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LIÇÃO 04 – SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL

COMENTÁRIOS – EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO

(ASSEMBLEIA DE DEUS – MINISTÉRIO DO BELÉM – SEDE – SÃO PAULO/SP)


A violência social é mais outra nefasta consequência do pecado.

INTRODUÇÃO


–  A  violência  social  é  mais  outra  nefasta  consequência  da  entrada  do  pecado  no  mundo  e,  portanto,  somente será debelada quando o pecado for definitivamente extirpado.


–  O  salvo  em  Cristo  Jesus  deve  saber  lidar  com  esta  realidade,  confiando  em  Deus  e  amando  o  próximo.


I – A ORIGEM DA VIOLÊNCIA SOCIAL


– Na sequência do estudo das aflições por que passamos nesta vida sobre a face da Terra, iniciamos agora o  estudo do segundo bloco, referente ao que denominamos de “dramas sociais”, ou seja, aflições decorrentes  da nossa convivência com os demais seres humanos em nossa peregrinação terra.


– O homem não foi feito para viver sozinho (Gn.2:18), é um ser gregário, ou seja, vive necessariamente  com outros de sua espécie, vive em sociedade. Assim Deus fez o ser humano, de sorte que, como já dizia o  filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), o homem é um ser “naturalmente social”.


– Ao criar o homem um ser social, o Senhor fez com que o homem somente pudesse atingir os propósitos  sublimes para ele determinados pelo próprio Deus se estivesse vivendo em sociedade. Não haveria como o homem obter a frutificação, a multiplicação, a preenchimento da Terra e a dominação sobre a criação terrena  (Gn.1:28) se não vivesse em sociedade, sociedade esta que tem como célula mater a família (Gn.2:24).

–  Antes  que  o  primeiro  casal  pecasse,  a  vida  que  mantinham  entre  si  era  de  perfeita  unidade  e  harmonia. Tanto  assim  é  que  as  Escrituras  nos  afirmam  que  não  havia  qualquer  senão  entre  eles,  pois,  em  pura  inocência, embora estivessem nus, não se envergonhavam um do outro (Gn.2:25), nada escondiam um do  outro, viviam na mais completa paz e comunhão, não só entre si como também com o Senhor.



–  No  entanto,  assim  que  pecaram,  tudo  isto se  modificou.  Homem  e  mulher  viram-se  nus,  passaram  a  ter  vergonha  um  do  outro,  procuraram  esconder-se  de  si  próprios,  um  do  outro  e,  também,  de  Deus,  pois,  quando  o  Senhor  a  eles  veio  na  viração  do  dia,  não  tiveram  como  se  apresentar  diante  d’Ele.  A  paz  e  harmonia nos relacionamentos estavam prejudicadas por causa do pecado (Gn.3:7,8).


– A sequência da narrativa bíblica mostra-nos, ainda, que homem e mulher passaram a se acusar. Adão pôs a  culpa  da  queda  na  mulher  e  a  mulher,  na  serpente  (Gn.3:12,13).  Inexistia  um  clima  de  harmonia  e  de  comunhão,  mas,  em  lugar  daquilo  que  antes  havia  entre  os  seres  humanos,  passou  a  haver  desconfiança,  isolamento e um egoísmo em que um não queria mais saber do bem-estar do outro, mas, sim, uma ilusória  busca pela salvação, mesmo em detrimento do outro.


– Esta situação lamentável não cessou ali no Éden. Pelo contrário, o Senhor, ao pronunciar o juízo sobre o  primeiro casal, foi claro ao mostrar que esta desarmonia, este desequilíbrio nos relacionamentos perduraria como consequência do pecado. Ao se dirigir à mulher, a sentença foi claríssima: “o teu desejo será para o  teu marido, e ele te dominará” (Gn.3:16 “in fine”).


– Ao pronunciar esta sentença, não estava o Senhor adotando um “patriarcalismo” ou um “machismo”, como  se anda propagando em nossos dias e, pasmem todos, com a adesão de muitos que cristãos se dizem ser. O Senhor não  estabeleceu  qualquer  superioridade  do  homem  sobre  a  mulher,  mas,  sim,  afirmou  que,  como  consequência  do  pecado,  haveria  um  desequilíbrio  entre  os  relacionamentos  humanos,  haveria  um  traço de iniquidade produzido pelo pecado nas relações humanas, a começar pelo domínio do homem sobre  a mulher.


– Este domínio do homem sobre a mulher era a primeira demonstração de que, com a entrada do pecado no  mundo, prevaleceria o egoísmo, o interesse próprio nas condutas humanas, não haveria lugar para o amor ao próximo, para o desenvolvimento da fraternidade.

Os homens pensariam, antes de mais nada, em si mesmos  e, neste pensamento, não titubeariam em prejudicar o outro, em querer dominar o outro, em transformar o  outro em mero instrumento para a satisfação de seus desejos e projetos.



– Esta triste realidade vemos bem estampada algum tempo depois no relato bíblico do episódio a envolver os  dois primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel. Algumas décadas haviam se passado desde a expulsão do  primeiro  casal  do  Éden  e  já  sentimos  como  as  relações  entre  os  homens  se  encontravam  extremamente  afetadas pelo pecado.



– Caim, tomado pela inveja, matou o seu irmão Abel, uma vez que o sacrifício deste havia sido aceito por  Deus, enquanto que, com respeito ao seu sacrifício, não tinha havido aceitação da parte do Senhor (Gn.4:1-11). Temos aqui a notícia do primeiro crime de homicídio na história da humanidade, a clara demonstração  de que a violência social tem como causa o pecado.

– Deus alertou Caim, antes do cometimento deste crime, de que ele deveria cuidar da sua comunhão com o  Senhor,  pois,  se  isto  não  ocorresse,  o  pecado  o  dominaria  (Gn.4:7).  No  entanto,  Caim  não  deu  ouvidos  a  Deus, antes preferiu matar Abel e, desta maneira, “não ter concorrência” quando fosse oferecer sacrifícios ao  Senhor.


– Na atitude tomada por Caim, notamos, com absoluta clareza, que a decisão pelo crime, pela violência é  resultado de uma rejeição a Deus, é consequência direta do pecado, é resultado de uma vida impregnada  de egoísmo, individualismo, de total despreocupação com o próximo. Tanto assim é que a primeira atitude  de  Caim  ao  ser  interpelado  pelo  Senhor  a  respeito  do  paradeiro  de  Abel,  foi  a  de  dizer  que  não  era  ele  guardador do seu irmão (Gn.4:9 “in fine”).


– A origem da violência social, portanto, é o pecado, aquele que o próprio Deus disse a Caim que estava à  espreita, procurando dominá-lo. Por isso, aliás, assistimos a um grande aumento da criminalidade em nossos  dias, dias de multiplicação da iniquidade (Mt.24:12).


–  Muitos  têm  procurado  defender  a  tese  de  que  a  causa  da  criminalidade  é  a  injustiça  social,  a  má  distribuição de renda, a falta de oportunidade às camadas mais pobres da população e que, havendo melhora nos índices sociais, a tendência da criminalidade é de ser reduzida e, quiçá, debelada. Tais estudos, porém,  não se coadunam com a realidade bíblica e, como sabemos, a Bíblia é a verdade (Jo.17:17).


– Estes estudos, em que pesem suas estatísticas, são diariamente infirmados pelos fatos, não podendo, pois,  ser acolhidos. Estivessem  eles certos, os países  mais ricos seriam, necessariamente, países sem  crimes ou com criminalidade descendente, o que, entretanto, não ocorre. Estivessem eles certos, a criminalidade não alcançaria as camadas mais abastadas da população, o que, também, não é o que se vê.

 Notamos, portanto, que tais pensamentos e ideias, embora difundidos e apresentados como “verdade” pelos meios acadêmicos e de comunicação, não resistem aos fatos.


– Estes estudos esquecem-se do principal problema que causa a violência social, que é o pecado, pecado que,  inclusive, também causa a injustiça social e a má distribuição de renda. 


A violência social é resultado de  uma  vida  sem  Deus,  de  uma  vida  que  busca  a  satisfação  da  natureza  pecaminosa  e  que,  por  seu  individualismo, egoísmo e desprezo para com o próximo, faz com que, a exemplo de Caim, não se tenha a menor  dificuldade  em  se  prejudicar,  e  eliminar  até,  o  outro  para  que  haja  a  concretização  dos  projetos  malévolos levados a efeitos por quem anda sem Deus por esta Terra.


II – CONVIVENDO COM A VIOLÊNCIA SOCIAL



–  Visto  que  a  origem  da  violência  social  é  o  próprio  pecado,  temos  que,  à  evidência,  não  teremos  como  combater a violência social se não combatermos o pecado. Não é por outro motivo que um dos caminhos  efetivos de diminuição da violência social é a pregação do Evangelho, pois só ele é o poder de Deus para a  salvação  de  todo  aquele  que  crê  (Rm.1:16).  Por  isso,  razão  tinha  o  presidente  brasileiro  Getúlio  Vargas (1882-1954) quando, certa feita, disse que quando se abre uma igreja, deixa-se de abrir um presídio.


– Diante desta realidade, torna-se pueril buscar-se uma vida terrena em que não haja violência ou se crer em  ações ou estratégias que eliminem a violência da sociedade, pois sabemos que, sendo o pecado a origem da  violência, e estando nós a viver numa época em que se multiplica o pecado, é de se esperar que a violência  aumente cada vez mais, em cumprimento até ao que se encontra nas Escrituras.


–  Deste  modo,  do  salvo  em  Cristo  Jesus,  que  conhece  a  verdade,  não  se  pode  esperar  que  confie  nos  planos criados pelos homens para a extirpação ou minoração da violência, pois não pode o Estado, a  quem se atribui a tarefa de solucionar o problema, resolver esta questão, pois não se trata de uma questão  política, mas, sobretudo, de uma consequência de um problema espiritual muito mais profundo e complexo.


–  Enquanto  a  sociedade  clama  pela  diminuição  e  erradicação  da  violência,  buscando  mesmo  auxiliar  o  Estado para a solução deste problema, a própria sociedade, paradoxalmente, torna-se mais violenta a cada  dia que passa. Como afirmou o sociólogo brasileiro Antonio Flávio Testa, “…Vivemos em uma sociedade  que   aceita,   paradoxalmente,  a   violência,  não   obstante  todo   o   investimento   feito   para   diminuir  a criminalidade.…”      (A      violência      social      no      Brasil.      23      mar.      2009.      Disponível      em:  http://professortesta.blogspot.com.br/2009/03/violencia-social-no-brasil.htmlAcesso em 29 maio 2012).


– Isto se dá precisamente porque, apesar de querer o fim da violência, a sociedade está a pecar cada vez mais  intensamente, e o pecado, entre os seus produtos, gera violência, como já pudemos observar.


–  Diante  deste  quadro,  além  de  evangelizar,  pois  é  através  do  Evangelho  que  podemos  diminuir  esta  violência, pois só com a salvação em Cristo Jesus podemos nos libertar do pecado e, deste modo, também não mais satisfazermos aos desejos carnais que nos levam a uma vida de violência (Jo.8:32-36), o que deve  fazer o salvo em Cristo Jesus?

–  O  salvo,  sabendo  a  real  origem  da  violência  social,  tem  de  conviver  com  esta  dura  realidade,  visto  que  estamos no mundo (Jo.17:11), mundo está que está no maligno (I Jo.5:19) e do qual o Senhor Jesus não pede  para que dele sejamos tirados (Jo.17:15).


– Temos de ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt.5:13,14) e, para tanto, temos de ser mantidos aqui na  Terra até o dia em que o Senhor nos quiser recolher para a eternidade ou, então, no dia do arrebatamento da Igreja.  Em  sendo  assim,  teremos  de  conviver  numa  sociedade  cada  vez  mais  violenta  e,  o  que  é  real,  muitas vezes sofrendo os males causados por esta violência.


–  Na  convivência  com  a  violência  social,  devemos  nos  lembrar,  ainda,  do  primeiro  homicídio  da  humanidade. Ali a vítima do crime foi o justo Abel (Mt.23:35; Hb.11:4), prova de que os justos não estão  livres  de  ser  vítimas  de  crimes  nesta  Terra.


 Aliás,  os  salvos,  além  da  violência  normalmente  sofrida  por  todos os seres humanos neste mundo que jaz no maligno, ainda sofrem a violência por servirem a Deus, não  raras vezes morrendo por causa da fé (Lc.21:16,17; Hb.11:35-40).


– Assim, além de termos consciência de que temos de conviver num mundo cada vez mais violento, também  precisamos estar certos de que nós mesmos podemos, apesar de nossa condição de servos do Senhor, e até por causa disso, ser alvo da violência. Não estamos imunes à violência e quando ocorrer de um servo de  Deus  ser  vítima  de  crime,  não  tenhamos  nossa  fé  abalada,  nem  tampouco  coloquemos  em  dúvida  a espiritualidade daquele que for vítima da violência, mas, antes, nos lembremos do justo Abel.

– Mas alguém poderá objetar o que estamos a dizer, afirmando que Jesus, embora não tenha pedido ao Pai  que  nos  tirasse  do  mundo,  pediu  ao  Senhor  que  nos  livrasse  do  mal  (Jo.17:15).  Não  haveria,  pois,  uma  promessa  de  Cristo  de  que  jamais  sucederia  mal  a  nós,  de  que  jamais  seríamos  vítima  de  violência  neste  mundo?



– Este mal a que Jesus Se refere em Jo.17:15 não significa, em absoluto, uma imunidade à violência nesta  Terra,  tanto  que,  como  já  dissemos,  são  muitos  os  servos  do  Senhor  que  padecem  por  causa  da  fé  e,  se fôssemos  entender  o  mal  mencionado  em  Jo.17:15  como  uma  imunidade  à  violência,  não  teríamos  como  considerar  os  martírios  mencionados  nas  Escrituras,  como  as  mortes  de  Estêvão  (At.7:59,60)  e  de  Tiago  (At.12:1,2).


– Este mal a que Jesus Se refere é o verdadeiro mal, que é a perda da salvação, a eternidade sem Deus. Tanto  assim é que, quando o Senhor Jesus adverte os Seus discípulos de que eles sofreriam e até perderiam a vida por causa do Seu nome, foi enfático ao afirmar que não deveríamos temer aqueles que podem matar o nosso corpo, mas, sim, Aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo, i.e., o próprio Deus (Mt.10:28; Lc.12:4,5).


– Confiamos em Deus e devemos pedir-Lhe proteção numa sociedade cada vez mais violenta, mas isto não  significa  que  estejamos  imunes  à  violência.  Por  isso,  devemos,  sim,  tomar  todas  as  precauções existentes  para  nos  protegermos  da  criminalidade,  lembrando,  porém,  que  não  devemos  confiar  nos equipamentos, nas estratégias de segurança mas, sim, lembrarmos que nossas vidas estão nas mãos de Deus.


– Nesta confiança em Deus, encontra-se outra atitude que devemos ter ante esta realidade, que é a de não sermos  contaminados  por  uma  obsessão,  por  uma  ansiedade,  por  um  medo  excessivo,  por  uma  fobia  em razão da violência.



–  Neste  sentido,  aliás,  nosso  comentarista  fala  dos  “traumas”  da  violência  social.  “Trauma”  é  palavra  de origem grega que significa “ferida”. Os “traumas” podem ser físicos ou psicológicos.


–  “O  trauma  psicológico  é  um  tipo  de  dano  emocional  que  ocorre  como  resultado  de  um  algum acontecimento.  Pressupõe  uma  experiência  de  dor  e  sofrimento  emocional  ou  físico.


 Como  experiência dolorosa que é, o trauma acarreta uma exacerbação do medo, o que pode conduzir ao estresse, envolvendo mudanças físicas no cérebro e afetando o comportamento e o pensamento da pessoa, que fará de tudo para evitar  reviver  o  evento  que  lhe  traumatizou.  Igualmente,  pode  acarretar  depressão,  comportamentos obsessivos  compulsivos  e  outras  fobias  ou  transtornos  ,  como  o  de  pânico.…”  (  Trauma  psicológico.  In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trauma_psicol%C3%B3gicoAcesso em 29 maio 2012).



– Assim, ante uma experiência de violência, pode a pessoa desenvolver um trauma psicológico, o que é cada vez  mais  comum,  tendo  em  vista  a  crescente  crueldade  com  que  estão  sendo  perpetrados  os  crimes  na atualidade,  como  reflexo  desta  multiplicação  do  pecado.


 Os  salvos,  não  estando  imunes  à  violência, também não estão livres de sofrer com traumas decorrentes desta experiência terrível que é a de ser vítimas de uma criminalidade violenta e cada vez mais assustadora.


–  A  superação  desta  situação  em  que  podemos  nos  envolver  em  virtude  da  experiência  com  a  violência depende,  sobretudo,  de  entrarmos  em  contato  mais  íntimo  com  o  Senhor.


  O  trauma  é  uma  “ferida  na alma”, fonte de nossa sensibilidade, algo extremamente compreensível, mas que deve ser suplantado não só diante  dos  recursos  existentes  na  ciência  (seja  a  medicina,  seja  a  psicologia),  mas  ante  uma  intensa aproximação com o Senhor, pois não há quem possa nos dar refrigério como o nosso Deus, o nosso socorro bem presente na hora da angústia (Sl.46:1).


 –  Precisamos,  diante  de  uma  experiência  desta  natureza,  entender  que,  mesmo  tendo  sido  vítimas  de  uma violência, não estamos desamparados pelo Senhor. Tais situações mostram-nos quanto o pecado prejudica a humanidade e que, apesar de tudo, temos garantida a salvação em Jesus Cristo e que tudo quanto estamos a sofrer aqui é passageiro, que nos espera algo muito melhor, novos céus e nova terra em que habita a justiça (II Pe.3:13).


–  Muitas  vezes,  a  experiência  com  a  violência  é  permitida  pelo  Senhor  para  nos  ensinar  a  não  dar tanto valor para as coisas desta vida, mas darmos prioridade ao que realmente importa, ou seja, ao reino de  Deus  e  à  sua  justiça  (Mt.6:33).


 Conhecemos  diversos  testemunhos  de  pessoas  que  foram  vítimas  de crimes e que, naqueles instantes tenebrosos, viram que nada valem os bens que possuíam, a posição social ou o prestígio alcançados e tão perseguidos, quando, sob a mira de uma arma de fogo, estavam a ponto de ser  mortos.  São  experiências  terríveis  mas  que  nos  fazem  acordar  para  a  realidade  da  vida  humana. 


Porventura, não foi isto que sentiu Ló quando foi levado cativo juntamente com os sodomitas (Gn.14:12).Quem sabe não foi depois esta terrível experiência que ele passou a se afligir com a maldade de Sodoma (II Pe.2:7,8)?

– O trauma desenvolve-se e se fortalece quando, em meio a tais experiências dolorosas e terríveis, a pessoa deixa de se voltar para Deus e, ao revés, volta-se contra Ele, querendo culpar-Lhe pelo acontecido, algo que, tomemos cuidado, é uma artimanha utilizada por Satanás para nos levar a uma atitude contrária à vontade de Deus.


– Quando  passarmos  por  experiências  traumáticas,  jamais  nos  levantemos  contra  o  Senhor,  nem procuremos  questionar  o  porquê  daquela  situação,  como  que  a  querer,  diante  de  Deus,  dizer  que  não merecíamos passar por aquela situação ou, o que é pior, culpar Deus pelo acontecido.


 Deus sempre nos quer bem e, mesmo diante de situações extremamente penosas, jamais devemos deixar de considerar que todas as coisas  contribuem  juntamente  para  o  bem  daqueles  que  amam  a  Deus  e  são  chamados  pelo  Seu  decreto (Rm.8:28).



– Não resta dúvida que se trata de uma atitude difícil de ser tomada, mas é comportamento absolutamente necessário para quem serve a Deus e quer morar com o Senhor para sempre na eternidade. Não podemos querer raciocinar, em situações desta natureza, com a nossa mente humana, que é extremamente pequena e não tem condições de saber o que está acontecendo. 

O Senhor bem demonstrou a pequenez do entendimento humano ante o divino ao interpelar o patriarca Jó, quando este O questionava a respeito de todo o sofrimento que estava a padecer  (Jó 38-41).Não restou ao  patriarca, ao final daquele questionário, senão reconhecer que falava do que não entendia, de coisas maravilhosíssimas que não compreendia (Jó 42:3).

– Ao lidarmos com as reações psíquicas decorrentes de experiências de violência, devemos, antes de mais nada, nos aproximar do Senhor e buscar n’Ele o consolo, a superação dos traumas, pois somente desfrutando do consolo e do amor divinos poderemos enfrentar situações que tais.


–  Outra  atitude  que  devemos  evitar,  no  tratamento  desta  situação,  é  a  ansiedade.  Muitas  vezes,  não somos  vítimas  da  violência,  mas,  em  meio  às  ocorrências  cada  vez  mais terríveis  que  têm  acontecido  em nossos dias, podemos ser tentados a viver ansiosamente, receando ser vítimas de crime a todo instante, um comportamento que, entretanto, também não pode existir entre quem cristão se diz ser.

  É  evidente  que,  mesmo  sendo  servo  de  Deus,  como    dissemos  supra,  nem  por  isso  podemos  ser imprudentes  e  alheios  à  criminalidade  intensa  que  toma  conta  do  mundo  em  nossos  dias,  e  sejamos descuidados  com  a  segurança  dse  nossa  pessoa,  de  nosso  patrimônio  e  de  nossa  família.  Mas,  entre prudência e obsessão, há uma grande diferença.

–  “Ansiedade”,  diz  o  Dicionário  Houaiss  da  Língua  Portuguesa,  é  “grande  mal-estar  físico  e  psíquico; aflição, agonia”; “desejo veemente e impaciente”; “falta de tranquilidade; receio”; “estado afetivo penoso, caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso”. 

– A origem da palavra “ansiedade” é a palavra latina “anxietas, atis”, que, por sua vez, tem origem no radical “ang-“,  cujo  significado  é  “’estreitar,  oprimir,  apertar  (a  garganta)”,  que  tem  a  mesma  origem  da  palavra “angústia”,  que  a  psicologia  considera  como  sendo  “estado  de  excitação  emocional  determinado  pela percepção de sinais, por antecipações mais ou menos concretas e realistas, ou por representações gerais de perigo físico ou de ameaça psíquica” e a psicanálise, “reação do organismo a uma excitação impossível de ser assimilada, desencadeada pelo bloqueio da consecução da finalidade de uma pulsão (p.ex., a frustração do  orgasmo)  ou  pela  ameaça  de  perda  de  um  objeto  investido  por  uma  pulsão  (p.ex.,  a  perda  de  um  ser amado)”.


–  Isto  significa  que  todo  ser  humano,  salvo  ou  não,  tem  ansiedade,  pois  ela  é  o  resultado  de  termos  uma natureza pecaminosa e, ao mesmo tempo, termos sido criados para viver com Deus, o que é impossível por causa  do  pecado  que  praticamos.  Destarte,  neste  conflito  entre  o  objetivo  da  eternidade  e  o  domínio  do pecado que nos impele para o passageiro e temporário, surge uma “estreiteza”, um “aperto”, uma “opressão” no próprio ser humano, que gera a “ansiedade” ou “angústia”. Isto decorre da própria natureza humana e não há como dela nos livrarmos enquanto não atingirmos a glorificação, que é o estado final da salvação, quando nos livraremos desta natureza pecaminosa, deste “corpo do pecado”.


Até lá, porém, quem passou a depender exclusivamente de Jesus, quem se tornou em vara da videira verdadeira (Jo.15:1), tem como se livrar desta ansiedade, lançando-a sobre o Senhor Jesus, como, aliás, nos recomenda o apóstolo Pedro (I Pe.5:7).



–  A  salvação  é  o  primeiro  e  indispensável  passo  para  cuidarmos  da  ansiedade.  A  ansiedade  resulta  do domínio da natureza pecaminosa sobre o homem, e não poderá ser tratada se a carne não estiver crucificada com Cristo. Devemos andar segundo o espírito e não segundo a carne para termos condição de lutar contra a ansiedade e, por isso, temos de ter nascido de novo, nascido da água e do Espírito (Jo.3:3-6).


– A ansiedade resulta da falta de uma sensação de bem-estar, e esta sensação de bem-estar somente advém ao ser humano quando a eternidade do seu interior se encontra com o Eterno, ou seja, quando alguém aceita a Cristo Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador, instante em que o próprio Deus vem morar no interior do homem, preenchendo aquele vazio de significado, aquele vácuo interior do ser humano, vácuo que  só  pode  ser  preenchido  por  Deus  porque  é  “um  vazio  do  tamanho  de  Deus”,  o  único  ser  eterno  que existe.


–  Assim,  diante  de  fatos  tão  tenebrosos  como  o  aumento  da  violência  social,  a  reação  não  é  viver ansioso, dar as costas para Deus, mas aumentar, mais e mais, a confiança em Deus, voltar-se ao Senhor, tomando as devidas cautelas, mas sem deixar de confiar no Senhor, sem se entrar nesta paranoia que tem tomado a vida de muitos.



– Outra reação que costuma ocorrer diante da violência social é o medo. A palavra “medo” vem da palavra latina  “metus”,  cujo  significado  é  “medo,  temor,  desassossego,  inquietação,  ansiedade,  temor  religioso, objeto de temor”, palavra que, na linguagem do direito romano, significava, por sua vez, “constrangimento moral imposto a qualquer um para fazê-lo realizar um certo ato, pela ameaça de um mal iminente”.


– O “medo” está acompanhado de uma atitude de incredulidade. Ló, mesmo tendo sido salvo (praticamente à força) do desastre que cairia sobre as cidades da planície, não confiou que, no lugar indicado pelos anjos, estaria livre do juízo divino e, por isso, pediu que lhe fosse permitido ir para outro local, local este, aliás, muito mais vulnerável do que o monte. O “medo”, pois, sempre demonstra uma atitude de falta de confiança em Deus, está sempre relacionado com um ato de incredulidade.


–  O  medo  é  uma  sensação  que  advém  ao  ser  humano  quando  ele  verifica  que  é  incapaz,  impotente  para resolver uma determinada situação, de enfrentar um determinado perigo. Ao utilizar-se de sua inteligência e de sua capacidade intelectual, o homem percebe que existem circunstâncias que lhe trazem riscos, a começar pelo risco da sua própria sobrevivência, riscos estes que não tem como eliminar. Diante desta percepção do perigo, o homem, então, tem duas alternativas: ou confia em Deus, que é o seu Criador, que pode solucionar estes  problemas,  dando-lhe  a  necessária  segurança,  ou,  então,  cria  mecanismos  próprios  que  permitam amenizar ou eliminar, dentro de sua ótica, tais perigos.


– O medo é uma sensação que apresenta um lado positivo, qual seja, a consciência da fragilidade humana, de sua  impotência  diante  do  mundo.  Sem  que  se  verifique  esta  sensação,  não  há  como  percebermos  a  nossa necessidade  de  Deus. O  medo  é  uma  emoção  humana  que  desmente  a  ilusória  proposta  satânica  de  que podemos viver num estado de autossuficiência. Se não sentíssemos medo, certamente nos seria muito difícil perceber que precisamos de Deus.

– Não é por outro motivo que, nas Escrituras, temos, por 365 vezes, a expressão “não temais” ou alguma de suas  variantes,  o  que,  pela  coincidência  do  número  de  vezes  da  expressão  com  o  ano  do  calendário gregoriano,  fez  com  que  muitos  dissessem  que  há  uma  expressão  “não  temais”  para  cada  dia  do  ano. 


A insistência da Bíblia em dizer que não devemos ter medo é mais uma demonstração de que o sentimento de medo é inerente à própria condição humana, à própria natureza do ser humano, mas que Deus, ciente desta incapacidade,  desta  impotência  do  ser  humano,  está  sempre  à  disposição  para  eliminar  esta  sensação, mediante  a  comunhão  com  Ele,  o  que  se  dá  apenas  na  pessoa  de  Jesus  Cristo  que,  por  ser  Aquele  que elimina o medo, é o responsável por nos trazer a paz, aquele sentimento que nos completa e retira o medo, pois.


–  Como  se  pode  observar,  portanto,  o  medo  também  não  é  uma  reação  que  devamos  ter  em  meio  à violência social crescente em nossos dias. Trata-se de um comportamento inadequado para quem confia em Deus. Devemos ter uma vida de intimidade com o Senhor para evitar que tal conduta venha tomar conta de cada um nós.



– A ansiedade e o medo, ademais, são potencializados, nos dias em que vivemos, pelo sensacionalismo que muitas vezes caracteriza o tratamento da questão pelos meios de comunicação de massa. Embora seja  real  o  aumento  da  criminalidade,  não  devemos  dar  crédito  a  tudo  quanto  se  veicula  nos  meios  de comunicação, a ponto de termos transformada nossa conduta numa obsessão, visto que os justos são pessoas que  não  “engolem”  toda  e  qualquer  informação,  mas,  antes,  investigam  o  que  é  veiculado  (Sl.10:4), confiando em Deus e sabendo que Deus é a verdade (Jr.10:10).


– Em termos de violência social, também, existe um comportamento que é o de tentar reagir à violência com mais violência, à demonstração de desamor que sempre acompanha toda e qualquer atitude violenta com o ódio.  Assim,  não  são  poucos,  na  atualidade,  que  defendem   adoção  de  medidas  de  violência  contra  os criminosos, como os linchamentos e, não raras vezes, até mesmo a pena de morte para quem pratica delitos.



–  É  de  Deus  a  competência  para  a  aplicação  seja  da  morte  física  como  da  morte  espiritual,  tanto  que  as Escrituras  dizem  que  somente  Deus  pode  dar  ou  tirar  a  vida  (I  Sm.2:6)  como  também  que,  no  grande julgamento que haverá na humanidade, será Ele o grande julgador e a pena a ser aplicada aos transgressores será, exatamente, a pena de morte, mas a morte verdadeira, a morte eterna, a sempiterna separação de Deus (Ap.20:13-15).


– Sabemos que o tema é polêmico, mas temos a convicção de que a Bíblia Sagrada, em momento algum, dá a qualquer autoridade o poder de tirar a vida do semelhante, ainda que este seja mau e transgressor da lei.

O fato  de  a  pena  de  morte  ter  sido,  inclusive,  incluída  na  lei  de  Moisés  (embora  nunca  tenha  sido rigorosamente aplicada), não invalida este nosso entendimento, pois é bíblico que muito do que se constou na lei mosaica decorreu da dureza dos corações dos homens e não da vontade operativa de Deus (ou seja, que Deus tivesse querido isto, tendo apenas permitido).


– A defesa da pena de morte é a própria anulação da mensagem do evangelho, que é baseada na crença de que o homem pode se arrepender e, em se arrependendo, obtém o perdão de todos os seus pecados. A pena de  morte  está  baseada  no  pressuposto  de  que  há  seres  humanos  irrecuperáveis,  há  casos  em  que  não  é possível a restauração do homem e, portanto, deve ele ser retirado do meio social para sempre.

-Sabemos que há  pessoas  que  rejeitam  a  salvação  e  outras  que,  inclusive,  cometem  o  pecado  imperdoável  da  apostasia, contra o qual não há redenção possível. Todavia, a Bíblia toda ensina que cabe a Deus, o único dono da vida, a aplicação de eventual pena de morte, pena esta que é definitiva, pois não atinge apenas a morte física, mas também a morte espiritual. 

–  A  Palavra  de  Deus  é  enfática  em  afirmar  que  a  vingança,  a  recompensa  pelo  mal  cometido  não compete ao homem efetuar, mas, unicamente, a Deus e isto desde os tempos da lei de Moisés – Lv.19:18; Dt.32:35,41,42; Sl.94:1,2; Is.61:2; Rm.12:19; Hb.10:30; Ap.6:10; 19:2.


–  Portanto,  a  atitude  que  devemos  ter  com  relação  aos  criminosos  não  é  a  de  vingança  ou  de  sua eliminação, mas, sim, a mesma atitude que teve o Senhor Jesus que, diante de Seus algozes, perdoou-lhes (Lc.23:34).


– Diante da violência social, sem tirar a responsabilidade do criminoso, deve todo salvo apresentar o perdão como resposta à injustiça cometida. É o perdão a atitude de quem tem a salvação para aquele que agride, violenta. Devemos lembrar que não lutamos contra a carne nem contra o sangue, mas com todas as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais em Cristo (Ef.6:12).


– Como vítimas de crimes ou sendo duramente atingidos por crimes cometidos, mesmo não sendo as vítimas diretas de tais atitudes,  é preciso que estejamos  prontos a perdoar os criminosos. Sabemos que isto não é uma atitude fácil, mas não podemos deixar de entender que, para seguir a Jesus, temos de renunciar a nós mesmos (Mc.16:24) e o perdão é uma conduta típica de quem se negou a si mesmo (Mc.8:34; Lc.9:23).


– A grande diferença entre os que são salvos por Cristo Jesus e os demais seres humanos é, precisamente, a circunstância de que o cristão verdadeiramente ama o próximo como a si mesmo e, desta maneira, é capaz de  perdoar  àqueles  que  os  perseguem.  Jesus  mandou  que  amássemos  até  os  nossos  inimigos  (Mt.5:44; Lc.6:27,35) e, portanto, não temos como negar aos que cometem crimes contra nós ou nossos entes queridos o perdão.


– O perdão não significa que devamos ser lenientes com as condutas criminosas ou que permitam que campeie  a  impunidade.  Como  cidadãos,  devemos  exigir  das  autoridades  que  esmerem  pela  punição  dos delitos cometidos, para um estado de segurança, pois para isto elas foram constituídas, para “castigar o que faz o mal” (Rm.13:4 “in fine”).


– A violência encontra-se banalizada na atualidade. O ambiente de multiplicação do pecado faz com que a violência seja cada vez mais admitida e aceita pela sociedade, nas mínimas coisas, o que é inadmissível e revela o alto grau de degradação moral e de corrupção da humanidade.


– Como servos de Deus, devemos exigir das autoridades uma conduta de combate à criminalidade e à violência, inclusive não permitindo que o Estado seja, ele próprio, um fator de geração de violência, como, lamentavelmente, se tem visto com cada vez maior intensidade nos aparelhos de segurança pública de nosso país, não raras vezes ele próprio promotor de atividades violentas e ilegais.


– Nunca é demasiado lembrar que, em Seu reino milenial, o Senhor Jesus terá como uma das características de Seu governo de paz, a exemplar e rápida punição de todos quantos violarem a legislação naquele tempo (Is.11:3-5). Ora, se assim será o reinado de Cristo, a Igreja deve sempre postular e defender que o modelo existente  se  aproxime  o  máximo  possível  daquilo  que  será  implantado  pelo  Rei  dos  reis  e  Senhor  dos senhores.


–  A  violência  social  é  consequência  do  pecado  e,  como  tal,  tem  a  responsabilidade  pessoal  do criminoso.  Não  se  pode,  também,  querer  atribuir  à  sociedade  ou  à  miséria  a  total  responsabilidade  pelo cometimento de delitos, pois todo ser humano tem livre-arbítrio e, portanto, a opção pelo crime reflete uma rejeição  livre  e  consciente  da  misericórdia  e  da  graça  divinas,  exatamente  como  se  deu  com  o  primeiro criminoso, Caim, como já dissemos supra, Caim que as Escrituras dizem ser uma pessoa maligna (I Jo.3:12).


– Por isso, o perdão que o cristão deve dar àquele que cometeu crime contra si ou contra alguém que lhe seja querido não significa, em absoluto, a impunidade em termos sociais. Cada um deve responder pelos atos que cometeu e o Estado foi criado por Deus com este propósito de punir os delinquentes, punição, entretanto, que não pode ir além dos limites traçados pelo Senhor ao próprio Estado, o que envolve não só a preservação da vida do criminoso mas a inviolabilidade de sua dignidade como pessoa humana, imagem e semelhança de Deus.


– Diante dos criminosos, a igreja deve ir aos estabelecimentos penitenciários e voltar a bradar, com a mesma  unção  do  Espírito  Santo,  que  os  condenados  e  presos  devem  se  “salvar  desta  geração perversa”(At.2:40), que devem se arrepender e crer em Jesus (At.2:37-39; 16:26-31), pois o nosso Deus é o mesmo Deus de Paulo e de Silas e que também manifesta Seu poder e amor nas prisões.


– Não se contesta que a violência social traz muitas e grandes aflições aos que servem a Deus, mas é também nesta circunstância tão aflitiva que devemos, com tal conduta diferente da dos demais homens, fazer com que o nome do Senhor seja glorificado.


COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL – EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO

                                              

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