurreto apresenta forte contraste com a experiência pálida de cristãos que eram meramente mornos”.


5 – A VERDADEIRA NECESSIDADE


“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo.” Apocalipse 3:18.

Não obstante o fato de ser alvo de severas críticas e pesada repreensões, a Igreja de Laodicéia também é repleta de conselhos e convites à reconsagração. A manifestação de sua nudez e pobreza é a maneira pela qual Deus quer reconciliar-se com a Sua Igreja. 

O verso 19 é claro ao afirmar “repreendo e castigo a todos quanto amo (grifo próprio) e ainda segue ao dizer “arrepende-te”. É o amor a motivação divina ao repreender Laodicéia.

Todavia o amor exige juízo. E o caso de Laodicéia era que, não sabendo de sua real condição, julgavam-se não necessitados da ajuda divina.

 É por isso que a repreensão e o convite vão de encontro às coisas que os laodiceanos mais se orgulhavam. Os cristãos não estavam realmente dispostos a “carregar a cruz de Cristo”, a sofrerem oposições e perseguições e, para tanto condescenderam com as práticas pagãs da época romana em troca dos bens materiais, os quais, supunham, ajudaram o trabalho da Igreja.


“Adoravam ao imperador, ao mesmo tempo que diziam tratar-se apenas de uma formalidade, não fazendo  de coração. Dessa maneira, pois, evitavam a perseguição e participavam amplamente das riquezas da cidade. Paralelamente a tudo isso, procuravam mostrar uma ‘Igreja cristã’.”


Foi por essa razão que o apóstolo João conceitua como “morna” esta Igreja. Mesmo tendo o nome de “cristã” não há aquele conflito para com as doutrinas errôneas que sempre demarcam os filhos de Deus e os filhos de Satanás.


E quando a igreja se torna meio cristã e meio pagã, ela se torna completamente pagã, e este é um momento perigoso, talvez o mais crítico a que uma Igreja possa chegar porque a partir daí, o certo e o errado, o justo e o injusto, fundir-se-ão e o brilho da luz de Deus ficará opaco.


A principal característica de que é a ‘complacência’ com as coisas, conforme elas são. Não vêem qualquer razão em Sião para se apressarem e cumprirem uma elevada missão. Estão no mundo e gostam do mesmo. Para esses, a Igreja é apenas uma extensão do mundo, e não algo do que se devam separar.


É por isso que o verbo é “comprar”. A transformação que Deus exige de Laodicéia requer um preço, um contrato e acima de tudo um comprometimento. E mais ainda, “comprado no fogo”. Deus quer que Laodicéia saia da letargia e mornidão e atinja um ponto de aquecimento tão alto, tal qual o ouro no seu refinamento.


A recomendada por Cristo é simplesmente obedecer as condições que Ele nos propõe. As graças que resistem às provas da aflição e da perseguição e demonstram sua pureza e sinceridade, é o ouro que é provado no fogo e achado genuíno.


É este o maior desafio para a Igreja de Laodicéia. Ela deve aceitar os sofrimentos por causa do bom nome de Jesus e assim receber tudo o que lhe é por direito. A mensagem para a Igreja de Laodicéia não termina e não deve terminar na mornidão, mas sim no grande banquete do verso 21.


Mas para isso devem adquirir o ouro, pois “ele enriquece o coração, pois foi purgado até tornar-se puro, e quanto mais é provado, mais intenso é o seu brilho”. 

Para a Igreja de Laodicéia, Deus dá duas certezas de que a sua promessa será cumprida se a Igreja seguir o divino conselho.

A primeira é o exemplo das Igrejas anteriores, Éfeso, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e principalmente Esmirna, pois essa Igreja, sendo da época de 100 a 313 AD, sofreu tribulação por um período de 10 anos pelo imperador Deocleciano e se destaca como uma das únicas Igrejas sem repreensão. E é este o exemplo que Laodicéia deve seguir.


Antes tivessem tido a mesma decisão, tomada pela Igreja de Esmirna, de fazer oposição a esse culto falso, sofrendo por causa disso, porque assim teriam recebido riquezas espirituais verdadeiras, ainda que isso significasse que teriam de passar pelo fogo refinador das tribulações.


E a segunda está expressa no verso 21, onde Jesus diz “assim como eu venci”, e o fato de ser uma vitória alcançada que deveria motivar os crentes de Laodicéia a não tomarem outro caminho a não ser o que conduz à salvação.

“E também quando um santo compartilha da vitória de Cristo, mediante a fé, que pode tornar-se um vitorioso! E conforme Cristo advertiu no cenáculo: “no mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33). Ele também triunfou sobre Satanás e todas as suas hostes, no Calvário, tendo-nos oferecido o benefício daí derivado.”

5.1 Breve Histórico da acumulação de riquezas no mundo e seus reflexos na formação do povo brasileiro

Mike Yaconelli, conta a parábola de uma estação de salvamento numa pequena costa marítima da Inglaterra, onde freqüentemente havia barcos naufragados. A estação era apenas uma pequena e velha casa de madeira, com apenas um bote, alguns marinheiros experimentados, que vigiavam dia e noite as águas daquela costa à procura de sobreviventes. Abnegados, aqueles salva-vidas jamais pensavam em si mesmos quando saíam em missão de salvamento.


Com o passar do tempo, pessoas que haviam sido resgatadas pelos marinheiros da estação, em gratidão, resolveram criar uma associação de apoio ao posto de salvamento. Todos da cidade gostaram da idéia.


Com o dinheiro levantado pela associação, eles compraram novos barcos, contrataram novos marujos, e assim a estação de salvamento ficou melhor aparelhada. Logo alguns sócios disseram: – os barcos são novos, mas a estação é apenas uma casa caindo aos pedaços. Imediatamente um novo projeto foi feito e dali a semanas um amplo e confortável centro de convivência foi edificado no lugar da velha estação. 

Logo as velhas macas de atendimento foram substituídas por sofás macios, mobília sofisticada, ar refrigerado, música ambiente. O lugar ficou tão agradável, que os antigos guarda-vidas já não se interessavam em salvar pessoas no mar. Terceirizaram o salvamento.

Certo dia houve um grande naufrágio na região.

 Os guarda-vidas de plantão foram com seus barcos novos e trouxeram dezenas de pessoas para a estação: elas chegaram encharcadas, doentes, maltrapilhas e simplesmente fizeram do centro de convivência uma grande bagunça.


Logo a diretoria da estação se reuniu e resolveu construir um vestiário com duchas para lavar os náufragos antes que eles entrassem na estação.

Na assembléia seguinte, alguns membros da associação sugeriram que o setor de operação de salvamento saísse do centro de convivência para evitar depredações. 

Criou-se a polêmica: os velhos marinheiros levantaram-se dizendo que salvar vidas era a missão prioritária daquela estação. Houve uma acalorada discussão, mas os velhos marinheiros foram voto vencido. 

Decidiu-se que os que quisessem salvar náufragos, que fizessem outra estação. Então, alguns quilômetros dali uma nova estação de salvamento foi erguida. Com o tempo ela se tornou também um clube como a sua antecessora. Houve discussão e mais uma estação de salvamento foi levantada.

 E hoje, há dezenas de clubes de marinheiros naquela encosta.    Ainda há naufrágios naquela área, mas a maioria dos tripulantes e passageiros morrem por falta de barcos de salvamento.

Igrejas são agencias do reino especializadas e aparelhadas para salvar  vidas. Entretanto, facilmente elas podem se transformar em um clube de guarda-vidas. A igreja em Laodicéia é um desses casos.

Disponível em http://www.sermao.com.br/sermao.asp?id=920.  Acesso em: 08 agosto de 2009.

 Não é pecado ser rico, muitos ricos serão salvos como também muitos pobres, se o verdadeiro tesouro deles estiver no céu. Mais para aqueles que querem ficar rica a bíblia admoesta, que cairão em laços e em muitas concupiscências loucas e nocivas (1Tm.6:9).

A bíblia chama o acumular riquezas de “grave mal”, riquezas estas que seus donos ajuntam para o seu próprio dano (Ec.5:13).


O perigo de acumular riquezas é que, quanto mais abastado e o amor nessa abundância a pessoa nunca vai se fartar  e a tendência é esquecer-se do Senhor Deus, Ele mesmo exortou a Israel dizendo:


Guarda-te que não te esqueças do SENHOR teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno; para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, e se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens,se eleve o teu coração e te esqueças do SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão (Deuteronômio 8:11-14).

Deuteronômio 32:15 diz: “Mas, engordando-se o meu amado deu coices; engordou-se, engrossou-se, ficou nédio, e abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação”.

Penso ser esse o problema de Laodicéia, enriqueceu, ficou grande, abastada e deu as costas para Deus, acabou colocando o Senhor Jesus para o lado de fora da igreja (Ap.3:20).

Muitos estão com o tesouro na terra e como Jesus disse: “…onde estiver o teu tesouro aí estará também o teu coração”.


Um exemplo claro é o jovem rico que foi até o Senhor Jesus e perguntou ao Senhor, o que ele precisaria fazer para herdar a vida eterna; Jesus disse para ele guardar os mandamentos; ele respondeu a Jesus que cumpria todos os mandamentos.  Quando o Senhor disse para ele ir e vender tudo que tinha e dar aos pobres, ele foi embora e nunca mais voltou.

Mais tarde Jesus disse aos discípulos o quão difícil é o rico entrar no Reino dos céus (Mt.19:23).


Uma coisa importante a se dizer, é que ele pensava que podia fazer alguma coisa para ser salvo, quem sabe achava que poderia comprar a salvação; isso me faz lembrar de uma mensagem, para aqueles que pensam que o dinheiro pode comprar tudo:


 “Você pode comprar um livro, mas não o conhecimento; você pode comprar posição, mas não respeito; você pode comprar pessoas, mas não amigos; você pode comprar um relógio, mas não o tempo; você pode comprar uma casa , mas não um lar; você pode comprar uma cama, mas não o sono; você pode comprar remédios, mas não a saúde; você pode comprar luxo, mas não cultura; você pode comprar roupas, mas não a beleza; você pode comprar seguro, mas não segurança; você pode comprar prazer, mas não a felicidade; você pode comprar um óculos   mais não a visão; você pode comprar sangue, mas não a vida; pois vida eterna, só Jesus pode dar; foi Ele quem pagou o preço.


A vida eterna não é comprada ela é dada de graça (Ef.2:8,9); não há nada que se possa fazer, (além de  crer em Jesus como Senhor), para que seja salvo (At.16:31; Rm.10:9,10).

Laodicéia era composta por um povo que se vangloriava, se exaltavam, eram soberbos, achavam que por serem ricos podiam tudo.


“Vivemos tempos de extremo individualismo (II Tm.3:1-4), onde não é difícil aparecer homens orgulhosos, soberbos, que se sentem superiores aos outros e que, em seu egoísmo, na sua egolatria, consideram-se os maiorais”.


A soberba os dominavam; e a palavra soberba significa orgulho ao extremo, significa altivo, presunção, arrogante. Essa era a situação do povo de Laodicéia. Veja que o contrário de soberba é a humildade e é dela que devemos nos revestir (Cl.3:12).


Não podemos deixar que a soberba nos domine, mas seguir o nosso maior exemplo que é Cristo, que deixou toda sua glória esvaziou a si mesmo, é este o sentimento que devemos ter, pois, Jesus subsistindo em forma de Deus não julgou por usurpação ser igual a Deus, mas tornou-se em semelhança de homens sendo obediente até a morte.


Devemos a exemplo do rei Davi, pedir sempre a Deus em nossas orações que em Nome do Senhor Jesus Cristo nos livre da soberba, devemos pedir a Deus para não deixar que a soberba nos domine, nos prenda, nos amarre, para que assim sejamos irrepreensívos e fiquemos livres de grande transgressão (Sl.19:13).


Davi, embora riquíssimo não era soberbo, não buscava grandes coisas e nem coisas maravilhosas demais para ele (Sl.131:1,2), diferente de Balaão, que pelo sonido do vil metal deixou a ganância falar mais forte e se precipitar no erro.


Já o apostolo Paulo que mandou sermos seus imitadores (Rm.12:15), exorta-nos que no lugar do orgulho, devemos condescender com o que é humilde (Rm.12:16) com o que é simples.

O Apostolo Paulo (2.Co.2:12), dando testemunho de sua consciência e de seus companheiros disse viver com simplicidade (grifo próprio), de Deus.


Paulo era uma pessoa simples. A palavra grega é aplotés‖ (απλότηρ), cujo significado é simplicidade, sinceridade, franqueza. Simples significa, em latim, aquele que se dobra apenas uma vez, aquele que não tem desvios, o que não é composto, que não tem várias partes, que é único, que não é acompanhado de elementos acessórios.


A simplicidade aqui tem o significado de uma única conduta, de um caráter moldado por uma só forma de agir. Paulo era simples porque havia se dobrado ao Senhor Jesus no caminho de Damasco, passado a fazer a sua vontade e não tinha outro objetivo, não tinha outros interesses senão os de satisfazer a Cristo Jesus, de agradar-Lhe (Gl.1:10).


 Quem está em Cristo Jesus, é uma pessoa simples (II Co.11:3), pois para agradar a Deus, temos de ter simplicidade de coração (Cl.3:22). O evangelho é simples e onde está a simplicidade, está a presença do Senhor, que, aliás, nos recomenda a sermos simples como as pombas (Mt.10:16), bem como que tenhamos olhos simples (Lc.11:34), ou seja, olhos sem segundas intenções, sem outros elementos que não o de se submeter à vontade do Senhor. Na vida no mundo e com os irmãos, temos de ser simples.


 A simplicidade é absolutamente necessária na vida de todo aquele que serve ao Senhor. Ser simples é se dobrar ao Senhor e só a Ele, querer fazer-Lhe a vontade e só a d‘Ele. Com tristeza, vemos como a simplicidade tem sido abandonada por muitos que cristãos se dizem ser, que se envolvem com outros interesses, com outras vontades, trazendo para as suas vidas o que não está em Cristo.


 O luxo, a sofisticação, a vaidade são elementos enganadores trazidos astuciosamente pelo inimigo de nossas almas, que, a todo custo, quer que nos apartemos da simplicidade que há em Cristo. Quando nos apartamos da simplicidade que há em Cristo, nossos sentidos espirituais são corrompidos (II Co.11:3), passamos a não mais ter desejo em fazer a vontade do Senhor e nos envolvemos com sentimentos sórdidos e que estão contaminados pelo pecado e pelo mal.


Porventura, não foi isto que ocorreu com Eva ao ser enganada pela serpente e a passar a desejar ser igual a Deus, a viver independentemente do Senhor? O abandono da simplicidade de Cristo Jesus é uma das principais características da chamada igreja paralela ou igreja apóstata, retratada no livro de Apocalipse pela igreja de Laodiceia.


Ali, com seus sentidos corrompidos, a igreja se achava rica, dizia-se enriquecida e de nada sentia falta, embora a realidade espiritual fosse completamente diferente, pois era uma igreja desgraçada, miserável, pobre, cega e nua (Ap.3:17).


Quando perdemos a simplicidade que há em Cristo, infelizmente também perdemos a graça de Deus e, com esta perda, também nos tornamos miseráveis espirituais (pensando tão somente nas coisas desta vida I Co.15:19), pessoas sem qualquer visão espiritual e que não mais trajam as vestes espirituais da salvação.

 O luxo, a ostentação e a sofisticação que hoje são buscados e enaltecidos entre muitos que cristãos se dizem ser, inclusive na liturgia e nos próprios templos, são sinais eloqüentes deste apartar-se da simplicidade que há em Cristo Jesus.

 Estão a abandonar as lições do Senhor, que nasceu em uma manjedoura e não em um palácio, para viver as experiências mundanas de um Belsazar, de um desviado Salomão. Acordemos enquanto é tempo, igreja, para que não sejamos vomitados pelo Senhor Jesus!

Um outro exemplo de arrogância, altivez, presunção, soberba, foi com Nabucodonozor, que acreditava que todo império que tinha, fora adquirido com a sua própria força ou com as de seus soldados.


E um dia quando passeava pelo seu palácio, quem sabe vendo toda aquela grandeza que era os seu reino, quem sabe, aqueles belos jardins conhecido até como uma das maravilhas do mundo antigo, se exalta e diz:


 “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn.4:30). Nabucodonozor foi expulso de entre os homens, morando com os animais do campo por sete anos, se alimentando com a erva do campo, até que reconhecesse que Deus é que tem domínio sobre o reino dos homens.


Quantos não são os que tem riquezas, sem generalizar, e se acham os poderosos, pisam nos outros, não respeitam  o seu semelhante e muito menos ainda a natureza que é o seu habitat, levando-nos a questionar o  costume de acumulação de riquezas na  qual o sistema capitalista nos passou a impor levando-nos a refletir sobre essa mensagem:


A Importância do pau Brasil


Os tupinambás ficam muito admirados, vendo os franceses e outros estrangeiros terem tanto trabalho para buscar sua arabutan (pau-brasil). Uma vez, um velho me perguntou: Por que vocês, franceses e portugueses, vêm buscar lenha de tão longe para se aquecerem? Não tem madeira em sua terra?


Respondi-lhe que tínhamos muitas, mas não daquela qualidade e não era para queimá-la, mas para tirar dela uma tinta para tingir, tal como eles tingiam seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente:


– E por acaso vocês precisam de muito? – Sim, respondi-lhe. Pois no nosso país existem negociantes que possuem muito mais panos e outras mercadorias que vocês podem imaginar. E só um desses comerciantes compra todo o pau-brasil levado por muitos navios. Ah! retrucou o selvagem.


– Mas esses homens tão ricos de que me falas não morrem?- Sim, disse eu, eles morrem como os outros. – E, quando morrem, para quem fica o que deixam?

 – Para seus filhos. E se não tem filhos, fica para os irmãos ou parentes mais próximos.

 – Na verdade, – continuou o velho, que não era nenhum tolo – agora vejo que vocês são grandes loucos.


Pois atravessam o mar, sofrendo grandes incômodos (como dizem quando aqui chegam) e trabalham tanto para amontoar riquezas para os filhos ou parentes que sobrevivem!… A terra que alimentou vocês será suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos deu comida também os alimentará.


Por isso, descansamos sem maiores cuidados. Este discurso, aqui resumido, mostra como esses pobres selvagens americanos, que consideramos bárbaros, desprezam aqueles que, com perigo de vida, atravessam os mares em busca de pau-brasil e de riquezas. Por mais ignorantes que sejam esses selvagens atribuem maior importância à natureza e a fertilidade da terra do que nós o poder e a providencia divina. (Resumo retirado do livro: “Jornada para o nosso tempo” (Gleuso D. Duarte) – volume 2 – do feudalismo a construção do novo mundo). Texto da época (séc. XVI).


O sistema capitalista é especialista em maquiar a realidade, e quando afirmamos que ele é injusto, encontramos pessoas pensando: “pode ser injusto, mas quem hoje vive sem dinheiro?”, não estão totalmente errados. Simplesmente é um sistema que não dá escolha as pessoas, ou você trabalha para comer ou você morre de fome, e toda riqueza que você acumula fica para os filhos.


Nascemos num mundo onde cada pedaço de terra e cada alimento já possuem denominados “donos”, e pagamos para sobreviver desde o momento em que você passamos a existir. Atualmente estamos começando a perceber que a natureza não nos dá recursos eternos, e ainda sim continuamos a nos comportar como se ainda fossem.


Agora quero pedir licença aos senhores das terras, das indústrias, das guerras e da mídia para fazer a seguinte pergunta: “Quando os recursos naturais se esgotarem restará alguma coisa para os senhores e seus filhos se alimentarem a não ser as cédulas de dinheiro (que não passam de papel) que vocês julgam tão necessárias?”.


O que é mais importante: o dinheiro ou a garantia de comida e sobrevivência? As pessoas estão alienadas dos verdadeiros valores da vida, os alimentos não passam de uma mera mercadoria, não reconhecemos todo o trabalho humano que há por trás deles, como por exemplo, o pão que comemos no café da manha precisou de um trabalhador exposto ao sol para cultivar o trigo, precisou de um padeiro para suportar o calor dos fornos, ganhando um salário que só da para comer.


Nos alimentamos deste pão sem ao menos agradecer á vida, ou sem ao menos imaginar quanto trabalho foi desvalorizado para que ele chegasse até nossa mesa. O mundo não terá mais estruturas para sustentar a acumulação de riquezas dos poucos que tem acesso a elas. Se não aprendermos a dividir e a retirar apenas o necessário, as futuras gerações não sobreviverão infelizmente essa iniciativa depende mais dos que comandam o capitalismo do que de nós trabalhadores, afinal eles tem poderes para mudar a musica, nós apenas aprendemos a dançar conforme o ritmo.  Disponível em: http://www.textolivre.com.br/cr%C3%B4nicas/18022-capitalismo-e-acumulacao-de-riquezas. Acesso em 21 dezembro de 2009

 A Bíblia não condena a ninguém por ser rico. Uma pessoa pode receber uma herança e se tornar rica da noite para o dia. Mas a Bíblia tem muito a dizer sobre o que fazemos com nossos bens. Somos despenseiros de Deus (1Co 4:1 e 2).


Isso significa que tudo o que temos pertence a Ele e não a nós. A nossa responsabilidade é usar o dinheiro do Senhor para a glória dEle. O ensinamento de que os 90% são nossos para gastarmos como desejarmos, e os outros 10% são de Deus é uma interpretação errônea do caráter do “mordomo” no Novo Testamento. Tudo pertence ao Senhor!


Devemos estar contentes apenas com o alimento e roupa: “Tendo sustento e com nos vestir, estejamos com isso satisfeitos” (1Tm 6:8).

Aqui a palavra “vestir” significa uma cobertura ou teto e pode se referir a qualquer tipo de abrigo ou vestimenta. Assim Paulo diz que devemos estar contentes com as necessidades da vida: alimento, roupa e moradia. E ao nos permitir ter uma moradia, nosso Senhor nos concede mais do que Ele mesmo teve quando viveu nesta terra, pois Ele não tinha “onde reclinar a cabeça” (Mt 8:20).


 O homem é proibido  ajuntar tesouros na terra. As palavras da Bíblia são claras e Inconfundíveis: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubas; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corrói e onde os ladrões não escavam nem roubam; porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6:19,20).


Com relação à maioria dos homens, estes versículos até parecem não existir na Bíblia. Cremos que Jesus disse estas palavras e que elas são inspiradas, mas achamos que elas não se referem a nós e por isso não as obedecemos.


Assim, em relação a nós, é como se o Senhor Jesus nunca as tivesse falado.

No entanto, a verdade é esta: É PECADO ajuntar tesouros na terra. É diretamente oposto à Palavra de Deus.


 O que nós chamamos de prudência e previdência é, na realidade, rebelião e amor próprio. E ainda é verdade que onde nosso tesouro está, aí está também o nosso coração. Certa vez o Dr. Johnson foi levado para dar um passeio numa propriedade luxuosa. Ele passeou pela mansão e pelos jardins bem cuidados. Então se virou para seus amigos e disse: “São estas coisas que tornam difícil a um homem morrer”.


Observemos ainda o que diz a Bíblia sobre esse assunto:

Mateus 6:21 “Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de você” .

Mateus 6:22 – “Os olhos são como uma luz para o corpo: quando os olhos de vocês são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz”.  
  

 Mateus 6:23 “Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Assim, se a luz que está em você virar escuridão, como será terrível essa escuridão”! 


Mateus 6:24 – “Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro”.   
Mateus 6:25 –“ Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas”?


Mateus 6:26 – “Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos”?   


Mateus 6:27- “E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso”. 
    

Mateus 6:28 – “E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas”.   
  

Mateus 6:29 -“Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores”.      


Mateus 6:30 – “É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena”!      


  Isto nos mostra o quanto é importante mantermos o equilíbrio, sermos moderados, ainda mais na época em que estamos vivendo onde somos instigados a comprar. E como disse Julio Zabatiero:

“Vivemos em um tempo paradoxal: nunca tantas novidades geraram tanta mesmice! O consumismo da pós-modernidade cria e destrói seus produtos com imensa velocidade.

Tudo tem prazo de validade efêmero”.  Disponível em: http://www.mundocristao.com.br/adicionais/p10477.htm. Acesso em 24 de abril de 2009.


A bíblia nos ensina que a nossa moderação (equilíbrio), deve ser conhecida de todos os homens (Fl.4:5) ARA, a pessoa moderada não entra no consumismo, pois, ela sabe quando comprar, como comprar e o que comprar, não é atraída por aquilo que é supérfluo.


O consumismo desnecessário é um dos fatores que tem levado muitas pessoas a ansiedade, gerando até o que está chamando de a “doença do século”, a depressão.

Jesus nos alertou “…não andeis ansiosos pela vossa vida, quando ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir…” (Mt.6:25).


Nos dias hodiernos, as propagandas atrativas, a facilidade de se comprar em vários pagamentos, a falta de conhecimento ou o próprio desprezo a palavra de Deus é um dos fatores tem levados pessoas a terem os seus nomes no SPC, SERASA, gerando transtorno e aborrecimento tanto a credor quanto a devedor.


Não é de hoje que os homens só pensam em riquezas, em bem estar, em dinheiro, em ser dono disso, em comprar aquilo. É a atitude que vem se agravando desde o século XIV, de resumir a vida no dinheiro, o que acarreta em estabelecer parâmetros de classificação dos homens pela produtividade.Não interessa mais se ele é virtuoso e honesto ou se, ao contrário, desonesto e vicioso. 

O que conta é a relação custo/benefício. E a massificação realizada pela mídia, hoje agravada pela Internet, iguala todos os homens no que toca a procura. Disponível em: http://www.capela.org.br/Artigos/desemprego.htm. Acesso em 26 de maio de 2009.

Devemos seguir o conselho que Paulo deu a Timóteo”…foge destas coisas”(1Tm.6:11), pois somos peregrinos e forasteiros neste mundo (1Pe.2:11). Portanto, embora difícil, é fundamental manter o equilíbrio.


Deve-se colocar a palavra de Deus em prática, quem assim faz, pode-se considerar um bem-aventurado (Sl. 1), aliás, a própria palavra de Deus o considera um bem-aventurado, pois a sua casa está firmada na Rocha e nada pode abalá-lo (MT.7:25).


Quando colocamos a palavra de Deus em prática vivemos melhor neste mundo, ainda que mesmo assim, poderemos  passar por adversidades e tribulações (Jô.16:33).


A Palavra de Deus admoesta para que, o homem, o cristão, não esteja preocupado, ansioso, inquieto com coisa alguma, mas que as petições sejam conhecidas diante de dEle através da oração e pela suplica, com ações de graça; embora, devido a onisciência de Deus, que é um, dentre os muitos atributos que Deus tem, faz com que Ele saiba tudo o que vamos pedir para Ele, mesmo antes de abrir a nossa boca, pois,Sl. 139:4, diz “ainda a palavra não chegou a nossa boca, e Tu já conheces Senhor”.


Em Mateus 6:32 , diz que Ele como nosso Pai celeste sabe de tudo o que precisamos; mas então se Ele já sabe,  porque Ele nos manda fazer que Ele seja conhecedor daquilo que precisamos?

 É que através da oração ficaremos mais próximo dEle, depositaremos a confiança nEle; e é justamente isso que Ele quer que façamos , que entreguemos o nosso caminho a Ele que confiemos nEle e que o mais Ele fará  (Sl.37:5).


Então não devemos estar inquietos por coisa alguma, não devemos estar ansiosos, como disse Jesus, por coisa alguma; seja por aquilo que devemos de comer ou beber (Mt.6:25), seja pelo que havemos de vestir (Mt.6:28), seja pelo dia de amanhã (Mt.6:34); pois ficar ansioso não poderá mudar um côvado (40 cm), no curso da vida (Mt.6:27); então o que se deve fazer é lançar sobre Ele as ansiedades  porque Ele tem cuidado de nós (1Pe.5:7). Que  bom seria se conseguíssemos viver assim, pois parece que o que se faz é tudo ao contrário.


As pessoas acordam e sua primeira reação é olhar no espelho para ver como está sua aparência, isso porque dormiram preocupadas com seus corpos, seus pertences, seus adornos, parecer é muito importante para quem dá mais valor as coisas materiais, mas a Bíblia alerta nesse texto, de uma forma poética que o Cristão não pode se esquecer da providência de Deus.

 Isso não significa que ele deva parar de trabalhar e se tornar uma vagabundo que só espera seu alimento deitado em sombra fresca, quer dizer sim, que temos um Deus providente que nunca deixa nada faltar aos justos, como expressou o salmista quando dizia ter sido moço e agora velho, jamais havia visto um justo desamparado ou sua descendência a mendigar o pão.


Muitos cristãos em sua soberba acabam capitalizando até a fé, bradam em praça pública sua condição, como se quisesse acumular para si até as bênçãos divinas e o direito de falar com Deus, mas a Bíblia exorta para esse perigo também:


“Mateus 6:1 – “Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu”.   
   

Mateus 6:2 – “Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa”.    
  

Mateus 6:3 “Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez”.      

Mateus 6:4 “Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa”.  
  

Mateus 6:5 – “Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa”.   
   

Mateus 6:6 “Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa”.    


Mateus 6:7 – “Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas”.     
Mateus 6:8 “Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam”.  


Assim, Deus é “Deus de toda a humanidade e sabe as reais necessidades de seus filhos.

Veja que a primeira guerra que se faz menção na bíblia sagrada (Gn.14:1-12), como  quase sempre as  demais, são devido ao orgulho, a  cobiça, ambição,  a busca por bens neste mundo; desejos estes que levam as guerras.


A própria escolha de Ló, escolha esta ambiciosa, pois, quando houve o desentendimento dos pastores de Abrão e os de Ló, com relação a falta de pasto para o gado; Abrão embora mais velho e que tinha todo o direito de escolher que direção tomar, deixou a escolha para Ló. Abrão tão somente disse: “Se fores para esquerda irei para direita, se fores para direita irei para esquerda”(Gn.13:9).


Ló, diz a bíblia, olha a campina do Jordão que era bem regada, verdinha, bonita, como jardim do Senhor, um lugar adequado para a sobrevivência  e multiplicação de seu rebanho, mais leite, mais lã, mais carne, etc… , e com isso enriquecimento mais rápido; e escolhe aquele, que a vista humana era o melhor lugar. Esta escolha, mais tarde, levaria Ló, sua família e bens serem levados cativos. Ló, diz a bíblia,  armou suas tendas até Sodoma.


Durante doze anos, o rei de Sodoma e alguns reis vizinhos serviram, ou seja, pagavam tributo a Quedorlaomer rei de Elão, porém no décimo terceiro ano eles se rebelaram. E no décimo quarto ano, Quedorlaomer ajuntou com ele mais três reis dando um total de quatro, e veio fazer guerra contra o rei de Sodoma, Bera, que ajuntou com ele mais quatro reis dando um total de cinco reis, o que se denomina de “a guerra dos cinco reis contra quatro”.


Diz a bíblia que venceram os quatro reis, dentre eles Quedorlaomer rei de Elão, derrotando a aliança formada por Bera, rei de Sodoma e as cidades vizinhas. Ló, como morava em Sodoma (Gn.14:12), foi levado cativo com a família e todos os seus bens. Porém escapou um dos que tinham sido levado cativo e relatou a história a Abrão, tio de Ló.  


               Abrão poderia ter dito ao que escapara: Ah, Ló que se arranje por lá, ele não escolheu a melhor terra, o melhor pasto. Mais esta não foi a resposta dado por Abrão; Abrão sabia fazer o bem (Tg.4:7),  porque amava e não estava em busca de seus próprios interesses(1Co.10:24), não se cansando de fazer o bem (Gl.6:9), diferente de muitos que ainda que fazem algo fazem movidos por  motivos interesseiros, não esse não foi o casso de Abrão.


 Diz a bíblia que Abrão ajuntou com ele trezentos e dezoito homens dos mais capazes de sua casa e seus três confederados Manre, Aner e Escol e os perseguiram até Dã, desbaratando o exército inimigo, e trazendo de volta seu sobrinho Ló, os bens dele, e ainda as mulheres e o povo (Gn.14:16).


Temos aqui um relato da única ação militar em que vemos Abrão envolvido, e isso ele foi solicitado, não pela sua avareza ou ambição, mas puramente por um princípio de caridade, que não era para enriquecer, mas para ajudar a seu amigo. Penso que por isso, nunca houve uma ação militar que foi empreendida com tanto sucesso como a de Abrão, e que resultou numa grande e honrosa vitória para Abrão.


    Vemos nesse relato a ambição, a soberba, os olhos altivos  de Ló quando da escolha por morar na região de Sodoma, lugar este que lhe seria mais rentável. E Abrão que não estava atrás destas coisas, mais que tinha a promessa  que dele, Deus faria uma grande nação.

Mas há quem possa dizer: “a riqueza é uma benção…”. Existem duas categorias de bênçãos:

   Vejamos primeiro o que diz Deuteronomio 28, observando a natureza das bênçãos prometidas:


E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus; Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.

Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. “Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.


 E assim sucessivamente. Imediatamente, percebemos que as bênçãos prometidas aos israelitas por sua obediência estavam relacionadas com a prosperidade terrena. Já em Efésios 1:3, quão diferentes são! – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado co toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”.


 O que significa o “no” nesse versículo? Os cristãos! Nossas bênçãos são espirituais, celestiais, em contraste com as bênçãos temporais e terrenas prometidas ao israelita piedoso e obediente.


 Os cristãos não receberam nenhuma promessa com respeito à prosperidade terrena. Pelo contrário, os mais piedosos eram, com freqüência, os mais pobres. Vejamos, por exemplo, o apostolo Paulo. Ele disse de si mesmo: “Até a presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não tempos morada certa” (1Co.4:11). Há uma grande diferença entre o cesto e a amassadeira abençoados e a condição descrita na passagem acima.


Nunca e demais insistir no fato de que a pátria do cristão está no céu (Fl.3:20).

Talvez algum cristão deseje um caráter “mais celestial”. É um desejo bom, caso tenha em mente o andar e a conduta diários. Permita-nos Deus que todos sejamos mais celestiais! Não podemos permitir, no entanto, que a nossa debilidade enfraqueça a verdade fundamental de que nós, cristãos, somos um povo celestial segundo o propósito e a vocação de Deus. Diferentemente da nação israelita, pertencemos ao Céu. Essa é a nossa pátria.


           Deus se fez homem, “para que nos tornássemos ricos”, mas ricos da sua graça. Isso elimina a idéia de que a riqueza material é sinal de benção. Como alguém já disse: “se assim fosse, seria sinal de que Deus estaria abençoando muito a máfia”. Ao contrário, a riqueza antes de ser benção e uma enorme e perigosa responsabilidade. Se você tem dúvidas disso, leia os seguintes textos:


“Melhor é o pouco com o temor do SENHOR, do que um grande tesouro onde há inquietação” (PV.15:16).


“Melhor é o pouco com justiça, do que a abundância de bens com injustiça” (Pv.16:8).


Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão” Pv.30:7-9).

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.


Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Mt.6:19-21).

E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão (Lc19:8,9).

“Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc.10:23).


Paulo escrevendo a Timóteo além de uma série de recomendações ainda diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm.6:7-10), e ele lembra a Timóteo que:

Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (1Tm.6:7-11).


Já em Ezequiel no capítulo 7:19, diz que as riquezas é “tropeço” que faz cair em iniquidade:

“A sua prata lançarão pelas ruas, e o seu ouro será removido; nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR; eles não fartarão a sua alma, nem lhes encherão o estômago, porque isto foi o tropeço da sua iniqüidade”.


A riqueza pode vir a ser uma benção. Note, eu disse pode, não disse é uma benção. Aliás ela é uma grande ameaça que pode vir a ser uma grande benção. Todavia a riqueza só é benção quando ela decorre de algumas motivações e ações especificas e quando ela se dirige a algumas situações concretas, vejamos então quando é que a riqueza pode ser uma benção:

Quando o recurso foi adquirido sem engano e malogro: “Balança enganosa é a abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer” (Pv.11:1).

Quando não se pôs a confiança no poder do dinheiro:


 “Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a folhagem” (Pv.11:28).


Quando a riqueza foi fruto da humildade e da singiliza: “Melhor é o que se estima em pouco, e tem servos, do que o que se vangloria e tem falta de pão” (Pv.12:9).

Quando a marca do progresso foi o trabalho diligente e motivado pela sobrevivência: “O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de juízo”(Pv.12:11).


“Os pensamentos do diligente tendem só para a abundância, porém os de todo apressado, tão-somente para a pobreza” (Pv.21:5).


Quando os lábios pronunciaram palavras construtivas e as mãos se moveram com presteza: “Cada um se fartará do fruto da sua boca, e da obra das suas mãos o homem receberá a recompensa” (Pv.12:14).


Quando a riqueza não foi fruto da esperteza e da boa vida: “A riqueza de procedência vã diminuirá, mas quem a ajunta com o próprio trabalho a aumentará (Pv.13:11).

Quando a arrogância não dominou o coração: “O pobre fala com rogos, mas o rico responde com dureza” (Pv.18:23).


Quando a mentira não foi instrumento da riqueza: “Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Pv.21:6).


Quando se ficou rico por se fazer vista grossa ao roubo:

“O que tem parte com o ladrão odeia a sua própria alma: ouve maldições, e não o denuncia” (Pv.29:24).


Quando a riqueza e a prosperidade não advierem de conlúios políticos malignos e promotores de dependências: “Muitos buscam o favor do poderoso, mas o juízo de cada um vem do SENHOR” (Pv.29:26).


Quando a riqueza não vem da opressão e da sonegação dos direitos do próximo: “Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos (Tg.5:4).


Situações concretas: vejamos agora em que direção deve andar o homem rico para que sua riqueza se converta de ameaça em benção:

Sua riqueza deve ser descartável: “E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me (Lc.18:22).


Sua riqueza deve se converter juntamente com o seu coração: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.

“E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”(Lc19:8,9).

A riqueza deve ser vivenciada com um coração quebrantado e sumamente generoso: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis”(Tm.6:17,18).


O homem rico deve estar disposto a repartir o que possui, sabendo que a única riqueza que dá segurança é aquela que está reservada no céu:  “ Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna”(1Tm. 6:19).

A atitude de auto-empobrecimento de Jesus deve se converter no exemplo e no referencial da generosidade dos ricos: “Não digo isto como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade de vosso amor” (2Co.8:9).


Vemos neste ponto o exemplo de Barnabé, que possivelmente tivesse boa condição financeira.

Todavia, quando o Reino de Deus o tocou, seu coração assumiu uma atitude de extremo auto-despojamento em favor da missão da Igreja. Vendeu o seu campo e levou o dinheiro aos líderes da comunidade (At.4: 36,37).


Conclusão


Após realizar o presente estudo é possível tecer algumas considerações finais, sem, no entanto tratar sua conclusão de maneira fechada, pois se trata do término deste trabalho e não do assunto que deverá ser alvo de muitas reflexões em outros projetos de graduação e de pós-graduação.

 Procuramos abordar o assunto tratando de todos os aspectos relacionados ao povo de Laodicéia e as implicações sobre seu modo de vida, tratando desde as características da cidade até particularidades do modo de vida e procuramos expor de forma bastante compreensível.


A cidade de Laodicéia localizada nas margens do Rio Lycus, era uma cidade muito rica da Ásia Menor. Fundada por Antíoco II, nas proximidades de Hierápolis e Colossos, recebeu este nome em homenagem a sua esposa Laodice.


Foi devastada em 62 AD, por um terremoto, sendo novamente reconstruída pelo próprio povo, no qual se exaltava por reconstruí-la com os próprios recursos.

A carta à igreja de Laodicéia possuía características marcantes: achava-se suficiente, autoconfiante, orgulhosa em decorrência ao seu elevado nível financeiro, e por estar em destaque devido aos banhos termais, ungüento produzido como remédios para os olhos e ouvidos, e as vestes escuras procuradas por quase todas as nações.


Conhecendo a condição da Igreja de Laodicéia, Deus quer que a mesma saia da letargia e mornidão, portanto aconselha: “que de mim compres ouro refinado pelo fogo.” O comprar é simplesmente cumprir os propósitos que Ele propõe, através de Sua graça para que resista às provas da aflição e da perseguição.

 O amor é a motivação divina do aconselhar Laodicéia. A Igreja débia e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada é o único objeto na Terra do qual Cristo confere a Sua suprema consideração.


             Ev.  Adauto Matos da Conceição.

Referências

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 Barker,H.P. Convém ao Cristão participar na Política? 1 ed. em português, São Paulo: H.P. Barker, 2005.


Boyer, O. S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 2.ed. São Paulo: Editora Vida, 2006.

Champlin, Russel N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.  4 ed. São Paulo: Millenium, 1983 4v.


Charles F. Pfeiffer; Haward F. Vos; John Rea. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.


EETAD, Daniel e o Apocalipse. O panorama do Futuro, 4 ed. Campinas: EETAD, 2003.

Fábio, Caio D Araujo Filho, Uma Graça que Poucos Deseja.  1ed. 1986; 2 Edição: Rio de Janeiro, 1989.


Ladd, Geoge. Apocalipse Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica, Vida Nova.


McDowell, E. A. A Soberania de Deus na História. 3 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1980.


Silva, P. Severino, Apocalipse interpretado versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD.


Summers , Ray. A Mensagem do Apocalipse: Digno é o Cordeiro, 4 ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1980.


http://alexbrito2.multiply.com/journal/item/4, Acesso em 01 de dezembro de 2009.


http://www.bibliaonline.net/bol/?acao=por_verso&livro=40&capitulo=6&versiculo=&versao=
2&grupos=&agrupar=&link=bol&cab=1&pag_ini=20&lang=BR.

http://www.capela.org.br/Artigos/desemprego.htm. Acesso em 26 de maio de 2009.

Estudo sobre a igreja de Laodicéia disponível em: http://www.sermao.com.br/sermao.asp?id=920 e http://www.scribd.com/doc/15564000/evangelico-billy-graham-tempestade-a-vista. Acesso em 08 de agosto 2009.


http://www.textolivre.com.br/cr%C3%B4nicas/18022-capitalismo-e-acumulacao-de-riquezas. Acesso em 21 dezembro de 2009

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