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LIÇÃO Nº 2 – PROMESSAS DE DEUS PARA ISRAEL

-Na sequência do estudo sobre as promessas de Deus, hoje analisaremos as promessas de Deus dirigidas ao povo de Israel.

-Deus fez promessas ao povo de Israel

I – A FORMAÇÃO DE ISRAEL

-Na sequência do estudo das promessas de Deus, tema deste nosso trimestre, hoje analisaremos as promessas de Deus dirigidas para o povo de Israel.

-Para Deus, há três povos sobre a face da Terra (I Co.10:32 NAA), a saber:

a) os gentios – são os homens que pertencem a todas as nações do mundo, nações estas que se originaram da comunidade única dissolvida com o juízo de Babel (Gn.11:1-9), com exceção de Israel, que foi formado por Deus a partir da chamada de Abraão. Os gentios rebelaram-se contra Deus e se mantêm rebelados contra o Senhor. Estão destinados a sofrerem o juízo da Grande Tribulação e a serem governadas pelo Anticristo e, por fim, serem encaminhadas à eterna perdição por se recusarem a servir a Deus.

b) os israelitas – são os homens que pertencem à nação de Israel, descendência de Abraão, Isaque e Jacó. Foi a nação escolhida por Deus para ser aquela que demonstraria a soberania de Deus e o Seu grande amor para todas as demais nações da Terra.

Foi a nação escolhida para ser o instrumento da salvação da humanidade, tanto que o Messias veio a este mundo por meio dela. Deus tem um pacto com Israel (Ex.19:3-20:26).

Israel está a destinado a ser salvo (Rm.11:26,27), a ter sua transgressão extinta e ser dado um fim aos seus pecados (Dn.9:24), conforme a profecia das setenta semanas de Daniel. Israel rejeitou a Jesus e, por causa disso, foi espalhado entre as nações, mas, desde 1948, ressurgiu como nação, mas ainda está reservado a ele o sofrimento durante a Grande Tribulação e a perseguição que lhe será empreendida pelo Anticristo, que chegará a apoiar, para só então reconhecer a Cristo como Messias e ser completamente restaurado e por Ele governado no Seu reino milenial.

c) a Igreja – são os homens que pertencem à Igreja, a “nação santa” (I Pe.2:9), formada por gente de toda tribo, língua, povo e nação (Ap.5:9), que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro (Ap.22:14), ou seja, aceitaram a Cristo como seu Senhor e Salvador e perseveraram até a morte ou o arrebatamento da Igreja.

A Igreja, formada a partir da morte de Cristo no Calvário, tem por missão a pregação do Evangelho nesta dispensação, estando destinada ao arrebatamento, que ocorrerá antes do início da Grande Tribulação, da ira futura que Deus tem reservado para gentios e israelitas.

-Diante desta realidade, natural que, quando se estudem as promessas divinas, seja verificado a que povo ou povos é a promessa dirigida, sem o que poderemos ter uma equivocada aplicação de uma promessa a alguém a quem Deus não fez tal promessa, o que, aliás, tem sido o meio pelo qual muitos têm distorcido as Escrituras.

-Como dissemos, Israel surgiu a partir da decisão divina de formar uma nação, ante a rebelião da humanidade em Babel, para que nela nascesse o Salvador (Jo.4:22).

-Esta, aliás, foi a primeira promessa que Deus fez a Abrão, a quem escolheu para que fosse o pai da multidão de nações e que, por isso mesmo, teve seu nome mudado para Abraão (Gn.17:4).

-“Far-te-ei uma grande nação” foi a primeira promessa que Deus fez em relação a Israel e, desde então, vemos que Deus tem cumprido esta promessa, pois Israel é a única nação que, desde a Antiguidade, tem se preservado, geração após geração, mantendo a sua identidade étnica, cultural e religiosa.

-Se bem verificarmos na história da humanidade, podemos perguntar onde estão os povos antigos, em especial os povos mencionados na Bíblia Sagrada.

Não há mais filisteus, amonitas, moabitas, amalequitas, babilônios, mas os israelitas aí estão, porque Deus prometeu que seriam “uma grande nação” e, mais do que isto, uma nação que lutaria com Deus mas prevaleceria, pois é este exatamente o significado de “Israel”, nome que o Senhor deu a Jacó, o terceiro patriarca, após a luta ocorrida no vau de Jaboque (Gn.32:28).

-Neste passo, aliás, é de verificarmos, desde já, que a promessa dada a Abraão diz que seria ele pai de uma “multidão de nações” e isto não tem a ver apenas com as nações originadas de Abraão pela descendência dos filhos de Quetura e por Ismael, sem falar do seu neto Esaú, mas, também, pelo fato de que se formaria uma “nação espiritual”, por meio da descendência de Abraão, por intermédio de Jesus Cristo (Gl.3:29), que é a Igreja, formado por todos aqueles de toda tribo, língua, povo e nação que foram comprados pelo sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário (Ap.5:9).

-Assim, de pronto vemos que é por intermédio de Israel, uma nação étnica, que viria a salvação, pois nela nasceria o Salvador, e a fé neste Salvador faria com que se formasse um novo povo, não étnico mas espiritual, de pessoas de todas as nações étnicas da fase da Terra.

-Isto é importante porque, desde já, devemos lembrar que Israel é uma nação no sentido biológico e étnico, não se confundindo com a “nação espiritual” que é a Igreja, mas não deixando jamais de ser uma nação formada por Deus e dotada de promessas especiais.

-A segunda promessa dada por Deus a Abraão foi de que seu nome seria engrandecido (Gn.12:2). Esta promessa foi feita a todo o povo de Israel, pois, como bem ensina o escritor aos hebreus, todos os israelitas estavam no lombo de Abraão quando a promessa foi proferida (Hb.7:9,10).

-Ademais, as promessas dadas a Abraão foram ratificadas tanto a Isaque quanto a Jacó (Hb.11:9; Gn.26:3-5; 35:11,12) e disto tinha consciência o próprio José, que a transmitiu a toda a família, quando Israel ainda era um clã (Gn.50:24; Ex.1:1-5).

-É inegável que o nome de Israel é grande na história da humanidade. Mesmo quando se levantam governantes e até povos para perseguir e até tentar exterminar os judeus, há o reconhecimento de que se trata de um povo singular sobre a face da Terra, importante e que influencia os destinos do mundo.

Mesmo os chamados “antissemitas”, que dizem serem os judeus os causadores das mazelas da humanidade, ao dizê-lo estão a confirmar a relevância desta nação entre o gênero humano.

-Esta proeminência dos israelitas não está apenas na manutenção da sua identidade cultural e étnica, mas, também, em todas as áreas.

São os israelitas os principais detentores do poderio econômico-financeiro do planeta, como também os que mais se sobressaem na cultura e na ciência, basta ver que a maior parte dos Prêmios Nobel são judeus e que influentes pensadores também o são.

-A terceira promessa divina ao primeiro patriarca é a de que ele seria uma bênção e não há dúvida de que os israelitas sempre foram uma bênção para a humanidade.

Foram eles os portadores dos valores morais que, depois, incorporados pelo Cristianismo, deram origem à civilização cristã que, de longe, é a mais perfeita organização social que já se teve na história humana, tanto que, com base neles, é que se construiu toda a teoria dos direitos humanos, toda a defesa da dignidade do ser humano.

-Sem se falar que a atuação de judeus ao longo da história da humanidade tem contribuído para o bem-estar, não só diretamente, mas também indiretamente através das descobertas efetuadas por cientistas, como, por exemplo, a cura da poliomielite por Albert Sabin, para só registrar um exemplo.

-A quarta promessa diz que Deus abençoaria os que abençoassem a Abraão (e, por extensão, aos israelitas) e que amaldiçoaria aqueles que o amaldiçoassem.

Ao longo da história, temos visto como os inimigos dos judeus são derrotados e arruinados, enquanto os amigos do povo de Israel são alvo da bênção divina.

-O Brasil é um exemplo disto. Tendo sido um dos principais países a ajudarem Israel a ressurgir como país, por meio de Oswaldo Aranha, que, em 1947, presidia a Assembleia Geral da ONU quando da votação da criação do Estado de Israel, viveu o Brasil um grande crescimento e desenvolvimento desde então, que culminou com “o milagre econômico” entre 1970 e 1974.

-Em 1974, a política externa brasileira foi alterada e começamos a nos distanciar de Israel, apoiando seus adversários, e, não por coincidência, ingressamos numa profunda crise econômica que gerou a chamada “década perdida” e que só começaria a se dissipar cerca de vinte anos depois.

-Em 2019, assumiu um governo que voltou a estreitar laços com Israel e o resultado foi uma retomada de um crescimento econômico, mesmo tendo havido a pandemia do COVID-19, tendo, inclusive, pasmemos todos, a haver lucros nas tradicionalmente deficitárias empresas estatais.

-Em 2023, retomou-se, e agora mui agressivamente, a inimizade com os israelitas e, não por acaso, está nosso país numa mui provável irreversível derrocada: “abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.

-A quinta promessa dada a Abraão foi de que nele seriam benditas todas as famílias da Terra (Gn.12:3). A salvação vem dos judeus (Jo.4:22).

Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nasceu judeu (Rm.9:5) e, como tal viveu (Gl.4:4), trazendo salvação a todos os homens (Tt.2:11).

-Veio para Israel, mas foi rejeitado (Lc.19:41,42; Jo.1:11), mas foi em Israel que nasceu o Salvador e propiciou a salvação de pessoas de todas as nações.

Em Israel, começou a ser pregado pelo Senhor Jesus o evangelho do reino (Mc.1:14,15) que, depois, ante a rejeição dos israelitas, passou a ser o evangelho da salvação (Ef.1:13), que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu mas também do gentio (Rm.1:16).

-Vemos que todas estas cinco promessas, além de terem uma nítida conotação espiritual, pois visavam fazer com que o nome do Senhor fosse glorificado por intermédio de Israel, sem se falar de ser ela a nação que seria instrumento para a vinda do Salvador, são incondicionais, ou seja, não dependem de qualquer fato para que se efetivassem, tanto que, como vimos, literalmente têm sido cumpridas ao longo dos séculos.

-A sexta promessa dada a Abraão é a de que daria à sua semente a terra de Canaã (Gn.12:7). Temos aqui uma promessa de conotação material. Canaã seria o território da nação de Israel, Israel seria um país.

-O Senhor retiraria os cananeus da terra em que habitavam, grandes pecadores contra o Senhor, descendentes de Ninrode, aquele que fomentou a rebelião das nações contra Deus em Babel, dando-a aos israelitas (Gn.15:16).

-Esta promessa é incondicional e, portanto, a terra de Canaã pertence legitimamente a Israel, já que Deus é o dono de toda a Terra e assim o decidiu (Ex.19:5. Sl.24:1).

-Por isso mesmo, será lá que Israel estará habitando quando do reino milenial de Cristo (Ez.47,48) e é bem por isso que, desde 1897, por meio do chamado “movimento sionista”, os judeus iniciaram uma imigração organizada para lá e hoje já ocupam, como país, parte de seu território.

-Esta promessa material, entretanto, tem, também, uma conotação espiritual, porquanto o apóstolo Paulo destaca que a promessa diz que daria a Terra “à sua semente” e, como tal, o Senhor teria Se referido, de modo especial, ao Senhor Jesus, ou seja, a doação da terra somente se confirmaria definitivamente quando do instante em que Cristo estiver a reinar sobre Israel.

-Sem dúvida, Israel nunca alcançou as dimensões territoriais prometidas por Deus a Abraão ao longo da história, tendo se aproximado muito disto durante os reinados de Davi (II Sm.8) e de Salomão (I Rs.9:1-5), até porque não conquistaram toda a terra como se lhe havia sido mandado (Js.2:1-4).

II – PROMESSAS FEITAS A ISRAEL APÓS SUA FORMAÇÃO

-Tendo sido vistas as promessas dadas a Israel na chamada dispensação patriarcal, o período da formação do povo, analisemos as promessas dadas aos israelitas ao longo de sua história desde a libertação do Egito até o cativeiro da Babilônia.

-É bom observar, de pronto, que, para cumprir a Sua promessa de fazer de Israel uma grande nação, Deus deu uma miraculosa multiplicação para os israelitas que, tendo chegado ao Egito com 70 pessoas (Ex.1:5), 215 anos depois tinha 600 mil homens de guerra, fora mulheres e crianças (Ex.12:37).

-É bom lembrarmos que, ao contrário do que muitos dizem, a duração da permanência de Israel no Egito não foi de quatrocentos anos, muito menos o período de escravidão. Senão vejamos.

-O período de 400 anos dito por Deus a Abrão (Gn.15;13) é o período que vai desde o nascimento de Isaque, quando Abraão tinha 100 anos de idade (Gn.21:5), até a entrega da lei no monte Sinai.

É o que nos mostra o apóstolo Paulo em Gl.3:17, observando que o apóstolo fala em 430 anos, porque conta o período não do nascimento de Isaque, mas da chamada de Abrão, ocorrida trinta anos antes, quando o patriarca tinha 70 anos de idade, quando partiu de Ur para Harã, tendo, então, cinco anos depois, saído de Harã (Gn.12:4).

-Sabendo que Abraão teve seu filho Isaque com 100 anos, que Isaque teve Jacó com 60 anos e que Jacó viveu 17 anos no Egito, indo para lá com 130 anos (Gn.47:28), temos que da chamada de Abrão até a chegada dos israelitas ao Egito se passaram 215 anos e, para completar os 430 anos desde a chamada de Abraão, a estada no Egito durou outros 215 anos, dos quais somente os últimos 80 foram de escravidão, iniciada quando do nascimento de Moisés, que tinha 80 anos quando Israel foi libertado.

-Assim explica o historiador judeu Flávio Josefo:

“…Os israelitas saíram do Egito no mês xântico, ou nisã, a dias quinze da lua, quatrocentos e trinta anos após Abraão, nosso pai, ter vindo à terra de Canaã e duzentos e quinze anos depois que Jacó ter chegado ao Egito.

Moisés tinha então oitenta anos, e Arão, seu irmão, oitenta e três. Eles levaram consigo os ossos de José, como este havia determinado.…” (Antiguidades Judaicas II, 6, 96. In: História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso, v.1, p.61).

-Liberto o povo de Israel, Deus firma com ele o chamado “pacto do Sinai” em que Israel aceita ser povo santo e reino sacerdotal do Senhor (Ex.19:3-8).

-Diante deste pacto, que tornou Israel a propriedade peculiar de Deus entre os povos (Ex.19:5), Israel foram adotados como filhos de Deus, tiveram a revelação da glória divina, firmaram pactos com o Senhor (sinaítico, palestiniano e davídico), recebendo a lei, o culto e as promessas decorrentes desta condição (Rm.9:4).

-Dentro deste pacto, Deus entregou a lei ao povo e lhe fez uma promessa, a saber, a da permanência do povo e prosperidade material na terra de Canaã, já prometida a Abraão, Isaque e Jacó, desde que se mantivessem fiéis ao Senhor (Lv.26:3-46; Dt.28).

-Esta promessa deu ensejo a um pacto entre Deus e Israel celebrado nos montes Ebal e Gerizim, que é conhecido pelos estudiosos da Bíblia como “pacto palestiniano”, visto que firmado já na terra de Canaã (Dt.27:11-26; Js.8:30-34).

-Moisés, quando se despedia do povo, em seu último cântico que, como todo cântico no texto bíblico é uma mensagem profética, predisse que os israelitas seriam infiéis e perderiam a posse de Canaã, mas seriam resgatados posteriormente pelo Senhor (Dt.32).

-Como predito, não houve esta fidelidade, o povo foi retirado de Canaã, primeiramente as dez tribos do reino do norte (II Rs.17:7-23), levados cativos pelos assírios.

-Depois, as três tribos do reino do Sul (sul (não nos esqueçamos que Levi migrou para o reino de Judá após a instituição do culto dos bezerros de ouro por Jeroboão – II Cr.11:13-15), levados pelos babilônios (II Rs.25:1-26; II Cr.36:13-21).

-Autorizados a voltar para Canaã pelo rei da Pérsia Ciro, que conquistara Babilônia (II Cr.36:22; Ed.1:1), os israelitas se mantiveram na terra, mas sob domínio estrangeiro (Ne.9:36,37), o que, conforme predito pelo profeta Daniel, ocorreria até a vinda do Messias (Dn.9:24,25).

-O próprio Senhor Jesus disse que a rejeição dos israelitas a Ele representaria a destruição do templo e de Jerusalém e a consequente dispersão do povo (Mt.24:1,2; Lc.19:41-44; 21:24).

-Esta promessa de permanência em Canaã e prosperidade material era uma promessa dirigida a Israel, razão pela qual não podemos transportá-la para a Igreja, como costuma acontecer por parte dos falsos ensinadores da teologia da prosperidade.

-Era uma promessa destinada a Israel, porquanto está relacionada com um povo étnica e biologicamente definido, relacionada a um território e que tem conotação material, características que excluem a Igreja, que, além de ser uma “nação espiritual”, sem território nesta Terra, mas que busca a pátria celestial (Fp.3:20,21; Hb.11:14-16), não foi chamada para ajuntar tesouros na terra, mas, sim, no céu (Mt.6:19,20).

-Além disto, tratava-se de uma promessa condicional, ou seja, os israelitas permaneceriam na Terra enquanto se mantivessem fiéis ao Senhor e cumprissem a lei, caso contrário, após uma série de castigos, que serviam como advertência e oportunidade para arrependimento, perderiam o território, tendo, antes, perdido a própria prosperidade material, como acabou acontecendo aliás.

-Outra promessa dirigida a Israel foi a da sua salvação, da sua restauração. Deus quer que todos os homens se salvem (I Tm.2:4) e isto, naturalmente, inclui os judeus, povo que o próprio Senhor formou dentre as nações da Terra.

-Moisés já avisou ao povo que, do meio dos israelitas, viria um profeta como ele, a quem deviam ouvir (Dt.15:15-19), profeta este que foi identificado como descendente de Davi pelo próprio Senhor (II Sm.7:16), profeta que também seria rei, já que de linhagem real, e que estabeleceria a paz e a justiça (Is.11), profeta que seria, também, sacerdote, mas segundo a ordem de Melquisedeque (Sl.110), o Messias, ou seja, o Ungido, o Cristo.

-Assim, a salvação prometida dependeria do acolhimento do Messias. Entretanto, este acolhimento ainda não veio, pois Jesus foi rejeitado por Israel (Jo.1:11), o que ocasionou, como já vimos, a destruição de Jerusalém e do templo e a dispersão de Israel entre as nações.

-Entretanto, está prometida a restauração, a salvação, o que se dará mediante a aceitação de Jesus como o Cristo, o que ocorrerá na iminência da batalha do Armagedom (Zc.13:1-6). Todo o remanescente israelita será salvo naquela oportunidade (Is.59:20,21; Dn.9:24; Os.3:4,5; Rm.11:25-28).

-É bem por isso que tivemos, ao longo da história, a preservação do povo de Israel, mesmo espalhado entre as nações, apesar das grandes perseguições sofridas, as guerras e assolações reveladas em Dn.9:26.

-Esta preservação teve seu clímax quando Israel retornou a ser país, tendo, então, começado a se cumprir a visão do vale dos ossos secos dada a Ezequiel (Ez.37), com o rebuliço que fez se juntarem os ossos (a imigração judaica organizada a partir da criação do movimento sionista em 1897), a criação de nervos sobre os ossos e o crescimento da carne (a criação do Estado de Israel em 1948), mas ainda sem espírito, sem vida, já que se mantém na sua rejeição a Jesus Cristo, onde está a vida (Jo.1:4), a própria vida (Jo.14:6).

-A preservação de Israel só adquire sentido quando sabemos que há um propósito salvador para a nação da parte de Deus.

-Outra promessa dirigida a Israel é a de que será reino sacerdotal, ou seja, exercerá o sacerdócio em meio às nações.

O propósito de Deus é que Israel fosse reino sacerdotal (Ex.19:6), o que, aparentemente, foi frustrado pouco depois, no episódio do bezerro de ouro (Ex.32), quando, então, dentre os israelitas foi separada a tribo de Levi para exercer o sacerdócio, os filhos de Arão como sacerdotes e os demais levitas como auxiliares (Ex.32:26; Nm.18:1,2,6,7).

-Em seguida, nos dias de Samuel, os israelitas recusaram a ter ao Senhor como seu rei (I Sm.8:7), tendo, em seu contínuo declínio espiritual, passado de uma situação de aceitar ser governados por reis escolhidos por Deus para reis escolhidos por eles mesmos, isto em relação ao reino do norte (Os.8:4).

-No reino de Judá, o reino do sul, havia uma promessa de Deus de que não faltaria sucessor na linhagem real inaugurada por Davi (I Rs.8:24,25), desde que eles mantivessem a fidelidade ao Senhor, mais uma promessa condicional, o que, infelizmente, não ocorreu, tendo havido declínio espiritual contínuo, o que se agravou após a morte de Josias, o último rei fiel a Deus de Judá (II Rs.34:22-28; Jr.22).

-Como os planos de Deus não podem ser frustrados (Jó 42:2 NAA), tem-se que, necessariamente, Israel há de ser um reino sacerdotal, tendo a rei o Senhor e servindo de mediador entre Deus e todas as nações.

-Aqui vemos, pois, claramente, como Jesus é Deus e homem, pois somente em Cristo se poderia unir a retomada do reino de Israel pelo Senhor, ao mesmo tempo em que se estabelece o trono real de Israel para sempre num descendente de Davi.

-Não é à toa que o profeta Isaías diz que o principado está sobre os ombros do menino que nasceu (o homem Jesus, filho de Davi) e do filho que se nos deu (o Deus Filho, que é eterno e, por isso, não nasce, é dado).

-Também não é por acaso que o profeta Miqueias diz que, em Belém de Judá, sairia o que seria Senhor em Israel, cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade (Mq.5:2), o menino que nasceria em Belém mas que era Deus.

-É bem por isso que se terá o reino milenial de Cristo, quando o Filho de Davi reinará sobre Israel e sobre todo o mundo (Ap.20:4), vindo todas as nações a adorar a Deus em Jerusalém (Is.11; 66:19-24; Mq.4; Zc.14:16-20).

-Esta promessa é condicional, porque somente dela usufruirão aqueles que receberem a Jesus como o Cristo na oportunidade da batalha do Armagedom, quando se encerra o “tempo dos gentios” (Rm.11:25).

-Para ser salvo e se tornar rei e sacerdote, é mister crer em Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador (Mc.16:16; I Pe.2:1-10) e isto envolve tanto judeus quanto gentios, pois o Evangelho é o poder para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16).

-Por isso mesmo, o apóstolo Paulo diz que os israelitas que rejeitam a Cristo são desobedientes e precisam alcançar misericórdia (Rm.11:30-32), sendo, como disse Estêvão, homens de dura cerviz e incircuncisos de coração, que resistem ao Espírito Santo (At.7:51,52) e que, inclusive, receberão ao Anticristo quando este se revelar (Jo.5:43; Dn.9:27).

-Outra promessa dirigida a Israel é a do derramamento do Espírito Santo sobre este remanescente salvo, como profetizado por Joel (Jl.2:28-32), profecia lembrada pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecostes, quando veio o Espírito Santo sobre a Igreja (At.2:16-21).

-Esta promessa foi dirigida primeiramente a Israel, pois o profeta se dirigia aos israelitas e, inclusive, faz menção ao monte Sião e a Jerusalém (Jl.2:32), texto, aliás, não repetido por Pedro quando de sua pregação.

-Não nos esqueçamos que o auditório da pregação de Pedro no dia de Pentecostes era composto exclusivamente por judeus (At.2:5-12), tendo sido o dia em que a porta da graça foi aberta a Israel, a primeira chave dada a Pedro (Mt.16:19), pois o Evangelho era primeiramente para os judeus (Rm.1:16).

-A promessa do derramamento do Espírito Santo, entretanto, apenas se concretizou naquele dia entre os israelitas que creram em Jesus e também era dirigida aos “restantes que o Senhor chamar” (Jl.2:32), “a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At.2:39).

-Os discípulos não tinham ainda percebido que a promessa não era apenas para Israel e que ela se concretizaria sobre o povo de Israel em relação ao remanescente salvo, tanto que se admiraram quando viram que os gentios também tinham acesso ao batismo com o Espírito Santo, como ocorreu na casa de Cornélio, quando o apóstolo Pedro recebeu a “segunda chave”, abrindo a porta do Evangelho também para os gentios (At.10:44-47; 11:18).

-Entretanto, por causa da desobediência, a promessa somente se concretizará plenamente quando houver a salvação do remanescente judeu na batalha do Armagedom. Naquela ocasião, ao reconhecerem a Cristo Jesus como o Messias, aquele remanescente receberá o derramamento do Espírito Santo e alcançarão a redenção, completadas as setenta semanas reveladas a Daniel, nunca mais se desviando espiritualmente (Dn.9:24).

-A partir de então, servirão como povo santo e reino sacerdotal, sob o governo de Cristo, durante mil anos, cumprindo-se, deste modo, o propósito divino estabelecido a Israel.

-Aqui verificamos que o propósito de Deus para Israel é que seja a Sua propriedade peculiar dentre os povos (Ex.19:5), tendo, pois, um papel a desempenhar sobre a face da Terra em termos de adoração ao Senhor e de construção de uma sociedade governada por Cristo, enquanto rei de Israel e de todo o mundo, em que haja justiça e paz (Sl.85:10).

-Por meio de Israel, Jesus tornará benditas todas as famílias da Terra, restaurando a terra que havia sido amaldiçoada pelo pecado. Jesus irá desfazer esta maldição, que também é uma obra do diabo (I Jo.3:8). Bem por isso, o apóstolo dos gentios diz que a criatura tem uma ardente expectação na manifestação dos filhos de Deus (Rm.8:18).

-O último Adão terá a ajuda de Israel para tornar o planeta num segundo Éden, um Éden, aliás, que nunca poderá ser perturbado pelo inimigo que, durante o milênio, estará preso juntamente com seus anjos (Ap.20:1- 3).

-Com a salvação de Israel, os israelitas poderão dizer que Deus é “seu marido” (Os.2:16) e não apenas Senhor, porque, com a retirada da iniquidade, haverá plena comunhão entre Deus e Israel. Israel “prevalecerá”, não mais contenderá com o seu Deus.

-Já a Igreja, como “nação espiritual”, é destinada para ter “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef.1:3), para um reino que não é deste mundo (Jo.18:36,37), de modo que deve ser aqui luz do mundo e sal da terra (Mt.5:13-16), para que leve as pessoas a glorificar a Deus.

-Por isso que, no milênio, a Igreja estará reinando com Cristo, pois é a Sua Esposa (Ap.19:7-9), habitando a Nova Jerusalém, os lugares celestiais, já desfrutando da glória celeste que Israel ainda não terá.

 Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/10907-licao-2-as-promessas-de-deus-para-israel-i

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