Sem categoria

LIÇÃO Nº 13 – A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DA SALVAÇÃO

lição 13 Lição 13 - A manifestação da graça da salvação foto

A graça de Deus trouxe salvação a todos os homens na pessoa de Cristo Jesus.

Para acessar a Leitura Diária Comentada click aqui
Para download do Plano de Aula em PowerPoint click aqui
Para acessar o Plano de Aula click aqui

 

INTRODUÇÃO

– Encerrando este trimestre letivo, estudaremos a parte final do capítulo 2 e o capítulo 3 da Epístola de Paulo a Tito.

– A graça de Deus trouxe salvação a todos os homens na pessoa de Cristo Jesus.

I – TITO DEVE FALAR DA GRAÇA DA SALVAÇÃO QUE SE MANIFESTA PARA TODOS

– Estamos a encerrar este terceiro trimestre letivo em que estudamos as cartas pastorais do apóstolo Paulo (I Timóteo, II Timóteo e Tito). Nesta última lição, analisaremos a parte final do capítulo 2 e o capítulo 3 da Epístola de Paulo a Tito (Tt.2:11-3:15).

– Depois de o apóstolo Paulo dizer como Tito e os segmentos das igrejas de Creta deveriam se comportar, em contraste com os falsos mestres que perturbavam aquelas igrejas locais, Paulo diz porque Tito e os crentes poderiam ter uma conduta diferente daqueles que não conheciam a Deus:

“porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt.2:11).

– Paulo mostra a Tito que uma conduta de acordo com a vontade de Deus, um comportamento exemplar que ele deveria ter diante das igrejas de Creta, não decorria senão da graça de Deus que se manifestara e trouxera salvação a todos os homens.

– Não é possível ao homem que tenha uma conduta concorde com a vontade divina por suas próprias forças, que agrade a Deus por seus próprios méritos.

Isto só é possível porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens. A salvação tem origem em Deus e jamais o homem poderá salvar-se por si próprio.

– Além de mostrar a causa de podermos agradar a Deus, causa que se encontra no Senhor e não em nós mesmos, o apóstolo dos gentios ainda nos mostra que a salvação está à disposição de todos os homens.

Jesus veio salvar a todos. Se é fato que nem todos se salvarão, isto não se deve a uma “limitação” da redenção, como ensinam os teóricos da predestinação, mas, sim, porque, tendo Deus feito o homem com o livre-arbítrio, deixou a cada ser humano a escolha entre servir ao Senhor, ou não, entre crer, ou não, em Cristo Jesus.

– A graça de Deus veio ao homem através de Cristo Jesus (Jo.1:17). “…Ela despontou quando Jesus nasceu, quando de Seus lábios emanaram palavras de vida e beleza, quando curava os enfermos, limpava os leprosos, expulsava os demônios, ressuscitava os mortos, sofreu pelos pecados dos homens e quando deu Sua vida pelas ovelhas para a reassumir na manhã da ressurreição.

Assim a graça derramou sobre o mundo a santa luz de Cristo e ‘afugentou a escura noite do pecado’…” (HENDRIKSEN, William. Comentários I Timóteo, II Timóteo e Tito. Trad. de Válter Graciano Martins, p.453).

– A graça ensina-nos que devemos renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas, vivendo neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo (Tt.2:12,13).

Nesta concisa afirmação, o apóstolo Paulo faz como que um resumo da vida cristã, que vale a pena dissecarmos.

OBS: “…O presente hino exalta a graça de Deus, manifesta no passado (v. 11), que educa os discípulos de Jesus no presente (v. 12), cuja revelação plena é aguardada no futuro (v. 13), cujo alicerce e força são o amor do Redentor, que p urifica seu povo e o leva a viver com zelo sagrado (v. 14).…” (BÜRKI, Hans. Carta a Tito: comentário Esperança. Trad. de Werner Fuchs, p.20).

– Por primeiro, Paulo ensina-nos que a graça de Deus faz com que o homem renuncie à impiedade, lembrando-nos o ensino do Senhor Jesus de que, para segui-l’O, devemos negar a nós mesmos (Mt.16:24; Mc.8:34; Lc.9:23).

Não há como alcançar a salvação se não renunciarmos à impiedade, se não deixarmos de pecar.

OBS: “…Tudo o que excita as paixões e arrasta o ser humano para longe de si mesmo está em contradição com uma vida sensata na justiça, motivo pelo qual deve ser resolutamente rejeitado, renegado.…” (BÚRKI, Hans. op.cit., p.21).

– Quando a graça de Deus alcança a vida de alguém, ela deixa de pecar, abandona o pecado, passa a viver separada do pecado. Como diz o salmista: “…a santidade convém à Tua casa, Senhor, para sempre” (Sl.93:5b).

Como a casa do Senhor somos nós (Hb.3:6), devemos ser santos, não podemos senão viver separados do pecado, é indispensável que renunciemos à impiedade.

– Quando a graça de Deus alcança a vida de alguém, ela não apenas deixa de pecar, mas, também, renuncia às concupiscências mundanas.

O salvo não dá lugar à carne, à sua natureza pecaminosa, mas tem esta sua velha natureza crucificada com Cristo, não mais vivendo, mas Cristo vivendo nele (Gl.2:20).

– Não podemos permitir que o velho homem, a carne prevaleça em nossas vidas, pois “…a inclinação da carne é morte (…) a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm.8:6,7).

– Esta realidade espiritual é figurada no batismo nas águas, em que, no momento em que alguém declara publicamente que foi salva por Cristo Jesus, imerge nas águas precisamente para indicar que o velho homem foi sepultado e que, agora, somente vive um novo homem, que ressuscitou com Cristo e que somente fará o que Deus quiser que se faça dali para a frente, uma “nova criatura” que andará em novidade de vida (Rm.6:3-10).

– A graça de Deus traz a completa transformação do ser humano, tanto que não só se fala em deixar de pecar, mas também em crucificar a carne.

Ao contrário da lei, que não atingia o coração do homem, o homem interior, visto que foi gravada em pedras ante a incredulidade dos israelitas (II Co.3:3), a graça vai até o mais profundo do homem, reatando a comunhão dele com o Senhor, razão pela qual não só exige a renúncia do pecado mas também a concupiscência, que é o fator gerador do pecado (Tg.1:14,15).

– A graça de Deus transforma o homem, torna-o uma nova criatura, algo que se inicia no interior do ser humano, mas a graça de Deus não se limita a alterar o interior, manifestando-se exteriormente para todos os homens, através de uma vida sóbria, justa e pia neste presente século.

– O salvo em Cristo Jesus continua vivendo neste mundo, embora a ele já não mais pertença (Jo.17:11,15,16), e, neste mundo, tem de mostrar a sua nova natureza, sendo sal da terra e luz do mundo (Mt.5:13-16).

Esta nova vida, esta nova conduta somente nos é possível pela graça de Deus, mas é totalmente contrária à vida velha, à vida que ainda é vivida pelos que não alcançaram ainda a salvação.

– Neste mundo, portanto, temos de ser diferentes dos que não conhecem a Deus e é, por isso, que o apóstolo havia dito que os falsos mestres não eram pessoas salvas, mas enganadores, visto que confessavam conhecer a Deus, mas O negavam com suas obras (Tt.1:16).

Por este mesmo motivo, aqueles que praticam a iniquidade serão tidos como desconhecidos do Senhor Jesus no dia do juízo, embora tivessem uma religiosidade aparente (Mt.7:21-23).

– Quem é salvo pratica boas obras e, por isso, tem uma vida sóbria, ou seja, uma vida equilibrada, uma vida que não se deixa embriagar com as coisas desta vida, que não se deixa iludir com este mundo, sabendo que tudo aqui é passageiro e que não podemos nos prender a ele.

– Quem tem uma vida sóbria busca as coisas que são de cima (Cl.3:1-3), dá prioridade ao reino de Deus e sua justiça (Mt.6:33), enche-se do Espírito Santo (Ef.5:18) e entende que a sua vida, doravante, só tem sentido para glorificar o nome do Senhor, seguindo o exemplo de Cristo (Jo.17:4).

– Quem é salvo pratica boas obras e, por isso, tem uma vida justa, ou seja, uma vida de acordo com a Palavra de Deus, pois ela é a reta justiça (Jo.7:24).

Esta justiça não provém do homem, mas, sim, de Deus, que é a justiça nossa (Jr.23:6), pois é Deus quem nos justifica, quem nos torna justos (Rm.3:30; 4:5; 8:33). Esta justificação vem-nos pela fé em Cristo Jesus (Rm.5:1).

A partir da justificação, passamos a obedecer às Escrituras Sagradas e a fazer a vontade de Deus.

– Quem é salvo pratica boas obras e, por isso, tem uma vida pia, ou seja, uma vida piedosa, uma vida caracterizada pela prática do bem, pelo amor ao próximo, por uma verdadeira e genuína religiosidade, que consiste em uma vida pura e imaculada de ajuda aos necessitados e que se guarda da corrupção do mundo (Tg.1:26,27).

– Mas a graça de Deus não só opera uma transformação interior, que se mostra por uma vida sóbria, justa e pia, mas também faz com que passemos a ter a esperança da vinda de Cristo Jesus.

O apóstolo afirma que o salvo aguarda a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.

– O verdadeiro, genuíno e autêntico servo de Cristo Jesus espera o retorno de Cristo, ama a vinda do Senhor (II Tm.4:8), a todo momento está em comunhão com o Espírito Santo e pede a volta do Senhor Jesus (Ap.22:17).

Era este o desejo do apóstolo Paulo, como no-lo demonstra em I Co.16:22.

– O salvo em Cristo Jesus aguarda a volta do Senhor Jesus, deseja se unir ao Senhor nos ares, tem como foco o arrebatamento da Igreja e, tendo esta esperança, purifica-se a si mesmo (I Jo.3:3), pois sabe que, como não está designada a data do arrebatamento, precisa estar pronto para se encontrar com o Senhor a qualquer momento.

Como diz o poeta sacro Almeida Sobrinho: “Nossa esperança é Sua vinda, o Rei dos reis vem nos buscar, nós aguardamos Jesus, ainda, té a luz da manhã raiar” (refrão do hino 300 da Harpa Cristã).

– Por isso mesmo, uma das demonstrações de que alguém não está salvo é, como diz o apóstolo Pedro, a negligência, a descrença na volta do Senhor (II Pe.3:3,4).

Quem deixa de esperar Jesus Cristo assim o faz porque passou a andar segundo as suas próprias concupiscências, deixou de seguir ao Senhor, passou a dar vazão à carne, a viver segundo a sua própria vontade, a não mais fazer a vontade do Senhor.

– Desejamos que o Senhor Jesus venha nos buscar, porque sabemos que Ele Se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniquidade e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras (Tt.2:14).

Sabemos que Ele nos amou primeiro (I Jo.4:19) e provou Seu amor morrendo por nós na cruz do Calvário (Rm.5:5) e que não há maior amor do que este, de dar alguém a Sua vida por pecadores (Jo.15:13).

– Desejamos que o Senhor Jesus venha nos buscar, porque o objetivo da obra redentora de Cristo é nos fazer tornar um com Ele e o Pai (Jo.17:21-23), unidade esta que somente se aperfeiçoará quando atingirmos a estatura completa de Cristo, quando formos glorificados e estivermos onde o Senhor Jesus já está, ou seja, à direita do Pai (Jo.14:1-3; 17:24).

– “…No aparecimento da glória de Cristo será obtida a bem-aventurada esperança. A felicidade deles será a seguinte: “…para que estejam com ele, para que vejam a sua glória” (Jo 17.24).

A glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo irromperá então como o sol. Ainda que no exercício do seu poder judiciário, Ele aparecerá como o Filho do Homem e será poderosamente declarado ser o Filho de Deus.

A divindade, que estava em grande parte velada na terra, brilhará então como o sol em sua força. Assim, a obra e o desígnio do evangelho são elevar o coração para essa segunda aparição de Cristo.

‘Somos gerados de novo para uma viva esperança’ (I Pe. 1:3), convertidos “…para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu Filho” (I Ts. 1:9,10). Os cristãos são marcados por isso, aguardando a vinda do seu Senhor (Lc. 12:36), amando a sua vinda (II Tm. 4:8).

Vamos, pois, olhar para essa esperança; que os nossos lombos estejam cingidos, e as nossas lâmpadas, brilhando, aguardando a vinda do Senhor. Não sabemos o dia e hora, mas “…o que há de vir virá e não tardará” (Hb. 10:37).

[4] O consolo dos cristãos é que o seu Salvador é o grande Deus e se manifestará em glória na sua segunda vinda. Poder e amor majestade e misericórdia surgirão então juntos no maior brilho, para o terror e confusão dos ímpios, mas para o triunfo eterno e o regozijo dos piedosos…” (HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento Atos a Apocalipse obra completa. Trad. de Degmar Ribas Júnior, pp.736-7).

– Como afirma William Hendriksen: “…A graça nos educa a fim de que ‘aqui e agora’

(…) vivamos vidas que mostrem uma relação transformada:

a) para consigo mesmo: ‘domínio próprio’, fazer uso adequado dos desejos e impulsos em si mesmos não são pecaminosos, e vencer os que são pecaminosos;

b) para com o próximo: ‘justiça’, honradez, integridade no relacionamento com os demais;

C) para com Deus: ‘devoção’, piedade, verdadeiro fervor e reverência para com o único que é objeto de adoração.…” (op.cit., p.455).

OBS: “… diz ‘sobriamente’, porque diz respeito a si; ‘justamente’, no que toca ao próximo; ‘piedosamente’ ou religiosamente, no que se refere a Deus…” (AQUINO, Tomás de. Comentário da Epístola de Paulo a Tito. Cit. Tt.2:11-14. n.8. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 07 jul. 2015) (tradução nossa de texto em espanhol).

– Era isto que Tito deveria pregar em Creta e estabelecer presbíteros que também pregassem esta mensagem. Pregar o Evangelho é dizer que Jesus veio a este mundo para nos salvar e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras.

A mensagem da cruz é o centro da pregação do Evangelho e não se pode pregar outra coisa senão a Cristo e Este, crucificado (I Co.2:2).

– A salvação é individual, mas Cristo, quando salva o homem, fá-lo pertencer a um povo. Somos membros em particular do corpo de Cristo (I Co.12:27), corpo de Cristo que é este povo, a Igreja, que pertence a Cristo (Mt.16:18; I Co.6:19,20).

– Não podemos desenvolver a nossa vida espiritual se não tivermos a consciência de que pertencemos ao povo de Deus e, por isso mesmo, não podemos deixar de conviver em um grupo social, que é a igreja local, para podermos chegar até a glorificação.

Embora tenhamos sido salvos por cremos em Cristo, não podemos deixar de considerar que nosso crescimento espiritual depende da nossa convivência com os demais salvos, pois é na igreja que iremos nos desenvolver, já que devemos :

– lavar os pés uns aos outros (Jo.13:14),

– amar uns aos outros (Jo.13:34,35;15:12,17; Rm.12:10; 13:8; I Ts.4:9; I Pe.1:22; I Jo.3:11,23; 4:7,11,12; II Jo.5),

– preferir em honra uns aos outros (Rm.12:10),

– receber uns aos outros (Rm.15:7),

– admoestar uns aos outros (Rm.15:14; Cl.3:16),

– servir uns aos outros (Gl.5:13),

– suportar uns aos outros em amor (Ef.4:2. Cl.3:13),

– perdoar uns aos outros (Ef.4:32; Cl.3:13),

– sujeitar-nos uns aos outros no temor de Deus (Ef.5:21; I Pe.5:5),

 – consolar uns aos outros (I Ts.4:18),

– exortar uns aos outros (I Ts.5:11; Hb.313; 10:25),

– considerar-nos uns aos outros (Hb.10:24),

– confessar a culpa uns aos outros (Tg.5:16).

– Vemos, pois, que a vida cristã se desenvolve coletivamente, dentro da igreja local, sendo, portanto, impossível que alguém “desigrejado” alcance este necessário e indispensável crescimento espiritual, sem o que não nos santificaremos e, sem a santificação, ninguém verá a Deus (Hb.12:14), pois a santificação é condição “sine qua non” para a glorificação, último estágio do processo da salvação (Rm.8:29,30).

– “…Deus quer um povo de Sua propriedade que colabora com zelo na salvação do mundo, iniciada pelo Redentor no momento em que apagou o pecado do mundo com Seu amor expiatório.

Também aqui constatamos a mais direta relação com o AT! Deus deseja propiciar Sua graça a todo mundo por meio de Seu povo, que Ele redimiu e educa.…” (BÜRKI, Hans. op.cit., p.20).

– Devemos, porém, ter cuidado, pois, ultimamente, andam alguns falsos mestres a ensinar que a salvação é “coletiva”, ou seja, dependemos dos outros para ser salvos. Não é isto que nos ensina a Bíblia Sagrada.

A salvação é individual, pois é salvo aquele que invoca o nome do Senhor, aquele que confessa Jesus Cristo com a sua boca e crer, em seu coração, que Deus O ressuscitou dos mortos (Rm.10:8-10).

Todavia, quando somos salvos, passamos a pertencer a um povo e necessitamos da convivência com este povo para prosseguirmos nossa jornada terrena até a glorificação, pois o homem é um ser social, que não pode bastar-se a si mesmo.

– Este povo de Cristo Jesus, a Sua Igreja, é especial, ou seja, tem características próprias, que não se confunde com as dos demais homens, pois é um povo que é formado de “novas criaturas”, de criaturas vivas, que não mais andam segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, que não mais andam nos desejos da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, que não mais são filhos da ira (Ef.2:2,3).

– Paulo diz a Tito que, antes da salvação, éramos ”… insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros, mas, quando apareceu a benignidade e a caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, fomos salvos pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, justificados pela Sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (T.t.3:3-7).

– Mais uma vez o apóstolo enfatiza que a modificação da conduta do homem, que o torna santo e nova criatura, é resultado único e exclusivo da graça de Deus, da “benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens”.

Somente alcançamos a santidade porque fomos salvos pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, porque nascemos da água e do Espírito (Jo.3:5). Para vermos o reino de Deus, faz-se necessário nascer de novo (Jo.3:3).

– Este povo de Jesus Cristo é um povo zeloso de boas obras, ou seja, que toma cuidado em praticar boas obras, um povo que pratica boas obras, pois foi salvo para que andassem nelas (Ef.2:10).

Há um zelo, uma preocupação do salvo em fazer boas obras, não porque seja salvo por elas, mas porque elas são a comprovação da sua salvação.

– O salvo imita Cristo (I Co.11:1) e Jesus andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo (At.10:38).

Os que creem em Deus procuram aplicar-se às boas obras, pois sabem que as boas obras existem para que andemos nelas, para que as façamos (Tt.3:8; Ef.2:8).

– O ministro de Jesus deve admoestar os salvos a que se sujeitem aos principados e potestades e lhes obedeçam, bem como que estejam preparados para toda a boa obra.

A exemplo do que havia ensinado a Timóteo, Paulo manda que Tito não fosse um rebelde, mas que respeitasse as autoridades constituídas, pois todas são constituídas por Deus e resistir às autoridades é resistir a Deus, trazendo sobre si mesmos a própria condenação (Rm.13:1,2).

OBS: “…Os governantes são instituídos por Deus para o bem de todos. Portanto, as pessoas devem respeitá-los e submeter-se a eles, não com raiva ou por força, mas de boa vontade e por causa da consciência.

Entende-se por principados e potestades todos os governantes civis, quer a autoridade suprema ou um dirigente ou um subordinado, sob a liderança dos quais vivem, independentemente da forma de governo.

Eles devem ser sujeitos a eles e lhes obedecer nas coisas legais e honestas…” (HENRY, Matthew. op.cit., p.738).

– É interessante notar que, na sua orientação, o apóstolo nos mostra um comportamento que devemos ter com relação às autoridades, qual seja, a de estarmos sempre prontos a fazer boas obras quando formos chamados a tanto pelas autoridades.

É muito bonito vermos cristãos sempre se solidarizando com as autoridades quando ocorrem situações de emergência e calamidade pública, em que o governo necessita dos esforços de todos.

A igreja local sempre tem de estar preparada para ajudar os governantes em situações quetais, revelando, assim, o amor de Deus que está em nossos corações derramado pelo Espírito Santo.

– Por outro lado, é triste vermos diversas igrejas locais que se encontram completamente alheias às necessidades da sociedade que está à sua volta, que são verdadeiros “conventos”, que não tomam qualquer atitude para fazer bem e diminuir as mazelas em que se encontra o mundo sem Deus e sem salvação.

A exemplo do rico da história contada por Jesus, são completamente indiferentes aos necessitados que estão à sua porta, conduta que não é de um salvo, tanto que aquele rico acabou indo para o Hades (Lc.16:19-22).

– A igreja local tem de estar preparada para toda boa obra, estar pronta para fazer o bem a todos, tendo uma intensa atividade no meio social onde vive, a fim de que o nome do Senhor seja glorificado.

– Os salvos não podem infamar pessoa alguma (Tt.3:2), ou seja, não pode a igreja local alardear a má fama de qualquer pessoa ou instituição.

O povo de Deus não existe para falar mal das pessoas, não está na Terra para denegrir a imagem de quem quer que seja, mas, sim, para pregar o Evangelho, para dar as boas novas da salvação.

– Sabedores de que fomos alvo da graça de Deus, que nada merecemos e que não somos melhores do que ninguém, não podemos, por isso mesmo, julgar os demais, acharmo-nos superiores a quem quer que seja.

Como afirma Charles Haddon Spurgeon: “…se a graça de Deus fez uma mudança em nós não devemos ser orgulhosos, não devemos censurar os outros, não devemos nos colocar como juízes dos outros que se autojustificam.

Oh, não, nossa ação deve ser o reverso de tudo isto!…” (Exposição de Tito 3. Disponível em: http://www.spurgeongems.org/vols46-48/chs2766.pdf, p.7) (tradução nossa de texto em inglês).

– Nos dias em que vivemos, não são poucos os que, dizendo servir a Cristo Jesus, gastam muito tempo e recursos para falarem mal daqueles que não são salvos e que, por vezes, estão a criticar o Evangelho e a lançar mentiras e calúnias contra o povo de Deus.

Embora seja necessário que defendamos a fé e falemos a verdade, contrariando tais afirmações inverídicas, não devemos, de modo algum, falar mal destas pessoas, não devemos infamá-las.

A igreja não está aqui para condenar pessoas, mas para denunciar o pecado e falar a verdade, que é a Palavra de Deus (Jo.17:17).

– Tito não poderia repetir o erro dos próprios cretenses, que se orgulhavam de falar mal de si mesmos, repetindo as palavras do seu profeta (Tt.1:12), mas deveria sempre levar as boas novas da salvação, notícias boas a respeito da transformação que poderia ser operada por Jesus Cristo.

– Os salvos, também, não podem ser contenciosos (Tt.3:2), ou seja, não devem ficar criando polêmicas e contendas, lançando debates, discussões e pelejas, pois não estamos neste mundo para acirrar ânimos, mas, sim, para trazer a paz (Mt.5:9).

– Mesmo na defesa da fé no próprio interior da igreja local, em que Tito não poderia dar qualquer espaço para os falsos mestres, tapando-lhes a boca (Tt.1:11).

Não se poderia gerar contenda ou uma luta carnal, baseada na vaidade e nos instintos humanos, tanto que o apóstolo diz a Tito que, o homem herege, depois de uma e outra admoestação, deveria ser evitado, já que a resistência às Escrituras era sinal de que não haveria proveito algum em se iniciar uma controvérsia que somente faria aflorar as obras da carne e nada mais, já que o herege convicto, resistente à Palavra, está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado (Tt.2:10,11).

– Ora, alguém que está morto não pode dar vida a quem quer que seja, mas aquele que está vivo, envolvendo-se com o morto espiritual, pode, sim, perder a vida e se tornar, também, um morto.

O herege convicto é um agente de Satanás, tendo a função de promover a perdição e ruína de todos quantos lhe derem ouvido, inclusive em meio a debates e contendas, que só produzirão dissensões, inimizades, porfias, iras, pelejas, que são obras da carne (Gl.5:20), carne que só produz morte (Rm.8:6-8).

Como afirma Everett F. Harrison: “…Esse tal, que já recebeu o conhecimento da verdade e teimosamente a rejeita, é sua própria testemunha de que duas vezes rejeitou uma sincera explicação e um apelo.…” (Tito Comentário Moody, p.9).

– É importante verificar aqui que, antes de que alguém seja considerado um herege convicto, necessário se faz que haja uma e outra admoestação. “…O requisito indica que, segundo o ensino paulino, a disciplina sempre deve fluir do amor, do desejo de curar, jamais do desejo de descartar um indivíduo.

É preciso demonstrar muita paciência. Mesmo quando o erro é muito atroz e perigoso, como no presente caso, deve-se fazer todo esforço na tentativa de conquistar o errado. Se, depois de carinhosa admoestação, o membro se recusa a arrepender-se e dá seguimento à sua obra perversiva no seio da congregação, a igreja, por meio de seus dirigentes e por meio de toda a sua congregação, deve redobrar seus esforços.

Que haja uma segunda advertência. Mas, se ainda tal remédio falha, então que seja expulso.…” (HENDRIKSEN. William. op.cit., p.483).

– Uma das armas que o inimigo tem se utilizado, nestes dias de intenso desenvolvimento dos meios de comunicação de massa, é querer transformar as divergências e diferenças entre os salvos e os incrédulos em um “campo de batalha”, em debates e discussões que, naturalmente, caminham para um ambiente carnal, onde, em vez de o nome do Senhor Jesus ser glorificado, ocorre o escândalo, o tropeço em palavra por parte daqueles que se dizem servos de Jesus, gerando tão somente o desprestígio e o desgaste da sã doutrina.

– A Igreja deve ser firme na defesa da verdade, pois ela é a coluna e firmeza da verdade (I Tm.3:15), mas, por isso mesmo, sabe como convém andar e, deste modo, jamais permitirá que esta defesa da verdade acabe sendo reduzida a contendas e disputas que somente trazem prejuízo espiritual e promovam não a salvação, mas a perdição de vidas que, pelo escândalo, acabam por fraquejar e naufragar na fé.

– O apóstolo não titubeia em dizer a Tito que tais debates e contendas são “questões loucas”, são “coisas inúteis e vãs” (Tt.3:9). Tito não deveria se envolver com tais disputas, tão somente pregando o Evangelho e deixando de lado as genealogias, contendas e debates acerca da lei.

– Como afirma Tomás de Aquino: “…porque quando a discussão é para averiguar a verdade, é coisa louvável, mas quando é para, em contenda, mostrar o que se deve seguir e o que se deve evitar, então o melhor é esquivar-se. ‘Honroso é o para o homem fugir de contendas’ (Pv.20:3; II Tm.2)…” (op.cit. end, cit.).

– O ministro de Jesus Cristo deve falar a respeito disto, exortar e repreender com toda a autoridade, não podendo ser desprezado por levar esta mensagem (Tt.2:15).

É este o genuíno e verdadeiro Evangelho e não o que temos ouvido, nos dias de hoje, onde há total esquecimento seja da mensagem da santificação, seja da mensagem da volta de Cristo Jesus, mas muitas discussões a respeito de questões de somenos importância.

II – A CONCLUSÃO DA EPÍSTOLA DE PAULO A TITO

– Depois de ter dado estas orientações, o apóstolo Paulo diz a Tito que enviaria Artemas ou Tíquico para Creta e, quando eles ali chegassem, pede a Tito que fosse até Nicópolis encontrar-se com o apóstolo, pois havia deliberado invernar ali (Tt.3:12).

– Vemos o cuidado que Paulo tinha para com a obra de Deus. Havia mandado Tito para Creta, a fim de que ele organizasse, de cidade em cidade, as igrejas daquela ilha, mas não tinha qualquer intenção de deixar aquelas igrejas desamparadas.

Pedia para Tito que fosse se encontrar com ele, mas Tito somente deveria deixar Creta depois que Artemas ou Tíquico, outros cooperadores do apóstolo, ali chegassem para dar assistência ao povo de Deus.

– Este mesmo cuidado devem ter os ministros de Cristo Jesus: jamais deixarem a igreja local acéfala, sem alguém que possa desempenhar a função pastoral, que tenha condições de apascentar o rebanho de Deus.

Por isso, os que presidem devem se cercar de um corpo de obreiros, de um conjunto de auxiliares que estejam em condição de substituí-los quando isto se fizer necessário.

O ministério deve ser exercido em um corpo, em um conjunto de obreiros que estejam todos preparados para realizar a obra do Senhor, suprindo as necessidades da membresia.

– O verdadeiro homem de Deus, o homem segundo o coração de Deus, jamais deixa as ovelhas do seu Senhor desamparadas ou sem pastor.

Davi, quando ordenado por seu pai a levar víveres para seus irmãos no campo de batalha, antes de partir, deixou as ovelhas de que tinha a responsabilidade ao encargo de um guarda (I Sm.17:20), guarda este que não somente o substituiu mas o sucedeu, pois, depois daquela partida, nunca mais Davi voltou a pastorear o rebanho de Jessé.

– Em nossos dias, muitos que estão à frente, desejosos de poder e de posição, negligenciam esta circunstância e se entendem autossuficientes, tendo um corpo de obreiros que, além de ser mantido inativo, é, no mais das vezes, destreinado e despreparado, porque o que preside tem medo de que alguém lhe faça sombra, de que alguém ameace o seu “domínio”.

Há mesmo aqueles que, propositadamente, chamam para lhe auxiliar pessoas sabidamente incompetentes, pois não querem cooperadores, mas serviçais.

– Tal conduta é completamente antibíblica e não pode ser seguida, pois o resultado disso é gerar carências imensas para a igreja que, quando da falta, definitiva ou temporária, do líder, sofre grandemente.

Lembremos, a propósito, do sábio conselho de Jetro a Moisés, segundo o qual a ausência de um corpo de obreiros faz com que, a um só tempo, tanto desfaleça o líder, quanto o próprio povo (Ex.18:17,18).

– Como bem disse o pastor Benedito Flávio, presidente das Assembleias de Deus – Ministério do Belém em Itararé/SP, em ensino proferido em reunião de obreiros do Ministério do Belém em 5 de julho de 2015, “ a coroa e o trono não são do rei, mas, sim, do reino”.

A visão do reino de Deus faz com que todo líder saiba que sua posição é temporária, passageira e que, portanto, mais dia, menos dia, será ele substituído e, por isso, precisa deixar preparados outros que levem avante a obra que, aliás, já recebeu de outros que o antecederam.

– Tito deveria organizar as igrejas locais de Creta, deveria pastorear todas estas igrejas até que tudo se organizasse, mas sua permanência ali não seria para sempre.

Assim, em breve, deveria sair de lá e ir até Nicópolis, para se encontrar com o apóstolo Paulo, sendo que, na sua ausência, ficaria ali na ilha Ártemas ou Tíquico.

– Nicópolis, cujo nome significa “cidade da vitória”, era uma cidade que era a capital do Épiro, região que hoje ocupa áreas da Grécia e da Albânia, onde provavelmente Paulo estaria quando de retorno da Espanha.

O apóstolo, uma vez mais, demonstra o intenso relacionamento pessoal que tinha com seus cooperadores e o desejo de desfrutar da sua companhia.

– O apóstolo, ainda, manda que Tito acompanhasse com muito cuidado Zenas, doutor da lei e Apelo, a fim de que nada lhes faltasse (Tt.3:13).

Não só deve o ministro se cercar de auxiliares competentes e que tenham capacidade de substituir ou sucedê-lo, mas também deve tratar bem e pedir a ajuda de outros ministros que com ele estão a labutar na obra do Senhor em outros lugares.

– Tito não deveria fazer a obra que lhe fora designada pelo apóstolo Paulo sozinho. Duas pessoas eram recomendadas por Paulo para que o auxiliassem nesta sua tarefa:

Zenas, que era um doutor da lei e

Apolo, este grande homem de Deus que já se notabilizara na obra de Deus, em Corinto(At.19:1. I Co.3:6) e em Éfeso (At.18:24), como era do pleno conhecimento de Tito, que também cumprira missões entre os coríntios (II Co.2:13; 7:6,13,14; 8:6,16,23; 12:13).

– Tito, no ensino da sã doutrina, deveria se valer destes dois “experts” na Palavra de Deus. Zenas era doutor da lei e Apolo, varão eloquente e poderoso nas Escrituras (At.18:24).

Conquanto seja da essência e núcleo da função pastoral o ministério da Palavra, o pastor deve se cercar de mestres para poder bem exercer o seu ministério.

– Jesus dá pastores à Igreja e é função primordial dos pastores o ensino da Palavra de Deus, mas também dá mestres que devem estar junto com os pastores no ensino da Palavra de Deus.

Todo pastor é mestre, mas nem todo mestre é pastor e os mestres devem estar ao lado do pastor para que se tenha o devido ensino da Palavra, para que seja ministrada a sã doutrina e combatidos os falsos ensinos.

– Tito deveria ter a ajuda de Zenas e de Apolo, cuidando para que nada lhes faltasse, ou seja, o pastor deve dar condições para que os mestres possam auxiliá-lo no ministério da palavra.

– Em nossos dias, há um indevido hiato entre pastores e mestres, bem como aos mestres não são dadas as condições necessárias para que desempenhem o seu ministério, que complementa o ministério da palavra dos pastores.

– Uma simples vista d’olhos nas igrejas locais mostra, com clareza, que os ministros, em sua grande maioria, nem sequer frequentam as Escolas Bíblicas Dominicais, como também, se comparecem aos cultos de doutrina, fazem-no como uma “obrigação ministerial”, como uma forma de “bater o cartão” perante o líder, a fim de que não sejam retirados de suas posições e como um modo de angariar novas posições.

Há um verdadeiro menosprezo pelo aprendizado da Palavra de Deus, o que apenas tem contribuído para a inanição espiritual do povo de Deus, para a proliferação da apostasia.

– Diante deste menosprezo para com a Palavra, não é surpresa que praticamente diálogo algum haja entre os que presidem e os responsáveis pelo ministério do ensino nas igrejas locais, o que é extremamente danoso para a saúde espiritual da membresia.

Os pastores devem ter um diálogo franco e aberto com os mestres, em especial, com os professores da Escola Bíblica Dominical, exatamente porque são eles que podem dizer ao dirigente quais são as dúvidas e problemas doutrinários que assolam a membresia, uma vez que são eles que têm contato direto e interativo com os membros.

– Este menosprezo e falta de comunicação fazem com que os mestres não tenham as mínimas condições de desempenhar, a contento, as suas tarefas.

Paulo mandou a Tito que não faltasse coisa alguma a Zenas e a Apolo, Eles precisavam ter condições de ajudar Tito no ensino da Palavra.

Por isso mesmo, nas igrejas locais, devem ser dadas as necessárias condições para que os mestres possam ensinar a Palavra. As igrejas locais devem primar por dar toda a estrutura, física e didática, para que os professores possam ministrar suas aulas nas Escolas Bíblicas Dominicais.

– A realidade que vemos, entretanto, é lamentável, pois são pouquíssimas as igrejas locais que têm espaço apropriado para a ministração das aulas, que preparam convenientemente seus professores para a ministração das aulas, que dão material didático e outros elementos que são indispensáveis para que se possa ensinar a Palavra de Deus.

– Zenas e Apolo estavam ali para ajudar Tito a ensinar os crentes cretenses, mas era fundamental que todo este ensino fosse absorvido pela membresia e pelos obreiros que seriam separados por Tito, devendo, por isso, aplicar-se às boas obras nas coisas necessária e que não fossem infrutuosos (Tt.3:13,14).

– O ensino da Palavra de Deus não deveria ser feito com o objetivo de erudição, Zenas e Apolo não estavam ali, juntamente com Tito, para formar “doutores em Divindade”, para fazer surgir “teólogos renomados” ou “filósofos da religião”, mas, sim, a finalidade do ensino da sã doutrina é transformar vidas, gerar “novas criaturas”, que, pelas suas boas obras, mostrem que são diferentes dos que não têm a salvação, que são sal da terra e luz do mundo.

– O ensino da Palavra de Deus não é meramente teórico, mas tem de ser prático, tem de ser aplicado.

Os “nossos”, diz o apóstolo, isto é, os membros das igrejas de Creta deveriam absorver o que fosse ensinado e colocar todos estes ensinos na prática, através de boas obras, produzindo frutos de justiça (Fp.1:11), produzindo o fruto do Espírito (Gl.5:22), pois, quem está em comunhão com Cristo Jesus, está ligado na videira verdadeira e produz fruto e fruto permanente (Jo.15:1-5,16).

– Que frutos nossa igreja local tem produzido no meio social onde ela se encontra? Será que somos reconhecidos pelos que nos cercam como pessoas que fazem bem e curam todos os oprimidos do diabo?

Será que somos tidos como seguidores do exemplo de Cristo, profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo (Lc.24:19)?

– A proeminência e absoluta prioridade da Palavra de Deus na igreja local têm como finalidade fazer com que sejamos transformados.

A Palavra nos traz a fé (Rm.10:17), fé que nos salva (Ef.2:8), fé que mostra a nossa salvação pelas boas obras que praticamos e que faz com que todos glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

“…Assim, pois, o povo, se é como a vinha do Senhor, deve ser carregada de frutos, não só espirituais, como também temporais, para que, com eles, se sustentem os lavradores…” (AQUINO, Tomás de. op.cit., end.cit.).

– A Igreja, enquanto corpo de Cristo, está umbilicalmente ligada ao testemunho que dá da obra redentora do Senhor Jesus. Por isso, nosso trimestre teve como título “A Igreja e o seu testemunho”, pois a Igreja nada mais é que o conjunto das testemunhas de Cristo (At.1:8), provas vivas de que Jesus realmente transforma o homem e faz do pecador dominado pelo pecado e que só consegue fazer o mal em uma nova criatura que faz o bem.

OBS: “…Quem crê deve sempre lembrar que a graça de Deus vale para todos e tenta alcançar a todos. E isso deve acontecer pelo testemunho de vida da igreja de Jesus.

No meio dela a graça de Deus visa brilhar com tanta realidade, perdoando, curando, consertando e sobretudo educando para a plena humanidade conforme a imagem de Jesus, que todo o mundo possa reconhecer a forma com que essa graça se realiza naqueles que se abrem para ela.…” (BÜRKI, Hans. op.cit, p.20).

– Estes que produzem o fruto do Espírito e que são novas criaturas em virtude da manifestação da graça da salvação, tendo uma vida sóbria, justa e pia, são aqueles que amam os demais irmãos na fé e eram eles que estavam com Paulo e saudavam a Tito.

A Igreja é formada daqueles que sempre têm com eles a graça de Deus (Tt.3:15).

– Que após o estudo deste trimestre, tenhamos podido entender a imensa necessidade que temos de, através da sã doutrina, podermos crescer na vida espiritual que nos foi manifesta pela graça de Deus e, assim agindo, darmos testemunho que levem os homens a glorificar a Deus e, diante de nossas vidas reais e autênticas diante de Deus, render-se também à esta graça salvadora. Amém!

A bibliografia diz respeito aos estudos de todo o terceiro trimestre de 2015, não contendo bíblias e bíblias de estudo consultadas, bem assim textos esporádicos, notadamente fontes eletrônicas, cujas referências foram dadas no instante mesmo de suas utilizações.

 

AUSUBEL, Nathan. Trad. de Eva Schechtman Jurkiewicz. Conhecimento judaico. In: A JUDAICA. Rio de Janeiro: Koogan, 1989. vv.5 e 6.

BÜRKI, Hans. Carta a Tito Comentário Esperança. Trad. de Werner Fuchs. Curitiba: Esperança, 2007. 32p.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5.ed. São Paulo: Hagnos, 2001. 6v.

______________. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Candeia, 2000. 7v.

_____________. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Candeia, 1995. 6v.

HARRISON, Everett F. Tito Comentário Bíblico Moody. E-book digital. 10p.

HENDRIKSEN, William. I Timóteo, II Timóteo e Tito. Trad. de Válter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. Trad. de Válter Graciano Martins. 496p.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento Atos a Apocalipse edição completa. Trad. de Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2009 . 1012p.

JOHANSSON, Carlo e HELLSTRÖM, Ivan. Síntese bíblica do Novo Testamento: Mateus a João. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983. Coleção Ensino Teológico n.2.

McGOUGH, Richard Amiel. The Bible Wheel: a revelation of the divine unity of the Holy Bible (ebook version). Yakima, WA: Bible Wheel Ministries, 2006. 412p. Acesso em 19 fev. 2010.

Site: http://portalebd.org.br/index.php/adultos/14-adultos-liccoes/404-licao-13-a-manifestacao-da-graca-da-salvacao-i

 

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Iesus Kyrios

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading