Jovens – Lição 13 – Renovando a Aliança
Introdução
Como são formados, no inconsciente coletivo da sociedade, os conceitos sobre as pessoas? Pelo conjunto dos fatos praticados ou predominantemente pelos últimos atos? Vejamos.
Como nos lembramos de Judas Iscariotes? Pela sua decisão de seguir a Cristo, deixar sua família, participar do ministério evangelístico do Messias ou pelo beijo traidor?
E do presidente americano Richard Nixon? Pela sua luta contra a inflação, a aproximação política dos EUA com a China e a retirada das tropas americanas do Vietnã, ou pelo escândalo das escutas telefônicas ilegais na Casa Branca, o caso Watergate?
Foram seus últimos atos, sem dúvida, que estigmatizaram suas biografias. Na Bíblia há muitas histórias de homens que começaram bem, mas terminaram mal.
Não cultivaram a virtude da perseverança. Desobedeceram a Deus. Perderam a fé. Entretanto, há homens nobres, fiéis, resilientes, os quais começaram bem, tiveram uma vida equilibrada, por andarem com o Senhor, e concluíram sua carreira gloriosamente. Dentre eles ressai, de maneira palmar, o comandante Josué.
O poder nunca o corrompeu. A assunção ao comando, com o passar dos anos, apenas mostrou sua essência, quem realmente ele era.
Sua espiritualidade não se resumia à superficialidade. Seu mentor, Moisés, deixou um bonito legado para a posteridade, que ele, com humildade, seguiu triunfalmente. Aliás, a Bíblia diz que “precedendo a honra vai a humildade” (Pv 15.33).
O sucesso nunca subiu à sua cabeça, mantendo firme a aliança com Deus. Ganhou muitas guerras, mas jamais perdeu a paz e a comunhão com o Senhor.
A maldade e a intolerância não se instalaram no reino. A decepção e a tristeza também não, pois sua fé nunca mudou, por isso ele não perdeu o rumo, nem se tornou um homem amargo e cruel.
Ele poderia ter começado bem, e terminado mal, mas, para a glória de Deus, terminou melhor. Era esse o plano do Altíssimo. Seu nome foi inscrito no rol da galeria dos heróis da fé, e, assim, Deus não o lançou ao ostracismo, circunstância contumaz dos desobedientes.
O desfecho da história de cada um de nós depende da qualidade das escolhas que fazemos, ao longo da vida.
A biografia de Josué é uma prova de que o fim das coisas é melhor que o começo, mas somente para quem toma as decisões corretas, em Deus, até o fim. Nunca é tarde para se arrepender.
Assim, com o reconhecimento incontestável de suas virtudes e sua extraordinária liderança, depois de anos de paz vividos desde a divisão da terra,
Josué convocou o povo para duas assembleias, a fim de se despedir, concitando os hebreus a que não desistissem de possuir o restante da terra prometida e continuassem a servir a Deus (Js 23) e, finalmente, propondo que renovassem o concerto com o Senhor (Js 24).
Nas duas ocasiões, em que pese o tom saudosista, condensado na frase “eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra” (Js 23.14), Deus o usou grandemente com exortação e grave advertência, características de um grande líder, tais como:
“um só homem dentre vós perseguirá mil” (Js 23.10 ARA) e “deitai, pois, agora, fora aos deuses estranhos que há no meio de vós” (Js 24.23).
O povo se animou e renovou a aliança com o Eterno, para, em seguida, enterrar os restos mortais de José (Js 24.32), marcando o fim de uma Era de heróis da fé.
I- Instantes finais
1- Josué reúne o povo em Siló
Não se tem certeza onde ocorreu a primeira assembleia geral de Josué com os hebreus e sua liderança, mas o local mais provável para sua realização foi em Siló, onde estava instalada a tenda da congregação, porém existe, ainda, a possibilidade de ela ter ocorrido em Timnate-Sera, onde Josué morava.
O fato é que o respeitado líder desejava falar a todo povo suas últimas orientações administrativas.
Também, não existem comprovações de ocorrerem periodicamente tais assembleias entre o comandante-em-chefe e seus subordinados.
A nação de Israel, além disso, estava passando por um momento de certo conforto, agora já estabelecida e usufruindo da terra prometida. Assim, talvez, os hebreus tivessem até esquecido de Josué;
já não precisavam mais de alguém para prepará-los para uma guerra, agora eles até poderiam, quem sabe, se ocupar mais em estabelecer relações diplomáticas amistosas com os cananeus que restaram por perto – essa, inclusive, aparenta ser uma das maiores preocupações de Josué.
Josué revela, então, uma característica marcante dos homens de Deus: eles reconhecem a importância de saber parar.
Isso, em pelo menos dois sentidos aqui abordados:
a) a hora de começar e o tempo de encerrar o ministério e
b) o momento certo de parar, avaliar e ajustar a trajetória.
Josué reconhecia que seu tempo à frente da nação de Israel estava chegando ao fim, que o projeto de Deus tinha para seu povo continuaria e convoca, portanto, toda liderança de Israel para ouvir suas recomendações para o futuro.
2- Josué faz um discurso contundente
Neste primeiro discurso, é importante perceber que ele é realizado bem depois da conquista de Canaã, “muitos dias depois que o Senhor dera repouso a Israel de todos os seus inimigos em redor, e sendo Josué já velho e entrado em dias” (Js 23.1).
Não é possível saber a quantidade exata de tempo transcorrido, mas há a certeza de que foi tempo suficiente para o povo desfrutar das bênçãos da terra prometida e seu líder avançar ainda mais em idade e experiência.
Ou seja, Josué pôde observar o povo de Israel por um bom tempo antes de marcar aquela reunião, por isso as palavras dele deveriam ser ainda mais valorizadas pela alta carga de sabedoria e experiência que eram capazes de transmitir àquela geração e, quiçá, às futuras.
Josué inicia sua fala relembrando-os que já estava “velho e entrado em dias” (Js 23.2); cedo ou tarde, Israel não poderia mais contar com sua presença.
Sejam quais fossem os desafios que o povo deveria enfrentar dali em diante, eles deveriam enfrentá-los sozinhos, não mais com Josué, mas como Josué.
Então, ele começa a trazer à memória tudo quanto o Senhor realizou no meio deles e de que forma tão maravilhosa o próprio Deus se encarregara de batalhar pelo povo. E Josué arremata: Esforçai-vos! (Js 23.6).
Essa foi a mesma palavra que o Senhor lhe dissera, através de Moisés, na ocasião do seu chamado (Dt 31.7)!
Agora, aquele que esforçou-se e foi grandemente usado pelo Altíssimo, empregava toda força do imperativo de seu chamado – e que todos conheciam bem, pois o fato estava registrado no livro de Deuteronômio,
o qual era lido a cada sete anos por todo Israel, na festa dos tabernáculos – e conclamava o povo a possuírem a mesma determinação em guardar e fazer “tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis nem para a direita nem para a esquerda” (Js 23.6) a fim de que não se imiscuíssem com a cultura pagã das cidades que ainda restaram ao redor deles.
Josué teve a oportunidade de contemplar os caminhos que o povo escolhia trilhar enquanto estavam em período de bonança, e, certamente, observava uma perigosa aproximação com as culturas do mundo que os cercava.
Por isso, com o mesmo padrão de zelo que possuía, fez um chamado à responsabilidade do compromisso com o Senhor. Ele os convidava a manterem sempre bem hasteada a aliança com o Jeová Nissi (um dos nomes de Deus: o Senhor é minha bandeira – Ex 17.15)!
3- A justiça de Deus é implacável
Na parte final de seu discurso, Josué muda o enfoque. A partir do versículo doze, ele passa a apresentar o resultado da desobediência (Js 23.15).
Como dito em mais detalhes no capítulo anterior, Israel possuía o livre arbítrio de suas escolhas, estava livre para decidir.
O que se impõe é:
pode-se escolher a semente, mas não a colheita. Se o povo decidisse pelo caminho da obediência e retidão, Deus cumpriria tudo o que tinha prometido (Js 23.5).
Porém, caso decidissem pelo caminho da desobediência e rebelião, os resultados seriam devastadores (Js 23.16)!
Josué primeiro apresenta os benefícios de preservar firme a fé e o compromisso com o Jeová Nissi. Note como as nações temiam aquele povo nômade, de ex-escravos, sem tecnologia bélica de ponta (Js 2.8-11)…
Deus era, e continuaria sendo, fielmente, a bandeira do povo de Israel. Porém, diante da quebra da aliança com o Senhor, os hebreus conheceriam inevitavelmente o Jeová Nakah – um dos nomes de Deus: o Deus que pune (Ez 7.9)!
O Criador é mui longânimo em misericórdia, prometendo, inclusive, renová-las a cada manhã (Lm 3.22), mas não se pode esquecer que o Senhor também é fogo consumidor (Dt 4.23,24; Hb 12.29) – completamente justo e santo!
Paciência que nunca acaba não é paciência, é subserviência. Para o pecado existe uma recompensa (Rm 6.23) – seus efeitos são inevitáveis.
II- Josué reúne o povo em Siquém
1-Aliança é renovada.
Josué, depois, marcou outra assembleia, com as mesmas pessoas, em um local muito especial, tanto que, dessa vez, ele é expresso para os leitores do livro: Siquém.
Era especial porque foi neste mesmo lugar que Abraão teve um encontro com o Senhor e dEle recebeu a confirmação de Sua promessa (Gn 12.6,7) e porque, também, era próximo dos montes Gerizim e Ebal, onde o povo renovara a aliança com o Senhor algum tempo atrás (Js 8.30-35).
Siquém carregava, com certeza, forte significado para o povo de Deus; pairava sobre aquele lugar a memória constante da presença de Deus e da renovação de Suas promessas e alianças.
“…Eles se apresentaram diante de Deus” (Js 24.1) e Josué intenta, nessa assembleia, diferentemente da anterior, não mais fazer um discurso teológico, de despedida, porém trazer uma palavra profética, que começou desta maneira: “Assim diz o Senhor Deus de Israel” (Js 24.2).
Ele iniciou narrando a história do povo, a partir de Abraão, quando ainda era idólatra (esse era um aceno importante de se fazer diante das preocupações de Josué com a idolatria do povo),
passando pelas trajetórias de Isaque, Jacó, Moisés e Arão, bem como lembrando os grandes feitos, desde as pragas no Egito até a expulsão dos cananeus, sempre realçando que foi Ele, o Senhor, quem concedeu todas as vitórias aos hebreus (Js 24.2-13).
O resultado de toda recordação histórica do povo é, sinteticamente, um: a produção um profundo temor ao Deus todo poderoso;
que exista um forte e contínuo medo em receber a desaprovação do Altíssimo e trocar as maravilhosas experiências da boa mão do Senhor pela terrível ira do Jeová Nakah.
Josué fez tudo o que pôde para oportunizar àquela geração a escolha de renovar, de novo, a opção pelo concerto com o Criador ou não.
Eles estavam cientes das condições exigidas pelo Deus dos deuses – o que incluía a exclusividade da adoração.
É possível, até, que tais exigências de Deus fossem a tônica dos argumentos das culturas pagãs para tentar persuadir os Israelitas à apostasia, tais como “esse Deus é muito rígido”, “Ele é implacável e vingativo” ou “cobra algo que naturalmente não queremos fazer”.
Será que, nos dias de hoje a santa igreja do Senhor não é direcionado argumentos como esses, intentando o desvio dos crentes do santo caminho ou, até mesmo, para um modelo de evangelho mais light, mais “moderno”?
O Mestre ensina que Seu julgo é suave e Seu fardo é leve (Mt 11.30). Contudo, não podemos esquecer jamais que o caminho para a salvação é estreito (Mt 7.13,14) e nesse caminho não se passa com bagagem, é necessário despir-se de si mesmo (Mt 16.24)! O caminho mais largo e fácil é ladeira para a perdição (1 Jo 2.15-20).
O fato é que, depois de tudo, o povo fez sua escolha deliberada, racional e intencional: “Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses!” (Js 24.16 NVI).
Eles estavam optando, acertadamente, pela aliança com o Criador. Josué, que conhecia de perto a perigosamente fácil inclinação do povo à idolatria (ver Dt 9.6-16), fez uma solene advertência (Js 24.19,20), obtendo como a resposta final do povo que “de maneira nenhuma [abandonaremos a Deus]! Nós serviremos ao Senhor” (Js 24.21 NVI).
2- O memorial
Concluída a profecia, Josué conclamou o povo a servir ao Todo-Poderoso, como ele e sua casa o fariam, mesmo que todos se esquecessem do concerto que fizeram com Deus (Js 24.15) e que, ademais, renovassem esse compromisso memorialmente.
O povo aceitou, de bom grado, a proposta do servo do Senhor, renovando a aliança (Js 24.26).
Os homens, com frequência, esquecem os compromissos morais e espirituais firmados, mas o Senhor nunca se olvida, pois nossas palavras que firmam compromisso ficam gravadas perpetuamente perante Deus, da mesma forma que as dEle ficam!
Josué representou essa circunstância imutável ao erigir, debaixo de um carvalho, uma grande pedra, dizendo que ela serviria para prestar testemunho (Js 24.27).
Mesmo aqueles que, porventura, não estivessem familiarizados com a escrita poderiam ver, naquela rocha, uma espécie de memorando oficial e de interesse público, a sólida e imutável lembrança desse dia glorioso: o dia em que a aliança com o Altíssimo foi renovada!
3- Josué, servo do Senhor, e Eleazar, morrem!
No início do livro (Js 1.1) Josué, mesmo depois da morte de Moisés, continuou se autoqualificando como “servo de Moisés”, ao passo que, ao longo do livro, Moisés sempre foi chamado, por Josué, de “servo do Senhor”.
Agora, com a morte de Josué, alguém que escreveu essa porção final, denominou-o, por inspiração divina: “Josué, filho de Num, o servo do Senhor” (Js 24.29).
Deus sempre honra, e coloca em postos estratégicos, aqueles que colocam suas vidas inteiramente em Suas mãos.
A morte de Josué, o enterro dos ossos de José e o falecimento do sacerdote Eleazar (Js 24.29-33), põem termo ao livro e encerram, de forma magnânima, um ciclo áureo de personagens acima da média dos homens, formando uma grande nuvem de testemunhas, que viveram pela fé (Hb 11.1-31; 12.1).
III – Um salto para o futuro
Depois da morte de Josué, os hebreus passaram a viver na terra prometida,sendo liderados por juízes. Após, instaurou-se a monarquia, com a assunção ao trono do Rei Saul.
Tempos depois, houve a divisão do reino: Sul e Norte e, com o passar dos séculos, grandes impérios levaram os povos de Israel para cativeiro. O Reino do Norte nunca retornou à sua terra, mas o do Sul voltou 70 anos depois.
Em seguida, Israel, ou o Reino de Judá, como ficou conhecido, habitou na sua terra por gerações, mas sempre sofrendo agressões e o domínio de inimigos. No tempo de Jesus, por exemplo, Israel estava subjugado pelos romanos.
No ano 70 d.C., entretanto, por causa de uma rebelião, aconteceu a destruição de Jerusalém e os habitantes foram dispersos pelo mundo, a Diáspora, que durou cerca de 2.000 anos.
1- O renascimento de uma Nação
No fim do século XIX, surgiu um movimento político-nacionalista chamado Sionismo, pela iniciativa do Theodor Herzl, que pregava a volta de milhões de judeus à sua terra, a Palestina, a qual estava sob o domínio do Império Otomano.
A justificativa disso era a Bíblia, por causa da promessa de Deus. Assim, em 1918, com o fim da 1ª guerra, o Império Otomano deixou de existir e a Inglaterra passou a ter domínio da região, impulsionando a imigração judaica nas décadas seguintes.
O ambiente de tensão etnocentrista na palestina era uma realidade, mas a partir da década de 1930, isso se tornou mais visível, quando começaram a eclodir violentos conflitos internos com a população árabe.
Entre os anos de 1939 e 1945, no período da 2ª Guerra Mundial, houve grande perseguição do regime nazista, sob a liderança de Adolf Hittler, o que levou ao extermínio de milhões de judeus de várias nacionalidades, genocídio conhecido como Holocausto, o que estimulou ainda mais o Sionismo.
Em 1947, a ONU estabeleceu um plano para a partilha da Palestina entre árabes e judeus, após o encerramento do mandato britânico na região, consubstanciado na Resolução nº 181, que foi aprovada em uma sessão presidida por um brasileiro, Osvaldo Aranha, o qual deu o voto de desempate para a criação de dois Estados independentes: Israel e a Palestina.
Os judeus aceitaram a divisão proposta, mas as lideranças palestinas e árabes não. Ou seja, o surgimento do Estado Judeu foi conflituoso desde antes de acontecer, como o foi o nascimento dos irmãos Jacó e Esaú.
Assim, num clima de hostilidade dos vizinhos regionais, mas sob a bênção de Deus, e cumprindo a palavra profética (Is 35.10; 56.8; Jr 3.14; 23.8; Ez 11.17), David Ben Gurion, em 14 de maio de 1948 (5 de yiar de 5708, segundo o calendário judaico), proclamou em Tel Aviv o novo Estado de Israel,
o que se configurou, no contexto do final dos tempos, em relação ao Plano da Salvação, como o sinal de maior significado na perspectiva da iminente volta do Senhor, porque Ele disse “aprendei, pois, esta parábola da figueira:
Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão” (Mt 24.32).
Além do mais, o renascimento de Israel das cinzas da história como nação politicamente organizada em apenas um dia, também estava previsto nas Escrituras, conforme se vê:
“Quem já ouviu falar de uma coisa assim? Quem já viu isso acontecer? Pois será que um país pode nascer num dia só?
Uma nação aparece assim num instante? Mas foi isto mesmo que aconteceu com Sião: assim que sentiu dores de parto, ela deu à luz os seus filhos” (Is 66.8 NTLH).
O Senhor, que ama as portas de Jerusalém (Sl 87.2), estava a colocando no centro do cenário mundial, favor decisivo para o desenrolar dos últimos fatos da história da humanidade.
2 – Guerras e conquistas
No dia seguinte à restauração da “figueira” (Mt 24.32; Lc 21.29-31), Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque atacaram Israel.
Depois de um ano de conflito, foi declarado um armistício, em 1949, e criou-se uma linha divisória imaginária entre os dois estados, chamada linha verde.
Ocorre que o estado palestino nunca foi criado, sendo a terra destinada para ele sido fatiada entre vários países:
Israel ficou com uma parte, a Faixa de Gaza ficou com o Egito, a Cisjordânia e a parte leste de Jerusalém ficaram com a Jordânia.
Israel, dessa forma, ficou com um território maior do que o previsto. Nas décadas de 1950 e 1960, a imigração dos judeus, da Europa, aumentou sensivelmente para a região.
Em 1964, como contraponto ao avanço sionista, e contando com o apoio da Liga Árabe, foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina – OLP, que, nas décadas de 1970 e 1980, começou a desferir ataques terroristas contra os judeus, no afã de pressionar para receberem a devolução dos territórios ocupados por Israel.
Em 1967, eclodiu um outro importante conflito bélico: A Guerra dos Seis Dias, quando Egito, Síria e Jordânia atacaram Israel, o qual, mais uma vez, saiu vitorioso, acrescentando novamente seu território, dominando, agora, também, a Faixa de Gaza e Península do Sinai (Sul), as Colinas de Golã (Norte), a Cisjordânia (Leste), incluindo a porção oriental de Jerusalém.
Diante da expansão do território israelense, em 1973, Egito e Síria fizeram um ataque surpresa contra Israel (Guerra do YomKippur), que, novamente, no final, ganhou a guerra. Em 1979, Menachem Begin, 1º Ministro de Israel, assinou um tratado de paz com o Egito, com a intermediação dos EUA, quando os hebreus devolveram a Península do Sinai.
Israel continuou sendo odiado por seus vizinhos e, em 1982, quando atacou e ocupou uma das bases que eram usadas para lançamento de foguetes pela OLP, no Sul do Líbano, contra o Estado Sionista, libaneses revoltados criaram, financiado pelo Irã, o grupo terrorista Hezbolah, composto prioritariamente por muçulmanos xiitas.
3- Das Intifadas até os dias atuais
Até o momento em que este comentário foi escrito, já aconteceram várias Intifadas – palavra árabe que significa agitação, levante, revolta – da população civil da denominada “Palestina” contra o Estado de Israel. A primeira aconteceu em 1987, por causa da ocupação israelense da Cisjordânia e Faixa de Gaza.
Nesse momento de tensão política, foi criado o grupo terrorista Hamas, de origem muçulmana sunita, que buscava, em suma, a destruição total de Israel.
A Intifada prosseguiu até o ano de 1993, quando Yitzhak Rabin, 1º Ministro de Israel, assinou o acordo de paz em Oslo, na Noruega, com a OLP, liderada por Yasser Arafat. Em 1994, Israel assinou acordo de paz com a Jordânia.
A 2ª Intifada aconteceu porque, em 28 de setembro de 2000, o líder da oposição do parlamento hebraico, Ariel Sharon, que se tornaria 1º ministro meses depois, visitou o Monte do Templo em Jerusalém Oriental, o que foi interpretado que Israel estava reivindicando tanto os territórios ocupados quanto o Monte do Templo, um dos lugares mais sagrados dos muçulmanos.
Em decorrência disso, no dia 6 de outubro de 2000, o Hamas declarou um “dia de fúria” e pediu aos palestinos que atacassem postos militares avançados de Israel, o que levou Israel, em 2002, a construir um muro para proteger seu o território na fronteira com a Cisjordânia.
Em 2005, porém, Israel tirou as tropas da Faixa de Gaza, o que marcou o fim da rebelião. Dois anos depois, os terroristas do Hamas passaram a controlar a Faixa de Gaza, enquanto o Fatah, grupo político atualmente liderado por Mahmoud Abbas, permaneceu administrando apenas a Cisjordânia.
O crescente desentendimento étnico-político-religioso regional, com o lançamento de foguetes contra Israel, ataques à população civil, dentre outros atos de hostilidade, provocou fortes respostas militares do povo sionista nos anos de 2010, 2012, 2014 e 2015 (Intifada das Facas), o que fomentou, ainda mais, o sentimento antissemita presente historicamente.
Registre-se, ademais, que os conflitos ocorridos ultimamente na terra prometida, notadamente no Século XX, além de proporcionarem a morte de milhares de pessoas, forçou que cerca de 700 mil palestinos fossem expulsos de suas casas, os quais se transformaram em refugiados nos países vizinhos.
Eles e/ou seus descendentes, hoje, somam cerca de 7 milhões de pessoas que se sentem injustiçadas, daí a enorme dificuldade de resolver essas tensões antes da volta do Salvador do Mundo.
No dia 30 de setembro de 2019, por exemplo, vários órgãos da mídia internacional repercutiram o discurso do chefe militar do Irã, Major-General HosseinSalami, dizendo já existirem, atualmente, plenas possibilidades da destruição total de Israel; ideal político 1, aliás, defendido abertamente pelo regime dos aiatolás desde a Revolução Islâmica de 1979.
O intento satânico de aniquilar os descendentes de Abraão é, tanto antigo, quanto real; mas Israel, o pequeno, mas desenvolvido país asiático, encravado em uma porção da terra prometida, continuará sua marcha escatológica até que aquilo que está escrito a seu respeito, nas sagradas escrituras, cumpra-se integralmente.
Conclusão
O livro de Josué narra a trajetória épica de um povo que ultrapassou seus limites pessoais, aprendendo a confiar em Deus nos momentos mais difíceis, arriscando suas próprias vidas, em face da manifestação gloriosa do poder de Deus, bem como pela condução prudente e corajosa de seus principais líderes nesse período: Josué, o comandante, e Eleazar, o sacerdote.
No fim da narrativa bíblica, ambos estavam próximos da morte, mas vislumbra-se o cuidado constante da liderança com o objetivo de que a geração vindoura mantivesse o padrão vitorioso de obediência total a Deus, consubstanciado no pacto estabelecido (Js 24.26,27), marcando, com isso, o fim de um ciclo histórico, coroado, ademais, pelo enterro dos ossos de José.
Logo em seguida, há a informação, por outro escritor, acerca da morte de Josué e Eleazar (Js 24.29,33), encerrando exitosamente a missão dada pelo Senhor. Suas vidas cumpriram o propósito para o qual foram designadas pelo Eterno.
O futuro traria muitas surpresas, boas e más, sobre a vida dos hebreus, até os dias atuais, mas Deus nunca perdeu, como se viu, ao longo dos milênios, o controle das rédeas da história.
1 AGENCE FRANCE PRESSE; STAFF, Toi. Iran Guards chief: Destroying Israel now not a dream but an ‘achievable goal’. The Times Of Israel, 2019. Disponível em: < https://www.timesofisrael.com/iran-guards-chief-says-destroying-israel-is-not-a-dream-but-an-achievable-goal/>. Acesso em: 18 out. 2019.
Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/2099-li%C3%A7%C3%A3o-13-renovando-a-alian%C3%A7a.html
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