Jovens – Lição 4 – O Tribunal de Cristo
O Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos entre Cristo e a Igreja após o arrebatamento.
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INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo dos eventos escatológicos, estudaremos o Tribunal de Cristo.
– O Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos que ocorrerão entre Cristo e a Sua Igreja, durante os sete anos em que a Igreja estará com o seu Senhor enquanto na Terra ocorre a Grande Tribulação.
I– O JULGAMENTO PREVISTO PARA OS HOMENS
– O homem é livre e, portanto, responsável pelas suas escolhas. Isto é consequência da sua natureza humana. Deus o fez assim e, portanto, cada ser humano, independentemente de obedecer a Deus ou não, tem de responder pelos seus atos.
A prova disto é que a responsabilidade do homem lhe foi anunciada antes mesmo que tivesse pecado. Ao colocar o homem no jardim que havia formado no Éden, Deus disse ao homem que ele poderia comer de todas as árvores do jardim, com exceção da árvore do conhecimento do bem e do mal, tendo, então, estabelecido a responsabilidade:
“…no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn.2:17b). Quando julgou o primeiro casal, Deus invocou esta responsabilidade (cfr. Gn.3:11) e, em virtude disto, sentenciou-os à expulsão do Éden e à separação entre Deus e o homem.
– A partir de então, Deus estabeleceu o primeiro julgamento a que deve se submeter cada homem: o juízo após a morte física. Em virtude do pecado, Deus ordenou que os homens morressem fisicamente, o que não lhes havia sido determinado ao princípio: “…até que se tornes à terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gn.3:19 “in fine”).
A morte física é o primeiro julgamento que é feito ao homem em virtude dos atos que praticou durante a sua existência terrena. É o que vemos em Hb.9:27: “ e, como aos homens, está ordenado morrerem uma vez, vinde depois disso o juízo.”
– A morte física é o primeiro instante do processo de julgamento de cada ser humano. Cada homem (ou seja, ser humano, homem ou mulher) foi constituído como mordomo da criação na Terra, ou seja, foi constituído por Deus para dominar sobre a Terra e sobre tudo o que nela existe, tendo de prestar contas ao Senhor após o término de seu trabalho, assim como se ilustra na parábola dos talentos ou das minas.
Com a morte física, temos o que, na atualidade, denominaríamos de “juízo preliminar” ou “juízo provisório”. Neste julgamento, é decidido onde o indivíduo aguardará o julgamento definitivo, que se dará em momentos diferentes, conforme as opções feitas pelo homem durante sua vida. Dois são os locais onde os homens, atualmente, aguardam o julgamento: o Paraíso e o Hades.
É oportuno observar que, enquanto os homens já mortos não são submetidos a julgamento, mantêm-se plenamente conscientes, como nos ensina Jesus na história do rico e Lázaro (Lc.16:19-31).
– O primeiro julgamento definitivo que ocorrerá será o julgamento da Igreja, daqueles que creram em Jesus e Lhe foram fiéis até o fim, pois, como nos diz o apóstolo Pedro, o julgamento começa pela casa de Deus (I Pe.4:17).
Este julgamento faz-se necessário porque a Igreja, embora tenha alcançado a salvação pela fé em Jesus, é formada de seres humanos e todos os homens devem responder pelo que fizeram em sua existência, independentemente da sua condição espiritual, pois isto decorre da própria natureza humana e Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17; Cl.3:25).
– O julgamento da Igreja é o chamado “tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento da Igreja, antes das bodas do Cordeiro. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm.14:10; II Co.5:10).
Este julgamento não envolve salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados estarão salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas, do “galardão”.
Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o coração do homem (I Sm.16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito em Sua obra, não atentando para a aparência, como sói ocorrer conosco.
Diante disto, muitos que, aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto suas obras serão consideradas como palha, como madeira, sem condição de resistir ao crivo divino e outros, que, aparentemente, nada teriam feito pelo Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em I Co.3:12-15.
II – A FÉ E AS OBRAS NA VIDA CRISTÃ
– Para bem compreendermos a dinâmica do Tribunal de Cristo bem assim a sua própria existência, não basta, porém, sabermos que todo homem deve se apresentar diante de Deus para prestar contas de seus atos durante a sua peregrinação terrena.
– Além desta verdade, que se estende a todos os homens, é imperioso lembrarmos que o salvo na pessoa de Cristo Jesus foi justificado pela fé (Rm.5:1) e esta fé necessariamente produz boas obras (Ef.2:8-10; Tg.2:18).
– Tiago, o irmão do Senhor, revela-nos que todos os salvos tinham a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Vemos aqui que não há qualquer contradição entre Tiago e Paulo.
O irmão do Senhor parte do pressuposto de que, para ser filho de Deus, é preciso ter “a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo”, exatamente como o apóstolo dos gentios afirma em várias passagens, notadamente na sua carta aos romanos.
– Paulo, ao se dirigir aos crentes de Roma, inicia dizendo que dava graças a Deus porque, em todo o mundo, era anunciada a fé deles (Rm.1:8), o que, aliás, também menciona com relação aos crentes de Tessalônica, para quem escreveu a sua primeira carta (I Ts.1:8).
– Trata-se, portanto, de uma nota característica de todo salvo em Cristo Jesus a demonstração da sua fé, fé esta que não é propriamente nossa, mas que provém de Cristo, daí porque ser chamada de “fé de Nosso Senhor Jesus Cristo” por Tiago. Esta fé não provém de nós mesmos, mas é um dom de Deus (Ef.2:8), algo que nos advém pelo ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17).
– Bem se vê, portanto, que está fé de que está a falar Tiago não é o “pensamento positivo”, a “determinação” que os falsos pregadores da teologia da confissão positiva vêm alardeando por aí, pois não resulta da nossa vontade, não é fruto de nossos desejos e caprichos, mas, sim, algo que provém de Deus, algo que provém da Sua Palavra que, em nós, produz vida.
– Esta fé, embora provenha de Deus, não é exercida no homem de forma automática, como se nós fôssemos meros robôs, meros receptáculos inertes.
O Senhor trata o homem com dignidade, deu-lhe o livre-arbítrio e, deste modo, embora recebamos a fé, que não nasce de nós mesmos, deve ela ser exercida e desenvolvida por nós, através de nossa comunhão com o Senhor, de nossa submissão a Ele.
– Por isso, Tiago, ao se referir a ela, diz que ela é a “fé de Nosso Senhor Jesus Cristo”, enfatizando, aqui, mais uma vez, uma das facetas do cristão, a saber: a de servo de Jesus Cristo.
Se o Senhor não Se envergonha de nos chamar irmãos, nós também não devemos nos envergonhar de sermos chamados Seus servos e não só sermos assim chamados, mas vivermos como tal.
– Não basta termos recebido a fé pelo ouvir pela Palavra de Deus, faz-se necessário que nos disponhamos a obedecer a Cristo, tê-lo como nosso Senhor, o que significa renunciar a nós mesmos e aceitarmos o Seu jugo, que é suave e o Seu fardo, que é leve (Mt.11:30).
Não é possível seguirmos a Cristo se não o tivermos como Senhor, se não nos rendermos totalmente a Ele e à Sua vontade (Mt.16:24; Mc.8:34; Lc.9:23). Temos esta consciência?
– Este nosso Senhor não é qualquer um, mas o Senhor da glória, ou seja, Aquele que, tendo vindo da glória do Pai (Jo.3:13; Fp.2:6), para lá voltou depois de ter vencido o mundo (Jo.16:33). Por isso, a fé que vem d’Ele é capaz de também nos dar a vitória sobre o mundo (I Jo.5:4).
– Somente teremos uma fé genuína e autêntica se nos fizermos servos de Cristo, se Ele for o Nosso Senhor, o Senhor da glória. Não é por outro motivo, aliás, que Paulo diz que não mais vivia, mas Cristo nele vivia e a vida que agora tinha era “a vida na fé do Filho de Deus” (Gl.2:20).
– Não há como sermos efetivamente salvos se não passarmos a viver “na fé do Filho de Deus”, ou seja, se não nos dispusermos a sermos obedientes a Cristo e a fazer-Lhe a vontade, renunciando a nós mesmos, não tendo mais qualquer vontade própria, mas, considerando que Cristo nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, também nos entregarmos a nós mesmos a Ele.
Que bênção será sempre procedermos deste modo, pois, assim fazendo, sempre estaremos demonstrando nossa fé, e, por conseguinte, agradando a Deus (Hb.11:6).
– Quem tem fé em Cristo, quem recebe esta fé do próprio Senhor Jesus, vive neste mundo não só como servo d’Ele, mas também, como irmão dos demais salvos, exatamente como fazia Tiago que, por viver deste modo, podia ensinar os demais cristãos a procederem de igual maneira.
– Assim, devemos ter a consciência de que esta fé que nos vem d’Ele é uma fé que nos garante a vitória, vitória esta, entretanto, que não é algo que venha até nós sem que passemos por tribulações, lutas e tentações, já que por tudo isto passou o nosso Senhor quando aqui esteve para nos salvar.
Não há vitória sem luta e esta luta diária, cotidiana é uma constante na vida do salvo.
– O ensino bíblico é de que a fé em Cristo Jesus gera, por primeiro, uma transformação interior, a pessoa entra na graça de Cristo, passa a ter uma nova vida, passa a ter comunhão com o Senhor e esta comunhão faz com que o salvo na pessoa de Nosso Senhor seja uma pessoa que, doravante, pratica boas obras, faz o bem, pois é um imitador do seu Senhor, que, no mundo, andou fazendo bem, curando a todos os oprimidos do diabo (At.10:38).
– A fé é provada, portanto, com a prática de boas obras. Sem que haja estas obras, não é possível que se possa dizer que alguém tenha fé. Pode dizer que tem fé, pode pronunciar com seus lábios não só que tem fé, mas até recitar um “credo religioso”, mas isto nada vale, isto para nada aproveita, isto não demonstra que se tenha fé.
A fé somente é comprovada mediante uma conduta, um comportamento que revele a presença desta nova criatura em Cristo Jesus.
– A justificação do homem pela fé, ou seja, o ato pelo qual o homem passou a não ser mais considerado culpado por Deus por causa do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, é um ato imperceptível aos olhos humanos, algo que não podemos ver com nossos próprios olhos.
– No entanto, quando uma pessoa é justificada pela fé e passa a ter paz com Deus (Rm.5:1), ela recebe o amor de Deus em seus corações (Rm.5:5) e este amor de Deus pode ser provado mediante atitudes concretas, que revelam esta nova natureza advinda da salvação.
– Assim como Deus prova o Seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando nós ainda éramos pecadores (Rm.5:8), ou seja, através de um ato concreto, de entrega total em favor do homem, em favor do próximo, o cristão, ou seja, aquele que é “parecido com Cristo”, que é um “pequeno Cristo”, também provará ter o amor de Deus se agir de igual modo, estando pronto a amar o próximo como a si mesmo, a entregar-se em prol do outro.
OBS: “…a prática das obras é em todos os lugares necessária: sem ela o nome de cristãos não nos poderá ser útil. E não fiquem surpresos, pois, digam-me, que ganha o soldado que está em um exército, se ele não se mostra digno do serviço militar, no combate em favor do rei que o alimenta?…” (JOÃO CRISÓSTOMO. Nona homilia: da penitência – daqueles que faltam nas assembleias –da mesa santa – do julgamento. Cit. Tg.2:14-17. n, 18900. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 18 jun, 2014) (tradução nossa de texto em francês).
– Uma fé sem obras, diz Tiago, é morta em si mesma, ou seja, é uma fé que não existe, que é uma mera invencionice mental, uma ilusão. Pode até ter nascido em algum momento, como nos dá conta o Senhor Jesus na parábola do semeador, mas que deixou de existir, porquanto não é provada pela prática de boas obras.
– Fé sem obras é uma ilusão, algo que não existe nem pode existir. Tiago é bem claro ao dizer que não faz sentido alguém dizer que tem fé, não tendo obras ou alguém dizer que tem obras, não tendo fé (Tg.2:18).
– Ora, o salvo na pessoa de Cristo Jesus, portanto, tem entrada à graça de Deus pela fé (Rm.5:2) e esta fé somente é demonstrada por obras e, mais ainda, são estas obras que acompanharão o salvo quando este passar para a eternidade (Ap.14:13).
– Intuitivo, portanto, que, após ter guardado a fé até o dia da glorificação (Cf. II Tm.4:8), o salvo se apresente diante do Senhor com as suas obras e isto fará com que o julgamento que se dará tenha por base estas mesmas obras.
– O julgamento da Igreja, portanto, tem a ver com a produção efetuada pela fé que cada salvo teve. A fé é algo que tem de ser desenvolvido como um grão de mostarda (Mt.17:20), que, embora seja a mais diminuta das sementes, dá origem à maior das hortaliças (Mc.4:31,32).
Este desenvolvimento depende de nós, que devemos regar a fé que foi plantada pelo Senhor em nossos corações (I Co.3:6). É esta dedicação que será objeto do julgamento no Tribunal de Cristo.
III – O CONTEXTO DO TRIBUNAL DE CRISTO NAS ESCRITURAS
– Para bem analisarmos o que é o Tribunal de Cristo é necessário vermos o contexto em que esta expressão aparece na Bíblia Sagrada, o que ocorre em duas oportunidades nas Escrituras, a saber, Rm.14:10 e II Co.5:10.
– Em Rm.14, Paulo está discorrendo a respeito do comportamento que devemos ter com os que estão “enfermos na fé”, dando-nos o ensino de que ninguém vive para si ou morre para si, mas, sim, vivemos para o Senhor (Rm.14:7,8).
– Paulo está, portanto, dando uma dimensão social para o exercício da salvação que recebemos de Cristo Jesus. Jesus não salvou o homem para que este vivesse isolado, pois o homem foi criado um ser social por Deus (Gn.2:18).
Por isso mesmo, quando somos salvos, passamos a fazer parte de um corpo, que é a Igreja, de quem somos membros em particular (I Co.12:27).
– O mandamento de Cristo para Seus discípulos bem reflete esta dimensão comunitária de nossa vida cristã, ao dizer que devemos amar uns aos outros como Ele nos amou (Jo.15:12). Destarte, quando formos glorificados, devemos prestar contas ao Senhor da observância que fizemos deste mandamento.
– Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm.14:12). Cada um de nós deverá dizer como cumpriu o mandamento dado pelo Senhor Jesus, se, efetivamente, agimos como servos de Cristo, seguindo-Lhe o exemplo da humildade e mansidão de coração (Mt.11:29), não servindo de tropeço ou escândalo ao irmão (Rm.14:13), ou se, embora não tenhamos perdido a salvação, produzimos obras que não têm qualquer valor qualitativo.
– Quando houver o arrebatamento da Igreja, seremos semelhantes a Cristo glorificado (I Jo.3:2) e passaremos a ter uma comunhão perfeita com o Senhor (Jo.17:21), numa intimidade indescritível, que, apesar de não anular a individualidade de cada um (Ap.2:17), exige total transparência entre Cristo e a Igreja.
As sim como, antes do pecado, homem e mulher não se envergonhavam e eram plenamente transparentes um com o outro (Gn.2:25), de igual modo Cristo e a Igreja terão um relacionamento de completa transparência a partir de então.
– Esta transparência exige que sejam desnudadas todas as obras praticadas pelos salvos durante a sua peregrinação terrena.
Até o arrebatamento, somente saberemos da aparência externa de todos os atos praticados pelos salvos, mas, para que haja a perfeita comunhão, a Igreja, que, pela vez primeira estará reunida quando do arrebatamento, precisará saber as intenções dos corações, as motivações, o lado interno de cada ação praticada durante a peregrinação de seus membros em particular.
– No Tribunal de Cristo, revelar-se-ão tais intenções, motivações, este lado interno, algo que somente é conhecido por Deus (At.15:8), mas que deverá ser manifesto a todos precisamente para que se possa ter uma perfeita comunhão.
– A segunda passagem que nos fala do Tribunal de Cristo é II Co.5:10, quando o apóstolo Paulo está discorrendo a respeito da renovação diária do homem interior e a necessidade que temos de não desfalecer, procurando sempre a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos (II Co.4:10).
– O Tribunal de Cristo, portanto, tem a ver com a manifestação que damos do amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5) aos que estão à nossa volta, o que, mais uma vez, está a nos falar das obras que produzimos, pois é por meio destas boas obras que os homens glorificarão ao nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).
– Na vida cristã, diz o apóstolo dos gentios, devemos atentar nas coisas que não se veem e não nas que se veem (II Co.4:18), ou seja, devemos dar prioridade às coisas de cima, nelas pensar, tendo a nossa vida escondida com Cristo em Deus (Cl.3:1-3). Temos de andar por fé e não por vista (II Co.5:7) e entender que o nosso corpo deve ser utilizado para que mostremos que, diante de Deus, estamos vestidos e, não, achados nus, como o primeiro casal, logo após ter pecado (Gn.3:7-10).
– Observamos, pois, que, em ambas as vezes em que a Bíblia se utiliza da expressão “Tribunal de Cristo”, está a falar de um julgamento a envolver tão somente os salvos, como também se fala de um julgamento de obras.
Trata-se, pois, de uma prestação de contas que os salvos farão ao Senhor pela maneira que viveram neste mundo, algo que não envolve a salvação, mas que está relacionado ao próprio desenvolvimento da fé, à santificação.
IV – A DINÂMICA DO TRIBUNAL DE CRISTO
– Reunida a Igreja, será iniciado o Tribunal de Cristo, pois todos os homens devem ser submetidos a julgamento, pois assim está ordenado (Hb.9:27).
– Naturalmente, que os salvos arrebatados, se foram arrebatados, não têm pecado, estão em comunhão com o Senhor e, portanto, não podem sofrer condenação, pois, “ nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito” (Rm.8:1).
– No entanto, o fato de não haver possibilidade de serem condenados não significa que deixaram de ser homens e, por isso, estão sujeitos ao julgamento do Senhor, que foi constituído juiz dos vivos e dos mortos (At.10:42), pois Deus não faz acepção de pessoas (At.10:34) e retribui a cada um segundo as suas obras (Sl.28:4).
– O próprio Senhor deixa claro que o fato de alguém ter vindo para a luz não o exime da manifestação de suas obras (Jo.3:21).
– O próprio Senhor, ao falar sobre o significado da vida cristã, afirmou que o Filho viria na glória de Seu Pai, com os Seus anjos e, então, daria a cada um segundo as suas obras (Mt.16:27), ou seja, a primeira providência que é mencionada no encontro com os salvos, que é a quem Jesus está Se dirigindo nesta passagem, é o julgamento, não a ceia das bodas do Cordeiro, que também estão preditas (Mt.25:29; Ap.19:7).
– Além do mais, se somos imitadores de Cristo (I Co.11:1, Ef.5:1), deveremos seguir o mesmo trajeto que o Senhor, ou seja, passar primeiro pelo juízo e, só, então, alcançar a exaltação (cfr. Fp.2:5-9; Hb.12:2).
– Na própria menção das bodas do Cordeiro, em Ap.19:7, é dito que tal ocorrência se dará após o aprontar da esposa, o que é absolutamente normal até os dias de hoje, onde muitos têm o chamado “dia da noiva”, uma série de procedimentos que se fazem no dia da cerimônia do casamento, para que a noiva se apresenta na cerimônia devidamente embelezada para o noivo e para os convidados.
– De igual maneira, antes que haja a “cerimônia do casamento” entre Cristo e a Igreja, será necessário que a noiva seja devidamente embelezada, devidamente adornada e preparada para o Noivo e isto será feito no Tribunal de Cristo, quando o Senhor Jesus entregará os adornos, os devidos enfeites à Sua noiva, e tal entrega de galardões se dará no Tribunal de Cristo que é, portanto, o primeiro evento a ocorrer com a Igreja glorificada.
– O Tribunal de Cristo é o julgamento das obras dos salvos enquanto estiveram sobre a face da Terra, logicamente das obras realizadas após a conversão, pois Deus nunca Se lembra dos pecados que foram perdoados (Jr.31:34 “in fine”; Hb.8:12; 10:17).
Tivesse Deus Se lembrado dos pecados, não teria arrebatado pessoa alguma, pois não há na Terra ninguém digno de ser arrebatado, mas todos foram justificados pela fé em Cristo Jesus (Rm.5:1).
– Entretanto, o Senhor é justo e avaliará o que cada crente fez, por meio do corpo corruptível, na obra do Senhor, ou bem, ou mal (II Co.5:10).
– Quando somos salvos, o Senhor sempre nos dá algo a fazer, sempre nos concede alguma responsabilidade, a “nossa cruz”, que devemos tomar e carregar, contribuindo para a edificação da Igreja do Senhor.
Por isso, o apóstolo Paulo nos recomenda que devemos ver como estamos edificando sobre o fundamento da Igreja, que é o próprio Cristo (I Co.3:10).
– O Senhor avaliará se construímos edifícios de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha. A obra de cada um de nós, obra esta que nos acompanha na eternidade (Ap.14:13), será manifestada (I Co.3:13), pois estaremos na luz (Jo.3:21) e passará pelo fogo divino, pela aferição d’Aquele que nos salvou e nos capacitou para realizarmos esta obra.
– O fogo é um símbolo bíblico de juízo, como vemos na pregação de João Batista (Mt.3:12) ou em Pedro (I Pe.1:7), sendo que, nesta passagem, fica evidenciada a necessidade da prova da fé do cristão, para que ela se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo, a nos indicar, em mais uma passagem, a indispensabilidade do Tribunal de Cristo.
– As obras que resistirem ao exame divino, ou seja, as obras que forem de ouro, prata ou pedras preciosas, darão ensejo aos seus autores ao recebimento de galardão, do justo prêmio, da recompensa, das coroas que estão prometidas à Igreja do Senhor.
– As obras, porém, que não resistirem ao exame divino, ou seja, as obras que forem de madeira, feno ou palha, não gerarão qualquer condenação aos seus autores, pois eles estão salvos, mas eles serão como que “salvos pelo fogo” (I Co.3:15), ou seja, viverão eternamente com o Senhor, mas sem qualquer galardão, sem qualquer prêmio, exatamente como alguém que se salva de um incêndio e que, apesar de ter perdido tudo, inclusive as suas próprias vestimentas ou a sua pele, fica extremamente alegre, porque ainda tem o maior de todos os dons de Deus: a vida.
– O apóstolo é claro ao mostrar que o fundamento do edifício de Deus só pode ser Jesus Cristo (I Co.3:11), retomando, assim, seu ensino a respeito da singularidade da mensagem da cruz para a salvação da humanidade.
Mas, uma vez posto como fundamento Jesus Cristo, a edificação se fará pelo homem, que, conforme o caso, produzirá edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha.
– É interessante notar que são seis os materiais de construção utilizados na edificação e seis, como se sabe, é o número do homem. Trata-se, pois, de parte pertinente ao homem na obra de Deus, visto que há uma “cooperação”, ou seja, tanto Deus trabalha, como o homem também trabalha, a exemplo do que ocorreu com Jesus em Seu ministério terreno (Jo.5:37).
Aliás, não nos esqueçamos, o trabalho da igreja é mera continuação do trabalho de Cristo (Jo.14:12), daí porque a igreja ser chamada de “corpo de Cristo”, visto que prossegue o trabalho do Senhor Jesus sobre a face da Terra.
– Estes seis materiais, diz-nos o apóstolo, vão ser levados a julgamento, passarão pelo “fogo divino”, que aqui não representa o fervor espiritual nem tampouco o poder de Deus, mas o juízo, como se vê na pregação de João Batista (Mt.3:12).
Como ensina o pastor João Maria Hermel, presidente das Assembleias de Deus em Passo Fundo/RS, “…trata-se mais da qualidade do trabalho feito do que da quantidade de trabalho.” (Escatologia. In: Apostila da 62ª EBO da Assembleia de Deus do Ministério do Belém – São Paulo, p.58).
– Três destes materiais resistem ao fogo: ouro, prata e pedras preciosas. Representam as obras feitas de acordo com a direção e orientação divinas, obras feitas para a glória do Senhor, obras feitas com o propósito de louvar e bendizer ao nome do Senhor.
– Como ensina o pastor João Maria Hermel: “OURO: simboliza a glória de Deus, relaciona-se com as coisas celestiais (Ap.3:18; Jó 22:23-25)” (HERMEL. João Maria. op.cit., p.58).
O objetivo das obras feitas pelo salvo é a glorificação de Deus (Mt.5:16). Foi este o objetivo de toda a obra realizada pelo Senhor Jesus sobre a face da Terra (Jo.17:4).
– Quando, pois, tomamos atitudes com a intenção de glorificar o nome do Senhor, com a única intenção de fazer com que os homens glorifiquem a Deus, quando nos fazemos instrumentos da glória de Deus, tais obras têm a maior qualidade possível, pois estaremos sendo imitadores de Cristo (I Co.11:1).
Uma obra desta natureza resultará em premiação, resiste ao fogo do juízo divino.
– A segunda espécie de obras produzidas pelos salvos são as obras de prata, que, como ensina o pastor João Maria Hermel: “PRATA: símbolo de redenção, resgate, sacrifício de Cristo (Ex. 30:11-16; I Co.1:23)” (ibid).
– As obras de prata referem-se às ações praticadas pelos salvos cujo objetivo era a salvação das almas, que as pessoas fossem alcançadas pela redenção de Cristo. São ações que priorizam o sacrifício de Cristo, é a pregação de Cristo e Este crucificado, que era o que Paulo procurava apresentar às pessoas (I Co.2:2), a mensagem da cruz.
– A Igreja precisa ter consciência que sua tarefa precípua no mundo é a pregação do Evangelho (Mc.16:15), é anunciar a salvação na pessoa de Cristo aos incrédulos. Tudo o que for feito com esta intenção, com esta motivação será uma obra de prata, que será aprovada pelo Senhor Jesus, pois é para isto que Ele nos chama (Mt.4:19; At.9:15; 23:11; I Co.9:16; I Pe.2:9).
– A terceira espécie de obras produzidas pelos salvos são as obras consideradas como pedras preciosas. Segundo o pastor João Maria Hermel, “…PEDRAS PRECIOSAS: simboliza tudo o que se faz através do Espírito Santo (Fp.3:3; Rm.15:18-20; Gn.24:53; I Co.12:4-6).…” (ibid.).
– As pedras preciosas simbolizam as atitudes que fazemos por meio do Espírito Santo, ou seja, todas as ações que realizamos sob orientação e direção do Consolador que o Senhor deixou para nos guiar em toda a verdade (Jo.16:13).
– Há uma necessidade premente de nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo e de atendermos às Suas orientações.
recisamos ser espirituais, não dando vazão ao nosso “eu” ou à nossa vontade. Fomos escolhidos para ir e dar fruto (Jo.15:16), e este fruto outro não é senão o fruto do Espírito Santo (Gl.5:22).
– Os que tiverem edificado com estes três materiais, certamente receberão galardão da parte do Senhor Jesus (I Co.3:14), visto que seu trabalho não foi em vão, resultou em frutos que foram aprovados pelo fogo divino.
– Entretanto, não são estes os únicos materiais com que se edifica na obra de Deus. Como o homem é falho (Sl.9:20), também se edifica mal, também se constrói com materiais que, lamentavelmente, não resistem ao julgamento do fogo divino.
´Três são estes materiais, que não resistem ao fogo: a madeira, o feno e a palha. São obras realizadas sem a orientação divina, feitas por homens em prol dos homens, feitas sem o foco correto, que é o Senhor Jesus.
– Segundo o pastor João Maria Hermel, “…MADEIRA: representa a natureza humana (I Co.3:3; Lc.6:33,34). As obras de madeira são as realizadas mediante conceitos humanos, que têm sua origem no próprio crente.São
obras que desprezam a orientação do Espírito Santo e que querem fazer a obra de Deus consoante as suas próprias habilidades, dentro de uma mentalidade terrena, sem qualquer consulta ao Senhor.
– “…FENO: representa aquilo que é seco, sem renovação (Jr.23:28; Is.15:6).…”(ibid.). Sãs as obras realizadas por pessoas que deixaram de ter uma vida de intimidade com Deus, que se deixaram desfalecer, que não mais procuram a necessária renovação diária com o Espírito Santo, mediante os meios de santificação (oração, meditação nas Escrituras, temor a Deus, jejum, participação digna na ceia do Senhor).
São pessoas que passaram a usar o “piloto automático” na vida espiritual, que se contentam em repetir aquilo que “deu certo” ou “está dando certo”, realizando ações que nada representam em termos de vida e de avivamento espirituais.
– “…PALHA: representa a ausência de estabilidade (Ef.4:14) e também servidão (Ex.5:7), a palha não tem sabor, fala dos crentes que não perseveram nos caminhos do Senhor.…” (ibid.).
Sãs as obras daqueles que não têm firmeza espiritual, que não conseguem superar a mediocridade espiritual, que um dia estão juntinho do trono de Deus, no outro dia, extremamente próximos ao pecado.
Pessoas volúveis, que não têm estrutura doutrinária, que não estão arraigados na Palavra de Deus e que, por isso, não podem produzir algo duradouro. Fomos chamados para produzir fruto permanente (Jo.15:16), para sermos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (IU Co.15:58).
– Os que forem reprovados neste julgamento não perderão a salvação, pois a salvação se faz pela fé em Jesus e estes crentes creram em Cristo, tanto que puseram como fundamento da edificação o Senhor Jesus (I Co.3:15). Entretanto, não terão direito a galardão, mas tão somente a um louvor (I Co.4:5).
– Após o exame das obras de cada um, que serão publicamente manifestas a todos os salvos em Cristo Jesus, para que tenhamos a devida transparência, o Senhor dará a cada um o galardão que está com Ele (Ap.22:12).
– Uma fé produtiva e completa é aquele em que não somente se crê que Deus existe mas que Ele é galardoador de todos que O buscam (Hb.11:6). Somente quem produziu obras de ouro, prata e pedras preciosas alcançou a completude desta fé e, por isso mesmo, receberá o galardão.
Aqueles que somente creram que Deus existe e se submeteram a Ele como Senhor, demonstrando uma fé genuína, mas que não tiveram a capacidade de reconhece-l’O como galardoador, receberão a salvação (o que não é pouca coisa), mas não terão qualquer galardão, a não ser o já mencionado louvor (I Co.4:5).
– Estes galardões são denominados nas Escrituras de “coroas”, linguagem muito conhecida pelo mundo greco-romano, que via sempre os atletas receberem como prêmios “coroas”, que eram normalmente feitas de louro e entregues aos que venciam as competições, em especial os Jogos Olímpicos.
– O apóstolo Paulo diz que todo salvo na pessoa de Cristo Jesus é um atleta e que receberá também um prêmio no final de sua carreira (I Co.9:24). Estamos correndo de forma a recebermos este prêmio ao final de nossa jornada aqui na Terra? Pensemos nisso!
– A Bíblia fala de alguns galardões, de algumas coroas que serão dadas aos salvos e o motivo de sua concessão. Vejamo-los:
– A primeira coroa mencionada é a coroa da justiça (II Tm.4:8). Esta coroa será dada pelo Senhor a todos quantos amarem a Sua vinda. Segundo o que Paulo nos diz, quem ama a vinda do Senhor, combate o bom combate da fé, acaba a carreira e guarda a fé, apesar de todas as situações e circunstâncias adversas que se lhe apresentem (II Tm.4:7).
– Vemos aqui, mais uma vez, o equívoco daqueles que defendem a chamada “teoria do arrebatamento parcial”. Os crentes que “amam a vinda do Senhor”, que mantêm acesa e manifesta a esperança no arrebatamento da Igreja, vivendo de modo a estar sempre pronto para este evento e divulgando a mensagem aos demais cristãos, não são os que vão subir, pois subir ao encontro do Senhor nos ares todos subirão, mas serão aqueles que receberão a “coroa da vida”.
Estamos, pois, não a falar de ser, ou não, arrebatado, mas, sim, de ser, ou não galardoado.
– A segunda coroa mencionada é a coroa da vida (Tg.1:12). Esta coroa será dada pelo Senhor a todos quantos amarem ao Senhor e forem fiéis até a morte (Ap.2:10). Jesus diz que quem O ama, faz o que Ele manda (Jo.15:10,14).
– Estamos diante da premiação que derem as suas vidas por fidelidade ao Senhor Jesus. Nem todos precisarão morrer pela fé, mas aqueles que o fizerem serão devidamente recompensados pelo Senhor, recebendo esta coroa. Trata-se de um galardão a ser entregue a quem, a exemplo de Paulo, derramar seu sangue em aspersão de sacrifício (II Tm.4:6). É o prêmio que receberão os mártires.
– Foi com base nesta evidência bíblica que a Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa consideraram que, ao ficar evidenciado que alguém morreu por causa da fé, temos a convicção de que esta pessoa já está no Paraíso, pois, se haverá a premiação de tais pessoas no Tribunal de Cristo, tem-se como pressuposto de que esta pessoa está salva.
– Devemos ter um pouco de cuidado com esta afirmação, pois, se há uma forte evidência de que o mártir somente o é por causa de sua condição de salvo em Cristo Jesus, isto não é uma certeza absoluta, pois, como diz o próprio Paulo, pode ser que alguém ouse morrer pelo bom (Rm.5:7) e não há pessoa que ostente a bondade em nível mais sublime que o Senhor Jesus.
– Ademais, é imperioso observarmos que muitos martírios não se fazem por causa da fé em Cristo Jesus, mas por outros motivos, como vemos, por exemplo, entre os mártires muçulmanos, que entregam a sua vida em troca de vantagens puramente carnais, como é o ilusório desfrute de setenta virgens no Paraíso, como é prometido no Alcorão.
– Mas ainda que o martírio se tenha dado por causa da fé em Cristo, tal martírio confere ao salvo a recompensa, a ser recebida no Tribunal de Cristo, que é a coroa da vida e não qualquer poder de poder interceder pelos salvos que ainda estão peregrinando na Terra como defendem romanistas e ortodoxos, pois não há qualquer comunicação entre vivos e mortos.
– A terceira coroa mencionada é a coroa de glória (I Pe.5:4). Esta coroa está reservada aos pastores que apascentarem o rebanho de Deus da forma biblicamente prevista, ou seja, com cuidado, não por força, voluntariamente, não por torpe ganância, de ânimo pronto, não como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (I Pe.5:2,3).
– Somente a Igreja terá o privilégio de receber galardão do Senhor, pois somente ela participará do Tribunal de Cristo.
Os salvos que se salvarem a partir da dispensação da graça não terão este privilégio, pois, daqui para a frente, o julgamento será tão somente de salvação ou condenação, sem que haja qualquer direito a galardão. Por isso, a Bíblia diz que são bem-aventurados aqueles que participam da ceia das bodas do Cordeiro (Ap.19:9).
– Por fim, cabe-nos observar que esta menção de coroas, de prêmios é identificada por alguns como sendo diferentes posições que haverá nos céus para os crentes, o que não é de se admirar, pois, como sabemos, temos diferentes ordens angelicais, umas mais próximas e outras mais distantes do Senhor, outras com maior glória, outras com menor glória.
– Diz o Senhor Jesus que nós seremos como os anjos nos céus (Mt.22:30), de modo que não é surpreendente que tenhamos posições distintas na glória, mesmo todos pertencendo à Igreja, já que tivemos diferentes respostas e reações à escolha de Cristo a nosso respeito.
Tanto assim é que o Senhor Jesus prometeu um lugar distintivo aos Seus apóstolos (Mt.19:28), sendo também evidente tal distinção na cena do culto celestial presenciado por João em Ap. 4 e 5, pois o Senhor julgará a cada um segundo a sua obra e, naturalmente, este tratamento individual não admite a massificação, o igualitarismo, algo que jamais foi feito pelo Senhor, que criou cada ser humano diferente do outro.
– Façamos, portanto, a obra do Senhor com firmeza, constância, com o objetivo de sempre glorificar a Deus, de anunciar a salvação na pessoa de Cristo Jesus, sob a direção e orientação do Espírito Santo e, deste modo, não só seremos provados mas aprovados e devidamente galardoados no Tribunal de Cristo.
Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
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