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JOVENS LIÇÃO 10 – A ORAÇÃO E O JEJUM NA PERSPECTIVA PENTECOSTAL

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Apresentar o que a Bíblia diz a respeito da oração;

Saber o que a Bíblia trata a respeito do jejum;

Compreender a importância da oração e da vigilância.

Palavra-chave: Pentecostes.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:

Introdução

A oração e o jejum são descritos na Bíblia como meios que aproximam o homem de Deus.

Sua prática é vista em momentos de extrema importância, tanto individual quanto coletivamente, na história de Israel e no Novo Testamento.

Momentos marcantes na vida de homens e mulheres na Bíblia estão associados à oração e ao jejum, e crentes pentecostais são dados a essas duas práticas.

De que forma, efetivamente, a oração e o jejum podem fazer diferença na vida de um cristão? O Senhor Deus espera que, além de orar e jejuar, estejamos atentos às coisas que nos cercam? É isso que veremos neste capítulo.

I – O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE A ORAÇÃO

A oração é o ato de falar com Deus, manifestando gratidão, temor, pedindo auxílio para nós mesmos ou para outras pessoas. Ela também é uma forma de estreitarmos os laços com o nosso Deus por meio da comunhão.

No Antigo Testamento

O Antigo Testamento apresenta diversos homens e mulheres que se destacaram por serem pessoas de oração.

O patriarca Abraão intercedeu a Deus por Ló, seu sobrinho que escolhera viver nas campinas de Moabe, um ambiente fértil, que proporcionava um estilo de vida aparentemente próspero, mas que se viu dentro do espaço que o Senhor havia de destruir por causa da maldade de seus habitantes. Graças à oração, o Eterno preservou a vida de Ló.

Isaque, filho de Abraão, intercedeu por 20 anos para ver cumprida em sua vida a promessa de Deus: a de ser pai.

Casado com uma mulher estéril, Isaque não optou por buscar outra companheira que lhe desse um descendente, mas orou para que o Senhor desse um filho do seu casamento com Rebeca, e Deus deu-lhes gêmeos (ver Gn 25.19-26).

Ana, também uma mulher estéril, cujo marido tinha uma esposa que lhe dava filhos, alcançou de Deus a maternidade por meio de uma oração, garantindo ao Eterno que, se fosse mãe, entregaria seu filho para servir no Tabernáculo de Deus.

Ela entrou para a história sagrada não apenas por seu modo de vida e sua oração, mas também pela resposta às suas súplicas: o Senhor deu a ela um filho chamado Samuel, que foi profeta, sacerdote e juiz, além de mais cinco outros filhos.

 Até o juiz Sansão, um homem que trouxe libertação a Israel quando estava sendo oprimido pelos filisteus, foi ouvido pelo Senhor em um momento crítico de sua vida, quando escravo, cego e humilhado pelos seus inimigos por não ter guardado o concerto com Deus.

Mesmo ele teve sua oração ouvida antes de morrer, e essa mesma oração trouxe livramento a Israel.

O Senhor pode ouvir um homem ímpio que demonstrou arrependimento? Cremos que sim.

O Antigo Testamento mostra governantes do povo de Deus que não demonstraram fé no Eterno, e pior ainda, fizeram o povo pecar adorando outros deuses.

Esse é o caso de Manassés. Antes de humilhar-se e de arrepender-se diante de Deus, Manassés foi um rei tão ímpio que fez “errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído […]” (2 Cr 33.9).

Esse monarca foi julgado por Deus e preso, mas humilhou-se e orou ao Senhor, e Ele ouviu a sua oração (2 Cr 33.13).

Por essas narrativas, vemos que o ato de orar ao Senhor não é incomum às pessoas que tinham temor de Deus, ou mesmo por aqueles que se quebrantaram por algum julgamento e arrependeram-se de seus erros.

O próprio Deus chama o seu povo a orar, a quebrantar seu coração e a buscar a sua face, e essa busca acontece por meio da oração. 

No Novo Testamento

No Evangelho de Lucas, lemos que o sacerdote Zacarias orava para receber do Senhor a oportunidade de ser pai, mesmo ele e sua esposa já sendo pessoas idosas, e Deus ouviu sua oração:

“[…] Zacarias, não temas, porque tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João” (Lc 1.13).

Em Atos, o Senhor fala com Pedro para que vá conversar com Cornélio, um centurião romano, quando o pescador de homens está em Jope, e essa comunicação do Senhor para com Pedro aconteceu quando ele foi orar no terraço da casa em que estava.

E essa orientação de Deus a Pedro veio em resposta às orações de Cornélio: “[…] As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus” (At 10.4).

Mesmo não sendo um judeu, Cornélio era um homem de oração, e o Senhor encarregou-se de responder-lhes as petições.

Quando o apóstolo Pedro esteve preso, a igreja orou por ele até que o Eterno providenciou o livramento para o seu servo (At 12).

O apóstolo Paulo ora com ações de graça pelos crentes que estavam em Roma (Rm 1.8-10), rogando a Deus que tivesse ele a oportunidade de ir conhecê-los. Aos coríntios, Paulo diz que rogava a Deus para que aqueles crentes não fizessem mal algum (2 Co 13.7).

A Oração na Ótica de Jesus

Jesus é, sem dúvida, o principal personagem no Novo Testamento quando se trata de oração.

Ele insistiu que seus seguidores deveriam buscar ao Pai em oração e que receberíamos respostas às nossas súplicas.

Ele sabia que o desânimo poderia ser um fator determinante para que as pessoas deixassem de orar e, sendo assim, ensinou que deveriam insistir em oração para receber respostas da parte de Deus; então, Ele contou uma história sobre uma mulher viúva e um juiz que precisava julgar a causa desta mulher (Lc 18.1-8).

Ele também disse que não deveríamos ficar repetindo sempre as mesmas orações, como os pagãos faziam, pois eles achavam que, por muito falarem, seriam ouvidos.

Os deuses pagãos, diferentemente do Deus de Israel, não sabiam o que as pessoas pediriam, mas o Senhor sabe do que precisamos antes mesmo que peçamos a Ele (Mt 6.7,8).

João registrou o discurso de Jesus quando Ele diz que devemos orar e que temos garantia de que Deus ouve as nossas orações (Jo 14.13; Jo 14.14; 15.7; 15.16; 16.23; 16.24).

Se a oração não fosse realmente importante, por que Jesus insistiu tanto em seu último discurso para seus discípulos orarem?

II – O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE O JEJUM

Na Bíblia, o jejum abrange mais do que o ato da abstenção de alimentos.

Ele também deve ter reflexos na vida espiritual do praticante e nas suas relações interpessoais.

Champlin disse que o jejum é “um exercício que tem perdido sua popularidade na adoração religiosa, talvez como sinal de nosso tempo, que se caracteriza pela falta de disciplina; pois acima de tudo, o jejum requer disciplina […]” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, p. 442).

Essa é uma triste observação, mas igualmente real, o que nos chama à reflexão:

Até que ponto temos sido seletivos no tocante à realização de práticas descritas na Bíblia para o nosso próprio benefício?

Até que ponto disciplinas como o jejum, associado à oração, fazem parte da nossa vida como peregrinos neste mundo?

O jejum aparece na Declaração de Fé das Assembleias de Deus, um documento que mostra como e em quê os pentecostais creem:

 “O jejum é uma prática frequente entre nós, na vida diária dos crentes individualmente e também em reuniões de culto, com objetivo específico, como acontecia nos tempos bíblicos” (p. 146).

Essa citação mostra que, nas Assembleias de Deus, o jejum é praticado e recomendado aos seus membros.

O Jejum no Antigo Testamento

Chamamos de jejum o ato de não ingerir alimentos por um período de tempo para finalidades médicas ou espirituais. Essa abstinência é uma disciplina feita no corpo, mas que tem um alcance espiritual.

A Palavra de Deus mostra-nos que, em alguns casos, o jejum é associado à prática da oração, junto a uma atitude de humilhação, arrependimento e reconhecimento de pecados.

O jejum pode ser parte do arrependimento. Quando a nação estava diante do desastre, Josafá convocou o povo para que agissem corretamente com o Senhor, abstendo-se de alimentos (jejuando) durante um período determinado.

Separando-se da rotina diária de preparação e consumo de alimentos, o povo poderia dedicar esse período extra para considerar o pecado e orar pedindo ajuda de Deus.

Os desconfortos da fome reforçariam o sentimento de penitência e iria lembrá-los de sua fraqueza e dependência do Senhor.

O jejum pode ser útil ainda hoje quando buscamos a vontade de Deus. (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD, p. 469)

Outras religiões também praticam o jejum. Os muçulmanos, por exemplo, jejuam no Ramadã e, nesse período, abstêm-se de comidas, de bebidas, de práticas sexuais e até do fumo.

Eles alimentam-se à noite e buscam manter-se hidratados durante o dia. Hindus também adotam o jejum em certas épocas.

O Didaquê orienta: “Os seus jejuns não devem coincidir com os dos hipócritas. Eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana. Porém, você deve jejuar no quarto dia e no dia da preparação”.

Na época do Exílio do povo de Deus, o jejum foi uma das práticas de pessoas que, levantadas pelo Senhor, iriam contribuir para o restabelecimento da nação.

Esse foi o caso de Neemias, que, ouvindo as notícias sobre Jerusalém destruída, orou e jejuou lamentando pelos filhos de Israel terem pecado e trazido o julgamento divino.

Deus fez com que Neemias fosse a Jerusalém reconstruir seus muros e restaurar as portas da cidade, e seu nome entrou na história sagrada como uma pessoa que fez a diferença na reconstrução não apenas da cidade, como também na restauração do culto ao Senhor.

Esdras, o sacerdote, também nesse período de restauração do povo de Deus, jejuou pedindo segurança para sua viagem de retorno a Jerusalém, e Deus ouviu o seu servo, fazendo-o chegar em segurança à cidade para, assim, poder realizar a reconstrução dos muros.

Para algumas pessoas, o jejum pode parecer simplesmente um momento em que se deixa de comer.

O jejum, no entanto, é mais do que se abster de alimentos. Ele requer que tenhamos atitudes de humildade, disposição de obedecer a Deus e praticar a justiça. O profeta Isaías menciona um jejum que o povo fazia, mas que desagradava ao Senhor.

Havia abstinência de alimentos, mas não havia a prática de atos misericordiosos com pessoas que necessitavam de ajuda.

Aqueles que jejuavam coagiam seus empregados (se os tivessem) a trabalhar até nos dias do jejum.

Essas pessoas também brigavam umas com as outras no dia em que jejuavam, o que só prova que, para elas, jejum era apenas deixar de comer.

Deus, porém, via o jejum como um momento de arrependimento, contrição, misericórdia e busca de uma convivência saudável, chegando a dizer que gostaria que seus filhos fossem justos, que colocassem em liberdade os oprimidos e acabassem com o jugo, que a misericórdia deles fosse vista quando repartissem o seu pão com o faminto, que eles ajudassem os pobres e vestissem os nus.

O mais curioso é a resposta do Senhor ao seu próprio povo (se eles assim o obedecessem):

“Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda. Então, clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui” (Is 58.8,9).

O profeta fala desse tipo de jejum e ainda menciona uma imagem interessante: vamos clamar, e o Senhor é quem vai dizer:

“Eis-me aqui”. Se antes Deus chamava o homem e ouvia essa resposta, agora é Ele quem nos responderá, e Ele não estava brincando quando disse isso.

Os crentes deveriam jejuar em nossos dias? Eventualmente, líderes e pregadores trazem essa pergunta com uma resposta já idealizada:

não é necessário que o crente jejue, pois a Lei de Moisés não tem validade para os gentios, e isso inclui o jejum.

Podemos ver, no entanto, que pessoas que não seguiam a Lei de Moisés também se utilizaram do jejum. O rei Dario, por exemplo, jejuou quando teve de colocar Daniel na cova dos leões (Dn 6.18).

Os habitantes de Nínive cometiam atrocidades e foram sentenciados à destruição por Deus.

Antes, porém, o Senhor deu a eles a oportunidade de ouvir Jonas, e aquelas pessoas arrependeram-se, demonstrando seu temor com arrependimento e jejum (Jn 3.6-9).

Não nos parece que essas pessoas tinham o sangue hebreu ou que cumpriam a Lei de Moisés; mesmo assim, elas observaram o jejum.Jesus nunca se referiu ao jejum como uma prática que deveria ser abolida. Ele mesmo jejuou por 40 dias após o seu batismo (Mt 4.2) e disse que haveria dias em que os discípulos iriam jejuar.

Até mesmo em relação à batalha espiritual, Ele ensinou que há grupos de demônios que, quando se apossam de algumas pessoas, não saem sem uma vida de oração e jejum por parte de quem está ministrando a libertação (Mt 17.21).

O Jejum sob a Ótica de Jesus (Mt 6.16-18)

Jesus valorizou a prática do jejum desde que fosse feita de forma discreta. Os líderes de sua época realizavam o jejum, mas faziam-no de forma pública, chamando a atenção para si, e não para Deus.

Era uma forma de propaganda de piedade, um marketing pessoal de santidade e proximidade com Deus. Jesus chamou-os de hipócritas, pessoas que transpareciam uma coisa, mas viviam outra.

Eles agiam de tal forma que as pessoas em redor sabiam que eles estavam jejuando. Pelas palavras de Jesus, podemos entender que nem a higiene pessoal — lavar o rosto e ungir a cabeça — eles faziam nesse período; tudo para dar meio peso à sua “espiritualidade”. Esse jejum não alcançava os céus, nem foi aprovado por Cristo.

A orientação de Jesus foi na contramão das práticas dos seus dias. Ele ordenou aos seus ouvintes que não precedessem dessa forma por dois motivos:

o primeiro, porque aqueles praticantes do jejum não tinham a intenção aparente de estarem mais próximos de Deus, e sim de serem reconhecidos pelos homens. Jesus deixa claro que essas pessoas, por esse motivo, “já receberam o seu galardão” (v. 16).

Em outras palavras, Deus não tem nada a tratar com esse tipo de pessoa. Ou nosso jejum é para o Senhor ou é para os homens.

E o segundo motivo é que, se fizermos o jejum com discrição e sem parecer aos homens que estamos jejuando, mas, sim, ao nosso Deus, Ele então nos recompensará.

O arrependimento deve ser pessoal. A devoção deve ser pessoal. A aparência deve dar lugar à essência, e a publicidade deve dar lugar à discrição, pois é dessa forma que se agrada o Senhor.    

CONCLUSÃO

Há um interesse muito grande por parte do inimigo que os crentes sejam descuidados em práticas como a oração, o jejum e a vigilância.

Quanto menos orarmos, jejuarmos e mantivermo-nos vigilantes, melhor ele vai trabalhar e mais oportunidades ele terá para atrapalhar a nossa vida espiritual.

Não é à toa que Jesus deu uma ênfase na oração, no jejum e na vigilância.

Nenhuma prática que nos aproxime de Deus deve ser condenada.

Pentecostais levam a sério a disciplina da oração, do jejum e da vigilância, pois sabem muito bem que um descuido em quaisquer dessas áreas pode ser danoso à vida cristã.

Que Deus, por meio do seu Espírito Santo, nos ajude nessas empreitadas para a honra e glória do seu nome.

Que Deus o(a) abençoe.

Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/1251-li%C3%A7%C3%A3o-10-a-ora%C3%A7%C3%A3o-e-o-jejum-na-perspectiva-pentecostal.html

Video: https://www.youtube.com/watch?v=p2SIxL49iLA

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